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O caminho Marítimo para o campeonato de Inverno

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O Sporting tem na deslocação à Madeira mais um importante desafio à sua liderança. A partida nos Barreiros marca a etapa final que até ao fim-de-semana de 10 de Janeiro encerrará a primeira volta do actual campeonato. Essa é a altura em que habitualmente se atribui o titulo de campeão de Inverno.

Um título vazio de conteúdo e de pouca glória, pois não se ganha mais do que umas efémeras capas de jornal. Serve contudo como uma prova de aferição da força de uma candidatura e, provavelmente, pode constituir um importante impulsionador dos níveis de confiança de uma equipa.

A Madeira é não só um ponto de passagem obrigatório como de importância nada insular no desfecho desta etapa. Ainda antes de nos sentarmos à mesa por ocasião da consoada o Sporting repetirá a viagem até ao Funchal, para disputar mais três pontos com o U. Madeira, acentuando assim o carácter marítimo à jornada que levará até à metade do campeonato.

Durante este período serão também muito importantes e seguramente difíceis os dois embates com o SC Braga. Um ditará a continuidade de uma das equipas, na reedição da final da Taça de Portugal, cujo título o Sporting defende este ano. O outro constitui o ponto final neste capítulo, uma vez que é último jogo da primeira volta e terá por isso mesmo uma importância acrescida.

O jogo com U. Madeira será intermediado pela recepção ao Moreirense e é o último que o Sporting terá de jogar sem poder contar com o recurso a reforços. Este é um aspecto muito importante, tendo em conta que já se vai fazendo sentir alguma escassez de recursos à disposição de Jorge Jesus. Até lá, o treinador terá de inventar soluções ante as limitações.

O capitão leonino tem sido decisivo no meio campo de Jorge Jesus Fonte: Sporting CP
O capitão leonino tem sido decisivo no meio campo de Jorge Jesus
Fonte: Sporting CP

É nesta configuração que o encontro com o Marítimo decorrerá. Slimani está castigado, e Gutierrez a braços com uma pubalgia, que não só o limita no imediato como lança a dúvida sobre a sua disponibilidade no médio prazo. Bastas são as vezes em que a resolução do problema passa pela marquesa do cirurgião. É claro que a frente do ataque terá no jogo com o Marítimo um teste de fogo, pela escassez de alternativas e pelo facto significativo de estarem ausentes os dois jogadores em quem Jorge Jesus mais tem confiado para o lugar.

Falando ainda de constrangimentos, há que destacar Jefferson, que regressa agora de lesão. Tem entrado de forma intermitente, sendo também assim o tom das suas prestações, algo distantes daquilo de que já mostrou ser capaz. Pode dizer-se o mesmo de Mané, que não tem entrado muito no baralho na hora de Jesus jogar as cartas.

Há ainda factores psicológicos a merecer alguma atenção. Entre esses destacaria o facto de, quando começar o desafio nos Barreiros, o Sporting já ser conhecedor do resultado dos seus rivais. Embora seja algo a que qualquer equipa com pretensões tenha de estar habituada, não deixa de ser um factor que acresce às dificuldades, especialmente quando a equipa está limitada.

Não menos importante é a chicotada psicológica em curso mas ainda não inteiramente definida no adversário. É mais ou menos claro que quem o dirige aposta todas as fichas neste jogo e parece pretender contagiar os jogadores com o mesmo espírito.

Que ninguém duvide de que espera ao Sporting um jogo de elevada dificuldade. No caminho Marítimo para o campeonato de Inverno este jogo tem tudo para ser um cabo das tormentas antes de, como todos esperamos, ser acrescida a esperança de chegar no final da primeira volta à frente.

Foto de Capa: Sporting CP

Benfica 3-0 Académica: Estreia de sonho para Renato Sanches

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O jogo entre o Benfica e a Académica fica marcado por uma primeira parte muito fraca. Com um onze que apresentava algumas alterações em relação ao jogo com o Braga, Rui Vitória apostou em Pizzi para jogar a extremo, ocupando Jonas o seu lugar no miolo do campo, ficando com isto Gonçalo Guedes no banco. Para médio defensivo, Rui Vitória manteve a aposta em Fejsa, relegando Samaris para o banco.

Durante a primeira parte pudemos observar um Benfica a errar alguns passes e a não ser uma equipa muito pressionante. Com estas mexidas, o Sport Lisboa e Benfica perdeu consistência no meio campo, pois Jonas não faz, de longe, o mesmo trabalho que Pizzi. Com um Renato muito recuado, o Benfica só começou a desequilibrar mais quando o mesmo subiu o terreno quase no fim da primeira parte, uma vez que Fejsa já se encontrava amarelado, o que obrigava o número 85 da turma encarnada a estar sempre próximo do jogador sérvio para parar alguma jogada mais perigosa da Académica, caso fosse necessário.

Apesar de terem efectuado uma exibição cinzenta durante os primeiros 45 minutos, Gaitán ganha um penálti que Jonas converte em golo, chegando assim o Benfica ao intervalo a vencer por 1 a 0.

A segunda parte começou com mais do mesmo. Com uma Académica mais pressionante do que na primeira parte, continuou a ver-se um Benfica acanhado, um Benfica que só criava perigo através de arrancadas individuais. Apesar desta exibição fraca e algo displicente o emblema vermelho e branco lá chegou ao 2 a 0, outra vez de penálti e outra vez por Jonas.

