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O que mudou com o mercado de inverno?

futebol nacional cabeçalho

Terminado o período aberto a transferências, é importante fazer um balanço e tentar antever quais os ganhos e as perdas dos clubes da Primeira Liga.

Existiram várias estratégias de mercado, desde equipas que se limitaram a dispensar jogadores pouco utilizados e a equilibrar o plantel com alguns elementos de qualidade, a clubes que perderam alguns dos seus principais ativos e que tentaram colmatar essas baixas da melhor forma possível.  Este foi o caso, por exemplo, do Vitória de Guimarães, que perdeu dois jogadores que eram bastante influentes na manobra da equipa: Hernâni e Adama Traoré. O lateral esquerdo voou até Basileia, onde vai ser treinado por Paulo Sousa, e Hernâni foi contratado pelo FC Porto no último dia do mercado, por mais de quatro milhões de euros. Este negócio envolveu ainda as idas de Ivo Rodrigues, Otávio e Sami para o D. Afonso Henriques. A nível financeiro, o negócio é excelente para os vimaranenses. Penso que apenas peca por nenhum dos jogadores cedidos pelo FC Porto ser um lateral esquerdo, posição onde a equipa de Rui Vitória ficou claramente deficitária. Olhando para este Vitória, há ainda um reforço que pegou de estaca: Ricardo Valente, vindo do Leixões, e que já marcou dois golos em cinco jogos disputados.

Rui Vitória perdeu Hernâni, a principal arma ofensiva que tinha na equipa. Fonte: Facebook do Vitória Sport Clube
Rui Vitória perdeu Hernâni, a principal arma ofensiva que tinha na equipa
Fonte: Facebook do Vitória Sport Clube

Mas existem mais equipas que saem, quanto a mim, penalizadas nesta janela de transferências. O Estoril perdeu Kuca para o campeonato turco, e Tijane, jogador contratado para essa posição, não parece ter capacidade para se afirmar desde já no plantel às ordens de José Couceiro. Já o Marítimo perdeu a sua grande referência ofensiva, Maazou, e contratou para o seu lugar Moussa Marega, um jogador desconhecido do nosso campeonato e que terá a difícil tarefa de fazer esquecer o nigerino, que marcou 11 golos na primeira metade da temporada. Em Moreira de Cónegos, os adeptos também devem estar a lamentar as perdas de Filipe Melo e Vítor Gomes, jogadores fundamentais para o técnico Miguel Leal. Os dois médios emigraram e deixaram algum vazio no meio campo do Moreirense, onde parece que Lucas Souza, médio vindo do Parma e que já alinhou no Olhanense, terá capacidade para confirmar os bons apontamentos que deixou enquanto jogou nos algarvios.

Em Belém também se verificaram várias mudanças. As saídas de Fredy, para Angola, e Deyverson, para os alemães do Colónia, foram penosas para Lito Vidigal, mas este pôde contar com alguns reforços que podem ser importantes, como o central Tikito, o sobejamente conhecido Carlos Martins e ainda Rui Fonte, avançado emprestado pelo Benfica. O Paços de Ferreira também teve um mercado com boas e más notícias. Pelo lado positivo, as chegadas de Ruben Pinto, Fábio Cardoso e Diogo Rosado, jovens que vêm transmitir algum sangue novo à turma de Paulo Fonseca; pelo lado negativo, a saída de Urreta para o Peñarol. O uruguaio estava a ser dos melhores elementos pacenses até agora.

Para além dos reforços, os sadinos também tiveram um novo treinador, Bruno Ribeiro Fonte: Facebook Vitória Futebol Clube
Para além dos reforços, os sadinos também tiveram um novo treinador, Bruno Ribeiro
Fonte: Facebook Vitória Futebol Clube

Mas como o mercado não dá apenas más notícias, existem clubes que podem encarar o futuro com mais confiança, depois da aquisição de reforços bastante importantes e que vão encaixar facilmente. O Vitória de Setúbal, por exemplo, parece ter ganhado uma nova alma. Além da mudança de treinador, com a entrada de Bruno Ribeiro para o lugar de Domingos Paciência, os sadinos reforçaram o seu plantel com Suk, Rambé e Joao Rodriguez, três pontas de lança, e Ulises Dávila, médio ofensivo cedido pelo Chelsea. Os verde e brancos, que acabaram de se apurar para as meias finais da Taça da Liga, podem olhar assim para o que resta da temporada com mais confiança, depois de um mês de janeiro proveitoso, quer em termos de reforços, quer em termos de resultados desportivos. Mais duas equipas que não se podem queixar são o Nacional da Madeira e o Arouca. Os madeirenses ficaram mais fortes após as chegadas de três médios: Luís Aurélio, que se juntou ao seu irmão gémeo João, o brasileiro Chrystian e Tiago Rodrigues, que vem emprestado pelo FC Porto. Já a equipa orientada por Pedro Emanuel foi buscar quatro jogadores às equipas “bês”: Hugo Basto veio a título definitivo do SC Braga, Kayembe, Fokobo e Iuri Medeiros vieram a título de empréstimo. O primeiro tem contrato com o FC Porto, os últimos dois vieram de Alvalade.

