Moreirense vs Vitória SC. Via de regra, o confronto entre estes dois emblemas tem como nota dominante o equilíbrio e, atendendo ao actual momento de forma de ambas, o jogo do próximo Sábado no comendador Joaquim de Almeida Freitas não deixa antever facilidades para nenhum dos lados.
Embora os objectivos assumidos de parte a parte sejam distintos, a verdade é que os mais recentes resultados da Taça de Portugal podem ter aberto uma possibilidade para ambas lograrem a qualificação para a Liga Europa na próxima temporada. O sexto posto valerá um lugar europeu – salvo transcendência altamente improvável do Rio Ave na segunda mão das meias finais da “prova rainha” do futebol português – e, com vinte e um pontos ainda em disputa, uma vitória dos visitados poderá lançar os comandados de Miguel Leal para um último fôlego na luta por um feito inédito (recorde-se que Belenenses e Moreirense, respectivamente sexto e décimo primeiro classificados, estão separados por sete pontos).
Já os pupilos de Rui Vitória encontram-se em plena recuperação anímica depois de uma sequência de resultados e de exibições tão desapontantes quanto pouco afortunadas. Contra o Arouca, o capitão Moreno deu o mote para a sedimentação de um quinto lugar, que, depois de uma primeira volta irrepreensível, poucos achariam que pudesse ser colocado em risco. A saída de Hernâni no mercado de inverno para o FC Porto, a transferência de Adama Traoré para o Basileia, o eclipse de Bernard, as sucessivas lesões de Álvez e a mais recente ausência forçada de João Afonso no eixo da defesa ajudam a explicar a quebra de rendimento das últimas jornadas dos homens do Castelo.
Por seu turno, os de Moreira de Cónegos partem para este desafio com a tranquilidade de quem já atingiu virtualmente a meta da manutenção. A potencial intromissão no pelotão de candidatos à Europa funcionará, ainda que não assumidamente, como um incentivo extra; de qualquer das formas, da equipa da casa dificilmente será de esperar um futebol retraído. Recém promovido, o segundo clube mais representativo do concelho de Guimarães tem exibido um estilo de jogo atractivo e personalizado, assente em alguns elementos de valia indiscutível, como Marafona, André Simões, Battaglia ou João Pedro.
Do ponto de vista do espectáculo latu sensu, ou não se tratasse de um dérbi concelhio, as bancadas estarão com toda a certeza bem compostas. Em épocas anteriores, grupos organizados de adeptos vitorianos chegaram inclusivamente a organizar massivos cortejos de bicicleta entre o centro da cidade e a vila de Moreira de Cónegos; independentemente do meio de transporte utilizado, há desde já que dar como assente um facto: a onda branca dirá um expressivo “presente” na hora de apoiar a equipa.
Há sensivelmente onze anos, Jerôme Palatsi virou herói improvável no dérbi ao apontar um golo de baliza a baliza; sábado, pelas 20h15, ficar-se-á a saber quem assumirá o papel decisivo em mais um duelo da cidade berço.
Kei Nishikori “meteu-se ao barulho” no topo do ranking mundial ATP. Djokovic lidera, Federer em segundo e Murray em terceiro, mas há um “intruso” na luta pelo topo que é o japonês Nishikori. Isto coloca a questão sobre como será o ténis quando os “big four” deixarem a modalidade.
Esta é uma questão que certamente não se irá colocar do ponto de vista prático; ainda assim, é curioso observar como ficaria o circuito sem os quatro tenistas que mais vitórias conquistam e que mais entusiasmam os adeptos.
Claro que a saída dos quatro tenistas de topo obrigava a que tenistas que agora ocupam posições de segunda linha dessem o salto para um nível de topo. Isto porque tenistas como Dimitrov e Tsonga teriam de assumir posições de topo no panorama tenístico mundial, que actualmente não assumem por não existir esse espaço.
No entanto, esta acaba por ser uma fase interessante para analisar esta situação hipotética, tendo em conta que Federer está a fazer cada vez menos torneios e Rafael Nadal vai tendo alguns problemas físicos, que o levam também a concentrar-se só nos torneios mais importantes do circuito. Isto leva a que regularmente só Djokovic e Murray joguem, existindo assim inúmeros eventos que não contam com os “big four”.
Ainda assim, para o circuito produzir tenistas de topo, não precisa apenas de jogadores que saibam jogar bem ténis, precisa também de tenistas que arrastem os fãs e que sejam verdadeiros produtos publicitários, como já disse tantas e tantas vezes noutras ocasiões.
O ATP World Tour é um circuito altamente mediatizado e com fortes receitas anuais, o que leva a que procure ter um “rosto” de jogadores capazes de garantir essa atractividade por parte das marcas e das grandes empresas, assim como por parte de toda a comunicação social, não só a desportiva.
E é neste aspecto que a próxima geração de tenistas ainda tem de conquistar alguns pontos, embora precise, claro, de espaço para isso, mas tenistas como Grigor Dimitrov, Milos Raonic e até mesmo Kei Nishikori têm tudo aquilo que é necessário para se tornarem grandes produtos publicitários, como demonstram já pelos primeiros passos.
