O sorteio efectuado em Nyon ditou que o Atlético Ouriense irá defrontar o Fortuna Hjorring, da Dinamarca, nos dezasseis avos. A tarefa não se revela fácil: esta equipa encontra-se no quinto lugar do ranking, é presença assídua nesta fase da Liga dos Campeões (sendo até finalista vencida em 2003 aquando da versão anterior da competição) e foi três vezes campeã do seu país nos últimos seis anos.
É certo que as estatísticas se encontram do lado das dinamarquesas e que, sem qualquer dúvida, ficaram agradadas por ter de disputar a presença nos oitavos-de-final com uma equipa estreante na competição. Ainda assim, a bola é redonda, e no futebol tudo pode acontecer. O favoritismo atribuído ao conjunto dinamarquês pode até ser benéfico para o Ouriense, na medida em que uma abordagem mais descontraída por parte das jogadoras do país nórdico pode ser aproveitada pelas atletas portuguesas. Desta forma, penso que o Ouriense poderá fazer uso do factor surpresa para tentar superar a experiência do seu adversário e conseguir alcançar mais um feito para Portugal.
Será que o Atlético Ouriense vai continuar a fazer história? Fonte: UEFA.com
Os jogos realizar-se-ão em Outubro, sendo que a primeira mão será disputada no dia 8 ou 9, enquanto a segunda mão da eliminatória está marcada para dia 15 ou 16.
A equipa que conseguir superar esta fase poderá defrontar, nos oitavos-de-final, o Ryazan VDV (Rússia) ou o Rosengard (Suécia), onde actua Marta, a super estrela do futebol feminino.
Com a vitória frente ao Lille, o FC Porto garantiu a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões! Esta conquista permitiu ao conjunto portista tornar-se num dos clubes recordistas no que ao número de presenças na prova diz respeito – agora 19 – juntando-se a Real Madrid, Barcelona e Manchester United. Cumpriu-se assim um objectivo de toda a nação portista e, naturalmente, de Lopetegui, vincando o desejo de conseguir em 2 jogos o que não foi alcançado na época transacta de forma directa – a 19ª presença!
No que concerne ao sorteio da Liga dos Campeões, o FC Porto acabou por ser feliz, tendo-lhe calhado em sorte o Shakhtar Donetsk, do pote 2, o Atlhetic de Bilbao, do pote 3 e o Bate Borisov, do pote 4.
Após a desastrosa época passada, o Porto iniciou a nova época a vencer em todas as frentes, e a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões é apenas uma das primeiras conquistas que poderão surgir! Enquanto cabeça de cartaz e depois do vasto investimento feito no plantel, o FC Porto torna-se assim o favorito para assumir a liderança do grupo H!
Equipa do Shakhtar Donetsk Fonte: altavoz.pe
Assim, fazendo uma breve análise aos adversários dos portistas, o primeiro encontro será com o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Sumariamente, esta equipa não é desconhecida para o clube português – FC Porto e Shakhtar já se defrontaram por 4 vezes para as competições europeias, nos últimos anos, logrando o Dragão 3 vitórias, 1 empate e zero derrotas. Ainda que os resultados sejam animadores, os ucranianos são uma equipa que não deve ser menosprezada, sendo o seu ponto forte os jogos em casa devido ao grande apoio dos seus adeptos. Porém, tal adversidade será, este ano, atenuada, em face do conflito existente actualmente entre a Ucrânia e a Rússia, e que levará a que as equipas ucranianas tenham de atuar fora do seu país nas competições europeias. Relativamente ao seu plantel, sobressai o facto de 12 dos seus jogadores serem de nacionalidade brasileira, sendo as suas principais estrelas Ismaily – um velho conhecido dos portugueses (jogou no Olhanense e Braga) –, Srna – um croata com uma larga experiência internacional – e a tal franja de brasileiros, composta por Douglas Costa, Alex Teixeira, Taison, Bernard e Luís Adriano. Para além destes, o clube da cidade de Donetsk conta ainda com a presença do central Rakitskiy, do guarda-redes Pyatov e do médio Stepanenko, todos eles presenças assíduas na seleção Ucraniana. Para encerrar o capítulo dedicado ao Shakhtar, resta acrescentar que o Porto beneficia ainda da vantagem deste encontro, no leste da Europa, estar agendado para o inicio do Outono (30 de Setembro), evitando assim aquele que poderia ser um grande obstáculo – as baixas temperaturas. O Shakhtar, por sua vez, deslocar-se-á a terras lusitanas um mês depois, devendo ser este duplo confronto com os ucranianos crucial para a qualificação do FC Porto.