As equipas que estão na luta pela manutenção tiveram mesmo de reforçar os seus plantéis. Na Académica destacam-se as chegadas de Ricardo Esgaio e Salim Cissé, dois atletas cedidos pelo Sporting e que poderão dar uma importante ajuda ao treinador Paulo Sérgio. O Boavista reforçou-se com o conhecido Marek Cech e Aaron Appindangoye, central gabonês que participou nesta CAN. O Gil Vicente, que tinha um centro da defesa deplorável, parece estar mais fortalecido com as chegadas de Cadú e Markus Berger, dois jogadores experientes, que vão combater pelo técnico José Mota na segunda metade da época. Ruben Ribeiro, médio vindo de Paços de Ferreira, e o avançado Yazalde também parecem ser reforços importantes. Em Penafiel, Rui Quinta também deve ter ficado contente com as chegadas de jogadores experientes como o central Tiago Valente ou o médio ofensivo Bruno Braga, que foi muito importante no Rio Ave da época passada.

Rio Ave e Sporting de Braga tiveram mercados calmos, com Pape Sow a ser o único reforço vilacondense e Dolly Menga e Pedro Monteiro os reforços bracarenses. Quanto a saídas, estes clubes limitaram-se a dispensar elementos que não eram primeiras escolhas.

Vamos ver o que nos reserva a segunda metade da época, mas com a certeza de que as equipas que estão pior classificadas têm agora melhores soluções. Assim, esperemos que o campeonato fique mais equilibrado e que proporcione melhores e mais emotivos espetáculos  até à última jornada, no mês de maio.

Foto de capa: Facebook da Associação Académica de Coimbra/OAF

Começa a temporada na terra batida latino-americana

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cab ténis

Após o magnífico desempenho no Australian Open, onde conquistou o seu quinto título – oitavo, em número de Grand Slams –, o sérvio Novak Djokovic vai tentar manter sua hegemonia no cenário do desporto, desta vez na superfície em que menos títulos possui: a terra batida.

Tentando conquistar o Grand Slam Career – a conquista dos quatro títulos dos torneios Majors, inclusos além do Australian Open: Wimbledon, US Open e Roland Garros – da mesma maneira que seus rivais diretos, o suíço Roger Federer e o espanhol Rafael Nadal, Djokovic luta aparentemente sem adversários à altura, nos últimos tempos.

Quase cinco mil pontos à frente do suíço e oito mil do espanhol, o sérvio navega em velocidade de cruzeiro em relação ao ranking mundial, numa performance admirável e praticamente inédita, num cenário onde os adversários possuem tão alto nível. A única “desculpa” possível é a contusão que retirou Nadal das quadras no final da temporada passada.

A conquista da América

Djokovic não costuma participar nos torneios de São Paulo, Rio, Viña del Mar, Buenos Aires ou Acapulco. Tão pouco Roger Federer. O saibro fofo e lento das terras além mar são um território quase exclusivo daquele considerado o maior de todos, nesta superfície. Em todas as oportunidades em que participou nos eventos, Nadal fez a final ou venceu, em terras luso-hispânicas.

Rafael Nadal
Rafael Nadal é o 3.º no ranking ATP

O dono de 14 Grand Slams vai disputar o Rio Open 500 e o Buenos Aires 250, tentando voltar à velha forma que já o levou a quase 150 semanas como o melhor tenista do mundo. Os seus problemas físicos vêm afastando-o do topo do ranking, e uma aposta no seu futuro nas quadras pode levar o fã a ter palpitações tão grandes quanto as daquele que confere os resultados euromilhões.

Tudo pode acontecer! Potencial não falta ao grande campeão, mas Djokovic, pai fresco do pequeno bebé Stefan, já deixou bem claro que a sua meta é vencer em Roland Garros, ápice da temporada em terra batida. A briga vai ser acirrada, e os fãs do ténis só terão a ganhar com a disputa.

É disto que são feitos os campeões

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cab futebol feminino

A fase regular do campeonato de futebol feminino chegou ao fim e já estão encontradas as quatro equipas que disputarão o título de campeão nacional: Atlético Ouriense, Clube Futebol Benfica, Valadares Gaia e Fundação Laura Santos foram as formações portuguesas que demonstraram ter capacidade para alcançar a derradeira fase.

Últimos ajustes (de contas)

Com as equipas que iriam passar à fase de apuramento do campeão praticamente definidas (à excepção do 4.º lugar, que podia sofrer alterações consoante os resultados do fim-de-semana), pode dizer-se que na última jornada se fizeram os últimos ajustes na tabela classificativa.

O Cesarense, com apenas 1 ponto alcançado ao longo do campeonato, recebeu o A-dos-Francos, numa partida em que estavam em jogo objectivos completamente diferentes. Enquanto a equipa da casa tentou mostrar argumentos que explicassem o porquê de estar na 1.ª Divisão, a formação das Caldas da Rainha tentou manter vivo o sonho de alcançar o 4.º lugar e, consequentemente, o acesso à fase final do campeonato.

