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Visão de Mercado

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A Fiorentina é um clube que está a meio caminho entre os “novos ricos”, dispostos a gastar balúrdios em contratações, e os emblemas com orçamentos menores, sem grandes possibilidades de investir. Ter dinheiro é, obviamente, uma condição muito importante para construir uma equipa capaz de lutar por objectivos ambiciosos; contudo, por vezes não chega. Os italianos são, neste momento, um dos melhores exemplos de como se deve abordar o mercado: contratam jogadores que, na maior parte dos casos, acrescentam qualidade ao plantel (sendo certo que é impossível ter 100% de sucesso) e aproveitam oportunidades de negócio. Os resultados estão à vista.

Na última semana, a formação viola reforçou o seu elenco com Anderson, à procura de um novo rumo para a sua carreira, e Matri, sem espaço em Milão. Já tinha defendido a saída do brasileiro do United e estou bastante curioso para perceber se voltará a jogar como médio ofensivo e, especialmente, se será capaz de confirmar todo o potencial que lhe era reconhecido. Tem até ao final da época para convencer a Fiorentina a desembolsar 6,5 milhões de euros para o adquirir em definitivo, mas para já tem de garantir um lugar no 11, o que pode não acontecer de imediato. Borja Valero é um indiscutível e um médio de grande nivel, Aquilani e Pizarro são bastante utilizados por Montella, Matias Fernández tem sido titular nos últimos jogos e ainda há o experiente Ambrosini (se se pode criticar uma contratação do emblema de Florença, terá de ser a do ex-Milan). No que diz respeito a Matri, é um negócio que beneficia ambas as partes. O avançado, que certamente tem como objectivo ir ao Mundial, estava tapado por Balotelli e a Fiorentina viu-se obrigada a ir ao mercado devido a (mais) uma lesão de Giuseppe Rossi. O substituto do melhor marcador do campeonato teve uma estreia auspiciosa, ao marcar dois golos no triunfo sobre o Catania.

O miserável 13º lugar na época 2011/2012 foi a gota de água para os dirigentes do clube viola, que decidiram investir em grande no reforço do plantel. Chegaram a Florença jogadores como Savic, Gonzalo Rodríguez, Borja Valero, Aquilani, entre outros, e os resultados foram significativamente melhores (4º lugar na Serie A). Para este ano, o investimento que foi feito à partida mostrou claramente que a Fiorentina tinha a intenção de, pelo menos, chegar à Champions. Mario Gómez foi a contratação mais sonante (e inesperada). O panzer alemão era pretendido por meia Europa, mas acabou por rumar ao Artemio Franchi por 16 milhões de euros. Apesar de não estar a ter o impacto que se previa (devido a problemas físicos), quando estiver na melhor forma será titular no ataque. Joaquín, ala experiente que renasceu no Málaga, e Ilicic, espectacular médio ofensivo que se destacou no Palermo, foram outros reforços de enorme qualidade. Ainda assim, o espanhol está bem longe do nível que apresentou na última temporada. Já o esloveno vai começando, finalmente, a ter mais tempo de jogo, actuando surpreendentemente como avançado.

Num ano em que a Roma e o Nápoles também investiram muitos milhões de euros no reforço dos seus plantéis, o quarto lugar provisório da Fiorentina é um indicador claro da capacidade dos jogadores que Montella tem à disposição. O emblema de Florença ainda está em todas as competições e a hipótese de chegar ao terceiro lugar mantém-se em aberto. Caso o apuramento para a Champions se confirme (o que não é fácil, dada a valia dos adversários), o clube viola, onde brilhou Rui Costa, poderá assumir a candidatura ao título já na próxima temporada. Tem, nesta fase, um plantel vasto em quantidade e qualidade, ainda com margem de progressão – jovens como Rebic, potente avançado croata, Wolski e Zohore têm talento para se afirmarem – e que, com alguns reforços cirúrgicos, sobretudo no sector defensivo, pode tornar-se numa equipa capaz de lutar por títulos todos os anos.

A confiança cega de Fonseca

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eternamocidade

“Tenho uma confiança cega de que seremos campeões”: foi assim que Paulo Fonseca confrontou os jornalistas presentes na conferência de imprensa de rescaldo da derrota portista no Estádio da Luz do último domingo. A “confiança cega” de Fonseca foi alvo das mais diversas interpretações, e até de uma representação teatral num programa televisivo nacional. Mas, bom, mais do que tudo isso, escolhi esta expressão de Paulo Fonseca porque me parece reveladora do estado atual do navio azul e branco.

