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Neymar em “ser egoísta por vezes é bom”.

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Neymar foi a contratação mais sonante do Barcelona no último verão e fez crescer o entusiasmo à volta do clube catalão. Porquê!? Porque Neymar não é o típico jogador de equipa. É um jogador de desequilíbrios, de fintas, de perder a bola só porque sim. O estilo do Barcelona privilegia o controlo da redondinha; o jogo de equipa faz parte do ADN do clube e apenas esporadicamente “permite” ações individuais – essencialmente a Messi e Alexis Sánchez.

Com a entrada do internacional brasileiro, é natural que os adeptos do futebol esperem um Barcelona menos controlador e, por oposição, que favoreça as capacidades individuais dos jogadores mais técnicos presentes na equipa. Neymar faz parte desse lote. É um jogador soberbo (nos dois sentidos da palavra) e é um crime retirar-lhe a irreverência e a fantasia do seu futebol. Neymar tem de ter liberdade para errar porque, acreditem, vão ser tantas as vezes em que ele vai limpar quatro ou cinco adversários e marcar golo que todo esse espetáculo compensará uma ou outra perda de bola.

A verdade é que eu sou suspeito. O futebol do Barcelona não me fascina de todo, mas tenho obrigatoriamente de reconhecer a gigantesca qualidade e competitividade demonstradas nos últimos anos. Somente um “Special One Mourinho” e também um “super Bayern Munich” foram capazes de abanar os alicerces catalães.

No entanto, mesmo com o novo treinador, Tata Martino, o estilo de jogo manteve-se e Neymar teve necessariamente de se adaptar ao estilo do Barcelona. A lógica diz que é assim que deve ser… mas o talento de Neymar não é lógico.

Neymar felicita Messi / Fonte: www.imguol.com
Neymar felicita Messi / Fonte: www.imguol.com

Partindo para os números: Neymar fez até ao momento 19 jogos pelo Barcelona, distribuídos pela Liga Espanhola, Copa Del Rey e Liga dos Campeões. No total, o brasileiro tem cinco golos e nove assistências. Até aqui podemos verificar uma tendência para a “coletivização” de Neymar. Atenção: não considero más as estatísticas do avançado, principalmente para quem acabou de chegar ao futebol europeu; elas servem apenas como prova de que o talento puro do brasileiro tem sido ligeiramente repelido.

Por outro lado, é preciso compreender que ser colega de Messi, Xavi, Iniesta ou Busquets tem, apesar dos mais variados fatores positivos, um lado negativo; é certo que qualquer que avançado que tenha Iniesta como companheiro sabe que a probabilidade de fazer golos sobe a pique. Todavia, os jogadores do Barcelona que referi têm um prestígio colossal e fazem parte da geração de ouro do clube espanhol. Neymar tem obrigatoriamente de respeitar a hierarquia do Barcelona. Esse fator pode, evidentemente, intimidar a vontade natural das pernas do brasileiro.

Para além disso, Neymar já era uma super-estrela antes de emigrar para a Europa. Chegar a um clube que ganhou tudo o que havia para ganhar na última década e que tem grande parte dos últimos campeões europeus e do mundo é uma pressão muito grande para quem já tem de justificar o colossal investimento feito pelo Barcelona – 50 milhões de euros foram os números avançados.

Dribles: uma imagem de marca de Neymar / Fonte: www.gizabest,com
Dribles: uma imagem de marca de Neymar / Fonte: www.gizabest,com

Eu não acho que o Barcelona tenha de mudar integralmente o seu estilo de jogo, nem penso que isso fosse um benefício neste momento. Porém, o Barcelona já não é a mesma equipa imbatível, já não transmite a sensação de implacabilidade que perdurou ao longo de todos estes anos – vejam a derrota na terça-feira passada frente ao Ajax por 2-1, para a Liga dos Campeões.

Na minha ótica existem duas certezas: a primeira é a de que qualquer clube precisa de um jogador como Neymar e a segunda é a de que Neymar necessita de autonomia para exibir o seu futebol. Obviamente que o internacional brasileiro deve jogar em equipa e o coletivo é indispensável para ser bem-sucedido a todos os níveis. Cabe então ao Barcelona vislumbrar se o futuro passa por realizar uma reforma do “tiki-taka” ou se é hora de atenuar essa posse de bola quase obsessiva. Não sei até que ponto Neymar pode marcar o fim de uma geração e demarcar o início de outra.

A verdade é que o Barcelona vai ganhando e efectuando boas exibições. Falta saber até quando Neymar vai aguentar essa “detenção” do seu individualismo inerente e protagonizar uma “revolução” no seio do tão reservado balneário catalão.

El Comandante. O luxo que vamos desperdiçando.