Mas como nem sempre a vida corre como queremos (e tão bom que era!), apesar da vitória do A-dos-Francos por uns esclarecedores 0-6, os seis tentos apontados não chegaram para subir uma posição na tabela, uma vez que a Fundação Laura Santos e o Valadares Gaia (já apurado para a próxima fase) fixaram o resultado final do seu jogo em 1-1, permitindo este desfecho a manutenção do 4.º lugar por parte da Fundação. O A-dos-Francos e a Fundação terminaram assim o campeonato com os mesmos pontos (28), sendo o confronto directo a ditar o afastamento do A-dos-Francos da luta pelo título de campeão.

Quanto aos embates entre Leixões e Clube de Albergaria (0-6) e Boavista e Vilaverdense (2-3), serviram para as quatro equipas tentarem amealhar alguns pontos que podem vir a ser cruciais na fase da despromoção ao escalão inferior, tendo em conta que as formações iniciarão essa etapa com metade dos pontos obtidos na fase regular (o mesmo acontece na fase de apuramento do campeão).

Por fim mas não menos importante (muito pelo contrário), o Ouriense recebeu aquela que se tem revelado como a equipa que irá tentar fazer a vida negra às actuais campeãs nacionais. Com apenas 1 ponto a separá-las, a formação de Ourém e o Clube Futebol Benfica deixaram tudo em campo com o objectivo de definir quem conseguiria terminar a fase regular em primeiro lugar mas, acima de tudo, com o objectivo de honrar a camisola que vestiam. O golo acabou por surgir para a equipa da casa, empurrando o Clube Futebol Benfica para o 2º lugar da classificação.

O Atlético Ouriense terminou a primeira fase do campeonato com 42 pontos, 48 golos marcados e apenas 13 sofridos. Fonte: Futebol Feminino Portugal
O Atlético Ouriense terminou a primeira fase da liga com 42 pontos, 48 golos marcados e apenas 13 sofridos
Fonte: Futebol Feminino Portugal

Segunda ronda, o mesmo duelo

Não é segredo que estas são, sem dúvida, as duas equipas favoritas à vitória do campeonato. Para além de um desempenho regular, apresentam plantéis completos a nível de qualidade defensiva e ofensiva, nos quais podemos encontrar algumas jogadoras que já têm feito a diferença na Selecção Nacional.

Relativamente à Selecção A, para os jogos de preparação da Algarve Cup com a Suíça agendados para este mês, o seleccionador português convocou, do lado do Ouriense, a defesa central Filipa Rodrigues e, do lado do Fófó, a defesa Matilde Fidalgo e a centro campista Patrícia Gouveia. As duas defesas têm respectivamente 21 e 20 anos, e têm tido a oportunidade de actuar ao lado de jogadoras mais experientes como é o caso de Edite Fernandes. Tiveram um percurso semelhante, começando por fazer parte das camadas mais jovens da selecção, e conseguiram progredir até alcançar o lugar que todas as jogadoras desejam ter. Uma nota especial para Matilde Fidalgo, que, para mim, é o exemplo de que a força de vontade e o árduo trabalho são pontos-chave em qualquer jogador(a) que ambicione chegar às grandes competições internacionais. Relativamente a Patrícia Gouveia, trocou há duas épocas o 1.º de Dezembro pelo Clube Futebol Benfica e tem sido uma aposta forte de Pedro Bouças. Boa qualidade técnica e boa visão de jogo são algumas das virtudes que a caracterizam como jogadora.

Foto de Capa: OVilaverdense.com

Está apresentado o novo Estoril Open. Os detalhes ficam para mais tarde

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cab ténis

Foi apresentada na tarde de Quinta-Feira a nova edição do Millenium Estoril Open, agora promovida pela U.COM, a Benno Van Veggel e a Polaris Sports, do empresário Jorge Mendes. A passagem para o Clube Ténis do Estoril e as sessões nocturnas foram as maiores novidades da conferência de imprensa de apresentação, que não revelou grandes detalhes.

Os novos promotores do Estoril Open têm-se fechado em copas e nem ontem abriram demasiado o jogo. O torneio, que pela primeira vez se irá jogar no Estoril, foi descrito pelo presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, como “o regresso do filho que esteve emigrado desde a nascença”, revelando ainda que fez questão de receber João Lagos para trocar algumas impressões antes da apresentação deste novo evento.

Isto porque o novo director do torneio, João Zilhão, foi vice-director do Estoril Open promovido pela Lagos Sport até ao ano de 2012. Na apresentação, onde o Bola na Rede esteve presente, estiveram ainda, para além do presidente da autarquia e do director do torneio, o Secretário de Estado do Desporto e da Juventude, Emídio Guerreiro, um representante do Millenium BCP, David Massey, um vice-presidente do circuito mundial e ainda o ex-presidente do Sporting, Filipe Soares Franco, que é presidente do Clube Ténis do Estoril.

