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A volta ao mundo

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cab basquetebol nacional

Desengane-se aquele que pensar que estaremos aqui para falar de ciclismo. É um desporto espetacular e antiquíssimo, mas não é sobre ele. Também não será sobre a obra de Júlio Verne: A volta ao mundo em 80 dias. Há, até, uma aventura dos dois irascíveis Asterix e Obelix em que estes dão uma volta à Gália. E não é de bicicleta: é a pé e enfrentando a turba dos romanos doidos, que sempre se interpõe no seu caminho. Quem diria, afinal a volta a França não é de agora, mas de 50 A.C.! Leiam estas duas obras. Valem a pena.

O que vale a pena degustar, também, é o fim-de-semana do basquetebol falado em português. Isto é, se quisermos utilizar uma figura de estilo e o personificarmos. Andemos pelo universo. Sem medos. Sem rodeios. E de mãos dadas.

Aqui no Burgo (sim, aqui na Lusitânia), o final da semana para os seniores masculinos correu mais ou menos dentro do esperado. O Benfica lá venceu outra vez. E agora até com um resultado mais robusto – no que aos pontos concretizados diz respeito – do que no jogo anterior. Ganhou ao Lusitânia, que havia vencido o primeiro jogo, por 109 – 75. Vitória de Guimarães e Barcelos seguem colados aos encarnados na frente da classificação. O Vitória minhoto parece, de facto, ser o conjunto que mais dá garantias de poder lutar contra o Benfica até final. A Ovarense perdeu com uma congénere da sua consonância de “ense”; desta feita contra a squadra da Oliveirense. O Galitos, depois de atropelado na primeira ronda, venceu o Algés na margem norte.

Mas nem tudo vai mal no Algés.

É que o time feminino do clube da linha conquistou a vigésima nona Supertaça na categoria, vencendo o CAB madeirense por 68 – 62. Este último tanto foi derrotado aqui, nas senhoras, como nos senhores. Desta feita, pelo Sampaense. O dia em que Deus descansou não correu mesmo nada bem para os insulares.

As atletas vencedoras da Supertaça pelo Algés www.desportonalinha.com
As atletas vencedoras da Supertaça pelo Algés
Fonte: desportonalinha.com

Em África, os nossos irmãos Angolanos (triste o apedrejamento da Embaixada de Angola em Lisboa, ainda por apurar) e Moçambicanos enfrentaram-se. Na pele do Ferroviário da Beira, de Maputo, e do Petro, de Luanda. O jogo teve lugar na Zâmbia e sorriu para os ferroviários, que venceram os luandenses por 76 – 74. A partida contava para o apuramento do terceiro lugar da zona VI da Taça dos Clubes Campeões Africanos. O Libolo e o 1º de Agosto já estão apurados neste grupo. O repescado deve ser a equipa da capital moçambicana, virada para o Índico. A fase final da competição ocorrerá em Marrocos, ainda sem data prevista.

Mais a Oeste, do outro lado do Oceano Atlântico, no maior país de língua portuguesa, as coisas não vão bem. Há uma sobreposição no calendário entre os campeonatos Paulista, Sul-Americano e Campeonato Brasileiro. À boa maneira portuguesa e latina, a Confederação Brasileira de Basquetebol não sabe o que fazer. Há equipas que terão muito poucos dias de descanso entre embates. Aguardemos pelos próximos dias por mais novidades relativas a esta questão.

Não foi uma viagem longa, nem tampouco aventureira ou perigosa. Não andamos de balão ou enfrentamos múltiplos perigos. É melhor chamar o Panoramix para resolver o problema.

Henrique Calisto e Paulo Alves regressam ao principal escalão do futebol português

futebol nacional cabeçalho

As famosas chicotadas psicológicas voltaram a entrar em cena na Liga Zon Sagre: Paços de Ferreira e Olhanense despediram os seus treinadores, Costinha e Abel Xavier, respetivamente. Os técnicos não se deram bem com o início de época e receberam ‘’guia de marcha’’ para saírem dos seus clubes.

Comecemos pelos números:

Costinha – 8 jogos – 4 pontos / Abel Xavier – 8 jogos – 8 pontos

As situações são bem distintas para estes dois treinadores, ainda muito inexperientes nestas lides. Costinha, no seu segundo ano como técnico principal, continuou a mostrar a sua inabilidade como treinador; foi aposta forte do Paços para esta época, após ter sido despromovido à Segunda Liga, na época transata, ao comando do Beira-Mar. Após muitas polémicas e trocas de palavras com jornalistas, a gota de água foi a derrota caseira por 1-3 diante do Vitória de Guimarães.

Para o seu lugar vem Henrique Calisto, com 60 anos, apenas menos três do que o Paços de Ferreira. Calisto tem no seu currículo de treinador, que já conta com 33 anos, passagens pelo Boavista, Salgueiros, Braga, Varzim, Académica, Leixões, Penafiel, Chaves, Rio Ave, Paços de Ferreira, Long An (Vietname), Seleção do Vietname, Muang Thong (Tailândia) e Recreativo de Libolo (Angola).

