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A Perdição dos Intocáveis

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eternamocidade

Uma semana depois chegou o domingo, dia que tenho no “Bola na Rede” para explicar, em poucas linhas, a minha visão sobre a atualidade do FC Porto. Um privilégio, pois claro, que se torna ainda maior, na minha visão, no estado atual das coisas. Até pode parecer um contrassenso, mas não é.

Como já expliquei em textos anteriores, escrever num só texto todos os problemas desta equipa de Paulo Fonseca é curto, muito curto. Por essa razão, tenho optado por fazê-lo em partes, e, nesta semana, pareceu-me relevante falar da “perdição dos intocáveis”. Eu sei que este até podia ser um título de um bestseller mundial, mas não: é um traço de um quadro que parece cada vez mais cinzento pelos lados do Dragão.

No passado domingo, escrevi aqui maravilhas sobre a segunda parte do Porto e sobre aquilo que achei ter sido uma mudança no pensamento de Fonseca quanto ao meio campo do FC Porto. Voltando o filme atrás e vendo aquele 1+2 no meio campo portista, talvez o pensamento de que a equipa tinha mudado tenha sido só mesmo algo que quis à força meter na minha cabeça. Lá no fundo, sabia que esta perdição ia voltar. E voltou, na passada quarta-feira, em Madrid: bem sei que me podem falar das quatro bolas nos ferros, do golo idiota de Raúl Garcia ou do penalti falhado de Josué, que podia ter dado na altura o 1-1. Podem-me falar do facto de o Porto só ter feito um ponto em casa ou até de ter acabado a fase de grupos com os mesmos pontos do “colosso” Áustria de Viena. Mas não é por isso que vos escrevo hoje: a razão é diferente, e tem a ver com os intocáveis no futebol.

Josué falhou um penálti contra o Atlético de Madrid Fonte:www.abola.pt
Josué falhou um penálti contra o Atlético de Madrid
Fonte:www.abola.pt

Basta olhar para a direita e perceber que por Espanha a época passada trouxe uma mudança de paradigma no Real Madrid: José Mourinho “encostou” Casillas, o eterno guarda-redes dos madridistas, no banco. Um escândalo, disseram uns; um toque de arrogância, disseram outros, quando comentando a atitude de Mou. Uns meses mais tarde, Casillas passou a número 2 até na seleção espanhola, passando Valdés, ainda que por meros jogos, a ser o dono das redes dos campeões mundiais. Estranho como tudo muda em tão pouco tempo, não acha? O que é facto é que, passado todo este tempo, Ancellotti tornou-se treinador do Real, mas do banco Casillas não saiu. Diego Lopez afirmou-se como um grande guarda-redes, e agora Iker já só “calça” na Champions.

Bom, acho que, depois deste parágrafo, já deve ter percebido a mensagem que quero transmitir. Longe de mim ser injusto e sobretudo ingrato, porque acho que é o pior que se pode fazer no futebol. Longe de mim acusar os “Intocáveis” do FC Porto do fracasso tático que é Paulo Fonseca, ou dos golos falhados jogo após jogo. Mas no que diz respeito a isto, permita-me que diga que estes “intocáveis” são talvez a primeira face do descalabro que tem sido a época azul e branca. Olhando para Helton e Lucho já não se vê aquela raça, aquele querer e aquela liderança que enchiam um campo e juntavam um balneário. Infelizmente, e acho que este é o pior insulto que posso ter para com eles os dois, agora estes “intocáveis” parecem ser apenas mais dois no marasmo portista. Seja em golos por culpa própria ou num ritmo de jogo muito baixo, talvez fosse melhor dar um passo atrás para se poder voltar a dar dois à frente. Não tenho dúvidas de que quer um quer outro ainda têm muito para dar à plateia azul e branca, e para voltarem a ser aquilo que sempre foram. O importante é não ter medo da sucessão e de se deixarem substituir, porque, afinal de contas, isso é também sinónimo de honestidade e grandeza. Entre rostos tristes e uma equipa amorfa, esta “perdição dos intocáveis” é terrível. E os adeptos também o sentem.

(Des)Motivação

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cab futsal

Desde 2007/2008 que a Associação Desportiva do Fundão ou AD Fundão não joga o play-off do campeonato nacional de futsal, mas com as exibições desta época, podem muito bem ter que o fazer. Parece que andam a engonhar, a engonhar, à espera que aconteça um milagre. Nas palavras de um jurado dos ídolos “não jogam puto” e não sei bem porquê, porque mantiveram mais ou menos a mesma equipa do ano passado, a estrutura está lá… o que é que está a falhar este ano? A motivação?

