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O Passado Também Chuta: Del Piero

o passado tambem chuta

Del Piero é uma lenda e ainda está presente na retina dos espectadores. Deixou o futebol europeu há meia dúzia de meses no clube da sua vida, a Juventus, para rumar à Austrália e, agora, à Índia. No entanto, acontece que defendeu a camisola biaconera durante dezanove anos. Por isso, parece um jogador longínquo. Por isso, parece um jogador do presente. Tinha os dois pés. Possuía uma técnica primorosa. Tinha finta e imaginação. Rematava as faltas com a precisão dos predestinados. Antes dos vinte e três anos arrebatou o Troféu Bravo, superando a esperança espanhola Emílio Butraguenho. A desolação que provocou em Espanha foi importante; o seu menino bonito, o seu menino educado, fora ultrapassado por um italiano.

E ganhou tudo; ganhou, inclusivamente, a Serie B italiana depois da queda e hecatombe da Juventus por problemas “misteriosos”. Venceu oito vezes a Seria A italiana. É fácil dizer ou escrever este dado, mas, se meditarmos, podemos assustar-nos. Não é fácil vencer quase metade dos campeonatos que se disputa. Foi Campeão de Europa. Foi Campeão Mundial com a seleção. Depois, com a idade, maravilhou o mundo com a forma como marcava as faltas. Não tinha posição ideal; todas as posições eram boas porque treinava as faltas desde todas as posições e ângulos. Até ao dia do seu adeus chutou a Itália marcou para dar vitórias ao seu clube.

Livres: uma das grandes especialidades de Del Piero  Fonte: fantasista10.co.uk
Livres: uma das grandes especialidades de Del Piero
Fonte: fantasista10.co.uk

Del Piero, ainda que admirado, careceu de alguns prémios individuais. Nunca ganhou uma Bola de Ouro. No entanto, era e é considerado entre os seus colegas como um dos grandes de sempre. Quero recordar que foi colega de um português que foi Campeão de Europa com o Juventus – Paulo Sousa, o geómetra – e foi membro destacado da geração do Luís Figo e do Rui Costa.

O Estádio do Real Madrid tem fama de exigente e sábio. O Real Madrid e a Juventus encontraram-se numa disputa durante o Campeonato de Europa. Del Piero marcou dois golos e foi determinante. O Estádio Santiago Bernabéu, em pé, aplaudiu a Del Piero. Poucos jogadores contrários tiveram esse privilégio, mas existe um trio sagrado de privilegiados: Maradona, Ronaldinho Gaúcho e Del Piero. O campo que viu evolucionar a Di Stéfano, Rial, Kopa, Didi ou Luís Figo quando tropeça com a excelência agradece e reconhece.

Podemos gostar ou não gostar da Liga Italiana, mas, fundamentalmente, é um campeonato muito difícil. Ganhar os campeonatos que Del Piero ganhou com a Juventus é epopeico; no entanto, disputar mais de quinhentos jogos com uma equipa do nível de exigência da Juventus e andar em todas as batalhas só os únicos, os grandes, os míticos o conseguem. Del Piero não só é um jogador mítico, foi flor que perfumou os campos de futebol.

Inter 2-2 Nápoles: Final de Loucos!

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Ambiente fervoroso no Giuseppe Meazza e um final frenético para mais tarde recordar. Os homens da casa foram mostrando que queriam claramente ganhar o jogo, mas faltou-lhes acutilância e só depois de se verem em desvantagem é que chegaram ao golo. As expectativas eram altíssimas para este jogo e a etapa final acabou por não reflectir o que se passou durante a maior parte do tempo.

Primeira parte com domínio total do Inter. A equipa de Mazzari assumiu o jogo e ocupou grande parte do tempo no meio-campo adversário. O Nápoles nunca tentou chamar a bola para si e foi-se perdendo em tentativas inconsequentes. Os pupilos de Benitez foram tentando sair rápido pelas laterais ou com bolas lançadas para as costas da defesa nezarazurri. O jogo ia sendo muito canalizado pela esquerda do ataque do Inter e Dôdo ia fazendo cruzamentos a procurar Icardi, sempre sem a sequência devida do avançado. Hernanes foi sempre o mais inconformado e foi tentando resolver com iniciativas individuais. Numa dessas tentativas ia inaugurando o marcador e enviou um forte remate de pé esquerdo ao poste.

O segundo tempo arrancou com as equipas mais retraídas, mas com o Nápoles a tentar mudar o rumo do jogo. No seguimento desta entrada mais pressionante por parte dos jogadores do Nápoles, Hamsik serviu na perfeição Insigne, que, isolado, mandou ao poste e por pouco não inaugurou o marcador. No entanto, o Inter foi sempre o mais expedito e foi tentando, com as incursões de Kovacic, sempre magnífico na condução da bola, chegar mais perto da baliza. O jogo acabou por entrar num período muito morno, com as equipas a anularem-se e a mastigarem muito a bola. Nada faria esperar o que estava para vir…

Callejón a festejar o golo que mudou o rumo do jogo  Fonte: Gazzetta dello Spor
Callejón a festejar o golo que mudou o rumo do jogo
Fonte: Gazzetta dello Spor

O período final foi diabólico. Lançamento de Ghoulam, desacerto defensivo do Inter, Callejón apareceu sozinho e não perdoou. O espanhol fez assim o quinto golo no campeonato e inaugurou o placard. Guarín, acabado de entrar, marcou no seguimento de um canto marcado por Dôdo e desviado por Icardi. A partir daqui o jogo “partiu-se” por completo e as equipas foram à procura do golo da vitória. O Nápoles assumiu a frente da corrida e voltou a marcar pelo inevitável Callejón. Quando se esperava que o jogo estivesse morto, os jogadores nezazurri acabaram por demonstrar que enquanto se está lá dentro tudo é possível. Hernanes (quem mais?) a corresponder a nova assistência de Dôdo com um cabeceamento fulminante que só acabou no fundo das malhas. O empate estava consumado e os pontos saíram divididos pelas equipas.

Já era sabido que o jogo teria uma grande imprevisibilidade, mas o Inter tentou chamar a si a responsabilidade do jogo. O resultado é injusto e o Nápoles acabou por ser o principal beneficiado.

A Figura
José Callejón – A alma da equipa. Muito competente a ajudar nas tarefas defensivas e sempre com acerto no ataque. Os dois golos são o ponto alto de mais um jogo muito bem conseguido.

O Fora-de-Jogo
Marek Hamsik – Nula. A palavra que melhor descreve a prestação do eslovaco neste jogo. Sem pegar na batuta do jogo e sempre muito escondido, ficou muito aquém das expectativas.

Humilhação

amarazul

hu·mi·lha·ção

(humilhar + -ção)

substantivo feminino

1. Acto ou efeito de humilhar ou humilhar-se.

2. Vergonha; rebaixamento.

 

Dói-me a alma. Estava reticente em relação ao regresso à Taça de Portugal – por tudo o que significava e por todos os contextos em que se envolvia. Tinha algumas dúvidas e poucas certezas mas, no final, nada se assemelha ao que previ.

Diz a pesquisa feita no dicionário Priberam, em poucos segundos, que humilhação é um substantivo feminino e se resume ao ato de humilhar ou, vá lá, ser humilhado. Pois bem, este é um aspeto sobre o qual eu detesto falar mas que considero ser fundamental abordar.

