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Santo Gaal

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Na conferência de imprensa que antecedia o encontro frente ao Sunderland (relativo à segunda jornada, há cerca de uma semana), questionado sobre as hipóteses de o “seu” Manchester United poder conquistar a Premier League deste ano, Louis Van Gaal, num registo surpreendente, disse que seria preciso um milagre para que isso se verificasse.

Uma afirmação, no mínimo, polémica. Não só pelo passado recente da competição, que se pauta pela hegemonia dos red devils (venceram 13 ligas inglesas nas últimas 21 edições) e pelo peso histórico da camisola do Manchester United, mas também pelo dinheiro gasto nas contratações até então feitas – Luke Shaw chegou por 30 milhões de euros, Ander Herrera por 36 e Marcos Rojo por 16 –, pelo “desafogo” que constitui a ausência de jogos relativos às competições europeias (emocional e fisicamente sempre desgastantes), pela qualidade que já habitava em Old Trafford antes de o holandês assumir o comando técnico (Rooney, Van Persie e Juan Mata são os exemplos maiores) e por uma pré-época que fez sonhar os adeptos (o United venceu a International Champions Cup, onde se destacou a derrota imposta por 3-1 ao Real Madrid), que fazia antever um United em ruptura completa com aquele que se apresentou no ano passado.

É certo que o jogo inaugural, com o Swansea, tinha deixado péssimas indicações, com a equipa a apresentar-se completamente desprovida de personalidade, cometendo inúmeros erros, sobretudo nas transições ofensivas. Mas esse foi um problema que também assistiu, por exemplo, a Arsenal e Liverpool e que normalmente assola as equipas grandes, mormente aquelas que são submetidas a alterações tácticas significativas. O United encaixa-se neste padrão, e caso não se vencesse os compromissos seguintes, isso deveria ser encarado com relativa tranquilidade, até porque certamente os processos, semana após semana, deveriam ser adquiridos com maior ou menor dificuldade.

Para além disto, Van Gaal sabe como se pode relativizar os maus inícios de campeonato, porque ele próprio, enquanto comandante do Bayern Munique rumo ao topo da hierarquia do futebol europeu, teve dois começos de época desastrosos. O último originou o seu despedimento por divergências com Rummenigge, mas o primeiro foi apenas a tempestade antes de uma bonança generosíssima: uma Bundesliga e a final da Champions, perdida para o Inter de Mourinho.

O United ainda não melhorou os processos de jogo relativamente ao encontro com o Swansea e continua a praticar um futebol arrastado, desprovido de alegria e que parece sobreviver dos rasgos de genialidade de Wayne Rooney, ao mesmo tempo que grita por outro agitador. Não o teve em Di María (que chegou, entretanto, por 70 milhões) no jogo com o Burnley…

…ainda. Porque o argentino tem um poder: o de criar o caos na tranquilidade táctica imposta pelos contrários, de virar qualquer jogo “amorfo” num festival de bom futebol, arrastando a equipa consigo, sobretudo se partir do meio, lugar que Van Gaal aparentemente lhe reservou.

Se não for ele, será Juan Mata, vindo do meio ou da ala, a trazer consigo o meio-campo ao encontro de uma frente de ataque que terá dois dos melhores avançados do mundo, Wayne Rooney e… Radamel Falcao.

Falcao poderá ser o ‘milagre’ de Van Gaal Fonte: Getty Images
Será Falcao o ‘milagre’ de Van Gaal?
Fonte: Getty Images

Assim, num 3x1x4x2, com Mata e Dí Maria a transportar e a agitar o jogo (poderão perfeitamente “furar” pelo meio, ou dirigir-se às alas procurando o jogo aéreo dos seus companheiros), para aquela que será, teoricamente, uma das melhores duplas de ataque deste século (Rooney atrás de Falcao) e com o auxílio de alas rápidos (Ashley Young e talvez Luke Shaw possam desempenhar esse papel), não será preciso um milagre para que o United marque muitos golos de forma regular.

Ora, o objectivo do futebol é esse mesmo. E quantos mais se marcarem mais hipóteses se tem de ganhar. Posto isto, teoricamente é facilmente concebível que o United possa vir a vencer muitos encontros. Vencendo-os, torna-se possível, de facto, vencer a Premier League… sem ser preciso milagres.

Poderá alegar-se falta de sinergia e entrosamento, tal como se verificou com o Chelsea no ano passado (conforme afirmei no meu espaço de opinião do Bola na Rede, em Maio último), completamente sem critério no seu processo ofensivo, mas os blues não tinham a qualidade de que dispõe o United.

Entendo que Van Gaal queria sacudir a pressão que tem sobre os seus ombros para os dos colegas, mas, perante uma declaração tão descabida, não creio que tenha saído a ganhar no pontapé de saída dos mind games 2014/2015 da Premier League e acredito que, se lhe perguntarem sobre as hipóteses dos red devils, a sua resposta será diferente (Falcao ou Angel Di Maria podem ser os seus “milagres”. O United só não será candidato ao título por incompetência técnica – do treinador ou de dois ou mais jogadores decisivos).

Vencê-lo é outra história, mas o treinador de um candidato a um título jamais conceberá como miraculosa a sua conquista… a menos que queira ter a legitimidade (no seu estranho mundo) de se auto-proclamar “santo”.