É que a falar em motivação temos de falar na minha equipa, que isto quando é para dizer coisas bonitas é uma maravilha. O Benfica sofreu uma reestruturação quase total, em que de uma época para a outra o 5 titular mudou drasticamente. Mesmo assim, além de apresentarem resultados, apresentam um futebol tão bom ou melhor do que apresentavam a época passada. É de louvar o trabalho que está a ser desenvolvido, pois criar uma equipa do dia para a noite não é fácil, muito menos colocá-la a praticar bom futsal e a ombrear com as melhores equipas do campeonato. Isto, já para não falar de que precisávamos sem dúvida desse “extreme-makeover”, uma vez que tínhamos um plantel envelhecido que já tinha ganho tudo o que havia para ganhar. Como tal, esse pequeno factor denominado de Motivação não era tão visível como é esta época.

Braga comemora um dos 11 golos na goleada imposta ao Leões de Porto Salvo www.zerozero.pt/
Braga comemora um dos 11 golos na goleada imposta ao Leões de Porto Salvo
Fonte: ZeroZero

De referenciar igualmente a excelente prestação do SC Braga neste campeonato. Se quisermos ser mais específicos, nesta mesma jornada! Goleou o Leões de Porto Salvo (equipa sensação deste campeonato 2013-2014) por 11-3 e subiu para o 2º lugar à condição, que espera pelo desfecho do jogo do Sporting-Boavista para saber se rouba de facto o lugar aos Leões (de Alvalade).

Resumo Semanal das Modalidades #1

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Semanalmente irei fazer um apanhado das modalidades que nos foram trazidas pelos nossos redactores. Será este o resumo inaugural da semana do Bola na Rede, entre os dias 9 e 14 de Dezembro.

Esta semana iniciou-se a 9 de Dezembro com um artigo de NBA, escrito por André Albuquerque. Com o título “Grande Desilusão na Grande Maçã”, André, dá-nos a conhecer o mau rendimento das duas equipas de Nova Iorque – Brooklyn Nets e New York Knicks. Quanto aos primeiros, mesmo depois de se fazerem grandes investimentos, a equipa não corresponde às expectativas. Relativamente aos New York Knicks, têm mostrado uma fraca qualidade de jogo.
São duas equipas que se encontram numa má posição e que, devido ao seu historial de vitórias e derrotas, estão entre as cinco piores da Liga. Em http://www.bolanarede.pt/?p=3606

Os Brooklyn têm estado muito aquém das expectativas. http://nextimpulsesports.com
Os Brooklyn têm estado muito aquém das expectativas.
http://nextimpulsesports.com

Roberto Sousa Moura, a 10 de Dezembro, trouxe-nos o seu artigo sobre o Voleibol. Neste seu texto, Roberto fala-nos da quase implacável AJ Fonte do Bastardo, que termina a competição de 2013 de forma tranquila. Não se podendo deixar esmorecer, a AJFB é um dos fortes candidatos ao título. Em http://www.bolanarede.pt/?p=3624

Quanto ao Snooker, Cátia Borrego vem falar-nos sobre a vitória de Neil Robertson, que ganhou a triple crown. O australiano, após vencer o inglês Mark Shelby, pôs-se ao nível de Stephen Hendry, Steve Davis, Ronnie O’Sullivan, John Higgins, Mark Williams, Terry Griffiths e Alex Higgins. Em http://www.bolanarede.pt/?p=3627

Chegando agora ao Basquetebol, Daniel Melo fez-se ler com o seu fabuloso texto sobre o jogo entre o Bayern de Munique e o Olympiakos Piraeus. É-nos dado a conhecer o estrondoso poderio dos gregos, que, por serem bicampeões europeus, tentam validar novamente os títulos que foram alcançados. Em http://www.bolanarede.pt/?p=3654

Relativamente ao Hóquei em Patins, o texto desta semana, da autoria de André Conde, fala-nos sobre a mudança de protagonistas na Liga. Normalmente, esta é protagonizada por Porto e Benfica, contudo, foi a vez de outras equipas assumirem o protagonismo no fim-de-semana passado, como o HA Cambra e o AD Valongo. Em http://www.bolanarede.pt/?p=3718