Para já, o futuro continua e continuará a ser de Novak Djokovic, Rafael Nadal, Andy Murray e Roger Federer – isto porque são os quatro que movem por si só multidões, paixões e ódios e o desporto é feito dessas emoções.
Sortes diferentes para os dois favoritos a marcar presença na Final do Campeonato Fidelidade Andebol 1: o FC Porto despachou o Benfica por 3-0 e já está apurado para a eliminatória decisiva, mas o Sporting não conseguiu dar seguimento em Braga às duas vitórias alcançadas em Odivelas e terá de disputar pelo menos mais um jogo, novamente na Cidade dos Arcebispos. Caso perca, a “negra” será disputada em Odivelas.
FC Porto 3-0 Benfica (28-25, 28-27, 26-17)
Já se esperava que os dragões se superiorizassem ao Benfica – que continua a exibir-se abaixo daquilo que pode fazer com os meios de que dispõe – mas resolver a eliminatória no número mínimo de jogos é sempre moralizador para os comandados de Ljubomir Obradovic. Num Dragão Caixa cheio e sempre eléctrico no apoio à equipa, o FC Porto teve o primeiro jogo quase sempre controlado – os homens de Mariano Ortega só estiveram na frente até ao 0-2 – e venceu o segundo nos últimos instantes, quando Carlos Carneiro permitiu que Hugo Laurentino evitasse o empate dos encarnados. Nesta segunda partida, convém salientar que o Benfica chegou a estar a ganhar por 20-22, mas acabou por não conseguir resistir à agressividade portista no ataque e ao acerto na defesa. O terceiro jogo, já em Lisboa, acabou curiosamente por ser o mais tranquilo para o FC Porto, que ao intervalo já vencia por cinco. O lateral-esquerdo Gilberto Duarte, com 10 golos no primeiro encontro, foi o maior destaque da eliminatória.
O Ponta Hugo Santos é garantia de futuro no FC Porto Fonte: FC Porto
Sporting 2-1 ABC Braga (30-23, 33-27, 36-37; próximo jogo no Domingo, em Braga)
Os leões, por seu turno, bateram os minhotos em casa sem grandes dificuldades, apenas uma semana depois de terem sido afastados da Taça pelos homens de Carlos Resende – que viriam a ganhar o troféu batendo o FC Porto na final. Tanto o primeiro como o segundo jogo já estavam bem encaminhados ao intervalo, na perspectiva leonina, e até ao fim a única curiosidade foi conhecer os números finais. Na segunda partida, contudo, o ABC ainda chegou a ameaçar aproximar-se dos leões, intenção que nunca chegou porém a consumar. Já o terceiro encontro, no Flávio Sá Leite, foi de longe o mais emocionante: só ao fim de dois prolongamentos é que o ABC se superiorizou ao Sporting, tirando partido de falhanços dos leões em momentos decisivos e de boas intervenções do guarda-redes Humberto Gomes. O central Frankis Carol e o ponta-direita Pedro Portela foram os atletas que se exibiram em melhor nível do lado da formação de Frederico Santos, com o cubano a marcar nove golos no primeiro jogo e o português a conseguir sete tentos no segundo. O Sporting continua em vantagem mas, jogando em casa, o ABC tem a oportunidade de igualar a contenda e adiar a decisão para a “negra”.
Frankis Carol faz da facilidade de remate um dos seus principais pontos fortes Fonte: Sporting Clube de Portugal
Os playoffs voltaram este ano à modalidade. É benéfico?
Não só é benéfico, como é quase incompreensível que esse tenha deixado de ser o formato durante tantas temporadas – o anterior, com os pontos a dividirem por dois e a realização de uma liguilha, não lembra a ninguém, mas estamos a falar de um país que teve dois campeonatos em simultâneo durante vários anos devido a um diferendo ente a Federação e a Liga…
Com o regresso dos playoffs, aquela que já foi a modalidade amadora mais praticada do país – perdeu recentemente o estatuto para o futsal, talvez porque em Portugal tudo o que implique tocar numa bola com o pé tenha imediatamente uma aceitação muito maior – deu agora um importante passo para se regenerar. O maior argumento contra as eliminatórias é sempre o de basta um deslize para a equipa que foi mais regular sair prejudicada. No entanto, qualquer equipa que possa vir a destronar o FC Porto não o conseguirá apenas com sorte, mas também com muito trabalho e qualidade. Esse facto, aliado a uma maior emoção e imprevisibilidade, trará decerto mais gente aos pavilhões. Porém, ainda assim, infelizmente os sportinguistas presentes no Pavilhão de Odivelas ocuparam apenas uma bancada – situação que deixa a desejar mas que pode ser explicada em parte com o facto de os leões ainda não terem pavilhão. Já o FC Porto contou, como se disse, com um grande apoio em ambos os jogos em casa. No único jogo, para já, em Braga, os adeptos do ABC demonstraram a sua paixão habitual. Já na Luz, face à eliminação iminente, notou-se um menor entusiasmo.