Equipa do Athletic de Bilbao Fonte: weltfussball.de
O adversário de maior grau de dificuldade para o FC Porto será, talvez, o Athletic de Bilbao. Lopetegui irá regressar à sua terra natal e terá que trazer consigo mais do que recordações para que o clube saia vitorioso deste encontro. À semelhança do que acontece com o Shakhtar, o Bilbao é também um clube muito forte a jogar em casa. No que diz respeito ao ‘score’ de encontros com equipas espanholas, o Porto parte em desvantagem, com um total de 25 derrotas, 6 empates e 14 vitórias. O histórico de jogos diante do Athletic limita-se a uma eliminatória, tendo o conjunto basco sido o primeiro adversário da história do FC Porto na Liga dos Campeões. Este clube conta ainda com a particularidade de 96% dos elementos do seu plantel serem naturais do País Basco (política estabelecida pelo clube), destacando-se, na defesa, Iraloa, San José, Laporte, Aurtenetxe; no meio campo, Marcos, Iturraspe, Etxebarria; e no ataque, Ibai Gomez, Aduriz e o “bola de ouro” da equipa, o jovem Muniain. O FC Porto recebe o Athletic de Bilbao a 21 de Outubro e, duas semanas depois, desloca-se ao San Mamés – estes jogos, situados na 3ª e 4ª jornadas, poderão, eventualmente, começar a definir os lugares de qualificação.
Equipa do BATE Borisov Fonte: planotatico.com
Os últimos são os primeiros! O BATE Borisov foi a última equipa ‘a cair’ no grupo H e, no entanto, será o adversário do jogo de estreia do FC Porto na Liga milionária. Atual e único campeão nacional neste grupo, é desconhecido para a maioria dos clubes europeus e é também a primeira vez que defronta o FC Porto. Portanto, será a imprevisibilidade o seu fator-chave, dado que é pouco conhecido técnica e taticamente. Poderá ou não ser uma surpresa na Liga dos Campeões – e, por isso, tal como em relação a outros conjuntos, sempre se especulará em torno do seu rendimento. Sabe-se, porém, que a ida à Bielorrússia está marcada para 25 de novembro e que, desta vez, o Porto só por milagre evitará as baixas temperaturas.
Por último, e tudo somado, o FC Porto tem grandes possibilidades de se qualificar em primeiro lugar no grupo H, sobrando para Shakhtar Donetsk e Athletic de Bilbao a disputa do outro lugar de qualificação para os oitavos de final da maior prova de futebol da Europa. Nos jogos no Dragão, o FC Porto deverá mostrar o seu favoritismo; nos jogos fora, talvez o confronto mais complicado seja aquele em Bilbao. Porém, na Liga dos Campeões, não existem jogos fáceis, e, portanto, o FC Porto terá de dar o seu melhor para passar à fase seguinte. Esperemos que os Dragões consigam uma boa prestação, ao nível dos maiores feitos do clube, e que consigam elevar mais uma vez o nome do futebol português.
Na conferência de imprensa que antecedia o encontro frente ao Sunderland (relativo à segunda jornada, há cerca de uma semana), questionado sobre as hipóteses de o “seu” Manchester United poder conquistar a Premier League deste ano, Louis Van Gaal, num registo surpreendente, disse que seria preciso um milagre para que isso se verificasse.
Uma afirmação, no mínimo, polémica. Não só pelo passado recente da competição, que se pauta pela hegemonia dos red devils (venceram 13 ligas inglesas nas últimas 21 edições) e pelo peso histórico da camisola do Manchester United, mas também pelo dinheiro gasto nas contratações até então feitas – Luke Shaw chegou por 30 milhões de euros, Ander Herrera por 36 e Marcos Rojo por 16 –, pelo “desafogo” que constitui a ausência de jogos relativos às competições europeias (emocional e fisicamente sempre desgastantes), pela qualidade que já habitava em Old Trafford antes de o holandês assumir o comando técnico (Rooney, Van Persie e Juan Mata são os exemplos maiores) e por uma pré-época que fez sonhar os adeptos (o United venceu a International Champions Cup, onde se destacou a derrota imposta por 3-1 ao Real Madrid), que fazia antever um United em ruptura completa com aquele que se apresentou no ano passado.
É certo que o jogo inaugural, com o Swansea, tinha deixado péssimas indicações, com a equipa a apresentar-se completamente desprovida de personalidade, cometendo inúmeros erros, sobretudo nas transições ofensivas. Mas esse foi um problema que também assistiu, por exemplo, a Arsenal e Liverpool e que normalmente assola as equipas grandes, mormente aquelas que são submetidas a alterações tácticas significativas. O United encaixa-se neste padrão, e caso não se vencesse os compromissos seguintes, isso deveria ser encarado com relativa tranquilidade, até porque certamente os processos, semana após semana, deveriam ser adquiridos com maior ou menor dificuldade.
Para além disto, Van Gaal sabe como se pode relativizar os maus inícios de campeonato, porque ele próprio, enquanto comandante do Bayern Munique rumo ao topo da hierarquia do futebol europeu, teve dois começos de época desastrosos. O último originou o seu despedimento por divergências com Rummenigge, mas o primeiro foi apenas a tempestade antes de uma bonança generosíssima: uma Bundesliga e a final da Champions, perdida para o Inter de Mourinho.
