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«A transição no meio-campo»

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Pronúncia do Norte

Paulo Fonseca chegou ao FC Porto numa época que coincidirá – até que desenvolvimentos futuros em sentido contrário venham a ser públicos – com o último ano de contrato de Fernando, Lucho e Helton. Estes três – os três capitães -, são, de todos os jogadores do plantel, os que mais épocas cumpriram no Dragão. Além de Fucile, aparentemente de saída, são os únicos do grupo que neste momento disputam, no mínimo, a sexta época pelo FC Porto.

Helton, 35 anos, está na nona temporada consecutiva no FC Porto (leva sete campeonatos nacionais em oito épocas concluídas). Lucho González, 32 anos, chegou no mesmo ano que o guarda-redes, mas fez uma pausa de duas épocas e meia em França, no Marselha – El Comandante terá, assim, cumprido seis épocas e meia pelo FC Porto quando terminar o contrato (para já, leva mais campeonatos nacionais do que épocas completas). Fernando, 26 anos, após curta passagem pelo Estrela da Amadora por empréstimo dos azuis e brancos, assumiu a titularidade aos 20 anos e vai a caminho das seis épocas no clube onde ganhou a alcunha de “Polvo”. Só por curiosidade, se nenhum dos três renovar, Varela e Maicon (agora na quinta época no clube) serão os jogadores mais antigos do balneário, superando Otamendi (na quarta época).

Lucho acaba contrato no fim da época e não se fala em renovação Fonte: http://relvado.sapo.pt/
Lucho acaba contrato no fim da época e não se fala em renovação
Fonte: http://relvado.sapo.pt/

A substituição do lendário Helton dará, por certo, pano para mangas quando nos estivermos a aproximar de Julho. Até ver, Fabiano está na pole position. Porém, mais interessante é analisar como Paulo Fonseca vai lidar com as substituições de Lucho e Fernando. Neste momento, ambos são indiscutíveis no meio-campo; para o ano não deverão estar a jogar em Portugal. Sobram Defour, à procura da sua época de afirmação; Josué, Herrera, Carlos Eduardo e Quintero, jovens talentosos que chegaram este Verão ao Dragão. Esta é, por isso, uma época de transição no seio do meio-campo portista.

Como conjugar, então, a necessidade de usar duas das maiores figuras da equipa (Lucho e Fernando) com a necessidade de criar rotinas entre os que são o futuro do meio-campo portista? Deve construir-se um modelo que privilegie os dois médios mais preponderantes no presente (Lucho e Fernando) ou um modelo que exponencie as potencialidades daqueles que comporão o meio-campo do FC Porto da próxima época?
Comecemos por tentar conceber o sistema que mais favorece os actuais jogadores do FC Porto.

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Tendo Fernando, não há como não colocá-lo como único pivot defensivo. Foi nesta posição que se destacou, foi nesta posição que sempre jogou desde que assumiu a titularidade na equipa e é esta a posição que melhor se adequa às suas características – é sozinho à frente dos centrais que mais rende. Pese embora tenha ganho alguns predicados essenciais para jogar mais à frente (foi melhorando progressivamente nos capítulos do passe e da condução de bola), as suas grandes qualidades são defensivas – é no posicionamento e no desarme que é forte. Assim sendo, faria sentido jogar com dois médios centro à sua frente, ficando ele a cobrir as subidas dos médios e dos laterais, como acontece há anos. Lucho-Meireles, Moutinho-Meireles, Moutinho-Belluschi, Moutinho-Guarín ou Lucho-Moutinho são algumas das duplas que se foram notabilizando a jogar à frente do (em breve) luso-brasileiro.

Tomando igualmente como garantida a titularidade de Lucho, só falta perceber quem pode jogar a seu lado. À partida, um box-to-box como Moutinho ou Meireles favorece as características do astro argentino. Defour e Herrera são os jogadores do plantel que encaixam nesse perfil. No entanto, não será estranho para Lucho jogar ligeiramente mais recuado do que o seu parceiro na “posição 8” e fazer parelha com um jogador mais criativo como Josué, Carlos Eduardo ou até mesmo Quintero (conquanto tenha dificuldades em imaginar o colombiano a trabalhar defensivamente tanto quanto necessário nesta posição do terreno). A solução ideal depende das circunstâncias – do jogo, do momento do jogo em particular, do adversário em questão ou de quem esteja a jogar como extremo.

Se o FC Porto não contratar nenhum extremo, a solução de adaptar um dos médios criativos (os esquerdinos Josué e Quintero) a esse lugar parece consistente. Em jogos mais difíceis, será útil para criar superioridade numérica no meio-campo. Em suma, parece-me que o melhor seria jogar no 4-3-3 de sempre, com um trinco, dois box-to-box e dois extremos abertos (ou um extremo aberto e um falso ala). No fundo, o sistema que o FC Porto já utiliza desde Jesualdo Ferreira, que atingiu o seu auge com Villas-Boas e que Vítor Pereira transformou à sua imagem, com uma filosofia de posse.
Façamos, agora, o exercício oposto: excluamos Fernando e Lucho da equação e pensemos no que seria o meio-campo do FC Porto sem eles.