Benfica 1-1 Sporting: É justo

cabeçalho benfica

Domingo, final de tarde, dia de dérbi. Benfica e Sporting, sempre um jogo que nos prende. Onde os nossos amigos estão do outro lado da barricada, onde as emoções estão ao rubro. E no início do campeonato ainda mais apetecível se torna. Benfica e Sporting encontravam-se na Luz numa fase onde ambas as equipas ainda não se encontraram. O Benfica tinha vencido os dois primeiros jogos mas mostrava ainda precisar de reforços. O Sporting também ainda procurava a melhor forma.

O jogo começou mexido. Slimani, Talisca e Luisão animaram as bancadas como se de um aviso se tratasse para o que aí vinha. Minuto 12, jogada fantástica de equipa entre Salvio, Maxi e Enzo, acaba em Gaitan a rematar, e o primeiro estava feito. Patrício ainda toca mas não conseguiu travar. Estava feito o mais difícil, e era o Benfica que estava melhor. O golo fez bem à equipa. O Sporting tentou reagir, teve em Carrillo o mais mexido, mas se há alguém a quem os adeptos do Sporting devem agradecer não é a um jogador do Sporting. Eliseu atrasa para Artur, este, pressionado por Carrilo, tenta pontapear a bola, mas esta acaba por bater em Carrillo e sobrar para Slimani, que só tinha de encostar. Sete anos depois, o Sporting marcava na Luz. Erro de Artur, que poderia ter feito bem melhor. O guarda-redes gelou as bancadas na Luz, e o fantasma da pré-época voltava a pairar. O golo fez bem à equipa do Sporting, que esteve melhor na primeira parte. E depois daquele erro, todos os lances em direcção à baliza de Artur eram sinónimo de calafrios nas bancadas. Um canto, um atraso, um cruzamento bastava para colocar todos os adeptos benfiquistas nervosos. Artur ainda teve outro lance em que saiu e falhou a bola, mas Sarr não chegou a tempo de desviar, e o jogo foi empatado para o intervalo. Um resultado que se aceita face ao que se viu no relvado. O Benfica até entrou bem, mas o golo sofrido tirou o ânimo à equipa e motivou o Sporting.

O erro de Artur Fonte: Zerozero/Carlos Alberto Costa
O erro de Artur
Fonte: Zerozero/Carlos Alberto Costa

O intervalo só fez bem aos encarnados, que entraram pressionantes. Por várias vezes a baliza de Rui Patrício foi ameaçada mas sem efeitos prácticos. O Sporting parecia não se ter encontrado ainda no jogo mas não tardou a equilibrar a partida. Seria esta a toada do jogo. Apesar de algumas oportunidades para ambas as equipas, acabou por ser um jogo morno. O empate aceita-se num jogo que mostrou claramente que as duas equipas ainda procuram a melhor forma. Ainda há um longo caminho pela frente, principalmente para o Sporting, que mostrou iniciativa, teve bola, mas nem sempre soube o que fazer com ela.

A Figura:

Nico Gaitán – Sempre uma flecha apontada à baliza de Rui Patrício. Marcou o golo, tinha sempre iniciativa. Das peças fundamentais deste Benfica e que todos esperamos que não saia.

O Fora de jogo:

Artur –Arrisco-me a dizer que voltámos aos tempos de Roberto. Cada lance de bola parada, cada cruzamento ou atraso mete os adeptos benfiquistas receosos. Verdade que teve dois lances em que salvou o Benfica e mostrou que entre os postes continua a ser bom. Mas a insegurança que transmite à equipa é notória e isso não favorece em nada o plantel. Não está na sua melhor forma e precisa de ser substituído. Veremos se Julio César é a melhor opção.

Ser Porto

amarazul

Anos passam, épocas dão-se por enterradas, títulos vão para o entretanto criado museu. Ainda assim, o espanto é muito quando, por vezes, alguém que me rodeia é elucidado em relação à minha preferência clubística. Como, quando, porquê Porto? Ser portista no meio de Lisboa nem sempre é fácil e, apesar de cada vez menos, é ainda algo incomum. Mas, acima de tudo, muito divertido.

A última palavra do primeiro parágrafo é essencial no desenvolvimento não só deste texto como também de todas as variantes de episódio com que me vejo confrontado. ‘Sou do Porto porque cresci com o Porto; cresci com o Porto a jogar e com o Porto a ganhar’, respondo. Para admiração de muitos.

Cresci com o Porto de Mourinho a apresentar-se à Europa enquanto se preparava para a conquistar, desde Costinha a correr em Old Trafford a Deco a brilhar na Champions ou Pedro Emanuel e o seu tão memorável voo no Japão. Cresci assim, no meio de vitórias. Por isto, por ser tão pouco comum um ano da minha vida terminar sem o Futebol Clube do Porto um troféu conquistar, cresci com o Porto a ganhar. Consequentemente, e claro entre outros factores, sou do Porto porque ganha.