Fui humilhado. Fomos humilhados. Não dentro do campo, pois só quem não joga nunca perde, mas à volta. Fomos humilhados naqueles cinquenta milhares de lugares azuis que compõem o tão mítico Estádio do Dragão. Fomos humilhados em casa, a nossa casa, e isso dói. Deixa-me triste e por isso mesmo o partilho.

Se há algo que não admito é ver o meu Futebol Clube do Porto ser humilhado em casa. Não o admito e, mais do que isso, não compreendo. Ultrapassa-me a forma como 4.000 adeptos visitantes conseguem tornar-se audíveis de forma a serem escutados ‘olés’ no Dragão. Ultrapassa-me como é possível a dada altura a minha equipa ser assobiada em casa enquanto os adversários são superiores aos nossos cinquenta mil nas bancadas.

É claro que não compreendo nem defendo metade do que se passou dentro do campo durante os noventa minutos de jogo. Seria ingénuo se fosse capaz de ignorar os erros defensivos que deram aos visitantes dois golos ou o penalty (mais um) falhado, que acabou por se revelar a verdadeira machadada do encontro. Mas esses são erros característicos do desporto profissional – não do Porto, é verdade, mas há dias assim… — e quando ‘abafados’ por finais como este perdem todo o significado que para mim teriam.

Uma vez mais, fomos humilhados em casa e é bom ter isso presente na consciência. Hoje, amanhã e nas próximas semanas. Até ao final da época, de modo a que não aconteça novamente. Somos o Futebol Clube do Porto. Nós vamos a casa dos outros jogar, vencer, cantar. Não o contrário, e se nas bancadas não se corrige, dentro do campo não mudará. Somos um todo, não um grupo de atletas separado de um conjunto de apoiantes. Só juntos somos mais fortes.

Glamour do Mónaco sem a classe de Jonas = desperdício

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Terceiro Anel

Próxima quarta-feira, 19 horas e 45 minutos, Mónaco vs Benfica no Estádio Louis II. E logo agora que o maior de Portugal vai ter uma partida no Principado monegasco, local tão glamoroso e repleto de fantasia, não poderá contar com Jonas, esse tal jogador que até agora tem demonstrado que merece ser vestido com um portentoso fato de gala. Se o internacional brasileiro pudesse alinhar, certamente que haveria uma classe extra no futebol do meu lindo Benfica, certamente que as suas características se adaptariam a toda aquela zona em que não há lugar para a pobreza.

Mas vá, podem perguntar-me o porquê de já estar aqui a elogiar de uma forma incessante um atleta que chegou ao Benfica há pouco tempo, que estava desempregado, que acabou por viver uns últimos meses penosos no Valência, que nem nos poderá auxiliar nas competições europeias nos próximos tempos. E eis que a minha resposta é esta: sim, eu até me posso vir a enganar, mas duvido muito de que isso venha a acontecer. Normalmente um adepto de futebol tem olho para a coisa, e eu, que me considero sem rodeios como um doente mental benfiquista, afirmo quase de uma forma peremptória: Jonas tem classe nas chuteiras, tem requinte no pensamento, tem subtileza na corrida, tem sapiência no posicionamento em campo.

E agora podem perguntar-me se eu me estou a basear apenas num “simples” hat-trick obtido na Covilhã. Não somente, não somente. É que não foram só os três golos, mas toda a exibição de Jonas no estádio serrano. E aquele segundo golo? Garanto-vos que grande parte de nós, cidadãos portugueses, não conseguiríamos, por muito que tentássemos, rematar daquela forma, sem deixar cair no relvado uma bola enviada ainda atrás do meio-campo, culminando o lance com uma fineza fantástica, plena de oportunidade. Ah, e também não me esqueço da exibição de Jonas frente ao Arouca, há três semanas, nos minutos em que esteve em campo. Jogou, fez jogar, movimentou-se, marcou um golo, começou a cair no goto dos adeptos (a prova é que estou aqui a dedicar-lhe um artigo).

Até agora, Jonas tem sido sinónimo de eficácia a todos os níveis Fonte: globoesporte.com
Até agora, Jonas tem sido sinónimo de eficácia a todos os níveis
Fonte: globoesporte.com

E daí a minha pessoa estar a lamentar-se perante a ausência deste avançado na partida no Mónaco, partida essa tão importante para este clube esplendoroso. Tenho mesmo a convicção de que um Jonas, a atravessar este momento de forma, seria um trunfo importante para Jorge Jesus. Mas atenção! Senhor JJ, eu não quero desculpas! Os habituais titulares tiveram direito a descanso prolongado (e não é que à conta disso um tal de Sporting da Covilhã nos ia tramando?), houve tempo para recuperar jogadores, houve tempo para preparar mentalmente a equipa. Somos melhores do que o Mónaco, é que nem duvido disso! E somos o Sport Lisboa e Benfica! Caramba, eu sei que não vamos vencer a Liga dos Campeões 2014/2015, mas temos de seguir para os oitavos-de-final. Pelo menos temos de lutar por isso, terminando o grupo com uma pontuação digna. Zero pontos em dois jogos? Mas nós somos quem? Uma equipa checa? Uma equipa moldava? Jorge Jesus, treinador que já nos deu muito, é tempo de cerrar fileiras. O senhor é um grande treinador, mas o seu discurso europeu não condiz com a sua gigantesca competência. Não vamos poupar ninguém, não vamos dar abébias, vamos jogar no Louis II, e não em Camp Nou ou no Santiago Bernabéu. Força, SLB! Eu ainda sou daqueles que acreditam em ti em matéria europeia.

E quanto a ti, ilustre Jonas, faço-te um convite: acompanhas-me a um próximo baile de gala? É que tu tens muita, muita classe…

Banco de Portugal 1-4 G.D. MPL: Amadores com bastante qualidade

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Ontem assisti ao meu primeiro jogo da Liga Masters 35 e fiquei extremamente surpreendido com o que vi. Tive o privilégio de ver o jogo entre Banco de Portugal e Grupo Desportivo MPL, realizado às 9h30, tendo sido um agradável jogo de futebol.

Entrada das equipas em campo Foto: Duarte Sousa Vinagre
Entrada das equipas em campo
Foto: Duarte Sousa Vinagre

A equipa visitante entrou melhor na partida e inaugurou o marcador nos primeiros 10 minutos, fruto de uma falha defensiva da equipa da casa, que facilitou bastante.

Volvidos cerca de dois minutos, o Banco de Portugal empatou o jogo. O golo nasceu de uma bola parada, marcada pelo número 10, e aproveitada da melhor maneira através de um excelente cabeceamento. Com este golo, o jogo encontrava-se empatado e estava a ser muitíssimo bem disputado, com as duas equipas a praticarem um bom futebol.

Depois do empate, o Grupo Desportivo MPL reagiu da melhor maneira possível, marcando um belo golo. Este foi apontado pelo número 10, que fintou um defesa adversário e, perante a saída do guarda-redes, utilizou a sua elevada técnica e colocou o esférico dentro da baliza. Grande golo!

Com isto, a equipa visitante melhorou substancialmente o seu rendimento, chegando mesmo ao 1-3, aproveitando mais uma falha defensiva da equipa da casa.

O árbitro deu como concluída a primeira parte, e o resultado ao intervalo era de 1-3.

