Leicester City é campeão da Premier League 2015/16 e… deixou o mundo todo de boca aberta!
É unânime afirmar que no início do campeonato seria praticamente impossível imaginar que o Leicester pudesse vencer o campeonato Inglês frente a tantos gigantes. Com o decorrer da competição houve quem equacionasse esta possibilidade e na reta final já poucas dúvidas restavam que este feito se tornaria uma realidade. Esta é uma epopeia à imagem do “David e Golias”.
Algumas pessoas vêm referindo que esta vitória do Leicester mais do que uma transcendência coletiva ou superação competitiva, significa uma evidente perda de qualidade do campeonato inglês. Um decréscimo no grau de competitividade. Inclusive, que os Foxes jogam um ‘futebol menos bonito’ ou que só apostam num futebol “box-to-box” por bolas diretas. Se ainda juntarmos o fato da equipa ser treinada pelo ‘mal-amado’ ou ‘falhado’ Claudio Ranieri – sobretudo após o fracasso na Grécia, tudo favorece os tradicionais defensores da ‘sorte dos pequenos’ ou do ‘demérito dos grandes’.
Eu penso de forma, claramente, diferente. Eu acredito que este feito, juntando também, o excelente desempenho do Tottenham, West Ham e Southampton estamos assistindo às mudanças evolutivas daquilo que é o Futebol de alto-rendimento. Esta é a particularidade do campeonato Inglês: competitividade nivelada por cima; futebol intenso; desgaste imenso; espectáculo garantido e resultado incerto. O campeonato Alemão, Francês e Espanhol também o poderiam ser se não existisse tanta diferença entre Bayern, Barcelona, Real, PSG e os outros.
Creio que está custando a muita boa gente perceber que o Futebol está diferente e o crescimento de algumas potências não significa necessariamente que outras estejam enfraquecidas: a Islândia, a Austria, a Albânia, a Bélgica, a Colômbia, o Chile, o Equador e a Argélia vem mostrando isso nos palcos da FIFA, onde os orçamentos não exercem tanta diferença assim.
Vou mais longe. Alguém recorda o Boavista de 2000/01 (única vez campeão Nacional); a Roma de 2000/01 (venceu o último e apenas a 3ª Série A da sua história); o Deportivo de 1999/00 (vencedor da La Liga pela única vez); o Montpellier de 2011/12 (a única vez campeão Francês); o Wolfsburgo de 2008/09 (campeão pela 1ª e única vez); o Rubin Kazan de 2008 e 2009 (as únicas duas vezes campeão na Rússia); o AZ Alkmar e FC Twente em 2008/09 e 2009/10 (campeões incomuns)?!
Todos eles se intrometeram pela disputa do campeonato, contrariando as expectativas e ergueram o troféu de campeões nacionais. Todos, sem os recursos financeiros dos ditos ‘grandes’. São os chamados inusitados ou “insólitos da bola”! Acontecem, porque a bola é redonda e porque o futebol é mais do que um mercado da moeda. Se o analisarmos de uma forma relativa, naturalmente! Mais à frente no artigo vão perceber por que refiro: ‘se analisarmos de forma relativa’.
Fonte: Daily Mail
Porém, entre estas equipas e o Leicester, há uma verdade que se esconde por trás da surpresa: são os números. Não só os da tabela classificativa, mas também os da “motivação”!
Gosto do futebol por todas as paixões que alimenta, pelas discussões por pequenos nadas e pela emoção da bola a correr no relvado;
Gosto do futebol pela possibilidade de verdadeiras histórias de encantar poderem surgir e de uma equipa sem qualquer probabilidade sagrar-se campeã contra inúmeros “tubarões”;
Gosto do futebol porque nos leva para um universo paralelo e porque nos permite libertar de raivas e angústias e abraçar o desconhecido ao nosso lado;
Gosto do futebol pelos mind-games, pelas provocações, pelas brincadeiras daí inerentes; no fundo o futebol faz-nos brincar e picar mutuamente, alimentando as nossas conversas diárias.
E o que não gosto no futebol? Durante as próximas duas jornadas não o irei referir; é este o meu conselho para a estrutura do Sporting Clube de Portugal… Se sim, concordo que se deva falar e apontar o dedo, acho que este é o momento de calar! CALAR SIM… agora só nos resta fazer uma coisa: CORRER, JOGAR E ENCANTAR DURANTE 180 MINUTOS.
