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Before the midnight

diva de alvalade catarina

Não sei bem o que o futuro nos espera. O mundo anda louco, as pessoas loucas andam, a comunidade oscila entre ser a origem da loucura ou deixar-se contaminar por aquela que lhe é exógena.

Sempre fui fã maior do planeamento. De um planeamento estratégico. Das pessoas que não só sabem onde querem chegar, como sabem arquitectar os caminhos a percorrer, no entretanto. Que o percorrem, efectivamente. Ainda mais daquelas que o fazem com dignidade. Com elevação. Aqueles que escolhem repercutir, em cada pequeno passo que dão, os bons valores que (ainda) existem. Os que não passam por cima de ninguém e que percebem que, se sozinhos chegamos mais rápido, juntos chegamos mais longe.

Alvalade é uma Escola de bons valores. Nós criámos – e criamos – alguns dos maiores talentos desportivos, para lá de futebolísticos, deste mundo. Criámo-los de forma sustentada, tornámo-los homens e depois oferecemos-lhes o mundo. Contudo, olhando para trás, não consigo não achar que falhámos – quase sempre – num dos momentos mais importantes do planeamento: o momento de dar o salto, de fazer render, de consolidar o valor, de ser excelente de forma não só contínua como, sobretudo, sustentada. Esta última fase do crescimento, se virem bem, deixámos sempre ao cuidado de terceiros.

Isto é – sempre foi, a meu ver -, um dos critérios maiores da distinção entre os bons e os excelentes. Nós temos de nos tornar sustentadamente excelentes. Nós somos o Sporting. Não podemos continuar a viver na dimensão do “quase”, do “quase que lá chegámos” em que vivemos desde que me lembro de existir.

Nós temos a obrigação, até o “devir”, de fazer acontecer. Com as armas que temos, que são muitas, e boas. A diferença das nossas armas é essa: vêm de dentro, não as importamos, não nos apoderamos do que não é nosso. São prata da casa que, até agora, só se tornaram ouro quando saídas de Alvalade.

Este é o nosso desafio maior a médio prazo: encher os cofres – entenda-se, primeiramente os relvados – com barras de ouro, e não com tustos de latão, como até agora temos feito.

Precisamos de nos socorrer do tal planeamento de que há pouco falava.

Quando Bruno foi eleito, lembro-me de comentar que esse planeamento, à época uma necessidade ainda mais premente, não podia ser feito a 1/2 anos, mas devia, antes, ser feito a 5/8 anos. Com confiança nas estruturas, nas bases, nas rotinas que se criam. Que têm de ser de excelência, ainda que essa excelência não chegue para, no imediato, levar de vencidos os milhões de que outros dispõem.

Este é um sentimento ambíguo: se, por um lado, temos de dar oportunidade aos nossos pequenos para se tornarem, errando se preciso for, grandes, por outro vivemos sob a necessidade de apresentar resultados. Vitórias.

Por muito que me custe dizê-lo, parece-me que na próxima época viveremos esta ambiguidade como nunca. Espero estar enganada, evidentemente, mas não posso chegar a outra conclusão face aos (parcos) indícios que vão surgindo. Não teremos Nani, provavelmente não teremos La Culebra, e Slimani também está no mercado. Pior do que isso, não temos in house quem ocupe, indiscutivelmente e com qualidade, os seus lugares, e ainda menos dispomos de meios para ir ao mercado buscar indiscutíveis.

Posto isto, resta-me contar-vos um dos meus piores defeitos: no fundo, bem lá no fundo, sou uma optimista (ainda não percebi bem porquê….). Eu acredito no futuro. Eu acredito – tenho de acreditar – no nosso crescimento. Sustentado. Equilibrado. Contínuo.

Mais do que isso, eu tenho de acreditar que os meus filhos vão crescer a ver o Sporting vencer de forma reiterada. Como eu não cresci. Como os meus netos crescerão, espero (e acredito). E aí, nós vamos rejubilar a dobrar. É esse um dos dias que eu mais quero ver chegar. Sempre quis.

É esse o dia em que eu vou acordar, olhar para cima e dizer: ” Obrigada, Avô, por me ensinares esta coisa tão diferente que é ser Sporting.”

SL, 1906

Foto de capa: Sporting.pt

Que futuro para a Fórmula 1?

cab desportos motorizados

A Fórmula 1 (F1) já não é o que era. Esta frase resume o pensamento de muita gente que gosta da categoria rainha do desporto motorizado, e o sentimento quase aumenta de dia para dia. Longe vão os tempos em que a F1 reunia os melhores pilotos, e mesmo alguns com carros próprios, e não aqueles com mais capacidade financeira, que, através de patrocinadores, compram o seu lugar nas equipas.