Foi uma excelente primeira parte, em que a equipa do Grupo Desportivo MPL foi superior, e isso refletiu-se no marcador. Teve mais posse de bola, fazendo-a circular bastante bem, e dispôs de mais oportunidades para marcar. Contudo, o Banco de Portugal beneficiou de duas belíssimas oportunidades para marcar: a primeira foi ligeiramente ao lado, e a segunda o guardião encarnado fez uma excelente defesa, cedendo canto.

O segundo tempo foi muito diferente. A equipa visitante precisou apenas de gerir o resultado, tendo inclusive ampliado a vantagem para 1-4 devido a um momento infeliz do defesa do Banco de Portugal, que colocou a bola na própria baliza. O jogo esfriou, tendo sido pouco competitivo mas bem gerido pela equipa vencedora: tentou manter a posse de bola o máximo de tempo possível, mexeu cedo na equipa, refrescando-a, e colhendo os frutos de uma estratégia bem montada no final do encontro, vencendo-o.

Classificação da Liga Masters 33 de Futebol 11. De referir que Grupo Desportivo MPL e Futebol Clube Estrelas apenas têm um jogo Fonte: Facebook Liga Masters 35
Classificação da Liga Masters 33 de Futebol 11. De referir que Grupo Desportivo MPL e Futebol Clube Estrelas apenas têm um jogo
Fonte: Facebook Liga Masters 35

Queria realçar a qualidade técnica do número 10 da equipa vencedora, Paulo Silva, que demonstrou ser muito bom tecnicamente, bom finalizador e apresentou-se como o “motor” da equipa.

Foi um bom jogo, a vitória é claramente justa, e fica na retina que, apesar de alguns jogadores terem alguma idade e uns quilinhos a mais, ainda há bastante qualidade.

Lisboa já tem sol mas cheira a lua

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O despertador tocou cedo e ouvi o Sporting chamar. Levantei-me; tratei de mim, do cachecol, da stromp do centenário em que tenho estampado NANI e o 18 que ele usava na altura e olhei pela janela: Lisboa já tem sol mas cheira a lua.

Assim dizia Amália, no seu primeiro verso da célebre Cheira a Lisboa, assim somos também nós: cada vez mais cheios de sol mas ainda próximos demais do escuro que nos faz recordar a lua. Conscientes mas sonhadores, a dificuldade não nos demove e o histórico desfavorável não nos amedronta. O clube que não ganha há quase dez anos no Dragão é o mesmo que mais milhares lá leva consigo. O sentido, perguntam? Vocês sabem lá.

Um pouco por Portugal acima fomos encontrando outros como nós. De buzina em buzina se foi partilhando o orgulho – que dele só fazem parte aqueles que se orgulham – e, estrada adiante, nem parecia que nos aproximávamos do estádio em que quase nunca ganhamos: havia sempre alguém de símbolo ao peito, algum leão cheio de esperança. É verde, diz-se, não é?

À medida que chegámos à bonita cidade da Invicta, fomos verificando a cumplicidade entre a polícia local as gentes do Porto, fomos ouvindo pelas portas dos cafés comentar-se que éramos “merecedores da vergonha que somos” e, sem qualquer vontade de resposta imediata, esperámos até ao momento certo para começar a mostrar que vergonha e Sporting nunca estarão de mãos dadas. Subimos umas escadas, entrámos no sector que nos destinaram, colocá-mo-nos entre uma fila de cadeiras e a outra – porque, apesar de até termos entrado cedo, já não havia lugares disponíveis para quem os comprou, nem escadas onde não estivesse alguém – e, sempre com uns braços à frente, umas bandeiras a esconder a bola que rolava, fomos exclamando àquela cidade aquilo de que somos feitos.

O resto já sabem. O William voltou das férias, o Rui merece-nos tanto quanto nós a ele, o Nani é o melhor em Portugal. O Marco provou, tal como lhe tinha dito num outro artigo para o Bola na Rede, que não há mundos perdidos à 4ª jornada. Nós confundimos os jogadores que a determinado momento deixaram de achar que estavam a jogar fora, mas não o fizemos porque o resultado nos ajudou. Não é essa a essência do apoio, não foi isso que nos ensinaram. Ao senhor que nas redondezas do estádio colocava Sporting e vergonha na mesma frase, um abraço e um esclarecimento: nós crescemos com a convicção de que somos nós a ajudar o resultado e nunca o contrário. Mas você sabe lá…

No fim, regressámos e Lisboa já tinha lua… mas ainda cheirava a sol.

Peter Lim e Valência – e se esta história não tiver um final feliz?

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la liga espanha

Tudo começou no Verão passado. Um empresário de Singapura, de seu nome Peter Lim, manifestou interesse em adquirir o Valência. O processo dava-se como certo e fácil, mas a verdade é que até o dia de hoje a compra não se deu. As conversações têm vindo a arrastar-se e, após muitos “fins à vista”, a verdade é que não se chegou a um acordo entre o dono do fundo Meriton Capital e o Bankia, instituição bancária credora do emblema ché.

As notícias davam conta de um avultado investimento no clube de Valência, e, inevitavelmente, a expectativa disparou. Esperava-se que o Valência entrasse no clube dos ricos e que assim se formasse um projecto semelhante ao Mónaco ou Paris Saint-Germain. Grandes nomes começaram a ser associados ao emblema valenciano e a esperança de uma equipa da Liga Espanhola ter margem de crescimento para lutar pelo título começou a ganhar força. A massa associativa do Mestalla estava ao rubro.

E se Peter Lim não conseguir completar a aquisição do Valência?

As notícias foram muitas, o processo foi dado muitas vezes como “praticamente concluído”, mas a verdade é que até hoje não se concluiu. E se não se vier a concluir? Em que posição fica o emblema che?

Caso não se dê por completa a aquisição do Valência por parte do empresário de Singapura o clube espanhol ficará numa posição muito complicada e comprometedora nas próximas épocas. Comecemos pelos casos de André Gomes e Rodrigo. Os ex-jogadores benfiquistas não chegaram a título definitivo ao Valência; chegaram por empréstimo e o Valência apenas ficaria com os jogadores a título definitivo após Peter Lim, dono do fundo que possui os direitos económicos dos jogadores, adquirir o clube. Caso não se dê a compra de ambos os jogadores, que têm sido determinantes no excelente arranque de campeonato do Valência, regressarão ao Estádio da Luz.

BENFICA vs VALENCIA 2014/15 PRE EPOCA - EMIRATES CUP
Se Peter Lim não comprar o Valência, Rodrigo e André Gomes regressarão à Luz
Fonte: A Bola

No entanto, este é o menor dos problemas. O problema maior é Alvaro Negredo. A “bomba” tão falada por Nuno Espírito Santo chegou ao emblema che por empréstimo de uma época a troco de 3 milhões de euros. Para além disso, o acordo salienta uma outra cláusula: opção de compra obrigatória de 27 milhões de euros. A pergunta que se impõe é simples: caso Peter Lim não saia bem-sucedido das negociações com o Bankia, conseguirá o Valência suportar este avultado investimento e os vários zeros que vivem no cheque salarial do avançado espanhol?