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dosaliadosaodragao

Desafiarem-me a escrever sobre o meu clube seria, em qualquer altura, um prazer. Porém, neste momento, revela-se, em igual medida, angustiante.
Olho para este Porto versão 2013/2014 e vejo uma manta de retalhos. As questões amontoam-se; tantos são os equívocos, tamanhos são os erros que, seguramente, uma bela colectânea de artigos não chegaria para analisar e deslindar tudo o que (de mau) vai acontecendo no reino do Dragão.

Ainda assim, proponho-me a tal, começando por tratar de algo que me parece evidente: Lucho González. Ou, se quiserem, o luxo que vamos desperdiçando.
Paulo Fonseca, líder incontestável em Pinhal Novo ou na Vila das Alves, do alto do apuramento conseguido para o Play-Off da Liga milionária com os ‘castores’ de Paços, decidiu replicar no Dragão – com a promessa de revitalizar o tri-campeão amorfo e sonolento de Vítor Pereira – o 4-2-3-1 que tanto sucesso lhe tinha garantido. Mais do que discutir um sistema táctico – que, per si, de pouco vale, diga-se –, a questão passa por perceber o que deseja, afinal, o Mister do núcleo central da equipa, exactamente aquele que de uma forma mais directa se propôs alterar.

Lucho e Fernando, dois simbolos do actual FC Porto. Fonte: http://www.dn.pt/
Lucho e Fernando, dois símbolos do actual FC Porto.
Fonte: dn.pt

Com um trinco como Fernando, ‘o Polvo’, e dispondo de um jogador com a classe, experiência, inteligência e visão de jogo de Lucho González, o problema passaria por saber quem assumiria o papel de intermediário entre estes dois. Castro? Defour? Herrera? Josué? O primeiro foi, mais uma vez, emprestado, por forma a ganhar a experiência e a maturidade de que, ano após a ano, continua a carecer, dizem; por já não haver Moutinho, o belga e o mexicano, pela lógica, discutiriam o lugar, havendo ainda o nome de Josué para baralhar as contas.

Ora, estamos em finais de Novembro, a Champions esvai-se por entre os dedos e a liderança do Campeonato é trémula. Ainda que os problemas da equipa azul e branca não se possam – infelizmente! – reduzir a este ponto, parece-me que a questão-chave pode passar por aqui.
No meio-campo que Fonseca vem idealizando, Fernando é indiscutível, Herrera e Defour alternam entre si e Lucho vive como uma uma ilha, a 20/30 metros destes dois. Perto da baliza (e de Jackson), longe do jogo.
Confesso, no início a ideia pareceu-me plausível: em processo ofensivo, El Comandante tem uma capacidade de último passe acima da média, sabe jogar ao primeiro toque, conserva uma capacidade finalizadora respeitável, é inteligente e, recebendo jogo, poderia funcionar como placa giratória, permitindo as combinações e tabelinhas com os extremos e laterais (e mesmo médios) surgidos desde trás.

Paulo Fonseca - mudar será um sinal de inteligência. Fonte:http://www.reflexaoportista.pt/
Paulo Fonseca – mudar será um sinal de inteligência.
Fonte: uefa.com

Contudo, tal esquema versão ‘Porto Fonseca’ defronta-se com um duplo problema: atrás, com Defour ou Herrera, não há ninguém que tenha capacidade para pegar no jogo, para construir organizada e pausadamente, para entender os momentos em que se deve temporizar, acelerar ou arriscar um passe que queime linhas e desorganize o adversário (em vez de somente lateralizar ou procurar a linha de passe 100% segura) ou, pelo menos, que se disponha a transportar bola, galgando metros, levando-a até ao argentino e permitindo o desequilíbrio, assumindo-se como um verdadeiro box-to-box (um comparativo: Dortmund e Real vivem em duplo pivot e sentem-se confortáveis com isso – com outra dimensão, é certo, Xabi Alonso e Bender assumem o jogo organizado desde trás; Khedira e Gundogan têm capacidade para, em transporte, queimar linhas e fazer a bola chegar mais à frente). Por outra, o ex-Marselha vive demasiado longe do núcleo central do campo, desligado, muitas vezes a par de Jackson (no último jogo frente ao Nacional, foi notório, em alguns momentos, a convivência na mesma linha), recebendo frequentemente a bola de costas e sem apoios. Descontando, claro está, o tempo em que anda desaparecido do jogo por, precisamente, não a receber.

A par desta situação, o esquema de Fonseca obriga a que Lucho seja o primeiro homem a pressionar perante a perda de bola (pressão essa frequentemente deficiente, dada a distância entre as linhas do meio-campo, justamente), não protegendo fisicamente aquele que, em condições normais, seria o cérebro da equipa e que, convenhamos, conta já com quase 33 anos.