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Sem Fernando, o panorama inverte-se drasticamente. Se ao “Polvo” não faz sentido impingir um companheiro no mesmo raio de acção, sem ele não é possível jogar com um único homem cá atrás. Nenhum dos que fazem parte do grupo tem a capacidade de segurar todo o meio-campo sozinho. Na verdade, poucos são capazes disso. Não há, no mercado, muitos médios defensivos “destruidores” do nível de Fernando. O ideal é, portanto, jogar com o triângulo invertido e obrigar Defour e Herrera a formar um duplo pivot que liberte um “número 10”. Tiago Rodrigues ou Castro, actualmente emprestados pelos dragões, serão potenciais substitutos do belga e do mexicano. Para a função de médio ofensivo já há várias soluções: é nessa posição que Josué, Quintero e Carlos Eduardo se sentem mais confortáveis. Sem mexidas no meio-campo, não haverá alternativa ao 4-2-3-1.
Qual foi, então, a solução apresentada por Paulo Fonseca para esta época?

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Como temos visto, o jovem treinador azul e branco optou por começar a trabalhar, desde já, o 4-2-3-1. Não só porque, provavelmente, será assim que será “forçado” a jogar para o ano, mas também porque este é o seu sistema favorito (e aquele que sempre implementou nas suas equipas). À velha questão sobre se o treinador deve adaptar o seu sistema aos jogadores ou adaptar os jogadores ao seu sistema, Paulo Fonseca respondeu claramente com a última opção.

O resultado está à vista: um meio-campo sem grande química e com todos os jogadores fora do seu habitat. Defour joga demasiado atrás, preocupado em dobrar Fernando, Danilo e Alex Sandro e imprimindo pouca profundidade ao jogo do FC Porto. Ao contrário do que sucede na selecção belga ou do acontecia com Vítor Pereira, não tem grande liberdade para se lançar no ataque. Por outro lado, Fernando joga demasiado à frente, sendo inúmeras vezes responsável pelo transporte de bola. Apesar de estar cada vez melhor do ponto de vista ofensivo, não consegue fazer a diferença no último terço. Para cumprir essa tarefa, há vários jogadores mais valiosos no plantel. Por fim, Lucho, o médio mais inteligente, mais experiente e com mais classe na equipa, vê-se obrigado a ocupar uma posição excessivamente adiantada. Tem a dupla missão de ligar os sectores no momento do ataque e de pressionar bem à frente quando a equipa não tem bola. Jogando assim, aparece poucas vezes de frente para o jogo e tira a possibilidade à equipa de usar um jovem mais repentista nas costas de Jackson (como Josué ou Quintero).

Concluindo, na minha perspectiva não se está a retirar o máximo rendimento de nenhum dos três. Não tem a ver com os jogadores, tem a ver com a dinâmica: os mesmos jogadores a jogar no sistema que propus inicialmente teriam, suponho eu, mais sucesso.
Já que é para usar este sistema, gostaria que se experimentasse actuar com Fernando e Lucho lado a lado e um dos miúdos à frente (Josué, Quintero ou até mesmo Carlos Eduardo). Todavia, isso implicaria dar pouca utilização a Defour (o único com anos de casa, dos que vão ficar) e a Herrera (a contratação mais cara deste defeso), por isso não acredito que esse cenário venha materializar-se com frequência.

Paulo Fonseca escolheu, no presente, olhar para o futuro. Acredito que a equipa possa apresentar um rendimento consideravelmente mais alto num futuro mais ou menos próximo, fruto do entrosamento que se vai gerando, da qualidade e do tempo de trabalho com o grupo. Resta saber quanto tempo falta para chegar a esse futuro. Entretanto, o tempo vai passando…

O que não nos mata torna-nos mais fortes

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A12

Recuso-me a falar daquilo de que todos falam. Falar de derrotas é alimentar o ego de quem venceu. Queixar-se de arbitragens quando se perde é proporcionar mais motivos de gozo a quem não sabe ganhar. O Benfica venceu o Sporting. Os benfiquistas não sabem ganhar. Aliás, nem sabem perder. Os benfiquistas, simplesmente, não sabem. E nós, sportinguistas, temos de parar de os ajudar. Já algum de vocês, sportinguista que defendeu o seu clube, ganhou uma discussão com um “vermelho”, desde sábado? É impossível. Eles sabem que nós fomos prejudicados, eles sabem que qualquer uma das equipas podia ter ganho. Mas nunca o vão admitir. São benfiquistas. Vão distorcer os 90 minutos e rir-se da nossa cara no final. Por isso, peço-vos, sportinguistas, que parem.