O United ainda não melhorou os processos de jogo relativamente ao encontro com o Swansea e continua a praticar um futebol arrastado, desprovido de alegria e que parece sobreviver dos rasgos de genialidade de Wayne Rooney, ao mesmo tempo que grita por outro agitador. Não o teve em Di María (que chegou, entretanto, por 70 milhões) no jogo com o Burnley…
…ainda. Porque o argentino tem um poder: o de criar o caos na tranquilidade táctica imposta pelos contrários, de virar qualquer jogo “amorfo” num festival de bom futebol, arrastando a equipa consigo, sobretudo se partir do meio, lugar que Van Gaal aparentemente lhe reservou.
Se não for ele, será Juan Mata, vindo do meio ou da ala, a trazer consigo o meio-campo ao encontro de uma frente de ataque que terá dois dos melhores avançados do mundo, Wayne Rooney e… Radamel Falcao.
Será Falcao o ‘milagre’ de Van Gaal? Fonte: Getty Images
Assim, num 3x1x4x2, com Mata e Dí Maria a transportar e a agitar o jogo (poderão perfeitamente “furar” pelo meio, ou dirigir-se às alas procurando o jogo aéreo dos seus companheiros), para aquela que será, teoricamente, uma das melhores duplas de ataque deste século (Rooney atrás de Falcao) e com o auxílio de alas rápidos (Ashley Young e talvez Luke Shaw possam desempenhar esse papel), não será preciso um milagre para que o United marque muitos golos de forma regular.
Ora, o objectivo do futebol é esse mesmo. E quantos mais se marcarem mais hipóteses se tem de ganhar. Posto isto, teoricamente é facilmente concebível que o United possa vir a vencer muitos encontros. Vencendo-os, torna-se possível, de facto, vencer a Premier League… sem ser preciso milagres.
Poderá alegar-se falta de sinergia e entrosamento, tal como se verificou com o Chelsea no ano passado (conforme afirmei no meu espaço de opinião do Bola na Rede, em Maio último), completamente sem critério no seu processo ofensivo, mas os blues não tinham a qualidade de que dispõe o United.
Entendo que Van Gaal queria sacudir a pressão que tem sobre os seus ombros para os dos colegas, mas, perante uma declaração tão descabida, não creio que tenha saído a ganhar no pontapé de saída dos mind games 2014/2015 da Premier League e acredito que, se lhe perguntarem sobre as hipóteses dos red devils, a sua resposta será diferente (Falcao ou Angel Di Maria podem ser os seus “milagres”. O United só não será candidato ao título por incompetência técnica – do treinador ou de dois ou mais jogadores decisivos).
Vencê-lo é outra história, mas o treinador de um candidato a um título jamais conceberá como miraculosa a sua conquista… a menos que queira ter a legitimidade (no seu estranho mundo) de se auto-proclamar “santo”.
Domingo, final de tarde, dia de dérbi. Benfica e Sporting, sempre um jogo que nos prende. Onde os nossos amigos estão do outro lado da barricada, onde as emoções estão ao rubro. E no início do campeonato ainda mais apetecível se torna. Benfica e Sporting encontravam-se na Luz numa fase onde ambas as equipas ainda não se encontraram. O Benfica tinha vencido os dois primeiros jogos mas mostrava ainda precisar de reforços. O Sporting também ainda procurava a melhor forma.
O jogo começou mexido. Slimani, Talisca e Luisão animaram as bancadas como se de um aviso se tratasse para o que aí vinha. Minuto 12, jogada fantástica de equipa entre Salvio, Maxi e Enzo, acaba em Gaitan a rematar, e o primeiro estava feito. Patrício ainda toca mas não conseguiu travar. Estava feito o mais difícil, e era o Benfica que estava melhor. O golo fez bem à equipa. O Sporting tentou reagir, teve em Carrillo o mais mexido, mas se há alguém a quem os adeptos do Sporting devem agradecer não é a um jogador do Sporting. Eliseu atrasa para Artur, este, pressionado por Carrilo, tenta pontapear a bola, mas esta acaba por bater em Carrillo e sobrar para Slimani, que só tinha de encostar. Sete anos depois, o Sporting marcava na Luz. Erro de Artur, que poderia ter feito bem melhor. O guarda-redes gelou as bancadas na Luz, e o fantasma da pré-época voltava a pairar. O golo fez bem à equipa do Sporting, que esteve melhor na primeira parte. E depois daquele erro, todos os lances em direcção à baliza de Artur eram sinónimo de calafrios nas bancadas. Um canto, um atraso, um cruzamento bastava para colocar todos os adeptos benfiquistas nervosos. Artur ainda teve outro lance em que saiu e falhou a bola, mas Sarr não chegou a tempo de desviar, e o jogo foi empatado para o intervalo. Um resultado que se aceita face ao que se viu no relvado. O Benfica até entrou bem, mas o golo sofrido tirou o ânimo à equipa e motivou o Sporting.