É isto que quero agora, de nada adianta chorar sobre o leite derramado, de nada adianta (agora) criticar o que deve ser criticado. Agora é acabar a época como temos vindo a jogar, se o título vier, será bem recebido, e se não vier fica a sensação de que devia ter vindo!
Se terminarem a época a jogar como têm jogado, para o ano o estádio não terá uma taxa de ocupação de cerca de 80%, mas sim de 90% ou 100%, acreditem em vocês que nós sempre o fizemos; mesmo quando não o mereciam, mesmo quando não devíamos e nada era racional para o fazermos…
São estes aqueles que vocês têm de orgulhar, são para estes que vocês têm de jogar e deixar tudo em campo… o mais? O mais é nada! Fonte: Sporting CP
Corram para cada bola como se fosse a última do campeonato, disputem cada lance como se fosse o último da vossa vida, sintam a vibração de um público que por vocês dá toda a garganta, todo o empenho, todos os aplausos…
Não vos peço que façam nada extraordinário, simplesmente sejam SPORTING CLUBE DE PORTUGAL. Decerto já perceberam que no mundo não há igual, o apoio que sentiram é de uma massa adepta que há muito não tem enormes alegrias, imaginem o que poderá ser se a glória aparecer.
Calem-se, não discutam, lutem, marquem golos, façam jogadas fantásticas… o que tiver de ser, será! Mas nunca se esqueçam que ao vosso lado todo um estádio gritará e qualquer adepto acreditará!
Este ano tem sido fantástico e por isso mesmo não o deixem terminar em baixo.
Aconteça o que acontecer, se terminarem o campeonato como estão agora só me resta agradecer a todos: à estrutura, à equipa, e aos milhares de amigos que partilham o estádio comigo semana após semana…
Numa meia-final inédita entre o Real Madrid e o Manchester City, após um empate sem golos na primeira-parte em Manchester, pairavam algumas dúvidas em Madrid. Iria repetir-se a final de 2014 no Estádio da Luz? O Manchester City alcançaria a sua primeira final europeia? Cristiano Ronaldo estaria recuperado ao ponto de ser titular?
O português Ronaldo foi titular mantendo assim, Zidane, o habitual 4-2-3-1 com Isco no lugar habitual de James e Jesé no centro do ataque. O Manchester City manteve também o seu habitual 4-2-3-1, com os dois trincos Fernandinho e Fernando porém com De Bruyne descaído para a esquerda e Yaya Touré como elo de ligação entre o meio campo e Sergio Kun-Agüero.
Assim como se pode observar na primeira mão, com duas equipas bastante compactadas e com ataques de pouco risco, sem transições descompensadas, o clube inglês entrou sem medo com a sua defesa muito subida e com um jogo de gestão com quase todos os jogadores no meio campo adversário. Um duro golpe acaba por ser a lesão de Kompany aos 8’ minutos de jogo, obrigando Pellegrini a mexer, fazendo entrar o ex-portista Mangala.
No Real Madrid, assistia-se a uma enorme mobilidade no ataque com a defesa também subida e com Jesé, um jogador versátil que descai para ambas as alas, permite que Ronaldo e Bale apareçam constantemente no centro do ataque, confundido as marcações da linha defensiva dos citizens.
O Leicester é campeão de Inglaterra! O desfecho surpreendente e admirável da (incomparável) Premier League teve o condão de fazer devolver a esperança na esperança e num ápice, um pouco por todo o mundo, um sem número de adeptos do género romântico passou a exigir às respectivas direcções e equipas técnicas algo perto do milagre em gestão desportiva capaz de colocar o clube da terra na rota dos títulos nacionais – como sonhar não paga imposto, deverá ser suficiente, para tal, obter as cerca de 40 milhões de libras para compor orçamentos; ou então, deslocalizar o clube para as misteriosas East Midlands (naquele triângulo feito por Derby, Nottingham e Leicester deve existir algum segredo).