A somar à questão do playoff, há uma outra que deve atrair adeptos aos pavilhões. É um facto que os tempos da melhor geração andebolística portuguesa já lá vão, mas convém lembrar que os responsáveis por um inédito vice-campeonato europeu de sub-20 em 2010 estão agora a afirmar-se no andebol nacional e europeu. Rui Silva, Pedro Portela, João Ferraz, Gilberto Duarte e Ricardo Pesqueira são apenas alguns dos nomes que vale a pena acompanhar no nosso andebol e que ainda irão certamente evoluir bastante, alguns deles inclusive com capacidade para triunfar em ligas mais competitivas. Os amantes da modalidade terão a oportunidade de os continuar a ver ao vivo nesta fase decisiva.
Há imenso tempo que não escrevia sobre o Benfica para o Bola na Rede. Outros afazeres, esquecimentos, rubrica do Recordar é Viver, entre outras coisas. Mas o amor pelo clube nunca esmorece, bem pelo contrário! O sentimento que nutro pelo Sport Lisboa e Benfica é algo que parece não parar de aumentar, até atingir níveis preocupantes para a minha própria saúde.
Como já cheguei a referir num outro artigo, eu padeço das características da maioria dos benfiquistas. Vou do 8 ao 80, da euforia à depressão, da loucura ao cataclismo, do clímax às trevas. E há quase 3 semanas, após aquele malfadado Rio Ave vs Benfica, senti-me sem chão. Logo naquele sábado em que fiz questão de ir a Vila do Conde para ver o maior clube português em acção, logo nesse dia tinham que me falhar. Exibição desgarrada, nalguns momentos patética, um insulto para os milhares de benfiquistas que transformaram Vila do Conde num arrastão vermelho. Nem o posterior empate do FC Porto na Choupana me valeu de grande consolo, diga-se. O regresso a Lisboa foi pesaroso, triste, cinzento. Depois de chegar a casa pensei, pensei, pensei, pensei, pensei, pensei…pensei. Talvez tivesse chegado de vez a altura de me desligar um pouco do Benfica, de dar ouvidos à minha mãe que há anos que me pede para sofrer menos e para começar a ligar “àquilo que realmente importa”.
Como o campeonato parou, tentei perceber se valeria a pena afastar-me um pouco da realidade benfiquista. Estava desolado, desconsolado, totalmente revoltado com um clube que tinha estragado o meu fim-de-semana, que tinha feito com que eu temesse que já não atingíssemos o 34ª título nacional. Não assisti a programas de comentário desportivo, não li jornais desportivos, não tive coragem para ver os golos do nosso campeonato, evitei falar sobre futebol. Contudo, e com um computador à frente, temos acesso a tudo. E por isso mesmo acabei por ceder e por rever um sem número de vezes vídeos e mais vídeos referentes ao Benfica, ao título do ano passado, a toda a sua história. Ok, o meu fim-de-semana havia sido uma tragédia, mas este clube apaixonante já me deu tanto, já me deu tanta alegria, já o coloquei à frente de tanta e tanta coisa. Por que razão não haveria de continuar a fazê-lo por mais umas semanas?
Nação benfiquista em suspenso, união tremenda; Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Despachámos o Nacional, no sábado passado, com uns primeiros 60 minutos demolidores; ver jogar Gaitán, Salvio e Jonas é como ir ao Scala de Milão; as assistências na Luz já não baixam dos 45 mil espectadores; o bicampeonato, que nos foge há 30 anos, está ali à vista. Senti que não podia deixar de apoiar, senti que eu e os restantes milhões de adeptos benfiquistas deviam acreditar, senti que devia relembrar-me das palavras sábias do meu grande amigo Francisco Vaz de Miranda, o adepto mais optimista e impressionante que já conheci em toda a minha vida; senti que o Benfica precisava de mim.
Porque eu preciso muito do Benfica, muito mesmo. Acham isso patético e estúpido? Podem achar à vontade, não o condeno. Mas só eu sei (não, não vou reproduzir aqui um célebre cântico leonino…) como estarei se conquistarmos o campeonato e só eu sei como serei feliz e como retirarei dividendos disso em termos pessoais, caso a aguardada conquista se confirme.
Massa adepta benfiquista, tens aqui um pessimista por natureza a dar o mote: vamos dar tudo no apoio, vamos dar tudo na confiança à equipa, não vamos embandeirar em arco, vamos ser inteligentes! Este período de reflexão só me deixou uma certeza: é impossível desligar-me do Sport Lisboa e Benfica. Impossível, uma total impossibilidade.
P.S. : Jonas, só uma coisa: assinas um contrato matrimonial comigo?
Apesar da imprevisibilidade do futebol, há campeonatos onde, por muito que se tente acreditar que vai haver uma luta pelo título até final, já se sabe quem vai ganhar antes de a época começar. Não havia grandes dúvidas em relação ao vencedor da Bundesliga, nem da Serie A, isto para não falar de ligas como a escocesa ou a croata. Este ano a Eredivisie também teve um campeão antecipado. “Trabalhámos nos bastidores para manter Memphis em Eindhoven esta temporada”, referia Marcel Brands, o director-desportivo do PSV, em Agosto do último ano. Saberia ele que a renovação de Depay tinha garantido o título ao clube?