O CT Estoril irá assim receber o Millenium Estoril Open para “enorme satisfação do clube”, dizendo ainda Soares-Franco que “mais importante do que as vedetas é o facto de o torneio ter avançado”. João Sousa, que passou também a ser patrocinado pelo Millenium, num “pacote” composto pela Polaris, que agencia também o tenista, é para já o único nome confirmado, sendo que até 13 de Março serão conhecidos outros nomes, onde se devem incluir tenistas de renome bem como jovens que estão a despontar no circuito mundial, segundo disse João Zilhão.

A maior novidade é a existência de sessões nocturnas, na Quarta, Quinta e Sexta-Feira, com jogos a partir das 19h, num court central que será mais pequeno, com pouco mais de 3500 lugares e onde as primeiras filas estarão disponíveis para o público em geral, tendo em conta que os camarotes serão deslocados. Um dos maiores problemas é o estacionamento, mas a autarquia de Cascais está já a trabalhar na criação de lugares que darão depois acesso ao local do evento através de “shuttles”.

João Zilhão não quis revelar o orçamento total do evento, nem se será mais dispendioso ou não do que a versão anterior do Estoril/Portugal Open, adiantando apenas que terá um prize-money de 430 mil euros.

Para breve será agendada mais uma conferência de imprensa por parte da organização, onde se espera que sejam conhecidos mais detalhes acerca do evento que irá decorrer entre 25 de Abril e 3 de Maio no Clube Ténis do Estoril.

O novo Millenium Estoril Open está lançado, embora ninguém soubesse responder se era ou não a continuação do anterior.

Fotografia de Miguel Dias

Muito mais do que um jogo

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Terceiro Anel
Sexta-feira, 6 de Fevereiro de 2015:

Acordar normal por volta das 10 horas da manhã, temperatura exterior bastante reduzida. O meu primeiro impulso será o de espreitar as capas dos diários desportivos, assim como analisar todas as notícias e artigos referentes ao apaixonante Sporting vs Benfica que aí vem. Depois, o inevitável acontecerá: visualização de antigos derbies que correram bem ao maior de Portugal, com particular ênfase no celebérrimo 3-6 de 1993/1994. Ao longo de todo o dia irei pensar sobre o clássico, irei falar sobre o jogo com amigos e amigas, irei “picar” sportinguistas, irei ser “picado”. O meu pai refilará com o facto de eu não me calar com o mesmo assunto; a minha mãe não prestará atenção às minhas conversas sobre a temática; cada vez ficarei mais entusiasmado, mas também tenso. Contudo, e como se estará a dois dias do desafio, ainda terei um comportamento minimamente aceitável em sociedade, conseguindo abstrair-me de mais uma ida a Alvalade quando tiver que me abstrair.

Sábado, 7 de Fevereiro de 2015:

Voltarei a sair da cama que nem uma mola para ver aquilo que os sites desportivos têm para mostrar sobre o Sporting vs Benfica. Já durante a tarde começarão os períodos em que me tornarei insuportável, não conseguindo ter outro tema de conversa para além deste tão apetecível jogo. Perguntarei a inúmeros benfiquistas se acham que o nosso artista Nico Gaitán irá estar à disposição de Jorge Jesus, recordarei vários derbies que ficaram na história em tertúlias, optarei por não provocar os sportinguistas, ouvirei pacientemente diversas teorias sobre a alegadamente injusta liderança do Benfica no campeonato. Andarei pelos cantos a cantarolar músicas ligadas ao campeão nacional, serei chamado à atenção por mais do que uma pessoa por estar a leste de tudo, começarei a pensar naquilo que poderá acontecer se o Benfica vier a perder a partida. Deitar-me-ei depois de visualizar mais uma mão cheia de vídeos e de rever todo o Sporting 1-4 Benfica de 1997/1998. Demorarei cerca de 38 minutos a adormecer, sendo que mentalmente farei uma retrospectiva de todos os Sporting vs Benfica a contar para o campeonato desde a temporada 1990/1991.

Domingo, 8 de Fevereiro de 2015

Acordarei cedo, muito mais cedo do que é habitual. Logo aí, nesse momento, estarei contraído, ausente, nervoso, impaciente, irritante. Devido à minha obrigatória presença num evento que irá decorrer aqui na minha linda localidade, não poderei estar permanentemente ligado à Internet e aos canais televisivos informativos. Mas em contrapartida entrarei em cafés de 10 em 10 minutos, irei discretamente a casa para me concentrar ainda mais no jogo, ligarei a amigos meus que estarão no estádio para assistir ao vivo ao clássico, reunirei com benfiquistas para desabafar e para dar conta do meu estado de alma, tentarei não puxar pelo assunto junto da ala sportinguista, rir-me-ei forçadamente de piadas que nada têm a ver com o derbie.