«Sempre admirei Lucho Gonzalez», Paulo Fonseca. Fonte: http://www.reflexaoportista.pt/
«Sempre admirei Lucho Gonzalez», Paulo Fonseca.
Fonte: reflexaoportista.pt

Perante este cenário, acredito que a solução para tornar o jogo do Porto mais fluído e escorreito, organizado e passível de criar mais problemas ao adversário, passa por recuar El Comandante para, junto de Fernando, dar forma ao duplo pivot de que (aparentemente) Fonseca não abdica. Com isto, Lucho passaria a estar ‘dentro’ do jogo, a encará-lo de frente, podendo, com a qualidade que Defour nunca terá e que Herrera ainda não tem, assumir as rédeas da equipa e fazê-la jogar.

Questão igualmente relevante seria a de, colateralmente, Quintero assumir o seu espaço nas costas de Jackson, vagabundeando por toda a frente atacante.
Acredito – e isto é realmente mera convicção pessoal – que, com posse de bola, os melhores momentos do Porto passar-se-iam em função de um meio-campo desenhado por Fernando (o guarda-costas); Lucho (a soltar-se do duplo pivot); Quintero (tendencialmente ao centro), com capacidade de explosão, drible curto e rápido, remate violento; e Josué (falso extremo à semelhança de James, vindo da direita em movimentos interiores), com inteligência de jogo e capacidade de passe, permitindo abrir espaços para Danilo fazer o que melhor sabe (surgir embalado desde trás) e com um extremo, do lado oposto, que ofereça largura e profundidade ao jogo da equipa

Talvez quando Fonseca perceber isto (e que não seja tarde de mais!), todos os males de que este Porto padece (mau planeamento do plantel, erros individuais em doses anormais, falta de punição para os reincidentes em erros, fraca organização defensiva, baixos índices de eficácia, substituições tardias, …) possam ser mais facilmente camufláveis e a crítica de que não se adaptou à realidade onde caiu seja, então, injusta. Até lá, porém, continuarei sem ser desmentido.

Mãe, preciso de um cardiologista!

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Terceiro Anel

Começo a ficar sem condições para assistir a partidas do Sport Lisboa e Benfica. Não há nada que mais prazer me dê na vida, mas caramba! O meu sistema cardio-respiratório já conheceu melhores dias, e eu queria ver se ainda aguentava mais uns aninhos. É que não há jogo em que o Benfica não passe por apuros, não há jogo em que o Benfica não esteja a perder, não há jogo em que o Benfica não cometa falhas ridículas, não há jogo em que alguns jogadores do Benfica não se encontrem sob um visível estado de dormência.

E isto porquê? Pois, também gostaria de saber, mas mesmo assim penso que posso enumerar alguns possíveis factores para tão grande drama. A equipa do Benfica, notoriamente, ainda não apresenta grandes níveis de confiança. Jogadores como Lima e Rodrigo (apesar do golo na partida de ontem) parecem quase anestesiados; Markovic parece jogar num mundo encantado, completamente à parte dos restantes companheiros; Siqueira e Rúben Amorim passam mais tempo na enfermaria do que nos relvados. E depois…bem, e depois temos os já sobejamente conhecidos problemas nas bolas paradas defensivas, onde cada cruzamento para a área do Benfica se transforma numa agonia, para total desespero da nossa massa adepta.

Festa do golo em Bruxelas Fonte: www.maisfutebol.iol.pt
Festa do golo em Bruxelas
Fonte: Maisfutebol

Agora estão no direito de me perguntar o porquê de eu estar com este discurso um pouco catastrofista, depois de o meu querido clube ter conquistado uma importante vitória. Pois bem, cá vai a resposta: eu sou um adepto exigente, porque apoio incansavelmente um dos maiores clubes deste planeta, e por isso mesmo não concebo que o Benfica, que foi cabeça-de-série à partida para a presente edição da Liga dos Campeões, esteja com tanta dificuldade em passar aos oitavos-de-final, num grupo onde compete com esses papões chamados Anderlecht e Olympiakos.

E depois, lá está o tal lado sádico do Sport Lisboa e Benfica, que parece gostar de sofrer até ao último segundo. Seja contra quem for, seja em que estádio for, o sofrimento estará presente. Começo a ficar sem voz, começo a ficar sem ar, começo a bloquear mentalmente, começo a suar, começo a sentir um fraquejar do coração, começo a ficar nervoso uma semana antes de cada desafio deste clube tremendo.