Ao longo dos últimos anos, o FC Porto sempre foi passando por alturas de maiores dificuldades, fosse por questões exibicionais, fosse por questões de arbitragem. Relativamente ao segundo ponto, parece-me mais ou menos consensual que, em matéria futebolística, quando um clube grande não consegue aquilo que quer, ou dito de outra forma, quando não ganha quando o deveria fazer, tende a colocar a culpa nas arbitragens. Não, não é só coisa dos portistas, como disse, porque quer Benfica quer Sporting também foram, ao longo das últimas décadas, fazendo com que a culpa não morresse nos seus ombros, mas sim em terreno alheio.

Chegamos por isso ao jogo do último domingo no Estádio da Luz, o qual, se bem se recorda, afirmei que seria uma autêntica “prova dos nove” para Paulo Fonseca e para os seus jogadores. Como o resultado facilmente comprova, a equipa falhou, e por consequência o treinador também, ao mostrar, como em tantas outras ocasiões, limitações tácticas que me fazem novamente questionar se Fonseca está já preparado para ter nas mãos uma equipa desta envergadura. Não foi por isso surpresa que, também porque Artur Soares Dias se pôs a jeito para isso, o FC Porto desviasse a atenção da exibição paupérrima na Luz para uma arbitragem “vergonhosa”, apelidada assim por Pinto da Costa e apelido subscrito por Paulo Fonseca. Sim, o Porto pode-se queixar da arbitragem de Soares Dias, mas não foi por isso que perdeu. Sim, a equipa também foi prejudicada no Estoril, mas não foi por isso que perdeu 12 pontos numa volta de campeonato. Afinal de contas, o discurso não é novo. O FC Porto tem-no feito algumas vezes nos últimos anos para proteger o treinador e a equipa e para enviar um recado a quem dirige o futebol.

Por estes dias, tenho a certeza de que a ida de Pinto da Costa ao balneário da Luz depois da derrota no último domingo não foi para dizer aos jogadores que a culpa do desaire foi do árbitro. Tenho, pois, a certeza de que o presidente foi ao balneário para, como em tantas outras vezes, lembrar que o símbolo na camisola é mais importante do que o nome que os jogadores envergam. Tenho a certeza de que os jogadores sabem disso e Paulo Fonseca, subscritor das mensagens, também o sabe. Essa é a minha “confiança cega”.

O novo sorriso de Adebayor

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Há cerca de um mês, escrevi um artigo sobre o despedimento de André Villas-Boas, no qual referi que o manager português não conseguiu dotar este Tottenham de um futebol atractivo e de elevada qualidade. Contudo, não se pode dizer o mesmo do muito inexperiente Tim Sherwood.

O treinador britânico parece ter dado uma nova vida ao Tottenham. Referi na altura que a chicotada psicológica poderia dar uma nova carga anímica aos jogadores e parece que estava mesmo certo.

Emmanuel Adebayor é, porventura, o grande exemplo de como tudo mudou desde a saída do treinador português. De jogador arredado do plantel passou a aposta do novo manager, que se verificou certeira. Os spurs não tiveram necessidade de se reforçar fora do plantel para encontrar alguém que completasse Soldado e a solução passou pelo jogador togolês. Desde a saída de AVB foram oito os jogos protagonizados por Adebayor, nos quais marcou seis golos. É de realçar que, desde que entrou Sherwood, Adebayor foi sempre titular em todos os encontros da equipa londrina.

Os resultados da transformação do plantel estão à vista: contabilizam-se apenas duas derrotas para a Taça da Liga (frente ao West Ham) e para a Taça Inglesa (frente ao Arsenal), um empate para a Premier League (frente ao West Brom) e cinco vitórias na mesma competição (onde se incluem deslocações aos redutos do Southampton e Man United). Acho que devo ainda informar que a derrota para a Taça da Liga aconteceu apenas dois dias depois de AVB ter sido despedido e Tim Sherwood ter sido apontado como manager interino dos spurs.

Tim Sherwood, timoneiro do Tottenham / Fonte: Telegraph
Tim Sherwood, timoneiro do Tottenham / Fonte: Telegraph

Ontem, frente ao Swansea, ficou bem claro que Adebayor é um jogador revitalizado e com sede de golos. Bisou na partida e voltou a mostrar a perícia que o notabilizou no Arsenal. Sherwood afirmou que é fantástico não só para o Ade, como para quem gosta de futebol vê-lo jogar tão bem. Não podia estar mais de acordo com o treinador e, com muita pena minha, é óptimo ver o Tottenham com um estilo muito mais britânico e mais alegre do que nos tempos de AVB. O resultado disso mesmo são os catorze golos em apenas seis jornadas, quase tantos como em todos os jogos para a Premier League com o português ao leme.

