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Jogadores que Admiro #12 – David Beckham

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Inglaterra 1 Grécia 2. Dia 6 de Outubro de 2001, jogava-se, em Old Trafford, uma partida decisiva para o futebol Inglês. A Inglaterra precisava de, pelo menos, um empate frente à Grécia de forma a garantir o apuramento para o Campeonato do Mundo de 2002. Mas, já depois dos 90 minutos, estava a perder.

David Beckham teve sempre de lutar contra a falta de inteligência e contra o preconceito. Não dele, mas de quem procurou na fama uma arma para o fazer ter de provar o seu valor como se as suas qualidades assim não o fizessem. Lutou dentro de campo, claro, mas lutou em inúmeros territórios extra futebolísticos em que os seus adversários usaram estratégias desleais contra si. Talvez por isso ainda seja, hoje, questionado o seu nome quando dentro dos maiores que se viram no presente século.

A verdade é que o médio Inglês poderia ter facilitado a sua própria tarefa. Poderia ter abdicado da sua vaidade; das roupas caras que exibia; dos tiques de estrela que sempre teve; da ligação à moda e da relação com uma famosa. Mas, um pouco à semelhança de Cristiano Ronaldo, não o fez. Afinal, quando na comodidade da própria casa, todos dizemos que não devemos abdicar do que somos pelo que os outros pensam. Mas quando com uma câmara apontada à cara, quantos vamos persistir no que os outros julgam? Beckham persistiu.

Beckham bateu os dois cantos que, nos descontos, valeram a conquista da Champions ao Man United, frente ao Bayern Munique, em 1998. "Impossible is nothing", não é? / Fonte: o.canada.com/
Beckham bateu os dois cantos que, nos descontos, valeram a conquista da Champions ao Man United, frente ao Bayern Munique, em 1998 / Fonte: o.canada.com

Futebolisticamente foi sublime. Com precisão milimétrica no passe longo, com uma quase perfeição no passe curto, o melhor que alguma vez vi nos cantos, nos livres, nos cruzamentos.  Faltava-lhe intensidade para médio centro, digam. Velocidade para extremo, também. Mas pensem nos ídolos de Manchester e, sem ser o nosso Ronaldo, de quem se lembram? Poder-se-iam lembrar de Rooney, de Van Nistelrooy, de Scholes, de Ferdinand, de Giggs e de tantos, tantos outros que por lá brilharam, mas o nome em que mais de vós pensaram foi certamente o mesmo que fez, no dia 10 de Março de 2010, todos os presentes se levantarem para ovacionar o regresso de um dos seus maiores símbolos: David Beckham.

Pela sua carreira contou títulos em Inglaterra, em Espanha, nos Estados Unidos e em França. Resumidamente, em todos os sítios onde jogou excepto na Itália onde só esteve uns meses. Dez campeonatos, dez taças nacionais, uma Liga dos Campeões e uma Taça Intercontinental. Individualmente, é o 3º melhor assistente da Premier League (com 152 assistências) e foi considerado, entre muitas outras coisas, o melhor jogador do Real Madrid na época de 2005-2006. Por lá jogavam os modestos Zinedine Zidane, Raúl, Luís Figo e Ronaldo. Foi o responsável pela chegada do futebol a países que dele apenas conheciam o seu nome.

Beckham
David Beckam no seu ultimo clube, o PSG
Fonte: esportes.terra.com.br

Paralelamente participou em muitas campanhas publicitárias. Numa delas, da Adidas, citou um outro campeão: Muahmmad Ali.

“Impossível é apenas uma grande palavra espalhada por pequenos homens que consideram mais fácil viver no mundo de que eles têm desistido do que explorar o poder que têm para o mudar. Impossível não é facto, é opinião. Impossível é potencial. É temporário. Impossible is nothing.”

Foi talvez inspirado por palavras como estas que, naquela tarde de 2001, Beckham partiu para um livre a 30 metros da baliza e, com um arco que só dele se espera, deixou os críticos à procura de polémicas que abafassem a felicidade do povo Inglês que viu ali como o impossível é temporário. Ali, levou o tempo que Beckham decidiu. No fim, o comentador lá exclamou: “give that man a knighthood!”. Inglaterra 2 Grécia 2.

A garra dos Bulls

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cab nba

No desporto, como em tudo na vida, é preciso saber contornar todos os obstáculos que se possam atravessar no nosso caminho. E quanto mais complicadas forem as adversidades, maior será o proveito que retiraremos para o nosso futuro. Ficamos mais fortes e com uma muito maior capacidade para perceber como somos: seja para conseguir reconhecer cada ponto forte que possamos ter, como para arranjar métodos de autodefesa para os nossos pontos fracos mais expostos. E estes podem muito bem ser os ensinamentos que podemos retirar da equipa dos Chicago Bulls, desde que são treinados por Tom Thibodeau.

Desde 2010, altura em que Thibodeau substituiu Vinny Del Negro no comando técnico da equipa, os Bulls têm dado provas incríveis de sobrevivência e de uma capacidade notável para se conseguirem reinventar. Na primeira temporada do treinador de 56 anos, os Bulls apareciam como uma das grandes potências da Conferência Este: para além da evidente melhoria a nível defensivo, contavam com um Derrick Rose na plenitude das suas capacidades, que brilhava na liga norte-americana, sendo, inclusivamente, eleito o MVP mais novo de sempre de uma fase regular na NBA. Ora, foi sem surpresas que os Bulls acabaram por chegar à final da Conferência Este, perdendo apenas para os poderosos Miami Heat. No entanto, as boas indicações dadas na temporada de 2010/2011 deixavam antever uma nova época ainda mais forte e com maiores possibilidades de sucesso. E, de facto, o ano seguinte parecia estar destinado a ser coroado com sucesso para Rose e companhia, na NBA. Depois de uma fase regular quase imaculada (com um registo soberbo de 50–16), começariam os problemas que iriam devastar a equipa de Chicago. A grave lesão de Derrick Rose no joelho esquerdo deitou por terra as esperanças de uma equipa que já estava muito dependente do base norte-americano para todas as suas manobras táticas. Num ápice, tudo mudou. Completamente destroçados, os Bulls acabariam mesmo por cair na primeira eliminatória da fase decisiva da competição, frente aos banais 76ers (4-2), que tinham tido muitas dificuldades em se qualificarem.