Concordo que, à primeira vista, a tarefa parece difícil de concretizar. No entanto, se observarmos mais atentamente, será possível identificar um atalho na busca pelo “Leicester português”, sem necessidade de recorrer à divisa tailandesa ou a qualquer outro transtorno. No nosso país, para que equipas de meio da tabela tivessem a possibilidade de chegar ao título bastaria terem a oportunidade de encontrar o Benfica em campo todas as semanas, para a habitual jornada do campeonato. Na condição de visitado, ou mesmo como visitante, pouco importaria, pois, como os últimos dois meses puderam comprovar, das fraquezas se fariam forças – sempre a máxima força! – e a vontade e talento emergiriam, pouco importando os contextos físicos ou anímicos imediatamente anteriores. Consigo imaginar perfeitamente: Arnold, o Mahrez de Setúbal; Postiga, o Vardy de Vila do Conde; Josué, o Huth de Guimarães; e muitos mais.
Seria interessantíssimo termos em Portugal uma mão cheia de candidatos ao título. Libertávamos o campeonato da hegemonia dos três “grandes” e, principalmente, pouparíamos o adepto comum de um Benfica campeão, refém de uma qualidade individual e colectiva tão depreciada e que, para já, serve apenas para ter mais pontos, mais golos marcados e menos golos sofridos. Infelizmente, os transtornos do quadro competitivo não o permitem. É necessário jogar todos contra todos e isso é algo que tem criado sérias e inesperadas dificuldades a vários concorrentes – o V. Guimarães, por exemplo, candidato ao título neste imaginário campeonato a dois, não vence desde 29 de Janeiro (mesmo nos poucos jogos em que Sérgio Conceição não foi expulso ou esteve suspenso).
É preciso suar e sofrer para ultrapassar os nossos obstáculos Fonte: SL Benfica
Qualquer equipa deve ambicionar ganhar o jogo – todo e qualquer jogo! O que me parece estranho, neste caso concreto, é a necessidade de um treinador enfatizar – como fez Sérgio Conceição –, na véspera da recepção ao Benfica ou da deslocação à Luz, que a sua equipa “fará tudo para pontuar”. Dá-me sempre a sensação que, em algum momento da época, essa mesma equipa nem sempre fez tudo para pontuar ou, pelo menos, nem sempre considerou tão urgente ou vital obter a pontuação. Parece-me inusitada esta necessidade de se afirmar o óbvio: quando é que uma equipa de futebol profissional, que trabalha diariamente tendo em vista um jogo ao fim-de-semana, não faz tudo para ganhar o jogo? E, já agora, o que se pode entender por “tudo”? – é que, até ao momento, ainda só vi coisas feias.
Num texto recente, escrevi que o Benfica para vencer (o jogo e o campeonato) tem sempre de jogar o dobro do seu adversário. É algo natural e que acontece por a recepção ou a visita ao maior clube português ser (sempre) o ponto alto da época para qualquer equipa. Nas últimas semanas, verifiquei outra coisa, algo que explica perfeitamente aquilo que falta a um putativo “Leicester português”: essa mesma equipa, que tão legitimamente se transcende perante o Benfica, só consegue jogar pela metade na semana seguinte, ou pior ainda, na semana anterior.
Vivem-se dias agitados para os lados da Luz. Nitidamente, a chamada estrutura benfiquista não contava que o Sporting ganhasse no Dragão, razão pela qual teve de tomar medidas. Como tal, nos últimos dias, assistiu-se a um corrupio de figurões encarnados, na ânsia de levantarem suspeitas sobre o Marítimo, sobre o Sporting, sobre o que calhar. Primeiro foi João Gabriele o “jogo da mala”; depois foi José Eduardo Moniz – ex-opositor de Luís Filipe Vieira e, actualmente, mais um a amar o Grande Irmão – a “estranhar” que o Marítimo tenha poupado jogadores em risco de exclusão para a recepção ao Benfica (que mania esta de os clubes quererem ter os melhores jogadores disponíveis, José; enfim, do mesmo modo, também qualquer pessoa poderia “estranhar” como é que um antigo opositor se transforma em yes-man…); por fim, Rui Gomes da Silva, cuja honestidade intelectual é semelhante à de uma maçaneta de porta, escreveu no Facebook que tem dois princípios de que nunca abdica (se o próprio não se auto-elogiar, quem o fará…) e despejou frases de filósofos que provavelmente conheceu três minutos antes no citador.pt. O objectivo é sempre o mesmo das últimas semanas: levantar todo o tipo de suspeitas sobre o Sporting e o próximo adversário do Benfica. O vice-presidente encarnado atreveu-se mesmo a usar a expressão “contra tudo e contra todos” (já falei da sua honestidade intelectual?). Notável.