O erro de Artur Fonte: Zerozero/Carlos Alberto Costa
O intervalo só fez bem aos encarnados, que entraram pressionantes. Por várias vezes a baliza de Rui Patrício foi ameaçada mas sem efeitos prácticos. O Sporting parecia não se ter encontrado ainda no jogo mas não tardou a equilibrar a partida. Seria esta a toada do jogo. Apesar de algumas oportunidades para ambas as equipas, acabou por ser um jogo morno. O empate aceita-se num jogo que mostrou claramente que as duas equipas ainda procuram a melhor forma. Ainda há um longo caminho pela frente, principalmente para o Sporting, que mostrou iniciativa, teve bola, mas nem sempre soube o que fazer com ela.
A Figura:
Nico Gaitán – Sempre uma flecha apontada à baliza de Rui Patrício. Marcou o golo, tinha sempre iniciativa. Das peças fundamentais deste Benfica e que todos esperamos que não saia.
O Fora de jogo:
Artur –Arrisco-me a dizer que voltámos aos tempos de Roberto. Cada lance de bola parada, cada cruzamento ou atraso mete os adeptos benfiquistas receosos. Verdade que teve dois lances em que salvou o Benfica e mostrou que entre os postes continua a ser bom. Mas a insegurança que transmite à equipa é notória e isso não favorece em nada o plantel. Não está na sua melhor forma e precisa de ser substituído. Veremos se Julio César é a melhor opção.
Anos passam, épocas dão-se por enterradas, títulos vão para o entretanto criado museu. Ainda assim, o espanto é muito quando, por vezes, alguém que me rodeia é elucidado em relação à minha preferência clubística. Como, quando, porquê Porto? Ser portista no meio de Lisboa nem sempre é fácil e, apesar de cada vez menos, é ainda algo incomum. Mas, acima de tudo, muito divertido.
A última palavra do primeiro parágrafo é essencial no desenvolvimento não só deste texto como também de todas as variantes de episódio com que me vejo confrontado. ‘Sou do Porto porque cresci com o Porto; cresci com o Porto a jogar e com o Porto a ganhar’, respondo. Para admiração de muitos.
Cresci com o Porto de Mourinho a apresentar-se à Europa enquanto se preparava para a conquistar, desde Costinha a correr em Old Trafford a Deco a brilhar na Champions ou Pedro Emanuel e o seu tão memorável voo no Japão. Cresci assim, no meio de vitórias. Por isto, por ser tão pouco comum um ano da minha vida terminar sem o Futebol Clube do Porto um troféu conquistar, cresci com o Porto a ganhar. Consequentemente, e claro entre outros factores, sou do Porto porque ganha.
No ‘Teatro dos Sonhos’, Costinha abraçou a realidade Fonte: Getty Images
Não tenho medo de o dizer. Porque teria? Vemos futebol para ganhar, para festejar. Eu escolhi os que mais me encantavam e que, simultânea e felizmente para mim naquele momento, eram também os que ganhavam. Escolhi o Porto que ganha e encanta.
‘Mas vives em Lisboa’, insistem. ‘Vivo, pois. Numa Lisboa de um Portugal sem fronteiras à qual chegou o Porto de 2003. E o de 2004. E por aí fora. Vivo numa Lisboa onde, pelo que o Porto é e os outros não, aprendi a amar o Porto. A ordem de trabalhos, a organização, o azul. Porto. Simplesmente Porto.’
O FC Porto arrancou a ferros a vitória por 3-0 frente ao Moreirense, esta noite, no Estádio do Dragão. O resultado folgado dos dragões é enganador face às dificuldades que os portistas sentiram para derrubar a muralha montada por Miguel Leal.
No onze inicial confirmaram-se as expetativas: Lopetegui é um treinador que potencia a rotação no plantel, o que levou às entradas de José Angel, Quaresma e Adrián López para os lugares de Alex Sandro, Rúben Neves e Herrera. As alterações no onze do Dragão levaram a que o jogo portista se desenvolvesse maioritariamente pelas faixas, com Brahimi e Oliver Torres a funcionarem como âncoras no jogo ofensivo azul e branco. Do lado do Moreirense, as coisas não começaram bem; a lesão de Bolívia logo aos três minutos levou o treinador Miguel Leal a colocar o experiente Vítor Gomes em campo. Ainda assim, a mexida em termos concretos não alterou em nada a estratégia do Moreirense: uma equipa a procurar jogar sempre em ritmo baixo e a tentar, sempre que o árbitro Bruno Esteves assim o permitia, o anti-jogo. Durante o primeiro tempo, o FC Porto nunca conseguiu derrubar a muralha defensiva da equipa de Moreira de Cónegos: Danilo e José Angel não se incorporaram da melhor forma na combinação com os extremos, enquanto Quaresma e Adrián López eram inconsequentes nos desequilíbrios pelas alas. Nos primeiros quarenta e cinco minutos, poucos foram os lances de real perigo junto das balizas de Marafona e Fabiano, pelo que o nulo era mais do que justo face ao que se tinha visto no relvado do Dragão.