No que toca ao Rugby, Sara Rodrigues da Costa trouxe ao Bola na Rede a sua visão sobre a equipa portuguesa no fim-de-semana passado, ao conquistar os 10 pontos e conseguindo o alcance da 11ª posição no ranking, com 19 pontos. Em http://www.bolanarede.pt/?p=3758

O Surf não é esquecido no Bola na Rede e é por essa razão que Joni Matos nos falou sobre o Billabong Pipe Masters, onde participaram Slater e Fanning. Ainda sem se saber, antevia-se um Slater a um passo de se tornar campeão mundial, mas hoje Mick Fanning sagrou-se campeão mundial pela terceira vez. Em http://www.bolanarede.pt/?p=3781

Medina num super tubo.  www.aspworldtour.com
Medina num super tubo.
www.aspworldtour.com

Correndo agora para o Ténis, Miguel Dias vem falar sobre jogadores de ténis que prendem a nossa atenção de tal forma que nos fazem assistir a partidas do início ao fim, como é o caso de Gael Monfils, David Nalbandian e Marcos Baghdatis. Foi feita ainda uma breve referência a Nuno Marques, que apesar de ser tido como um dos tenistas com mais potencial, nunca atingiu lugares de topo. Em http://www.bolanarede.pt/?p=3794

Terminando o nosso resumo semanal, deixei para último os Desportos Motorizados de Rodrigo Fernandes. Após o afastamento da F1, António Félix da Costa vai continuar como terceiro piloto e piloto de testes da Red Bull e vai correr no DTM pela BMW. Em http://www.bolanarede.pt/?p=3784

 

Termino por aqui este resumo semanal das modalidades. Para a semana há mais, não percam.

[box type=”info”] Este texto não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico[/box]

O rosto da mudança no Corfebol – Entrevista a Isabel Teixeira

entrevistas bola na rede

Isabel Teixeira, seleccionadora nacional de corfebol, analisa a actual situação da modalidade em Portugal, fala sobre a Supertaça e antevê o próximo Europeu, a realizar-se em Portugal.

1. Como avalia a participação da selecção nos Jogos Mundiais?

A participação da Selecção Nacional nos Jogos Mundiais foi, a meu ver, excelente. Tendo em conta que estão as oito melhores equipas do mundo no Torneio, o nível extremamente elevado da competição e a renovação da nossa Selecção, com metade da equipa titular estreante nos Seniores e com uma média de idades de 23 anos, foi, sem dúvida, excepcional!

2. Como vê a actual situação do corfebol, tanto a nível de selecções como de equipas? O que é preciso melhorar?

Considero que estamos num grande momento de mudança, com o aparecimento de vários novos clubes, com o corfebol a expandir-se por todo o país, o que, em termos de selecções e de evolução da modalidade, é fundamental. Começamos a ver o leque da formação bem mais alargado, em termos de quantidade de atletas, nos vários escalões. A qualidade também tem vindo a melhorar; a necessidade de termos treinadores qualificados nas equipas, apesar de ser difícil de concretizar, tem proporcionado uma maior formação e qualidade dos treinadores que lideram as equipas. De forma a melhorarmos o nível de jogo, o campeonato permite vários jogos entre as melhores equipas; no entanto, os atletas só melhoram se treinarem e jogarem muito, o que implica que todos deveriam treinar, no mínimo, três vezes por semana e jogar uma vez por semana, o que, actualmente, não acontece em muitos dos clubes da Corfliga.

3. Portugal recebe o próximo Europeu. Quais são os objectivos? Portugal tem outro tipo de responsabilidade por ser a selecção da casa? Acredita que é uma boa medida para aproximar as pessoas da modalidade?

Pela segunda vez, Portugal organiza o Campeonato da Europa e, tal como em 1998, no qual estive presente como atleta e onde conquistámos o 3º lugar, as expectativas são elevadas. Os objectivos já estão traçados desde que iniciei funções em Junho de 2012: estar entre os três primeiros. Após os Jogos Mundiais, reconquistámos o respeito da comunidade internacional e, sem dúvida, esperam da nossa selecção uma grande competitividade. Conhecendo o nível das selecções presentes no Campeonato, cada jogo será uma batalha, pois, excepto a Holanda e a Bélgica, todas as outras equipas estão ao mesmo nível. Jogando em casa, esperamos um ambiente fantástico, com muito público. Será uma forma de promovermos o corfebol, não só na Maia/Porto, mas a nível nacional.