Tom Thibodeau e Derrick Rose. Uma dupla que tarda em ser reeditada / Fonte: Thebullshow.com
Tom Thibodeau e Derrick Rose. Uma dupla que tarda em ser reeditada
Fonte: Thebullshow.com

Com o retorno de Rose incerto, Thibodeau teve de preparar uma equipa nova para atacar a temporada de 2012/2013. Assim, sem mexer muito no esquema tático alicerçado em Noah, Boozer e Deng, foi buscar o pequeno genial Nate Robinson para a posição de Base, que estava órfã de Rose e apenas tinha Kirk Hinrich. A época acabou por ser aceitável, com os Bulls a conseguirem alcançar as semi-finais da Conferência Este, novamente caindo aos pés dos Miami Heat de Lebron James. No entanto, com a eliminação vinha uma boa notícia: Derrick Rose estava recuperado e pronto a jogar. Sem restrições, completamente recuperado e pronto para fazer a pré-época. E este era o indício concreto de que esta seria a temporada derradeira para os Chicago Bulls se afirmarem de vez como um dos sérios candidatos à vitória final. Para isso, Thibodeau teve de se desfazer de Nate Robinson e apostou tudo no regresso de Derrick Rose e numa equipa coesa e pronta a jogar em função do jovem base de 25 anos. E isso só poderia deixar qualquer adepto dos Bulls entusiasmado com as possibilidades da equipa para esta temporada. Eu próprio, confesso, achei que, com Rose, estes Bulls poderiam ter chegado muito longe. O problema é que o infortúnio voltou a atravessar-se à frente da equipa de Tom Thibodeau. No dia 22 de novembro, frente aos Trail Blazers, Derrick Rose volta a lesionar-se gravemente. E, ironia das ironias, no outro joelho. Depois de recuperar do esquerdo, Rose lesiona-se no direito e despedaça os corações dos adeptos da equipa de Chicago. E é aqui que tudo se desmorona novamente. É complicado gerir um plantel com estas contantes derrocadas. E pareceu-me que, com a lesão de Rose, os Bulls, numa primeira fase, aparentaram deitar a toalha ao chão e desistir de lutar. Começaram a perder jogos atrás de jogos, e era óbvio que Thibodeau tinha de deixar de pensar no sucesso desta época e centrar atenções para o futuro. Começar a renovar a equipa, abrir algum espaço do seu salary cap para novos jogadores e limitar-se a cumprir o que faltava do campeonato com a dignidade possível. É com este propósito que, sem muito mais a ganhar, os Bulls acabaram por trocar Luol Deng para os Cavaliers. Era a resignação total. Perder Rose e depois despachar um dos poucos jogadores que conseguiam fazer a diferença era a confirmação pública de que, em Chicago, já se pensava na próxima temporada.

Mas eis que, senhoras e senhores, os Bulls surpreenderam tudo e todos e voltaram à carga. Discretamente, foram buscar o jovem D. J. Augustin, que tinha sido dispensado dos Raptors, para a posição de base, onde só estava, novamente, o veterano Kirk Hinrich, e integraram Mike Dunleavy Jr. no lugar que pertencia a Deng no cinco inicial. E os resultados estão a ser absolutamente surpreendentes: desde que Deng abandonou o plantel, os Bulls galvanizaram-se e estão com um diferenciador positivo de 8-3 e com possibilidades muito fortes de se qualificarem para os playoffs novamente. As ausências de Rose e Deng uniram ainda mais a equipa e agora estão muito mais sólidos. Permitam-me o paralelismo com os Raptors: também eles perderam a sua principal estrela recentemente (falo de Rudy Gay) e, incrivelmente, ficaram mais fortes e com melhores resultados. Um fenómeno interessante e que começa a ser recorrente na NBA.

Jimmy Butler, D.J. Augustin e Joakim Noah têm sido alguns dos destaques dos Bulls nesta temporada / Fonte: Chicagotribune.com
Jimmy Butler, D.J. Augustin e Joakim Noah têm-se destacado nesta temporada
Fonte: Chicagotribune.com

Quem anunciava a “morte” dos Bulls para esta temporada vai ter de esperar. Porque, está visto, esta é uma das equipas mais guerreiras da NBA e aquela que, por mais adversidades que se lhes atravessem, nunca vai deitar a toalha ao chão. E, agora, dá para ver bem as potencialidades que ainda há no plantel para este continuar a lutar. Mesmo com poucos argumentos, ainda há um poste incrível chamado Joakim Noah, que é o espelho da força e do espírito de equipa que os jogadores de Chicago têm. O guerreiro Noah é o protótipo ideal daquilo que é um jogador dos Bulls. E eu, sinceramente, espero que tão cedo não abandone o barco. Para além do francês, têm o já referido reforço D. J. Augustin, que entrou forte e trouxe mais qualidade e ideias ao processo ofensivo da equipa, que carecia de ideias. Depois ainda há Boozer, que é sempre um elemento com algum peso a nível defensivo, tal como o 6th man da equipa, Taj Gibson, que se encontra num momento de forma fantástico. Finalmente, convém não esquecer Mike Dunleavy Jr., que, apesar de não ser um elemento com uma capacidade defensiva aceitável, é um grande atirador e garante qualidade nos três pontos e nas movimentações ofensivas da equipa e Jimmy Butler por quem ninguém dava nada no ano de rookie e que agora é um dos elementos mais regulares da equipa.

Se estes argumentos chegam para continuar a sonhar? Não sei, é cedo para dizer. Mas este plantel tem provado a Tom Thibodeau que, pelo menos, há capacidade para lutar. O espírito de equipa está reforçadíssimo e, apesar de não haver muito talento individual, há, no plantel de Chicago, uma força de vontade enorme e um querer inacreditável que fazem qualquer adepto ficar otimista. Venham as adversidades que vierem, em Chicago, já nada pode assustar. O pior já passou. Agora, os Bulls estão prontos. E não temem ninguém.

Força, Rapazes!

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cab futsal

O Europeu de 2014 começa na próxima semana e as expetativas depositadas na seleção das quinas são extremamente altas.

Com vista à preparação para o Europeu, Portugal estagiou em Rio Maior, onde efetuou dois jogos frente à Turquia. Em ambos os jogos saiu vitorioso por, respetivamente, 8-3 e 6-1. Foram duas boas exibições, principalmente no segundo jogo no qual demonstrou mais qualidade e equilíbrio.

A lista de 15 jogadores convocados pelo selecionador Jorge Braz mostra consistência e maturidade. Para algumas pessoas a não inclusão de Marinho ou a inclusão de Cardinal foram claramente uma surpresa. Destes 15 jogadores só 14 irão à Bélgica.

O jogador excluído da convocatória foi o ala do Sporting, Paulinho. Percebe-se a não integração do ala devido ao elevado número de jogadores para a respetiva posição. Apesar de Paulinho ser um jogador bastante veloz, não discordo da escolha de Jorge Braz.

O selecionador nacional justificou a não convocatória de Marinho devido ao facto de ele não estar na melhor forma física e porque outros jogadores se apresentam com uma maior consistência e melhor fisicamente.