No 1º golo portista, Brahimi confundiu a defensiva do Moreirense e ofereceu o golo a Oliver Fonte: maisfutebol.iol.pt
No segundo tempo, tal como se esperava, tudo mudou: o FC Porto entrou muito mais forte, mais pragmático e mais pressionante perante um Moreirense que continuava a não criar perigo e apenas à espera de que os minutos passassem. Brahimi e Óliver Torres entraram muito mais no jogo ofensivo, enquanto Adrián e Quaresma começaram a criar desequilíbrios na defensiva contrária. Ainda assim, o forte balanceamento portista teimava em não ter efeitos práticos, pois Jackson Martinez continuava muito sozinho na área adversária. Aos 62 minutos, e quando o Dragão já dava sinais de alguma impaciência, finalmente o “autocarro” verde e branco se desmoronou: Brahimi serpenteou a defensiva contrária e encontrou Oliver, que se limitou a empurrar para o 1-0. A partir do primeiro tiro no porta-aviões de Moreira de Cónegos, tudo se tornou mais simples. O FC Porto encontrou muitos mais espaços na defensiva contrária, e por isso não foi de estranhar que a equipa portista chegasse a mais golos, com Jackson como protagonista em duas ocasiões. Na primeira tentativa, o colombiano aproveitou o lance de Oliver e o erro de Marafona para faturar; na segunda vez, e depois de Quintero falhar uma grande penalidade, o avançado aproveitou a assistência de Adrián para fechar em 3-0 uma vitória suada perante um Moreirense muito defensivo.
A Figura
Brahimi/Jackson Martínez – Num jogo como o de esta noite, era impossível não optar por duas figuras em vez de uma. O argelino e o colombiano foram sempre os mais expeditos no ataque à baliza de Marafona, revelando-se decisivos para a vitória portista, com Jackson inclusive a bisar na partida.
O Fora-de-Jogo
Casemiro – A excelente exibição frente ao Lille não fazia esperar um jogo tão pobre do brasileiro esta noite. Usou e abusou do passe longo e acabou por ser surpreendido algumas vezes pelos médios do Moreirense.
Numa semana em que entrámos na fase de grupos Liga dos Campeões e tivemos um sorteio que nos sorriu (coisa muito rara, diga-se) e em que gozamos do facto de sermos um dos líderes do campeonato (ainda que só se tenham disputado duas jornadas); numa altura em que temos um registo de 6 golos marcados e 0 sofridos em jogos oficiais com base num futebol em construção, já muito perfumado, com uma posse e circulação de bola de fazer inveja a muitos e uma equipa que apresenta soluções, pergunto-me: o que querem os ditos adeptos portistas que em todos os jogos teimam em, a dada altura, assobiar o conjunto azul-e-branco? Vamos por partes.
Porquê? Por termos mais de 70% de posse de bola, um jogo assente na paciência e na circulação da “redondinha” e esperarmos que a teia defensiva da outra equipa se desmonte e assim possamos criar perigo? Relembro que Guardiola ainda há bem pouco tempo disse ser “impossível fazer um ataque bem organizado sem uma sequência de 14/15 passes”. Ter a bola em Maicon–Fabiano-Indi tem sido tão seguro como a ter nos pés de Brahimi–Óliver–Jackson. Os adeptos têm de perceber que a matriz do jogo dos dragões assenta na certeza de não errar, antes de se querer “chutar para a frente e esperar que Jackson resolva”, como acontecia muito no ano anterior. Se os adeptos de Bayern, Barcelona, Arsenal ou Chelsea assobiassem cada vez que a bola está a ser pacientemente trocada na defesa (não confundir “pacientemente” com “passivamente”), então os estádios estavam quase 90 minutos sob um coro de assobios.
Para quem? No jogo fora com o Lille ouvi assobios logo no primeiro tempo vindos da pequena fracção de adeptos portistas que foram “apoiar” a nossa equipa. Tinham decorrido vinte e poucos minutos e os dragões tinham cerca de 75% de posse de bola na altura. Seria esta uma contestação ao treinador pelo seu estilo de jogo? A verdade é que ganhámos, ganhámos bem e num campo difícil. No jogo da segunda mão, com a vitória assegurada e com a certeza de que Quaresma ou Quintero iam entrar (estiveram todo o segundo tempo a aquecer), eis que surge um contratempo e Casemiro (até então o melhor em campo, a par de Brahimi) pede para sair devido a dores musculares. Como é lógico, esperava-se ver sair o argelino para a ovação, mas Lopetegui teve de optar por um jogador de características mais defensivas dadas as circunstâncias. A opção recaiu em Ricardo (confesso que pensei que iria entrar para defesa direito e Danilo subiria para o “miolo”), jovem que sempre deu tudo em campo e que completava ali mais um sonho: a estreia na liga milionária. Em vez de aplaudirem a enorme exibição de Casemiro e darem força ao jovem que em menos de dois minutos saltou do banco, aqueceu, despiu o fato-de-treino e entrou, os adeptos preocuparam-se em assobiar o facto de RQ7 não ter entrado em campo… Nesse caso, os assobios foram sem dúvida para o treinador Julen Lopetegui. Acho um erro e uma estupidez (desculpem-me a agressividade da palavra) assobiar um treinador que transformou o Porto em pouquíssimo tempo. Relembro que Van Gaal, por exemplo, tem a mesma missão em Manchester… Penso não ser preciso falar sobre isso. O trabalho de Lopetegui até agora tem sido fantástico. Não merece os assobios que (já) ouviu.