Se não sabia, não demoraria muito até perceber. O jovem holandês tem feito uma temporada do outro mundo e vai sair pela porta grande, como campeão nacional pelo clube onde foi formado. Está a jogar a um nível assombroso e não tem rival interno; para além de melhor jogador, é o melhor marcador do campeonato. Foi acertada a decisão de permanecer em Eindhoven; ganhou o PSV, que finalmente vai quebrar o jejum de títulos, e o próprio jogador, que pôde crescer num ambiente familiar antes de dar o salto para outro patamar competitivo. Pela qualidade que tem demonstrado, dificilmente não terá sucesso.
Um craque do ponto de vista técnico, um “monstro” em termos físicos. Depay é um avançado muito completo e a estrela maior do PSV, mas não é o único responsável pelo título do conjunto orientado por Phillip Cocu. Não se pode ignorar mais uma grande temporada de Wijnaldum, que assumiu, juntamente com Maher, o protagonismo no meio campo da equipa. Também ele já merece outros palcos. Luuk de Jong, depois de más experiências na Alemanha e em Inglaterra, voltou ao campeonato holandês para reacender a chama goleadora (15 golos no campeonato). Bruma foi o patrão do sector defensivo. Willems provou que é um dos laterais-esquerdos mais promissores do futebol europeu, destacando-se no capítulo das assistências (grande qualidade no cruzamento). Narsingh, extremo rapidíssimo, foi um dos principais desequilibradores. Em suma, o primeiro lugar é apenas a confirmação de que este plantel é bem superior ao do rival Ajax.
Wijnaldum, De Jong, Bruma e Maher, apesar da juventude, são jogadores com larga experiência. Terá sido também por aí que se estabeleceu a diferença entre o PSV e o Ajax. A turma de Frank de Boer, depois de quatro títulos consecutivos, desta vez foi traída pela baixa média de idades. Em termos de resultados, o ano não foi, de todo, positivo para o emblema de Amesterdão, mas voltaram a aparecer (ou a florescer) muitos jovens com potencial na equipa principal, sobretudo do meio campo para a frente.
Schöne é, provavelmente, a maior referência da equipa Fonte: Facebook do Ajax
Sightorsson e Viktor Fischer perderam protagonismo em relação a anos anteriores e assistiram à afirmação de promessas como Anwar El-Ghazi, potente e com facilidade de remate, ou Ricardo Kishna, que mostrou ser um extremo desconcertante, criando desequilíbrios a qualquer momento. Milik, avançado polaco de 21 anos, foi uma das revelações da temporada, apesar de Lasse Schöne, a maior referência do conjunto de de Boer por esta altura, ter feito muitos jogos como “falso 9”. O médio ofensivo Daley Sinkgraven chegou do Heerenveen em Janeiro (deu nas vistas no início da época, sendo um dos melhores do campeonato) para formar um meio campo muito requintado do ponto de vista técnico com Davy Klaassen, mas não agarrou o lugar e tem sido suplente nos últimos encontros. A equipa da capital é notoriamente virada para o ataque, já que Bazoer, jovem de apenas 18 anos, é o único médio com características defensivas.
Na Holanda há três clubes grandes, mas o Feyenoord continua sem conseguir aproximar-se de Ajax e PSV. O emblema de Roterdão viu sair muitas peças importantes no início de temporada (Martins Indi, de Vrij, Janmaat e Pellè, para além de Ronald Koeman) e vai terminar novamente no terceiro lugar. Em abono da verdade, era difícil o trabalho do técnico Fred Rutten nesta época. As saídas não foram bem colmatadas (especialmente a de Pellè, até porque Kazim-Kazim não é um homem de área) e jogadores como Clasie, Vilhena ou Böetius estiveram bem longe da melhor forma, o que fez realçar as diferenças para os rivais ao nível da qualidade do plantel.
Elvis Manu tem brilhado no ataque do Feyenoord Fonte: Facebook do Feyenoord
Individualmente, Kongolo assumiu-se como o patrão da defesa, Toornstra e Immers, médios com uma excelente capacidade finalizadora, estiveram em bom plano, e no ataque Elvis Manu, extremo supersónico, e Anass Achahbar, avançado que é um regalo do ponto de vista técnico, ganharam definitivamente o seu espaço. Se no caso do PSV se pode falar num campeão antecipado, no caso do Feyenoord, tendo em conta a falta de competência na abordagem ao mercado, pode dizer-se que o terceiro lugar estava praticamente garantido.