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No ‘Teatro dos Sonhos’, Costinha abraçou a realidade
Fonte: Getty Images

Não tenho medo de o dizer. Porque teria? Vemos futebol para ganhar, para festejar. Eu escolhi os que mais me encantavam e que, simultânea e felizmente para mim naquele momento, eram também os que ganhavam. Escolhi o Porto que ganha e encanta.

‘Mas vives em Lisboa’, insistem. ‘Vivo, pois. Numa Lisboa de um Portugal sem fronteiras à qual chegou o Porto de 2003. E o de 2004. E por aí fora. Vivo numa Lisboa onde, pelo que o Porto é e os outros não, aprendi a amar o Porto. A ordem de trabalhos, a organização, o azul. Porto. Simplesmente Porto.’

FC Porto 3-0 Moreirense: Jackson e Brahimi, dupla anti-autocarro

eternamocidade

O FC Porto arrancou a ferros a vitória por 3-0 frente ao Moreirense, esta noite, no Estádio do Dragão. O resultado folgado dos dragões é enganador face às dificuldades que os portistas sentiram para derrubar a muralha montada por Miguel Leal.

No onze inicial confirmaram-se as expetativas: Lopetegui é um treinador que potencia a rotação no plantel, o que levou às entradas de José Angel, Quaresma e Adrián López para os lugares de Alex Sandro, Rúben Neves e Herrera. As alterações no onze do Dragão levaram a que o jogo portista se desenvolvesse maioritariamente pelas faixas, com Brahimi e Oliver Torres a funcionarem como âncoras no jogo ofensivo azul e branco. Do lado do Moreirense, as coisas não começaram bem; a lesão de Bolívia logo aos três minutos levou o treinador Miguel Leal a colocar o experiente Vítor Gomes em campo. Ainda assim, a mexida em termos concretos não alterou em nada a estratégia do Moreirense: uma equipa a procurar jogar sempre em ritmo baixo e a tentar, sempre que o árbitro Bruno Esteves assim o permitia, o anti-jogo. Durante o primeiro tempo, o FC Porto nunca conseguiu derrubar a muralha defensiva da equipa de Moreira de Cónegos: Danilo e José Angel não se incorporaram da melhor forma na combinação com os extremos, enquanto Quaresma e Adrián López eram inconsequentes nos desequilíbrios pelas alas. Nos primeiros quarenta e cinco minutos, poucos foram os lances de real perigo junto das balizas de Marafona e Fabiano, pelo que o nulo era mais do que justo face ao que se tinha visto no relvado do Dragão.

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No 1º golo portista, Brahimi confundiu a defensiva do Moreirense e ofereceu o golo a Oliver
Fonte: maisfutebol.iol.pt

No segundo tempo, tal como se esperava, tudo mudou: o FC Porto entrou muito mais forte, mais pragmático e mais pressionante perante um Moreirense que continuava a não criar perigo e apenas à espera de que os minutos passassem. Brahimi e Óliver Torres entraram muito mais no jogo ofensivo, enquanto Adrián e Quaresma começaram a criar desequilíbrios na defensiva contrária. Ainda assim, o forte balanceamento portista teimava em não ter efeitos práticos, pois Jackson Martinez continuava muito sozinho na área adversária. Aos 62 minutos, e quando o Dragão já dava sinais de alguma impaciência, finalmente o “autocarro” verde e branco se desmoronou: Brahimi serpenteou a defensiva contrária e encontrou Oliver, que se limitou a empurrar para o 1-0. A partir do primeiro tiro no porta-aviões de Moreira de Cónegos, tudo se tornou mais simples. O FC Porto encontrou muitos mais espaços na defensiva contrária, e por isso não foi de estranhar que a equipa portista chegasse a mais golos, com Jackson como protagonista em duas ocasiões. Na primeira tentativa, o colombiano aproveitou o lance de Oliver e o erro de Marafona para faturar; na segunda vez, e depois de Quintero falhar uma grande penalidade, o avançado aproveitou a assistência de Adrián para fechar em 3-0 uma vitória suada perante um Moreirense muito defensivo.

A Figura

Brahimi/Jackson Martínez – Num jogo como o de esta noite, era impossível não optar por duas figuras em vez de uma. O argelino e o colombiano foram sempre os mais expeditos no ataque à baliza de Marafona, revelando-se decisivos para a vitória portista, com Jackson inclusive a bisar na partida.

O Fora-de-Jogo

Casemiro – A excelente exibição frente ao Lille não fazia esperar um jogo tão pobre do brasileiro esta noite. Usou e abusou do passe longo e acabou por ser surpreendido algumas vezes pelos médios do Moreirense.

Porque assobiam, para quem assobiam e o que querem com os assobios?

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atodososdesportistas

Numa semana em que entrámos na fase de grupos Liga dos Campeões e tivemos um sorteio que nos sorriu (coisa muito rara, diga-se) e em que gozamos do facto de sermos um dos líderes do campeonato (ainda que só se tenham disputado duas jornadas); numa altura em que temos um registo de 6 golos marcados e 0 sofridos em jogos oficiais com base num futebol em construção, já muito perfumado, com uma posse e circulação de bola de fazer inveja a muitos e uma equipa que apresenta soluções, pergunto-me: o que querem os ditos adeptos portistas que em todos os jogos teimam em, a dada altura, assobiar o conjunto azul-e-branco? Vamos por partes.