O Tottenham leva já os mesmos pontos do Liverpool, ocupando o 5º lugar, estando à espera do resultado do Everton para manter a posição. O grande objectivo passa pelo acesso à Liga dos Campeões e, verdade seja dita, estão no bom caminho.

PS: Queria ainda mencionar mais uma derrota do Manchester United, frente ao Chelsea de Mourinho. Os blues ganharam por 3-1, com um hat-trick de Eto’o, que rubricou uma exibição absolutamente fenomenal.

No meio está…a dúvida

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camisolasberrantes

15 de Janeiro de 2014. Nemanja Matic enche as capas dos jornais com o seu novo sorriso “à Chelsea”, e os olhos dos benfiquistas de lágrimas ainda malsofridas. O sérvio partiu. E com ele partiram as capacidades técnicas que fizeram sair da boca de Jorge Jesus o pior suspiro inconformado que um benfiquista poderia ouvir: «perdemos o melhor médio defensivo do mundo». Paz às suas chuteiras. Só faz falta quem cá está…que é o que se diz quando nos partiram o coração e nos tentamos fazer de fortes.

E fortes temos de nos manter, provando que nada nos serve de temor, a não ser nós mesmos e os tropeções que, época após época, repetimos. Quais crianças que não aprendem a apertar os atacadores dos ténis já gastos. Com a saída de Matic ficou um assunto para resolver: quem ocupará o lugar de pivot defensivo no eixo central do nosso mágico meio-campo? Há duas hipóteses. Ou Rúben Amorim ou Ljubomir Fejsa. Vamos conhecê-los.

O número 6 do Benfica Fonte: slbenfica.pt
O número 6 do Benfica
Fonte: slbenfica.pt

Comecemos pelo português: 29 anos – que completará daqui a seis dias –, 1,78 metros e 74 quilos. Começou a sua carreira sénior no Belenenses, decorria o ano de 2003, tendo apenas participado em dois jogos nessa mesma época. Lá ficou até 2008, ano em que os azuis do norte conseguiram o primeiro lugar e os azuis de Belém o oitavo. O clube que se seguiu é o mesmo de hoje: o Sport Lisboa e Benfica, num negócio que terá custado um milhão de euros aos encarnados por apenas 75% do passe do português. Na primeira época, ao serviço de Quique Flores, Rúben Amorim fez 35 jogos, num total de 44 – tendo sido titular em 31 deles –, e marcou dois golos. Na época seguinte aparece Jorge Jesus e o Benfica é campeão. Amorim figura em 38 jogos, num total de 51 – tendo sido titular em 24 deles – e passa, de uma época para a outra, do lugar de quinto jogador mais utilizado do plantel para o décimo. E no ano seguinte é quando a carreira do lisboeta se “desmorona” ao abandonar o Benfica debaixo de um clima de enorme tensão, tendo sido alvo de um processo disciplinar depois de, alegadamente, se ter recusado a participar no treino seguinte à goleada sobre o Rio Ave (5-1). A 30 de Janeiro, no penúltimo dia do mercado de transferências, assina pelo Sporting de Braga por época e meia, a título de empréstimo, e, já lá, chega mesmo a afirmar que lhe parece «óbvio» que enquanto Jesus treinar os encarnados não pode voltar: «Agora estou no Braga e estou muito feliz. Foi a melhor opção que podia tomar na minha carreira». Coincidência ou não, o português volta às boas exibições e ao tal lugar de quinto jogador mais utilizado do plantel…mas arsenalista. Faz cinco golos em 36 jogos e ajuda os bracarenses a chegarem a um sensaborão quarto lugar. Acaba a temporada e volta, como que de castigo, ao clube da Luz para cumprir o último ano de contrato.

Desde que chegou, temos visto um meio-campista lutador, mas desacreditado. As lesões não têm ajudado. A primeira, na vitória frente ao Paços de Ferreira por 3-1, no dia 14 de Setembro. A segunda, na vitória frente ao Sporting por 4-3, no dia 9 de Novembro. Praticamente dois meses as separam e, em ambas, a paragem foi de um mês. Mas nem só de espinhos são feitas as rosas e a verdade é que, das poucas vezes que pôde alinhar de início, Amorim demonstrou que tem em si o que é preciso para popular o meio-campo do Benfica e assegurar que as costas de Enzo podem permanecer voltadas para Oblak – ou Artur. Fez um jogo soberbo contra o Olympiacos. Fez um jogo fulcral contra o Sporting. Mandou no meio-campo contra o Leixões. A pergunta é simples: se um jogador corresponde quando lhe dão espaço e mostra que a idade tem servido para amadurecer e compreender e proteger o centro do meio-campo como um atleta de gabarito…porque é que é necessário manter a média de entrada em campo no minuto 70? Porque jogava Matic. Pronto, tudo bem. Boa resposta. E agora? Qual é a desculpa para não jogarmos com um português – com todas as capacidades para ir ao Mundial – como titular?