A juntar a isto estamos a assistir a uma cada vez maior desertificação das provas europeias no seu calendário, provas estas que marcam a história da competição e que são as que mais gozo dão à grande maioria dos pilotos, precisamente por serem os lugares clássicos da competição.

Este artigo está a ser escrito na sequência da saída do GP da Alemanha do calendário de 2015, uma das provas com mais história e tradição. A prova começou a contar para o mundial em 1951 – o mundial começou em 1950 – e desde esta data apenas três vezes não se realizou. Mas porque sai a prova do calendário? Porque, para haver a prova, a organização tinha de pagar 16 milhões de euros.

A competição, que é gerida desde os anos 70 por Bernie Ecclestone, de 84 anos, tem vindo a mudar o seu espaço geográfico no que toca a provas, indo cada vez mais para os locais onde o petróleo impera e que querem promover os seus territórios, podendo pagar assim os elevados custos que Ecclestone exige para a assinatura do contrato de realização da prova.

Mas sendo da Europa a grande maioria das equipas presentes – só a Force India não é -, e sendo os motores igualmente quase todos de construtores europeus – só os motores Honda da McLaren não são -, e ainda sendo 15 dos 20 pilotos do continente europeu, qual é a lógica da ida deste campeonato para estes mercados sem qualquer história na modalidade e que só estão neste calendário devido ao dinheiro que podem pagar em relação a outras economias?

Por outro lado, também têm aparecido provas em mercados apetecíveis para as marcas por estarem em claro desenvolvimento, como o da Rússia, desde 2014, a Índia, de 2011 a 2013, a Coreia do Sul, de 2010 a 2013, ou mesmo a Turquia, entre 2005 e 2011. O interesse das marcas também é algo a ter em conta pois sem elas a competição não existe, é verdade, mas e sem adeptos?

Fonte: Ryan Bayona
Bernie Ecclestone é o atual presidente e CEO da Fórmula 1
Fonte: Ryan Bayona

A Alemanha, que, fora o que já escrevi em cima, é a grande potência económica da Europa, que tem neste momento a equipa mais forte da competição – Mercedes -, dois dos principais pilotos do campeonato – Rosberg e Vettel -, e tem em Michael Schumacher o recordista de quase tudo aquilo de que se pode ter um recorde na competição, não conseguiu manter a sua prova no calendário por motivos económicos. Começam a lançar-se sérias dúvidas sobre o futuro europeu desta competição.

O próximo GP a sair do calendário parece ser Monza. Ecclestone exige 20 milhões/ano para a realização da prova no mítico circuito italiano, que recebe a prova desde 1950, ou seja, desde que existe mundial de F1. Este dinheiro exigido está a ser considerado excessivo por parte dos italianos, que, pagando os 12 milhões/ano do contrato em vigor até este ano, já sentem dificuldades em ser sustentáveis, principalmente nos anos maus da Ferrari.

Mas a situação para a Europa não está para melhorar, pois em 2016 acabam os contratos das provas de Espanha e Bélgica, sendo especialmente a prova belga uma das históricas da competição no mítico circuito de Spa-Francorchamps. Se Monza depende da Ferrari, Espanha depende de Alonso e, como a época não parece vir a ser grande coisa para o espanhol na McLaren-Honda, as contas da prova de Barcelona vão dar resultados negativos novamente. Na Bélgica, espera-se que voltar a haver um holandês entre os pilotos do grande circo ajude na venda de bilhetes e assim conseguir não ter os números no vermelho.

Os tempos que se seguem não parecem vir a ser fáceis para os lados europeus, principalmente enquanto Ecclestone tiver mais interesse em aumentar a sua fortuna do que em respeitar os adeptos europeus de F1. Assim, a competição vai morrendo no velho continente, como se pode ver quer pelo número de pessoas a assistir ao vivo nas provas (fora da Europa, quase todas as provas também registam cada vez menos gente), quer pelos que ficam em frente à televisão a ver.

Foto de Capa: Ungry Young Man

Paços de Ferreira 1-1 Sporting: Passividade do banco custa pontos

rugir do leao duarte

O Sporting jogava em Paços de Ferreira, terreno tradicionalmente difícil para a equipa de Alvalade, sem qualquer tipo de pressão: o Braga, apesar de ter vencido na deslocação a Barcelos, já se encontra a uma distância considerável e alcançar o FC Porto não passa de uma miragem. Posto isto, os comandados de Marco Silva tinham todas as condições para realizar uma partida tranquila; será importante dizer que tal aconteceu, mas apenas durante uma hora do encontro

Marco Silva foi obrigado a mexer na equipa relativamente ao jogo com o Vitória de Guimarães, onde o Sporting venceu a equipa vimaranense por 4-1: Tobias Figueiredo substituiu Paulo Oliveira, que havia sido expulso na jornada anterior; Miguel Lopes, aproveitando o momento menos bom de Cedric, manteve-se no onze. Por último, André Martins teve mais uma oportunidade como titular, fruto de Adrien Silva se encontrar a cumprir castigo. Contudo, e mesmo tendo em conta estas 3 alterações, o Sporting entrou melhor e chegou mesmo à vantagem, com toda a justiça, por intermedio de Slimani, após um belo cruzamento de Nani. O resultado ao intervalo era, assim, justíssimo.