Portanto, como tenho apenas 24 anos e como ainda te quero ver a ganhar muita coisa, peço-te, meu lindo Benfica: ganha, pelo menos, um jogo nos próximos tempos, por uma margem dilatada! Dá-me a oportunidade de poder sorrir enquanto te vejo jogar, dá-me a oportunidade de me poder deliciar ao ver-te jogar, dá-me a oportunidade de não temer um jogo teu defronte do Macedo de Cavaleiros. Os outros é que têm de sofrer, nós somos o Sport Lisboa e Benfica!
Ah, e para terminar, obrigado, caro Rodrigo! Quando eu pensava que o Hospital de Santa Maria seria o meu destino final na noite de ontem, eis que me mudaste as minhas previsões! E ainda bem que mas mudaste, porque eu tinha uma apresentação oral para fazer hoje, numa aula do curso de Jornalismo, e porque eu detesto quando o Benfica não ganha…

Lobos mais experientes dão exemplo à nova geração

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cab Rugby

Após o primeiro particular frente às Flying Fijians, a Selecção Nacional de XV voltou a demonstrar que a aposta nos jogadores mais jovens, juntamente com os Lobos mais experientes, por parte do novo seleccionador Frederico Sousa tem sido certeira. No dia 15 de Novembro, os Lobos venceram a Selecção Brasileira por 68-0, marcando a história do rugby mundial, não só por ter sido o primeiro jogo entre estas duas equipas, mas também por terem alcançada a sua segunda maior vitória.

A equipa lusitana demonstrou uma atitude louvável de garra, mantendo o ritmo durante todo o jogo e conjugando a aposta nas novas gerações com a experiência e sabedoria dos Lobos com mais internacionalizações.

O atleta Vasco Uva foi homenageado por se ter tornado o jogador português com mais internacionalizações, ao disputar o seu 88º jogo internacional, tendo superado o jogador Joaquim Ferreira.

O primeiro ensaio surgiu logo no início da primeira parte e foi marcado por Gonçalo Uva, tendo sido convertido por Pedro Leal. Depois, foi tempo de António Duarte e Frederico Oliveira marcarem ensaio (convertidos por Pedro Leal) e de colocarem o resultado a 26-0 (com um ensaio de penalidade).

Na segunda parte, Gonçalo Foro demonstrou também a sua experiência na modalidade ao marcar dois ensaios. Rafael Simões, Vasco Uva e Julien Bardy marcaram o jogo com um ensaio de cada. Adérito Esteves fechou o resultado com uma jogada muito bem conseguida com Pedro Leal.

Pedro Leal marcou o jogo também com os seus 18 pontos, demonstrando que a sua experiência e sabedoria na modalidade se destacam, quer em Sevens, quer em XV.

No dia 23 de Novembro, foi tempo de defrontar o Canadá. No entanto, o último teste da janela internacional já não correu tão bem, tendo os Lobos perdido por 52-8.

Apesar da derrota, foi mais uma excelente oportunidade para o seleccionador colocar todos os 23 jogadores em campo, tendo o atleta Luís Portela, irmão do antigo internacional Miguel Portela, celebrado a sua primeira internacionalização.

Os pontos de Portugal foram conseguidos com uma penalidade por Pedro Leal e um ensaio por Pedro Bettencourt.

Depois de tanto debate em torno desta modalidade acerca da idade dos jogadores convocados para as Selecções – sendo que há quem defenda que investir em jogadores mais velhos é insistir em manter a equipa do Mundial de 2007 e não a renovar – é bom ver que o novo selecionador consegue conjugar da melhor forma a experiência que a nossa Selecção tem alcançado com a aposta em jogadores mais novos, mas que trazem também grandes resultados das Selecções dos escalões mais jovens.

A época de defeso do ténis mundial

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cab ténis

Não é só o futebol que passa por um período de defeso. O ténis também o tem, e é por épocas do natal. Terminada a temporada tanto no circuito masculino como no feminino, alguns dos tenistas e das tenistas de top começam a anunciar a sua mudança de treinadores.

Roger Federer é o exemplo máximo destas alterações. O tenista suíço, actual nº6 do ranking ATP, dispensou Paul Annacone como seu técnico principal. Federer tinha escolhido o treinador responsável pela parte final da carreira de Pete Sampras para o orientar nesta fase mais avançada da sua carreira; no entanto, Federer continuará a jogar pelos court’s mundiais sem a companhia do técnico norte-americano.
Enquanto treinador de Roger Federer, Annacone ajudou o tenista a conquistar duas competições de final de temporada (o ATP World Tour Finals), bem como um título de Wimbledon, para além de ter feito com que o suíço regressasse ao topo do ranking mundial.

Pode-se concluir que foi uma relação frutífera e na verdade Paul Annacone está a protagonizar este período de defeso, visto não ter tido um único dia de descanso. O ex-nº12 ATP já está a orientar Sloane Stephens, uma talentosa tenista norte-americana, actual nº…12 do ranking feminino, e que este ano atingiu as meias-finais do Austrália Open. Tal como com Federer, Annacone estará à experiência antes de avançar para uma parceria a título definitivo.