Tendo em conta uma análise ao desporto de formação em Portugal (e talvez também existente noutros países) surge a conclusão que há uma grande propensão para as pessoas colocarem os treinadores em duas dimensões consideradas opostas: os treinadores de competição e os treinadores de formação. Serão estas duas dimensões opostas e impossíveis de conciliar? Formar jogadores ou atletas, ou procurar resultados? Aborda-se a definição de alguns treinadores, que treinam e formam jovens no desporto, como se de pessoas menores se tratasse. Por outro lado estes treinadores, de uma forma geral, deixam-se condicionar por este paradigma e acomodam-se nesta condição. O que contribuiu para a diminuição da importância ou da significância do treinador da formação, que teoricamente “só” tem de formar os atletas, quando o que mais prospera são escolinhas ou academias das mais diversas modalidades? O seu trabalho é igualmente difícil, o seu trabalho tem a mesma, ou até mais, importância na existência de qualidade nos atletas quando eles chegam ao nível mais competitivo. Separa-se muito, pelo menos desde quando eu me lembro de andar no desporto, o “treinador de miúdos” do treinador dos seniores, quando são os treinadores dos seniores que precisam que os treinadores da formação ou “dos miúdos” tenham qualidade no seu treino e no seu trabalho. É uma relação de dependência que é geralmente ignorada ou menosprezada.
Na minha opinião, o que devemos reflectir não é sobre o “ganhar” mas sim qual o caminho que devemos escolher para o conseguir. É verdade que todos gostamos e queremos ganhar. Muita gente perde um pouco (ou muito) o controle emocional quando não ganha. Como se costuma dizer “nem a feijões” gostamos de perder… Todos os treinadores de base procuram obter o melhor resultado para as suas equipas, em todas as partidas, disso podemos ter a certeza. A questão surge acerca de onde colocar o foco principal e manter-se firme nos seus princípios. É no processo e não no objectivo de jogo. E mesmo aqui, com o foco nos processos, no caminho escolhido, pode haver competição. O problema é outra confusão relacionada com a dicotomia apresentada: a divisão não deveria ser feita entre treinadores de formação e treinadores de competição mas sim entre treinadores de formação e treinadores “resultadistas”.
Os treinadores da formação também estabelecem prioridades, procuram e criam contextos para que o seu grupo de jogadores entenda a mesma linguagem técnico-táctica, planeiam o trabalho, determinam um modelo e trabalham em cima dos princípios gerais, em direcção aos princípios específicos do jogo. Estes transmitem constantemente aos seus atletas que ser fiel a tudo isto faz parte do caminho para a competição e que terá várias consequências, nomeadamente a melhoria de rendimento e como corolário os bons resultados. Por vezes vencer jogos pode causar-lhes indiferença e por outro lado algumas derrotas trazem-lhes uma sensação de missão cumprida.
Do meu livro “Como Ser Um Treinador de Excelência” recordo uma passagem em que refiro, na minha perspectiva, como deve ser um treinador formador: “Um treinador excelente deve ser alguém que tem a capacidade de deixar marcas positivas involuntárias e intangíveis nos seus atletas, como por exemplo, admiração, respeito, sentido de dever, capacidade de trabalho, evolução efectiva, ligação afectiva e laços colectivos. (…) É o dever de um treinador proporcionar a melhor experiência desportiva aos seus atletas. Levá-los a procurar a superação, a tornar-se melhores naquilo que fazem, não importando o nível a que se encontrem.”
A competição nas etapas de formação deve ser encarada como uma forma de avaliar o nível de desenvolvimento individual e colectivo das equipas, sendo vital que os treinadores aprendam para ensinar a melhor forma de lidar com a derrota, com as frustrações, com os erros, assim como com a vitória, com o sucesso na execução das tarefas, com a superação e com as expectativas.
Fonte: eveningnews24.co.uk
Em Portugal temos um hábito “terrível”
O mais habitual é que a avaliação pelos resultados que obtém nos jogos, independentemente do escalão etário, seja aquilo que mede o sucesso e as competências dos treinadores. Quem ganha mais jogos, é muito bom. Quem perde mais regularmente, é muito mau. Esta é a ideia implementada em Portugal, na maior parte das modalidades. Se bem que no desporto de alto rendimento (ou de alta competição) esta seja uma forma de análise, avaliação e reconhecimento dos treinadores, na formação os resultados não são relativizados. O que me parece é que o cérebro do português (falo sempre em geral, obviamente) coloca, nesta dicotomia, tudo dentro do mesmo saco. Só que o problema é que as crianças não são seniores em ponto pequeno, felizmente, e há que ter em conta as fases de desenvolvimento psicomotor, as fases de maturação cognitiva e até de desenvolvimento psicossocial. Isto demonstra que os treinadores “resultadistas” estão a cometer um grave erro ao não terem cuidado com o querer ganhar e a descuidar tudo o que disse anteriormente.
Qual o caminho?
Entender que existirão altos e baixos na progressão dos jovens jogadores, e que ser fiel aos processos de aprendizagem, deixa os treinadores expostos (embora não seja assim tão linear) às vicissitudes na competição a curto prazo. No entanto tudo isto servirá para criar bases sólidas nos desportistas nas temporadas seguintes, através do seu desenvolvimento natural. Seguir este caminho requer paciência, persistência e dedicação, e julgo que é o que falta a muita gente que se encontra à frente de uma equipa de jovens.