Relativamente à chamada de Cardinal, concordo a 100% visto ser um pivot completo, um verdadeiro artilheiro, um jogador com números impressionantes e possuidor de grande maturidade.

Recordo que na seleção, em 70 jogos, marcou 47 golos. Ao serviço do Rio Ave (equipa mediana) marcou cerca de 29 golos na fase regular, tendo sido o melhor marcador da época 2012/2013, apesar de ter estado lesionado grande parte da época. Atualmente encontra-se sem clube, daí a “polémica” na sua chamada.

www.futsalplanet.com
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Eis a lista de convocados:

Guarda-redes: André Sousa (AD Fundão), Cristiano (Sporting CP) e João Benedito (Sporting CP);

Fixos: Gonçalo (SL Benfica) e João Matos (Sporting CP):

Alas: Arnaldo (Nikkars), Bruno Coelho (SL Benfica), Pedro Cary (Sporting CP), Pedro Costa (Nagoya Oceans), Ricardinho (Inter Movistar) e Ricardo Fernandes (SL Benfica);

Pivôs: Cardinal, Joel Queirós (SL Benfica) e Leitão (Acqua & Sapone).

Relativamente aos guarda-redes, Portugal apresenta-se bastante forte, com João Benedito e Cristiano a surgirem como os principais candidatos ao lugar, sem querer tirar mérito ao bom guarda-redes do Fundão, que no passado fim-de-semana defendeu duas grandes penalidades frente ao Sporting, contribuindo para a qualificação da sua equipa.

O selecionador português afirmou que “Cristiano é excelente nas transições, tem muita competência, joga bem com os pés”, mas eu aposto na titularidade de João Benedito devido a toda a sua experiência e inqualificável qualidade.

Os dois jogadores para a posição de fixo têm enorme qualidade, experiência e maturidade. Ambos são jogadores agressivos (no bom sentido) e estão numa boa forma física.

A posição mais abundante – daí a saída de Paulinho do leque de escolhidos – é a de ala, com jogadores muito diferentes entre si, todavia de enorme capacidade.

Arnaldo é um jogador que transpira experiência e competência, tendo já representado Portugal por 171 vezes e apresentando-se como uma mais-valia para a nossa seleção. Bruno Coelho está em excelente forma ao serviço do Benfica, está motivado e tem um comportamento exemplar.

Pedro Carry é um jogador que cumpre a sua função com eficiência, defende bem e apresenta um remate colocado e forte.

Pedro Costa, jogador de 35 anos que atua no Nagoya Oceans do Japão, regressa à seleção passados 4 anos (renunciou à seleção em 2010). Apresenta-se extremamente motivado e joga de forma muito competente e inteligente. A sua experiência tanto a nível de seleção, como clubística, é um benefício para a equipa portuguesa.

Ricardinho é um jogador que dispensa apresentações. Está entre os melhores do Mundo, tem um talento invejável, altos níveis de maturidade, dá tranquilidade a qualquer treinador, sendo capaz de resolver qualquer jogo. Não terá sido por acaso que Jorge Braz afirmou que “o Ricardinho é o Cristiano Ronaldo do futsal”.

Ricardo Fernandes rumou esta época ao Benfica proveniente do Freixieiro e apresenta-se como mais uma solução para a posição de ala.

Relativamente aos três pivôs, são todos de altíssimo nível. Joel Queiroz é um jogador fora de série – em 134 jogos pela seleção marcou 103 golos, demonstrando a sua enorme veia goleadora. Leitão é um jogador muito forte no passe, tem alguma velocidade e defende relativamente bem. Como referi anteriormente, Cardinal é um jogador que admiro muito tanto pelas grandes exibições que fez ao serviço do Sporting, bem como pelas que protagonizou ao serviço do Rio Ave e da seleção – é um atleta com características únicas que julgo ser muito importante para a seleção neste Europeu.

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Os jogadores da seleção em preparação para o Europeu / Fonte: Radiopernes.pt

O UEFA Futsal Euro´2014 disputa-se de dia 28 de Janeiro a 8 de Fevereiro em Antuérpia, na Bélgica.

Quinta-feira, dia 30 de Janeiro, Portugal defronta a Holanda, equipa difícil, que irá usar as suas armas para anular o jogo da seleção portuguesa. No sábado, dia 1 de Fevereiro, Portugal defronta a Rússia. O jogo diante da Rússia é, sem dúvida alguma, o mais difícil da fase de grupos devido ao fortíssimo plantel de esse adversário que dispõe, bem como à qualidade individual dos seus jogadores.

Para passar à fase seguinte, Portugal tem de vencer obrigatoriamente a Holanda. Recordo que passam à próxima fase os 2 primeiros classificados do grupo, sendo que seria extremamente importante e motivador que Portugal obtivesse a 1ª posição. Por isso, frente à Rússia Portugal terá de apresentar o seu jogo ao mais alto nível e anular o jogo da equipa adversária.

Arbitragem portuguesa: Quo vadis?

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milnovezeroseis

Caro leitor,

O fim de semana , que hoje termina, foi sinónimo de polémica no mundo de futebol português. Pese embora tenha havido uma pausa no Campeonato para se disputar a derradeira jornada da Taça da Liga, competição encarada pelos clubes grandes como sendo descartável, os jogos realizados não fugiram à controvérsia, com Porto e Sporting no epicentro da questão.

À partida para o terceiro jogo da fase de grupos, os rivais encontravam-se em igualdade pontual. Contudo, graças a um golo de Varela, em posição irregular, no jogo da segunda jornada frente ao Penafiel, os dragões figuravam em primeiro, com mais um golo marcado. Ditam as regras da competição que, quando duas equipas estão ainda a disputar o apuramento, os jogos de ambas têm de começar à mesma hora. Ora, esta é a primeira razão pela qual os jogos de ontem estão envoltos de polémica.

A arbitragem portuguesa está, novamente, em voga, após os casos polémicos do Porto-Marítimo / Fonte: RTP
A arbitragem portuguesa está, novamente, em voga, após os casos polémicos do Porto-Marítimo / Fonte: RTP

O jogo do Dragão, com início marcado para as 20 horas e 45 minutos, começou com um atraso de cerca de 4 minutos. Propositadamente ou não, o certo é que esta é uma situação no mínimo estranha, e que deve ser devidamente investigada. Mais caricato ainda é o facto de o penalty a favor dos azuis e brancos ter sido assinalado após o término do Penafiel-Sporting. Não querendo, de nenhuma forma, entrar em suposições falaciosas creio apenas que era obrigação da equipa de arbitragem ter apressado a entrada em campo do clube da Invicta, assim como é, agora, dever do mesmo conjunto de árbitros explicar o que realmente se passou.