A resposta depende muito do rendimento desportivo do Valência esta época. Caso consiga o apuramento para a Liga dos Campeões, talvez o investimento não seja um golpe tão rude nos cofres do clube valenciano. Mas se o Valência não conseguir um lugar na liga milionária a sua posição ficará muito feia. O investimento realizado em reforços como Felipe Augusto, Álvaro Negredo ou Mustafi foi feito a pensar no dinheiro que entraria nos cofres do clube. Caso não entrem, o emblema espanhol poderá ficar numa posição muito delicada, uma vez que perderá jogadores como André Gomes e Rodrigo e que terá de vender as “jóias da coroa”, como Alcácer ou Féghouli, para equilibrar as contas. E caso algo semelhante aconteça a equipa irá perder muito em termos de qualidade e rendimento.

Nuno Espírito Santo passou de fiasco anunciado a treinador revelação em Espanha  Fonte: Marca
Nuno Espírito Santo passou de fiasco anunciado a treinador revelação em Espanha
Fonte: Marca

O grande início

No início da temporada fizeram-se as apostas: quem seria o primeiro treinador de La Liga a ser despedido? Nuno Espírito Santo foi o nome sobre o qual recaiu um maior número de apostas. Jovem e com um curto currículo, poucos eram os que o conheciam e menos os que esperavam que ele tivesse sucesso à frente do clube. Enganaram-se. E enganaram-se bem. O Valência conseguiu um excelente arranque de campeonato, mesmo sem contar com Negredo, de fora por lesão. Com uma equipa jovem e metodologias renovadas, o técnico português surpreendeu tudo e todos. E a verdade é que agora ocupa a segunda posição, apenas a dois pontos do primeiro classificado. Os adeptos têm razões para acreditar numa grande época do seu clube.

Aguardemos. Aguardemos para ver se há entendimento entre Peter Lim e o Bankia. Aguardaremos para ver como será o resto do campeonato. A meu ver, a aquisição vai acabar por se dar. Mais dia, menos dia, mais semana, menos semana. Mas a verdade é que pode não se dar. E se não se der, estarei na primeira fila para ver como ficará o Valência. Que, sem o dinheiro esperado de Lim, poderá na próxima época sofrer graves consequências por acções realizadas antes de um acordo efectivo.

Especial Clássico: FC Porto 1-3 Sporting

O Sporting derrotou o FC Porto em jogo a contar para a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, eliminando os azuis e brancos no seu próprio estádio. Nani ameaçou logo aos 2′ com um remate ao poste, mas foi Marcano, central portista, a introduzir a bola na sua própria baliza aos 31′ e inaugurar o marcador. Poucos minutos depois, Quintero descobriu o compatriota Jackson Martínez com um passe deslumbrante e o capitão do FC Porto repôs a igualdade com um chapéu a Patrício. Ainda antes do intervalo, Nani chegou mesmo ao golo – erro da defensiva portista, assistência de Montero e remate indefensável do internacional português. Na segunda parte, Lopetegui o FC Porto foi à procura do empate mas o ataque dos anfitriões revelou sempre muita ineficácia – o penalty falhado por Jackson aos 52′ é a prova disso mesmo. O Sporting conseguiu conservar a vantagem e acabou mesmo por ampliá-la: depois de um bom trabalho de Slimani, a bola ressaltou para Carrillo, que, isolado, disparou para o 1-3. Sete anos depois, o Sporting venceu no Dragão e seguiu em frente na Taça de Portugal.

Nani e Adrien - dois dos melhores em campo no Dragão  Fonte:  Miguel Riopa / APF / Público
Nani e Adrien – dois dos melhores em campo no Dragão
Fonte: Miguel Riopa / APF / Público

a minha eternidade

Cumpre-se a tradição: Sporting “bem recebido” no Dragão

Este Futebol Clube do Porto de Julen Lopetegui ainda tem muito a melhorar. Espero que o treinador dos azuis e brancos reconheça os aspectos que devem ser alterados e proceda à sua rectificação. A época transacta deve ser o exemplo de que a persistência no erro tem, obviamente, resultados prejudiciais, e que mesmo que a mudança de paradigma teórico seja efectuada ela deve ser feita em tempo útil, caso contrário corre o risco de se tornar infrutífera.

O Porto tem urgência em repensar o seu modelo de saída de bola. Na primeira fase de construção do momento ofensivo os quatro defesas estão perfilados, empreendendo um processo de passe em constante circulação. Os laterais nesse momento não se projectam ofensivamente, permitindo linha de passe curta ao central. Marco Silva, treinador do Sporting, percebeu essa debilidade e pressionou bem a primeira linha de construção do Porto. Quando os avançados leoninos se espraiavam fechando “alto”, ficou notório o erro conceptual do modelo de início de construção do Porto. Lopetegui quer iniciar obsessivamente em posse, mas quando a sua linha recuada é pressionada, ou perde a bola e fica exposta ou joga longo na frente, ficando desgarrada e traindo assim os seus princípios basilares de jogo apoiado. Não compreendo esta insistência de iniciação, que não “fere” de forma alguma os adversários. Compreendo a circulação apoiada a toda a largura e a variação de sentido de jogo somente no meio-campo ofensivo, para desmontar os posicionamentos zonais ou perturbar as marcações individuas. Este modelo de jogo no início do momento ofensivo é uma completa perda de tempo.

Lopetegui deve repensar a conceptualização da primeira fase de construção  Fonte: A Bola
Lopetegui deve repensar a conceptualização da primeira fase de construção
Fonte: A Bola

Esta conceptualização errada influiu negativamente sobre todos os outros processos e comportamentos da equipa. Lopetegui procedeu à sua rotatividade habitual, desta feita não apenas alterando jogadores, mas também o sistema táctico. Iniciou o jogo em 4-4-2, deixando de lado o habitual 4-3-3. Penso que esta alteração tentou favorecer Adrián López, que jogou próximo de Jackson Martinez. Colocou Quintero bastante aberto sobre a direita a procurar movimentos interiores e Óliver a fechar no lado esquerdo, com preocupações de estancar o corredor leonino. Casemiro jogou sozinho como pivot defensivo mas foi incapaz de contrariar Adrien e João Mário. No segundo golo do Sporting, Maicon revolveu bem o lance jogando para Casemiro, que tem a tentação de voltar a recuar o jogo para a zona defensiva, bola em Nani e grande remate para golo. Mesmo a linha média tem a tentação de devolver inúmeras vezes a bola para trás, com o intuito de nova “mastigação inútil”. É nesta teorização que Lopetegui tem de retroceder.

Na segunda parte, o Porto necessitava de uma reacção consequente, que lhe permitisse contrariar a desvantagem de 1-2 no marcador. Julen Lopetegui normalmente “responde” bem às contrariedades que o jogo lhe impõe, mas desta vez as suas substituições não fizeram efeito. Concordo com a alteração de Casemiro por Rúben Neves (melhor solução para a posição), devido à má exibição do brasileiro. Não me pareceu bem a saída de Óliver (para entrar Tello), que foi quem melhor impediu a progressão de Nani; aliás, o primeiro golo do Porto nasce de um roubo de bola do jovem espanhol ao “astro” leão. Adrián seria o sacrificado natural devido à desconexão com os seus companheiros. Este espanhol parece invisível para os colegas; não houve sequer uma única boa combinação sua com os outros elementos do onze portista. Já dentro dos últimos 15 minutos, quando finalmente o espanhol Adrián saiu e entrou o craque argelino Brahimi, era expectável que inúmeros desequilíbrios fossem surgir pelos seus pés. Mas Brahimi não pode jogar tão aberto numa ala, tem de procurar zonas mais interiores para decidir. Embora tenha ainda conseguido um remate perigoso, para jogar junto à linha o jogador mais avalizado seria Quaresma, capaz de tirar cruzamentos venenosos.