Porquê? Por termos mais de 70% de posse de bola, um jogo assente na paciência e na circulação da “redondinha” e esperarmos que a teia defensiva da outra equipa se desmonte e assim possamos criar perigo? Relembro que Guardiola ainda há bem pouco tempo disse ser “impossível fazer um ataque bem organizado sem uma sequência de 14/15 passes”. Ter a bola em Maicon–Fabiano-Indi tem sido tão seguro como a ter nos pés de Brahimi–Óliver–Jackson. Os adeptos têm de perceber que a matriz do jogo dos dragões assenta na certeza de não errar, antes de se querer “chutar para a frente e esperar que Jackson resolva”, como acontecia muito no ano anterior. Se os adeptos de Bayern, Barcelona, Arsenal ou Chelsea assobiassem cada vez que a bola está a ser pacientemente trocada na defesa (não confundir “pacientemente” com “passivamente”), então os estádios estavam quase 90 minutos sob um coro de assobios.

Para quem? No jogo fora com o Lille ouvi assobios logo no primeiro tempo vindos da pequena fracção de adeptos portistas que foram “apoiar” a nossa equipa. Tinham decorrido vinte e poucos minutos e os dragões tinham cerca de 75% de posse de bola na altura. Seria esta uma contestação ao treinador pelo seu estilo de jogo? A verdade é que ganhámos, ganhámos bem e num campo difícil. No jogo da segunda mão, com a vitória assegurada e com a certeza de que Quaresma ou Quintero iam entrar (estiveram todo o segundo tempo a aquecer), eis que surge um contratempo e Casemiro (até então o melhor em campo, a par de Brahimi) pede para sair devido a dores musculares. Como é lógico, esperava-se ver sair o argelino para a ovação, mas Lopetegui teve de optar por um jogador de características mais defensivas dadas as circunstâncias. A opção recaiu em Ricardo (confesso que pensei que iria entrar para defesa direito e Danilo subiria para o “miolo”), jovem que sempre deu tudo em campo e que completava ali mais um sonho: a estreia na liga milionária. Em vez de aplaudirem a enorme exibição de Casemiro e darem força ao jovem que em menos de dois minutos saltou do banco, aqueceu, despiu o fato-de-treino e entrou, os adeptos preocuparam-se em assobiar o facto de RQ7 não ter entrado em campo… Nesse caso, os assobios foram sem dúvida para o treinador Julen Lopetegui. Acho um erro e uma estupidez (desculpem-me a agressividade da palavra) assobiar um treinador que transformou o Porto em pouquíssimo tempo. Relembro que Van Gaal, por exemplo, tem a mesma missão em Manchester… Penso não ser preciso falar sobre isso. O trabalho de Lopetegui até agora tem sido fantástico. Não merece os assobios que (já) ouviu.

O que pretendem? Agora é a vez de ser o leitor a responder-me, porque não consigo, de todo, entender o que pretendem estes ditos “adeptos” com as tamanhas assobiadelas (que começaram no jogo de apresentação, quando ainda se jogava a “feijões”…). Acham que o treinador vai ceder à pressão? Acham que deve tentar agradar ao adepto e com isso preterir todo um trabalho que esse mesmo adepto não vê, feito em laboratório durante toda a semana para aquele jogo específico? Os adeptos têm de perceber que o plantel tem 25/26 jogadores e que apenas 18 são convocados para o jogo, sendo que 11 são titulares e podem entrar mais 3, se o treinador assim o entender. Não pode haver um jogador mais que seja mais do que os outros. Que os adeptos tenham um carinho especial por Quaresma, isso é perfeitamente normal. Eu também tenho. Aquela magia, aqueles dribles e aquela imprevisibilidade fazem dele um jogador apetecível ao olho de qualquer adepto. Mas o treinador, aquele senhor que escolhe os tais 18 de 25/26, põe 11 de início e escolhe mais 3 (se quiser…), tem uma visão global: olha para o jogo da equipa e não para um jogador. Quaresma é um jogador da equipa e se quer jogar tem de ser, acima de tudo, um jogador para a equipa. Apresentou-se numa forma fantástica neste início de época, com o peso ideal e com vontade de ajudar em tarefas defensivas. Mas a sua frescura física já não é a de antigamente, e o “sangue novo” trazido por Lopetegui veio tornar ainda mais óbvio aquilo que vaticinei num texto anterior: Quaresma está destinado a ser o suplente de luxo, um abre-latas para os últimos 15/20 minutos dos jogos mais complicados; titular em jogos onde os adversários jogam com linhas baixas e atacam pouco e uma possível escolha para confrontos onde a experiência pode ser fundamental (um derby num momento menos bom da equipa, por exemplo).

Quaresma tem de ser um jogador de equipa Fonte: Zerozero/ Catarina Morais
Quaresma tem de ser um jogador de equipa
Fonte: Zerozero/ Catarina Morais

Quaresma só tem de fazer o seu trabalhinho como tem feito e esperar que o treinador veja nele aquilo que o adepto. “Deixem de fazer filmes”, como o próprio diz. Já chega a comunicação social querer arranjar problemas onde eles não existem, não vale a pena que o adepto “ajude à festa”, por favor. Assim me despeço, na esperança de que amanhã, diante do Moreirense, possamos ouvir aplausos e não assobios.