O que pretendem? Agora é a vez de ser o leitor a responder-me, porque não consigo, de todo, entender o que pretendem estes ditos “adeptos” com as tamanhas assobiadelas (que começaram no jogo de apresentação, quando ainda se jogava a “feijões”…). Acham que o treinador vai ceder à pressão? Acham que deve tentar agradar ao adepto e com isso preterir todo um trabalho que esse mesmo adepto não vê, feito em laboratório durante toda a semana para aquele jogo específico? Os adeptos têm de perceber que o plantel tem 25/26 jogadores e que apenas 18 são convocados para o jogo, sendo que 11 são titulares e podem entrar mais 3, se o treinador assim o entender. Não pode haver um jogador mais que seja mais do que os outros. Que os adeptos tenham um carinho especial por Quaresma, isso é perfeitamente normal. Eu também tenho. Aquela magia, aqueles dribles e aquela imprevisibilidade fazem dele um jogador apetecível ao olho de qualquer adepto. Mas o treinador, aquele senhor que escolhe os tais 18 de 25/26, põe 11 de início e escolhe mais 3 (se quiser…), tem uma visão global: olha para o jogo da equipa e não para um jogador. Quaresma é um jogador da equipa e se quer jogar tem de ser, acima de tudo, um jogador para a equipa. Apresentou-se numa forma fantástica neste início de época, com o peso ideal e com vontade de ajudar em tarefas defensivas. Mas a sua frescura física já não é a de antigamente, e o “sangue novo” trazido por Lopetegui veio tornar ainda mais óbvio aquilo que vaticinei num texto anterior: Quaresma está destinado a ser o suplente de luxo, um abre-latas para os últimos 15/20 minutos dos jogos mais complicados; titular em jogos onde os adversários jogam com linhas baixas e atacam pouco e uma possível escolha para confrontos onde a experiência pode ser fundamental (um derby num momento menos bom da equipa, por exemplo).
Quaresma tem de ser um jogador de equipa Fonte: Zerozero/ Catarina Morais
Quaresma só tem de fazer o seu trabalhinho como tem feito e esperar que o treinador veja nele aquilo que o adepto. “Deixem de fazer filmes”, como o próprio diz. Já chega a comunicação social querer arranjar problemas onde eles não existem, não vale a pena que o adepto “ajude à festa”, por favor. Assim me despeço, na esperança de que amanhã, diante do Moreirense, possamos ouvir aplausos e não assobios.
P.S.: Parece-me que amanhã poderá ser um bom jogo para o “ciganito” ser titular, na sequência do que escrevi mais acima. Cabe ao treinador escolher 2 em 4 (Óliver, Brahimi, Quaresma ou Ricardo), e respeitarei a escolha do meu treinador, independentemente de quem jogue. Se já temos tanta coisa e tantos contra nós, não podemos permitir tiros nos próprios pés. Somos Porto!
Espectacular! É o adjectivo mais correcto para descrever o que aconteceu na 6ª etapa. Quando se junta tanto talento numa subida de 4.6 kms com pendente média de mais de 7% e com rampas que atingem os 13% está tudo reunido para ser uma etapa memorável. Já se sabia que esta Vuelta tinha um elenco fantástico e estavamos todos ansiosos para que aparecesse a primeira montanha para ver quem iria estar à altura. As expectivativas eram grandes, mas, felizmente, foram todas correspondidas. A chegada a La Zubia mostrou-nos que a Vuelta vai, de facto, ser a prova de três semanas mais disputada do ano. Contador, Froome, Quintana, Rodriguez e Valverde formaram um grupo de luxo, como há muito não se via. E que corrida fizeram eles! Atacando-se mutuamente e impondo ritmos avassaladores, transformaram o último quilómetro da etapa em algo delicioso, que não esqueceremos tão cedo.