Óliver - o que melhor controlava os movimentos da “arma” mais perigosa do Sporting, Nani - não devia ter saído  Fonte: zerozero.pt
Óliver – o que melhor controlava os movimentos de Nani – não devia ter saído
Fonte: zerozero.pt

Considero o momento do jogo o penalty falhado por Jackson Martinez, que desconcentrou por completo o próprio, que nunca mais conseguiu jogar em apoios, e fez também descrer os seus companheiros, que não estabilizaram emocionalmente, perdendo a calma e a confiança para tomar decisões que levassem ao empate.

Acho o Sporting a equipa mais bem trabalhada do futebol português. Não sendo a melhor em termos absolutos, julgo-a quase um produto final. Com a recente inclusão de João Mário na equipa titular, encontrou a melhor configuração para o seu 4-3-3, com William a cobrir toda a largura do terreno e Adrien Silva (mais adiantado do que no início da época) finalmente a ter o protagonismo que merece e que a equipa necessita para explanar o seu melhor futebol. Nani tem sido o melhor extremo do campeonato português; a forma como jogou entrelinhas foi sublime. Os portistas nunca o conseguiram marcar, porque soube habilmente posicionar-se entre o médio defensivo e os centrais e também entre os médios interiores e os laterais portistas. Foi, para mim, o melhor jogador da partida. A mais bem pensada nuance táctica de Lopetegui foi a colocação de Óliver junto de Nani. Esta “cartada” foi desfeita ao intervalo pelo treinador portista. Foi um erro estratégico que o Porto pagou caro, como vimos no terceiro golo, em que o extremo teve toda a liberdade para servir Slimani.

Lopetegui deve retroceder enquanto a confiança dos jogadores ainda é forte. No ano passado Luís Castro também empreendeu as alterações necessárias, mas os jogadores já não tinham a estabilidade para responder condignamente. Na prática não se aplicou proficuamente a teoria. Lopetegui, ao expor os defesas desta forma na construção de jogo, está a desenterrar deficiências que no ano passado se manifestaram. Se não retroceder na sua ideologia, as fragilidades passadas irão ser alvo de recalcamento pelos profissionais portistas e poderão dar azo ao agudizar de traumas, impeditivos de uma época frutífera em títulos. Urge uma mudança na conceptualização de jogo.

O penalty falhado por Jackson foi o "lance do encontro"  Fonte: zerozero.pt
O penalty falhado por Jackson foi o “lance do encontro”
Fonte: zerozero.pt

Andrés Fernandéz (6) – Sem culpa nos três golos e com duas excelentes defesas. Não comprometeu.

Danilo (6) – O melhor elemento da defesa. Conseguiu transformar recuperações em contragolpes que ele próprio finalizou. A sua inexcedível entrega não lhe permite, por vezes, ter o melhor discernimento durante todo o jogo.

Marcano (4) – Mal quando teve de participar na construção de jogo. Revelou dificuldades no seu aspecto mais forte, o jogo aéreo. A sua abordagem no auto-golo é tecnicamente desastrosa.

Maicon (5) – Parece o jogador “chave” da equipa. É um central que mais parece um número dez, pois a equipa procura-o incessantemente para jogar em posse. Não tem culpa do estilo de saída que o seu treinador pretende incutir na equipa, mas esse desejo organizacional faz com que erre passes e exponha o colectivo em demasia. No entanto, é justo reconhecer que não teve erros de vulto.

José Ángel (4) – Nani é um jogador dificílimo de anular. O lateral espanhol não conseguiu lidar com a qualidade do seu oponente directo. Sem dinâmica ofensiva não se lhe viu uma combinação que gerasse perigo. No terceiro golo não fez o imperativo movimento de aproximação, abrindo assim uma “cratera” para Nani servir Slimani.

Casemiro (4) – Não joga bem de costas para a baliza. Sem confiança para rodar e se perfilar com o meio-campo contrário quando pressionado, procurou em demasia os defesas. Nessas inúmeras solicitações, “assistiu” Nani no segundo golo do Sporting.

Herrera (5) – Bem na batalha pelo miolo. Pressionou e roubou bolas melhor do que transportou e construiu. Sem confiança para rematar quando teve espaço, fez mais um jogo que desiludiu, não pelo que fez, mas pelo muito melhor que tem qualidade para fazer.

Quintero (6) – Jogou muito sobre a linha, o que não o favorece, pois é em zonas interiores que consegue definir jogadas e jogos. Foi numa dessas fugas para a zona central que fez uma assistência magistral para Jackson marcar. Porque não foi Adrián a começar no flanco? Era preferível o treinador ter dado primazia às necessidades do colombiano, em detrimento das do espanhol.

Jackson (5) – Extraordinário a jogar em apoios. Aqueles toques de primeira a solicitar o companheiro são de um grau de dificuldade técnica elevadíssimo. Belo chapéu no golo. O facto de ter permitido a defesa a Rui Patrício deflaciona a sua nota. Estes jogos são definidos no detalhe e Jackon, no penalty, não superou o guarda-redes contrário. O estado depreciativo que decorreu desse lance não permitiu a reacção táctica necessária da equipa.

Rúben Neves (5) – Não acrescentou nada de muito relevante ao jogo. Em comparação com Casemiro saiu a ganhar. Acrescentou qualidade e simplicidade na circulação de bola.

Tello (5) – Recepções orientadas para dribles, arrancadas estonteantes que dificultaram o trabalho da defesa sportinguista. Mal na definição, tanto no último passe como no remate.

Brahimi (5) – Não deve jogar junto à linha lateral, o seu “perfume” acentua-se mais em zonas interiores. Só aí pode finalizar as jogadas que magistralmente cria. Num desses movimentos quase marcou. Quaresma deve ter pensado: para jogar aberto, estou cá eu!

A Figura

Óliver (6) – Entrou sobretudo para controlar Nani, o que fez muito bem. Melhor do que os defesas ou médios portistas. Ganhou alguns duelos individuais com o craque adversário, tendo uma dessas contendas superadas dado em golo portista. Escolho-o como elemento primordial pelo bom jogo que fez e também pela sua saída. A melhor variação táctica deste jogo empreendida por Lopetegui foi o seu posicionamento junto ao flanco. Esteve bem Lopetegui no pré-jogo e mal na resposta ao seu decorrer. Quando Óliver saiu, Nani parecia um “menino de rua a brincar”.

O Fora-de-Jogo

Ádrian (3) – Sem pôr em causa a sua qualidade e inteligência, o espanhol foi uma nulidade neste jogo. Errou todas as combinações; deveria simplificar mais o jogo até ganhar confiança – algumas vezes precipitado, outras perdendo o momento de entrega; não ganhou segundas bolas nem disputas aéreas. Ainda conseguiu falhar um golo isolado. Não percebe as movimentações dos companheiros e a equipa nem o “vê”. Alvo de assobios do público, parece-me uma “célula” estranha no “organismo” azul e branco. Também está a pagar pelo elevado preço que custou, situação de que não tem culpa. Uma coisa é jogar através de Diego Costa, que procura rupturas em profundidade. Situação diferente é servir um ponta-de-lança que segura a bola e joga pedindo apoios. Acho que este jogador não vai ser muito produtivo para o Porto. Kelvin anda a fazer golos na equipa B e Ricardo nas selecções jovens…

David Guimarães 

porta10

Nani e Patrício dão vitória justa

Marco Silva decidiu fazer algumas alterações para este clássico no Dragão em relação à última partida frente ao Penafiel.  Maurício voltou ao onze, fazendo companhia a Paulo Oliveira; Capel e Montero ocuparam as posições de Carrillo e Slimani; e Jonathan resgatou o lugar de lateral esquerdo.