Não existe rivalidade entre a competição e a formação. A competição é um componente com alguma importância e um factor de aprendizagem, sempre que seja bem utilizada, ao longo de todo o processo de evolução do jovem atleta. As crianças adoram aprender algo que gostam e merecem um trabalho de qualidade. Quando o foco do treinador é a procura constante de resultados, ignorando as fases da aprendizagem, fazendo uso somente das capacidades ou talento de alguns dos jogadores, a curto prazo ele pode obter os resultados que aspira mas brevemente irá colocar-se em situações pouco confortáveis: atletas que desistem ou mudam de clube, conflitos entre jogadores e até com os pais, e possivelmente problemas com a direcção.
Com a Champions à porta e um adversário que é considerado um dos “top3” da Europa, que chances tem o Futebol Clube do Porto de ter sucesso, ainda para mais sem dois dos seus melhores jogadores?
Quando falo em “dois dos melhores jogadores”, falo em Marcano e Tello. Vamos por partes.
– Tello, até ao momento da lesão, era um jogador que se estava a tornar naquilo que lhe faltava ser: goleador. Desde o início se percebeu que o extremo era um jogador veloz e que aparecia muito bem “no espaço”, criando situações de 1×1 com o guardião adversário. Porém, decidia mal, talvez pelo desgaste que as suas acções ofensivas lhe causavam. Esse Tello mudou, e para melhor. O jogo com o Sporting (3-0 no Dragão) foi a afirmação de uma ascensão que já se vinha acentuando: fez os 3 golos, uma exibição de luxo e ganhou a Quaresma a corrida pela “ala solta” da equipa azul-e-branca (e atenção que Quaresma parece não a querer largar mais agora que a voltou a recuperar). No jogo diante do Bayern de Munique, Tello era, para mim, a maior ameaça ao conjunto germânico. Porquê? Este Bayern é uma equipa que joga em modo experimental, que está demasiado “ligada” a Jupp Heynckes e demasiado desligada das ideias de Guardiola (a equipa, com o espanhol, ou é uma máquina demolidora, ou vai-se arrastando, mas ganha pelas estrelas que tem). A juntar a isto, dentro da “perfeição imperfeita” que molda esta equipa, a sua transição defensiva é o seu ponto fraco (se é que se pode apontar algum). Com os laterais a subirem como extremos e um enorme mas lento médio defensivo (Xavi Alonso), Tello era a chave para o jogo: contra-ataque. Embora o Porto jogue olhos nos olhos com quem quer que seja, não podemos esquecer que tem pela frente uma equipa com outro tipo de argumentos; e Muller, Robben, Ribery ou Lewandowski não são exactamente o mesmo que Quaresma, Brahimi, Óliver ou Aboubakar. Mas são quase o mesmo, acreditemos! A actual forma fantástica de Ricardo Quaresma deixa-me expectante (tendo em conta a má forma de Brahimi), mas a velocidade do “ciganito” não é a mesma que a de Tello, e, neste confronto da Champions, penso que a chave do “vamos acreditar” seria desvendada através da velocidade do espanhol. Mas não está, não está!
– Marcano, o “engenheiro de energias renováveis”, é, de momento, o melhor central a jogar em Portugal. Isso diz tudo. Uma contratação “caída dos céus” e que tem dado muitas alegrias. Não me alongarei muito pois já falei do central no meu texto anterior (que convido o leitor a ler). Uma visão de jogo soberba, um tempo de “tackle” fantástico e uma qualidade a sair a jogar como não se via há muito no Dragão. É um jogador que pode não cair “nas graças” dos adeptos a nível de carisma como, por exemplo, Ricardo Quaresma, Helton ou Jackson caem, mas é de igual importância na equipa azul-e-branca. Não pensem, porém, que não confio em Indi e Maicon para o embate. Até em Reyes! Apenas Marcano tem mais qualidade e uma coisa importante: é alto, mais do que Indi. O Holandês, dentro dos seus 1,84cm, ainda fica a 5cm dos 1,89cm de Marcano, e isso, parecendo que não, faz diferença – ainda para mais com um Lewandowski de 1,85cm e com uma impulsão “à Jardel” (mas espero que os 1,91cm de Maicon possam servir). Por outro lado, sou um fã incondicional deste espanhol de quem tanto desconfiei de início. Não tenho dúvidas de que tem tudo para vir a ser um futuro capitão da equipa da invicta.
Que não pareça ao leitor que estou a “agoirar” o futuro do Porto na Champions; nada disso! Apenas expus a minha opinião em relação a dois jogadores que são fundamentais nos processos e rotinas da equipa: Marcano é “o” central que sai a jogar e Tello é a velocidade “in persona”. Mas acredito neste Porto, tanto quanto acredito que este campeonato, mesmo com tudo o que se tem visto, virá para o norte!
Vamos ver o que esta eliminatória ditará, pois acredito que, ao contrário de todas, esta será decidida no primeiro jogo (no sentido de tudo deixar “em aberto” para a segunda partida).