Todavia, a controvérsia não se restringe ao atraso de um jogo face ao outro. O lance do qual derivou o penalty contra o Marítimo é duvidoso. Há, indubitavelmente, um puxão do defesa maritimista mas resta saber se dentro ou fora da grande área. Certo é também que a repetição fornecida via televisão, dá a entender que Ghilas tropeça no jogador dos insulares.

De facto, o Sporting já está eliminado de duas das três competições em que se viu envolvido. Quer na Taça de Portugal quer na Taça da Liga, os leões sofreram repercussões de arbitragens danosas. Não é de admirar, portanto, que Bruno de Carvalho esteja a encetar esforços para mudar o futebol português, uma atitude que, apesar de vir do seio do clube leonino, tem uma abrangência e um objectivo geral. Recorde-se que uma das propostas prende-se com uma maior profissionalização dos árbitros. Este é um plano que, para um país que detém aquele que foi considerado o melhor árbitro do mundo – Pedro Proença, leia-se -, seria inquestionável. É hora de dar um maior grau de qualificação aos árbitros portugueses, de modo a que erros como os de Manuel Mota sejam evitados. Porque os visados são constantemente os mesmos.

Os desígnios da Taça “a que ninguém devia ligar”

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eternamocidade

Em abril de 2007, davam-se os primeiros passos na nova prova do futebol português: a Taça da Liga. Descrita pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional como uma prova inovadora, capaz de dar mais competição às equipas portuguesas. Como não podia deixar de ser, este foi um discurso para aparecer em jornais e tentar credibilizar uma prova que na minha opinião sempre esteve condenada.

De alterações em alterações, Vitória de Setúbal, Benfica (em quatro ocasiões) e Sp. Braga foram vencedores da prova que, ano após ano, foi cada vez mais parecendo o “parente pobre” do futebol em Portugal. Tudo porque, apesar das boas ideias, esta Taça nunca teve efeitos práticos, como a Taça de Portugal tem – o finalista fica com lugar garantido nas competições europeias da época seguinte.

Nesta Taça da Liga nada disso foi previsto nem planeado, pelo que, com exceção de alguns milhares de euros (no caso de equipas pequenas, naturalmente muito importantes), esta foi uma competição que nunca deu muito ao futebol nacional e que também por isso nunca recebeu muito de adeptos e clubes. Não é preciso ir muito longe para perceber que os 10.000 adeptos em Alvalade no jogo contra o Marítimo ou os 12.000 no Dragão no jogo contra o Penafiel são apenas exemplos do interesse do comum adepto na prova. Por parte das equipas, esta foi uma competição que, ao longo dos anos, apenas foi servindo para rodar jogadores ou, em outras palavras, para justificar em alguns casos o investimento que foi feito em alguns atletas.

Chegámos à edição 2013-2014 da Taça da Liga e em vez de se alterarem paradigmas incompreensíveis no regulamento, ainda se piorou a situação. Pelo que sei, o palco da final da prova ainda nem sequer está decidido, quando estamos apenas a dois meses desta acontecer. Por outro lado, não é preciso ser-se muito entendido em assuntos futebolísticos para se perceber que esta é uma prova construída para proteger os grandes, que em três partidas na fase de grupos, disputam duas em sua casa (excetuando o Sporting, por ter ficado em 7.º lugar na última época).

O Sp. Braga foi o último vencedor da Taça da Liga  tuttocalcioestero.it
O Sp. Braga foi o último vencedor da Taça da Liga
tuttocalcioestero.it

Depois, em relação aos critérios de desempate, a questão da “média de idades” é apenas mais uma acha para uma fogueira já demasiado acesa para a Liga. Parece-me, pois, mais do que óbvio que esta Taça da Liga é apenas um pretexto para Mário Figueiredo e seus assistentes encaixarem mais uns euros para a Liga.

A última jornada do Grupo B da Taça da Liga, realizada neste último sábado, foi apenas mais um capítulo desta história que parece não ter fim, apesar de todos já estarem fartos de ler o livro. Em Penafiel e no Dragão, separados por 40 km, discutia-se o acesso à meia-final da competição. Pelos pontos, diferença de golos ou até média de idades, tudo tinha de se resolver na última jornada. O Sporting venceu em Penafiel por 1-3 e, ao mesmo tempo, o FC Porto ia empatando 2-2 em casa frente ao Marítimo. Como as duas equipas estavam empatadas pontualmente à entrada para a última jornada, era o Sporting quem passava. Isto, claro, se as regras tivessem sido cumpridas. No Dragão, o jogo começou mais tarde e por isso, quando terminou a partida em Penafiel, começaram os descontos em casa do FC Porto.

Para mal dos pecados do Sporting, Igor Rossi, que já havia cometido uma grande penalidade (não assinalada) sobre Carlos Eduardo na segunda parte, decidiu fazer outra aos 93 minutos, desta vez sobre Ghilas. Mal o central maritimista sabia que aquele erro infantil custaria o empate à sua equipa, o apuramento ao FC Porto e, mais do que isso, mais uma panóplia de ações e reações contra regulamentos e desígnios deste corpo estranho que se chama Taça da Liga. Quando Leonardo Jardim e seus jogadores já estavam no balneário, Josué cobrou o castigo máximo e levou o FC Porto para as meias-finais da Taça da Liga. Bruno de Carvalho criticou o atraso no Dragão, Paulo Fonseca respondeu em tom altivo e exaltado ao presidente leonino.

No meio da confusão das palavras e das provocações mútuas, parece-me mais uma vez claro que no fim disto tudo quem fica mal é mais uma vez a Taça da Liga. Pelos regulamentos, pelos critérios e pelos “atrasos de vida” que esta competição parece dar às equipas nacionais. Afinal de contas, sete anos depois da sua criação, parece-me claro que esta é uma Taça “a que ninguém liga”. O resto é conversa fiada.

Euro 2014: França e Dinamarca na final

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cab andebol

Disputaram-se na 6ª feira os dois jogos das meias-finais do Campeonato da Europa de Andebol, que termina este domingo. A França e a anfitriã Dinamarca encontrar-se-ão na final, enquanto que a Espanha e a Croácia lutarão pelo bronze. Eis o que se passou em ambas as partidas:

 

França-Espanha (30-27):

A selecção espanhola começou algo nervosa e falhou 3 vezes em frente a Thierry Omeyer (29% de eficácia no jogo), ao passo que a França desde cedo se mostrou mais incisiva. O ponta direita francês Luc Abalo (melhor marcador da sua equipa com 8 golos em 11 tentativas, que correspondem a 73% de eficácia) entrou muito bem em campo, chegando rapidamente aos 3 golos. Nos primeiros 10 minutos a superioridade dos bleus foi evidente, traduzindo-se num resultado de 6-2 que levou Manolo Cardenas a pedir o time-out.