A partir das 18 horas…entrarei noutro mundo! Não haverá chamadas telefónicas, não haverá mensagens, não haverá recados, não haverá voltas sem sentido na rua, não haverá sociabilização normal. Só pensarei no onze inicial do Benfica; para ganhar confiança verei pela 108ª vez os golos do Sporting 1-3 Benfica de 2012/2013, acompanharei o trajecto das claques do meu clube de sonho, vaguearei pelas redes sociais em busca de uma ou outra frase encorajadora; as minhas mãos começarão a tremer.

Golo do Benfica em jogo contra o Sporting = coisa sublime; Fonte: facebook do Sport Lisboa e Benfica
Golo do Benfica em jogo contra o Sporting = coisa sublime;
Fonte: facebook do Sport Lisboa e Benfica

20 horas, início do Sporting vs Benfica, Portugal em suspenso. João Rodrigues completamente petrificado em frente ao televisor, sem desviar o olhar da transmissão durante mais do que um segundo. Suores frios, levantar fácil da cadeira, reacção enérgica à menor coisa, palavrões, palavras de incentivo, desespero, entusiasmo, mudança de personalidade. Sporting 1-2 Benfica será o resultado final, eu confio. Com o 0-2 a ser obtido aos 78 minutos eu ficarei mais aliviado, mais descontraído; já desviarei o olhar da transmissão de quando em vez, por períodos de entre dois a três segundos. Entre os 85 e os 94 minutos de jogo estarei em pé, esmurrarei uma parede, acompanharei as claques nos cânticos em voz baixa, ficarei em êxtase. O jogo terminará comigo a exclamar um “JÁ ESTÁ!” e a abrir as redes sociais para de pronto ver as primeiras reacções. Ligarei a amigos meus benfiquistas, irei a um café para me dar conta do ambiente no estabelecimento, lançarei uma ou outra farpa à comunidade sportinguista, estarei durante 47 minutos a pensar nos golos do Jonas e do Luisão. Beberei umas cervejas, aos poucos acalmar-me-ei, insistirei em cânticos, tentarei apanhar todos os programas televisivos que contenham o resumo da partida. Voltarei para casa todo feliz da vida, acordarei o meu pai só para o irritar e para lhe dizer o quanto gosto do Benfica, sentar-me-ei em frente ao computador completamente babado, terei um olhar tão irritante quando ridículo. Deitar-me-ei a olhar para o tecto, a fazer as contas da classificação, a pensar no quão belo é ser-se adepto do Sport Lisboa e Benfica.

Segunda-feira, 8 de Fevereiro de 2016

Durante vários momentos deste dia lembrar-me-ei da efeméride, do facto, da circunstância de ter passado um ano desde mais uma vitória (e que importante vitória) do Benfica em Alvalade.

Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2023

Numa noite gélida lá estarei eu junto à lareira com a minha família. Com o meu filho de 4 anos ao colo, não optarei por lhe cantar uma música de embalar, mas antes por lhe recordar como foi o meu dia 8 de Fevereiro de 2015, o dia em que o Benfica foi a Alvalade vencer o Sporting, o dia em que o Benfica arrancou de vez para o 34º título nacional, mais um dia da minha vida em que o Benfica me fez tão, mas tão feliz.

O Sporting vs Benfica é um jogo mágico, é o jogo das massas, é o jogo que paralisa o país, é o jogo que faz com que nada mais interesse durante 90 minutos. Se eu gosto de vencer o Sporting? É das coisas de que mais gosto na vida! Se me custa perder contra o Sporting? A sério, não estejam junto a mim depois de ocorrer uma situação dessas. Se estou assim tão convicto de que o Benfica vai derrotar o eterno rival por 2-1? Quero é que o maior de Portugal triunfe, nem que seja por meio a zero! Se acho que tudo aquilo que descrevi mais acima vai mesmo acontecer? À parte o jogo em si, que tem sempre nuances que são impossíveis de antever, sim…vou mesmo comportar-me daquela forma. Porque estamos a falar de um Sporting vs Benfica, o acontecimento que altera o comportamento de um comum mortal como eu…

Fim do mercado de Inverno: emprestar ou despejar?

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a norte de alvalade

O Sporting esteve bastante activo neste mercado de Inverno, especialmente do lado das vendas/dispensas/empréstimos, tendo adquirido apenas um jogador para colmatar a saída de Maurício.

Considerações/questões genéricas que resultam da observação do que foi agora efectuado

– Para um clube que assumidamente tem dificuldades financeiras, o Sporting tem os seus plantéis principais (equipa A, equipa B) sobredimensionados. Os plantéis deveriam estar articulados entre si e dispor de um número mínimo de jogadores, de forma a que estes pudessem jogar o maior número de vezes.

– A quantidade de jogadores que saíram da sua equipa B, 10 (!), é uma confissão tácita desse facto. Ora, se todos precisam de jogar para terem ritmo e emprestarem a devida competitividade, é precisamente neste escalão que essa necessidade é mais aguda.