Com a entrada de Samaris ao minuto 67, o Benfica ganhou outra consistência no miolo do terreno pois deixou Renato mais solto e com mais liberdade para subir no terreno. Com a entrada de Guedes ao minuto 75, a equipa encarnada ficou com outro fulgor atacante. Com estas duas alterações a bola circulava melhor pelos jogadores encarnados, que conseguiam chegar mais vezes à área da Académica. Ao minuto 85 aconteceu magia na Luz. Renato Sanches, com um remate poderoso, marca um golo monumental que faz levantar o estádio inteiro.

Apesar de o resultado ter ficado em 3 a 0, o futebol praticado pelo Benfica voltou a não convencer, e a estratégia que Rui Vitória adoptou para este jogo, na minha óptica, voltou a não ser a mais correcta. Resta então saber se estas alterações em relação ao onze que alinhou em Braga foram já a pensar no jogo com o Atlético de Madrid ou se foi pura estratégia por parte de rui Vitória.

A Figura:

A Figura foi sem dúvida Renato Sanches, que, apesar de não ter sido o melhor em campo, realizou mais uma vez uma boa exibição e marcou um golo de levantar todo o estádio. A maturidade como aborda cada lance e a forma desinibida como pede a bola e a transporta para o ataque é sinónimo de grande jogador.

O Fora-de-Jogo:

O Fora-de-Jogo vai para Mitroglou, que passou completamente ao lado da partida. Mitroglou não é jogador para este tipo de jogos; é jogador para jogos “abertos” e não para partidas como esta, em que o sistema de jogo do adversário se baseia na defesa, deixando o grego desamparado na frente de ataque.

Foto de capa: Sport Lisboa e Benfica

A um jogo do Olimpo

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Ao contrário do que se pode pensar, um treinador que escolhe um clube habituado a ganhar não tem uma balança muito desequilibrada no que toca aos prós e contras. Se ganhar, não fez mais do que outros fizeram. Não foi além das suas obrigações, tendo em conta a superior qualidade do plantel. Contudo, se não ganhar coloca uma mancha negra no currículo, que terá, inevitavelmente, repercussões na carreira.

No Olympiakos, crónico campeão grego, não ganhar está fora de hipótese e ganhar por ganhar não é suficiente. Assim, a interpretação de que Marco Silva jogou completamente pelo seguro quando aceitou mudar-se para a Grécia não é indiscutível, até porque falamos de um clube com uma massa adepta exigente e onde a pressão é constante. Depois de sair do Sporting envolto num processo polémico, o treinador português sabia que precisava de dar (mais) uma prova clara de qualidade e, apesar de ter, de longe, o melhor plantel do campeonato, nem nos melhores sonhos imaginaria um início tão auspicioso. O Olympiakos tem feito uma campanha perfeita e venceu os doze encontros que disputou até ao momento, superando o melhor arranque de sempre – um recorde de 1966/67. Mesmo com o triunfo na secretaria sobre o rival Panathinaikos, não há maneira de tirar o mérito ao conjunto de Marco Silva.

Marco Silva
Marco Silva vai batendo recordes na Grécia
Fonte: Olympiakos FC

Para além do percurso imaculado a nível interno, o campeão grego está a uma “final” de conseguir um apuramento improvável para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. À partida, um grupo com o Bayern e o Arsenal não daria muitos motivos para sonhar, mas um triunfo épico em Londres, por 3-2, colocou o jogo a favor da equipa de Marco Silva. Na última jornada, o Olympiakos recebe os gunners de Arsène Wenger com a certeza de que um empate garante a qualificação e que uma derrota por menos de dois golos pode ser suficiente. O treinador português deverá repetir a estratégia que tem adoptado nos compromissos europeus de maior exigência, abdicando do duplo pivot habitual em jogos do campeonato e reforçando o meio campo com a entrada de Esteban Cambiasso. O médio argentino, que chegou nesta temporada proveniente do Leicester, não tem sido preponderante na liga grega mas tem feito a diferença na Champions, aproveitando a enorme experiência internacional que possui.

No campeonato grego, onde o fosso entre o Olympiakos e as restantes equipas é bastante considerável, Marco Silva tem disposto a equipa num 4-2-3-1 sem nenhum médio de características assumidamente defensivas. Pajtim Kasami, “eterna” promessa suíça que, aos 23 anos, parece finalmente querer dar o salto, e Luka Milivojevic, sérvio de 24 anos que vai relançando a carreira no Pireu depois de uma experiência falhada no Anderlecht, têm chegado para as tarefas defensivas e acrescentam a qualidade necessária no capítulo ofensivo.

Se há um nome a destacar no Olympiakos, é claramente o de Kostas Fortounis. O médio, que já tinha estado em bom plano na temporada anterior, tem sido a grande figura do emblema de Atenas e, consequentemente, do campeonato. Com Chori Domínguez, um dos melhores da história recente do clube, a acusar o peso da idade, o talento grego tem assumido todo o protagonismo no meio campo ofensivo, confirmando o potencial que há muito lhe é reconhecido. Para além de ser um jogador tecnicamente evoluído, demonstrando qualidade no passe e no drible, tem impressionado pela facilidade em aparecer em zonas de finalização, sendo o melhor marcador do conjunto de Marco Silva, com 9 golos. Tenha ou não capacidade de manter este nível até ao final da época, já provou que tem talento a mais para continuar na liga grega. Numa fase em que a selecção helénica precisa urgentemente de novas referências, Fortounis é um dos mais fortes candidatos a assumir esse estatuto.