O sérvio número 5 dos encarnados Fonte: slbenfica.pt
O sérvio número 5 dos encarnados
Fonte: slbenfica.pt

A desculpa poderá ser Ljubomir Fejsa. Sérvio, 25 anos, 1,84 metros e 75 quilos. Com uma história futebolística bem menor (e marcante) do que a do português, este recém-chegado deu os primeiros passos no Hajduk Kula, clube sérvio, onde ficou até ao ano de 2008. Ainda no mesmo ano mudou-se para o famoso Partizan de Belgrado, onde jogou durante três épocas, somando um total de 69 jogos e dois golos. De assinalar que na última temporada ao serviço dos sérvios não há registo que prove que tenha feito mais do que duas exibições (!). No entanto, as suas capacidades de preenchimento de espaços e leitura de jogo cedo o evidenciaram. O Olympiacos estava bem acordado para o possível potencial deste jovem e na época de 2011/2012 o treinador Ernesto Valverde comprou-o e colocou-o à prova em quase todos os jogos possíveis…até final de Novembro, quando Fejsa contraiu uma lesão grave, que o afastou dos relvados até final da época. Na temporada seguinte chega o português Leonardo Jardim e ​​Fejsa passa a ocupar um lugar importante…no banco. Não participa em quase nenhum jogo até 12 de Janeiro, data que assinala o último encontro do madeirense como treinador do clube grego. A partir daí, o sérvio volta a ter direito à palavra e sobe claramente de nível participando como titular em metade dos restantes jogos que faltavam até final do ano futebolístico. No ano seguinte ainda disputou o primeiro jogo da liga grega antes de entrar no avião para Lisboa, num negócio avaliado em quatro milhões e meio de euros.

Desde que chegou, já lá vão 15 jogos, num total de 29 – tendo sido titular em 13 deles –, e algumas exibições marcantes, como seja o jogo de estreia pelo Benfica na Champions, contra o Anderlecht. Deu 2-0.

Postas que estão as cartas em cima da mesa, é agora fácil perceber que talvez estes dois senhores até nem tenham perfis assim tão diferentes. E dentro de campo isso vai-se percebendo. A nível físico talvez Fejsa tenha alguma vantagem, mas no que toca ao conhecimento da equipa e do jogo por ela orquestrado, Amorim é uma mais-valia todos os dias da semana. O sérvio é mais novo e tem a experiência de dois campeonatos, mas o português tem a seu favor os dissabores das rejeições que ultrapassou com boas exibições e alguns golos. O recém-chegado manda mais nas costas do meio-campo, mas o português é o exemplo perfeito do meio-campista multidisciplinado e pluralista que o Benfica normalmente utiliza em campo. No que à garra diz respeito, venha o diabo e escolha. Ora pois, qual é, finalmente, o factor de desempate? Jorge Jesus…se é que me faço entender.

Bola na Rede 2.0 – Novo design

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É hora de mudança.

O Bola na Rede não podia esperar mais e entendemos que esta era a altura certa para dar o passo seguinte. Sentimos uma forte necessidade de mudar e de nos continuarmos a reinventar.

Foi por esse motivo que mudámos a nossa imagem. Este site para o qual estão a olhar é o futuro do BnR. Um template completamente novo, com um design mais funcional e apelativo, para que a consulta dos artigos de opinião sobre o desporto nacional e internacional seja ainda mais agradável.

Esperamos que continuem a acompanhar este projeto com o mesmo prazer com que nós escrevemos os textos. Pela nossa parte, já sabem, podem contar com a máxima seriedade na escrita de cada texto. Sem falsas isenções e livres de preconceitos. Aqui qualquer escritor dará a cara por cada frase que escrever. Estamos sempre à espera do contraditório e vamos querer saber a vossa opinião sobre os mais variados temas. Continuem connosco, que não se vão arrepender.

Fiquem bem, fiquem com o Bola na Rede.