Qualquer orquestra necessita de um maestro, é um facto. A do Real Madrid não foge à regra. Uma equipa que no plano ofensivo tem nomes como Cristiano Ronaldo, Gareth Bale, Karim Benzema, Isco ou James Rodríguez necessita de um estratega a meio-campo, que possa trazer a fluidez necessária ao jogo e ajudar Toni Kroos no equilíbrio defensivo. E é aí que surge Luka Modric.
É incontestável a importância que tem na manobra, tanto ofensiva como defensiva, do Real Madrid. A cumprir a sua terceira temporada na capital espanhola, proveniente do Tottenham, o médio afirma-se como uma das figuras de destaque do plantel e a sua presença dentro das quatro linhas em muito melhora o futebol praticado pela turma de Carlo Ancelotti.
O croata é, sem dúvida, um jogador único e as suas qualidades em campo, que saltam à vista, são inegáveis. Com uma tremenda capacidade técnica, é, ainda, um trabalhador incansável a toda a largura do terreno, nunca descurando as responsabilidades defensivas que lhe tocam. A principal característica do seu jogo está assente na eficácia que demonstra no capítulo do passe, atributo ao nível de poucos jogadores e tremendamente elogiado pelo técnico italiano Ancelotti. Modric joga e faz a equipa jogar. A dupla formada com o alemão Kroos na linha média funciona como um autêntico “motor” merengue, que coopera com o poderio ofensivo dos atacantes, o que resulta numa fantástica capacidade concretizadora destes.
Modric tem sido fundamental nos títulos conquistados Fonte: Facebook de Luka Modric
Em meados de novembro, o plantel madridista recebeu uma nefasta notícia. O croata lesionou-se no tendão, tendo que parar por mais de quatro meses, o que desfalcou o Real Madrid, pois embora o conjunto tenha até logrado vencer a maioria dos compromissos agendados, foi bastante notória a falta que um jogador deste género faz. Continuavam os contra-ataques venenosos conduzidos por Ronaldo, Bale e James, que terminavam com a bola no fundo das redes. Durava, também, a posse de bola da equipa, primordialmente através dos pés de Isco, que tem vindo a assumir-se como o criador de jogo dos atuais campeões europeus. Porém, faltava algo. A ligação entre o meio-campo defensivo e o ataque não estava a surtir efeito da melhor forma e nas partidas capitais os madrilenos vacilaram, tanto que perderam a liderança da liga espanhola para o rival FC Barcelona e encontram-se, de momento, a quatro pontos dos blaugrana.
Assim sendo, foi com bons olhos que Ancelotti viu o médio regressar aos relvados a meio de março, frente ao Levante. E a equipa também. A produção dos jogadores mais ofensivos subiu relativamente, orquestrados pelo regresso do croata que impulsiona o jogo merengue a todo o terreno, fazendo uso do espaço do campo inteiro para circular a bola e, assim, chegar com critério, categoria e perigo à área adversária.
Modric é daqueles jogadores que todos apreciam ver jogar. Já não se consegue imaginar o Real Madrid sem o médio croata, que nos três anos que leva na capital espanhola tem conquistado os adeptos da equipa madrilena, por sinal dos mais rígidos do continente europeu, e deslumbrado o Bernabéu com o perfume do seu futebol. Um autêntico maestro da orquestra merengue.
Todos os anos passam pelo Bairro Padre Cruz diversos jogadores que passado alguns anos chegam aos planteis principais dos seus clubes e se tornam craques conhecidos do panorama internacional. Este ano, e apesar da ausência de clubes estrangeiros de grande nomeada, não foi excepção. Deixamos aquele que foi para o Bola na Rede o onze ideal do XXXIV Torneio Internacional da Pontinha.
GUARDA-REDES
Hélder Pereira (SLB): Alto, rápido e forte nas saídas, este guarda-redes ruivo destacou-se pela regularidade (único atleta totalista de jogos e minutos) e excelente comando de área. Levou consigo o titulo de guarda-redes do Torneio com inteira justiça.
DEFESA
Rafael Rodrigues (SLB): O pequeno ala do vice-campeão do Torneio destacou-se pela velocidade e técnica, dono de um pé esquerdo exímio nas bolas paradas. Fez três golos (dois de penalty no jogo da fase de grupos frente ao Sporting).
Tomás Esteves (FCP): Com um estilo a fazer lembrar Ricardo Carvalho, este central chamou a atenção não só pela sua compleição física mas também pela capacidade de desarme e excelente posicionamento.
Rafael Fernandes (SCP): Este central ficou na retina pela sua rapidez e forte jogo aéreo, apesar da baixa estatura comparativamente com outros defesas desta competição. Decisivo na final pelo golo a poucos minutos do fim, merece destaque para a equipa do Torneio.
Tiago Ferreira (SCP): De técnica apurada e excelente posicionamento, destacando-se a vocação ofensiva e bons cruzamentos. Participando em muitas jogadas de golo, ora iniciadas ora assistidas por ele, o lateral ofensivo leonino entra facilmente na nossa equipa da competição.