Em mais de três décadas, o novo treinador do Paços conquistou duas vezes a Segunda Liga portuguesa, uma pelo Rio Ave e outra pelo, imagine-se, Paços de Ferreira. No estrangeiro conseguiu conquistar também duas Ligas Vietnamitas ao serviço do Long Na e na Seleção do Vietname venceu a ASEAN Football Championship.

Só para que se note a diferença entre o atual e o ex técnico do Paços, veja-se: Costinha tinha apenas cinco anos de idade e já Calisto era treinador na 1ª Liga pelo Boavista.

A aposta do presidente Carlos Barbosa vai para a experiência de Henrique Calisto. O atual treinador é visto com alguém que pode motivar os atletas e fazer um campeonato tranquilo com o objetivo a passar, claramente, apenas pela manutenção.

Para os lados do Algarve, não correu bem a estreia de Abel Xavier como treinador principal. A estadia foi curta e apesar de ter ganho o último jogo no comando do Olhanense, o seu despedimento já estava acertado e saiu por mútuo acordo, deixando a equipa a meio da tabela.

Para o seu lugar, o presidente Isidoro Sousa escolheu Paulo Alves, um técnico com oito anos de experiência e alguma rodagem de Primeira Liga. O treinador já venceu por uma vez a Segunda Liga ao serviço do Gil Vicente.

Um dos pontos fulcrais para esta contratação é o facto de Paulo Alves conhecer bem a realidade do futebol português e ter experiência com equipas que ocupam sempre lugares de meio da tabela do principal escalão do futebol em Portugal. Paulo Alves sabe melhor do que Abel Xavier onde tem de ir buscar pontos e conhece algumas fraquezas de alguns clubes, o que o irá certamente ajudar a garantir a manutenção tão desejada do Olhanense.

As estreias

Nas estreias, esta época, nos seus novos clubes, Henrique Calisto empatou na deslocação ao reduto do Arouca. Uma estreia não muito feliz porque, apesar de empatar fora, perdeu a oportunidade de vencer um adversário direto e ficar mais perto dos lugares de permanência. Mesmo a jogar os últimos dez minutos com um elemento a mais, a equipa do Paços mostrou-se inoperante para levar os três pontos de Arouca.

Quanto a mexidas na equipa, Calisto tirou Arnolin e Sérgio Oliveira, colocando Ricardo e Filipe Anunciação e efetuando assim uma mexida na defesa e uma no miolo, tendo em comparação o último onze apresentado por Costinha para o campeonato.

No lado de Paulo Alves, o resultado também foi um empate na deslocação à Madeira para defrontar o Nacional. O resultado acaba por ser muito positivo, visto que os madeirenses se encontravam num bom lugar na tabela e vinham de três vitórias consecutivas, se excluirmos a derrota com o Sport Lisboa e Benfica. Contudo, o jogo fica marcado pelo facto de que o Olhanense jogou desde os 28 minutos da primeira parte com um elemento a mais e não conseguiu marcar.

Paulo Alves efetuou quatro mexidas na equipa, em comparação com o último onze utilizado por Abel Xavier. Na defesa saiu Luís Filipe e entrou Coubronne, no meio campo saíram Rui Duarte e Bigazzi, dando lugar a Celestino e João Ribeiro. Na frente de ataque, Dionisi substituiu Mehmeti.

Próximos encontros

Os próximos desafios de ambos os treinadores são para a Taça de Portugal. O Paços de Ferreira vai a Tondela defrontar os locais. A equipa milita na Liga Cabovisão e ocupa o 8º posto, a apenas três pontos dos lugares que podem dar acesso à subida de divisão. É um bom teste às capacidades de Calisto (apesar de não ter nada a provar a ninguém), que ainda tem duas semanas para trabalhar a equipa, porque o campeonato vai parar e o encontro dos pacenses para a Taça está marcado para o dia 17 de Novembro.

Vida mais complicada é a de Paulo Alves: o Olhanense recebe no próximo dia 10 de Novembro o Sporting de Braga. Os bracarenses vêm de uma série negra de maus resultados e podem ver na Taça uma hipótese de se redimirem e voltarem aos bons resultados. Trabalho muito difícil para Paulo Alves, que tem de motivar atletas de 13 nacionalidades diferentes.

Depois de Setúbal e Belenenses terem trocado de treinador, os setubalenses pelo despedimento de José Mota e os lisboetas pela doença de Van der Gaag, seguiram-se os referidos no artigo, Olhanense e Paços de Ferreira.

Contudo, nas próximas semanas pode haver mais mexidas. Faço aqui um quadro, com a minha opinião, acerca dos níveis de pressão que estão a ser exercidos sobre os técnicos para que obtenham bons resultados rapidamente. Ficarão de fora os ‘’grandes’’ e os clubes que já trocaram de treinador esta época.