– O plantel principal com 22 jogadores seria o ideal. Sobrariam, salvo lesões, quatro dos 18 habituais convocados, que poderiam jogar na B. A equipa B poderia até ser em número um pouco menor, atendendo a que jogadores júniores de último ano, ou mais evoluídos, poderiam constituir opção.

– O número de jogadores nos plantéis é crucial. A possibilidade de jogar com regularidade é um dos aspectos a ter em conta mas é também um factor que promove esperança e a ambição indispensável de melhorar e jogar ao mais alto nível. Plantéis extensos funcionam precisamente de forma inversa.

– O empréstimo de uma quantidade de jogadores tão significativa foi feita com um critério meramente economicista, na tentativa de aliviar a folha salarial, ou visando proporcionar aos jogadores envolvidos experiências profissionais enriquecedoras? Essa dúvida é justificada, se atendermos aos destinos dos jogadores. Jogar muito pode nem ser suficiente, se os jogadores não tiverem um treinador que os faça evoluir, corrigindo as imperfeições e ganhando novas competências.

– Que acompanhamento será feito dos jogadores que agora saem? Serão efectuadas observações directas e elaborados relatórios de todos os jogadores de forma a que se possa avaliar a sua evolução? Estamos a falar de um pesadelo logístico, atendendo a que essas observações terão que se estender desde Brentford, Londres, onde já jogava Betinho, passando agora por Bolton, nos arredores de Manchester, passando pela Holanda, onde está agora Wilson Eduardo, não esquecendo Chaby na Madeira.

 

Considerações especificas da Equipa B

– Os empréstimos de jogadores para o campeonato nacional de profissionais são difíceis de perceber a não ser como uma admissão da pouca confiança no valor do jogador, ou então como um vulgar castigo. Estão nestas condições Mama Baldé e o “famoso” Gazela (Jorge Santos), que, pelos vistos, não se deu bem com os ares da lezíria.

– Filipe Chaby foi dispensado para uma equipa do mesmo escalão que a equipa B. Contudo, atendendo às ambições do União,  tal não significa um passo ao lado. Até pode ser um passo em frente relativamente aos colegas que permaneceram na B ou saíram por empréstimo. O facto de o treinador ser Vítor Oliveira é importante, não tanto pela excelência das suas qualidades formativas, mas por se tratar de um treinador com um curriculum de sucesso a este nível,  podendo os jogadores encontrar aí um ambiente desinibidor, potenciando as suas melhores qualidades.

– Fokobo saiu para o Arouca, sendo duvidoso que possa tirar o lugar a Rui Sampaio. Muitas dúvidas no acerto da decisão.

– Iuri Medeiros seguiu o mesmo caminho, mas, como se pôde ver este fim-de-semana, Cayembe leva-lhe a dianteira nas preferências de Pedro Emanuel. Não há qualquer surpresa, atendendo ao trajecto do treinador e origem coincidente do jogador. Embora me pareça que a equipa ganha com a presença dos dois, ficam muitas dúvidas sobre a decisão.

– Cissé e Esgaio estão agora em Coimbra, uma equipa cuja direcção está longe de ser propriamente “Sporting friendly“. Considerações “políticas” à parte, uma vez que a questão técnica me parece ser mais relevante para os jogadores, parece uma boa oportunidade, embora não tenha qualquer esperança por Cissé. A situação da equipa na tabela classificativa será o principal factor contra. Paulo Sérgio não é propriamente um treinador modelo, é duvidosa a sua continuidade, mas tem valor suficiente para as necessidades.

– Enoh saiu para o Leixões sem deixar o mais pequeno laivo que justificasse a aquisição. Menos ainda quando se havia dispensado um ano antes um jogador que já pertencia aos nossos quadros, Flávio Silva, para agora se perder a disputa da sua aquisição com o SLB.

 

Considerações específicas da equipa A

– Sobre a venda de Maurício está tudo dito, bem como da chegada de Ewerton. A este nível, duas considerações: (i) ficamos melhor no que diz respeito à dupla titular e essa melhoria só não é mais favorável dado o curto período de utilização, o que pode ser pernicioso para um jogo com a responsabilidade da do próximo, o dérbi; (ii) ficamos, pelo menos temporariamente, mais vulneráveis, pelo menos enquanto Ewerton não puder dar o seu contributo. As qualidades de Sarr e agora também o ambiente pouco favorável em seu torno fazem dele mais uma ameaça do que um activo a considerar.

– O empréstimo de Wilson Eduardo ao Den Haag. Pode ser interessante para o jogador, até por questões económicas, mas em termos de evolução e aperfeiçoamento tem tudo para ser um desperdício, pelas diferenças de campeonatos. O pior é que um bom final de época pode criar a mesma ilusão que o jogador já havia suscitado.

– Quem tem Wilson Eduardo não deveria queimar recursos com Heldon. O jogador cabo-verdiano chegou há um ano por causa de uma muito habitual ilusão de óptica: ser bom no Marítimo está longe de significar ser bom no Sporting. O clube insular era então treinado por Pedro Martins, um treinador cujo futebol directo é bom para a velocidade de Heldon. Porém, nas vezes em que foi chamado, mostrou que, para contornar os muros defensivos, é preciso um pouco mais. Tem agora uma boa oportunidade no Córdoba, semelhante à que teve na Madeira, mas com foco muito maior.