Tal como aconteceu no jogo do campeonato, o Sporting tomou logo as rédeas da partida e aos 35 segundos de jogo já tinha atirado uma bola ao poste, por intermédio de Nani num remate fora da área. Isto animou a enorme massa adepta leonina que se deslocou ao Dragão, que nunca mais parou de apoiar a equipa até ao final da partida.
No minuto seguinte, João Mário assistiu Montero de calcanhar, mas o remate do avançado colombiano sai muito fraco. Até aos 20’, o Sporting não mais criou grande perigo para a baliza de Fernandez, saindo apenas desse marasmo através dum cabeceamento de Maurício, na sequência de um livre lateral apontado por Nani.

Após um início forte do Sporting, o Porto conseguiu equilibrar o meio-campo, com Oliver e Quintero em especial destaque. Casemiro, muito faltoso, não conseguia controlar João Mário e era o elemento menos em jogo nesta luta a meio do terreno. O Sporting pressionava muito em cima, colocando sempre a defesa portista, especialmente Maicon, em sobressalto. Contudo, esta pressão deixava algum espaço na retaguarda, o que permitia ao Porto conseguir sair em ataques rápidos, tendo assim algum ascendente nesta fase do encontro.

À meia hora de jogo a equipa de Alvalade adiantou-se no marcador através de um auto-golo de Ivan Marcano. Cruzamento excelente de Jonathan Silva na linha de fundo e Marcano, após falha de Montero, cabeceou para a própria baliza. A vantagem dos leões demorou apenas quatro minutos – Quintero fez um excelente passe a rasgar a defesa leonina e Jackson Martinez, sozinho frente a Patrício, não perdoou. O Sporting mostrava assim que continuava com alguns problemas ao nível das marcações, assim como com desconcentrações fatais.

O golo sofrido não desmotivou os leões, e oito minutos após o primeiro golo o Sporting voltou a ganhar vantagem. Falha de Casemiro, aproveitada por Montero, que assistiu Nani para um golo tremendo. Ao contrário do jogo de Alvalade, o Sporting aproveitava com grande rigor as oportunidades de golo, chegando ao intervalo com vantagem no marcador.

O Sporting nunca esteve em desvantagem ao longo dos 90 minutos  Fonte: zerozero.pt
Nani levou o Sporting em vantagem para o intervalo
Fonte: zerozero.pt

Uma primeira parte jogada muito a meio-campo, com uma ligeira superioridade do Porto. Muitas bolas perdidas naquela zona do terreno, assim como alguma dureza de parte a parte. Ainda assim, Marco Silva tinha a equipa mais rotinada e mais segura, mostrando uma maior tranquilidade em campo. Patrício, Jonathan e Nani foram os jogadores mais em foco neste primeiro tempo, sendo que o extremo português criou inúmeros desequilibrios e marcou um excelente golo.

Logo aos cinco minutos da segunda parte, penalty para o Porto, numa jogada que nasce a partir de uma posição ilegal de Jackson. Na marcação do castigo máximo, Patrício faz uma excelente defesa – mais uma -, negando o segundo golo na partida ao avançado do Porto e colocando alguma justiça em todo este lance.

Os comandados de Marco Silva entraram na segunda parte menos pressionantes, sendo um pouco mais permissivos e dando mais bola ao Porto, mas nunca deixando de assustar Fernandéz. William, aos 56’, rematou forte para uma defesa complicada do guardião espanhol.

Esta jogada de perigo mudou o sentido de jogo, passando o Sporting a dominar o encontro e a jogar no meio-campo do Porto, obrigando os dragões a jogar mal e a perder inúmeras bolas ainda na sua metade do terreno. Ainda assim, o Porto criou dificuldades ao último sector leonino em duas bolas paradas, mas Patrício, sempre ele, brilhou a grande nível da baliza dos leões.

Nos últimos vinte minutos da partida, a equipa azul e branca voltou a crescer, tendo em Quintero o seu maior protagonista, o que levou a que o Sporting recuasse no campo e começasse a cometer várias faltas perto da sua área. Foi assim um pouco contra a corrente do jogo que os leões sentenciaram a partida – excelente desmarcação de Slimani na direita, fintando um defesa portista e rematando para defesa incompleta de Fernandez, a bola chegou a Carrillo, que só teve que encostar para o terceiro golo do Sporting, quando faltavam sete minutos para o final da partida. Com este golo, Marco Silva soube fechar os caminhos para a sua baliza, tirando João Mário para a entrada de Uri Rosell. Os últimos minutos foram de festa no Porto, com os quatro mil adeptos do Sporting em delírio, a ouvirem-se a alto e bom som.

Uma vitória justa, com o Sporting a aproveitar bem os erros adversários e a mostrar uma maior maturidade. Após sete anos sem vitórias no Dragão, os leões seguem em frente na Taça, eliminando um dos maiores rivais. Um prémio para Marco Silva, que conseguiu montar uma estratégia que deu frutos, utilizando bem as substuições e nunca perdendo totalmente o controlo da partida.

Os cerca de 4.000 sportinguistas que foram ao Dragão fizeram a festa  Fonte: Miguel Araújo / Correio da Manhã
Os cerca de 4.000 sportinguistas que foram ao Dragão fizeram a festa
Fonte: Miguel Araújo / Correio da Manhã

Cédric (7) – O recém-internacional português começou o jogo tranquilo, apenas tremendo no segundo tempo, quando Quintero ou Brahimi lhe apareceram pela frente.

Maurício (7) – O defesa brasileiro, apesar de ter cometido o penalty sobre Jackson, esteve mais seguro do que nos últimos jogos.

Paulo Oliveira (6) – Fica ligado ao golo do Porto, tendo ficado a sensação de que poderia ter feito mais. Ainda assim, conseguiu alguns cortes vistosos, como aquele sobre Danilo ainda na primeira parte.

Jonathan (8) – Mostrou que é melhor lateral do que Jefferson, mais consistente a defender e claramente melhor ao nível do cruzamento e das combinações ofensivas.

William (8) – Muito boa exibição do médio defensivo leonino, ganhando a batalha a meio-campo, principalmente na primeira parte.

Adrien (7) – Um jogo a muito bom nível do número 23 leonino, ajudando William defensivamente e conseguindo ser o primeiro a lançar os ataques do Sporting.

João Mário (7) – Entrada a bom nível, assistindo Montero já dentro da área do Porto. Um jogo mais de luta e raça do que de genialidade, mas em que o jovem leão nunca se escondeu.

Nani (8) – Divide com Patrício o prémio de homem do jogo. Uma primeira parte de grande nível, com vários desequilíbrios no lado direito e no centro do terreno. Um grande golo foi o culminar de uma grande exibição.

Montero (6) – Um jogo de luta e de dedicação, mas muitas vezes escondido do jogo. Mostrou a sua importância, ganhando a bola cabeceada por Casemiro e assistindo Nani para o segundo golo leonino.