P.S.: Parece-me que amanhã poderá ser um bom jogo para o “ciganito” ser titular, na sequência do que escrevi mais acima. Cabe ao treinador escolher 2 em 4 (Óliver, Brahimi, Quaresma ou Ricardo), e respeitarei a escolha do meu treinador, independentemente de quem jogue. Se já temos tanta coisa e tantos contra nós, não podemos permitir tiros nos próprios pés. Somos Porto!

Valverde está de volta!

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Cabec¦ºalho ciclismoEspectacular! É o adjectivo mais correcto para descrever o que aconteceu na 6ª etapa. Quando se junta tanto talento numa subida de 4.6 kms com pendente média de mais de 7% e com rampas que atingem os 13% está tudo reunido para ser uma etapa memorável. Já se sabia que esta Vuelta tinha um elenco fantástico e estavamos todos ansiosos para que aparecesse a primeira montanha para ver quem iria estar à altura. As expectivativas eram grandes, mas, felizmente, foram todas correspondidas. A chegada a La Zubia mostrou-nos que a Vuelta vai, de facto, ser a prova de três semanas mais disputada do ano. Contador, Froome, Quintana, Rodriguez e Valverde formaram um grupo de luxo, como há muito não se via. E que corrida fizeram eles! Atacando-se mutuamente e impondo ritmos avassaladores, transformaram o último quilómetro da etapa em algo delicioso, que não esqueceremos tão cedo.

Tudo começou com Valverde. Colocou-se na cabeça do pelotão para ajudar o seu companheiro de equipa Nairo Quintana, impondo um ritmo que destruiu as pernas de practicamente toda a concorrência. Um a um, todos iam cedendo. E não estamos a falar de uns ciclistas quaisquer, estamos a falar de Aru, Kelderman, Gesink, Tem Dam, Nieve, Chaves Rubio, Samuel Sánchez… Acabaram todos por ser eliminados pelo ritmo do “velhote” Valverde. Restou, portanto, o quinteto de luxo. Aqueles que à partida seriam os maiores favoritos para a conquista da roja. Estavam lá todos e ninguém desiludiu. Estava o mundo do ciclismo a elogiar o trabalho e a humildade de Valverde quando Purito Rodriguez atacou para a vitória na etapa. Então aconteceu o impensável. Estávamos todos prontos para ver o Valverde a deixar-se ficar – afinal de contas, ele só estava a trabalhar para o seu novo líder e o seu trabalho estava feito (e de que maneira!) -, mas foi precisamente Valverde o primeiro a responder e a ir na roda do seu compatriota da Katusha. Aí começou a loucura generalizada! Valverde não deixou Rodriguez fugir, Froome começou a chegar-se à frente, Contador não deixou Froome fugir e, quando demos conta, foi precisamente Nairo Quintana a ficar um pouco para trás numa etapa de pernas para o ar. E que bom é quando isso acontece! Quintana não esteve à altura do trabalho do seu companheiro e Valverde teve de improvisar. E que belo improviso! Valverde disparou para a vitória na etapa e tudo terminou com o espanhol a cruzar a meta de peito ao vento.

Depois de uma prestação notável, Alejandro Valverde é o novo líder da classificação geral  Fonte: businessinsider.com
Depois de uma prestação notável, Alejandro Valverde é o novo líder da classificação geral
Fonte: businessinsider.com

Quem viu a etapa não se esquecerá tão cedo, mas há uma pessoa que não deve ter gostado muito do que aconteceu. Aquele que à partida era o favorito nº1 na casa das apostas: Nairo Quintana. Não só viu os seus concorrentes directos a deixá-lo para trás como viu a dúvida em relação a quem é, afinal, o líder da Movistar voltar à discussão diária. Valverde tinha renovado o contrato por mais dois anos na véspera da etapa e, apesar de ter dito que Quintana era o líder e de ter mostrado humildade suficiente para trabalhar para ele, Valverde deixou que a estrada mostrasse quem está mais forte e conquistou a roja por direito próprio e com muito mérito. A bola agora está do lado de Quintana e ele deve querer mostrar, já na próxima oportunidade, que tudo não passou de um momento mau. Mas irá ele atacar o seu colega que veste agora a camisola da liderança? A verdade é que o colombiano ficou agora um pouco preso de movimentos. Mal posso esperar para ver o que irá acontecer nas próximas montanhas!

Quem sorri amplamente com isto tudo é o director desportivo da Movistar, que fica com dois líderes, e também todo o público no geral, que vê assim ainda mais fogo nesta fogueira que já tinha Froome, Contador e Rodriguez como incendiários de luxo. Pessoalmente, fico muito contante com esta disputa nova na Vuelta. Eu já tinha previsto que, depois daquilo que aconteceu no Tour, Valverde quereria redimir-se. Felizmente tinha razão. Valverde está de volta!

Inter de Milão: recuperar o estatuto

O Inter, tal como o rival AC Milan, anda há vários anos longe da luta pelo título na Serie A. Nas últimas temporadas os nerazurri têm apresentado plantéis bastante fracos – uma consequência do período de menor fulgor financeiro que atravessam – e os resultados não têm honrado a grandeza do clube. Contudo, as contratações para esta época aumentaram bastante o nível do elenco, sendo de esperar que a equipa milanesa consiga ficar nos lugares cimeiros (pedir o título é demasiado).