Porém, a Espanha continuou inoperante com a bola. Os ataques pareciam ser sempre feitos em esforço, tornando-se presa relativamente fácil para os franceses. O lateral-direito Jorge Maqueda (2/12, 17%) estava infeliz na finalização e personificava a fraca exibição espanhola, que apenas o pivot Julen Aguinagalde (5/6, 83%) parecia tentar contrariar. Lá atrás, as exibições dos guarda-redes também mostravam a superioridade francesa – que aos 15 minutos atingia os 50%, por oposição aos 18% de Espanha.

Mas se, até aos 20 minutos, a Espanha apenas tinha 6 golos (contra os 11 de França), no tempo restante da primeira parte o jogo mudou por completo. O lateral-esquerdo Joan Cañellas (10/12, 83%, 2º melhor marcador da prova com 42 golos e a apenas 2 do islandês Sigurdsson), que derivou várias vezes para central, estreou-se a marcar apenas aos 22 minutos, mas a partir daí assinaria uma exibição memorável. Pressentindo uma recuperação do adversário, Claude Onesta pediu o time-out, mas a Espanha fez um parcial de 3-0 e reduziu para 11-9. Era uma selecção espanhola de cara lavada, a arriscar um 4×2 atacante com Aguinagalde e Gedeón Guardiola como pivots. Aproveitando algumas falhas técnicas dos franceses, bem como as exclusões de Luka Karabatic e William Accambray, Cañellas fez o empate a 2 minutos do intervalo. Até lá, mais 2 golos do atleta do Hamburgo colocaram o marcador num 12-14 favorável aos espanhóis.

O jovem lateral Valentin Porte (7/8, 88%) marcou a abrir a segunda parte, pondo fim a quase 9 minutos sem golos da sua equipa. Luka Karabatic foi novamente excluído, mas Cañellas teve o mesmo destino poucos segundos depois. Nikola Karabatic (2/3, 67%), que fez um jogo discreto, aproveitou a nova igualdade numérica para empatar com um remate em suspensão. A França subiu de intensidade e voltou a estar por cima, passando de 15-16 para 18-16. Um dos momentos-chave do jogo aconteceu nesta altura, quando Nikola Karabatic e Daniel Narcisse (5/10, 50%) estavam excluídos e se abria de novo uma janela para a Espanha: Cañellas viu um golo de 7m ser-lhe negado pelo guardião suplente Cyril Dumoulin (ef. de 47%) e, em contra-ataque, Abalo não perdoou. Desta forma, os espanhóis não só não conseguiram aproveitar a dupla superioridade numérica como viram Aguinagalde ser excluído logo a seguir. Dumoulin voltou a estar em grande ao realizar uma dupla defesa, a remates de Raul Entrerríos (4/6, 67%) e Maqueda.

Cañellas empatou a 20 aos 43 minutos, numa altura menos conseguida do jogo em que Porte era quem mais se destacava. O francês apontou o melhor golo do jogo (24-23) aos 50 minutos, com uma rosca espectacular. A dupla de arbitragem cometeu nessa altura um erro importante, ao anular um golo a Aguinagalde que daria o empate. Até final, Luka Karabatic foi desqualificado (e já podia tê-lo sido antes) e Abalo foi quem mais apareceu. A um minuto do fim (29-27), a Espanha mudou para uma defesa em 4×2 e Victor Tomas (2/4, 50%) conseguiu ganhar a bola, mas entregou-a ao adversário. Vitória da França num grande espectáculo de andebol, com várias reviravoltas no marcador e com indefinição até final. A França estava assim confirmada como primeira finalista.

 

Abalo e Cañellas foram os melhores em campo
Abalo e Cañellas foram os melhores em campo / Fonte: Eurohandball.com

Destaques:

– pela positiva, Abalo (algo irregular, mas começou e acabou em alta), Porte (o futuro de França está assegurado) e Dumoulin (entrada que virou o jogo a favor da equipa) do lado francês; Cañellas (melhor em campo), Aguinagalde (movimentações difíceis para a defesa contrária, embora tenha perdido gás) e Entrerrios (sempre bastante sóbrio e competente) pelos espanhóis;

– pela negativa, Nikola Karabatic (importante na defesa, mas demasiado discreto para um dos melhores do mundo), Omeyer (após os primeiros minutos deixou de acertar) e Sorhaindo (se bem que a França não tenha jogado muito para o pivot, esperava-se mais) por parte dos vencedores; Maqueda (os números dizem tudo), Sierra (a equipa nunca pôde contar verdadeiramente com ele), Tomas (muito aquém do que tinha feito até aqui) e Guardiola (demasiado tempo em campo para tão pouca produção)

 

Dinamarca-Croácia (29-27):

O jogo começou com uma Dinamarca algo hesitante e uma Croácia bastante tranquila e eficaz no ataque, com o ponta-direita Ivan Cupic (3/6, 50%) e o central Domagoj Duvnjak (5/9, 56%) em plano de destaque. Do lado dinamarquês, o lateral-esquerdo Mikkel Hansen (2/6, 33%) era a peça em maior evidência, comandando o ataque e distribuindo jogo. Por volta do minuto 13, as exclusões de Zeljko Musa e Ivan Cupic deixaram a Croácia com menos duas unidades por vários instantes, mas Alilovic (6/30, 20%) parou o remate do ponta Hans Lindberg (1/2, 50%). Do outro lado, o guarda-redes Niklas Landin (15/42, 36%) mostrava o seu valor, dando depois azo a ataques onde as combinações entre Hansen e o ponta-esquerdo Anders Eggert (8/9, 89%) eram um dos pratos fortes.

O bloco dinamarquês começou a funcionar melhor, e Eggert empatou a 11 com uma das suas típicas roscas. O ponta do Flensburg falhou um livre de 7m pouco depois (o seu único remate falhado em todo o jogo), e foi excluído logo a seguir. Em vantagem numérica pela primeira vez, a Croácia chegou ao 11-12 por intermédio do ponta-esquerda Manuel Strlek (2/4, 50%), após bom trabalho do lateral Damir Bicanic (3/6, 50%). A Dinamarca mostrava algumas dificuldades e corria sempre atrás do prejuízo, com o lateral-direito Kasper Sondergaard (2/3, 67%) num plano algo discreto tanto a atacar como a defender. Do outro lado, o lateral-direito Marko Kopljar (6/11, 55%) colocava a Croácia novamente com uma vantagem de 2 golos com um bom remate cruzado. Até ao intervalo, destaque para o golo de Duvnjak sobre a buzina, colocando o resultado em 13-15 favorável à sua equipa.