Slimani (6) – Boa entrada do argelino, ganhando duelos aos já cansados defesas portistas e fazendo estragos. Foi dele o remate que permitiu a Carrillo sentenciar a partida.

Carrillo (7) – O peruano está um jogador diferente, com maior vontade (esperemos que seja para ficar). O golo que marcou foi mais um passo na afirmação de La Cuebra no Sporting e fará subir ainda mais os seus índices de confiança.

Uri Rosell (6) – A substituição que se pedia. O catalão foi o tampão que ajudou William a aguentar o último esforço do Porto.

A Figura
Rui Patrício (9)
– O guarda-redes leonino está em óptima forma. Foram incontáveis as defesas que manteram a vantagem do Sporting. Que o digam Adrian, Marcano ou Jackson. Está cada vez mais a mostrar-se como o melhor guardião português da última década.

O Fora-de-Jogo
Diego Capel (5)
– Mais um jogo aquém daquilo que Capel mostrou na primeira época nos habituou. Cruzamentos falhados, pouca participação no jogo e alguns maus passes. Valeram-lhe as combinações com Jonathan Silva.

Vítor Miguel Gonçalves

Sp. Covilhã 2-3 Benfica: Doeu mas foi

Bem, antes de mais quero realçar as saudades que já tinha da Taça. Venha ela! Equipas “pequenas”  a dar tudo, adeptos de largo sorriso na bancada e muita festa. O futebol precisa disto!

Doeu mas foi… Ao ver o resultado, facilmente se percebe que a estreia do Sport Lisboa e Benfica na Taça de Portugal não foi nada fácil. E é verdade. O jogo até começou bem, com Ola John a ganhar um penalty aos 30 segundos de jogo. Jonas, com elegância a meter a bola no fundo das redes. 1-0! Depois disso, tivemos um Covilhã atrevido, bem-organizado e eficaz. Traquina fez o golo no minuto 9, numa falha grave do lado esquerdo benfiquista.  Depois disso o jogo equilibrou-se naturalmente, com poucas oportunidades de lado-a-lado (ressalvar uma defesa de Taborda a remate de Pizzi e um remate do miúdo Gonçalo Guedes). E ao minuto 32, lá mirrou o nosso coração encarnado. Golo do Sporting da Covilhã,  Erivelto foi o protagonista – bom cruzamento por parte de Traquina e finalização de cabeça do homem do Covilhã. O apitou soou e os primeiros 45 minutos já tinham ido. O Benfica perdia ao intervalo, com um meio-campo pouco inspirado.

Devo revelar em privado que neste momento olhei para o nosso banco. Fiquei preocupado, pois não encontrei nenhum jogador que pudesse mudar a história do jogo – sou totalmente a favor da rotação do plantel, mas parece-me prudente deixar pelo menos um ou dois jogadores do onze titular disponíveis para, se necessário, entrarem em campo. No jogo de hoje, percebo que muitos deles estavam cansados ou precisavam de descanso, outros jogaram pelas selecções, no entanto jogadores como Salvio ou Lima poderiam perfeitamente estar no leque de convocados.

Mágico Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Mágico
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Voltando ao jogo, a segunda-parte começou com um Benfica bem mais agressivo, a ganhar muitas segundas bolas e com um meio-campo mais solto – Cristante conseguiu-se libertar e o jogo ficou mais fluído. Golo de Jonas no minuto 54, a corresponder com uma finalização de génio ao passe magistral de Cristante. Que bom que é ter-te connosco Jonas Gonçalves Oliveira, há muito tempo que não via um avançado no meu clube a beijar a bola como tu! Como seria de prever, com o empate o Covilhã ficou contraído e o desgaste começou-se a notar. Pizzi ficou com mais espaço, Bebé soltou-se e o miúdo Gonçalo continuou com a vontade da primeira-parte. Aos poucos, o Sport Lisboa e Benfica foi abrindo a defesa contrária, tanto com iniciativas do lado esquerdo como do direito. E sem muita surpresa, lá veio ele outra vez: J-O-N-A-S! Hat-trick. Há palavra mais bela que esta? Não me parece. De pé esquerdo, picou a bola por cima do Taborda como se fosse bem fácil. Já ganhávamos por 3-2 e eu não parava de gritar.

Os últimos vinte minutos foram tranquilos, com o Covilhã a tentar surpreender de novo, mas sem forças para tal. No fim, uma situação caricata entre o César e o Jorge Jesus, com o último no seu melhor. Atenção, nada que mereça alarido – foquemo-nos no resultado. Como nota final, gostava de realçar a exibição segura do Artur, a braçadeira de capitão no braço do André Almeida (é sempre bom ver um dos nosso miúdos a capitanear o onze do Maior de Portugal), a interessante estreia do Gonçalo Guedes e a exibição de nos pôr a gostar ainda mais de futebol do Jonas. Fica na história um Sporting da Covilhã lutador e difícil, contornado pela genialidade de um brasileiro que muitos mais golos marcará de águia ao peito. Para a próxima, não é preciso sofrer tanto. Já sei, é a festa da Taça, mas mesmo assim…

A Figura:

Jonas – Com jogos destes, escolher a Figura do encontro é tarefa fácil. Jogo excelente do avançado brasileiro, tanto de costas para a baliza como no momento da finalização. Três golos importantes, dois deles finalizados com pé de génio.

O Fora-de-Jogo:

Benito – Parece-me que foi o elo mais fraco da equipa benfiquista. Está na origem do primeiro golo do Covilhã e nunca se afirmou no lado esquerdo do ataque. Melhorou na segunda-parte, muito pela descida de rendimento do Traquina.

Man. City 4–1 Tottenham: Ao ritmo do tango!

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Hoje foi dia de jogo grande no Ethiad, com o Tottenham a visitar o Manchester City. O City apresentou-se com algumas alterações – de realçar o regresso de Demichelis ao onze titular e a troca de Yaya Touré e Fernandinho por Fernando e Lampard no meio-campo. Do lado da equipa londrina, um quarteto ofensivo constituído por Eriksen, Chaldi, Lamela e Soldado entusiasmava.

A tabela classificativa e o historial de jogos faziam prever um jogo altamente competitivo, com o City a lutar para não deixar o Chelsea fugir ainda mais na tabela e o Tottenham a deixar tudo em campo num terreno difícil, onde perderam por 6-0 na época passada, e com vontade de inverter o péssimo rácio de 2 vitórias em 8 jogos em todas as competições.

O facto de os spurs virem de uma vitória frente à equipa sensação da época, o Southampton, fazia esperar uma equipa moralizada e com vontade de encarrilhar numa senda de vitórias. Tal não aconteceu.

O jogo começou bem, com as duas equipas a disputarem o meio-campo e a chegarem ao último terço do terreno através das alas. Logo ao sétimo minuto, Mason falhou o golo na cara de Joe Hart – mérito para o guarda-redes internacional inglês. Poucos minutos demorou o entusiasmo do Tottenham. O City rapidamente pôs o “pé no acelerador” e cimentou-se no meio-campo adversário. Não demorou muito tempo até conseguir fazer o golo – aos treze minutos vimos Aguero parado no meio da grande área à procura de alguém em quem colocar a bola. Mas enganou-nos. O argentino, num movimento rápido e inesperado, tira Kaboul do caminho e com um remate colocado ao canto inferior direito, fez o primeiro golo do encontro. Mas a vantagem não demorou muito. Volvidos dois minutos, grande erro defensivo de Fernando, que viu a bola ser roubada por Mason. Este colocou a bola em Soldado, que faz um passe para o lado direito do terreno onde apareceu Eriksen para fazer o golo do empate com potência e precisão.