Kostas Fortounis: o maior talento do campeonato grego Fonte: Olympiakos FC
Kostas Fortounis: o maior talento do campeonato grego
Fonte: Olympiakos FC

Sem dinheiro para contratações milionárias, Marco Silva viu no campeonato português, que bem conhece, o mercado ideal para apetrechar o plantel do Olympiakos com mais soluções. Sebá, que orientou no Estoril, Hernâni, sem espaço no FC Porto, e Felipe Pardo, uma das figuras do Sporting de Braga nas últimas épocas, foram apostas do treinador português e têm contribuído para o fantástico momento dos campeões helénicos, acrescentando irreverência e capacidade de desequilíbrio. O antigo técnico do Sporting tem promovido uma rotação saudável nas alas, dando tempos de jogo semelhantes a todos os extremos do plantel, mas o colombiano tem-se destacado na Liga dos Campeões, marcando 3 golos decisivos. Frente ao Dínamo de Zagreb, colocou Marco Silva a festejar como nunca o tínhamos visto. Em termos internos é o talentoso esquerdino Jimmy Durmaz, exímio marcador de bolas paradas, que tem maior influência na equipa, não só por ser o mais utilizado mas também porque tem números bastante relevantes (4 golos e 4 assistências).

O Olympiakos aproveitou as experiências falhadas de Ideye Brown e Alfred Finnbogasson nos anteriores clubes para conseguir dois jogadores muito interessantes para o eixo ofensivo. O possante avançado nigeriano brilhou em Kiev, mas desiludiu no WBA e vai tentando reencontrar-se com os golos em Atenas. Tem levado a melhor na disputa com o islandês, que, apesar de ter destruído defesas na Holanda, não foi capaz de fazer o mesmo ao serviço da Real Sociedad. Para já, a mudança para o Pireu não trouxe de volta o goleador, que vai deixando a ideia de ser um valor inflacionado pelas fragilidades defensivas da Eredivisie.

Não se admirem com o facto de ainda só ter mencionado jogadores que actuam do meio campo para a frente. O sector defensivo é quase dispensável a nível interno, como se comprova pelo registo de 34-5 em golos. O papel de Roberto Jiménez e Manuel da Costa é, por isso, algo secundário nesta equipa de Marco Silva. Os velhos conhecidos dos portugueses, ambos com 29 anos, são os jogadores mais experientes do 11 habitual e, mais do que brilhantes, têm sido eficazes. O central, que passou ao lado de uma grande carreira, forma uma dupla consistente com o espanhol Alberto Botía, também ele uma promessa que não alcançou o nível que se esperava, e o guarda-redes continua a apagar a passagem infeliz pelo Benfica. Sem grandes responsabilidades defensivas, os laterais Arthur Masuaku, pela esquerda, e Omar Elabdellaoui, do lado direito, dão muita profundidade e são duas peças fundamentais na manobra ofensiva do campeão grego, tendo potencial para outros voos.

O campeonato dificilmente fugirá a Marco Silva, como acontece com quase todos os treinadores que têm passado pelo Olympiakos. Leonardo Jardim foi despedido a meio da temporada mas teve um papel decisivo no título de 2012/2013, e Vítor Pereira conseguiu corrigir o mau arranque de Michel e também foi campeão em Atenas. Apesar do recorde na liga grega, só um resultado positivo frente ao Arsenal dará um estatuto especial a Marco Silva na comparação com os outros técnicos portugueses que passaram pelo Pireu. Depois de fazer o Sporting regressar aos títulos, o treinador de 38 anos está a um jogo de entrar no Olimpo do Karaiskakis e de abrir as portas para um campeonato de topo.

Foto de Capa: Olympiakos FC

Jogadores que Admiro #48 – João Benedito

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Num mundo tão vasto quanto o do desporto, quantos foram, até hoje, os atletas que passaram vinte anos das suas carreiras no mesmo clube? Quantos foram os atletas que recusaram, por diversas vezes, propostas mais aliciantes, de ligas e/ou clubes mais poderosos? Quantos foram os atletas que entraram em campo, a cada jogo, sempre com o mesmo entusiasmo e espírito de sacrifício? Muito poucos, seguramente; a nível pessoal apenas conheço um: João Benedito, antigo convidado do programa de rádio do Bola na Rede.

No Sporting desde 1994, onde chegou em idade ainda júnior, João Benedito apenas se ausentou do clube durante uma época: em 2006/2007, quando aceitou a proposta dos espanhóis do Playas Castellón. Na despedida do clube de Alvalade, marcada por muitas lágrimas de parte a parte, João Benedito prometeria o regresso, que aconteceria logo na época seguinte.