A equipa de Alvalade entrou para o segundo o tempo com vontade de resolver a partida, e até o podia ter feito; João Mário, primeiro, e André Carrillo, depois, deveriam ter sentenciado o encontro. É certo e sabido que no futebol quem não marca sofre. Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu. Paulo Fonseca, percebendo que tinha de alterar rapidamente o rumo dos acontecimentos, retirou Sérgio Oliveira e lançou Minhoca. Contrariamente, Marco Silva tardou em mexer na equipa e, consequentemente, esta ressentiu-se. João Mário, certamente vítima de algum desgaste, perde a bola em zona proibida e Rodrigo Galo assina o golo da noite. Daí em diante, o Sporting não foi capaz de criar dificuldades de maior aos pacenses.

O Sporting, mais uma vez nesta temporada, perdeu dois pontos devido à falta de experiencia que a equipa apresenta. Marco Silva foi demasiado lento a ler o jogo e sofreu as consequências disso mesmo. Uma nota bastante positiva para o desempenho da equipa de Paulo Fonseca, que, embora não tenha realizado a melhor das partidas, soube aproveitar as oportunidades que lhe foram surgindo.

Figura

Paulo Fonseca – A equipa melhorou substancialmente após as alterações promovidas pelo treinador pacense. O Paços volta a roubar pontos ao Sporting, alias como já tinha feito em Alvalade.

Fora-de-jogo

Marco Silva – O Sporting apresentou cerca de 60/65 de excelente qualidade, contudo, a quebra foi notória e a passividade do treinador certamente contribuiu para tal. A leitura errada de Marco Silva custou, novamente, pontos ao Sporting.

Foto de capa: FPF

Special One: um fenómeno

cab premier league liga inglesa

Poucos, incluindo-me nessa categoria, acreditavam que este Chelsea de Mourinho tivesse qualidade suficiente para chegar onde está agora. Pelo menos assim tão rápido. Há pouco tempo escrevi aqui sobre o renascer da Juventus, e o mesmo podemos dizer deste Chelsea. Mas com uma pequena grande diferença: o novo fôlego dos blues deve-se quase inteiramente ao seu special one. José Mourinho nunca deixou de parte o regresso, e, depois de um trajecto não muito bem conseguido em Madrid, foi fácil a decisão de voltar a casa.

Mourinho tornou-se o filho pródigo, e essa época de regresso foi cheia de expectativas mas parca em concretizações. Depois da Liga dos Campeões com Di Matteo, título milagre que salvou um annus horribilis com Villas-Boas, e da Liga Europa com Benítez, os adeptos azuis ansiavam por mais. Ansiavam pela herança que Mourinho tinha deixado. Mas, com um orçamento muitos pontos abaixo do do rival City, o Chelsea não conseguiu melhor do que um terceiro lugar.

O técnico português não deu justificações, acertadamente, e deixou que as vitórias falassem por si. A temporada 2014/15 antevia-se difícil, mas hoje vemos que este é realmente um homem com uma qualidade e conhecimento do futebol inglês acima da média. Sim, Diego Costa e Matic vieram ajudar, mas Mourinho no banco dá uma confiança sem igual aos 11 rapazes vestidos com a cor do céu.

Hazard tem sido decisivo nos blues Fonte: Facebook do Chelsea
Hazard tem sido decisivo nos blues
Fonte: Facebook do Chelsea

Diego Costa desiludiu no Mundial do Brasil, mas dá cartas na Premier League. Outra decisão acertada do técnico português foi Matic, que saltou imediatamente para a titularidade e assegura hoje o meio-campo firme dos blues. Meio-campo que conta com Hazard e Oscar, duas estrelas em ascensão, meninos irrequietos que levam aos cabelos as defesas adversárias. Rémy emerge como goleador e, por fim, Drogba voltou por Mourinho (recriando as duas traves-mestras do passado, com Terry), e o “melhor jogador que lhe passou pelas mãos”, citando o português, está no sítio certo à hora certa e decide em momentos de angústia.

Na época em que perderam o líder Lampard, os blues já contam com a Taça da Liga, e cimentaram a distância para o perseguidor Arsenal esta semana, com uma vitória em Stamford Bridge frente ao Stoke, por 2-1. Diego Costa preocupa com as suas lesões e inconstâncias, mas Mourinho desvaloriza e segue rumo a mais uma Premier League.