O início da segunda parte revelar-se-ia determinante no resultado final: com os pivots Rene Toft Hansen (4/4, 100%) e Michael Knudsen de fora por exclusão, A Dinamarca encontrou-se momentaneamente a jogar com menos dois. No entanto, a Croácia não conseguiu marcar, muito graças a três fantásticas intervenções de Landin. Cupic falhou dois desses golos e ainda desperdiçou um livre de 7m (à barra), tendo dado o lugar a Zlatko Horvat (6/8, 75%). A Croácia podia ter ganho aqui uma vantagem de 3 ou 4 golos, mas em vez disso foi o reentrado Toft Hansen quem reduziu para a diferença mínima. Os croatas voltaram a não conseguir marcar, o pivot Igor Vori (1/2, 50%) foi excluído e a Dinamarca passou para a frente (16-15), graças ao lateral-direito Mads Christiansen (3/6, 50%). A Croácia apenas facturou ao fim de mais de 6 minutos, vendo-se em desvantagem num jogo que até então tinha controlado.

A equipa da casa parecia agora mais à vontade, com Hansen em evidência nas assistências. Perante alguma desorientação defensiva da Croácia, Eggert fez o 20-18 de 7m aos 40 minutos mas foi excluído pouco depois. Horvat e Kopljar iam mantendo a Croácia por perto no marcador, mas a Dinamarca tinha acertado na defesa e tapava-lhes os caminhos. Landin, com mais duas boas intervenções, impediu os croatas de se aproximarem e contribuiu para que o resultado fosse de 25-23 a 10 minutos do fim. O treinador Slavko Goluza quis arriscar e mudou a defesa para 3x2x1 mas, mesmo com menos um homem (exclusão do pivot Jesper Noddesbo (2/2, 100%)), a Dinamarca fez o 27-25 por intermédio do central Thomas Mogensen (2/3, 67%).

Até final, destaque para as duas defesas de Landin a remates de Strlek. A Croácia continuava a revelar dificuldades na finalização e começava a quebrar tanto física como animicamente, ainda que o guardião suplente Venio Losert, em campo nos minutos finais (3/8, 38%) tenha negado o golo a Hansen e adiado a decisão. Porém, na resposta, Kopljar permitiu nova defesa a Landin, apesar de parecer ter sido empurrado. Antes do final a Croácia ainda podia ter reduzido para apenas um golo de diferença, mas cometeu uma falha técnica que lhe foi fatal. Um golo para a Dinamarca fez o 29-26 e acabou com as dúvidas, tendo Horvat estabelecido o resultado final do encontro. Vitória da equipa favorita, ainda que a Croácia tenha dado boa réplica. O mau início de segunda parte dos croatas acabou por revelar-se decisivo.

 

Hansen e Horvat, dois jogadores em destaque
Hansen e Horvat, dois jogadores em destaque / Fonte: eurohandball.com

Destaques:

– pela positiva, Landin (intervenções decisivas em momentos-chave), Eggert (grande calma na transformação dos 7m e um perigo constante) e Hansen (foi baixando de produção e apenas fez 2 golos, mas é uma peça fundamental como provam as 10 assistências) do lado da equipa da casa; Duvnjak (mesmo muito marcado foi sempre dos mais perigosos), Horvat (desequilíbrio constante pela ponta-direita) e Kopljar (forte tanto a atacar como a defender);

– pela negativa, Lindberg (um único golo é curto para um ponta do seu nível) pela Dinamarca; Cupic (os 3 golos falhados em poucos minutos marcam o jogo), Alilovic (num jogo equilibrado a diferença passou muito pelas balizas…) e Vori (trabalha bem na luta, mas podia ter arriscado mais)

Let’s go Roger, let’s go!

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cab ténis

Confesso: esperava escrever este artigo com uma dispoisção totalmente diferente. Roger Federer acabou de levar “uma passagem” de Rafael Nadal, nas meias-finais do Austrália Open.

Podia ainda assim ter substituído no título a palavra Roger por Rafa, mas mais uma vez confesso: não sou capaz. A magia de Roger Federer é inigualável e se a minha admiração por ele resistiu ao fatídico ano de 2013, também é capaz de resistir a mais uma derrota clara frente ao rival espanhol.

Não somos só nós, os portugueses, que torcemos o nariz sempre que se fala de Espanha e de desporto. Certamente a Suíça também terá razões para não achar grande piada a “nuestros hermanos”. Em linguagem futebolística, e perdoem-me os meus amigos benfiquistas a comparação, Federer parece o Benfica de Jorge Jesus sempre que joga no Dragão: mostra medo e mostra não conseguir soltar o jogo de forma a lutar de igual para igual pela vitória.

Roger Federer – Australian Open 2014 http://i.telegraph.co.uk
Roger Federer – Australian Open 2014
Fonte: telegraph.co.uk

Há que dar claramente mérito ao espanhol, não só por ser um lutador nato e conseguir sempre renascer das cinzas mas por ter construído um jogo dificílimo de combater. Mais uma vez, o espanhol parece o Barcelona: nem sempre é mais bonito, mas é sempre o mais eficaz (e ele que até é um confesso adepto do Real Madrid).

Nadal vai agora encontrar o “patinho feio” da Suíça, Stanislas Wawrinka, que, com a raça de um espanhol e a esquerda de um suíço, alcançou com todo o mérito esta final. “Stamina” Wawrinka, por serem recorrentes os encontros com mais de três ou quatro horas, sente que chegou a sua altura. É merecido. Já aqui contei a história de que Stan deixou a mulher e o filho para se dedicar exclusivamente ao ténis. Só por isso já merece que a aventura lhe corra bem.

Voltando a Roger Federer; do alto dos seus 32 anos, voltou a surpreender tudo e todos. Quanto todos esperávamos um Roger pronto a atacar o título, eis que chega a Nadal e bloqueia. Ao longo das últimas semanas vimos um Federer acutilante, disponível fisicamente, que derrotou Tsonga em três set’s numa demonstração de força e de vontade, mas que caiu perante Rafa Nadal.

Federer está claramente no circuito por prazer. O tenista suíço já aprendeu a perder, já aprendeu a não ser o melhor, e como disse um colega meu, José Morgado, teve a humildade de ir buscar alguém como Stefan Edberg para trabalhar um estilo de jogo diferente. Federer é isto. É o embaixador por excelência do ténis, seja em 1º ou em 6º, seja a ganhar ou a perder. O nome do tenista suíço confunde-se facilmente com a classe que passeia em court.