A partir daí o capitão leonino fez questão de definir bem o seu trajecto, afastando sempre a mais pequena hipótese de transferência para qualquer outro clube. Actualmente, a maior batalha que tem travado é com o pendurar das chuteiras, uma vez que já tem 37 anos e, por muito que custe a qualquer adepto de futsal, a verdade é que o fim de carreira já se avizinha.

oão Benedito estará, aos 37 anos, muito próximo de terminar a carreira Fonte: Facebook do João Benedito
João Benedito estará, aos 37 anos, muito próximo de terminar a carreira
Fonte: Facebook do João Benedito

João Benedito é o exemplo perfeito de um excelente desportista, sportinguista e ser humano. Enquanto desportista, desde cedo que começou a contagiar tudo e todos com a sua garra e a sua dedicação à modalidade, tornando-se um verdadeiro líder, capaz de cativar qualquer um no pior dos seus dias, o que, a aliar a toda a sua qualidade, marcou, de forma profunda, o futsal nacional. A sua veia sportinguista também se faz notar das mais variadas formas; o próprio não se coíbe de mostrar o orgulho que sente por ser capitão do seu clube de coração, deixando orgulhosos todos os sportinguistas, bem cientes de que atletas devotos como o capitão da sua equipa de futsal existem muito poucos actualmente.

Por último, mas não menos importante, é um verdadeiro gentleman, dotado de um raro desportivismo que marcou toda a sua carreira. Defendendo sempre os seus interesses e os do clube, João Benedito nunca teve qualquer declaração polémica, privilegiando sempre o respeito e o fair-play, entre selecções, equipas e jogadores.

O jogador que ninguém, seja de que clube for, consegue odiar. João Benedito é um exemplo para todos, dentro e fora das quatro linhas. Um verdadeiro ídolo, o que escasseia nos tempos modernos.

Foto de Capa: Facebook de João Benedito

FIBA Europe Cup’2015 : Não ao isolamento

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O SL Benfica e o FC Porto, a jogarem em casa, chegaram à última jornada da Euro Cup da FIBA com possibilidades de passarem à fase seguinte (Round 32). No entanto, perderam e ficaram pelo caminho.

O FC Porto tinha uma tarefa muito complicada. O Fraport Skyliners da Alemanha é uma boa equipa, entrou bem no jogo e rapidamente ganhou vantagem pontual decisiva. Mais fortes na área pintada, os alemães conseguiram aguentar a natural reacção dos nortenhos, que lançaram com fracas percentagens de lançamentos de campo (17% nos triplos) mas nunca desistiram. Os alemães seguem em frente só com vitórias, enquanto o FC Porto, com um saldo de duas vitórias e quatro derrotas, fica eliminado.

Já o SL Benfica só pode queixar-se de si próprio. Acaba também a participação na prova sofrendo o cesto da derrota frente aos Belgas do Antwerp Giants no último segundo. A jogada de linha lateral aparece após um desconto de tempo e foi bem preparada pelo técnico do Antwerp, que recorreu a uma jogada clássica e de todos conhecida: American play. O mais normal é que, com este movimento colectivo, as equipas consigam libertar uma ou duas linhas de passe (interior e exterior). O que já não é muito normal a este nível foi a resposta da equipa nacional. Com trocas e ajustes conseguiram tapar as linhas de passe principais, mas, para surpresa de todos, o americano Cook perdeu o seu adversário directo e permitiu um passe em diagonal de Carleton Scott para um cesto fácil de Kwane Vaughn.

Momento do erro que ditou a derrota encarnada
Momento do erro que ditou a derrota encarnada

Com um saldo igual ao do FC Porto, o Benfica tem claramente equipa para ir mais além. Neste tipo de provas os pequenos erros originam quase sempre derrotas. Para ganharem, as equipas necessitam de ser consistentes em todo o encontro, e os lisboetas nunca o foram, andando demasiado tempo a correr atrás do prejuízo. A estatística mais uma vez não mente: o Benfica perdeu 15 bolas, o que originou mais 11 pontos para o adversário, enquanto das perdas de bola deste só conseguiu marcar seis pontos.

Bastava que o norte-americano D. Cook jogasse como normalmente (péssima pontaria: 20% de acerto e cinco perdas de bola) e seguisse o exemplo de Carlos Andrade (17 pontos, com boas percentagens, lançamentos e apenas uma perda de bola) para que os benfiquistas estivessem agora a comemorar mais um feito.

Claro está que o passado internacional do nosso Basquetebol nestas provas não é brilhante. A grande excepção foi no século passado, com a equipa de Lisboa, Mike, J. Jacques e outros que encheram pavilhões e deram vitórias históricas ao clube. A primeira vez que uma equipa nacional conseguiu ultrapassar a fase inicial data já de 1972, e ninguém melhor do que eu se lembra do feito: o SL Benfica eliminou os ingleses do Sutton na Taça Clubes dos Campeões Europeus.

Carlos Andrade foi dos melhores em campo Fonte: SL Benfica
Carlos Andrade foi dos melhores em campo
Fonte: SL Benfica

Na altura, o célebre treinador Teotónio Lima já dizia: “Hoje não é difícil convencer os jogadores de que têm de treinar todos os dias. O difícil é convencê-los de que esses treinos terão de ser intensos. Nas competições internacionais vão encontrar a prova provada de que tem de ser assim”. Nos últimos anos, as equipas masculinas abandonaram as competições internacionais, ficando o Basquetebol reduzido às competições locais neste “canto à beira mar plantado”. O FC Porto esteve 12 anos sem participar internacionalmente, enquanto o Benfica já tinha regressado no ano passado.

O que faltou às nossas equipas para seguirem em frente?