Clube

Nível de pressão

Gil Vicente

Pressão inexistente

Estoril-Praia

Pressão inexistente

Nacional da Madeira

Pressão inexistente

Vitória de Guimarães

Pressão inexistente

Rio Ave

Pressão inexistente

Sporting de Braga

Pressão extremamente elevada

Arouca

Alguma pressão

Académica de Coimbra

Pressão extremamente elevada

Marítimo

Pressão extremamente elevada

O lado certo da bancada

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Núcleo Semanal

Apesar de ser filho de um Sportinguista, em miúdo tive várias influências benfiquistas. O meu pai sempre disse que não me ia obrigar a ser do Sporting, pelo que os seus amigos do Benfica aproveitavam para me fazer a cabeça. Um deles chegou a oferecer-me uma camisola oficial dos encarnados. Hoje penso… e se a tivesse aceitado e ficado adepto do Benfica?

Muitos negam, mas a mim parece-me óbvio: Sportinguistas e Benfiquistas, no que concerne ao desporto, têm culturas totalmente distintas, o que até considero ser bastante normal – afinal, são clubes que nasceram em berços diferentes, com objetivos diferentes. A própria forma como assumiram o ano da sua fundação foi diferente. E se eu me identifico tanto com o meu clube e tão pouco com o rival, como poderia estar do outro lado?

Não sei se teria crescido com uma arrogância desmedida, a cantar de galo antes das vitórias acontecerem e a fechar os olhos a tudo o que me beneficiava. Não vale a pena supor com base nas características da maioria, até porque certamente me virão desmentir e dizer que os benfiquistas não são assim (o que é uma outra característica sua, a falta de autocrítica).

Mas é-me fácil perceber que me faltaria muito na vida. Faltar-me-ia a forma transparente de viver o desporto. O fair-play de admitir a inferioridade nas derrotas. A dignidade de apoiar os derrotados nas vitórias. O ecletismo das modalidades. A paixão dos adeptos. A onda verde que percorre o país quando os fãs mais fervorosos de Portugal sentem que o clube está no caminho certo. Faltar-me-ia, sem dúvida, um grande amor na minha vida.

Sábado vou ao Estádio da Luz jogar com o rival. Enfrentar o clube que eu poderia ter apoiado toda a minha vida. Eu próprio poderia estar ali, a gritar pelo clube da casa, se tivesse tomado uma opção diferente. Não estarei. E eles podem obrigar-me a entrar meia hora mais tarde no recinto, podem colocar-me numa jaula, podem até derrotar-me de uma forma “limpinha”. O que importa é que, no final, continuarei com a minha maior certeza. A certeza de estar no lado certo da bancada.

Noite de Zeus

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cabeçalho benfica

Enquanto escrevo, informado de que tenho de entregar o artigo que por ora partilho convosco, paro de ler A Fórmula de Deus, do bem conhecido jornalista José Rodrigues dos Santos. Sim, é verdade. Admito. Fui dos únicos que ainda não leu o romance que atirou o periodicista nascido em Maputo (ou Lourenço Marques) para a ribalta. Até agora a história parece espetacular. E lê-se de uma assentada. Para quem é fã de história e arqueologia e ávido consumidor de séries aventureiras vai, certamente, adorar. E nada melhor do que utilizar a parábola desta obra para dar a receita para o jogo do Benfica. Do Glorioso Benfica. Do bicampeão europeu. Clube que fez e faz sonhar gerações de milhões e milhões de apaixonados. O pedido para a realização do rescaldo deste jogo foi feito in extremis. Aceitei. Porque no Benfica são todos por um. Benfiquista ama. E aqui estou.

E Deus? Observa, majestoso, do seu Olimpo. Os deuses gregos a torcerem pelo Olympiacos. Os deuses latinos pela centésima derrota dos helénicos. Mas não seremos todos da mesma família? Greco-latinos? Sim, viveríamos todos mais felizes. Todavia Deus ficará do nosso lado. E Pluribus Unum. Hoje, como sempre foi e será, seremos milhões. Milhões encarnados nesta bela expressão do latim que a língua portuguesa, qual filha obediente, tratou de traduzir: “Todos por um!” E é este ideal que se fará cumprir. Hoje far-se-á cumprir Portugal! Hoje joga o Sport Lisboa e Benfica!

Canto para o Olympiacos e único golo da partida apontado por Manolas. Garay deixa um buraco imenso e fica a ver a banda passar. Jogo de sentido único. Roberto transformou-se em Deus. Ainda nos dá pesadelos. Desta feita, no outro lado da barricada. Benfica poderia ter goleado. Não o fez. Nenhum benfiquista pode ficar desapontado com o querer e a garra deste grande Benfica.

Nico Gaitán: fabuloso, talento bruto Fonte: news.yahoo.com
Nico Gaitán: fabuloso, talento bruto
Fonte: news.yahoo.com

Vê-se que a equipa está mais solta, mas veloz e mais ambiciosa. Rapidamente voltará aos níveis exibicionais a que nos habituou.