Esta reacção é mais um episódio do absolutismo benfiquista que, nos últimos anos, se instalou entre nós. Tal como os monarcas medievais, também Vieira, secundado pela sua corte de esbirros, gere um império autoritário, intolerante e obstinado, que julga possuir o direito divino ao poder e que olha a todos como seus servos. Todos devem prestar vassalagem ao Benfica. Qualquer atitude que se desvie do que o clube pretende é encarada como subversiva e alvo de uma campanha exemplar de acusações, contra-informação e represálias. Em sentido inverso, quem se porta bem é premiado. O Benfica mandatar um dirigente para se queixar da gestão do plantel do Marítimo é tão surreal como se o Tottenham tivesse feito birra por o Chelsea ter utilizado os melhores jogadores na partida que deu o título ao Leicester. No fim de contas, os blues, tal como o Marítimo, também já não estavam a lutar por nada, mas não deixaram de ser ambiciosos no desempenho do seu trabalho. No entanto, tudo isto é incompreensível para muitos benfiquistas. Como não podia deixar de ser, a turba encarnada aplaude freneticamente os seus dirigentes. Perante tão evidente exemplo da famosa estrutura a carburar, importa esmiuçar, então, quem são estes adeptos do Benfica – não todos, é verdade, mas uma larga maioria – que se escandalizam com tamanha afronta levada a cabo pelo Marítimo. A lista é tão longa quanto esclarecedora. Vejamos:
– são os mesmos que tentam desculpar o facto de o actual presidente, como é sabido, ter sido apanhado a escolher árbitros– à boa moda Pinto da Costa Vintage, que Luís Filipe Vieira tanto criticava;
– são os mesmos que, em 2005, acharam normal que um Estoril-Benfica se tivesse jogado no Algarve;
– são os mesmos que passaram esta época a desvalorizar o caso dos vouchers e a dizer que não passava de “cortesia”, fazendo esquecer que o que está em causa é o facto de os quatro jantares oferecidos em cada cupão (eram e continuam a ser sete cupões por jogo) poderem facilmente ultrapassar a quantia permitida – não há qualquer mecanismo para impedir que tal aconteça;
– são os mesmos que acharam normal que Marco Ferreira, o último árbitro, durante mais de um ano, a assinalar um penálti contra o Benfica e a expulsar um jogador encarnado – e que por sinal foi também o último a estar em duas derrotas do clube na mesma época – tenha sido nomeado para a final da Taça e depois despromovido, vendo-se forçado a abandonar a actividade;
O mesmo clube que considera natural oferecer jantares a àrbitros acha agora vergonhoso que o Marítimo tenha total autonomia na gestão do próprio plantel (!) Fonte: CMTV
– são os mesmos que, quando se começou a falar de o Benfica ser o único clube sem penáltis ou expulsões contra, consideraram normal que Nuno Almeida tivesse assinalado uma grande penalidade aos 90 minutos do jogo contra o Braga (o Benfica vencia por 5-0) e que Bruno Paixão tenha expulsado André Almeida aos 90 minutos do jogo contra o Vitória de Guimarães, quando o jogador até já estava castigado para a partida seguinte por ter atingido o limite de amarelos. Assim se “quebram” recordes curiosos e se atira areia para os olhos dos adversários, para delírio de muitos adeptos encarnados;
– são os mesmos que desvalorizaram e abafaram o facto de Marco Ferreira, árbitro escorraçado no final da última época, ter vindo a público dizer que Vítor Pereira lhe ligava para favorecer o Benfica. “Nas semanas em que eu ia dirigir um jogo do Benfica ele ligava-me sempre a pedir para ter cuidado (…). E fazia isso não só a mim como a vários colegas”;
– são os mesmos que procuraram apagar o penálti de Luisão frente ao Estoril na 1ª jornada, quando o jogo estava empatado, pelo simples facto de que o Benfica acabou por golear por 4-0 (com todos os golos a surgirem nos últimos 15 minutos).
– são os mesmos a quem nunca se ouviu uma palavra sobre o penálti claro de Mitroglou na Luz frente ao Paços de Ferreira, na 6ª jornada, quando havia 0-0;
– são os mesmos que, de igual modo, nunca se pronunciaram sobre o penálti que ficou por assinalar no Benfica-Arouca, quando havia 1-0 para os encarnados.
– são os mesmos que consideram normal que o Benfica seja o clube menos amarelado da Liga.