Depois do excelente trabalho no Nápoles, Walter Mazzari teve uma época de estreia bastante satisfatória. Para além do quinto lugar, que valeu o regresso às competições europeias, o técnico italiano, sempre fiel ao esquema de três centrais, conseguiu criar uma base forte, potenciando jovens como Juan, Kovacic ou Icardi. As expectativas para esta temporada são naturalmente mais elevadas. À equipa da época passada, que ainda tem bastante margem de progressão, juntaram-se alguns reforços sonantes, que chegaram a Milão para dar maior qualidade e profundidade a um plantel que precisava de ser melhorado.

A poucos dias do fecho do mercado de transferências, a principal lacuna do plantel do Inter é a posição de médio ofensivo. Com a saída dos argentinos Rubén Botta e Ricky Álvarez (de partida para o Sunderland) e do italo-argentino Schelotto os nerazurri não têm jogadores desequilibradores para actuar no último terço do terreno. De resto, a abordagem ao mercado foi excelente (para ser perfeita só falta Giovinco, que é uma aquisição mais complicada) e dá a Walter Mazzarri condições para realizar uma temporada positiva. Vidic, que passou por alguns problemas físicos nas últimas épocas, tem ainda muito para dar no futebol italiano e será o patrão da defesa; Gary Medel é uma opção de qualidade para actuar como central ou no meio campo (atitude não lhe falta); M’Vila, que até se mudar para a Rússia era um dos melhores médios defensivos do futebol europeu, é uma grande aquisição e pode “renascer” em Milão; Dodô, emprestado pela Roma, tem as características ideais para ocupar o flanco esquerdo; Pablo Osvaldo é uma incógnita, mas se tiver a cabeça no lugar não há dúvidas de que vai ser uma mais valia para a equipa.

Walter Mazzarri tem a responsabilidade de levar o Inter de volta ao topo  Fonte: football.fr
Walter Mazzarri tem a responsabilidade de levar o Inter de volta ao topo
Fonte: football.fr

O onze de Mazzarri está praticamente definido. Handanovic, guarda-redes de grande qualidade, tem o lugar assegurado na baliza; o trio de centrais é composto por Juan, que evoluiu bastante na época passada (tem apenas 23 anos), Ranocchia e Vidic, que dará maior experiência ao sector; as alas serão ocupadas por Jonathan e Dodô (um dos destaques neste início de temporada), dois laterais claramente mais fortes no plano ofensivo. No meio campo M’Vila será indiscutível, sendo provável que Kovacic (um grande talento, mas esperava-se que estivesse noutro patamar de afirmação) ganhe o lugar ao seu lado. Hernanes deverá jogar na segunda linha do meio campo, mais próximo da dupla argentina constituída por Palacio, peça-chave para Mazzarri, e o espectacular Mauro Icardi, que será a referência ofensiva da equipa. No banco há boas opções, como Nagatomo, Guarín (que ainda pode sair), Medel, Osvaldo ou Kuzmanovic. Em suma, o Inter tem, ao contrário de outras épocas, um óptimo treinador e um plantel bastante homogéneo, o que deixa antever uma temporada com resultados mais adequados ao estatuto do clube.

Rio Ave 1-0 Elfsborg: O melhor estava guardado para o fim

liga europa

28 de Agosto de 2014, um dia para a história, uma página dourada na história do Rio Ave, uma história para Pedro Martins, jogadores e adeptos contarem aos netos. Para o Rio Ave era dos jogos mais importantes, talvez o mais importante da sua história. Em jogo estava uma entrada para a fase de grupos da Liga Europa, estava um milhão e 300 euros, que ajudam no orçamento deste clube.
A desvantagem de 2-1 era perfeitamente possível de ser desfeita. Na Suécia, o Rio Ave tinha mostrado argumentos para lutar contra esta equipa do Elfsborg. Pedro Martins apostou tudo, e desde cedo o Rio Ave fez o que devia: atacar, procurar o tão desejado golo. O Elfsborg geriu a vantagem. Não se aventurou muito no ataque, tentando controlar a partida e aproveitar espaços que o Rio Ave dava. Esta foi sempre a imagem do jogo. Um Rio Ave que queria o golo frente a um Elfsborg que tentava controlar o adversário.
O nulo continuava ao intervalo. Faltava aquele último toque, aquele último passe para o tão desejado golo. A tendência manteve-se na segunda parte. Rio Ave mais perigoso, mas faltava sempre algo. O Elfsborg equilibrou a partida, subiu no terreno, mas pouco fez para alcançar o golo. A única situação mais perigosa foi uma bola ao poste aos 55 minutos. Era o Rio Ave que continuava a dominar. Pedro Martins arriscava tudo, mas o tempo ia passando e o golo não aparecia. O guarda-redes defendia, a bola ia para fora e o jogo caminhava para o fim. O sonho dos vila-condenses ia acabar ali, de forma inglória, a apenas um golo da qualificação.O futebol não é um desporto justo, mas por vezes premeia quem se esforça. Ao minuto 92, Cássio, para evitar o canto, agarrou na bola e atirou-a lá para a frente. O esférico bateu num jogador sueco, e Esmael aparece isolado frente ao guarda-redes, a derradeira oportunidade de continuar a fazer história, mas a bola bate mal no pé dele e o avançado falha o remate. Mas este é, provavelmente, o falhanço mais feliz da carreira de Esmael. A bola continuou a rolar, caminhando aos poucos para a baliza, caminhando para a glória e para um lugar na história. E o Estádio dos Arcos quase foi abaixo. Um estádio demasiado pequeno para a alegria que ali se viveu. Adeptos aos saltos, jogadores aos saltos, suecos no chão, incrédulos. O sonho estava concretizado. Agora já não escapava.