O special one, alcunha tão adequada, é um fenómeno de popularidade nunca visto em Inglaterra desde Alex Ferguson. Faz-nos ansiar pelo dia em que, segundo ele, irá conduzir a nossa selecção. Grande Mourinho.

Foto de Capa: Facebook do Chelsea

Top 10: Os melhores da era Jesus

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[tps_title]10º Fábio Coentrão[/tps_title]

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Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

A grande “invenção” de Jorge Jesus. O treinador do Benfica pegou num miúdo com uma técnica deslumbrante mas altamente inconsequente e transformou-o num dos melhores alas do planeta. Defende com grande eficácia e ataca com muita atitude. Deixou muitas saudades na Luz, onde virou ídolo.

Benfica 3-1 Nacional: Ao ritmo do tango e do samba a dança é outra

cabeçalho benfica

Quando se joga em casa, o cenário é realmente outro. Se, nos jogos fora, o Benfica tem demonstrado uma dificuldade que não se percebe, entrando a perder ou não conseguindo segurar resultados, em casa, o campeão nacional faz da Luz o seu forte, sendo, na minha opinião, das equipas mais fortes da Europa a jogar no seu reduto, tal é a forma como passeia classe no seu relvado.

E foi de classe que se fez a primeira parte. Os números não enganam: o Nacional teve 36% de posse de bola e zero remates à baliza nos primeiros 45 minutos. O relvado da Luz parecia um salão de dança para Gaitan e Salvio dançarem o seu tango. Mas como o tango dança-se a dois, os craques argentinos tiveram como par os seus colegas cariocas. Primeiro Jonas e depois Lima. Aos 20 minutos, Gaitan fez uma recuperação fantástica, Maxi deu para Salvio, que correu com o esférico e só teve de entregar a Jonas, para este encostar. Quem mais, se não a melhor contratação desta época a abrir o marcador? Mas o ex-Valência não ficaria por aqui. Antes de voltar a espalhar magia, foi tempo de Gaítan voltar a dançar o tango, passando por João Aurélio e cruzando para Lima marcar de cabeça. O tango com um pouco de ritmo do samba que levava o Benfica para a frente. A par do jogo com o Estoril, os melhores 45 minutos do Benfica em casa, transpirando classe e mostrando quem é que manda em casa.

Equipa unida rumo ao 34 Fonte: Facebook do Benfica
Equipa unida rumo ao 34
Fonte: Facebook do Benfica

Na segunda parte foi mais do mesmo. Eliseu, Salvio, Pizzi iam criando oportunidades, e o Benfica ia jogando a seu bel-prazer. Mas seria outra vez a dupla dançarina Sálvio e Jonas a meter a redondinha lá dentro. Mais uma arrancada de Salvio, e Jonas, ao primeiro toque, a fazer o golo da tarde. Começam a faltar os adjectivos para este goleador. Tanto com bola como sem bola, Jonas é sublime e é dos melhores do nosso campeonato. Veio a custo, que achado!

A partir do 3-0 o jogo acalmou. O Benfica controlava, e o Nacional tentava dar outra imagem de si. Apenas por escassos momentos o conseguiu, quando marcou um grande golo por Ângulo, e logo a seguir com Christian a atirar ao lado. Seriam as únicas oportunidades dignas de registo de um Nacional que está bastante mais fraco do que em temporadas anteriores.

Terminou 3-1. Podiam ter sido mais, mas o que interessa realçar é a forma como o Benfica passeia classe em casa. Não só contra equipas da parte de baixo da tabela mas também contra equipas como o Sporting de Braga ou o Vitória de Guimarães. Agora há que passar esta classe para os jogos fora, onde também o Benfica joga muitas vezes “em casa”. De resto, este Benfica está aqui para as curvas e cada vez mais perto do objectivo.

A Figura:

Nico Gaitan – O argentino é classe, é magia, é arte. Já há muito que se estabilizou como dos melhores da nossa liga, de qualidade para outros voos até. Com o argentino em forma, a vitória fica sempre mais perto de se concretizar.

O Fora-de-jogo:

Assobios na Luz – Quando o Nacional marcou e ganhou força no jogo. Ouviram assobios por parte dos adeptos do Benfica. Algo que não se percebe, que deixa a equipa nervosa e que é injusto para o que os jogadores tinham produzido até ao momento. Felizmente duraram minutos e quero acreditar que vieram de uma minoria. A mesma minoria que depois da derrota em Vila do Conde veio dizer que já estava tudo perdido.