Outro dos destaques desta pré-temporada tenística prende-se com Caroline Wozniacki, ex-nº1 mundial, que atingiu a final do US Open em 2009; deixou de ser orientada pelo seu pai, Piotr Wozniacki (numa relação parecida à de Michelle Brito com o seu pai), passando a ser agora treinada por Thomas Hogstedt, ex-tenista sueco e ex-treinador de Maria Sharapova, que viu a relação ser terminada após a derrota da russa frente a Michelle Larcher de Brito, na 2ªronda do grand slam de Wimbledon este ano. Curiosamente este encontro foi eleito pelo WTA (Associação Feminina de Ténis) como uma das maiores surpresas do ano.

João Sousa e o seu treinador, Frederico Marques Fonte: Wikipedia
João Sousa e o seu treinador, Frederico Marques
Fonte: Wikipedia

Nesta época de defeso atarefada, só os portugueses parecem passar ao lado de todas estas mudanças. João Sousa continuará ligado a Frederico Marques, que o acompanhou neste ano fantástico, enquanto Gastão Elias deverá manter a sua ligação de longo termo com Jaime Oncins. Rui Machado continuará também, ao que tudo indica, a contar com a colaboração de André Lopes (agora em acumulação com o cargo de seleccionador nacional da Fed Cup), enquanto Frederico Gil continuará concentrado na sua recuperação. A “jovem estrela” Frederico Silva manterá os laços que o ligam a Pedro Felner, isto depois de ter conquistado o Nacional de Equipas pelas Caldas da Rainha, tendo no entanto rescindido com a sua agência de gestão de imagem, a IMG.

Por outro lado, António Van Grichen, um dos treinadores portugueses com mais sucesso pelo mundo, continua ligado à Federação Australiana de Ténis, onde colabora com a equipa técnica da Fed Cup, para além de colaborar pontualmente com outras tenistas do circuito mundial.

O nó do cachecol

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Núcleo Semanal
A primeira coisa que se aprende, em miúdo, quando se vai ver um jogo de futebol, é a fazer o nó do cachecol. Lembro-me perfeitamente do meu primeiro nó: feito na sala do meu antigo apartamento, em Sintra, corria o ano de 1998. Sendo um jogo à noite, estava frio na rua, pelo que o meu pai optou por me fazer um dos nós clássicos: o nó apertado.

Este é aquele nó que se usa quando está frio. Uma volta por fora, a ponta passa por dentro e depois é só apertar bem junto à garganta. Tipicamente usado por crianças e por adeptos que querem proteger a sua voz. Se calhar poucos pensam nisto, mas existem vários tipos de nós no cachecol: o nó ultra, feito com as duas pontas do cachecol, bem apertado para não se desfazer enquanto se salta; o nó vip, apertado apenas de um lado para cair comprido pelo corpo; o da bancada central, colocado por cima dos ombros, sem nó; e aquele nó que não é realmente um nó, mas que atabalhoadamente garante que o seu cachecol não cai do pescoço.

Há cerca de um ano distinguiam-se em Alvalade vários tipos de nós. Todos o sabíamos. Não porque passássemos o tempo a avaliar o nó de cada um, mas porque todos eles se manifestavam da sua forma. O nó ultra não juntava as pontas; o nó vip guerreava sobre para que lado deveria pender; o da bancada central teimava em não se fazer nó; e aquele que não sabia bem o que era, assim continuava, indefinido e sem contribuir para os nós.

Hoje tudo está diferente. Tenho visto claros sinais de que, no Sporting, a união tem feito a força, mas quanto mais penso nisso, mais acho que esse pensamento está errado. No Sporting, a força é que fez a união. Bruno de Carvalho chegou à Presidência e teve a coragem (e a força) para juntar as pontas dos ultras, calar os vips, agregar os velhos do restelo das bancadas centrais e dissipar as dúvidas dos indefinidos, levando-os a contribuir.

E esta união, feita pela força, e que acaba por fazer a sua força, está a dar resultados. Afinal todos os nós, por mais diferentes que sejam, fazem parte de um cachecol verde-e-branco. Bruno de Carvalho mostrou isso. Portanto é hora de cada um colocar o cachecol ao pescoço, fazer o seu próprio nó e marchar para Alvalade. O meu é de ultra e lá estará no domingo, ao lado de todos os outros nós. Tão diferentes, mas tão Sportinguistas.

Enzo, o motor encarnado

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nascidonafarmaciafranco

Enzo Pérez enganou-nos. A todos. Como aconteceu com Cardozo este ano, também o médio argentino endereçou as suas desculpas ao clube da Luz, instituição e massa associativa, através da Benfica TV no início de 2012. Uma lesão no joelho direito, problemas pessoais, um processo disciplinar e “maus conselhos”, como lhes chamou Enzo em entrevista ao canal da Luz, ditaram um primeiro ano infeliz do argentino em Lisboa. Apareceu numa altura em que Salvio regressava a Madrid e em que se procurava preencher um espaço que Ramires havia deixado quando rumou a Londres. Perdi a crença na promessa talentosa que o médio constituía aquando da sua chegada, que custou 5,5 milhões ao Benfica em 2011, e fiquei até indignado com a situação. Hoje, Salvio está de volta (e que falta faz, desde que se lesionou no início de Setembro, frente ao Sporting), o meio-campo está de novo bem entregue, e eu estou completamente rendido e não quero imaginar Enzo Pérez sem a águia ao peito.