4. Como avalia a Supertaça?
A Supertaça foi disputada por duas equipas bem distintas: o Núcleo Corfebol de Benfica, com uma grande história no corfebol português, com uma equipa muito homogénea e com um nível de jogo incomparável a nível nacional, e o CIF, um clube que tem vindo a subir de nível de ano para ano, com uma equipa em construção e que, apesar de muito heterogénea em relação ao nível dos jogadores, tem um colectivo muito forte. Tivemos jogo durante os primeiros 20 minutos, com grande equilíbrio, e, a partir daqui, o CIF não conseguiu ultrapassar nem a pressão defensiva exercida pela equipa do Benfica nem a intensidade e excelente concretização no ataque da equipa campeã nacional. Em termos de competição, o local foi excelente e foi um momento muito importante para a modalidade, com a presença de personalidades do mundo de corfebol como os cerca de 50 delegados de vários países que estiveram em Portugal num congresso organizado pela nossa Federação.

5. Acha que a presença dos três grandes do futebol pode ser benéfica para o corfebol?

Considero muito importante a criação de Secções de Corfebol nos grandes clubes. Aliás, eu criei a Secção de Corfebol do Sporting Clube de Portugal, em 2008, e, durante os três anos em que representámos o Sporting, o corfebol teve muito mais visibilidade, aparecendo notícias, todas as semanas, no site e no Jornal do Sporting, assim como noutros jornais desportivos. Devido à dificuldade em arranjar pavilhões para treinos e jogos, acabámos por nos ligar ao Núcleo Sportinguista de Caneças. Ao aceitar o cargo de seleccionadora, afastei-me das funções no clube. No entanto, é fundamental o regresso à “casa mãe” para uma maior promoção da modalidade.

 

Entrevista realizada por:

André Conde, Cátia Borrego e Rodrigo Fernandes

Sporting 3-0 Belenenses: Sporting, o simplificador

Hoje torna-se tudo mais fácil de entender se recorrermos aos números. Nos últimos 360 (e tal) minutos o Sporting não sofreu qualquer golo. Marcou dez. Somou quatro vitórias e, portanto, doze pontos. Falando especialmente do jogo de hoje, poderão dizer que foi contra um adversário frágil. Hoje, de facto, foi. Não criou uma única oportunidade de golo. Mas esta mesma equipa frágil – o Belenenses – já roubou pontos a Benfica e Porto.

Dizer que o jogo de hoje foi simples para a equipa de Alvalade pode até ser verdade mas é injusto para ambas as equipas. Para o Belenenses porque se bateu da melhor forma que soube e, isto sobretudo, porque se recusou a entrar pelo campo do anti-jogo cada vez mais regular no nosso campeonato. Para o Sporting porque deixa implícito um grau de facilidade que foi conquistado e não concedido. O jogo foi simples porque a equipa de Leonardo Jardim soube controlar o encontro e, apesar de nem ter feito uma primeira parte por aí além, esteve sempre concentrada e organizada.

Adrien festeja o primeiro golo da partida junto a André Martins, que viria a fazer o segundo / Fonte: Facebook Sporting
Adrien festeja o primeiro golo da partida junto a André Martins, que viria a fazer o segundo / Fonte: Facebook Sporting

O Belenenses, por sua vez, apostou numa pressão forte e o mais alta que conseguiu e, enquanto a conseguiu fazer de forma criteriosa, dificultou a manobra ofensiva do Sporting. Carrillo, em dia sim, e Cedric iam sendo quem mais desiquilibrava, cada um do seu lado, e foi exactamente por aí que os leões criaram as oportunidades na primeira parte. A primeira, com uma jogada individual do peruano a assistir Capel para um remate pouco ortodoxo. A segunda, com Cedric a sofrer um penalty discutível, que deu o golo de Adrien. Por fim, de novo Carrillo a assistir Montero, que é agarrado dentro da área sem que nada seja assinalado, e novamente Cedric, pela direita, a assistir Montero, que, no fim da primeira parte, rematou por cima.

Na segunda metade do jogo a história foi outra. O Sporting entrou bem e conseguiu fazer o segundo, por André Martins, depois de uma fantástica recepção precedida de uma boa assistência de Carrillo para o médio português. A partir daí o jogo foi controlado e mais tranquilo. O Sporting ditou os ritmos do jogo e acabou até por chegar ao terceiro. Novamente André Martins com um bom passe para Wilson Eduardo, que flectiu da direita para o meio e, com o seu pé esquerdo, finalizou da melhor forma sem dar hipótese a Matt Jones, guardião dos azuis.