Claramente a ambos faltou ritmo e experiência internacional. A competição da LPB é fraca e jogada a um ritmo baixo. Sem oponentes à altura, o Benfica ganha quase sempre, o que desmotiva tudo e todos. Para seguir em frente, o SL Benfica pode ter de fazer alguns ajustes no próximo ano no plantel mas tem tudo para ser mais ambicioso. Já o FC Porto tem uma equipa bem organizada, mais jovem mas que necessita claramente de estrangeiros de valia superior para sonhar com outro patamar.

Pedro Bastos foi dos jogadores que mais ganhou com esta participação na Europa Fonte: FC Porto
Pedro Bastos foi dos jogadores que mais ganhou com esta participação na Europa
Fonte: FC Porto

Mesmo em tempo de crise financeira a opção só pode ser a continuidade da aposta internacional. Que o digam José Silva, Pedro Bastos e Miguel Queiroz, do FCP, e Mário Fernandes, João Soares e Tomás Barroso, do SLB, entre outros que em nada ficaram a perder no confronto internacional.

Mais do que regulamentar e proibir os estrangeiros de participarem nas nossas provas, o que temos de promover é o contacto internacional. Os bons jogadores nacionais acabam sempre por jogar e por sobressair como agora ficou claramente provado. A ganhar ficou também a seleção nacional; temos agora um leque mais alargado de jogadores com alguma experiência internacional, o que pode ser útil para os próximos confrontos.

O isolamento nunca leva a lado nenhum…

Imagem de capa: FC Porto

Rotações “Lopeteguianas”… Não resultam bem!

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À excepção da goleada de ontem diante do União da Madeira, culminada com 3 golos em cerca de 10 minutos frenéticos e outro já no período de descontos e de bola parada, a rotação excessiva de Lopetegui tem voltado a custar pontos (e talvez milhões no caso da champions) e parece que estamos a voltar aos mesmos erros que o mesmo cometia e parecia, neste início de época, que tinha aprendido… Ora vejamos:

Porto vs Dinamo Kiev: a jogar em casa e, precisando apenas de 1 ponto para garantir a passagem à próxima fase da liga milionária, o técnico espanhol amedrontou-se e “espetou”  3 médios de características pouco ofensivas (Neves, Danilo e Imbula), numa clara estratégia de contenção, a fazer lembrar Jorge Jesus quando ia jogar ao Dragão para não perder e geralmente… Perdia. Com o 0-1 ao intervalo e a equipa a precisar de mais fulgor ofensivo, o que faz o treinador? Tira um jogador que dá imensa profundidade ao plantel (Maxi), mexe em toda a estrutura defensiva e passa Indi para a lateral esquerda, move Layun para o lado oposto e recua Danilo para… Central! Ou seja, toda a defesa e médio mais defensivo mudaram as posições menos… Marcano (que ainda assim passou de defesa centra direito para defesa central esquerdo… Um mal menor). Aí o jogo é dado como perdido por parte dos próprios adeptos, e nem a entrada de quem nunca devia ter saído (André) animou as hostes azuis-e-brancas. Perdemos, fomos altamente assobiados em pleno Dragão e a passagem à próxima eliminatória avizinha-se quase impossível, pois ganhar em Inglaterra é sempre uma tarefa muito complicada. Por isso, muitos milhões em causa graças às “manias” eternas do Sr. Julen;

Tondela vs Porto: depois da péssima imagem deixada no jogo da champions, os adeptos exigiam uma exibição de gala, e nada melhor que um clube com as características do Tondela (sem menosprezo!) para vermos uma avalanche ofensiva dos Dragões. E até começou bem, com Bueno a entrar directamente para o onze (embora para uma posição que não rende, quando já se viu que a jogar como falso 9 é sinónimo de golos) e Herrera, que aos poucos vai ganhando ritmo para voltar a ser o que foi: o motor do meio campo. Surpresa: saltou de titular para não convocado o sr. “20 Milhões” Imbula, que demora a demonstrar aquilo que é: o melhor médio de transições de Portugal. Até estava tudo a correr bem, com Brahimi a presentear os adeptos com um dos golos da época e uma primeira parte dominada pelos azuis-e-brancos, que só pecou pelos escassos números. Na segunda parte… Voltaram as invenções! Se a saída de Bueno para dar lugar a Tello pode ser considerada normal, já as restantes foram apenas para dar razão a assobios dos adeptos! Ao minuto 68, Lopetegui retira de campo o grande esteio defensivo da equipa (Marcano) para fazer entrar o jovem Rúben Neves, recuando Danilo para… Defesa central! A equipa ficou muito frágil e o Tondela começou a “sair da casca” e foram precisos 11 minutos para o treinador fazer entrar um defesa central (Maicon) para retirar… Brahimi.

E aí ficamos a jogar com a equipa num sistema que dá resultado na champions (1-4-3-3), com André André numa linha, mas que com uma equipa destas características pode ser suicídio. E quase era, se não fosse “san Iker”, que, redimindo-se do erro cometido ante o Dínamo, defendeu um penalti de forma fantástica. Mais um vez, acaba o jogo, 3 pontinhos no bolso, mas uma exibição que valeu mais assobios. Nota ainda que, em caso de dúvida, já se viu que este ano é para prejudicar o Porto. Um penalti extremamente duvidoso, mas prontamente assinalado, como a expulsão de Osvaldo ontem ou os já vários penaltis por marcar a favor dos Dragões, que são facilmente assinalados “noutros” campos;

A Champions em risco?  Fonte: Facebook Oficial de Julen Lopetegui
A Champions em risco?
Fonte: Facebook Oficial de Julen Lopetegui