– Slavchev entrou mudo e saiu calado, sem um minuto acumulado que fosse na I Liga e sem significar sequer alternativa na equipa B. É precisamente aí, com jogadores da mesma idade e até mais novos, que fica claro o risco da aposta em campeonatos de futebol emergentes como o búlgaro. Os tempos de Balakov e Stoichkov já estão para trás há muito e estes não vão ressuscitar por decreto. A ida para Bolton, da divisão secundária inglesa, é de acerto muito duvidoso, tendo em conta o futebol praticado e mesmo a qualidade geral dos treinadores ingleses. Só se compreende pelo facto de o valor do jogador permanecer uma incógnita, apesar de ser dos mais caros do plantel, e não haver por cá quem pague tanto por incógnitas.

Foto de capa: sporting.pt

Há decisões difíceis

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cab bundesliga liga alema

No Westfalenstadion, a catedral do Dortmund, ganhar ou perder costuma ser igual. Para as 80 mil vozes que esgotam o estádio jogo após jogo, o resultado importa pouco. É assim quando se tem adeptos tão especiais e com tanto amor ao clube. Mas ontem, após mais uma derrota, os adeptos não estavam lá para apoiar e bater palmas. Estiveram, durante o tempo de jogo. No final, as palmas deram lugar aos assobios, e os cânticos de apoio tornaram-se num pedido desesperado: “Queremos ver-vos a lutar!”, gritavam eles. Klopp, o treinador que recolocou o clube no lugar onde merece, não conteve as lágrimas. Os jogadores não tiveram medo e deram a cara; Weidenfeller e Hummels, os capitães, foram à bancada pedir calma e prometer que tudo se vai resolver. Mas vai mesmo?

“Hoje podem dizer o que quiserem de nós. Acusar-nos de tudo. Merecemo-lo, mas não vamos desistir”. Klopp deu razão aos adeptos, e os adeptos têm sempre razão. Ver jogar a equipa do Dortmund está a ser confrangedor. O cérebro tem paragens, a bola queima nos pés. Quando o golo não chega cedo, a paciência perde-se rápido. O treinador deixou de ser preciso, o que faz falta é um psicólogo. Hummels, Reus, recuperado da lesão, Gündogan, Sahin ou Aubameyang (todos no 11 que defrontou o Augsburgo) não desaprenderam. Mas as jornadas vão passando e o Borussia está em último. Daqui para a frente o objectivo é só um: assegurar a manutenção, custe o que custar.

A desilusão depois de mais uma derrota
Fonte: Facebook do B.Dortmund

Se os jogadores não desaprenderam, Klopp também não deixou de ser um génio de um momento para o outro. É um treinador com um carisma incrível e tem uma visão do jogo apaixonante e com a qual me identifico. A questão é que o problema deste Dortmund já não é futebolístico, é mental, e o técnico parece sem capacidade de reagir a este cenário negativo. A equipa não consegue ultrapassar a barreira psicológica que a impede de marcar golos, de ganhar jogos. Klopp faz parte da história do clube, mas o clube não pode ficar preso ao passado e arriscar uma descida de divisão depois de tudo o que foi conquistado nos últimos anos. E é por isso que, apesar de ser uma decisão difícil, é preciso tomá-la. Tuchel está sem clube.

Foto de Capa: Facebook do B.Dortmund

Top 10 Flops do Sporting CP desde 2002-03

Top 10 Flops do Sporting 

[tps_title]10.º Rodrigo Tiuí[/tps_title]

10.º Rodrigo Tiuí - Top 10 Flops do Sporting 
Fonte: ASF

Rodrigo Tiuí é aquele jogador que tem tanto jeito com a bola nos pés como eu tenho, ou seja, nenhum. Apesar disso, deu-nos uma Taça de Portugal e por isso fica apenas no 10.º lugar deste Top dos flops do Sporting.

O golo de uma vida

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internacional cabeçalho

São Paulo, 12 de Agosto de 1959

O Estádio estava cheio, como um ovo. O público gritava muito. Jogava-se uma partida entre o Juventus (este sim, masculino) e o Santos. O time da casa devia o seu nome aos congéneres italianos. Até porque o clube ainda existe: fica situado num bairro italiano de São Paulo, chamado Mooca. O placard mostrava o resultado de 0-3 para os santistas.

Contextualizados que estamos, podemos então dizer o que se passou, com algum grau de certeza. Ao que parece, o rei Pelé não estava a fazer uma grande exibição. O público da casa – reza a lenda – não costumava apupar nem provocar os jogadores adversários. Ainda para mais o king, que na época ainda não tinha construído a imagem de lenda que hoje ostenta (havia acabado de se sagrar campeão do mundo um ano antes, mas ainda era muito jovem). Só que naquela tarde, os adeptos do pequeno clube paulistano decidiram cortar com a tradição e começaram a zoar Edson Arantes do Nascimento. Só podia ter dado mau resultado. O rei pegou na bola, passou por um, dois, três de chapéu… e quando ficou sozinho com o guarda-redes, quando todos pensavam que ia desferir o golpe final, o santista ainda teve tempo para dar uma machadada na dúvida sobre quem é que ali era o melhor e conseguiu fazer passar o esférico sobre a cabeça do guarda-redes e fazer o 0-4 final.