Tudo começou com Valverde. Colocou-se na cabeça do pelotão para ajudar o seu companheiro de equipa Nairo Quintana, impondo um ritmo que destruiu as pernas de practicamente toda a concorrência. Um a um, todos iam cedendo. E não estamos a falar de uns ciclistas quaisquer, estamos a falar de Aru, Kelderman, Gesink, Tem Dam, Nieve, Chaves Rubio, Samuel Sánchez… Acabaram todos por ser eliminados pelo ritmo do “velhote” Valverde. Restou, portanto, o quinteto de luxo. Aqueles que à partida seriam os maiores favoritos para a conquista da roja. Estavam lá todos e ninguém desiludiu. Estava o mundo do ciclismo a elogiar o trabalho e a humildade de Valverde quando Purito Rodriguez atacou para a vitória na etapa. Então aconteceu o impensável. Estávamos todos prontos para ver o Valverde a deixar-se ficar – afinal de contas, ele só estava a trabalhar para o seu novo líder e o seu trabalho estava feito (e de que maneira!) -, mas foi precisamente Valverde o primeiro a responder e a ir na roda do seu compatriota da Katusha. Aí começou a loucura generalizada! Valverde não deixou Rodriguez fugir, Froome começou a chegar-se à frente, Contador não deixou Froome fugir e, quando demos conta, foi precisamente Nairo Quintana a ficar um pouco para trás numa etapa de pernas para o ar. E que bom é quando isso acontece! Quintana não esteve à altura do trabalho do seu companheiro e Valverde teve de improvisar. E que belo improviso! Valverde disparou para a vitória na etapa e tudo terminou com o espanhol a cruzar a meta de peito ao vento.
Depois de uma prestação notável, Alejandro Valverde é o novo líder da classificação geral Fonte: businessinsider.com
Quem viu a etapa não se esquecerá tão cedo, mas há uma pessoa que não deve ter gostado muito do que aconteceu. Aquele que à partida era o favorito nº1 na casa das apostas: Nairo Quintana. Não só viu os seus concorrentes directos a deixá-lo para trás como viu a dúvida em relação a quem é, afinal, o líder da Movistar voltar à discussão diária. Valverde tinha renovado o contrato por mais dois anos na véspera da etapa e, apesar de ter dito que Quintana era o líder e de ter mostrado humildade suficiente para trabalhar para ele, Valverde deixou que a estrada mostrasse quem está mais forte e conquistou a roja por direito próprio e com muito mérito. A bola agora está do lado de Quintana e ele deve querer mostrar, já na próxima oportunidade, que tudo não passou de um momento mau. Mas irá ele atacar o seu colega que veste agora a camisola da liderança? A verdade é que o colombiano ficou agora um pouco preso de movimentos. Mal posso esperar para ver o que irá acontecer nas próximas montanhas!
Quem sorri amplamente com isto tudo é o director desportivo da Movistar, que fica com dois líderes, e também todo o público no geral, que vê assim ainda mais fogo nesta fogueira que já tinha Froome, Contador e Rodriguez como incendiários de luxo. Pessoalmente, fico muito contante com esta disputa nova na Vuelta. Eu já tinha previsto que, depois daquilo que aconteceu no Tour, Valverde quereria redimir-se. Felizmente tinha razão. Valverde está de volta!
O Inter, tal como o rival AC Milan, anda há vários anos longe da luta pelo título na Serie A. Nas últimas temporadas os nerazurri têm apresentado plantéis bastante fracos – uma consequência do período de menor fulgor financeiro que atravessam – e os resultados não têm honrado a grandeza do clube. Contudo, as contratações para esta época aumentaram bastante o nível do elenco, sendo de esperar que a equipa milanesa consiga ficar nos lugares cimeiros (pedir o título é demasiado).
Depois do excelente trabalho no Nápoles, Walter Mazzari teve uma época de estreia bastante satisfatória. Para além do quinto lugar, que valeu o regresso às competições europeias, o técnico italiano, sempre fiel ao esquema de três centrais, conseguiu criar uma base forte, potenciando jovens como Juan, Kovacic ou Icardi. As expectativas para esta temporada são naturalmente mais elevadas. À equipa da época passada, que ainda tem bastante margem de progressão, juntaram-se alguns reforços sonantes, que chegaram a Milão para dar maior qualidade e profundidade a um plantel que precisava de ser melhorado.
A poucos dias do fecho do mercado de transferências, a principal lacuna do plantel do Inter é a posição de médio ofensivo. Com a saída dos argentinos Rubén Botta e Ricky Álvarez (de partida para o Sunderland) e do italo-argentino Schelotto os nerazurri não têm jogadores desequilibradores para actuar no último terço do terreno. De resto, a abordagem ao mercado foi excelente (para ser perfeita só falta Giovinco, que é uma aquisição mais complicada) e dá a Walter Mazzarri condições para realizar uma temporada positiva. Vidic, que passou por alguns problemas físicos nas últimas épocas, tem ainda muito para dar no futebol italiano e será o patrão da defesa; Gary Medel é uma opção de qualidade para actuar como central ou no meio campo (atitude não lhe falta); M’Vila, que até se mudar para a Rússia era um dos melhores médios defensivos do futebol europeu, é uma grande aquisição e pode “renascer” em Milão; Dodô, emprestado pela Roma, tem as características ideais para ocupar o flanco esquerdo; Pablo Osvaldo é uma incógnita, mas se tiver a cabeça no lugar não há dúvidas de que vai ser uma mais valia para a equipa.