No final, três golos de jogadores saídos da academia de Alcochete; mais três pontos conquistados e a liderança consolidada. Benfica e Porto jogam amanhã para tentar reduzir a desvantagem pontual, que se fixa nos cinco pontos. Até lá, como se viu e bem na bancada sul do Alvalade XXI, “próximo objectivo: três pontos frente ao Nacional”.

Liga Europa é para ganhar!

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Pronúncia do Norte

O FC Porto voltou a ser eliminado precocemente da Liga dos Campeões, terminando a fase de grupos com menos pontos alcançados do que jogos disputados. É triste, é preocupante, é vergonhoso. Não há desculpas. Fazer apenas 1 ponto em casa e vencer somente 1 jogo numa fase de grupos é absolutamente inadmissível num clube como o FC Porto. Desde que a Liga dos Campeões tem este formato (sem a 2ª fase de grupos), o FC Porto só não passou aos oitavos-de-final em 2005/06, em 2011/12 e em 2013/14. Eu arriscaria dizer que, apesar de tudo, esta foi a mais incompetente dessas três participações.

Os pergaminhos do FC Porto na Liga dos Campeões são demasiado marcantes, não são compagináveis com prestações medíocres como esta.
O FC Porto é um dos únicos 12 clubes que conseguiram sagrar-se campeões europeus por mais do que uma vez.
O FC Porto é, a par dos dois “gigantes” espanhóis – Real e Barça -, a segunda equipa com mais participações na Liga dos Campeões (18), logo a seguir ao Manchester United (19).
O FC Porto é a 9ª equipa com mais vitórias de sempre na Liga dos Campeões (10ª, se lhe quisermos juntar a antiga Taça dos Campeões Europeus).
O FC Porto é um dos únicos 10 clubes a ter marcado presença nos quartos-de-final da Liga dos Campeões em pelo menos 6 ocasiões.
E podia continuar com um rol de estatísticas que demonstrariam o poderio que o FC Porto vem apresentando nos últimos anos nesta prova e que não podem, de maneira nenhuma, ser ignorados.

CExige-se a Paulo Fonseca que limpe a imagem do FC Porto na Europa. / Fonte: Público
Exige-se a Paulo Fonseca que limpe a imagem do FC Porto na Europa. / Fonte: Público

O lugar do FC Porto é a Liga dos Campeões. Ponto. A brilhante história do FC Porto na maior competição de clubes do mundo assim o impõe. Agora, claro, o mal está feito e o objectivo passa por ganhar a Liga Europa para minimizar os estragos. Nas duas únicas ocasiões em que começou a época na Liga Europa, o FC Porto acabou por conquistá-la; quando chegou à “segunda divisão” vindo da “primeira”, nunca fez grande figura. Cabe a Paulo Fonseca inverter este cenário e aproveitar o deslize inicial para catapultar a equipa para uma campanha europeia aceitável – e isso passa necessariamente por chegar à final. Evidentemente que se for batido por uma Juventus ou por um Nápoles numa eliminatória em que o azar (o verdadeiro, não aquele que é invocado jornada após jornada pelo treinador) seja manifesto os adeptos perceberão. Caso contrário, tem a obrigação de ganhar. A exigência é máxima, como sempre foi. A tolerância é mínima e cada vez menor. Paulo Fonseca tem de perceber isso de uma vez por todas e acordar para vida! A Liga Europa é para ganhar!

O fim de um sonho

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nascidonafarmaciafranco

Chamem-me lunático, digam-me que não vejo o mesmo futebol que vocês, mas eu tinha um sonho: ver o Benfica a jogar a final da Liga dos Campeões este ano em casa, no Estádio da Luz. 10 pontos não chegaram para continuar a sonhar, e lá vamos de novo para a cada vez mais banalizada Liga Europa.

A jornada europeia começou em casa. Djuricic abriu cedo o marcador e o Benfica conseguiu, frente ao Anderlecht, entrar com o pé direito na liga milionária. Da Grécia, também o Paris Saint-Germain trouxe três pontos. Os então primeiros do grupo viriam a defrontar-se, duas semanas mais tarde, no Parque dos Príncipes: um sufoco. Em 30 minutos a equipa parisiense marcou três golos a um Benfica descaracterizado, completamente impotente. Era a prática a comprovar o que a teoria previa como sendo o jogo mais difícil para os encarnados na fase de grupos.