Era uma noite para a história. Um triunfo justíssimo. Em 180 minutos, só em 45 minutos o Elfsborg foi superior. Um grande jogo do Rio Ave, que lutou, acreditou e foi recompensado. Esta equipa pode não ter experiência na Europa, mas tem a entrega e a raça. Uma equipa bem treinada por Pedro Martins, que já tem identidade e será dos conjuntos a acompanhar esta temporada. Um prémio justo para o clube e direcção. Um clube organizado, que sabe o que quer e que não dá passos maiores do que as pernas. Quando se trabalha assim, a recompensa aparece, como aconteceu naquela noite.

Agora é aproveitar o momento e tentar fazer uma gracinha, pois o grupo assim o permite. Dinamo Kiev será o adversário mais forte, mas Steaua de Bucareste e Aalborg são equipas perfeitamente ao alcance do Rio Ave, se continuar com esta raça.

A figura

Esmael – Todos os elementos da equipa mereciam estar aqui, pelos guerreiros que foram, mas Esmael entrou para a história do clube ao apontar o golo decisivo.

O fora-de-jogo

Elfsborg – Jogaram sempre na expectativa, jogaram com o resultado e nunca arriscaram a procurar o golo que desse a tranquilidade necessária. A coisa correu mal. Além disso, nunca foram superiores ao Rio Ave nos dois jogos. Fizeram pouco para quem dizia que os vila-condenses eram a equipa mais fácil.

O futuro só existe na Champions

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O Sexto Violino

Chelsea, Schalke e Maribor. São estes os adversários do Sporting no ano do regresso à Liga dos Campeões. O sorteio não foi amigo, mas também não foi tão cruel como poderia ter sido. Ainda assim, passar aos oitavos-de-final será muito difícil: os ingleses são uma equipa de outro nível, com inúmeras soluções de qualidade para qualquer posição e, como se não bastasse, contam ainda com o pragmatismo de Mourinho do seu lado; os alemães, por seu turno, contam com o habitual poderio físico do futebol germânico, aprimorado pela presença de Höwedes e Draxler, dois craques recém-consagrados com o título de Campeão do Mundo, e ainda Huntelaar, um ponta-de-lança mortífero. O Maribor será a equipa que permitirá ao clube de Alvalade garantir, em princípio, o 3º lugar do grupo – pelo menos assim diz a teoria.

O Sporting não disputa um jogo para a Champions desde 2009. Cinco anos se passaram entretanto – período que, como sabemos, teve início numa malfadada eliminatória: após o 0-5 em Alvalade com o Bayern, a equipa conseguiu piorar o registo e saiu de Munique goleada por 7-1, com a Europa inteira a assistir àquele que foi o maior enxovalho da História do clube. Apesar de ainda hoje ser doloroso para um Sportinguista falar disto, é importante que não nos esqueçamos da nossa realidade de então, para que tal não se repita: em 2008/2009, o Sporting tinha uma equipa mediana, que não foi reforçada quando devia ter sido e que já se encontrava ultrapassada. O treinador era Paulo Bento, útil ao Sporting até um determinado período mas que não se soube reinventar nem percebeu que o seu período já tinha chegado ao fim. O clube era ainda presidido por Soares Franco, que daria lugar dentro de poucas semanas a José Eduardo Bettencourt (com os resultados que se sabem). Em resumo, o Sporting dava os primeiros sinais de crise e despedia-se dos maiores palcos da Europa antes de mergulhar no caos completo – que levou, entre outras coisas, à sua pior classificação de sempre no campeonato.

Hoje tudo isto já parece ser passado, e o clube dá sinais de tentar reerguer-se. Mas as consequências ainda se fazem sentir: o Sporting perdeu o comboio da Champions e, com isso, desperdiçou não só a hipótese de ter acesso aos milhões da maior competição de clubes da Europa como também deixou de poder atrair nomes de peso aos seus plantéis. Como se não bastasse, os Sportinguistas ainda tiveram de assistir de fora a clubes mais pequenos, como o Braga e o Paços de Ferreira, tentarem a sua sorte na Liga dos Campeões.