MEIO-CAMPO
Daniel Rodrigues (SCP): Controlo de bola, passe, velocidade de execução, força e rapidez. A aranha do meio campo leonino. Este #6 moderno impressionou tudo e todos, sendo eleito facilmente como MVP do Torneio e de seleção fácil para o nosso onze.
Gonçalo Batalha (SCP): Crucial na conquista do troféu (bate o livre para o 2-1 final), este número 10 do SCP, principal desbloqueador de jogo do clube, entra na nossa lista como cérebro da equipa com a sua técnica de passe apurada e excelente visão de jogo.
Jairo Figueiroa (Deportivo): Com um estilo e figura semelhantes a Oliver Torres, do FCP, este médio criativo entra na nossa seleção pela visão de jogo, capacidade de passe e qualidade técnica elevadíssima para este escalão.
ATAQUE
Bernardo Folha (FCP): Que nem Yacine Brahimi da congénere equipa de seniores, fletindo da meia esquerda, este número 8 do Porto aterrorizou as defesas com as suas diagonais, apresentando como seu cartão de visita a qualidade de finta, passe e velocidade bem acima dos restantes companheiros de equipa.
Filipe Cruz (SLB): Este extremo direito do Benfica, rápido e de remate fácil, fez um torneio em crescendo e infernizou as defesas contrárias, ganhando o lugar pela regularidade exibicional, tendo sido fundamental na vitória frente ao Porto.
Fábio Silva (FCP): Exímio finalizador de finta curta, com um estilo de jogo a fazer lembrar “El Niño” Fernando Torres, este ponta de lança do Porto sagrou-se o melhor marcador da competição , ficando na retina um chapéu de aba curta ao guarda redes do SLB na meia-final.
O melhor jogador do Torneio foi Daniel Rodrigues, do Sporting Clube de Portugal.
Reportagem de: Filipe Coelho Ricardo Almeida Vítor Miguel Gonçalves
Uma das revelações desta segunda metade da Primeira Liga é um extremo português que vai brilhando na Ilha da Madeira, mais concretamente Xavier, jovem de 21 anos que até começou a época integrado no Marítimo B, mas que rapidamente atingiu um lugar no onze inicial da equipa agora orientada por Ivo Vieira.
Rápido, desequilibrador e desconcertante, Xavier é claramente uma pérola por lapidar, sendo inegável que estamos perante um jogador com capacidade para, num futuro próximo, dar o salto para uma equipa com outros pergaminhos e, inclusivamente, sonhar com a chegada à “Equipa das Quinas”.
Um filho de Guimarães
António Manuel Pereira Xavier nasceu a 6 de Julho de 1992 em Guimarães e fez toda a sua formação no Vitória local, apenas mudando para o Tourizense, em 2011/12, na transição para o futebol sénior. Aí, na II Divisão B, somou 32 jogos e um golo e conseguiu saltar para a Segunda Liga, curiosamente para representar a equipa secundária do maior rival do Vitória de Guimarães: o Sporting de Braga.
No Braga B, na temporada de 2012/13, somou 25 jogos, mas apenas cinco como titular, mudando-se na época seguinte para o Feirense (24 jogos) e, seis meses depois, para o Leixões (12 jogos), último clube que representou antes de saltar para o Marítimo no Verão de 2014.
Xavier pegou de estaca na equipa insular Fonte: Facebook do Marítimo
Impacto na B garantiu-lhe o salto
Quando chegou aos insulares, e sabendo os maritimistas que Xavier apenas tinha rotinas de Segunda Liga, pensou-se que seria mais adequado ao jovem de 21 anos que começasse pela porta da equipa B, sendo que este não desmoralizou com a ideia, brilhando com a camisola da equipa B verde-rubra, somando 17 jogos e sete golos, e merecendo a justa promoção à equipa principal.
Aí, aliás, estreou-se a 14 de Dezembro de 2014, num Marítimo-Estoril (0-0) para a 14.ª jornada do campeonato nacional, tendo tido impacto imediato, ao ponto de nunca mais ter voltado ao Marítimo B e já somar 19 jogos e dois golos pela equipa principal do emblema insular.
Extremo veloz e criativo
Xavier é um esquerdino rápido e tecnicista, que se destaca pela sua capacidade de desequilíbrio (que bem sabe utilizar em lances de um contra um), verticalidade, qualidade no passe/cruzamento e boa capacidade de finalização, seja a curta ou longa distância.
Capaz de actuar em qualquer dos flancos, o jovem criativo, ainda assim, atinge a plenitude das suas capacidades a actuar como extremo-esquerdo, uma vez que é canhoto e privilegia dar profundidade ao flanco para procurar constantemente ganhar a linha, ao invés de forçar as diagonais para a zona central.
É de sublinhar, também, que se trata de um jogador tacticamente muito inteligente e abnegado no processo defensivo, características extremamente importantes no futebol moderno e que podem ser um factor crucial para que Xavier, num futuro próximo, consiga dar o salto para um clube com outros pergaminhos. Certo é que, a manter-se esta espiral evolutiva, esse voo será apenas uma questão de tempo.