Aos 32 anos, Roger Federer ainda faz falta ao ténis. Faz falta porque dos quatro mosqueteiros (Djokovic, Nadal, Murray e Federer) é o mais experiente, é aquele que proporciona a maior magia dentro do campo, mas é também aquele que, aos 32 anos, ainda não desistiu de sonhar e de lutar pelos poucos objectivos que ainda não alcançou.

Let’s Go, Roger, espero ver-te no Rio em 2016, a sair em beleza!

A actualidade do surf nacional e mundial

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cab Surf

O Capítulo Perfeito é a mais esperada competição que se realiza em Portugal por esta altura. Com um período de espera de várias semanas, a prova pode começar já este domingo, uma vez que se preveem excelentes condições para a realização da mesma. A partir de quinta-feira as ondas vão rondar os dois metros com vento offshore. Deste modo, se o vento não continuar forte como nos últimos dias, é provável que haja tubos perfeitos, oferecendo assim as condições perfeitas para a realização da prova.

Competidores do MOCHE Capitulo perfeito. Capituloperfeito.pt
Competidores do MOCHE Capitulo perfeito.
Fonte: Capituloperfeito.pt

A quatro dias de começar o período de espera Volcom Pipe Pro, os 122 atletas inscritos começam a preparar-se para tentar alcançar os 130.000 dólares, no terceiro WQS do ano. Preveem-se condições épicas em Pipeline, numa prova que vai dar oportunidade aos surfistas locais de competirem em Pipe, uma vez que não puderam entrar no enormíssimo Pipeline Masters no passado mês de Dezembro. Os havaianos que ficarem nos primeiros oito lugares estarão automaticamente no Pipe Masters de 2014.

MOCHE Winter Waves é mais uma competição que se realiza em Portugal. Não é um desafio que leve os surfistas a defrontarem-se directamente dentro de água, mas sim através de filmagens. Isto é, cada surfista pode candidatar-se à melhor onda do ano enviando em formato próprio o vídeo da sua onda. As ondas têm de corresponder ao inverno de 2013/2014, mais propriamente entre 25 de Novembro de 2013 e 25 de Março de 2014. Qualquer português que apresente uma onda em território nacional pode participar.

Miguel Blanco candidato ao Moche winter waves http://www.onfiresurfmag.com
Miguel Blanco candidato ao Moche winter waves
Fonte: onfiresurfmag.com

Havendo duas categorias (maior onda e melhor onda), os surfistas podem enviar mais do que uma “onda”. Dentro deste desafio já estão alguns dos mais conceituados surfistas portugueses, como Filipe Jervis, Ruben Gonzalez, Alex Botelho, Francisco Alves, Joao Kopke e Miguel Blanco.

FC Porto 3-2 Marítimo: pouca razão, muita emoção, apuramento garantido!

Pronúncia do Norte

O FC Porto alcançou hoje, quase miraculosamente, o apuramento para as meias-finais da Taça da Liga. No dia em que souberam da saída do capitão Lucho González para um qualquer clube milionário no Qatar, os dragões entraram em campo com a missão de vencer o Marítimo mas não dependiam apenas de si próprios para carimbar o passaporte. O Sporting, em igualdade pontual à partida para a última jornada da fase de grupos, jogava a poucos quilómetros de distância do Dragão, em Penafiel, e havia a hipótese de se qualificar no caso de conseguir assegurar uma maior diferença de golos ou um maior número de golos marcados do que os portistas. A verdade é que não estiveram muito longe disso.

O FC Porto apresentou aquele que é praticamente seu melhor onze – apenas com Fabiano na baliza em vez de Helton e Defour no lugar do recém-transferido El Comandante – e começou a mandar no jogo. O domínio não foi avassalador mas foi o suficiente para chegar à vantagem: Jackson adiantava a sua equipa no marcador por volta do minuto 20, enquanto Aldair fazia o mesmo em Penafiel.

No entanto, logo a seguir João Diogo gelou o Dragão, empatando para o Marítimo; e poucos minutos depois foi a vez de o capitão Artur pôr os maritimistas na liderança do marcador. O Marítimo defendeu sempre de forma bastante organizada e aproveitou o excessivo balanceamento ofensivo do FC Porto e a descoordenação da defesa portista para disferir dois contra-ataques mortais que culminaram em golo.

A partir daí, o FC Porto foi à procura da sua sorte, buscando o golo. A lesão de Fernando, ainda antes do intervalo, obrigou à entrada de Josué, determinante no final. A primeira parte terminou com a notícia do golo de Mané em Penafiel, que ditava o empate no Municipal 25 de Abril.

Jackson comemorando o primeiro golo com Defour  Fonte: zerozero.pt
Jackson comemorando o primeiro golo com Defour
Fonte: zerozero.pt

Na segunda parte, vimos muito coração e pouca cabeça; muita emoção e pouca razão. A pouco minutos do fim, estava ainda o FC Porto em desvantagem, já eu sabia que ia escrever isto. Independentemente do resultado. A equipa mostrou sempre muita atitude, muita garra, muito esforço, muito empenho, muita vontade de vencer. Por outro lado, raramente conseguiu a fluidez que se exigia num momento em que era fundamental marcar. O anti-jogo do Marítimo, a boa organização colectiva dos insulares e um árbitro muito imaturo iam contribuindo para a falta de ritmo do jogo.

Paulo Fonseca lançou “a carne toda no assador”: tirou Defour, o trinco depois da saída de Fernando, para lançar Ghilas e ganhar presença na área e, a cerca de vinte minutos do fim, substituiu o capitão Maicon por Quintero, jogando com apenas um central e fazendo recuar Josué para lançar os contra-ataques desde trás.

O golo do FC Porto acabou por surgir apenas aos 85 minutos – Carlos Eduardo marcou de cabeça na sequência de um canto. A partir daí, sucederam-se algumas oportunidades e, já nos descontos, Ghilas acabou por ser derrubado e ganhou um penalty (não tão claro quanto o do lance em que Carlos Eduardo foi abalroado e que originou uma caricata bola ao solo na área do Marítimo). Josué não tremeu. O guarda-redes ainda adivinhou o lado, mas a bola estava lá dentro. O jovem formado no clube foi festejar com os incansáveis Super Dragões, enquanto Paulo Fonseca gritava para dentro de campo pedindo mais um golo e Antero o avisava de que a passagem estava assegurada. O jogo terminou com a festa azul e branca.