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Caso o Sporting tivesse falhado o apuramento para a Liga dos Campeões, muitos dos melhores jogadores do actual plantel não estariam no clube

É um ciclo vicioso: piores jogadores levam a piores classificações e, por seu turno, piores classificações são um entrave à contratação de atletas que façam a diferença. Foi esta a realidade leonina durante cinco longos anos. Futebolistas promissores como Nani, Miguel Veloso e João Moutinho foram saindo, bem como um velho abono de família chamado Liedson. Entraram alguns jogadores com menos qualidade, para além de erros de casting como Maniche, Pongolle ou Angulo. Veio Godinho Lopes, que gastou uma fortuna a contar com o retorno financeiro de um apuramento para a Champions que não chegou a acontecer, e o Sporting afundou. Agora, após uma época de reconstrução, o clube voltou à Liga Milionária. E bastou isso para atrair Nani ao clube, naquela que foi a transferência mais sonante do futebol português nos últimos anos. De igual modo, a disputa desta competição também permitiu, espera-se, a permanência de William Carvalho por mais um ano. Se não houvesse Champions em Alvalade, nem um nem outro estariam no Sporting.

É por tudo isto que o clube não pode estar tanto tempo arredado da prova-rainha da UEFA. Uma equipa da grandeza do Sporting tem de estar sempre presente nos grandes palcos – não só enquanto actor secundário de uma peça para a qual, por enquanto, ainda não tem “cabedal”, mas numa perspectiva de evolução, consolidação e superação ano após ano. Se, nesta temporada, uma grande parte da equipa disputará a Liga dos Campeões pela primeira vez, no próximo ano já nada disto será novidade. E ainda bem. O Sporting tem de se habituar às grandes competições, tanto pelo dinheiro como pelo prestígio. A época de 2014/2015 marcará, espera-se, o início da transformação do ciclo vicioso do passado num ciclo virtuoso futuro. E este, já se sabe, só existe se o clube marcar presença assídua na Champions.

Sorteio Liga dos Campeões: Sonho dos oitavos é real para o tridente luso

Benfica, FC Porto e Sporting podem perfeitamente sonhar com a presença nos oitavos de final da Liga dos Campeões. No sorteio realizado no Mónaco, o campeão nacional, SL Benfica, ficou incluído no grupo C, com Zenit, B. Leverkusen e AS Mónaco. Apesar da qualidade dos três adversários da equipa de Jorge Jesus, a formação encarnada tem todas as possibilidades de seguir em frente. Relativamente à equipa russa, destaque para os regressos de Garay, Neto, Witsel, Javi Garcia, Hulk, Danny e André Villas Boas ao Estádio da Luz; no Leverkusen, salienta-se a vitória, na primeira jornada da Bundesliga, no terreno do B. Dortmund, e para a presença de jogadores como Leno, Bender, Castro e Kiessling; quanto ao AS Mónaco, será o regresso de Leonardo Jardim, João Moutinho, Ricardo Carvalho e Radamel Falcao ao reduto encarnado.

O FC Porto pode ter, à partida, razões para sorrir após o sorteio da Liga dos Campeões. Os portistas ficaram no grupo H, com o Shakhtar de Douglas Costa, Alex Teixeira, Taison e Luiz Adriano, com o At. Bilbau – uma equipa fortíssima a jogar no seu novo estádio e que conta no seu plantel com jogadores como Iker Muniain -, e, ainda, com o BATE Borisov, que ultrapassou o Slovan Bratislava no play-off. Para o Sporting ficou reservado o adversário que se espera mais difícil do sorteio: o Chelsea. Deste modo, será o reencontro de José Mourinho com os leões, num plantel que conta com estrelas como Matic, Ramires, Óscar, Hazard, Fabregas e Diego Costa. O Schalke 04 é o adversário com quem o Sporting, teoricamente, lutará pelo segundo lugar do grupo. As principais figuras da equipa alemã são Howedes, Boateng,  Draxler, Farfán e Huntelaar. O Maribor é, em princípio, a equipa mais fraca do grupo, sendo esta a primeira presença da equipa eslovena na principal prova de clubes da UEFA.

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Os oito grupos da edição de 2014/2015 da Liga dos Campeões Europeus
Fonte: Facebook oficial UEFA Champions League

Quanto aos restantes grupos, temos no grupo A um confronto de gigantes, com Atlético de Madrid e Juventus a serem os principais favoritos, fazendo o Olympiacos ver a Liga Europa como o seu destino mais provável, e onde o Malmoe surge como a equipa menos cotada. No Grupo B, surge o campeão europeu Real Madrid, que tem no regressado Liverpool o seu principal adversário. Basileia e o estreante na prova Ludogorets não parecem ter argumentos para discutir o apuramento para os oitavos. No grupo D, o Arsenal e o B. Dortmund reencontram-se e são novamente os grandes favoritos a passarem esta fase. O Galatasaray e o Anderlecht terão, em teoria, na luta pelo terceiro lugar o grande objetivo.

O Grupo E tem tudo para ser considerado o “grupo da morte”. Bayern de Munique e Manchester City são os “tubarões” do grupo, mas é importante não descurar o experiente CSKA e a rejuvenescida AS Roma, que promete baralhar as contas do apuramento. No grupo F, o favorito FC Barcelona volta a encontrar o PSG de Cavani, Lavezzi, Thiago Silva e Ibrahimovic, bem como o ex-campeão europeu Ajax. Os cipriotas do APOEL surgem como a equipa teoricamente mais fraca do grupo.