Infelizmente, não houve qualquer registo televisivo do sucedido. Provavelmente os risos dos da casa transformaram-se em lágrimas e as bancadas aplaudiram de pé, durante largos momentos, o génio que ali havia descido para os brindar com a maior das maravilhas. Os próprios adversários felicitaram Pelé. É ele mesmo que diz que este foi o golo mais bonito da carreira – um homem que foi três vezes campeão do mundo e fez mais de mil tentos. A FIFA fez uma simulação do golo, através dos testemunhos do público e dos adversários. Melhor que escrever, só mesmo ver. Por isso é que Pelé era, é e será sempre o melhor de todos os tempos.

Foto de Capa: supercompressor.com

Olheiro BnR – Hassan

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Confrontado com a crescente cobiça em relação a Islam Slimani, diz-se que o Sporting estará já a tentar precaver a eventual saída do internacional argelino com a contratação de Hassan, ponta-de-lança egípcio que vai brilhando no ataque do Rio Ave e que, afinal, até tem características muito próximas de “Super-Slim”.

Essas parecenças, ainda assim, não significam que os pontas-de-lança do Rio Ave e do Sporting sejam semelhantes, sendo que o egípcio, pela suas características inatas e por ser mais jovem, tem mesmo todas as condições para vir a ser bem superior ao argelino.

Ascensão rápida no Rio Ave

Ahmed Hassan Mohamed Abdelmonem Mohamed Mahgoub, conhecido em Portugal simplesmente como Hassan e no seu Egipto natal como “Koka”, nasceu a 5 de Março de 1993, no Cairo, e começou a sua carreira no Al-Ahly, ainda que tenha chegado ao Rio Ave com apenas 18 anos.

Após uma temporada nos juniores do Rio Ave, Hassan foi promovido à equipa principal do emblema de Vila do Conde em 2012/13 e teve impacto imediato, somando nove golos em 24 jogos (14 como titular) nessa campanha.

Explosão depois de uma época menos feliz

Perante o impacto do jovem egípcio na sua estreia no futebol sénior, pensou-se que a temporada de 2013/14 seria a da afirmação absoluta de Hassan como um goleador já preparado para outros palcos, mas a verdade é que o avançado acabou por não viver uma época propriamente feliz, ficando-se por apenas seis golos em 36 jogos (28 como titular).

Nesse seguimento, o ansiado salto do internacional egípcio teve de ser adiado, mas, pelo que se tem visto ao longo de 2014/15, a espera de Hassan dificilmente será longa, uma vez que, em meia época, já leva 12 golos em 28 jogos (18 como titular), assumindo-se, aos 21 anos, como um dos melhores avançados da Liga Portuguesa.

Hassan marcou o primeiro golo europeu do Rio Ave Fonte: Facebook Oficial do Rio Ave
Hassan marcou o primeiro golo europeu do Rio Ave
Fonte: Facebook Oficial do Rio Ave

Um target man de referência

Com 1,91 metros e 80 quilos, Hassan é aquilo que os ingleses chamam target man, ou seja, um ponta-de-lança que está mais talhado para actuar fixo na área, funcionando como uma clara referência ofensiva por onde se orientam os seus companheiros de equipa.

Nesse seguimento, é inegável que existem muitos paralelismos com o sportinguista Islam Slimani, ainda que o egípcio perca um pouco em termos de agressividade e jogo de cabeça, capítulos do jogo em que o internacional argelino é superior.

Mais do que um mero finalizador

Por outro lado, Hassan é superior a Islam Slimani em termos técnicos, estando assim mais habilitado para participar activamente no jogo ofensivo, isto em contraponto com o que sucede com o argelino, que é essencialmente um finalizador e não tanto um jogador habilitado para tabelinhas ou combinações com os colegas de equipa.

Para além disso, esta maior qualidade técnica de Hassan também o torna mais efectivo na hora de finalizar com o seu pé direito, sendo inegável que o egípcio precisa de menos oportunidades para facturar e também mostra mais soluções para fazê-lo.

Em suma, é inegável que o Sporting tomará uma excelente decisão se optar por recrutar Hassan como o sucessor de “Super-Slim”, uma vez que o egípcio é superior ao argelino em aspectos que são mais dificilmente modificados com o trabalho, como a técnica individual, algo que não sucede com a sua menor agressividade e inferior jogo de cabeça, aspectos em que “Koka” tem elevada margem de progressão, tanto pelas suas características físicas ideais, como, também, por ter apenas 21 anos.

Foto de capa: Facebook Oficial do Rio Ave