Foto de capa: Francisco Vaz de Miranda

Jogar muito e treinar pouco…

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cab nba

A rotação de jogadores têm sido um tema muito discutida no desporto de competição e particularmente no futebol . Saber se a mesma é positiva ou não só o podemos afirmar no final da  época com os resultados desportivos. Quem defende a rotação diz que o seu objectivo é ser competitivo em todas as frentes  , ao mesmo tempo que pretende dar visibilidade ao maior número de  atletas de forma a garantir futuros investimentos. Quem está contra diz que as equipas perdem rendimento e que complica muito a gestão dos titulares criando efeitos negativos na sua  confiança. Face às lesões, castigos e fadiga não resta outra alternativa aos treinadores que no seja rodarem os jogadores fendo apelo aos suplentes.

Por opção táctica ou gestão do plantel o treinador pode implementar as trocas para motivar um grupo mais alargado e não apenas para quem joga regularmente. A  rotação não é um fim em sim mesmo: é um instrumento de gestão de um plantel que, deve servir para manter a equipa competitiva em várias frentes até ao final da época.

Na tentativa de ultrapassar as dificuldades causadas pelo elevado número de competições a que as equipas estão sujeitas, a gestão do plantel tornou-se uma maior preocupação para os treinadores. Nos últimos anos, o aumento do número de jogos levaram a que  começassem a procurar  soluções que lhes permitissem continuar a competir em todas as frentes ao mais alto nível.

Neste sentido, foram registadas alterações na forma de encarar o treino e o jogo relativamente à gestão do tempo dos jogadores, nos momentos de maior densidade competitiva. Desde aí foram muitos os treinadores que começaram a efectuar uma gestão coerente do tempo de jogo dos atletas .

“Tenho de fazer rotações para manter toda a gente feliz” , disse Mourinho, em 2005. Curiosamente é criticado  esta época no Chelsea por  jogar quase sempre com os mesmos  Fonte: Facebook do Chelsea
“Tenho de fazer rotações para manter toda a gente feliz” , disse Mourinho, em 2005. Curiosamente é criticado esta época no Chelsea por jogar quase sempre com os mesmos
Fonte: Facebook do Chelsea

É sabido que só com bons jogadores não se ganham campeonatos, estes são ganhos sim por bons grupos. “Tenho de trocar duas ou trs unidades. No s porque alguns contam com alguns problemas, mas também porque alguns dos jogadores poucas vezes titulares merecem jogar. Prefiro ter o meu grupo alegre e motivado e é normal que mude algumas peças” (Mourinho, 2005)

O mesmo treinador revela grande preocupação com o cansaço dos jogadores. Assim diz optar por fazer alterações quando sente que alguns jogadores precisam de descansar.

Ninguém quer ser suplente

O tema é recorrente no basquetebol Universitário Norte americano (NCAA ) com as duas filosofias em confronto . Recentemente o treinador de Syracuse, Jim Boeheim, foi muito criticado porque dava muitos minutos ao cinco titular.

Em sua defesa saiu , naturalmente, o amigo Mike Krzyzewsk, que salientou  o facto de Syracuse ter  vários jogadores importantes lesionados: Não é uma questão de minutos de jogo mas sim de lesões. Os jogadores não ficam cansados por jogarem muitos minutos. Eles ficam cansados é dos excessos nos treinos. Não há nenhum jogador no Mundo que se canse de jogar. Só ficam cansados se jogarem muito e treinarem muito. Nenhum jogador quer ser suplente. O problema está na forma como treinamos.

O popular treinador já garantiu presença em mais uma Final4 este ano e não segue a tradicional regra do “Freshman  Wally” que relega para a condição de suplentes os mais jovens. Okafor (30 m), Justise Winslow (29m), Tyus Jones(34m) e Quinn Cook (35m) são novatos na competição mas jogam a maioria do tempo.

Os nossos treinos são curtos e sem muito contacto físico, disse Krzyzewski. “Não queremos cansar os atletas , queremos sim que se mantenham em forma. Todos querem jogar os 40 minutos.”

A mesma opinião tem  Mike Brey, treinador de Notre Dame, que também opta por dar muitos minutos ao cinco inicial. “Os  jogadores mais velhos sabem bem como jogar os 40 minutos. Sabem  combater a fadiga mental muito  melhor do que os jovens.

Brey afirmou ainda que: “Uma rotação diminuta ajuda a aumentar a eficiência ofensiva. Eles sabem bem o que fazer no jogo, passam bem a bola e são pacientes. Quando se joga com muitas jogadores o jogo fica mais complicado.

Brey  prepara a equipa para jogar desta forma a partir do primeiro treino. “Chegamos rápido ao jogo de 5 contra 5 e assim  os jogadores ficam logo  preparados para jogar. Ao longo da época vamos diminuindo o tempo de treino  e os dias de repouso passam a ser muito importantes. Usamos muito no treino táctico o “walk-throughs” ( treino táctico a andar) e a partir de Janeiro  não treinamos mais do que uma hora e quinze minutos.