Eriksen fez o único golo do Tottenham na partida  Fonte: The Guardian
Eriksen fez o único golo do Tottenham na partida
Fonte: The Guardian

O jogo continuou bem disputado e com um empate a afigurar-se como sendo o resultado mais justo. E era. O Tottenham estava bem no jogo, pelo menos até Lamela ter-se lembrado de cometer uma verdadeira infantilidade – o jovem internacional argentino, que esteve desaparecido todo o encontro e que quando foi chamado a intervir foi sempre lento e pouco eficaz, teve a infeliz ideia de empurrar o experiente médio Frank Lampard dentro da sua grande área. Penalty claro. Quem foi chamado a converter? Aguero. O argentino não facilitou diante de Hugo Lloris e bisou no encontro. Aos 20 minutos, parecia que estávamos a ver aquele que viria a ser um grande jogo. Mas apenas parecia. Após o segundo golo do City o rendimento dos spurs começou a cair e Eriksen e Chadli eram os únicos com vontade de jogar à bola. No sector defensivo, Danny Rose via-se atrapalhado para conseguir parar as combinações entre Sagna e Jesús Navas.

Quando o jogo começava a ganhar um bom ritmo, com um futebol rápido, directo e forte, Lampard lesionou-se. Para o seu lugar entrou Fernandinho. E logo o ritmo decaiu – não pela saída do ex-blue, mas porque aos 32 minutos Kaboul fez um carrinho completamente fora de horas e derrubou Silva dentro da sua área. Aguero foi novamente chamado a converter e, quando já cheirava a hat-trick, o argentino… falhou. O City assumiu o comando do jogo, com grande destaque para Milner e David Silva. O primeiro a romper na ala esquerda com força e a entregar muito bem a bola, o segundo a descobrir linhas de passe e a mandar no meio-campo.

Antes do intervalo há que assinalar uma grande jogada de Eriksen que só não deu em golo graças à lentidão de Lamela e a uma grande defesa de Joe Hart, bem como um penalty que ficou por assinalar por mão de Sagna na área do City e que podia ter ditado um outro rumo do jogo. Antes de a bola regressar ao meio-campo ainda houve tempo para mais um capítulo no duelo entre Aguero e Lloris, com o francês a levar melhor, com uma grande defesa após um bom remate à entrada da área do internacional argentino.

Aguero protagonizou uma exibição de sonho  Facebook Oficial do Man City
Aguero protagonizou uma exibição de sonho
Facebook Oficial do Man City

A segunda parte começava com a esperança de um Tottenham forte, atacante e com vontade de inverter o resultado. E teve oportunidade para isso! Aos 60 minutos foi assinalado penalty a favor dos spurs. Falta de Martin Demichelis sobre Soldado (com algumas dúvidas se foi ou não dentro de área), e o espanhol a permitir a defesa de Joe Hart. A exibição apagada e triste da equipa londrina continuava e agravava-se com mais um penalty. Falta de Fazio sobre Aguero. Um acto escusado e que levou à expulção do ex jogador do Sevilha. Aguero voltou a ser chamado a converter e desta vez não desperdiçou:  hat-trick! O argentino, que até agora tinha sido um desequilibrador no último terço do terreno, aproximava-se de Diego Costa no topo da lista dos melhores marcadores da Premier League.

Com um jogador a menos, Pochettino viu-se obrigado a fazer entrar Vertonghen e a fazer um jogo contido na esperança de não sair novamente goleado do Ethiad. E sabem que mais? Novamente tal não aconteceu. Aos 75 minutos, após um brilhante passe de Sagna a desmarcar Aguero, o internacional argentino efectuou uma grande recepção e arrancou em direcção à área adversária, onde fintou um, fintou dois e atirou para o fundo das redes. Grande golo. E poker de Kun Aguero. O argentino a afirmar-se como artilheiro de serviço dos citizens. Depois do 4-1, o jogo perdeu ritmo e atitude. Até aos 90 apenas há a assinalar uma bomba de Milner ao poste e, já no tempo de compensação, um penalty de Kompany sobre Towsend que ficou por assinalar. Kompany que teve muita sorte em terminar o jogo sem cadastro!

Este Tottenham desilude. Apenas 2 vitórias em 9 jogos. É triste. E esta equipa dá para mais e é difícil de compreender exibições de jogadores como Lamela, que, apesar de um bom arranque de temporada, tem muitas lacunas, sobretudo a nível defensivo. Danny Rose também não me parece ser a melhor opção para o lado esquerdo da defesa. É jovem mas ainda não tem qualidade suficiente para conquistar um lugar no onze do Tottenham. A juntar a isto tivemos uma exibição muito fraca de Kaboul, com muitas falhas de marcação. Foi triste ver que apenas os jovens Eriksen e Chadli eram os únicos com vontade de dar resposta.

Aguero marcou dois penalties e falhou um  Fonte: The Guardian
Aguero marcou dois penalties e falhou um
Fonte: The Guardian

Por outro lado, o City entusiasma! Mesmo sem jogadores como Yaya Touré, Nasri ou Dzeko, o clube de Machester apresenta soluções de alto nível e um futebol ofensivo. Milner tem aproveitado da melhor forma a lesão de Nasri, e tem ganho o seu espaço na equipa. E é um espaço mais do que merecido. Na frente, Aguero e Silva deixam-me de água na boca, com pormenores e passes esplêndidos do espanhol e com arrancadas, fintas e finalizações do argentino. Por outro lado, realçar que a defesa dos campeões em título tem as suas lacunas e hoje assistimos a um Kompany muito faltoso e a um Demichelis imprudente.

Pochettino assinalou aqui mais uma fraca exibição, mas a verdade é que se aquele penalty de Sagna tivesse sido assinalado o jogo certamente decorreria de outra forma! Esperemos para ver como reagem os spurs e em que posição fica o treinador argentino.

 

A Figura

Kun Aguero, Hugo Lloris e James Milner – o argentino só podia ser a figura do jogo ao assinalar um poker. Parece que as lesões não destruíram o instinto matador do avançado! Hugo Lloris, apesar de ter sofrido quatro golos, não teve culpa em nenhuma deles e foi o responsável pelo resultado não ter sido mais avantajado tendo feito frente a Kun Aguero. Por último, há que salientar a grande exibição de Milner. Passes certos, arrancadas fogosas e remates perigosos (uma bola ao poste, inclusive) fazem deste jogador um motor de jogo eficaz em qualquer sector do terreno.

O Fora-de-Jogo

Lamela, Kaboul e Fernado: O internacional argentino em tem muito que fazer para compensar o avultado investimento feito nos seus direitos económicos e desportivos. O extremo comete muitos erros: falha passes, falha na cobertura defensiva e demora com a bola nos pés. Esta exibição foi decepcionante. Kaboul teve uma exibição triste. Não deu conta de Aguero e cometeu um penalty. Falhas de concentração e de marcação. Por último temos Fernado, teve uma exibição para esquecer. Falhou passes e cometeu vários erros defensivos. Precisa de crescer para ser uma figura neste meio campo!