Seguiram-se dois embates com o Olympiacos. Foi aqui que perdemos o acesso aos oitavos-de-final da prova. Em Lisboa, o relvado da Luz deu lugar a um pântano. Tínhamos obrigação de ganhar em casa: teríamos ainda de fazer duas deslocações e de receber o Paris Saint-Germain. Apesar de tudo, o empate não foi um mau resultado, tendo em conta as condições em que se praticou a modalidade. Seria agora importantíssimo não perder em Atenas, o que não aconteceu.

No temeroso Georgios Karaiskakis o Benfica fez uma grande exibição, que foi anulada pelo ex-guarda-redes dos encarnados. Roberto foi a figura do jogo, negando sete golos a um Benfica ofensivo e com fome de marcar. Depois da Grécia, a última deslocação do Benfica nesta fase de grupos seria a Bruxelas, de onde trouxe uma vitória sofrida contra o Anderlecht. Adiando tudo para a última jornada e a depender do resultado do Olympiacos, o Benfica garantiu, ainda assim, a presença na Liga Europa, na pior das hipóteses.

Capa d’A Bola no dia seguinte ao Olympiacos x Benfica
A Bola no dia seguinte ao Olympiacos x Benfica

Com a passagem do Benfica aos oitavos-de-final a jogar-se em dois estádios ao mesmo tempo, o Benfica só ganhou num. Quatro dias depois de um empate em casa com o Arouca, numa exibição medíocre por parte dos encarnados, eis que, no mesmo palco, o Benfica ganha a uma das melhores equipas da Europa com um futebol completamente diferente do apresentado quatro dias antes.

Com os mesmos 10 pontos que o Benfica, o Olympiacos segue com o Paris Saint-Germain para a próxima fase da Liga dos Campeões e os encarnados rumam de novo à Liga Europa. À semelhança do que aconteceu no ano passado, o Benfica perdeu precisamente contra quem não podia ter perdido (falo do jogo na Rússia frente ao Spartak de Moscovo) e as duas equipas que seguem em frente não são as mais fortes dos grupos – não o era o Celtic e não o é o Olympiacos.

O Benfica foi, no ano passado, a Amesterdão fazer jus ao nome que carrega pela Europa fora. Este ano tinha a oportunidade de o fazer em casa, mas tal não vai acontecer. No ano passado, quando o Benfica perdeu frente ao Braga na Taça da Liga, escrevi numa rede social: “Está com medo de jogar em quatro competições, deixe o lugar para quem não tenha, senhor Jesus”. Este ano, acabado que está o sonho europeu, em consonância com a quadra em que nos encontramos e dirigindo-me também a(o menino) Jesus, tenho apenas um desejo para o final da época: o campeonato.

O Passado Também Chuta: Luís Suarez, o arquiteto

o passado tambem chuta

Luís Suarez Miramontes é um patrício da pintora surrealista Maruja Mallo e do destacado membro da Geração do 98 Valle-Inclán. A Galiza dos mistérios e das bruxas é terra de luz e de génios. Luís Suarez nasceu na cidade da Corunha, bem perto do mítico fim do mundo que todos os povos queriam conhecer. Sendo menino, as ruas e os areais viram como um menino espigado fazia com uma bola o que lhe apetecia. Rapidamente, um clube de futebol chamado Fabril, ligado a uma indústria, o enrolou nas suas filas. O grande clube da cidade, Desportivo da Corunha, não demorou muito tempo a querê-lo entre os seus. Cresceu fulgurantemente; um espião do Barcelona começou a namorá-lo. Em 1954, já estava no Barcelona. Chegara a uma equipa cheia de glamour. Ladislao Kubala era a sua estrela mais poderosa. Suarez teve de lutar contra os ciúmes e as estrelas. Finalmente, instalou-se como valor superlativo da equipa. Os títulos e as chamadas à seleção começaram a acontecer.