O recurso ao chiropractor  contribuiu em muito para a longa e brilhante carreira de Jordan  Fonte: fosteringwellness.net
O recurso ao chiropractor contribuiu em muito para a longa e brilhante carreira de Jordan
Fonte: fosteringwellness.net

Depois de um jogo não fazem um treino normal. São os dias de recuperação. Visionamos o nosso último jogo e o do próximo adversário. Fazemos um pouco de “stretch” e alguma musculação. Não  é um treino propriamente dito e o mais importante é mesmo o trabalho do “chiropractor “(um especialista em diagnósticos, tratamento e prevenção de problemas do sistema neuromuscular e os efeitos na saúde dos atletas).

Foto de capa: Facebook de Mike Krzyzewski

Devolvam as garras a ‘El Tigre’!

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cab premier league liga inglesa

Diga-se o que se disser, quão má esteja a época a ser, há um facto que não se pode negar: Radamel Falcao é um dos melhores avançados do mundo.

Os melhores também erram. No caso do colombiano o lapso esteve na decisão de sair do Atlético de Madrid. Quis ser o rosto de um projecto ambicioso em França mas teve azar. Apesar de ter apresentado bom futebol não foi o Falcao que se esperava e uma lesão grave terminou com a sua época e afastou o sonho de jogar no Mundial. Depois de recuperar todos sabíamos que ia demorar algum tempo até termos o bom Falcao de volta. A meu ver o Mónaco parecia ser um bom sítio para recuperar confiança e o instinto matador antes de dar outro salto na carreira. Em vez disso, Falcao rumou para o Manchester United, onde, juntamente com Dí Maria, foi o rosto de uma revolução no plantel. O resultado está à vista: um jogador de nível mundial triste, sem confiança e sem golos.

Falcao é o sonho de muitos treinadores. Um avançado completo, rápido, forte, bom de cabeça e de pés e com rasgos de genialidade apenas ao alcance dos melhores. Encaixava perfeitamente no futebol ofensivo do Atlético (quem sabe, se ele tem ficado, os horrores que uma dupla entre ele e Diego Costa poderia ter causado no campeonato e na Liga dos Campeões). O Manchester United não é a opção, nem nunca deveria ter sido. O colombiano não encaixa no sistema táctico do clube inglês e está tapado por dois grandes avançados da casa, Van Persie e Rooney. Para além do mais, Van Gaal não é de nem de perto o técnico certo para restaurar a confiança e voltar a colocar Falcao entre os colossos, especialmente sobre a elevada pressão sob a qual o técnico holandês está. O United precisa de resultados urgentes e Falcao precisa de calma, confiança e apoio. Qual o rumo?

Espero voltar a ver em Falcão alegria e, mais importante que tudo, golos como só ele sabe fazer Fonte: Facebook de Falcao
Espero voltar a ver em Falcão alegria e, mais importante que tudo, golos como só ele sabe fazer
Fonte: Facebook de Falcao

Os rumores são muitos e não param. Eu não vejo Falcao como um jogador para o campeonato inglês (a não ser talvez no Chelsea, onde, só com um ponta de lança na frente e bem apoiado por um meio-campo constituído por Matic e Fàbregas, poderia fazer grandes estragos), penso que ficaria melhor no campeonato espanhol. O Real Madrid seria uma excelente opção para o colombiano, o clube madrileno precisa de um rato de área e de um jogador completo capaz de domar o último terço do terreno (Falcao já mostrou ser capaz de o fazer). Além disso era bom ter um avançado de qualidade que colocasse pressão nos ombros de Benzema, e não um jogador de banco e passivo como Chicharito sempre foi. Um eventual regresso ao Atlético também seria uma opção bastante viável. Da mesma forma que seria um clube italiano que jogue com um meio-campo forte e com um homem lá na frente.

Deixa-me triste ver um jogador que tanto admiro e com tanta qualidade afundar-se desta forma. Custa ainda mais que um técnico como Van Gaal não saiba ser um comandante de homens e deixe situações como esta agravarem-se desta maneira. Espero que Falcao faça desta vez a escolha certa, que regresse ao seu melhor num campeonato adequado à sua forma de jogar. Às vezes esquecemo-nos de que El Tigre já tem 29 anos…  espero que ainda esteja a tempo de retomar a sua melhor forma e deixar a sua marca na história.

Foto de Capa: Facebook do Manchester United

Académica 0-0 Rio Ave: Nulo só no resultado

futebol nacional cabeçalho

Duas equipas em fase ascendente encontraram-se no Municipal de Coimbra para dar início à jornada 27 da edição 2014/15 da Liga Nos. A Académica não perdia há oito jogos e reencontrou-se com os bons resultados depois de José Viterbo assumir o comando técnico dos estudantes. O Rio Ave, antes deste jogo, tinha conseguido bater o campeão nacional em título, o Benfica, por 2-1.