União da Madeira vs Porto: Mais um jogo, mais uma invenção. Continua de fora Imbula, salta de titular para a bancada Bueno e Osvaldo assume o ataque (que mais à frente seria, como já disse, injustamente expulso). Não fossem aqueles 10 minutos de alta eficácia de Herrera, Brahimi e Corona, corríamos o risco de ter outros jogo como o anterior: Porto sempre em cima mas pouco eficaz, pouco rematador, sequer. Corona demonstra que deve e tem de ser titular; Brahimi é Brahimi e faz sempre a diferença e Osvaldo não é o homem golo que muitos pensaram ao início. Salvou-se o avolumado resultado (talvez excessivo para a equipa da casa) num jogo que não me encheu o olho, ao contrário das exibições de início da temporada.

Infelizmente, Osvaldo não consegue afirmar-se e, a bem de Bueno e André Silva, espero que volte para o clube onde admite sentir-se feliz: Boca Juniors. Aliás, nem percebo como pode sequer fazer parte das escolhas do técnico quando é público que o clube argentino e o próprio jogador querem a “repescagem” do avançado. Ainda assim, se o jogador sair e o “milagre” champions for concretizado, a busca por um matador no mercado será inevitável. Aboubakar é sinónimo de trabalho mas não de golos, como Falcao ou Jackson, é um bom jogador mas que por uma proposta de 30 milhões era “pegar ou largar!”, visto que não vejo o avançado evoluir muito mais. É muito bom, mas não passará ao patamar de topo como os anteriores nomes que disse; Bueno é o tal jogador que nunca vi como ponta-de-lança e referi-o na minha análise aos reforços na pré-época. E a equipa não pode apenas depender da imensa já apresentada qualidade de André Silva. Caso a equipa seja renegada para a “segunda liga” Europeia, penso que o actual plantel chega e sobra e, se acontecer mesmo, é bom que seja para ganhar!

Não pense o leitor que tive um “volte-face” na minha opinião e agora odeio Lopetegui, não! Continuo a achá-lo um treinador incompreendido e que consegue meter equipas a jogar um grande futebol… “Apenas” as suas teimosias podem levar a que saia antes do seu tempo, como foi com Co Andriaanse. E nisto, o meu sonho de poder ver Villas-Boas voltar ao Dragão no final da época sobrepõe-se a tudo mais… Lembrem-se de que o jovem técnico já comunicou que será obrigado a abandonar os russos do Zenit por imposição das novas regras federativas, onde só são permitidos técnicos naturais daquele país (exceptuando o seleccionador).

Passo a passo, ponto por ponto… Acredito na equipa, nos treinadores (quando não inventam…) e, acima de tudo, no meu presidente, que continua a depositar toda a confiança em Lopetegui! Mas, caso isso mude, pense nestes dois nomes para substituir: Villas-Boas e Vitor Pereira!

Ao meu actual treinador, apenas peço que largue essas teorias da rotação “Lopeteguiana” e se concentre em fazer a equipa voltar a jogar e a encantar!

Foto de capa: Futebol Clube do Porto

As Arestas por Limar

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Após o jogo da passada segunda-feira, que opôs o Sporting Clube de Portugal frente ao Belenenses, ficou bastante claro, para mim, uma das dificuldades, se não a maior, com que Jorge Jesus se tem deparado. Falo da falta de largura, até certo ponto voluntária, do jogo do Sporting. O que pretendo com este artigo é tentar perceber o porquê do surgimento deste problema; se é voluntário ou não e ainda as formas de este não ser tão notório.

A chegada do treinador bicampeão nacional a Alvalade trouxe mudanças importantes no que ao capítulo tático diz respeito; o habitual 4-3-3, com diferentes nuances consoante o treinador, foi substituído pelo 4-4-2 de Jesus. Ora, este sistema, apesar de apresentar grandes vantagens, sobretudo contra equipas teoricamente inferiores – maioritariamente no plano nacional -, não traz apenas mais valias.

O 4-4-2 de Jesus obriga a que os laterais joguem bastante subidos e, consequentemente, que tenham um cariz atacante bastante elevado. Se olharmos para os seis anos de Jorge Jesus ao serviço do Benfica, podemos constatar que teve sempre ao seu dispor laterais com estas características (à direita, Maxi Pereira; à esquerda, Coentrão, Siqueira e Eliseu). Contudo, e retirando Jefferson desta lista, que curiosamente não esteve ao dispor do treinador leonino na passada segunda-feira, Jorge Jesus não tem atualmente jogadores com essas características ao seu dispor (João Pereira, que é o elo mais fraco do plantel do Sporting; Jonathan e Esgaio, que, apesar de terem uma margem de progressão enorme, ainda não cumprem os requisitos que Jesus pretende).

Posto isto, e porque não gosto de faltar ao prometido, respondo agora às duas primeiras questões a que me propus no início deste artigo.

A posição de defesa direito tem sido uma das maiores preocupações de Jesus Fonte: Sporting CP
A posição de defesa direito tem sido uma das maiores preocupações de Jesus
Fonte: Sporting CP

Em primeiro lugar, o surgimento deste problema, como pretendo que tenha ficado claro nos parágrafos anteriores, é provocado pela pouca qualidade dos laterais do Sporting – volto a referir, retiro Jefferson desta lista. Em segundo lugar, penso que será claro para todos a obsessão de Jorge Jesus pelo jogo interior – a inclusão de Bryan Ruiz e João Mário como interiores constata isso mesmo. No entanto, o facto de as equipas de Jorge Jesus privilegiarem o jogo interior, e bem, é colmatado com as constantes subidas dos laterais, que, na equipa do Sporting, não se verificam. Isto leva-me ao último ponto do meu artigo.