Na noite do Pireu, onde os jogadores chegaram ao Olimpo que é a montra da Liga dos campeões, vimos um Olympiacos fechadinho e um Benfica forte demais. Só uma partida com falta da pontinha de sorte não permitiu ao Benfica sair de Atenas com outro resultado, que manifestamente merecia.

Todos jogaram bem, sem exceção. Ruben Amorim, não fora a grande exibição do guarda-redes espanhol, seria o melhor em campo disparado. Gaitán é talento puro. Jogador vadio e vagabundo. Faz o que quer com a bola. Luisão e Enzo Pérez sempre bem. Sílvio não comprometeu. Markovic tem rasgos de génio. E até Matic volta à velha forma, como peixe na água.

Os Deuses estiveram do lado grego. Em particular, do lado de Roberto. No confronto de egos divinos de eus, Zeus venceu o Deus latino. Mas uma palavra este Benfica terá a dizer. E acredito que mais cedo do que pensamos. Atrevo-me a dizer: Nós contamos com o Benfica e o glorioso conta connosco. Esperem por nós.

Jogadores que Admiro #4 – Juan Román Riquelme

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Na minha visão do futebol, a posição 10 é única; é talento no seu estado puro. Não é qualquer um que é capaz de a desempenhar. Um jogador que actue como playmaker tem de ser o elo de ligação entre o meio campo e a linha de ataque, pisando terrenos entre o meio-campo e a defesa da equipa contrária. A criatividade e a qualidade técnica são, por isso, indispensáveis. Infelizmente, as exigências tácticas do futebol actual estão a condenar este tipo de jogadores – os treinadores optam por dar preferência aos box-to-box, elementos mais completos. Na minha opinião, é tirar um pouco da beleza do futebol.

“Yo en la cancha veo todo”. Quem o diz é Juan Román Riquelme, um dos últimos grandes 10 do futebol mundial e um dos jogadores com mais classe que vi jogar. Um predestinado, um craque que coloca a bola onde coloca o olhar. “El Señor Fútbol”, como é conhecido, goza de um prestígio ímpar na América do Sul. Na Argentina, o 10, quase sempre o melhor jogador da equipa (entretanto, em Portugal vamos vendo Rúben Amorim com a camisola 10…), é chamado de “enganche” e ficou especialmente célebre desde os tempos de Maradona. Riquelme, enquanto representou a selecção argentina, foi dono e senhor dessa camisola, mesmo jogando ao lado de nomes como Messi ou Aimar. Já ao serviço do Boca Juniors, seu clube do coração e onde é uma autêntica lenda, venceu 3 Libertadores, 1 Taça Intercontinental e 5 campeonatos, tendo um papel preponderante em todos os títulos. A nível individual, foi considerado o melhor jogador argentino do ano por 4 vezes, sendo apenas superado por Messi.

Juan Román Riquelme / Fonte: ronaldo7.net
Juan Román Riquelme / Fonte: ronaldo7.net

Apesar da sua qualidade fora do normal, o médio não vingou na Europa, pelo menos da forma que se esperava. O seu percurso no Barcelona ficou marcado pela difícil relação com Van Gaal. O holandês, para além de lhe dar poucos minutos, ainda o colocava descaído sobre um flanco, onde o seu estilo de jogo perde influência. A mudança para o Villarreal (na altura uma equipa modesta) acabou por dar um novo rumo à carreira de Riquelme. Na sua melhor época, conduziu o “Submarino Amarelo” às meias-finais da Champions e à melhor classificação de sempre na Liga Espanhola. Depois de uma temporada de sucesso, o seu rendimento baixou significativamente nos anos seguintes. O argentino acabaria por regressar ao Boca, acusado de não ter intensidade para o futebol europeu e de ser o típico 10 sul-americano. De facto, Riquelme não é propriamente rápido. Também não contribui muito nas tarefas defensivas. Mas o que dá ofensivamente compensa todas estas lacunas. Qualquer treinador que tenha à sua disposição um jogador deste nível tem de construir a equipa em torno dele. A sua presença em campo não “queima” os companheiros, bem pelo contrário.

Riquelme ainda não terminou a carreira (por mim, podia durar para sempre). Aos 35 anos, continua a ser o coração da equipa do Boca, encantando a cada jogo todos os adeptos que se deslocam à Bombonera. No futebol, como em tudo na vida, há os que têm de trabalhar para chegar ao topo e os que têm um talento inato. Não tenho dúvidas de que Riquelme terá sido abençoado por um qualquer “Deus do futebol”. É um génio, e isso percebe-se a cada toque na bola.

Jogo da Época

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Glóbulos Vermelhos

Nem eu, nem ninguém – presumo -, acredita naquela declaração clássica que jogadores, equipa-técnica e dirigentes têm 20 vezes por época: “O próximo jogo é o mais importante da época”. E desculpam-se sempre por ser o próximo. Certo. É o próximo, mas se esse jogo for com o Cinfães ou com uma qualquer equipa para a Taça da Liga não é, como será facilmente descortinável por qualquer jornalista que faça a questão, o mais importante para as pretensões da equipa.