O início do jogo deixou bem evidenciada a confiança do Rio Ave, com Tarantini a dar o primeiro sinal de perigo com um cabeceamento potente, a obrigar Cristiano a uma defesa apertada. Parecia ser a equipa vilacondense quem estava por cima no encontro, mas o facto de não haver o tal medo de perder acabou por se transformar em falta de cautela, dando lugar a que o flanco direito do ataque da Académica fosse bastante produtivo na criação de oportunidades de perigo, quase sempre iniciadas por Ricardo Esgaio, muito em jogo no plano ofensivo, combinando muito bem com Hugo Seco para chegar perto da baliza de Ederson.

Juntos, conseguiram conceber condições para que Rafael Lopes tivesse à sua mercê duas oportunidades flagrantes para inaugurar o marcador, mas o ponta-de-lança português rematou à figura, na primeira, e para as nuvens, na segunda (Viterbo garantiu, na conferência de imprensa, que “tal como a Académica voltou a ganhar em casa passado um ano, também o Rafael vai voltar a marcar”).

Até ao final da primeira parte, a Académica foi assumindo as despesas do jogo e soube manietar, na perfeição, o adversário, criando superioridade a meio-campo fruto de uma boa combinação entre Fernando Alexandre e Obiorah, irrepreensíveis em termos posicionais. Porém, não conseguiram travar uma correria de Del Valle que culminou com um disparo fulminante, travado por uma defesa espectacular de Cristiano… um remate que disfarçou a exibição envergonhada que o Rio Ave vinha a fazer até então, depois de 5/10 minutos iniciais de superioridade. Pedro Martins teve, portanto, de mudar e retirou Marvin para colocar em jogo Boateng, ao intervalo. A equipa passou a jogar com um avançado mais posicional, uma referência ofensiva, caindo Del Valle para o flanco esquerdo, sendo capaz de travar as subidas de Esgaio, “encostando” mais no lateral-direito, cortando o “mal (isto é, o perigo criado pela equipa da casa) pela raiz”.

A “neutralização” de Esgaio teve um papel importante no resto do jogo, pois a Académica não teve oportunidades de real perigo na segunda parte, embora, conforme confirmou Pedro Martins em conferência de imprensa ao Bola na Rede, a mudança tivesse mais a ver com a condição física de Marvin do que com a preocupação com o jogador emprestado pelo Sporting à Briosa.

O Bola na Rede esteve presente no Estádio Cidade de Coimbra
O Bola na Rede esteve presente no Estádio Cidade de Coimbra

Até ao final do jogo, não houve grandes oportunidades de perigo, mas a bola rondou ambas as balizas e pairou no ar a incerteza do resultado, embora, com o arrastar do jogo, se verificasse o decréscimo da qualidade de jogo, fruto do calor que se verificou em Coimbra – apontado como factor relevante para o desfecho do encontro por ambos os treinadores, em conferência de imprensa…
…uma sintonia que não se ficou por aqui, pois também concordaram que o empate era um resultado justo, embora fosse mais “verdadeiro” (reflexo fiel do que foi a partida) caso houvesse golos.

Os cerca de quatro mil adeptos deram por bem empregue o dinheiro gasto no bilhete. O jogo terminou sem golos, é certo, mas a Briosa demonstrou raça, determinação, confiança e bom entendimento ofensivo perante um adversário difícil que esteve à altura, criando condições para um jogo entretido a que só faltaram golos.

Académica Rio Ave BNR
Apesar do nulo, assistiu-se a um bom jogo de futebol entre as duas equipas

A Figura:

Ricardo Esgaio – Foi o principal fornecedor de bolas com perigo do ataque da Académica na primeira parte, e não estamos a falar de um extremo ou de um avançado. O lateral-direito da Académica subiu sempre com critério e envolveu-se muito bem com os seus companheiros da zona adiantada, especialmente Hugo Seco, com quem combinou na perfeição. Na segunda parte foi alvo de marcação mais apertada e enfrentou uma equipa do Rio Ave que subiu de rendimento posicional, pelo que não conseguiu criar tanto perigo. Porém, a nível defensivo manteve-se irrepreensível.

O Fora-de-Jogo:

Rafael Lopes – Teve o golo nos pés por duas ocasiões e desperdiçou-as de forma clamorosa. Se o jogo terminou empatado a zero, isso deveu-se, em grande parte, à ineficácia do ponta-de-lança da Académica, pese embora o bom jogo posicional e a excelente dinâmica ofensiva que emprestou à equipa, principalmente na primeira parte, juntamente com Rui Pedro, Hugo Seco e, claro, Ricardo Esgaio.