Josué "abençoado" por Quaresma antes do penalty  Fonte: zerozero.pt
Josué “abençoado” por Quaresma antes do penalty
Fonte: zerozero.pt

Vale a pena fazer uma análise individual aos atletas do FC Porto no jogo desta noite:

Fabiano – o gigante guardião brasileiro sofreu golos pela primeira vez esta temporada na primeira equipa mas não teve culpa em nenhum deles.
Maicon/Mangala – tiveram algumas culpas nos golos – Mangala deixa João Diogo em jogo no primeiro golo e Maicon falha a intercepção no segundo – mas revelaram grande atitude ao longo de toda a partida.
Danilo – é incrível o desacerto do brasileiro ao nível do passe. Hoje deve ter tido mais passes falhados do que acertados. Esteve muito longe do que já conseguiu produzir esta época.
Alex Sandro – ambos os golos sofridos foram pelo corredor esquerdo e revelou uma apatia gritante no primeiro. Todavia, envolveu-se bem no ataque e mostrou uma grande atitude.
Josué – excelente entrada em jogo: boa qualidade de passe, muita intensidade e enorme carácter ao assumir a marcação do castigo máximo, depois do falhanço em Madrid. Voltou a marcar pontos e espreita um regresso ao “onze base” na sequência da saída de Lucho.
Carlos Eduardo – voltou a ser o maestro e apontou o golo que mudou tudo. Com uma extraordinária visão de jogo, procurou a bola em todas as zonas do terreno e mostrou mais uma vez que merece ser titular.
Quaresma – ao contrário do que esperava, tem-se revelado muitíssimo útil. Muito perigoso e cada vez mais forte no um para um. Hoje foi mais objectivo do que nos últimos jogos. Tem crescido e dá a ideia de poder crescer ainda mais. A equipa agradece.
Jackson – pouca bola, muita luta e mais um golo. Não fez um jogo brilhante, mas cumpriu.
Ghilas – entrou bem, procurando o esférico e ameaçando a baliza, acabando por estar no lance mais decisivo da partida, ao arrancar a grande penalidade no último suspiro.
Varela – acabou com a braçadeira. Não esteve tão bem como nos últimos jogos, mas lutou como é habitual.
Fernando – saiu antes do intervalo com problemas físicos. Espera-se que não seja nada de grave porque, após a saída de Lucho, é o único com capacidade para ser a voz de comando do meio-campo azul e branco.
Defour – alta intensidade, pouco rasgo… como sempre. Veremos qual o seu futuro no Dragão.
Quintero – já não jogava mais de um quarto de hora há muitas semanas. Entrou para ajudar, na fase do desespero, e mostrou a qualidade técnica que todos lhe (re)conhecem.

Em suma, apesar das dificuldades sentidas pelos azuis e brancos, a verdade é que a equipa não jogou pior do que tem jogado. Sofreu golos, é certo, e pôs em risco a passagem às meias-finais da competição. No entanto, dominou claramente a partida e mostrou uma enorme abnegação. A exibição valeu essencialmente por isso. Uma derrota podia ter-se revelado um rude golpe na moral do grupo; a vitória trará, espera-se, um boost de confiança à equipa.

Benfica 1-0 Gil Vicente: Sulejmani resolveu num jogo em que brilharam os meninos do Seixal

Topo Sul

Mais uma vitória para o Benfica, na presente edição da Taça da Liga. Nove pontos somados em três jogos, zero golos sofridos e missão cumprida com a passagem às meias-finais da prova.

Num jogo que serviu apenas para cumprir calendário – antes dele, o Benfica já estava apurado para a próxima fase e o Gil Vicente eliminado –, Jorge Jesus fez descansar os jogadores mais utilizados nos jogos desta temporada e lançou unidades com menos minutos jogados. Assim, o Benfica entrou em campo com um onze inédito, no qual estavam presentes sete jogadores portugueses e outros cinco lusos no banco de suplentes. Do lado do Gil, João de Deus também procurou dar rodagem a alguns jogadores.

Os primeiros minutos de jogo desenrolaram-se num ritmo pausado, com o Benfica, de forma expectável, a tomar a iniciativa do jogo, sob a batuta de André Gomes. O jovem médio era quem pensava o jogo encarnado e esteve sempre em evidência na partida. Ele e Ivan Cavaleiro iam colocando em sentido a defesa gilista, através de lances corridos ou de bola parada. Foi precisamente num lance iniciado pelo extremo Cavaleiro que surgiu a primeira oportunidade para o Benfica, numa jogada em que Funes Mori é derrubado na área do Gil e o árbitro assinalou grande penalidade. Na marcação, o próprio Funes Mori não conseguiu bater o guarda-redes e, na recarga, Djuricic tirou “o pão da boca” a Sulejmani. Assim, manteve-se o nulo no marcador até ao intervalo. De resto, tirando este lance e mais uns cantos perigosos cobrados por André Gomes, nada de relevante há a assinalar numa pobre primeira parte de futebol.

O segundo tempo iniciou-se com a bola na rede da baliza do Gil Vicente. Num belo lance de Djuricic, foi Ruben Amorim quem ia colocando o Benfica em vantagem, não fosse a sua posição irregular; o golo foi (bem) invalidado pelo juíz da partida. Porém, poucos minutos depois, o golo dos encarnados chegou mesmo e por intermédio de Sulejmani. Funes Mori atirou à barra, após um sublime cruzamento de André Almeida e, na sequência do lance, o sérvio só teve de encostar para o 1-0.

André Gomes e Sulejmani, dois dos melhores em campo, festejam o único golo do jogo  Fonte: LUSA
André Gomes e Sulejmani, dois dos melhores em campo, festejam o único golo do jogo
Fonte: LUSA

Em vantagem, as águias continuaram a gerir o jogo a seu bel-prazer, sem que o Gil Vicente, uma equipa bastante desgarrada em campo – esperemos que assim seja também no próximo fim-de-semana –, conseguisse assustar o experiente guardião encarnado Paulo Lopes. Nota apenas para uns lances individuais de Iván Cavaleiro e Djuricic, que, através de inúmeras acelerações, ameaçaram com um segundo golo, que não se concretizou.

Até ao final, Jorge Jesus lançou três miúdos da formação, Bernardo Silva, Heldér Costa e João Cancelo, numa aposta que pecou por ter sido tardia, mais uma vez. Os três meninos da cantera mexeram com o jogo, entusiasmaram os adeptos e mostraram-se preparados para enfrentar desafios mais exigentes. Aliás, as melhores oportunidades do segundo tempo saíram da cabeça de Bernardo Silva e do pé direito de Hélder Costa. Sem dúvida, um alerta para Jesus.

Para fechar, digo que foi com um misto de orgulho e saudade que vi a dupla homenagem protagonizada, antes do apito inical, a dois eternos símbolos do Benfica, Miklos Feher e Eusébio da Silva Ferreira. O húngaro, desaparecido há precisamente dez anos, foi justamente lembrado no dia em que o Rei Eusébio completava 72 anos de vida. Descansem em paz, campeões.