Porém, há casos em que isso, de facto, acontece. Pense-se: se o Benfica tivesse perdido pontos em Coimbra, mesmo sem saber que o Porto o ia fazer em Belém, teria sido terrível. Mas isso não seria determinante na luta pelo título – teoricamente, claro – haveria tempo para dar a volta à situação. Porém, olhe-se o próximo jogo do Benfica em Atenas. Contas à parte, todos sabemos uma coisa: se perdermos estamos fora e se empatarmos a coisa pode ser igual. Tendo em conta as exibições do Benfica, que vão servindo na Liga mas que não convencem qualquer benfiquista atento e crítico, diria à partida que não temos hipótese. Ora bem se sabe que no futebol nada disto funciona desta maneira, que, apesar dos dedos apontados e da falta de paciência dos adeptos, Jesus vai ganhando jogos. A questão que todos colocam é: será o Benfica, a jogar desta maneira, capaz de vencer o Olympiacos? Não acredito.

Kostas Mitroglou e Enzo Pérez no primeiro duelo entre as duas equipas / Fonte: tvi24.iol.pt
Kostas Mitroglou e Enzo Pérez no primeiro duelo entre as duas equipas
Fonte: TVI 24

Primeiro que tudo, podíamos estar no melhor momento do ano que isso não seria sinónimo de vitória, já que este é sempre um jogo complexo, pela qualidade do adversário e pelo jogo decorrer em tal estádio, com tal ambiente. Depois, se existisse a alegria, coesão e sede de golo que houve em anos anteriores talvez a proeza fosse possível. E, na verdade, é. Para isso basta que o Benfica faça um jogo com um nível ao qual ainda nem sequer se aproximou esta temporada, ter a sorte do jogo e esperar que a turma grega não esteja particularmente inspirada.

Talvez suceda, talvez não. Jesus vai ficar com a manta mais curta, mas já ninguém acredita na sua saída até ao final da época. E a época, pelo menos uma parte dela, pode acabar aqui. A vontade pode perfeitamente não chegar. E aí, já sabem, é lutar pela eterna Liga Europa que já cheira mal. Mas que, porventura, é o nosso lugar. Pelo menos até agora.

Camisa azul-bebé e calça “fina”

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cab Volei

Não. Não é o meu outfit de eleição para Sábado à noite, nem é (que eu saiba) uma combinação recente da ModaLisboa. Este é o “padrão” habitual da vestimenta dos árbitros portugueses de voleibol – e é deles que estou aqui para falar um pouco.

Árbitros portugueses no final de um jogo (visível o uniforme nacional do árbitro de voleibol) http://desportomariense.blogspot.pt/
Árbitros portugueses no final de um jogo (visível o uniforme nacional do árbitro de voleibol)
Fonte: desportomariense.blogspot.pt

Olhando para uma perspetiva geral das modalidades mais praticadas no país, talvez a ideia que há do árbitro de voleibol é a de que este é que está muito bem, ali na plataforma fixa (“escadote”) ou a percorrer escassos centímetros na posição de segundo árbitro – e isto pode parecer muito fácil (vá, não há relvados para percorrer, nem há a necessidade de ter aquelas pernas que sobressaem com a massa muscular, prontas a correr até ao jogador que mereceu o cartão). De facto, o árbitro de voleibol tem, a nível físico, as posições mais estáticas do panorama desportivo, mas, a nível mental, o jogo é equivalente a muitas “correrias”!

Um jogo oficial, se contiver a equipa de arbitragem toda, terá 4 juízes de linha, um árbitro principal, um segundo árbitro e ainda o marcador, que não deixa de ter relevância e necessita de atenção redobrada, por vezes.

O árbitro de voleibol – e estando na perspetiva de primeiro árbitro, ou daquele que está no “escadote” -, é aquele que, em qualquer decisão que tome, em 90% dos casos em que o apito soa no pavilhão isso implica um ponto para uma das equipas. Requer uma capacidade de concentração muito grande, uma preparação psicológica de algum rigor e mesmo uma série de treinos que se fazem para um melhor desempenho. Arrisco-me a dizer que os árbitros de voleibol no país são provavelmente os mais bem acolhidos perante as suas respetivas associações. Por experiência, sei que as comissões de arbitragem se preocupam em dar todas as condições para que o árbitro vá bem preparado para os jogos/competições, para que haja uma alimentação cuidada, ou uma estadia confortável (quando implica deslocações).

Sim, os árbitros de voleibol realmente têm de cumprir um código regular da forma como se vestem, “o que até os torna mais bonitos”, digamos assim. Mas o que realmente se quer que seja “bonito” é o jogo e a sua organização que, claro, passa pelo árbitro em primeiro lugar. É trazer multidões aos pavilhões, é manter a bola no ar, sempre com um certo nível desportivo, ético e linear no decorrer dos sets – e isto é uma preocupação constante e que procura dar aquele destaque que parece surreal ainda para a modalidade.