Certamente, e melhor do que ninguém, Jorge Jesus já se terá apercebido deste problema e não será por acaso que os nomes já assegurados para a segunda metade da temporada – Marvin Zeegalar, lateral esquerdo que ainda carece de confirmação oficial e Ezequiel Schelotto, que é lateral direito – vem colmatar esta falha. Contudo, e porque o mês de Dezembro vai ser bastante exigente, penso que, e partindo do principio de que a produção dos laterais do Sporting não sobe substancialmente de nível, a inclusão de jogadores como Gelson Martins ou Matheus Pereira no onze inicial poderá colmatar esta lacuna.

Apesar destas pequenas arestas no jogo do Sporting, gostava de reforçar que nem por isso deixa de ser, até agora, a mais regular e melhor equipa no futebol português.

Deu Verdão!

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Depois da ressaca do hexacampeonato ganho pelo Corinthians, eis que, curiosamente, mais duas equipas Paulistas se encontravam para um duelo da final da Copa do Brasil – uma espécie de Taça de Portugal, a prova rainha do futebol brasileiro. As únicas diferenças para a nossa bem conhecida Taça é que na Copa brasileira o vencedor apura-se diretamente param a Libertadores – a prova de clubes mais importante da América do Sul. Além disso, o troféu não é tão antigo como o nosso: a primeira edição data de 1989. Recente, portanto.

Os maiores vencedores são o Grémio e o Cruzeiro, com quatro Copas cada um. Segue-se o Flamengo, Coritnhians e agora também Palmeiras, com três cada um, a fechar o pódio. A última diferença em relação à nossa competição é que a final é jogada a duas mãos. Na semana passada o Santos venceu por 1-0, em casa, na Vila Belmiro.

O Verdão entrava no seu estádio, o novo Allianz Parque, portanto, mais pressionado, visto que qualquer resultado que não o empate daria o título ao alvinegro santista. Porém, Dudu bisou já na segunda parte, sendo o último dos golos marcado a cinco minutos do fim. Quando todos pensavam que este ia ser o resultado final e que o Palmeiras levaria a Copa para casa ao fim dos 90 minutos, Ricardo Oliveira – que com 35 anos continua numa forma invejável – tratou de adiar essa decisão para os penáltis.

A festa palmeirense  Fonte: esporte.uol.com.br
A festa palmeirense
Fonte: esporte.uol.com.br

O Porco (mascote do Palmeiras) foi mais feliz na marcação das grandes penalidades e venceu o Peixe (mascote do Santos) por 4-3. Foi uma vitória suada da nação palmeirense, que depois de um ano suado na segunda divisão, em 2013, acaba por fazer um campeonato estável e ainda vence a Copa do Brasil. Esta é uma das maiores torcidas do Brasil. Quanto ao Santos, convém lembrar que desde a saída de Neymar para Barcelona, não logra vencer sequer um título – nem mesmo um Estadual Paulista.

Foi um ano de domínio das equipas de São Paulo, sem dúvida, como há muito não se via. Hoje o Palmeiras pode comemorar: afinal, venceu a sua terceira Copa do Brasil, juntando-se em número de títulos com o já referido Flamengo e com os eternos rivais do Corinthians.

Foto de Capa: blogdojuca.uol.com.br

Higuaín comanda o sonho napolitano

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cab serie a liga italiana

Com 14 jornadas disputadas, o Nápoles é líder isolado da Série A, feito que não acontecia há 25 anos, e os seus adeptos voltam a sonhar com o scudetto, que lhes foge desde a época 1989/90, quando o mítico Diego Maradona ainda deslumbrava com o seu futebol pelos relvados italianos.

Fator decisivo para a boa campanha desempenhada pelos napolitanos nesta temporada tem sido o contributo que Gonzalo Higuaín tem dado à equipa. El Pipita está a realizar o melhor arranque de época desde que chegou a Itália e leva já 12 golos em 14 partidas no campeonato, dados que fazem dele o melhor marcador da Série A. A acrescentar a esses números, é de salientar que o internacional argentino soma oito jogos consecutivos a fazer balançar as redes da baliza adversária no Estádio San Paolo e está perto de igualar o recorde protagonizado por Maradona em 1987/88 (nove jogos seguidos a marcar em partidas caseiras).

As exibições do avançado, que cumpre a terceira época em Itália, depois de ter passado pelo Real Madrid, têm sido fulcrais para a liderança isolada do emblema do sul de Itália no campeonato, facto que se refletiu na passada jornada, quando o Nápoles defrontou o Inter, estando em disputa o primeiro lugar da tabela. A veia goleadora de Higuaín, que apontou dois golos no encontro, deu o triunfo e a desejada liderança isolada aos azzurri.