FC Porto 3-0 Vit. Setúbal: Um(a) Vitória fácil demais…

Pronúncia do Norte

O FC Porto obteve, esta noite, uma vitória confortável frente ao Vitória de Setúbal. Com apenas duas alterações em relação ao onze do último jogo do campeonato – Maicon e Quaresma nos lugares de Otamendi e Licá -, os azuis e brancos chegaram à vantagem logo aos 11 minutos, por intermédio de Jackson Martínez. Varela assinou o seu nome na lista dos marcadores ainda na primeira parte e Carlos Eduardo, já ao cair do pano, finalizou a contagem: 3-0 para os dragões.

O Vitória de Setúbal nunca foi capaz de ameaçar a baliza de Helton. O remate de Tiba, por volta da meia hora de jogo, foi a única oportunidade para os sadinos ao longo dos 90 minutos. Já o FC Porto, sempre a um ritmo baixo, foi tranquilamente gerindo a vantagem que alcançou numa fase prematura do jogo, assegurando a posse de bola e procurando pacientemente os caminhos do golo, tendo rematado várias vezes com perigo.

As fragilidades patenteadas pela turma de José Couceiro permitiram à maior parte dos jogadores do FC Porto subir de rendimento: os laterais Danilo e Alex Sandro puderam subir mais do que na maior parte dos jogos (embora o lateral direito tenha tido alguns passes incompreensivelmente pouco acertados); Lucho, no dia em que comemorava o seu 33º aniversário, teve tempo e espaço para criar mais do que no passado mais recente e regressou às boas exibições; Carlos Eduardo, extremamente bem vigiado nos últimos clássicos – frente a Sporting para a Taça da Liga e Benfica para o campeonato -, pôde voltar a pegar no jogo e a mostrar toda a sua classe; e Varela também se apresentou ao seu melhor nível, marcando pelo segundo jogo consecutivo.

De resto, Maicon, responsável pela única desatenção defensiva da equipa (“obrigou” Helton a ver um cartão amarelo para corrigir a sua falha), com demasiados passes longos mal medidos, foi o único a estar uns furos abaixo do que tem sido habitual. Mangala, Fernando e Jackson, dos mais regulares, cumpriram novamente o seu papel – os dois primeiros estiveram imperiais nas missões defensivas e o colombiano, trabalhando muito em prol do colectivo, viu a sua exibição recompensada com mais um tento, que o distancia da concorrência na lista dos goleadores do campeonato. Terminando a análise dos titulares, destaque para Ricardo Quaresma, que jogou 66 minutos e voltou a ser igual a si próprio: irreverente, sem medo de arriscar e de se lançar no um para um, negligente em alguns lances mas muito trabalhador ao longo de todo o tempo em campo.

Kelvin e Josué voltaram a ter alguns minutos de jogo e mexeram com o jogo, dando indicações positivas. Quintero, que entrou já à entrada para os descontos, voltou à competição depois de várias semanas afastado da equipa. Veremos que oportunidades voltará a ter o número 10 do FC Porto nos próximos compromissos.

Enfim, foi um jogo sem grande história, com clara supremacia dos dragões, que, em casa, voltaram a não dar hipóteses ao seu adversário e garantiram a manutenção da distância pontual em relação aos seus rivais na luta pelo título. Em suma, foi uma vitória fácil frente a um Vitória fácil demais. Os dois próximos desafios, diante do Marítimo – primeiro em casa, para a Taça da Liga; depois nos Barreiros, para o campeonato – serão fundamentais para manter a confiança da equipa em alta.

A arte da remontada

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milnovezeroseis

Caro leitor,

O Desporto é, desde os primórdios da Humanidade, uma arte nobre. De Atenas até hoje, milhares de pessoas vibram com a espectacularidade proporcionada pelo atletismo, pelo ciclismo ou pelo desporto-rei. Criado em Cambridge, o originalmente denominado football, não foge à regra, sendo causa de paixões escaldantes e de vitórias apaixonantes.

As famosas remontadas, termo espanhol utilizado quando uma equipa consegue virar o resultado de um jogo de negativo para positivo, são um exemplo do quão incerto e fabuloso pode ser o futebol. Grandes jogos, como o Portugal-Coreia em 1966 ou o Liverpool-AC Milan a contar para a final da Liga dos Campeões em 2005, são partidas que, dificilmente, saíram da memórias dos adeptos do desporto-rei devido à cambalhota que o resultado final, em ambos os jogos, sofreu.

Qualquer equipa com garra de campeã tem de possuir o discernimento necessário para protagonizar uma remontada. A capacidade de luta tem de estar no ADN de cada equipa vencedora. Os Magriços do Mundial de ’66 e o Liverpool de Rafa Benitez demonstram-na veementemente quando protagonizaram as já referidas reviravoltas.