Portugal tem anualmente formação de árbitros dentro das categorias de estagiários, regionais e nacionais. Além dos árbitros formados nestas categorias, Portugal tem uma série de árbitros da categoria internacional que fazem parte da Federação Internacional e que destaco por último, mas não de forma menos importante, neste artigo.

São estas competições a nível internacional e árbitros portugueses que estarão em ação nas competições europeias:

Avelino Azevedo – RC Cannes (França) x Eczacibasi Istanbul (Turquia), no dia 5 de Dezembro, na Poule D da Liga dos Campeões – femininos.
Piacenza (Itália) x Dínamo de Moscovo (Rússia), no dia 17 de Dezembro, na Poule B da Liga dos Campeões – femininos.

Hélio Ormonde – Paris Volley (França) x Budvanska Budva (Montenegro), no dia 7 de Novembro, na Poule C da Liga dos Campeões – masculinos.
Lube Banca Macerata (Itália) x SK Posojilnica Aich/Dob (Áustria), no dia 10 de Dezembro, na Poule E da Liga dos Campeões – masculinos.

Lídio Ferreira – Rocheville Le Cannet (França) x Derrotado do Bursa (Turquia) x Fenerbahce Istanbul (Turquia), em data a definir, nos 16 avos-de-final da Challenge Cup – femininos.

Nuno Teixeira – Dauphines Charleroi (Bélgica) x Besiktas Istanbul (Turquia), no dia 20 de Novembro, na Fase de Qualificação da Challenge Cup – femininos.
Chaumont VB (França) x Chev Diekirch (Luxemburgo), no dia 27 de Novembro, na Fase de Qualificação da Challenge Cup – masculinos.

Raquel Portela – Vencedor do Sagres Neuchatel (Suíça) x Apeldoorn Holanda x Derrotado do Vilsbiburg (Alemanha) x Jedinstvo (Bósnia-Herzgovina), em data a definir, nos 16 avos-de-final da Challlenge Cup – femininos.

Ricardo Ferreira – Vencedor do TV Ingersol Buhl (Alemanha) x Landstade Zwolle (Holanda) x Vencedor do Nantes Rezé (França) x Bre Banca Cuneo (Itália), em data a definir, nos oitavos-de-final da Taça CEV – masculinos.

O império de Ding Junhui

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cab Snooker

Não, não é um dejà vu, mas sim um hat-trick. Este texto é do mesmo teor do que o da semana anterior, visto que Ding Junhui voltou a triunfar com o seu snooker de máxima qualidade. Na final do International Championship (domingo, dia 3) começou a escrever-se história.

Um hat-trick que conta com uma vitória no Shangai Masters em Setembro, no Indian Open em Outubro e no International Championship em Novembro. Somando assim nove vitórias no total em eventos de ranking, Junhui junta-se a John Parrot e Peter Ebdon.

Domingo foi um dia bastante stressante. Não só para mim, mas também para os nossos dois finalistas chineses, imagino eu. Pouco tempo para fazer a mala de regresso a Lisboa, pouco tempo para comer, pouco tempo para matar as saudades da cadela e ainda menos tempo para ver a grande final do International Championship. Claro que alguns destes deveres tiveram de ficar para trás e com certeza que um deles não foi a televisão. Infelizmente a Eurosport1 não transmitiu a final na sua totalidade, mas nada que não se resolva com uma escapadela à lei. É óbvio que ver um acontecimento destes num ecrã de computador com um site cheio de publicidade não é o mais agradável, mas mesmo assim é preferível.

Marco Fu liderou até aos 9-8, mas Ding virou o marcador nos últimos dois frames e, com uma entrada de 91 pontos, sagrou-se campeão internacional, esbatendo todas as dúvidas que podiam restar sobre a sua grande qualidade enquanto jogador de snooker.

Títulos de ranking

Stephen Hendry – 36

Steve Davis – 28

John Higgins – 25

Ronnie O’Sullivan -25

Mark Williams – 18

Jimmy White – 10

John Parrott – 9

Peter Ebdon – 9

Ding Junhui – 9

Ding Junhui ganhou 10-9 a Marco Fu no International Championship http://www.worldsnooker.com/
Ding Junhui ganhou 10-9 a Marco Fu no International Championship
Fonte: worldsnooker.com

É o primeiro jogador desde 1993 a ganhar três torneios consecutivos, onde há 20 anos o jogador escocês Stephen Hendry ganhou cinco. E foi o mesmo escocês, considerado por muitos o melhor de todos os tempos, que afirmou com toda a sua convicção que neste momento Ding Junhui é o melhor jogador do mundo.

Antes de fazerem qualquer julgamento à grande atenção que o jogador chinês tem tido, é importante (re)lembrar que não passam de 26 anos de vida, e 17 de jogo.

O próximo evento para o ranking mundial começa dia 26 de Novembro. O UK Championship vai passar-se na cidade inglesa York e Mark Selby é o campeão a bater. 