Parem, mas continuem. Continuem a apoiar, como faziam antes de sábado. Continuem a acreditar, como acreditavam antes de sábado. Continuem a ser maiores e melhores, como eram antes de sábado. Nada mudou nem nada pode mudar. E quem achar o contrário apenas estará a dar força a quem quer que algo mude. Há uma semana éramos o segundo classificado do campeonato português, o melhor ataque, a equipa com melhor diferença de golos, e, pelo menos, uma das que melhor futebol têm praticado em Portugal esta época. Hoje, ainda o somos. E é disso que devemos falar, é sobre isso que devemos discutir. Orgulhem-se das vitórias, não chorem sobre as derrotas. Ignorem aqueles que são campeões em Abril e em Maio ganham zero. Ignorem aqueles se orgulham de ganhar como ganham, semana após semana.

Apoio incondicional
Apoio incondicional

O Sporting está de pé. Após anos de rastos, estamos de pé. O ano passado esta derrota seria normal, não teria mais destaque do que qualquer outra derrota. Isto porque seria só mais uma. Agora, perdemos e eles estão contentes. Contentes porque finalmente respiraram de alívio. Contentes porque, finalmente, nós fomos à Luz e eles não sabiam que iam ganhar. Estavam com medo. E continuam com medo. Medo de nós, medo de ficarem atrás de nós no campeonato. Medo de eles próprios perceberem que o Sporting está de volta quando no final do campeonato precisarem de olhar para cima para nos ver. Medo de uma realidade que há anos que era impensável mas que este ano seria merecida.

Eles dizem que nós choramos porque “pensávamos que éramos grandes outra vez”. Enganam-se. Eles pensam que nós somos grandes outra vez. Nós, sportinguistas, sabemos que nunca deixámos de ser grandes. Grandes antes de sábado, enormes depois de sábado. “Porque um leão só baixa a cabeça para beijar o símbolo que traz na camisola”.

5 Estrelas

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brasileirao

– É campeão!

Foi este o grito que a torcida apaixonada do Cruzeiro pôde entoar ontem. Depois de vencer na Baía o Vitória local, a Raposa conseguiu, deste modo, o seu tricampeonato da história. A festa do clube mineiro já se arrastava há semanas, mas só ontem a catarse foi levada ao clímax e todos puderam extravasar aquilo que já estava (quase) garantido.

Mais, o Cruzeiro Esporte Clube pode mesmo bater o recorde de pontos que ele próprio detém desde o último título, de 2003. Foi a partir deste ano que o Brasileirão começou com o sistema de pontuação corrida, de ida e volta. E parece que os cruzeirenses se dão bem com viagens. No ano em que o seu eterno rival de sempre – o Atlético Mineiro – foi campeão do continente, ostentando a coroa de louros de vencedor da Libertadores da América, os seus adversários celestes ofuscaram-no um pouco, com esta vitória, brilhante tal como as estrelas luminosas que batem no seu peito.

Os campeões nacionais / Fonte: jairsampaiocaico.blogspot.com
Os campeões nacionais / Fonte: jairsampaiocaico.blogspot.com

É sempre difícil fazer comparações entre equipas de diferentes décadas e gerações. O Cruzeiro de 1966 tinha Tostão. O de 2003 tinha Sorin, Alex ou Luisão – o capitão do Benfica, que, aliás, assistiu à partida derradeira ontem, em Lisboa, ao lado de um monstro da música brasileira e Cruzeiro enamorado, Milton Nascimento. Mas esta equipe, mais do que isso, possui um grande conjunto, muito bem orientado por Marcelo de Oliveira: Fábio na baliza, Dagoberto a número 10, Everton Ribeiro e Borges na frente. Foram imparáveis. E a Raposa nem sequer tinha sido campeã estadual em Maio, perdendo para o Galo. Agora tudo estará atento à luta pelo acesso à Taça dos Libertadores no grupo da frente. Cruzeiro e Atlético já estão. Resta esperar pelo vencedor da Copa do Brasil, entre Flamengo e Atlético Paranaense, e pelos três restantes atrás dos celestes na tabela de classificação. A luta para evitar o rebaixamento de divisão também estará ao rubro.

A festa da torcida dos novos campeões, em pleno Mineirão / Fonte: copadomundo.uol.com.br
A festa da torcida dos novos campeões, em pleno Mineirão / Fonte: copadomundo.uol.com.br

Cruzeiro é o Rei do Brasil. Pode-se orgulhar, mais do que isso, de ter o nome de uma constelação que ilumina os céus dourados desse grande país. E é o único clube a ter o seu nome, ainda que indiretamente, ligado ao hino do Brasil: “Se em teu formoso céu, risonho e límpido, / A imagem do Cruzeiro resplandece.” É isso o Cruzeiro: um campeão cinco estrelas, de um conjunto estelar de cinco elementos chamado Cruzeiro do Sul. É verdade que este espetáculo estelar só pode ser visto do Hemisfério Sul.

Porém, hoje todos conseguirão observá-lo de onde quer que estejam. Os corpos celestes brilham no peito de cada cruzeirense e iluminam os campos e montanhas alegres das Minas Gerais, espalhando-se por toda a nação. Sonho onírico. Impossível, mas, enfim, realizável.

Vamos falar da Europa, outra vez

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Mais um texto, e mais uma vez falo de provas europeias. Peço desculpa, mas é inevitável. Começou mais uma edição da Liga Europeia e da Taça CERS, com a jornada a ser bastante positiva para os clubes portugueses.

Começando pela Liga Europeia, o campeão europeu não podia ter começado da melhor maneira. O Benfica goleou na Luz os suíços do RHC Diessbach por 13-3. Os suíços ainda assustaram, mas o Benfica mostrou porque é o detentor do título e confirmou o grande início de época que está a fazer.

Caio foi a figura na vitória do Porto http://cdn.controlinveste.pt/storage/OJ/2012/big/ng2018686.jpg
Caio foi a figura na vitória do Porto
Fonte: controlinveste.pt

Outro dos favoritos à conquista do troféu, o FC Porto, conseguiu uma difícil vitória fora. O finalista vencido do ano anterior esteve a perder, mas conseguiu dar a volta e vencer o Vilareggio por 4-3, com Caio a marcar três golos.

Quem está de volta passados 35 anos é o Valongo, e com um grande resultado, que cria espectativas para este regresso. Os homens do Norte golearam o Saint Omer por 8-0.

O Valongo voltou às provas europeias com uma goleada http://3.bp.blogspot.com/--68Gvh48Ci8/T_wD0TFKnSI/AAAAAAAAAfA/-e2n8XJ6aXU/s1600/AD+Valongo.png
O Valongo voltou às provas europeias com uma goleada

O único resultado negativo foi o da Oliveirense, que perdeu com os italianos do Valdagno, uma das equipas que estiveram nas meias-finais o ano passado, por 5-4. No entanto, nada está perdido. O conjunto de Oliveira de Azeméis conseguiu dar luta a um sempre difícil conjunto italiano, e tem agora a chance de voltar a lutar pelo apuramento, quando receber o Réus.

Na Taça CERS, o panorama também é positivo. Três triunfos e uma derrota na primeira mão da fase preliminar. Turquel, Óquei de Barcelos e Hóquei Clube de Braga saíram vencedores dos seus triunfos. O Turquel recebeu e venceu os alemães do RSC Darmtadt por 15-1 e sentenciou a eliminatória. Já o conjunto de Barcelos foi à Suíça golear o Uri por 7-1, tendo tudo na mão para passar. Outro resultado bastante confortável foi o do Hóquei clube de Braga: os bracarenses venceram de forma clara os austríacos do Dornbirn fora por 11-3. Os açorianos do Candelária foram os únicos a perder. Em mais um duelo de equipas portuguesas contra equipas italianas, o Breganze foi mais forte em casa e venceu por 6-2. Ainda assim, é uma desvantagem possível de inverter.
Como podemos observar, esta campanha portuguesa promete e há condições para fazer como no ano passado.

Plano B

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Verde e Branco à Risca

Qualquer pessoa que tenha assistido aos últimos jogos do Sporting reparou, certamente, em que a partir de certa altura da partida a turma do leão vai perdendo o domínio por completo, até chegar a um ponto de alguma aflição e desconforto. Esta situação, porém, é automaticamente invertida assim que Leonardo Jardim procede a uma determinada mudança. A mudança de que falo é técnica mas também táctica e transforma um Sporting algo saturado num Sporting completamente demolidor.

André Martins frente ao Olhanense / Fonte: Sapo Desporto
André Martins frente ao Olhanense / Fonte: Sapo Desporto

Como sabemos, o Sporting tem alinhado num 4-3-3 com André Martins ocupando o vértice mais adiantado do meio-campo; porém, e apesar de ser um jogador que sempre me agradou e de transmitir alguma verticalidade ao jogo do Sporting, é notório que não está a render o que pode render, principalmente nos últimos encontros. O jogador mais avançado da formação leonina, Montero, tem ficado em branco nos últimos jogos, embora sempre bastante activo e fulcral na manobra ofensiva da equipa, e a falta de golos do colombiano tem sido disfarçada pela inclusão de um “pinheiro” argelino a seu lado. Slimani tem agarrado a oportunidade da melhor forma, sempre que entra dentro das quatro linhas: com golos importantes. Vejamos: sempre que Slimani entra em campo, é retirado um elemento do meio-campo, passando o Sporting a alinhar num 4-1-3-2, e, embora o preterido não seja sempre André Martins, quando assim acontece, Adrien liberta-se e torna-se um “playmaker” bastante ofensivo e com uma tremenda facilidade em criar linhas de passe e em executar remates perigosos.

Factos são factos: André Martins está em sub-rendimento; Adrien rende mais na zona mais ofensiva do meio-campo; Montero não faz golos há alguns jogos; Slimani faz golos sempre que entra em campo; o Sporting torna-se demolidor a jogar em 4-1-3-2. Por conseguinte, o “Plano B” a que me refiro para o jogo com o Vitória é simples: sai André Martins e entra Islam Slimani; Montero e Slimani na frente de ataque; Adrien no apoio aos dois avançados.

Esta mudança técnico-táctica vai resolver os problemas do Sporting? Não. O grande problema reside na zona central da defesa e nas opções de que dispomos para ocupar esses lugares. Porém, uma equipa mais agressiva, um meio-campo mais incisivo, um ataque mais composto, podem motivar e ajudar a disfarçar alguma insegurança da zona defensiva.

Estou certo de que Leonardo Jardim já entendeu toda esta situação; porém, embora tenha a certeza de que o técnico leonino irá aplicar o “Plano B” em Guimarães, duvido que o faça de início. Tudo certo, há que ter confiança num treinador que é o homem certo no lugar certo à hora exacta.

Um pequeno aparte: visto não escrever mais antes do jogo da nossa Selecção, desejo a maior sorte e força do mundo aos pupilos de Paulo Bento. Que Rui Patrício responda a todas as críticas com uma grande exibição recheada de segurança, que William se estreie em grande, e que Cristiano mostre mais uma vez que é o justo vencedor da Bola de Ouro 2013. Que estejamos no Brasil!

Southampton – Um exemplo a seguir

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O Villarreal em Espanha, o Hellas Verona em Itália e o Nantes em França. Estas são, até ao momento, as equipas sensação dos principais campeonatos europeus, mas nenhuma bate a prestação do Southampton. Após 11 jornadas, os saints seguem num fantástico terceiro lugar na Premier League, destacando-se pelo facto de serem a melhor defesa (apenas 5 golos sofridos, um deles marcado por Begovic). Um conjunto muito bem orientado por Mauricio Pochettino e que vale essencialmente pela força do seu colectivo.

União nos Saints Fonte: www.sportsmole.co.uk
União nos Saints
Fonte: www.sportsmole.co.uk

Depois de 7 anos no Championship, o Southampton regressou à Premier League em 12/13, terminando a última época no 14º lugar. Nada de surpreendente, já que habitualmente o emblema que joga no St. Mary’s Stadium luta apenas pela manutenção. No entanto, o investimento realizado no último defeso – com as contratações de Lovren, por 10 milhões, de Wanyama, por 15 milhões, e de Osvaldo, por 18 milhões – veio aumentar bastante o nível de uma equipa que tinha como principal referência o experiente Rickie Lambert.

O excelente registo defensivo dos saints não se deve exclusivamente aos 4 jogadores que compõem esse sector – liderado pelo central português José Fonte, que se está a exibir ao melhor nível da carreira e que, nesta fase, já merecia atenção por parte de Paulo Bento. O duplo pivot constituído por Schneiderlin e por Wanyama, queniano que impressionou na temporada passada ao serviço do Celtic, confere um equilíbrio tremendo à equipa, dando maior liberdade aos laterais – os jovens Clyne, à direita, e Shaw, à esquerda – para se envolverem no ataque. Destaque ainda para o croata Lovren, que forma uma dupla muito eficaz com Fonte e está a justificar o valor investido na sua contratação.

Ao contrário da defesa e do meio campo defensivo, onde não existe rotação, do meio campo para a frente existem 6 jogadores para 4 posições – Pochettino tem aproveitado da melhor maneira a versatilidade das opções para o ataque. Na teoria, o extravagante Pablo Osvaldo seria a grande estrela, mas a verdade é que ainda não conseguiu mostrar o seu melhor futebol. Rickie Lambert continua a ser o principal goleador da equipa. Um jogador com um percurso muito invulgar: aos 31 anos chegou à selecção inglesa (marcou na estreia e é bem possível que vá ao Mundial), depois de uma carreira feita maioritariamente nos escalões secundários. Nas alas, os elementos mais utilizados são Adam Lallana, extremo com uma capacidade de desequilíbrio simplesmente do outro mundo, e Jay Rodriguez, mais um jogador resgatado nas divisões inferiores. James Ward-Prowse é um médio centro de origem que, face à consistência exibida pela dupla Schneiderlin-Wanyama, tem sido aposta para o flanco direito. O norte-irlandês Steven Davis é também lançado de forma regular.

Rickie Lambert, a referência ofensiva da equipa Fonte: http://i.telegraph.co.uk
Rickie Lambert, a referência ofensiva da equipa
Fonte: http://i.telegraph.co.uk

Num clube que lançou nomes como Bale, Walcott ou Oxlade-Chamberlain, a aposta na formação é, naturalmente, muito elevada. São dadas todas as condições para que os jovens que chegam à equipa principal possam evoluir. Neste momento, as principais esperanças do clube são Luke Shaw, indiscutivelmente um dos laterais esquerdos mais promissores do futebol europeu (tem apenas 18 anos), e James Ward-Prowse, médio muito semelhante a Steven Gerrard. A curto prazo, estes dois talentos (ainda se pode acrescentar Clyne) podem ser chamados à principal selecção inglesa, juntando-se a Lallana e Lambert, convocados por Roy Hodgson para os particulares frente ao Chile e à Alemanha. Há ainda o caso de Morgan Schneiderlin, que demonstra bem a valorização actual dos jogadores do Southampton. O médio defensivo, internacional sub-21 por França, tem dupla nacionalidade e pode mesmo vir a representar a selecção dos três leões.

A Premier League é um campeonato em que, até à última jornada, tudo pode acontecer. Num ano em que o número de candidatos ao título e às posições cimeiras é maior do que nunca, não é expectável que o Southampton se mantenha na terceira posição. Independentemente disso, a política do clube merece todos os elogios. A aposta na formação, acompanhada de um excelente aproveitamento de jogadores que actuavam em escalões secundários, permitiu o fulgor financeiro que o emblema agora apresenta. Nos próximos anos, tendo em conta a margem de progressão da equipa, certamente vamos ter os saints a lutar por objectivos bem mais ambiciosos do que a manutenção.

Derley, o talento que vai salvando o Marítimo do abismo

futebol nacional cabeçalho

É brasileiro, tem 25 anos, 1,83m e 81 quilos. É ele quem tem dado ao Marítimo mais alegrias. Os madeirenses continuam na Taça de Portugal e na Taça da Liga; já no campeonato, estão afundados no penúltimo lugar.

Derley, à esquerda, na apresentação como jogador do Marítimo blogdoronaldorocha.com.br
Derley, à esquerda, na apresentação como jogador do Marítimo
blogdoronaldorocha.com.br

Vanderley Dias Marinho, conhecido na gíria do futebol como Derley. Avançado robusto e rápido, soma uma boa quantidade de golos na sua estreia no futebol europeu.

No campeonato, o avançado do Marítimo tem cinco golos em nove jogos. Na Taça de Portugal tem dois golos em dois jogos, e na Taça da Liga ainda não conseguiu marcar porque ainda não se estreou.

Tudo somado, o avançado tem sete golos em 11 jogos, o que dá uma média de 0,64 golos por jogo. Tendo em conta os minutos, Derley soma 630 minutos em todas as competições, o que significa que, em média, a cada 90 minutos Derley marca um golo.

Após passagens por nove clubes no seu país de origem, Brasil, Derley tenta agora afirmar-se na Liga Zon Sagres e na Europa. Os primeiros meses têm sido favoráveis e, para além de matador, o brasileiro é também um jogador disciplinado. Viu apenas um cartão amarelo, até agora.

Quanto a dados estatísticos, Derley tem 33% dos golos da equipa e já bisou por duas vezes, ambas no campeonato.

Derley a festejar um dos seus sete golos. online.jornaldamadeira.pt
Derley a festejar um dos seus sete golos. online.jornaldamadeira.pt

Em entrevista ao Jornal da Madeira, Derley afirmou que quer marcar dez golos; está perto dessa marca e mantendo a forma irá chegar lá nas próximas partidas. O brasileiro afirmou ainda que quer fazer o mesmo que Derlei (ex avançado do Porto, Sporting e Benfica) fez em Portugal: muitos golos.

 

Derlei no Porto, onde foi campeão europeu.  fcportonoticias.wordpress.com
Derlei no Porto, onde foi campeão europeu. fcportonoticias.wordpress.com

Excluindo os clubes grandes, só um jogador está à altura dos golos obtidos por Derley. Evandro, do Estoril Praia, soma os mesmos sete golos que Derley nas competições, só que tem mais jogos: no total são já 19 jogos que Evandro leva, contando com a Liga Europa, em que o Estoril está este ano inserido. Evandro joga como segundo ponta de lança ou como médio ofensivo. Derley e Evandro fazem em conjunto a melhor dupla revelação de goleadores a jogar no campeonato português.

A arma de David

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cab basquetebol nacional

A estátua da nossa pequena personagem bíblica é muito famosa. Quem já teve oportunidade de a ver verificou que ela se encontra no Museu da Academia, na belíssima cidade de Florença. Miguel Ângelo estava numa temporada inspirada. Em pleno Renascimento, e ainda antes de pintar o teto da tão afamada Capela Sistina, o nosso Michelangelo (e não é o mesmo das tartarugas ninja), de um só bloco compacto de mármore, fez a mais aclamada escultura de sua autoria de sempre. Claro que há críticas, nomeadamente ao tamanho algo desproporcional da mão direita. Mas quem não erra? Até Deus falha.

Com o Vitória Sport Clube foi assim. Partindo para o jogo com o campeão nacional e favoritíssimo Benfica, os minhotos venceram em casa e quebraram qualquer barreira de preconceito. Como David, também partiam em desvantagem. Como David, estavam igualmente vulneráveis devido ao gigantismo do oponente Golias. E, tal como o artista e sua obra, é preciso sempre começar por algum lado.

80 – 70. Placard final. Dez pontos de diferença. Números pares. Números redondos. Os vitorianos são líderes isolados do campeonato. Isto à terceira jornada e com seis pontos, mais um que os congéneres Barcelos, Benfica, Oliveirense, Sampaense e Galitos.

Vimaranenses mais fortes noticias.pt.msn.com
Vimaranenses mais fortes
Fonte: noticias.pt.msn.com

As personagens bíblicas estão cheias de histórias de redenção e revolta. De união e de vitória inesperada. Foi o que aconteceu na realidade. Pelo menos, para quem acredita nela. A batalha em campo aberto foi ganha por uma transcendência de várias ordens. Primeiro, a equipa do Benfica tem, de facto, os melhores jogadores do campeonato. Segundo, o próprio clube aufere de orçamentos superiores – e bem superiores – aos restantes. O
Benfica foi de carabina, fato camuflado e granadas. O Vitória apareceu apenas de tronco nu e com uma fisga. E ganhou. Talvez foi de ter a mão quente e grande. Ou então deve-se ao facto de ter tido uma tremenda pontaria.

Roubos e hipocrisias

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O Sexto Violino

“João, isto parece um país da América Latina nos anos 60. Se quiseres emigrar, emigra.”. Foi assim que o meu pai me recebeu depois de eu ter regressado do estádio no último sábado. Primeiro não percebi o contexto, depois fiquei surpreendido com o alcance dessas palavras e com a seriedade com que foram proferidas. Assim vai o estado de espírito de um sportinguista habitualmente calmo e ponderado… De facto, não é preciso pensar durante muito tempo para concluir que, da política aos negócios, da construção à justiça, todos os sectores são férteis em casos mais ou menos conhecidos e mais ou menos provados de corrupção, aliciamentos, burlas, desfalques e todo o tipo de falcatruas. Por que razão haveríamos de acreditar, por um segundo que seja, que no futebol seria diferente?

O futebol português tem o condão de, como se costuma dizer, tirar a paciência a um santo – principalmente se esse santo for do Sporting. Eu, não sendo sequer crente, não tenho pretensões de ser um campeão do auto-controlo no que toca a futebol. Esta semana concentrar-me-ei apenas neste jogo, senão em vez de uma crónica fazia uma tese. Mas ainda assim vão sobrar-me temas… Não sei se me causa mais repulsa a arbitragem em si (já foi aqui analisada em pormenor, e bem, por outros redactores sportinguistas), se o facto de o árbitro nomeado para o encontro ter sido alterado à pressa (história muito mal contada), ou ainda o facto de figuras como Pedro Proença e Jorge Jesus virem gozar na cara dos sportinguistas afirmando que a arbitragem de Duarte Gomes foi “excelente” e que “esteve à altura das duas equipas”, secundados por jornalistas pseudo-imparciais que querem reescrever os factos do jogo. Mas sei que aquilo com que tenho mais dificuldade em lidar, talvez por constatar que é um acto quase mecânico e transversal a praticamente todos os benfiquistas, é o pretenso fair play que estes demonstraram depois do final do jogo.

Em 2009, Duarte Gomes passou à frente do aquecimento dos guarda-redes dos leões e empurrou um treinador do clube em pleno Estádio de Alvalade
Em 2009, Duarte Gomes passou à frente do aquecimento dos guarda-redes dos leões e empurrou um treinador do clube em pleno Estádio de Alvalade

À partida já seria estranho ver, depois de um derby como este, alguém a fazer um comentário ao jogo, por pequeno que fosse, sem mencionar a arbitragem. Mais estranho se torna ver benfiquistas, que no último derby fizeram um choradinho que durou até este sábado por causa de um fora-de-jogo milimétrico e de um penalty (lances em que têm razão, diga-se, mas esquecem-se convenientemente de um outro penalty a favor do Sporting e que o seu golo nasce de uma falta mal assinalada), a escamotear aquilo que se passou em campo e a desviar as atenções para o “grande jogo” que foi e o “excelente espectáculo” proporcionado pelas duas equipas, dando também os parabéns ao Sporting que foi, segundo muitos deles, “um digno vencido”. Que foi um grande jogo todos sabemos, e que as duas equipas proporcionaram um excelente espectáculo também. Agora aquilo que – a bem da verdade desportiva e da honestidade de todos os que viram o jogo – devia ser discutido (e nem sempre o é) são os erros constantes de Duarte Gomes em prejuízo do Sporting. E só neste jogo ficaram dois penaltis claros por marcar.

Os sportinguistas não precisam da benevolência nem dos elogiozinhos hipócritas vindos de adeptos do clube da Luz, que criticam o Porto quando não ganham mas que lhe imitam as práticas na perfeição quando são beneficiados (será por isso que uns e outros se dão tão mal…?). Aquilo de que precisamos com urgência é de árbitros competentes, não de árbitros nomeados à pressa que já admitiram publicamente o seu benfiquismo, que já achincalharam sportinguistas no Facebook, que já marcaram 3 penaltis em 11 minutos a favor do Benfica, ao passo que, com o Sporting, estiveram envolvidos em situações vergonhosas como um certo jogo com o Portimonense em Alvalade ou um lamentável e provocatório empurrão a um elemento da equipa técnica leonina antes de um jogo com o Setúbal. Duarte Gomes foi o protagonista, provavelmente orgulhoso, de todos estes momentos que relatei. Teve como prémio apitar um Benfica-Sporting decisivo, em mais um capítulo da saga “limpinho, limpinho”. É assim o futebol português… Já lá vai o tempo em que havia a necessidade de falar em código nos telefonemas.

“O Mundo é coberto por 2/3 água, o resto é coberto pelo Fernando”

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Fernando Reges tem 26 anos, quatro Ligas Portuguesas, três taças de Portugal, cinco supertaças de Portugal e uma Liga Europa. Numa altura em que se discutia quem iria substituir Paulo Assunção, Fernando acabaria por estrear-se na Luz contra o Benfica, corria a época 2008/2009. A seu lado, no “seu meio-campo”, jogaram nomes como Raul Meireles, Guarin, Belluschi, João Moutinho e Lucho Gonzalez. Uns saíram, uns entraram, outros até saíram e voltaram, o Polvo manteve-se cá…
A questão que apresento é simples: Como é possível que o jogador mais consistente do actual Porto esteja em iminente saída (ainda para mais a custo zero)?
O melhor médio-defensivo em Portugal, discutível para uns, óbvio para outros, foi melhorando ao longo das suas épocas; deixou de ser apenas intransponível, começou a aventurar-se um pouco mais, foi-se libertando, ganhando confiança, e hoje, hoje é completo.

O "polvo" Fernando com Ibrahimovic http://globoesporte.globo.com/
O “polvo” Fernando com Ibrahimovic
http://globoesporte.globo.com/

Numa equipa em construção, num meio-campo que sente a tremenda falta de um João Moutinho e que se apresenta num triângulo que efectivamente não é habitual no Porto, Fernando tem lutado, tem salvado, e tem marcado. Ao seu lado tem Defour/Herrera (nenhum faz efectivamente esquecer Moutinho, nem esquecer nem substituir); no actual 4-2-3-1, Fernando não só constrói na 1ª fase como começa a subir um pouco mais, entrando já na zona de Criação (nalguns casos chega até à zona de finalização, como no jogo contra o Vitória para a Taça de Portugal).
Chegou como equilibrador e homem de coberturas, hoje começa aos poucos a entrar no meio-campo ofensivo. Tremendo nas superioridades numéricas defensivas, é um pulmão num meio-campo que já não se imagina sem Fernando. Primeiro nas 2as bolas, 1×1 defensivo possante e rapidíssimo na posição que ocupa, o seu trabalho no Porto-Zenit é uma demonstração de qualidade e de raça, é um exemplo perfeito de como um médio-defensivo pode efectivamente brilhar.

Renovar com Fernando é hoje improvável, a sua saída a custo zero em Junho é, com uma profunda tristeza, o mais certo. Resta-me a mim e aos restantes adeptos acreditar que a melhor direcção do futebol português estabeleça prioridades no plantel, que entenda que talvez seja mais benéfico negociar um excelente contrato com Fernando do que duplicar ordenados já milionários de outros jogadores que não deram 1/5 do que o Polvo deu ao Porto em cinco anos.
No caso de esta renovação não se dar, espero contentar-me em vê-lo de novo ao lado de João Moutinho; quem sabe ao lado de Raul Meireles, também. Fernando não é português, não é preciso um iluminado para chegar a essa conclusão; no entanto, Fernando ganhou o direito de jogar por Portugal e pode fazê-lo. Quem amou ver Deco e quem sentiu a garra de Pepe na selecção não pode agora dizer não a um dos melhores médios-defensivos do Mundo, não pode… Não o quero na selecção por ser portista, quero-o por ser português.