Neste sentido, o Sporting têm seguido caminho idêntico. Até agora os leões já conseguiram virar três jogos a seu favor. A mudança – para melhor – da turma de Alvalade é também reflectida em pequenos aspectos como este. A primeira das remontadas dos pupilos de Leonardo Jardim deu-se, prontamente, na primeira jornada do Campeonato, frente ao Arouca. Após um golo de Bruno Amaro, o Sporting partiu em busca da reviravolta no resultado que acabaria por alcançar com primor, assinalando o placard final uns clarividentes 5-1 a favor dos leões.

A segunda cambalhota no encontro rubricada pelo Sporting deu-se no jogo que opôs o clube de Lisboa aos insulares do Marítimo. Esta já contou com o rosto leonino das reviravoltas no resultado – Islam Slimani. À semelhança do que aconteceu ontem, em jogo contra o Arouca, vítima de duas remontadas leoninas, o argelino foi pedra angular na equipa do Sporting. O melhor jogador argelino do ano transacto é, definitivamente, alguém talhado para resolver jogos. Com Montero a apresentar-se uns furos abaixo do que seria expectável, Slimani tem sido aquele jogador letal preponderante nas grandes equipas.

Efectivamente, o Sporting, que é de Portugal, tem em sua posse os condimentos necessários para escrever uma página bonita da sua história. As três remontadas rubricadas até agora são um exemplo do suor que a equipa deixa em campo. Como cantava José Afonso que “venham mais cinco”!

Benfica 2-0 Marítimo: Benfica sem Matic…consegue ganhar na mesma

Terceiro Anel

Perante mais de 34 mil espectadores no Estádio da Luz, o Benfica somou a quarta vitória consecutiva no campeonato depois de derrotar o Marítimo por 2-0. Um triunfo indiscutível dos encarnados, triunfo esse que se começou a consolidar com uma boa primeira parte, em que o Benfica dominou por completo.

Com excelentes movimentações atacantes e com uma forte pressão sobre os jogadores da formação madeirense, o Benfica desde cedo mostrou que queria decidir, o quanto antes, a partida. E para esse dinamismo ofensivo em muito contribuíram Gaitán, que esta tarde realizou uma excelente exibição, e Rodrigo, que de facto está a atravessar um momento de forma esplendoroso. Um Rodrigo que nos traz à memória aquele avançado hispano-brasileiro que fez miséria durante grande parte da temporada 2011/2012, até se lesionar em São Petersburgo frente ao Zenit. Com dois golos, aos 18 e 35 minutos de jogo, o jovem dianteiro acabou por tranquilizar todo o estádio, numa partida em que, diga-se de passagem, nunca se sentiu que o Marítimo pudesse causar grandes estragos.

E quando a equipa insular chegou perto da baliza do Benfica, eis que surgiu Oblak, um guarda-redes bastante confiante e seguro, que definitivamente pegou de estaca no onze inicial de Jorge Jesus. De facto, será muito complicado para Artur Moraes regressar à titularidade no Benfica, ainda para mais quando se viu, no jogo da passada quarta-feira a contar para a Taça da Liga, que o guardião brasileiro se encontra com uma quase total ausência de confiança.

E o Benfica sem Matic? Como se comportou? Conseguiu ganhar a batalha do meio-campo? Conseguiu atacar? Não foi dominado? Não, claro que não. Sim, é verdade que o Benfica não defrontou – com todo o respeito pelo Marítimo – o Barcelona ou o Bayern de Munique, mas parece-me claro que, para consumo interno, existem todas as condições para os comandados de Jorge Jesus poderem lutar com todas as forças pelo título. Fejsa, como já se tinha percebido há muito tempo, é um jogador de recepção e passe de pronto, nunca entrando em grandes aventuras. É dono de um excelente sentido posicional, o que faz com que recupere inúmeras bolas. E, de facto, na partida de hoje viu-se isso, com o internacional sérvio a rubricar uma boa actuação. E depois, já se sabe, há um Enzo Pérez muito fiável, que raramente compromete e que é um autêntico motor. O perigo poderá advir de uma eventual lesão ou castigo do médio argentino, o que, a acontecer, acabará por limitar o leque de escolhas de Jorge Jesus. Rúben Amorim é um excelente centro-campista e estando bem fisicamente é uma opção bastante válida para o Benfica, sendo que depois temos os casos de André Gomes (Jorge Jesus lá voltou a colocá-lo para jogar os três últimos minutos de jogo, o que na minha opinião é escusado) e André Almeida, um futebolista outrora importante para o Benfica, mas que agora é quase um caso de estudo no plantel encarnado, tal é a forma como desapareceu.