Seis Jornadas, muitas surpresas

cab futebol feminino

Quando uma época acaba, seja qual for a modalidade, é já uma tendência para todos aqueles que a acompanharam começar a fazer algumas previsões sobre como será no próximo ano. “Será que é desta que o Sporting sai do buraco? Será que o Mourinho vai voltar a ter sucesso no Chelsea? Será que os 49ers vão chegar novamente à Superbowl? Eu cá acho que sim!” É com este tipo de suposições, adivinhações, apostas e previsões que adeptos e entusiastas de desporto se entretêm durante o período de defeso. E é certo e sabido que, lá mais para o fim do campeonato, vai sempre haver algum carapau de corrida que nos vem relembrar daquela previsão feita naquele dia naquele café em que disse isto e aquilo, tal como veio mesmo a acontecer. “Eu é que percebo disto!”, dirá, radiante da vida, ainda que a sua equipa de eleição esteja a ser completamente chacinada e que tenha falhado redondamente todas as outras previsões que fez. São aquelas típicas “personagens” do convívio desportivo que já todos aprendemos a aturar e até mesmo a apreciar as muitas vezes cómicas intervenções.

Não tão engraçado é quando isso nos acontece a nós. Logo nós que percebemos tanto daquilo, logo nós que julgávamos saber mais do que maioria sobre aquele desporto, logo nós que tínhamos a certeza de que este ano seria assim e assado. Mas o desporto é feito de surpresas, e mesmo nós, que pensávamos que éramos os maiores, muitas vezes cometemos falhanços piores do que aquele do Slimani em Alvalade ou do que os penáltis do Sérgio Ramos.
Isto tudo para dizer o seguinte: quando no ano passado o Ouriense venceu o campeonato feminino, pensei que já sabia como ia ser a próxima época. Ouriense e 1º Dezembro numa luta acesa pelo título com o Albergaria ao barulho, seguidos de perto por um Boavista ou um Vilaverdense, se estivessem em ano sim. Parecia ser o óbvio, uma aposta segura, uma realidade à espera de acontecer. Bom, é certo que o campeonato ainda vai no início, mas acho que já se pode dizer que falhei redondamente a minha previsão.
Com 6 jornadas no campeonato nacional de futebol feminino, o actual líder é… o A-dos-Francos. Sim, parece que o hábito de haver uma equipa sensação no campeonato anda a pegar no futebol feminino – e de que maneira. Seis jogos e seis vitórias para as atletas recém-promovidas das Caldas da Rainha. Conseguem adivinhar contra quem foi a última? Pois é. 1 a 0 frente ao campeão em título, o Atlético Ouriense, que foi assim atirado para segundo lugar com cinco vitórias, 23 golos marcados e apenas dois sofridos.

Equipa recém-promovida A-dos-Francos continua invicta no campeonato / Fonte: http://futebolfemininoportugal.com/
Equipa recém-promovida A-dos-Francos continua invicta no campeonato / Fonte: http://futebolfemininoportugal.com/

No que diz respeito ao Boavista e ao Albergaria, a minha previsão parece acertada – quarto e quinto classificados, respectivamente. No terceiro posto, uma surpresa. O Clube Futebol Benfica, que ficou a um ponto acima da linha de água na época transacta, soma 14 pontos, com quatro vitórias e dois empates.
E o 1º Dezembro? Por onde anda o antigo “eterno campeão” do futebol feminino? Em oitavo lugar (relembro que o campeonato tem dez equipas), com quatro derrotas e dois empates. Um início de campeonato muito aquém do esperado que deixa o 1º Dezembro em grandes dificuldades para chegar sequer à fase de apuramento de campeão.
Claro que fazer análises de campeonatos com apenas 6 jornadas pode parecer prematuro, mas, “a brincar, a brincar”, já se jogou um terço da fase regular. No entanto, ainda nada está decidido. Conseguirá o Ouriense afirmar-se enquanto novo peso pesado do futebol feminino? Poderá o A-dos-Francos repetir a estória da época passada e sagrar-se campeão, um ano depois de ser promovido? Estará o 1º de Dezembro em risco de descer de divisão, depois de ter estado 140 jogos sem perder? Ou será desta que outros clubes como o Albergaria, Boavista ou mesmo o Futebol Clube Benfica vão finalmente vencer o campeonato feminino?
Ao bom estilo do Dragon Ball – Não percam o próximo episódio, porque nós, no Bola na Rede, também não!

Uma questão central

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Verde e Branco à Risca

Qualquer clube que suporte uma grandeza universal tem de suportar, de igual modo, uma massa associativa exigente ao máximo. Eu, como adepto de um dos maiores clubes desportivos à face da Terra, exijo perfeição.

A perfeição, como sabemos, já morou mais longe de Alvalade. Porém, esta época parece ponderar mudar-se de malas e bagagens para o nosso reino. Mas por que razão ainda não se instalou? Eu tenho a minha opinião, que penso estar em conformidade com o resto dos sportinguistas. Trata-se de uma questão central.