Walter Mazzarri tem a responsabilidade de levar o Inter de volta ao topo Fonte: football.fr
O onze de Mazzarri está praticamente definido. Handanovic, guarda-redes de grande qualidade, tem o lugar assegurado na baliza; o trio de centrais é composto por Juan, que evoluiu bastante na época passada (tem apenas 23 anos), Ranocchia e Vidic, que dará maior experiência ao sector; as alas serão ocupadas por Jonathan e Dodô (um dos destaques neste início de temporada), dois laterais claramente mais fortes no plano ofensivo. No meio campo M’Vila será indiscutível, sendo provável que Kovacic (um grande talento, mas esperava-se que estivesse noutro patamar de afirmação) ganhe o lugar ao seu lado. Hernanes deverá jogar na segunda linha do meio campo, mais próximo da dupla argentina constituída por Palacio, peça-chave para Mazzarri, e o espectacular Mauro Icardi, que será a referência ofensiva da equipa. No banco há boas opções, como Nagatomo, Guarín (que ainda pode sair), Medel, Osvaldo ou Kuzmanovic. Em suma, o Inter tem, ao contrário de outras épocas, um óptimo treinador e um plantel bastante homogéneo, o que deixa antever uma temporada com resultados mais adequados ao estatuto do clube.
28 de Agosto de 2014, um dia para a história, uma página dourada na história do Rio Ave, uma história para Pedro Martins, jogadores e adeptos contarem aos netos. Para o Rio Ave era dos jogos mais importantes, talvez o mais importante da sua história. Em jogo estava uma entrada para a fase de grupos da Liga Europa, estava um milhão e 300 euros, que ajudam no orçamento deste clube.
A desvantagem de 2-1 era perfeitamente possível de ser desfeita. Na Suécia, o Rio Ave tinha mostrado argumentos para lutar contra esta equipa do Elfsborg. Pedro Martins apostou tudo, e desde cedo o Rio Ave fez o que devia: atacar, procurar o tão desejado golo. O Elfsborg geriu a vantagem. Não se aventurou muito no ataque, tentando controlar a partida e aproveitar espaços que o Rio Ave dava. Esta foi sempre a imagem do jogo. Um Rio Ave que queria o golo frente a um Elfsborg que tentava controlar o adversário.
O nulo continuava ao intervalo. Faltava aquele último toque, aquele último passe para o tão desejado golo. A tendência manteve-se na segunda parte. Rio Ave mais perigoso, mas faltava sempre algo. O Elfsborg equilibrou a partida, subiu no terreno, mas pouco fez para alcançar o golo. A única situação mais perigosa foi uma bola ao poste aos 55 minutos. Era o Rio Ave que continuava a dominar. Pedro Martins arriscava tudo, mas o tempo ia passando e o golo não aparecia. O guarda-redes defendia, a bola ia para fora e o jogo caminhava para o fim. O sonho dos vila-condenses ia acabar ali, de forma inglória, a apenas um golo da qualificação.O futebol não é um desporto justo, mas por vezes premeia quem se esforça. Ao minuto 92, Cássio, para evitar o canto, agarrou na bola e atirou-a lá para a frente. O esférico bateu num jogador sueco, e Esmael aparece isolado frente ao guarda-redes, a derradeira oportunidade de continuar a fazer história, mas a bola bate mal no pé dele e o avançado falha o remate. Mas este é, provavelmente, o falhanço mais feliz da carreira de Esmael. A bola continuou a rolar, caminhando aos poucos para a baliza, caminhando para a glória e para um lugar na história. E o Estádio dos Arcos quase foi abaixo. Um estádio demasiado pequeno para a alegria que ali se viveu. Adeptos aos saltos, jogadores aos saltos, suecos no chão, incrédulos. O sonho estava concretizado. Agora já não escapava.
Era uma noite para a história. Um triunfo justíssimo. Em 180 minutos, só em 45 minutos o Elfsborg foi superior. Um grande jogo do Rio Ave, que lutou, acreditou e foi recompensado. Esta equipa pode não ter experiência na Europa, mas tem a entrega e a raça. Uma equipa bem treinada por Pedro Martins, que já tem identidade e será dos conjuntos a acompanhar esta temporada. Um prémio justo para o clube e direcção. Um clube organizado, que sabe o que quer e que não dá passos maiores do que as pernas. Quando se trabalha assim, a recompensa aparece, como aconteceu naquela noite.
Agora é aproveitar o momento e tentar fazer uma gracinha, pois o grupo assim o permite. Dinamo Kiev será o adversário mais forte, mas Steaua de Bucareste e Aalborg são equipas perfeitamente ao alcance do Rio Ave, se continuar com esta raça.
A figura
Esmael – Todos os elementos da equipa mereciam estar aqui, pelos guerreiros que foram, mas Esmael entrou para a história do clube ao apontar o golo decisivo.
O fora-de-jogo
Elfsborg – Jogaram sempre na expectativa, jogaram com o resultado e nunca arriscaram a procurar o golo que desse a tranquilidade necessária. A coisa correu mal. Além disso, nunca foram superiores ao Rio Ave nos dois jogos. Fizeram pouco para quem dizia que os vila-condenses eram a equipa mais fácil.