– são os mesmos que alimentam (des)conversas até à exaustão sobre o lance da mão de Tonel em Alvalade, aclamando Rui Gomes da Silva, que disse que o atleta do Belenenses “só fez mão porque quis” e que, se fosse adepto azul, “teria vergonha” do jogador. Porém, esses mesmos adeptos não levantaram quaisquer ondas (pois claro) quando Vilas-Boas, do Rio Ave, ofereceu o golo a Jiménez (não se lançam aqui quaisquer suspeições sobre o jogador do Rio Ave, porque são infelicidades que acontecem no futebol, como qualquer pessoa com um pingo de honestidade sabe; apenas se pretende demonstrar a hipocrisia reinante na Luz, alimentada pelas principais figuras do clube);
– são os mesmos que acham normal que Slimani tenha estado condicionado durante quase cinco meses, sem saber se iria ser castigado ou não, ainda para mais tendo-se aberto o precedente de ponderar um castigo no campeonato devido a um jogo da Taça;
Fim de semana inglório para as cores azuis e brancas. Mais uma derrota frente ao Sporting CP esta época e mais uma tremenda desilusão para os adeptos portistas, que esperavam que a equipa mostrasse muito mais, no intuito de continuar a alimentar a esperança do regresso aos títulos com o aproximar da final da Taça de Portugal.
O grupo é esforçado, trabalha com muitas limitações (lesionados, castigados e chicotadas psicológicas), e muitas vezes é prejudicado severamente pela arbitragem, mas isso não serve de desculpa para o péssimo desempenho que a equipa apresenta. Neste momento o FC Porto não tem um jogador sobre o qual poderemos dizer, sem a menor dúvida, que no futuro representará um grande clube europeu e que vá render 40 milhões. Existe qualidade no plantel, sem dúvida, grandes jogadores promissores, mas o conjunto não funciona como um só, a aposta nos jovens é escassa e a qualidade que os adeptos sabem que os jogadores têm para dar não sai. Para quem quer ganhar campeonatos e ir longe em competições europeias, este plantel atual não chega.
Hulk e James fazem falta ao FC Porto Fonte: FC Porto
Onde andam os jogadores como Hulk, Falcão, Guarin ou João Moutinho? O FC Porto teve a oportunidade de contratar atletas como Lucas Lima, Salvio, Keylor Navas, Oliver Torres ou Lamela num passado recente, e deixou-os fugir para contratar jogadores como Adrian, Marega, Suk ou até mesmo José Angel. O que se passa com a política de constatações do FC Porto? Apesar de ser muito fácil apontar o dedo quando as situações não são de forma alguma favoráveis, todos estes dados dão que pensar sobre se realmente é esta a continuidade que os sócios querem para o clube.
Mais recentemente Sebastián Pérez, Divock Origi e Rafa (SC Braga) foram apontados como futuros reforços do FC Porto para a próxima época. A questão que fica no ar é a seguinte: irá a estrutura dos dragões preferir contratar Bonatini a Origi ? Ou Josué a Pérez? E quem sabe até manter Marega e deixar passar Rafa? Este é um assunto que irá merecer bastante atenção no próximo mercado de transferências nas hostes do FC Porto, já que o atual plantel peca muito, no que diz respeito à sua qualidade individual.
O público portista já tem saudades de vibrar com os grandes jogos europeus, tem muitas saudades de ter o escudo de Portugal ao peito, mas acima de tudo tem saudades de sentir confiança na sua equipa e de vê-la a praticar um bom futebol. Esta situação começa a deixar de ser sustentável. O FC Porto para a próxima temporada só pode ter um destino, que é ser campeão nacional. Doa a quem doer, não podemos estar mais um ano sem ganhar nada. Ainda há uma Taça para vencer; é aí que o FC Porto tem de concentrar todas as suas forças, pois é essa conquista que voltará a colocar o clube no lugar em que merece estar.
Fred Gil, como é agora reconhecido pelo ATP, é um nome que, com certeza, traz grandes memórias ao público português. A final do Estoril Open em 2010, os quartos-de-final do torneio de Monte Carlo ou a chegada ao lugar 62 do ranking foram alguns dos efeitos que Frederico Gil alcançou. Atualmente no lugar 532 da hierarquia, o tenista português não atira a toalha ao chão e afirma que se sente com muita força para continuar e que ainda não conseguiu atingir todos os objetivos de carreira.