Se é inegável que uma dupla como Enzo e Matic oferece a qualquer defesa confiança e segurança no meio-campo, quer a nível de organização de jogo, quer a nível de posicionamento e eficácia defensivos, dificilmente se discordará de que o “motor” Benfica se encontra também no “miolo”. Um motor Enzo que não é Ferrari, mas sim Pérez, um jogador versátil e completo. Tecnicamente avançado, o médio encarnado tem uma visão de jogo e sentido de organização táctica acima da média. Isto para não referir a componente anímica, que segura o argentino ao jogo de forma voraz e com vontade de desempenhar o seu papel com futebol do mais alto nível. Quando digo que Enzo é tacticamente acima da média não exagero: o argentino prevê o jogo com muita antecedência e em muitos movimentos não é acompanhado no seu génio. Elemento indispensável no actual modelo de jogo do Benfica, o número 35 promove a circulação de bola, imprime velocidade ao jogo – sendo fulcral na transição para o último terço do campo – e preenche os espaços vazios com astúcia, tendo sempre em vista a mobilidade da equipa.

Numa altura em que os sistemas do futebol europeu estão já tão avançados, é cada vez mais difícil existir um futebol feito de individualidades. É claro que os craques existem e continuarão a existir, mas têm nestes dias o espaço mais condicionado pela crescente cultura táctica que faz do futebol europeu o mais estratégico e mais explorado a todos os níveis. Neste contexto, é delicioso ver jogadores como Enzo Pérez, Iniesta, Gerrard e tantos outros, verdadeiros sábios do futebol, autênticos estrategas, com a bola nos pés.

Enzo Pérez dedica golo ao lesionado Salvio / Fonte: abola.pt
Enzo Pérez dedica golo ao lesionado Salvio
Fonte: A Bola

Por fim mas não menos importante, Enzo Pérez tem no seu perfil algo por que é conhecido e que me diz muito: a raça. Lutador, empenhado e decidido, o argentino não nega que nasceu para o futebol. A forma como vive o jogo caracteriza-o e quem o viu inconsolável na final da Liga Europa frente ao Chelsea na época passada não pode ter dúvidas de que com Enzo as cores do Benfica são e serão sempre bem defendidas. Com um extra: o bom futebol.

Fique orgulhoso, Paulo Fonseca! Afinal, já entrou para a história.

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opinioesnaomarcamgolos

Que maravilha! Nós aqui a pensarmos que a equipa ia ficar qualificada para os oitavos da Liga dos Campeões e eis que chega o treinador e nos garante a Liga Europa. Que orgulho! Que boa surpresa!

Este é o pior registo de sempre na Champions, em casa. Apenas isso. Depois de um jogo contra o Nacional da Madeira, onde a nossa posse de bola foi esmagadoramente superior mas que em nada adiantou, o senhor Fonseca volta a fazer das suas. O jogo de sábado era um daqueles em que devíamos estar a ganhar por 2-0 no final da primeira parte, meter o Quintero e o Ricardo na segunda (apenas para jogar! Ouvi dizer que dá jeito fazer isso com os jogadores…), e acabar com uma vitória por 4-0. Mas não. Deixámos o Varela em campo, cheio de maus remates e fraquíssimas intervenções, vimos, mais uma vez, que o Fernando até ajuda no ataque quando não há qualquer perigo no meio-campo, e tivemos pena que o Alex Sandro estivesse meio apagado. Importante lembrar que este último craque é o único defesa esquerdo que temos. Paulo Fonseca demora demasiado tempo a mexer na equipa… Uma característica que lembra o Co Adriaanse, quando o Porto estava a precisar de arrebitar, de correr, de marcar, mas o mister holandês ficava a olhar, impávido e sereno, como se estivesse a treinar o pequenino Paços de Ferreira, digo, AZ Alkmaar.