Em suma, o Benfica deu uma boa resposta a todas as dúvidas que foram surgindo ao longo da semana, depois da saída de Matic e depois das declarações, no mínimo infelizes, de Jorge Jesus. O internacional sérvio Nemanja Matic é um jogador soberbo, que muito deu ao Benfica, mas o clube da Luz tem de ser superior a estas saídas. Como tal, e até porque penso que continua a ter o melhor plantel do futebol português, o Benfica tem todas as possibilidades de alcançar o título nacional. Esta tarde, no Estádio da Luz, o Sport Lisboa e Benfica provou que continua firme na corrida por esse objectivo.

Jogadores que Admiro #11 – Pablo Aimar

jogadoresqueadmiro

Um simples texto é pouco para explicar a minha adoração pelo jogador desta semana. Adoração essa que é partilhada, curiosamente, pelo Maradona dos tempos modernos – o Messi. Pablo César Aimar Giordano tem sido a minha paixão futebolística nos últimos 13 anos. 13 anos… Nem me tinha apercebido disso antes de começar a escrever. Esta minha pancada com o jogador argentino remonta ao ano de 2001, em que eu, com apenas seis aninhos, recebi um jogo de computador denominado “Championship Manager 2000-2001”. Neste simulador de futebol, em que o utilizador é treinador, o jogador que eu mais gostava de comprar era o Pablito. Isto pode parecer completamente irrelevante mas não é. Porque a partir do momento em que saiu o jogo e eu conheci o jogador, nunca mais o perdi de vista. Passei a ver jogos do Valência e a torcer pelo clube só e apenas porque lá jogava o argentino, e ainda bem que o fiz. Tive o prazer, assim como muitos outros, de assistir em primeira mão à classe e ao brilhantismo de um dos melhores números 10 argentinos de todos os tempos.

“El Payaso”, como era chamado na sua terra natal, rejeitou o ingresso na faculdade de medicina para seguir carreira de futebolista, e ainda bem. Saiu do River com apenas 21 anos, rumo à Europa, já com 82 jogos nas pernas a nível profissional e 22 golos, todos pela equipa principal do River. Os seus conterrâneos apelidavam-no de “El Payaso” porque Aimar tinha, a par de Ronaldinho, por exemplo, o vício de sorrir durante quase toda a partida, especialmente após fazer alguma “maldade” a um jogador da equipa adversária. Chega à Europa pela mão do Valência por 24 milhões e, embora se duvidasse do retorno desportivo do investimento do clube Che, Aimar rapidamente dissolveu qualquer tipo de dúvidas, ajudando o clube a vencer o primeiro campeonato em mais de 30 anos. Pode-se dizer que os tempos áureos do jogador foram, de facto, no Valência, onde conquistou o campeonato por duas vezes – em 2001-2002 e em 2003-2004 -, a taça Uefa em 2003-2004, a supertaça europeia em 2004, e perdeu uma final da Liga dos Campeões nos penaltis contra o Bayern em 2000-2001. Benitez, treinador do clube Valenciano na altura, chegou a dizer que preferia ter Aimar a Ronaldinho na equipa. Maradona, por sua vez, garantiu que Aimar era dos poucos jogadores que pagava para ver jogar. O futebol perfumado do pequeno génio fez com que ganhasse o respeito e o carinho dos adeptos do clube, que chegaram até a inventar um cântico para o camisa 21 que ecoava no Mestalla semana sim, semana não.

O camisola 21 do Valência / Fonte: tfcbrasil.forumh.net
O camisola 21 do Valência
Fonte: tfcbrasil.forumh.net

Em 2006 ruma ao Zaragoza, que, apesar de ter um projecto interessante, com alguns jogadores de qualidade, não conseguiu resultados satisfatórios, chegando, até, a descer de divisão na época de 2007-2008. Sempre fustigado por lesões, Aimar vê-se forçado a repensar o seu futuro, e é aí que aparece Rui Costa e o Benfica. Numa entrevista concedida à Benfica TV, Aimar recorda que já tinha mais ou menos delineado o seu futuro antes de conhecer Rui Costa. Contudo, com a proposta do Benfica e com o aliciamento do “Maestro”, Aimar considera a proposta dos encarnados e decide envergar a antiga camisola do internacional português. Com esta história toda quem é que é o benfiquista mais feliz? Eu. Tive, então, a felicidade de poder ver o meu ídolo… no meu clube. Querem melhor conjugação de cenários? Gabo-me de que, quando vivia a cerca de 180 kms do Estádio da Luz, sempre que vinha ver um jogo do Benfica o Aimar marcava. Parecia que sentia que eu estava no estádio; chegou a dizer que o Estádio da Luz tinha qualquer coisa. Se calhar essa qualquer coisa era eu. Um benfiquista, português, babado pela magia que se apresentava na forma de toques subtis que parecia que só Aimar sabia fazer. De “El Payaso” passou a “El Mago” e a segunda alcunha fez jus à carreira dele; além das inegáveis qualidades futebolísticas, as humanas não ficavam atrás. Sempre sereno, muitíssimo humilde, um senhor dentro e fora de campo. De palhaço, o jogador de Río Cuarto não tem nada.