Foi no Millennium Estoril Open, onde Fred Gil jogou pares com Felipe Cunha e Silva, e após um treino com Nicolas Almagro, que o Bola na Rede esteve à conversa com Frederico Gil. O passado, o presente e o futuro foram os temas desta conversa.
Bola na Rede:Este ano já contas com quatro títulos de pares. Quais são os teus objetivos para esta temporada?
Fred Gil: Neste momento, quero investir mais na minha carreira de pares. Mas não vou descurar a vertente de singulares, pelo contrário. O Catalin (parceiro com o qual Fred Gil conquistou os últimos dois títulos de pares) convidou-me para jogar com ele e eu gostei muito. Ele também me vai dar uma ajuda como treinador. Estou na luta. Os meus objetivos são voltar a ganhar pontos e recuperar a confiança. Eu tinha estabelecido chegar aos 300 primeiros nos singulares.
Frederico Gil com Catalin-Ionut Gard, parceiro com o qual já venceu 2 títulos de pares este ano Fonte: Facebook Oficial de Fred Gil
BnR: Achas que ainda é possível alcançar esse objetivo?
F.G.:Acho, mas vou apontar mais no sentido de terminar nos 500 primeiros. Não entrei bem no início do ano e acho que os 300 primeiros talvez seja um bocadinho difícil de conseguir. Se conseguisse acabar por volta dos 500, já seria bom.
BnR: O ano passado, neste mesmo torneio, falavas que o mais importante era seres feliz a jogar ténis. Já está tudo resolvido?
F.G.: Para mim, está tudo resolvido. Sinto-me bem novamente. Estou, entre aspas, bem com a vida e agora é focar-me mais na minha carreira e na minha vida.
BnR:No ténis, a parte mental pode ser mais importante do que a parte técnica e tática?
F.G.: Sim, claro. Sou eu que estou lá dentro. Se não estiver bem a nível mental, dificilmente vou conseguir produzir o meu melhor ténis.
Após a realização das 26 jornadas da fase regular, é de salientar a grande forma da equipa que chega à fase dos play-offs como líder inequívoco da prova, o Sporting CP. Senão vejamos: dos 26 encontros disputados, a formação leonina logrou vencer 24 e empatar um, tantos como as derrotas, apenas cedendo cinco pontos em 78 possíveis!
Ora, assim podemos ver que esta é a melhor prestação desde 2012/2013, altura em que a mesma equipa então somou 25 triunfos. Mesmo em termos de golos marcados e sofridos este é um registo assinalável, com 146 tiros certeiros contra apenas 22 bolas encaixadas, dando assim uma diferença entre golos marcados e sofridos de 124, um recorde absoluto tendo em conta os anos mais recentes de disputa da principal Liga de futsal.
Para justificar esta boa prestação podemos olhar para as contratações de grandes jogadores que vieram acrescentar bastante qualidade ao já de si forte plantel verde e branco, como por exemplo Cavinato, Fortino ou Marcão, que vieram para ser titulares e estão, para já, a justificar plenamente a sua aposta.
Rodolfo Fortino, uma das grandes aquisições desta temporada Fonte: Sporting CP
O facto de o conjunto leonino apostar somente nas competições nacionais também ajuda, pois o SL Benfica foi o campeão nacional na época passada e foi esta época o único representante luso na UEFA futsal cup, permitindo assim dedicar o seu esforço apenas na taça e campeonato.
Graças a este desempenho, a equipa do leão irá defrontar o oitavo classificado na fase regular, o Belenenses, que já viveu dias bem melhores do que aqueles que enfrenta hoje em dia. Portanto, creio que com maior ou menor dificuldade os leões irão conseguir tornear este obstáculo.
De resto, o SL Benfica defronta o SL Olivais, num confronto que também promete bons jogos. O Burinhosa garantiu o terceiro posto na última jornada e marca assim encontro com o Modicus, sexto posicionado na tabela. E, por fim, o SC Braga/AAUM encontra a AD Fundão, no que me parece ser a eliminatória mais equilibrada das quatro em questão.