A Espanha de Luís Suarez: campeã da Europa / Fonte: fichadojogo.wordpress.com
A Espanha de Luís Suarez: campeã da Europa / Fonte: fichadojogo.wordpress.com

Mas, se no terreno corria um mago da bola, no banco sentou-se um mago da motivação e da estratégia: Helénio Herrera. O Barcelona derrotou no campeonato o mítico Real Madrid de Alfredo Di Stéfano. La Saeta Rubia, admirado com este novo talento, batizou-o “O Arquiteto”. Começara a década de 1960 e o Barcelona jogou a final da Taça de Europa contra o Benfica. O Benfica dos Costa Pereira, Germano e José Águas derrotou-os na final de Berna. Helénio Herrera partiu para Milão. O Internazionale queria atacar o trono futebolístico. Passado um ano, o Inter desembarcou em Barcelona para levar a pérola galega. O lendário HH queria-o para que arquitetasse a sua equipa. O dinheiro que os italianos postaram na mesa abriu todas as portas e janelas de Barcelona e Espanha, o equivalente da época a 200 mil euros. Luís Suarez foi premiado com a Bota de Ouro. A lenda do melhor jogador espanhol de todos os tempos não estava mais além, ainda, do seu começo. Itália maravilhou-se com o seu sentido posicional, com a sua técnica, com o seu poder físico.

O Arquiteto era a inteligência em movimento sobre um terreno de jogo. O Inter recheara-se de excelentes futebolistas: Mazzola, Corso, Jairzinho, e tantos outros ajudaram Luís Suarez a construir aquela orquestra que arrasou em Itália e na Europa. Este galego, meio bruxo, meio génio, não deixou de andar no topo dos jogadores mais valiosos da Europa. Ganhou tudo o que se poderia ganhar a nível de clubes e foi peça principal com a Seleção espanhola que ganhou o primeiro, e durante muitos anos o único, campeonato da Europa.

O arquiteto Luisito Suarez em ação / Fonte: argentinean-network.com
O arquiteto Luisito Suarez em ação / Fonte: argentinean-network.com

O grande rival do Inter, o Milão, tinha nas suas filas o menino de ouro: Rivera. Os duelos entre estas duas equipas e entre os dois craques determinantes ainda perduram na memória coletiva do calcio. Foram tão memoráveis como os duelos entre o Sporting e o Benfica do tempo do Eusébio e do Hilário, onde aparecia o pequeno Simões a sentar toda a defesa do Sporting. Suarez percorria todo o campo; era um jogador total. Posicionava-se na defesa, cortava, avançava, passava ou lançava e tinha uma definição fantástica a trinta-quarenta metros. Era um centrocampista que marcava muitos golos e golos bonitos e espetaculares. Retirou-se com 37 anos, no Sampdoria.

Espanha não voltou a ter um jogador igual. Mais tarde, o Real Madrid teve um centrocampista também mágico, mas, entre umas coisas e outras, não atingiu o clímax futebolístico de Luís Suarez. Também, há bem pouco tempo, o mesmo Real Madrid teve um jogador com uma magia especialíssima: Guti. No entanto, devido à sua lenda boémia ou ao temor dos treinadores, se excetuarmos Shuster, ninguém lhe entregou a batuta da equipa. Luís Suarez continua a viver na sua terra adotiva, Itália. Por isso, talvez seja pouco recordado em Espanha, mas este país jamais pariu outro jogador igual. E a Galiza foi o seu berço.

Depois da tempestade vem a bonança

cab desportos motorizados

Depois do afastamento – injusto – de António Félix da Costa da F1, ficou a conhecer-se, na passada sexta-feira, dia 6, e em forma de conferência de imprensa, na segunda feira, dia 9, o programa do Formiga para esta temporada.
O piloto de Cascais vai continuar como terceiro piloto e piloto de testes da Red Bull, tal como vai correr no DTM (campeonato de carros de turismo alemão) na equipa BMW.

«O objetivo de entrar para a F1 não morreu». Quem o diz é, precisamente, Félix da Costa, na conferência de segunda-feira. Para mim, não morreu mas está mais longe, pois o DTM costuma servir mais de lugar para onde se vai depois do grande circo, e não o contrário. Que o digam, entre outros, Ralf Schumacher, Mikka Häkkinen ou David Coulthard.

Mas também não seria a primeira vez que tal acontecia. Christijan Albers, em 2005, e Paul di Resta, em 2011, passaram do DTM para a F1. Seguir as pisadas deste piloto escocês seria muito bom, pois, além de implicar o tão desejado ingresso na F1, implicaria ainda o título no DTM.