Alex Sandro e Daniel Royer no jogo do Dragão. Fonte:http://www.uefa.com/
Alex Sandro e Daniel Royer no jogo do Dragão.
Fonte:http://www.uefa.com/

E se no sábado já tinha corrido tudo mal, então na passada terça-feira foi um pesadelo. A primeira parte foi ver jogar, tanto treinador como jogadores. A facilidade com que o Áustria de Viena, na nossa casa, sem ter marcado qualquer golo na “Europa”, chegou e trocou a bola foi, no mínimo, uma prendinha de natal do Papá Paulinho. E, no futebol, quando o assunto é prendas ninguém faz cerimónias e raramente acaba em outra coisa que não golos. O Porto lá ia atacando, com cruzamentos a torto e a direito para a área que de nada serviam, com Jackson em fase má e defesas adversários de estatura superior à habitual. Maicon e Mangala são, na minha opinião, a dupla certa na defesa, e, se calhar, já é tempo de se contratar um segundo defesa esquerdo, quanto mais não seja para deixar o Alex fazer o papel de extremo. O homem defende e ataca muitíssimo bem, e um extremo assim faz falta ao Porto. O Ghilas não joga, logo, não pode ser opção. Culpa de quem? Pois… A primeira parte ficou marcada pelas trocas do Viena, pelo seu golo, e pela falta de ideias com que os dragões foram jogando. Porque é mesmo isso: foram jogando! Confiando sempre em demasia no Jackson e nas investidas do Alex Sandro (eu farto-me de falar neste homem).

A segunda parte melhorou mas facilmente se percebeu quem impulsionou ainda mais a equipa, já depois do empate: Ricardo e, principalmente, Quintero. Este último, finalmente, a uma hora decente, e não a 15 ou 10 minutos do fim de jogo. E ficou mais uma vez provado que, quando a equipa titular não mostra vontade, é preciso recorrer à ambição, necessidade e, quiçá, arrogância da juventude. Lembram-se do Quaresma no Porto? E do Anderson? E do Ronaldo, quando ainda estava no Sporting? Porque a experiência e a segurança até podem fazer defesas, mas são a ambição e a vontade que marcam golos. E ontem vimos muito de um e quase nada de outro.

Com o nosso pior registo caseiro de sempre na Champions e um campeonato que parece feito de escorregões e cascas de banana, acho que se pode dizer que Paulo Fonseca não tem bem noção daquilo que é o Porto, das suas necessidades e ambições. Não estamos numa fase terrível, apenas estamos mal, mas se é para ficarmos assim mais vale mandar vir uma encomenda das Arábias com o nome Vítor Pereira.

Porto de Gala (e não só)

cab hoquei

Um Porto ao mais alto nível, um Benfica que soube sofrer, um regresso feliz do Valongo e as confirmações do apuramento na Taça CERS. Assim foi mais uma jornada europeia.

Hélder Nunes teve um lance de magia no jogo http://imgs.sapo.pt/images/DESPORTO/hp2/hoquei/helder_nunes_fc_porto_hoquei_golo_533.jpg
Hélder Nunes teve um lance de magia no jogo
Fonte: Sapo

Comecemos pelo Porto e pela sua grande exibição. Frente ao Barcelona, para muitos a melhor equipa do mundo, o Porto mostrou porque é um dos principais favoritos à conquista da prova. Com uma entrada à campeão, Caio deu o mote para uma grande tarde dos azuis e brancos, ao marcar três golos nos primeiros 10 minutos. Na segunda parte, houve um toque de magia por parte do jovem Hélder Nunes. De penalty, atirou propositadamente para o lado, deixando o guarda-redes catalão desposicionado, e na recarga fez o 4-1. O Barcelona apertou, conseguiu ter dois lances directos mas só aproveitou um. Tó Neves mandou os seus jogadores apostarem na circulação de bola, no controlo do jogo face à pressão catalã, mas foram os campeões nacionais a marcar mais duas vezes. Hélder Nunes bisou e Pedro Moreira sentenciou a partida com o 6-2 final. Outro grande destaque foi o guarda-redes Edo Bosch, que fez um bom par de defesas que seguraram a vantagem portista. Apesar de a vitória não ser surpresa, os números da vitória são. Para se ter uma ideia, esta foi a derrota mais pesada que o Barcelona sofreu neste século. A última tinha sido em 1998, frente ao Igualada, por 8-1. Foi uma grande tarde para o Porto, que deu um grande passo na qualificação para a próxima fase.

Em França, o campeão europeu teve de saber sofrer. Os Benfica esteve a vencer por 5-2, com golos de João Rodrigues, Carlos López, Marc Coy (por duas vezes) e de Diogo Rafael, mas permitiu que o Quévert conseguisse reduzir para 5-4, nuns últimos minutos de grande luta, com Trabal a conseguir defender um livre directo dos franceses e com João Rodrigues a atirar ao poste . Ainda assim, o Benfica conseguiu vencer e segue na liderança com 6 pontos, os mesmos do Vendrell.