Líder isolado

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cab futsal

A equipa leonina terminou o ano de 2013 na 2ª posição do Campeonato Nacional de Futsal a 2 pontos do líder Benfica, mas o ano de 2014 não podia ter começado de maneira melhor para a equipa verde e branca e de maneira pior para a equipa encarnada.

O Sporting venceu as duas primeiras jornadas de 2014 (5-4 aos Leões de Porto Salvo e 4-0 ao Dramático de Cascais) e aproveitou os maus resultados do Benfica (em 6 pontos possíveis conquistou apenas 1). Quem aproveitou também a perda de pontos do Benfica foi o Braga, que tem vindo a apresentar um belíssimo futsal, estando a 2 pontos do líder Sporting e com 1 ponto de vantagem do Benfica.

www.zerozero.pt
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Devido à deslocação do Sporting a Paris para defrontar o Sporting de Paris, o jogo com o Dramático de Cascais foi adiado para a passada quarta-feira.

Tive a oportunidade de me deslocar ao Pavilhão do Dramático de Cascais, onde assisti a um jogo bem disputado por ambas as equipas.

O Sporting era claramente favorito. Logo aos 4 minutos inaugurou o marcador por intermédio de Pedro Cary, mas o Cascais reagiu e teve boas oportunidades para marcar e poderia mesmo ter marcado, caso João Benedito não estivesse ao mais alto nível como é costume nas suas exibições.

A apenas 1 minuto de o jogo ir para intervalo, Alex marcou um golo extremamente importante para a equipa leonina devido a uma falha defensiva que ditou uma superioridade numérica.

A 1ª parte terminou e o Sporting foi para o intervalo a vencer por 2-0. Na minha opinião, era um resultado injusto devido ao bom jogo da equipa da casa, com inúmeras oportunidades de golo, face a um jogo pobre do Sporting, com pouquíssimas oportunidades de golo.

A 2ª parte começou e o Sporting entrou da mesma maneira: apático, a defender mal e a não praticar o seu habitual jogo, enquanto que o Cascais entrou da mesma forma – à procura do golo.

A equipa leonina causou uma oportunidade clara de golo apenas ao minuto 7 da 2ª parte, mostrando com clareza o mau jogo que vinha a fazer. A equipa do Cascais continuou a causar perigo e respondeu à oportunidade do Sporting com uma bola ao poste.

O árbitro da partida assinalou de forma errada duas faltas contra a equipa da casa, prejudicando-a claramente.

No minuto 14, Deo fez o 3-0 resultante de uma bela jogada de entendimento da equipa leonina, mostrando que ao apresentar o seu melhor nível faz golo de forma fácil.

O Cascais, mesmo a perder por 3-0, continuou a fazer o seu trabalho e a procurar insistentemente o golo mas a falta de sorte perseguiu a equipa outra vez.

A 3 minutos do final da partida, a equipa do Cascais arriscou tudo e optou pelo guarda-redes avançado para tentar marcar o tão merecido golo, todavia a sorte voltou a não sorrir à equipa da casa e, através de uma perda de bola, o Sporting chega ao 4-0 por intermédio de Caio Japa, que rematou sem qualquer oposição.

O jogo terminou e o Sporting venceu por 4-0.

Não queria terminar sem destacar a boa exibição dos dois guarda-redes, tendo sido a do guarda-redes da equipa da casa um pouco ingrata. O jogador nº10 e o jogador nº7 são jogadores a seguir, pois fizeram uma boa exibição, apresentando um bom poder de finta e remate de meia distância.

Assim, a equipa leonina isola-se na liderança da liga. Fica na memória um bom jogo da equipa do Cascais, que merecia, pelo menos, ter marcado um golo, não merecendo uma derrota tão significativa.

Reafirmo que o Sporting, embora vencedor, fez um fraco jogo.