Vejamos: no que toca à baliza acredito que estamos bem servidos, com um dos melhores guarda-redes da Europa (será injusto esta designação ser retirada a Rui Patrício devido a um deslize ao serviço da Selecção Nacional). Não existem dúvidas possíveis quanto a esta posição, contando ainda com a presença de um suplente de alto nível (Boeck); quanto às laterais, tanto Cédric como Jefferson têm mostrado um nível exibicional bastante encorajador para qualquer adepto. Tanto a atacar como a defender têm estado irrepreensíveis. Já Piris demonstrou estar, igualmente, à altura dos acontecimentos nas oportunidades que tem tido (tendo a vantagem de ser competente em ambas as alas); o meio-campo tem funcionado bastante bem (as prestações de William Carvalho são de encher o olho – podemos dormir descansados com um trinco deste nível, tendo ainda a garantia da qualidade do seu suplente, o capitão Fito Rinaudo); na zona mais avançada do miolo tem-se destacado (finalmente) Adrien Silva, um dos motores desta equipa, acompanhado por André Martins ou Vítor, que nos presenteiam, igualmente, com um bom nível, embora sinta que têm a capacidade para dar mais à equipa, e não tenho dúvidas de que o farão. O sector atacante é o que mais alegrias nos tem dado, facto provado pela quantidade de golos que temos feito ao longo desta época: Montero é um avançado de nível mundial; Slimani tem surpreendido e correspondido nas poucas oportunidades que lhe são proporcionadas; Wilson Eduardo, Capel e Carrillo são, claramente, extremos acima da média, com facilidade em brilhar em ambos os flancos, através da velocidade, técnica e capacidade de finalização. Posto isto, fica-nos apenas a faltar analisar um sector do terreno: a zona central da defesa.

É aqui que residem os grandes problemas do Sporting. Arrisco-me a dizer que os pontos que já perdemos durante este campeonato advêm, precisamente, dos problemas no centro da zona mais recuada da equipa. O Sporting sofreu 10 golos nos 10 jogos oficiais que realizou esta época (uma média de um golo sofrido por jogo), o que, a meu ver, é demasiado, para uma equipa que nos mesmos 10 jogos marcou 31 golos. Não é de todo condizente. Sendo assim, onde reside o problema? Na qualidade dos centrais leoninos? Penso que não. A grande lacuna é a falta de experiência, o que se reflecte em cada golo que o Sporting sofre.

Vejamos: contamos com quatro jogadores no plantel para a posição de defesa-central; Maurício, Marcos Rojo, Eric Dier e Rúben Semedo (embora existam centrais promissores nos B’s, não os vou colocar nestas contas). Estes quatro atletas perfazem uma média de 21 anos e meio de idade, o que não abona a favor da questão da experiência referida anteriormente, embora considere até que o jogador que demonstra menos confiança e experiência destes quatro é, precisamente, o mais velho (Maurício, 25 anos). Maurício apresenta bastantes qualidades, mas é um poço de inexperiência, talvez por nunca ter jogado ao mais alto nível (construiu a sua carreira em equipas de segunda linha do futebol brasileiro); Rojo parece-me ser o central mais competente deste lote, embora apresente por várias vezes falta de concentração; Eric tem desiludido esta época. Talvez por nos ter habituado a um nível bastante elevado na malfadada última época estivéssemos à espera de mais. Falta garra, destreza e concentração a um jogador que não tenho dúvidas de que poderá vir a ser um dos grandes centrais ingleses; Rúben Semedo, quando chamado, deu muito boas indicações, mas, devido à sua falta de experiência nos desafios de alto nível, não resolve o problema (embora esteja curioso para o ver actuar mais vezes, carregando uma maior responsabilidade nos ombros).

Rúben Semedo contra a Fiorentina / Fonte: O Jogo Online
Rúben Semedo contra a Fiorentina / Fonte: O Jogo Online

Qual será então a solução para esta questão? Poderá estar na evolução destes quatro jogadores, não duvido. Mas, sinceramente, penso que a reabertura do mercado poderá ser uma boa oportunidade para podermos vir a contar com um jogador mais experiente para esta posição, que faria dupla com Rojo no centro da defesa. Alguém que traga agressividade, experiência, idade e poder a esta defesa. Os clubes que mais sucesso têm, no panorama futebolístico actual, contam com centrais carregados de prática, profundos conhecedores do futebol, “raposas velhas” dentro das quatro linhas: duplas experientes como Piqué e Mascherano, Pepe e Sergio Ramos ou Ferdinand e Vidic já provaram que uma defesa esclarecida pode dar pontos, e acredito piamente que Bruno, Jardim e Inácio estão conscientes disso mesmo.

Não tenho dúvidas de que a perfeição chegará muito em breve ao nosso “Nobre Vulcão”. Quando? Quando muito, em Janeiro. Até lá, os rapazes continuarão a somar pontos, vitórias e a encher o nosso peito de orgulho. Acima de tudo, é esse o objectivo central.