O Valongo tem tido sucesso no seu regresso à prova http://www.advalongo.pt/images/stories/seniores/ppereira/entPP03.jpg
O Valongo tem tido sucesso no seu regresso à prova
Fonte: advalongo.pt/

O Valongo continua vitorioso no seu regresso à Liga Europeia. Desta vez, a vitima foi Amatori. Com uma goleada por 4-1 em Itália, graças aos bis de João Souto e Hugo Azevedo, o conjunto de Paulo Pereira é líder isolado do seu grupo, tendo atrás o Liceo da Corunha, o próximo adversário, com 4 pontos. Prevê-se um grande jogo na próxima jornada, na qual o Valongo poderá dar um passo importante no que toca ao apuramento.

A única equipa portuguesa que perdeu foi a Oliveirense. Em casa, o conjunto de Oliveira de Azeméis não conseguiu derrotar o Réus, perdendo por 5-3, um resultado que demonstra a frieza e sorte que os espanhóis tiveram no seu jogo. A Oliveirense, puxada pelo seu fervoroso público, conseguiu reduzir de 4-1 para 4-3, mas nos instantes finais o Réus conseguiu matar o jogo. Um resultado que não apaga a boa imagem da Oliveirense na partida (como já tinha deixado naquela em que defrontou o Valdagno) mas que complica o apuramento. É importante uma vitória frente ao Iserlohn na próxima jornada.

Na Taça CERS, tivemos a confirmação da qualificação de HC Braga, Turquel e Óquei de Barcelos. O Braga, depois da goleada fora por 11-3, goleou os austríacos do Dornbirn por 4-1. O Turquel foi à Alemanha vencer o Darmstadt por 6-2, após o 15-1 em casa, e o Óquei de Barcelos goleou o Uri da Suiça por 10-1, depois dos 7-1 fora. O Candelária foi eliminado. Conseguiu vencer o Hockey Breganze por 5-4 mas foi insuficiente para apurar os açorianos, que tinham perdido por 6-2 em Itália.

Tivemos mais uma jornada bastante positiva para os portugueses, que demonstraram o seu valor na Europa.

Solidão

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brasileirao

“Estrela que brilhas no céu. Primeira estrela que vejo. Realiza, por favor, este meu ardente desejo.”

É deste modo que a estrela solitária vai parar ao peito de cada botafoguense. Botafogo de Futebol e Regatas. Um dos maiores clubes do Brasil. Considerado, pela FIFA, dos dez melhores do século XX. Ele está aí, para quem o quiser apanhar. E basta olhar para as alturas do Olimpo.

Nascido no honroso e bonito bairro de Botafogo, este clube é homónimo do local que o viu nascer. Para quem não sabe, a estrela solitária – emblema do team carioca – é a associação desportiva do mundo que possui mais jogadores campeões do universo. O glorioso (cognome igual ao do Benfica) teve grandes momentos. O primeiro deles foi a cedência de Garrincha, Nilton Santos, Didi e Zaggallo à seleção brasileira, que viria a ser campeã do mundial pela primeira vez na Suécia, em 1958. No Chile, o Fogão também detinha a base da equipe que acabaria por ser bicampeã, quatro anos volvidos.

Os alvinegros eram a equipe mais badalada do Brasil, a par do Santos. De um lado estava Pelé. Do outro Garrincha. E ambos faziam a maravilha dos torcedores de todo o mundo. Há quem diga que Mané foi o melhor jogador brasileiro de todos os tempos. Talvez as suas perninhas tortas, que permitiam o gostoso gingar dos pés, tivessem voto na matéria. O certo é que a equipa do Rio de Janeiro até investiu mais numa tournée pela Europa, desistindo do sonho da Libertadores. O êxito foi coroado em 1968, quando o Fogo foi campeão da Taça Brasil. À data, disputava-se também o Torneio Roberto Gomes Pedrosa. A CBF, posteriormente, unificou os títulos como campeão do país.

Garrincha, sempre desconcertante, num Maracanã lotado / Fonte: www.testosteronasports.blog.br
Garrincha, sempre desconcertante, num Maracanã lotado / Fonte: www.testosteronasports.blog.br

Depois de Mané… bom, depois de Mané Garrincha e companhia, a estrela solitária ficou mais triste. Foram alguns anos de jejum. Parecia que estava a perder a cor. Mas logo voltou a resplendecer. Depois disso, há uma conquista da Taça Conmebol, em 1993. É verdade que os botafoguenses já estavam à espera de um título depois do primeiro. E ele apareceu em 1995. Pela mão de Paulo Autuori, o Botafogo exorcizou os fantasmas e conseguiu o seu bicampeonato da história. Bateu o Santos, numa final jogada a dois turnos.

Há quem diga que ser do Botafogo é ser calmo. Afinal, o cachorro – animal mascote do clube – é um bicho dócil e afável. Mas em dia de jogo, eles lá estão. A cantar por uma estrela que brilha no céu. Em General Severiano, há sempre um sorriso nos lábios à espera da glória que, enfim, um dia chegará. Para guiar o caminho até ao infinito. Futuro de sonho. Quimera.