Nápoles sonha com o scudetto que não vence desde 1990 Fonte: SSC Nápoles
Nápoles sonha com o scudetto que não vence desde 1990
Fonte: SSC Nápoles

O Nápoles tem realizado boas campanhas no campeonato em anos recentes, inclusive alcançou o segundo lugar em 2012/13, mas o poderio avassalador da Juventus por terras transalpinas tem sido indiscutível nos últimos anos. Ainda assim, com o mau começo de época protagonizado pela vecchia signora (está a sete pontos da liderança), esta é a oportunidade ideal para o Nápoles voltar a estar no topo do Calcio. Ainda que esta temporada esteja a ser pautada pelo equilíbrio no topo da tabela classificativa, pode valer aos napolitanos a inconsistência de resultados e falta de regularidade que clubes como o Inter ou a Roma têm apresentado em tempos recentes, e o facto de o Fiorentina não ter plantel para chegar e manter-se no posto cimeiro do campeonato durante toda a época.

Se Higuaín conseguir manter este registo goleador e a equipa continuar com a consistência e senda vitoriosas que tem evidenciado sob o comando de Maurizio Sarri – técnico que está já a deixar a sua marca no clube, logo na primeira época -, o Nápoles, que conta nas suas fileiras com outros jogadores fulcrais no sucesso da equipa (casos de Marek Hamsik, José Callejón, Lorenzo Insigne, Dries Mertens, Pepe Reina, Albiol, entre outros), pode voltar a fazer os seus adeptos sorrir e festejar novamente, após a gloriosa passagem do lendário Diego Armando Maradona no clube.

Foto de Capa: SSC Nápoles

Júlio César e Jonas. Já ouviste falar, Dunga?

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“Jonas e Júlio César nomeados para o prémio Samba de Ouro”. Dunga, leste isto? É com muito agrado que vejo que no Brasil olham para estes dois grandes jogadores como estando entre os melhores a actuar na Europa. Ao que parece, só mesmo Dunga é que não vê; Dunga e alguns benfiquistas, uma vez que parece que está a nascer um ridículo manifesto contra o Jonas. Não se devem lembrar do último grande jogador brasileiro que se foi embora e que também era fortemente criticado pela massa associativa.

Para quem não sabe, o prémio Samba de Ouro premeia o melhor jogador brasileiro a actuar na Europa. As últimas edições foram ganhas por Neymar, Thiago Silva (3), Maicon, Luís Fabiano e Kaká. É uma honra, um apanágio para qualquer benfiquista, ver dois dos seus jogadores a integrarem uma lista onde constam grandes nomes do futebol mundial como Thiago Silva, Neymar, Willian ou Philipe Coutinho. Agora resta esperar que Dunga olhe para esta lista e deixe de ser Dunga! Como é que pode deixar que Jonas não integre a lista de convocados quando o Brasil, depois de ter perdido Diego Costa num bate-boca estúpido, não tem nenhum ponta-de-lança puro e goleador? Há jogadores que podem fazer essa posição? Sim, há. Mas toda e qualquer selecção precisa de uma referência lá à frente e a Jonas não faltam argumentos, sobretudo ganhos nesta última época, para se afirmar como esse avançado na frente de ataque. Sobre Júlio César a situação chega a ser ainda mais anedótica.

Quando para o primeiro ainda me podem falar em colocar o Neymar a ponta-de-lança – algo de que eu não gosto porque perco o deleite de ver aquelas movimentações da linha para o centro da área acompanhadas por uma bela finta – nesta não há solução melhor. Vejamos os nomes que têm sido chamados : Marcelo Grohe, Jefferson, Cássio e Alisson Becker. Analisando a última época do Júlio César e esta primeira metade, quais destes guarda-redes se exibiram a um nível tão determinante como o ex-campeão europeu? Leia a lista, senhor Dunga.

As críticas a Jonas são injustas. Oxalá que o brasileiro volte a marcar para calar os assobios. Fonte: Facebook oficial de Jonas Gonçalves
As críticas a Jonas são injustas. Oxalá que o brasileiro volte a marcar para calar os assobios
Fonte: Facebook oficial de Jonas Gonçalves

Tanto um como outro são jogadores preponderantes no Benfica. Júlio César voltou a trazer segurança às redes encarnadas; a defesa deixou de estar constantemente preocupada com o que se passa nas suas costas como era no tempo de Artur. Já Jonas é um artilheiro, uma dinamite, tudo! Marca, dá a marcar, foi eleito o melhor jogador do campeonato na época transacta e por pouco não venceu a Bola de Prata. Sobre Jonas ainda há mais a dizer, especialmente sobre o actual momento de forma. É o melhor? Não, de longe. O Jonas não está a ter a prestação a que nos tem habituado, mas isso não merece nenhum dos comentários que lhe têm sido atirados. Eu não quero que ele saia do Benfica; é um excelente jogador e um trabalhador incansável!

Lembram-se da última birra dos adeptos em relação a Lima? Não marcava golos? Não. Decresceu de forma desde que foi contratado até à última época? Sim. Mas era um elemento fulcral no onze do Benfica, era o que mais trabalhava para a equipa, e Jonas está ressentir-se de não ter um Lima ao lado. A meu ver Jimenéz poderá vir a desempenhar esse papel, mas ainda precisa de muita bola. Por isso, por favor, deixem-se de birras, senhores adeptos benfiquistas, e desfrutem do facto de terem um dos melhores jogadores do campeonato, um artilheiro nato, na vossa equipa. Longa vida a estes dois grandes brasileiros que tão bem representam, nos seus clubes, a magia que outrora foi a selecção canarinha.

Foto de Capa: SL Benfica