O Caso do jogo:

Minuto 17 – Hugo Seco seguia para a baliza e foi travado por Tiago Pinto, que o impediu de ficar isolado frente a Ederson. Cartão amarelo. Punição que se entende pelo facto de Prince estar atrás da linha da bola, porém, a expulsão foi bastante pedida e também seria uma decisão acertada de Hugo Miguel. Uma situação que poderia ter implicações diferentes no resto do jogo.
José Viterbo, porém, manteve-se sereno na análise ao jogo e deu os parabéns à equipa de arbitragem pelo bom desempenho.

Vídeo Reportagem:

Olheiro BnR: Ryan Gauld

olheiro bnr

Numa fase em que a actual temporada ainda não terminou, mas já caminha vertiginosamente para o seu final, é natural que já se comecem a ver alguns esboços daquilo que poderão ser os planteis dos principais clubes portugueses para 2015/16, percebendo-se que, no caso do Sporting, poderá existir uma renovação assente em alguns elementos que vêm evoluindo preferencialmente na equipa B.

Um desses elementos, aliás, é o jovem internacional sub-21 escocês Ryan Gauld, futebolista que motivou um investimento leonino de 2,7 milhões de euros no último Verão e que, após um ano de maturação no Sporting B, estará finalmente preparado para se assumir como uma das figuras da equipa principal. Afinal, capacidade para tal é algo que o britânico tem de sobra.

Chegou cedo ao Dundee United

Ryan Gauld nasceu a 16 de Dezembro de 1995 em Aberdeen, Escócia, e começou a sua carreira no modesto Brechin City Boys Club: isto antes de chegar ao Dundee United em 2006, ou seja, quando tinha apenas 10 anos. No histórico clube escocês, o médio-ofensivo haveria de permanecer por oito anos, percorrendo os diversos escalões de formação e estreando-se na equipa principal em 2011/12, com apenas 16 anos, numa vitória no recinto do Motherwell (2-0).

Depois dessa estreia precoce na Premier League escocesa, Ryan Gauld continuou a sua ascensão na equipa principal do Dundee United, e, depois de uma temporada, a de 2012/13, em que atingiu os 11 jogos e até se estreou a marcar, haveria de se impor em definitivo em 2013/14, quando se assumiu como uma das figuras dos “Arabs”, marcando oito golos em 38 jogos.

O salto para Alvalade

Perante este excelente desempenho e a sua tenra idade, foi com naturalidade que começaram a chover interessados no concurso de um jovem que, aos 17 anos, já havia chegado à selecção escocesa de sub-21 – ainda que tenha sido o Sporting a ganhar a corrida por Ryan Gauld, pagando 2,7 milhões de euros ao Dundee United pelo seu concurso.

Ainda assim, apesar desse avultado investimento, o Sporting preferiu gerir tranquilamente a evolução do médio-ofensivo nesta sua primeira temporada em Alvalade, colocando-o a actuar preferencialmente no Sporting B, onde este soma 25 jogos e três golos, embora também já lhe tenha dado algumas oportunidades fugazes na equipa principal, pela qual soma cinco jogos e dois golos [ambos apontados na derrota com o Belenenses (2-3) para a Taça da Liga].

É apontado como um 'Mini-Messi', mas Gauld quer deixar a sua própria marca no futebol Fonte: Sporting Clube de Portugal
É apontado como um ‘Mini-Messi’, mas Gauld quer deixar a sua própria marca no futebol
Fonte: Sporting Clube de Portugal

Um “dez” de traços continentais

Ryan Gauld contrasta completamente com aquela que é a imagem típica do futebolista britânico, apresentando características físicas verdadeiramente franzinas (168 cm e 59 kg) e uma criatividade e qualidade técnica que estamos mais habituados a encontrar na América Latina ou no sul da Europa.

O seu futebol, aliás, é o de um verdadeiro “dez”, uma vez que o jovem de 19 anos se destaca por ter velocidade de processos, evoluída técnica individual, boa capacidade de passe e superior visão de jogo, sendo ainda de destacar a sua boa capacidade finalizadora.

A raça que nos transporta para a Escócia

Mas, se o processo ofensivo nos transporta imediatamente para um futebolista latino, é pela recuperação defensiva e abnegação competitiva que nos lembramos, enfim, de que estamos perante um escocês, sendo que essas características serão muito bem vindas a equipas que gostam de pressionar o adversário logo na saída da sua grande área.

Aliás, essa raça e essa qualidade nas transições fizeram inclusivamente com que Ryan Gauld chegasse a merecer algumas oportunidades na posição “oito” no Sporting B, ainda que, pessoalmente, acredite que o internacional sub-21 escocês precisa de actuar mais próximo de zonas de definição para se apresentar no máximo das suas capacidades.

Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal