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Obrigado, Fundão!

cab futsal

Realizou-se no fim-de-semana passado (dias 3 e 4 de maio) a final-four da Taça de Portugal de futsal, em Oliveira de Azeméis. No sábado realizaram-se dois jogos referentes às meias-finais, e no domingo a grande e esperada final. Queria referir que esta final-four foi relativa aos dois sexos: masculino e feminino. Como o futsal não é apenas um desporto masculino, hoje irei também abordar a vertente feminina. Relativamente às meias-finais, a equipa do Benfica defrontou o Arsenal Parada e o Fundão encontrou o Modicus.

Como era previsível, o jogo entre o Benfica e o Arsenal Parada foi um jogo quase de sentido único, embora o Benfica tenha ido para o intervalo a vencer apenas por 1-0, mostrando a boa primeira parte que o adversário fez. Na segunda, a qualidade encarnada sobressaiu (como era de esperar) e, logo aos 19 segundos da segunda metade, o Benfica aumentou a vantagem para 2-0. A partir daí, a equipa da Terceira Divisão não aguentou física e animicamente a avalanche ofensiva encarnada e sofreu mais três golos, estabelecendo-se o resultado final em 5-0. O Arsenal Parada merecia ter marcado um golo de honra, e ficam na retina os 17 minutos que aguentou sem sofrer golos diante do todo-poderoso Benfica. De referir que o clube da Maia dispôs de algumas oportunidades de golo, incluindo uma bola à barra e que tinha apenas sete jogadores disponíveis devido a problemas físicos.

No outro jogo da meia-final, o Fundão venceu o Modicus por 2-1, num grande jogo de futsal. A equipa do Modicus entrou melhor na partida e, aos 13 minutos, inaugurou o marcador. O Fundão reagiu e a um minuto do final da primeira parte empatou, relançando o encontro.

Para a segunda parte, antevia-se um jogo muito complicado para ambos, visto que as duas equipas queriam alcançar a final. O segundo tempo foi muitíssimo equilibrado e bem disputado; o Modicus diminuiu a intensidade (a expulsão de Tiago Soares não ajudou porque tiveram de mudar de estratégia) e o Fundão melhorou, apresentando um jogo mais organizado e atrativo. Ambas as equipas dispuseram de oportunidades de golo, embora o Fundão tenha estado melhor.

A um segundo de o jogo terminar e a um segundo de ir para prolongamento, a equipa da Beira Baixa fez o golo que resulta na qualificação para a final de domingo. O golo é justo, embora o Modicus não merecesse um golo no último instante. O prolongamento assentava bem a ambas as equipas, mas um encontro de futsal é sempre disputado até ao último segundo, e este jogo foi apenas mais um exemplo disso mesmo.

A grande final disputou-se domingo, com a equipa liderada por João Freitas Pinto a perder no prolongamento por 7-6 diante do surpreendente Fundão. Para mim, esta foi uma justíssima vitória.

Para quem assistiu ao encontro, detém certamente a mesma opinião que eu: devido ao facto de o Fundão ter sido superior quase na totalidade do encontro, ter sido tremendamente competente, apresentando uma qualidade elevadíssima. É certo que uma final é sempre algo motivador, mas a conquista da primeira Taça de Portugal para o clube e a forma como a conquistaram é sem dúvida algo excecional para esta equipa amadora constituída por “profissionais”, dada a elevada categoria apresentada.

Benfica tentou mas não conseguiu evitar a surpresa Fonte: Federação Portuguesa de Futebol
Benfica tentou mas não conseguiu evitar a surpresa
Fonte: Federação Portuguesa de Futebol

A equipa lisboeta entrou bem na partida e foi a primeira a inaugurar o marcador, por intermédio de Ricardo Fernandes. A partir deste golo, e até ao final da partida, o Fundão esteve sempre por cima no jogo e no resultado. Esteve a vencer por 5-3; todavia, a qualidade encarnada impôs-se e conseguiu levar o encontro para prolongamento, empatando o jogo. Certamente ninguém esperaria este desfecho, e ver o Benfica a correr atrás do resultado foi algo muito estranho.

No prolongamento, o Fundão voltou a surpreender e a superiorizar-se. Marcou dois golos, dilatando o resultado em 7-5. Esta vantagem de dois golos foi preponderante para o resultado final, resultado esse que ainda se veio a alterar, graças ao golo apontado por Serginho, para 7-6. O Benfica apostou no 5 para 4, como era de esperar, e teve algumas oportunidades para marcar, porém estas não chegaram para empatar ou até mesmo para vencer o encontro.

Com esta vitória, o Fundão conquistou a sua primeira Taça de Portugal e alcançou um feito histórico e muito importante para a modalidade. Fiquei contente com esta vitória, pois considero-a importante, já que demonstra a toda a gente que mesmo com pouco dinheiro mas com esforço, dedicação e empenho se conseguem alcançar grandes feitos.

Devido a este resultado, no próximo ano o Fundão irá jogar com o campeão nacional na Supertaça, num jogo se adivinha muito intenso. Veremos se não haverá outra surpresa.

Parabéns, Fundão!

Festejos da equipa de futsal feminino do Benfica após conquistar a Taça de Portugal. Fonte: www.fpf.pt
Festejos da equipa de futsal feminino do Benfica após conquistar a Taça de Portugal.
Fonte: Federação Portuguesa de Futebol

Na vertente feminina, o Benfica conquistou a tão desejada Taça de Portugal, ao vencer a equipa da Quinta dos Lombos por 5-0. Foi a primeira Taça de Portugal de futsal feminino disputada, sendo obviamente uma grande conquista tanto para o clube como para a modalidade.

Foi um jogo de sentido único, onde as mulheres encarnadas mostraram toda a sua qualidade e superioridade face ao adversário.

O Benfica foi para o intervalo a vencer por 1-0; todavia, fez uma segunda parte de luxo onde apontou quatro golos e estabeleceu o resultado final em 5-0.

A luta pela fuga à Segunda Liga

futebol nacional cabeçalho

A Liga ZON Sagres está a apenas 90 minutos de terminar. Os cinco primeiros lugares de acesso às provas europeias já estão definidos. É nos últimos dois lugares que ainda tudo está em jogo. Com a alteração dos regulamentos da Federação Portuguesa de Futebol, o último classificado da Liga ZON Sagres irá ser despromovido à Liga Cabovisão, e o penúltimo classificado jogará um play-off frente ao terceiro lugar da Segunda Liga.

Arouca e Gil Vicente garantiram na última jornada a manutenção. Sofrida, mas muito festejada pelos dois clubes do norte.

Com isto restam apenas três clubes para dois lugares. Belenenses, Paços de Ferreira e Olhanense, por esta ordem.

Vejamos:

A salvo: 14º – Belenenses – 25 pontos;

Play-off: 15º – Paços de Ferreira – 24 pontos;

Despromoção: 16º – Olhanense – 24 pontos.

Na próxima e última jornada: Belenenses x Arouca; Paços de Ferreira x Académica; Setúbal x Olhanense.

Ultima jornada Fonte: zerozero.pt
Ultima jornada
Fonte: ZeroZero

 

Analisando, o Belenenses, para além de ter mais um ponto do que os adversários diretos, joga em casa e pode festejar a tão desejada manutenção frente aos seus adeptos.

O Paços também joga em casa contra uma Académica que, apesar de já ter tudo decidido, ainda pensa em dar um “pulinho” na tabela.

O Olhanense tem uma deslocação longa e difícil a Setúbal. Os sadinos são fortes no seu estádio, não perdem há quatro jornadas e não será fácil para a turma algarvia pontuar no Bonfim.

Classificação; números à direita equivalem aos pontos. Fonte: zerozero.pt
Classificação; números à direita equivalem aos pontos
Fonte: ZeroZero

 

Suposições à parte, o que importa são as contas e elas são as seguintes:

Caso as três equipas terminem todas com 25 pontos, a tabela ordenar-se-á da seguinte maneira:

14º: Paços de Ferreira; 15º: Belenenses; 16º Olhanense.

Caso Olhanense e Belém terminem em igualdade pontual e o Paços vença, a tabela final será a seguinte:

14º: Paços de Ferreira; 15º Belenenses; 16º: Olhanense.

Caso o Olhanense vença e Paços e Belenenses terminem em igualdade pontual, a classificação final será:

14º: Olhanense; 15º: Paços de Ferreira; 16º: Belenenses.

Para explicar: em caso de igualdade pontual entre os três clubes, o Paços leva a melhor, porque tem sete pontos conquistados nos jogos entre os três clubes, sendo que o Belenenses tem cinco e Olhanense tem apenas quatro.

Depois, Belenenses tem vantagem no confronto direto com o Olhanense, e o Paços de Ferreira levou a melhor sobre o Belenenses.

A equipa de Olhão não tem vantagem no confronto direto sobre nenhum dos dois adversários diretos.

Posto isto, não podemos adivinhar mas podemos afirmar que no sábado os jogos vão ser emocionantes, e os adeptos destes três clubes vão ter o coração nas mãos durante os 90 minutos mais descontos. Os jogos vão ter início às 16 horas.

Resta acrescentar que já foram promovidos à Liga Zon Sagres o Moreirense e o Penafiel. Lutam pelo lugar de play-off o Aves, Chaves e Portimonense.

Treinador da noite para o dia

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dragaoaopeito

Antes ainda de começar o jogo de apostas sobre quem seria o novo treinador do FCPorto, eis que Pinto da Costa surpreende e marca uma conferência de imprensa de um dia para o outro, anunciando Lopetegui, nome que tinha ecoado no dia anterior na grande maioria dos jornais desportivos portugueses, como treinador principal para a época 2014/2015.

Primeiro que tudo há que aplaudir a rapidez na contratação de um novo treinador. Parece-me evidente que em nada beneficiaria o clube adiar a apresentação de um novo treinador durante muito mais tempo, sendo óbvio que Luís Castro não iria continuar a ter o comando da equipa técnica.

Em segundo lugar é necessário perceber como será encarado o clássico da última jornada após esta mudança. Com a motivação de mostrar ao novo (e merecido) campeão nacional que no Dragão ainda mandam os de azul, e com o Mundial à porta (um grande jogo por parte de alguns jogadores pode dar uma passagem para o Brasil), parece-me o jogo perfeito para acabar com uma época desastrosa. Será o último jogo de Luís Castro no banco (sentar já Lopetegui seria um risco demasiado elevado), e mesmo por essa razão pode e deve ser um jogo bastante emotivo para o plantel.

A escolha de Julen Lopetegui é algo estranha. Sempre defendi a contratação de treinadores portugueses ligados ao Porto, que conseguissem transmitir o que é ser Porto aos jogadores azuis brancos. A escolha não era fácil, seguramente, até porque nunca existiu um nome que fosse verdadeiramente provável para treinar a equipa, mas Lopetegui, dada a sua inexperiência como técnico de clubes (e pelo facto de nunca ter saído de Espanha), é um risco que acaba por ser ainda maior do que um Paulo Fonseca. Apesar de ter treinado em 2003/2004 o Rayo Vallecano, naquela que foi a sua primeira experiência como treinador principal de um clube, e ainda o Real Madrid B em 2008/2009, a verdade é que foi com as selecções jovens de Espanha que se notabilizou, vencendo um Campeonato Europeu de Sub-19 e um Campeonato Europeu de Sub-21.

Os 3 anos de contrato mostram a confiança de Pinto da Costa no novo treinador  Fonte: A Bola
Os 3 anos de contrato mostram a confiança de Pinto da Costa no novo treinador
Fonte: A Bola

Neste momento não vale a pena prever tiki-takas nem posses de bola esmagadoras: tudo o que foi conquistado pelo treinador basco foi feito com jogadores da cantera espanhola, que desde há alguns anos para cá tem essa genética incutida na sua forma de jogar. No Porto vai ser diferente. Digo diferente, mas não faço a menor ideia do que será o novo Porto. Qual será o perfil dos novos jogadores do Porto, afinal? Chegará um contentor de jovens jogadores espanhóis ao clube? Haverá uma limpeza no plantel em relação a todos os portugueses medianos que foram comprados nos últimos anos?

Se num artigo meu de há duas semanas falava de possíveis contratações, como Manuel Fernandes, Bruno Alves e até Rafa, hoje esqueci-as. Sejamos sinceros, se estas existirem é porque não foram realizadas pelo treinador mas sim por outras pessoas, porque a Lopetegui é-lhe indiferente ter um português na equipa (seja ele qual for), havendo um espanhol ou outro jogador internacional que já conhece para o seu lugar.

Pessoalmente, realço ainda a inclusão de Rui Barros na equipa técnica do clube, algo que vem de alguma forma dar ao plantel a raça e a paixão portista que um treinador internacional nunca poderia facultar. Esta parece-me até a ser a melhor notícia que advém da apresentação do treinador espanhol.

Numa altura imprevisível surge um treinador surpreendente, com vista a esquecer uma época verdadeiramente falhada. Não é o treinador que eu queria, mas neste momento há que aceitá-lo e dar-lhe as condições para criar a sua equipa. Tempo ele tem e Pinto da Costa, nisso, acertou. Contratar um treinador em inícios de Maio que apenas tem o seu primeiro jogo oficial em Agosto serve para mostrar que não haverá desculpas se tudo falhar.

Selby, Campeão 2014 – A conquista do mundo para o pai

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cab Snooker

O’Sullivan teve um campeonato engraçado. Tendo em conta os seus incríveis altos padrões, ele quase que pareceu desleixado nos seus dois primeiros jogos; teve de contar com algum brilho para ganhar a Joe Perry por 13-11.

Selby teve um susto omnipotente contra Michael White na primeira rodada, vencendo 10-9; desde então, tem sido fantástico, batendo Ali Carter e Alan McManus, antes de produzir uma grande performance nas semifinais, onde vimos um clássico de 12 contra Neil Robertson. Selby conquistou o Crucible, pela primeira vez, ao bater Ronnie O’Sullivan 18-14, na final do Campeonato Mundial de Dafabet.

Selby teve uma luta surpreendente para ganhar 13 dos últimos 17 frames e impor a primeira derrota a O’Sullivan numa final do World Champisonhip.

O’Sullivan estava à procura de uma terceira coroa consecutiva, mas Selby virou o resultado durante a noite, ganhando cinco dos seis frames na terceira sessão, onde O’Sullivan, estranhamente, foi esmigalhado sob a pressão.

Mark Selby provou mais uma vez merecer estar no top dos tops mundiais. Presenteou-nos o seu melhor snooker na sessão de encerramento, vencendo os três últimos frames e selando a vitória com uma folga impressionante. Leva para casa o troféu e um recorde de £300.000 (nunca se tinha atribuído um prémio tão elevado).

Legenda: Mark Selby levantando o seu primeiro troféu como Campeão do Mundo Fonte: Action Games
Mark Selby levantando o seu primeiro troféu como Campeão do Mundo
Fonte: Action Games

Desde que atingiu a sua primeira final no Crucible em 2007 – quando perdeu para John Higgins -, Selby tornou-se um dos competidores mais consistentes do snooker, aproveitando períodos anteriores no topo do ranking e vencendo o Masters três vezes, assim como o Campeonato do Reino Unido. Já merecia este titulo mundial há demasiado tempo. Felizmente o seu dia chegou. E chegou da melhor maneira: uma maravilhosa final com o melhor jogador de todos os tempos, para muitos – Ronnie O’Sullivan.

Selby tornou-se o nono jogador da história do snooker a ganhar a Triple Crown – World Champiosnhip, Masters e Uk Championship –, juntando-se agora a Steve Davis, Stephen Hendry, John Higgins, Ronnie O’Sullivan, Mark Williams, Terry Griffiths, Alex Higgins e Neil Robertson.

O longo feitiço de O’Sullivan foi quebrado depois de vencer 14 jogos consecutivos. Foi-lhe negado o seu sexto título mundial, o que teria levado ao nível de Steve Davis.

2013: R O’Sullivan 18-12 B Hawkins

2012: R O’Sullivan 18-11 A Carter

2008: R O’Sullivan 18-8 A Carter

2004: R O’Sullivan 18-8 G Dott

2001: R O’Sullivan 18-14 J Higgins

 The Rocket, estava a ser o favorito para o título. O resultado estava fixo em 10-5, até que perdeu toda a confiança e fluência na terceira sessão e não foi capaz de recuperar o seu ritmo.

Na final, Selby estava a ser vigiado por estrelas! O ator Stephen Fry, o jogador de dardos Phil Taylor, o baterista Nico McBrain, dos Iron Maiden, e o vocalista dos Muse, Matthew Bellamy, estavam sentados no Crucible Theatre a ver história acontecer.

“O meu pai faleceu de cancro quando eu tinha 16 anos; dois meses antes, tornei-me profissional, e as suas últimas palavras foram ‘quero que te tornes Campeão do Mundo’ . Disse-lhe que será um dia e que é apenas uma questão de tempo.”

“Tem havido uma grande quantidade de pessoas na minha vida que me ajudaram. O irmão de Willie Thorne, Malcolm, que infelizmente faleceu há alguns anos, viu que eu costumava ir ao Clube do Willie. Colocou-me no caminho certo e patrocinou-me por alguns anos, antes de me tornar profissional. Devo-lhe muito e tenho certeza de que ele e meu pai estavam a olhar para baixo, sorrindo, enquanto eu levantei o troféu”.

A época 2014/2015 regressa no final de Junho. Até lá!

 

Team Trump

Goleadores sem golo

À partida para esta temporada, a Premier League tinha muitos motivos de interesse. Para além da luta pelo título, onde vários clubes podiam estar envolvidos, aguardava-se com elevadas expectativas a luta pelo prémio de melhor marcador. A Van Persie, Suárez e Benteke, fortes candidatos à vitória, juntaram-se nomes como Soldado, Negredo, Osvaldo, Bony, Altidore e muitos outros, que prometiam intrometer-se na corrida. Contudo, a verdade é que a maior parte dos avançados que reforçou o campeonato inglês não teve o sucesso que se esperava.

Roberto Soldado é indiscutivelmente uma das grandes desilusões do campeonato inglês. O avançado de 28 anos vinha sendo constantemente um dos melhores marcadores do campeonato espanhol, mas esteve longe de justificar os 30 milhões de euros pagos pelo Tottenham ao Valência. Acabou por ser mais um problema do que uma solução para o ataque dos Spurs. Em sentido contrário, Álvaro Negredo foi um bom investimento por parte do City. Apesar de estar em quebra de rendimento nesta recta final da época (perdeu inclusive a titularidade), o ex-Sevilha teve um papel importante na primeira metade da temporada, período em que marcou 9 golos no campeonato e 5 na Liga dos Campeões. Ainda assim, não apresenta números brilhantes.

Jozy Altidore só tem um golo marcado na Premier League: uma desilusão  Fonte: dailystar.co.uk
Jozy Altidore só tem um golo marcado na Premier League: uma desilusão
Fonte: dailystar.co.uk

Da Holanda chegaram Wilfried Bony e Jozy Altidore. Os dois goleadores tiveram sortes diferentes nesta primeira época em Inglaterra. O costa-marfinense, melhor marcador da última Eredivisie, está a realizar uma temporada positiva ao serviço do Swansea, somando 16 golos até ao momento. Numa equipa em que Michu perdeu preponderância, o ex-Vitesse provou que também sabe marcar num grande campeonato, assumindo-se como a principal referência ofensiva dos galeses. Por outro lado, o norte-americano foi um autêntico flop. Vindo do AZ Alkmaar, Altidore não se adaptou da melhor forma e perdeu rapidamente o lugar na equipa do Sunderland. Quem aproveitou para brilhar foi o jovem Connor Wickham, que, com vários golos nesta recta final de temporada, tem vindo a ser decisivo para a manutenção dos black cats na Premier League. Com as suas características, tem tudo para vingar no futebol inglês.

Pablo Osvaldo teve uma passagem curta por Inglaterra. O avançado italiano foi a grande aposta do Southampton no último defeso – custou 18 milhões de euros aos saints -, mas, mais uma vez, a postura de “bad boy” tramou-o. Contratado à Roma, não teve o impacto que se esperava (nem sequer foi um indiscutível) e, após envolver-se numa confusão com José Fonte, foi emprestado à Juventus.

Para além dos nomes sonantes, chegaram outros avançados de qualidade à Premier League. No entanto, nenhum deles esteve em bom nível. Da Dinamarca vieram duas torres: Cornelius (para o Cardiff) e Helenius (para o Aston Villa), os dois melhores marcadores do último campeonato. O emblema de Birmingham ainda juntou ao seu elenco Libor Kozák, o melhor marcador da última Liga Europa. No Norwich, clube que também contratou Van Wolfswinkel, Gary Hooper não foi o goleador que tinha sido ao serviço do Celtic.

Mitroglou jogou apenas 151 minutos na Premier League ao serviço do Fulham  Fonte: news.ladbrokes.com
Mitroglou jogou apenas 151 minutos na Premier League ao serviço do Fulham
Fonte: news.ladbrokes.com

A lista interminável de goleadores não fica por aqui. Em Janeiro, o Fulham contratou Mitroglou ao Olympiacos por 14 milhões de euros. O avançado grego era cobiçado por vários clubes europeus, mas optou por rumar a Londres, uma decisão que pode ter posto em causa a sua presença no Mundial (praticamente não jogou). Por empréstimo, chegaram Lacina Traoré e Luuk de Jong. Sem espaço no Mónaco, o costa-marfinense viu Lukaku tapar-lhe a titularidade e vai deixar Goodison Park com pouca utilização. Luuk de Jong, cedido pelo Mönchengladbach ao Newcastle, continua sem conseguir afirmar-se fora do campeonato holandês.

Não é uma época menos produtiva que faz com que a Premier League deixe de ter o melhor grupo de avançados. Poderia tentar encontrar explicações para a crise de praticamente todos os goleadores que se mudaram para o campeonato inglês, mas não parece haver uma justificação plausível. Este ano, Suárez deixou a concorrência a milhas de distância. Contudo, a maior parte destes jogadores tem imensa qualidade e pode voltar à boa forma na próxima temporada, proporcionando uma disputa bem mais intensa pelo prémio de melhor marcador.

O peso da camisola

portosentido

A época caótica está a chegar ao fim. Os factos são claros: o Porto perdeu o campeonato, foi eliminado das Taças de Portugal e da Liga pelo Benfica e caiu na Liga Europa aos pés do agora finalista Sevilha. No entanto, embora os jogos que faltam sejam apenas para cumprir calendário, há que respeitar o emblema que se utiliza ao peito.

O “peso da camisola” é algo que muitas vezes é utilizado para criticar a falta de empenho de um jogador num determinado clube. Caso um jogador e/ou equipa não estejam no seu melhor surgem sempre ataques à determinação e à dedicação dos mesmos. Na verdade, a meu ver, comentários deste género acabam por ser pertinentes. O jogo de ontem do Porto no reduto do Olhanense mostra isso mesmo. Apesar de o campeonato estar perdido, os jogadores têm de defender o emblema da camisola que envergam. O Porto é um clube que desde a época 78/79 ganhou 19 títulos de campeão nacional. Isto é, em 36 anos o Porto venceu 22. Pelo meio, duas Taças dos Campeões Europeus (já apelida de Champions League na segunda vez), uma Taça UEFA, uma Liga Europa e uma Supertaça Europeia.

Nos últimos anos, e sobretudo desde a chegada de Jorge Nuno Pinto da Costa, o Porto tem-se vindo a afirmar no panorama nacional e internacional. A equipa do Porto protagonizou grande parte dos grandes momentos do futebol português e é, hoje, reconhecido na Europa. Embora as conquistas para o palmarés do clube sejam importantíssimas, o Porto conseguiu sucesso para além disso.

Do Porto saíram grandes jogadores e treinadores que se tornaram dos melhores do mundo nas respectivas posições. Tais são os casos de Ricardo Carvalho, Pepe e José Mourinho. Mais recentemente, Falcao, James Rodriguez, Hulk e até Moutinho, que quando chegou ao Porto proveniente do Sporting subiu de rendimento de uma forma astronómica.

Pepe foi um dos jogadores que rumaram a grandes equipas vindo do Porto  Fonte: sports.terra.com
Pepe foi um dos jogadores que rumaram a grandes equipas vindo do Porto
Fonte: sports.terra.com

Posto isto, e sabendo que, como os adeptos dizem, “somos Porto”, foi com grande pesar e desilusão que vi o jogo de ontem em Olhão. A equipa que subiu ao campo, sejam titulares ou jogadores com estatuto mais secundários, como é o caso, por exemplo, de Tozé, não fez jus ao Porto a que fomos habituados nos últimos anos. É natural que, por vezes, as coisas não corram bem. Passes que não entrem, remates que saiam tortos… Os jogadores, por muito bons que sejam, têm direito a falhar. Nem o Pelé marcava todos os golos. Não pode é, no entanto, haver falta de coração. Se estiver a correr mal faz-se por melhorar. Com ou sem campeonato em causa não se podem arrastar pelo campo durante os 90 minutos como se estivessem com o maior incómodo do mundo. O Porto mostrou ontem que simplesmente não queria saber. Que estar em jogo ou não era indiferente.

Os jogadores do Porto têm de perceber que a camisola pesa. O clube tem uma imagem a manter, uma imagem de uma equipa tricampeã, com estatuto de “grande” em Portugal, capaz de se impor na Europa. Há um emblema a defender. Quando está tudo perdido, como é o caso deste ano, resta apenas jogar pelo clube. Jogar por aqueles que os aplaudem quando são grandes e que os apoiam quando as coisas correm mal. Dar tudo o que podem pelo clube que os recebeu e que lhes dá a oportunidade de fazer algo que adoram e que os torna quase ídolos dos mais pequenos. Joguem por nós e vão ver que nós vamos estar convosco. O Porto é Porto e somos nós que fazemos dele o melhor clube de Portugal.

Bundesliga: Mercado a Aquecer

Com apenas mais dois jogos pela frente, as equipas alemãs começam já a pensar na próxima temporada. Foi um excelente campeonato, com vários nomes a aparecer como promessas e outras promessas a serem confirmadas. Dentro da Bundesliga, há vários atletas que tanto podem ficar nos seus clubes, dar o salto para um maior ou mesmo experimentar outras ligas.

Marco Reus – o alemão viu Götze sair para o Bayern München em 2013 e vê agora Robert Lewandowski seguir o mesmo caminho. Tem tudo para se afirmar como a principal figura do Borussia Dortmund, mas a verdade é que há vários clubes interessados nos seus serviços. Em ano de Mundial, no Brasil, o Manchester United afigura-se como um dos principais destinos do jovem extremo, mas chegam também de Inglaterra outros interessados, como é o caso do Arsenal, que tem como prioridade contratar alguém de qualidade para a frente de ataque, ou até mesmo do Liverpool, perante uma possível saída de Suárez para o Real Madrid no fim da época.

Josip Drmić – este será, com toda a certeza, um dos jogadores de que mais se irá falar no Verão. Jogará na frente de ataque da selecção suíça com Shaqiri no Brasil, mas, também dependendo da sua prestação no torneio, vai ser um dos jogadores mais pretendidos pelos gigantes europeus. O Arsenal já assumiu a vontade de contratar o atacante helvético de apenas 21 anos, mas há mais equipas. Real Madrid, AC Milan, Juventus, Roma, Manchester United, Tottenham e com certeza muitos outros clubes estão interessadas no atleta do FC Nürnberg. Marcou 16 golos em 32 jogos, uma marca fenomenal para um jogador acabado de chegar de Zurique à Bundesliga.

Josip Drmić é, aos 21 anos, uma das maiores promessas do futebol europeu  Fonte: goonertalk.com
Josip Drmić é, aos 21 anos, uma das maiores promessas do futebol europeu
Fonte: goonertalk.com

Shinji Okazaki – o avançado japonês foi a principal figura do Mainz, que surpreendeu a Alemanha lutando pela Europa. Os 14 golos em 33 jogos bateram o record do seu compatriota Kagawa ao serviço do Borussia Dortmund. O jogador pode ainda aproveitar a presença no Mundial ao serviço da selecção nipónica para fazer com que equipas maiores reparem nas suas qualidades, já que, aos 28 anos, esta poderá ser a sua última grande oportunidade de assinar um grande contrato.

Roberto Firmino – começam a faltar palavras para descrever este jogador. Faz magia pura com os pés, mete a bola onde quer e tem um remate excelente. Dotado de uma técnica muito acima da média, Firmino tem agora, aos 22 anos, um bom momento para dar o salto para uma equipa com ambições mais altas do que o TSG 1899 Hoffenheim. Com um valor a rondar os 15 milhões de euros, foi notícia em Inglaterra, dado o possível interesse do Chelsea e do Liverpool no jogador. Mas os britânicos não estão sozinhos – o Schalke 04 é dado também como possível destino do jogador brasileiro, que tem como grande sonho representar a sua selecção. Para isso, terá certamente de mostrar a sua qualidade noutra equipa. Ainda assim, 20 golos em 35 jogos é uma média extraordinária para um médio ofensivo.

Julian Draxler – o alemão há muito que deixou de ser apenas uma promessa para se tornar uma certeza do futebol europeu. Com apenas 20 anos, é já um jogador com uma enorme maturidade e que ocupa todas as posições no ataque. Será com toda a certeza um dos 23 seleccionados alemães e tem agora no Verão mais uns meses para ver o seu nome nos jornais com alegados interesses. O Arsenal é o clube que mais vezes vem à baila, mas a possível reestruturação do ataque do Manchester United pode desviar a rota do jogador dentro da própria Premier League. O Bayern de Munique já descartou o jogador e a ida para o Borussia Dortmund parece ser também impossível, dada a rivalidade entre os dois clubes.

Julian Draxler é a principal figura do Schalke 04 e pode abandonar o clube neste Verão  Fonte: fussballtransfers.com
Julian Draxler é a principal figura do Schalke 04 e pode abandonar o clube neste Verão
Fonte: fussballtransfers.com

Pierre-Michel Lasogga – o alemão de 22 anos é tido como uma possível opção nos 23 seleccionados de Joachim Löw para o Brasil. Apesar de jogar numa equipa que luta arduamente pela permanência na primeira divisão (Hamburger SV), Lasogga está a impressionar o futebol europeu pela sua qualidade. A sua entrega ao jogo é uma das suas características principais, e os dirigentes desportivos das grandes equipas já o têm certamente referenciado. A verdade é que Lasogga está emprestado ao Hamburger SV pelo Hertha Berlin, que irá perder Adrián Ramos para o Borussia Dortmund na próxima época, mas, perante a excelente época do avançado, este poderá nem sequer voltar para a sua equipa, uma vez que pode seguir carreira numa equipa que possa voar mais alto do que a da capital alemã.

Hakan Çalhanoğlu – ainda assim, a grande estrela do Hamburger SV é Çalhanoğlu. O turco, de apenas 20 anos, ocupa a posição de número 10 e, tal como Roberto Firmino, é um goleador. 10 golos em 34 jogos são números excelentes para um jogador que nem sequer é avançado e actua numa equipa que ocupa um lugar de despromoção. O interesse do Chelsea, do Liverpool, do Bayer Leverkusen e do Bayern de Munique são demonstrativos da qualidade do turco.

Benfica 1-1 Vit. Setúbal: Em tempo de festa, o empate é acessório

benficaabenfica

Em tempo de festejos e com 52 mil nas bancadas para uma última saudação ao campeão nacional, o resultado do encontro de hoje seria sempre um mero registo para registo futuro. Foi a euforia típica de um campeonato mais do que desejado e merecido, sem tantas alterações no onze inicial como seria de prever. Entre alguns jogadores sem ritmo – Cardozo – e outros sem ritmo nem vontade – Djuricic – a primeira parte passou-se em velocidade cruzeiro. Entre cânticos a saudarem o regresso do campeão, ondas mexicanas e cabelos pintados de encarnado, até foi o Setúbal a criar mais perigo junto da baliza de Paulo Lopes, chamado a campo pela primeira vez no campeonato. Uma medalha para o careca, que a merece, pois claro. Com a pressão a roçar o zero e o divertimento e folia lá bem em cima, o Benfica deixava-se levar no espírito da coisa. Passes mal feitos, ritmo baixo e o nulo ao intervalo não era mais do que a perfeita representação do cumprir de calendário que por ali ia andando.

No regresso para o segundo tempo da festa, e porque havia que cumprir os mínimos olímpicos, a troca de Djuricic (que desilusão, a época do sérvio…) por Lima trouxe alguma vivacidade e energia ao ataque. O Benfica começou a pressionar mais alto e colocou-se em vantagem no marcador aos 57 minutos. Primeiro golo de um português no campeonato, após uma interessante combinação entre André Gomes e Lima, com o primeiro a finalizar diante de Kieszek. Enquanto nas bancadas se festejava e o sol dava bonita cor ao cair do pano, a equipa visitante continuou na procura de um golo que pudesse manchar a alegria encarnada. Numa grande penalidade indiscutível cometida por Maxi Pereira, Rafael Martins restabeleceu a igualdade e eis o primeiro golo sofrido em casa na segunda volta para o campeonato.

Com a partida a arrastar-se até final, Enzo Pérez, que foi a jogo para os últimos 25 minutos, teve nos pés a possibilidade de fazer o 2-1 mas desperdiçou clamorosamente. Cardozo não fez melhor, Lima tão pouco e assim o Benfica fechou a festa com uma exibição de fraca qualidade, não condizente com a bonita festa, mas aceitável dado o contexto em que o encontro se jogou. Nos próximos 15 dias, o Benfica tem possibilidade de levantar três troféus e assim marcar uma época inesquecível no futebol português. Avassalador, justo e bem jogado. Assim foi o campeonato 2013/14 do campeão nacional.

Um escusado empate que não ofuscou uma enorme festa Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica
Um escusado empate que não ofuscou uma enorme festa
Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica

A Figura
André Gomes – Entre a pouca velocidade e o clima de festa, o português aproveitou para se estrear a marcar e deixar mais alguns pormenores de grande qualidade.

O Fora-de-Jogo
Djuricic – Mais uma oportunidade para o sérvio, mais uma desilusão. Djuricic é, de longe, o elemento com menor rendimento nesta época.

Olhanense 2-1 FC Porto: E o fundo vai descendo…

dosaliadosaodragao

Foi no Estádio José Arcanjo que o FC Porto perdeu pela sétima vez esta temporada para a Liga. Diante do Olhanense, que mais não é do que o último classificado, Luís Castro surpreendeu ao dar a titularidade a Tozé (no lugar habitual de Quaresma) e ao recuperar Carlos Eduardo para o meio-campo portista.

Num relvado indigno desse nome, o FC Porto até entrou relativamente afoito, tendo uma ou outra jogada interessante cuja conclusão nunca foi a melhor, como a protagonizada por Herrera aos 7’. Porém, há coisas que figurarão indelevelmente no álbum 2013/2014: mais uma vez, mais uma falha defensiva, mais um golo sofrido. No fundo, pouco importam os protagonistas activos; por mais mérito que o Olhanense – e, neste caso, Kroldrup, o central dinamarquês que até já andou por Udinese e Fiorentina – possa ter, o que é aberrante é a forma como a equipa do FC Porto ficou a observar, muito calmamente, a transformação de um livre aparentemente inócuo num golo. Com alguma felicidade, é certo, o Olhanense fazia o 1-0 ao minuto 14.

Se o FC Porto tinha começado melhor, a partir daí o panorama mudou. Perante este Dragão amorfo e cheio de vontade de que a época termine (a única vontade, de facto), o Olhanense até parece melhor equipa. Foi isso que foi transparecendo à medida que os minutos corriam, enquanto Femi deixava a cabeça de Ricardo (de novo, lateral-esquerdo improvisado) em água ou quando Rui Duarte chegava junto à entrada da área e rematava com muito perigo (25’) ou ainda quando também Lucas visava com relativo alarme a baliza de Fabiano (43’).

Herrera foi dos que mais procurou remar contra a maré  Fonte: esportes.br.msn.com
Herrera foi dos que mais procurou remar contra a maré
Fonte: esportes.br.msn.com

Antes disso, já Luis Castro tinha retirado Carlos Eduardo (esteve em campo?) para dar ao jogo Juan Quintero, exactamente no mesmo minuto em que Jackson rematou por cima depois de instantes decisivos perdidos na tomada de decisão (36’). Nesta fase, o principal problema da equipa tem pouco a ver com um ou outro elemento; num diagnóstico geral, falta compromisso, espírito guerreiro e abnegação. E só isso justifica que, por exemplo, Tozé – um elemento tão acarinhado por uma franja de adeptos portistas e em relação ao qual há muito se exigia uma oportunidade – tenha sido uma verdadeira nulidade. Neste contexto, qualquer novo corpo que se integre nesta equipa (?) é engolido e consumido pela falta de motivação, de confiança e de vontade. Numa palavra, pela tristeza.

De facto, com a excepção de Herrera, que – melhor ou pior – foi sempre dos que mais se deu ao jogo, o meio-campo nunca carburou e os homens da frente raramente decidiram bem. O FC Porto jamais assentou o seu jogo, porque, nesta fase, nem sequer tem uma ideia do que isso seja. Mas pior: nunca soube filtrar o jogo adversário e anular as rápidas transições ofensivas dos algarvios, quase sempre comandadas por Rui Duarte, Lucas e Femi.

No reatar da partida, Luís Castrou tentou dar alguma imprevisibilidade e irreverência à frente de ataque portista, com a saída de Tozé para a entrada do jovem Kayembe, um dos bons valores da equipa B. É certo que o jogo ficou um pouco mais rápido e interessante mas a produção ofensiva do FC Porto continuou a pautar-se por um redondo zero – o pouco que se criava era, invariavelmente, desperdiçado, muitas vezes de forma indecorosa. Assim aconteceu com Varela ao minuto 58 e com Herrera ao 66, exactamente o mesmo em que Dionisi dilatou a vantagem da equipa algarvia depois de Jander (belíssimo lateral-esquerdo) ter passado de mota por Maicon e ter servido o italiano no centro da área.

Vendo o barco a afundar-se e a equipa perfeitamente desencontrada, o técnico portista – hoje aparentemente muito mais resignado do que em qualquer momento anterior – fez sair Varela e lançou Licá. O ex-Estoril pouco impacto teve no jogo – seria até surpreendente, pelo que já se disse, que fosse de outra forma – mas foi já consigo em campo que o FC Porto reduziu a desvantagem no momento menos triste da tarde: na sequência de uma bola rechaçada de canto, Herrera encheu o pé e assinou um golo de belo efeito ao minuto 82. Numa aparente manifestação de fé mas sem verdadeira crença, Castro fez adiantar e fixar Maicon na área do Olhanense – o certo é que o FC Porto nem capacidade para jogar um futebol rudimentar como é o clássico “chuveirinho” para área manifestou.

Ricardo, mais uma vez adaptado a lateral, sentiu dificuldades  Fonte: Getty Images
Ricardo, mais uma vez adaptado a lateral, sentiu dificuldades
Fonte: Getty Images

O resultado final e a vitória assentam bem à turma comandada por Giuseppe Galderisi – quanto mais não seja, porque foi o único conjunto de jogadores que demonstrou vontade em ganhar a partida (tendo ainda razão de queixa de Cosme Machado, já que ficou um penalty por assinalar sobre Dionisi, ao minuto 56’). Nesta altura do campeonato, o FC Porto já desistiu de si próprio. Não há qualquer tipo de convicção a cada jogada ou um pequeno pingo de solidariedade entre os jogadores, que estão hoje desligados do jogo e, mais grave, da camisola que envergam. E se há pequenas excepções, elas são engolidas pela ausência de fibra e de crer da maioria – assim o FC Porto agonia e (sobre)vive neste penoso final de temporada.

A Figura
Hector Herrera –
 o mexicano foi o elemento mais esclarecido do meio-campo. Mesmo num péssimo relvado, demonstrou alguns pormenores técnicos de qualidade e foi dos poucos que manteve um nível aceitável ao longo da partida. Se bastava isto para ser considerado o menos mau, ainda rubricou o único momento digno da camisola e do símbolo que enverga, com um golo de grande categoria.

O Fora-de-Jogo
Carlos Eduardo –
podia ser Danilo. Ou Maicon. Ou Tozé. Ou quiçá outro qualquer. Nesta fase, e a cada jogo, fica cada vez mais difícil escolher a figura negativa, porque quanto mais se bate mais o fundo desce… Escolho, porém, Carlos Eduardo, por uma simples razão: dizem que foi titular mas acho que ninguém o viu em campo.

Ciro Immobile: o goleador italiano

Apesar das compras milionárias de jogadores como Gonzalo Higuaín (40 milhões) e Carlos Tevez (15 milhões), o melhor marcador da Serie A italiana é, a três jornadas do fim, o jovem avançado do Torino Ciro Immobile, que leva 21 golos na competição, um a mais do que Luca Toni, dois a mais do que Carlos Tévez e quatro a mais que Gonzalo Higuaín.

Immobile completou 24 anos em Fevereiro deste ano e tem o seu passe dividido entre os dois clubes de Torino, a Juventus e o Torino. A fantástica época que o avançado está a realizar ajudou o Torino não só a evitar a despromoção, mas a ocupar um fantástico sexto lugar a três jornadas do fim, lutando assim por um possivel apuramento para a Liga Europa do próximo ano.

A Juventus comprou Immobile após recomendação de Ciro Ferrara em 2008 pela modesta quantia de 80 mil euros, ainda o jogador tinha 18 anos e actuava no Sorrento. De 2009 a 2012, Immobile completou a sua formação na vecchia signora mas disputou apenas três partidas no campeonato italiano pela equipa principal, tendo feito a sua estreia na Serie A e na Liga dos Campeões em 2009.

Immobile é a estrela de um Torino que ainda sonha com a Europa  Fonte: zimbio.com
Immobile é a estrela de um Torino que ainda sonha com a Europa
Fonte: zimbio.com

A falta de minutos de Immobile pela equipa levou a sucessivos empréstimos. Em 2010/2011 foi emprestado ao recém-relegado Siena, onde fez apenas 4 jogos, apontando 1 golo. A falta de jogos na primeira metade da época levou-o a novo empréstimo, mas desta vez ao Grosseto, onde apontou 1 golo em 16 presenças. Na época seguinte, Immobile foi novamente emprestado a um clube da Serie B, desta vez o Pescara, sendo a peça mais importante na subida do clube ao escalão principal do futebol italiano, apontando uns fantásticos 28 golos em 37 jogos. As exibições de Immobile não passaram despercebidas e o Génova assegurou a co-propriedade do passe do jogador, pagando 4 milhões à Juventus e garantindo o serviço do artilheiro mor da segunda divisão do futebol italiano para a época de 2012/2013.

A primeira época de Immobile como titular na Serie A foi então ao serviço do Génova, onde marcou 5 golos e disputou 33 partidas. Não foi muito, mas foi o suficiente para a Juventus comprar a metade do passe do jogador que tinha vendido anteriormente por 2,75 milhões de euros, para a vender exactamente pelo mesmo valor ao Torino.

Immobile na sua estreia pela squadra azzurra, este ano, num amigável contra a Espanha  Fonte: zimbio.com
Immobile na sua estreia pela squadra azzurra, este ano, num amigável contra a Espanha
Fonte: zimbio.com

Chegamos então à época em que nos encontramos, onde Immobile leva 31 partidas na Serie A e 21 tentos apontados, estando a ser o melhor avançado do campeonato e tendo neste momento provavelmente, merecidamente e esperançosamente, um lugar nos 23 convocados de Cesare Prandelli, podendo até ser o avançado titular da selecção italiana devido às muitas dores de cabeça que Balotelli insiste em causar.

No final da época a Juventus terá de tomar uma decisão: comprar o resto do passe de Immobile ao Torino ou vender o jogador em conjunto com o rival da cidade, sendo que pretendentes não faltam, com o Dortmund e o Atlético de Madrid na linha da frente pela aquisição do passe do jogador, avaliado em cerca de 25 milhões de euros.

Um bom Mundial poderá ainda inflaccionar o valor do jogador, que recentemente expressou interesse em jogar na Europa ao serviço do Torino. O que quer que ele decida, certo é que se a Juventus decidir vender a sua metade do passe de Immobile estará a cometer um grande erro, principalmente depois da exibição patética dos seus avançados no conjunto das duas mãos das meias-finais da Liga Europa contra o Benfica.