Resta-nos então esperar para ver qual o resultado final e o respetivo enquadramento das meias-finais e final, sendo que toda a gente espera mais um reencontro entre Sporting e Benfica na final, para podermos assistir a mais uma série de jogos extremamente equilibrados e sempre com grande incerteza no marcador. Mas temos que estar sempre atentos a eventuais surpresas, pois temos equipas com muito valor que dão o seu melhor todos os dias em prol do seu clube e merecem por isso todo o nosso respeito.
Tal como a morte simbólica do catenaccio ocorreu no dia 31 de maio de 1972, hoje foi o dia da morte do tiki-taka. Naquela altura, depois de ter dado tão bons resultados ao Inter de Helenio Herrera, o estilo de jogo defensivo parecia ter vindo para ficar na Europa. No entanto, um grupo de holandeses tinha ideias diferentes. Com Rinus Michels no comando e Cruyff dentro de campo, o Ajax venceu a Liga dos Campeões frente ao Panathinaikos em 1971 e, no ano seguinte, voltou a vencer, mas frente ao Inter. Aí, já sem Michels no banco, mas com Cruyff a comandar a equipa no relvado, o confronto de estilos não podia ser mais evidente. E foi o próprio Cruyff, com dois golos, que matou o catenaccio naquele dia, dando início à era do futebol total.
Em 2016, ano da morte de Cruyff, também o tiki-taka morreu. Foi Diego Simeone quem acabou com ele. O Atlético de Madrid eliminou, consecutivamente, Barcelona e Bayern de Munique, os dois mais fiéis representantes da filosofia de Cruyff e do estilo tiki-taka, jogando um futebol totalmente oposto àquele. No tiki-taka, é no centro do terreno que estão as maiores estrelas. No estilo que hoje é vencedor as estrelas estão nos extremos: na baliza, Oblak foi enorme; na frente, Griezmann foi letal como habitualmente (enquanto Torres perdoou, também como habitualmente). Os médios são fundamentais, mas mais pelo trabalho sem bola do que com ela. Este estilo implica também sofrimento. Suportar as investidas de Alaba, que devia jogar sempre a lateral e nunca a central – foi ele que sofreu a falta para o golo de Xabi Alonso e foi ele que cruzou para o golo de Lewandowski; travar Ribery e Douglas Costa; estar preparado para os remates de Vidal; e tentar anular Müller, esse jogador tão difícil de definir como de marcar. Até na imagem dos seus ideólogos os estilos são contrastantes. Aos românticos Cruyff e Guardiola, opõe-se o pragmático Simeone.
Comandante Simeone: o homem que derrubou o tiki-taka Fonte: Atlético de Madrid
Na semana passada, a 29 de abril, a capa do La Gazzetta dello Sport mostrava uma montagem de Simeone no estilo Che Guevara, sob o título: “Comandante Simeone. Il Cholismo e la rivolta contra il Tiqui Taca.” É verdade que os italianos são suspeitos nesta coisa de apoiar o futebol defensivo, mas o aviso estava dado. De resto, o Leicester de Ranieri também deu um pequeno contributo para a morte do tiki-taka. É que o estilo de que Guardiola tanto gosta implica muito tempo de posse de bola, mas o Atlético e o Leicester não estão nada preocupados com isso.
O tiki-taka morreu. Pode ser que renasça, em Manchester, já daqui a uns meses. Hoje, saibamos apreciar o espírito de sacrifício, a organização e a eficácia do Atlético de Madrid (e do Leicester, já agora).
Fantástico, histórico e para mais um dia recordar. A campanha do Leicester merece receber todos os elogios possíveis e hoje o conto de fadas teve o seu culminar quando o Leicester foi campeão. Mas esta conquista teve vários momentos, desde as dúvidas iniciais sobre Claudio Ranieri até ao momento em que o Leicester se assumiu como candidato.
Um início de pré-época quente
Poucos pensariam que Ranieri alcançaria o que alcançou no Leicester Fonte: Leicester City FC
Apesar de a época estar a acabar em glória, o inicio não foi tão calmo como se esperava. Após o milagre de ter garantido a manutenção, Nigel Pearson, que também subiu com o Leicester, foi despedido. Isso levantou uma onda de contestação por parte dos adeptos. E pior foi quando Ranieri foi anunciado como treinador. O italiano reunia fracassos atrás de fracassos, tinha acabado de ser despedido da selecção grega, uma experiência que correu muito mal, e a ultima vez que treinou em Inglaterra foi despedido do Chelsea. Não tardou a ser apontado como o primeiro treinador a ser despedido na Premier League.