Testes em Jerez (Espanha). Facebook do piloto.
Testes em Jerez (Espanha).
Fonte: Facebook do piloto

A escolha deste campeonato deve-se à sua competitividade e, também, ao facto de o calendário não coincidir com o da F1. Isto é muito importante porque, para o ano, os testes vão ser muito mais regulares do que nos últimos anos e a disponibilidade do Formiga tem de estar assegurada, uma vez que, apesar de não ser piloto titular, pode vir a desempenhar um papel fundamental na próxima temporada da Red Bull. De resto, penso que isto deve ser um dos grandes fatores de motivação para o português, na próxima época, já que irá estar muito mais próximo de toda a estrutura da formação austríaca.

O problema é que, para os testes da próxima semana, no Bahrein, o escolhido foi Buemi, o outro piloto de testes da Red Bull. Esta escolha pode mostrar duas coisas: ou o suíço vai ser o piloto com mais oportunidades, ou, pelo contrário, estes testes não são muito importantes, já que vão servir para avaliar apenas os pneus Pirreli. Se assim for, ficará Félix da Costa a fazer os testes de simulador, ou algo parecido. Pode ainda dar-se o caso de o português estar a testar o BMW com que vai correr no DTM.

Termino o artigo com um vídeo que foi apresentado na conferência de imprensa de que já falei, em que foram apresentados alguns dos melhores momentos do piloto.

É por isto que vale a pena ver ténis

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cab ténis

Confesso que até há uns dias atrás não tinha ainda tema para este texto semanal. No entanto, foi ao ver um resumo do ATP World Tour que me surgiu este pensamento de hoje. No vídeo em baixo podemos ver aquele que é o melhor ponto do ano para a associação que rege o circuito mundial de ténis.


Gael Monfils – Melhor ponto do ano

Gael Monfils é um tenista francês, nº31 do ranking mundial, mas é daqueles que nos prende a um jogo de ténis do princípio ao fim. Nem eu, adepto confesso de ténis, consigo ver sempre um jogo completo de ténis; no entanto, são estes predestinados que nos fazem ficar agarrados a uma TV do princípio ao fim.

Gael Monfils, David Nalbandian, Marcos Baghdatis, e outros, são aqueles que fazem o comum dos mortais olhar para um jogo de ténis com atenção. Os resultados, os grandes vencedores, fazem-se do trabalho, do físico, da táctica; mas os grandes pontos, os grandes momentos, fazem-se do talento, puro e duro, fazem-se da maluquice que empregam nas suas pancadas, e que quando resultam fazem milhares de pessoas levantarem-se das suas cadeiras e aplaudir como se não houvesse amanhã.

Nalbandian é talvez o expoente máximo deste tipo de tenistas. Um jogador que nos seus dias era capaz de bater os melhores, mas cujo sucesso nunca foi muito elevado devido à falta de capacidade de trabalho. No entanto, o tenista argentino nasceu com aquilo. Nasceu com a capacidade de fazer esquerdas impossíveis, de inventar pancadas no momento, de encontrar soluções onde toda a gente só via problemas. Era por isso que David Nalbandian era um dos favoritos para disputar a Taça Davis, de cuja “mística” já aqui falei num outro artigo: porque era aquele que pegava não só do jogo por jogar frente ao seu público, mas que “pegava” também nas bancadas, proporcionando duelos verdadeiramente épicos.

Existem assim diferenças entre ter um nº4 David Ferrer, um jogador que é fruto do trabalho e da raça, ou ter um nº4 David Nalbandian, magia pura, cujo talento supera todo o trabalho. Actualmente são poucos os tenistas que existem com estas características, e infelizmente os que existem são criticados por alguns por serem “calões”. Pois bem, eu digo: deixem-nos andar. Estão entre os melhores do mundo – casos de Jurgen Melzer, por exemplo -, mas não querem ter grande trabalho fora do court. Ok, tudo certo, desde que nos continuem a brindar com as suas pancadas impossíveis.

Portugal também teve o seu “quê” de talento. Nuno Marques é o nosso grande embaixador do talento português. Tido no circuito como um dos tenistas mundiais com mais potencial, Nuno Marques acabou por ser um dos melhores da sua geração, mas nunca atingiu lugares de topo mundial, apesar de muitos técnicos e outros jogadores lhe apontarem essa capacidade.

Transformado agora em treinador, Nuno Marques é talvez o que sabe melhor o que é isso do talento e o que tem de fazer para o aproveitar. Esperemos que o saiba aplicar nas suas mais recentes funções. Quanto aos restantes, obrigado pela vossa magia.