Haleiwa, Sunset e Pipeline acolhem os melhores surfistas do mundo entre 12 de Novembro e 20 de Dezembro. Mais conhecido como Triple Crown, esta série de eventos especiais em território havaiano é constituido por estes três eventos, sendo os dois primeiros Primes (etapas que ajudam os surfistas a ganharem pontos para se qualificarem para o Campeonato do Mundo) e o último o Billabong Pipe Masters.
A competição em Haleiwa já começou e o que é importante frisar é que o luso-germânico Nicolau Von Rupp, um dos dois portugueses em prova, foi eliminado no 3º round. Apesar da derrota prematura, Nic teve uma excelente prestação ao competir contra monstros do surf Mundial como Adam Mellin e Matt Wilkinson. Deste modo, Nicolau acabou em 4º lugar no heat e em 49º no Reef Hawaiian Pro, Haleiwa, conseguindo assim chegar ao Top 100 Mundial. Com este feito, o surfista da praia Grande vai poder participar nos eventos mais importantes de qualificação para o World Tour.
Também o novo campeão nacional, Fredericos “Kikas” Morais, entrou nesta prova, não indo para além do 3º lugar seu heat, e perdendo assim de “primeira”.
Nic a mandar uma lequada perfeita de água Fonte: I Online
Dia 8 de Dezembro começa o tão esperado Pipe Masters numa das ondas mais perigosas do mundo. Num fundo recheado de coral, esta onda tubular recebe os melhores surfistas para decidir o novo campeão mundial. Na disputa deste lugar de sonho estão os surfistas Mick Fanning, Kelly Slater, Jordy Smith e Joel Parkinson, que vão fazer o possíveis para ganhar.
Fonte: aspworldtour.com
Kirk Passmore, de 32 anos, faz parte da mais triste História dos últimos tempos envolvendo as ondas havaianas. No passado dia 13 de Novembro, dia em que entrara um swel gigante na costa havaiana, Alligators, tudo apontava para uma sessão épica de surf. Tudo estava a postos para começar. Entraram as primeiras ondas e tudo se passava na normalidade, até que Kirk apanha uma autêntica “bomba” e cai na base da onda. Depois da queda que por acaso foi de cabeça, o jovem surfista ainda levou com toda a massa de água em cima. Seguidamente a este grande wipout, segundo testemunhas, Kirk ainda levou com as ondas que vinham a seguir, acabando por não voltar à superfície. A sua prancha foi encontrada mais tarde perto de Chun´s Reef, já sem leach (corda que serve para a prancha não fugir do surfista, uma vez que está presa ao pé e à prancha). Infelizmente, o corpo ainda não foi encontrado, mas as buscas continuam.
O camera man Larry Haynes filmou toda a catástrofe. Aqui podes assistir ao vídeo e perceber mais pormenorizadamente o que se passou.
Depois de um serão de jantar animado, o filho, chamado Selecção, vai para o seu quarto, enquanto a mãe, Nação, acaba de lavar a loiça. O pai, a Federação, lê o jornal, calmamente sentado no sofá, colocado em frente à televisão.
– Selecção Portuguesa de Futebol, chega imediatamente aqui! – chamou a mãe do pequeno.
“Pronto, já me estão a chamar pelo nome completo, já vou levar um raspanete”, pensou Selecção.
– Sim, mãe?
– Eu e o teu pai estamos muito preocupados contigo, filho. Andas a deixar tudo para a última, não tens qualquer sentido de responsabilidade, precisas sempre de ir aos playoffs para te qualificares. Assim não pode ser.
– Oh mãe, mas eu consegui eliminar os suecos! O Ronaldo até marcou quatro golos, às tantas ainda vai ser Bola de Ouro à minha pala…
– Não desvies a conversa, meu menino, que isso não é desculpa. Tiveste um grupo mais do que acessível e arriscaste a ficar, mais uma vez, fora do Mundial. Isto não pode ser assim, eu e o teu pai já te avisámos disso.
– Mas eu passei ou não passei??
– Selecção Portuguesa de Futebol, tu não me respondas! Tinhas potencial para passar o grupo em primeiro e à vontade, sabes bem disso. Estive preocupadíssima contigo, quando a Suécia marcou o segundo golo ia tendo um ataque de nervos. Não podes continuar a contar com a tua qualidade para resolver quando não te esforças nos jogos mais pequenos!!
– Oh, se tivesse um ponta-de-lança de jeito e o Patrício não tivesse dado aquele frango…
– Lá estás tu a pôr as culpas em cima dos outros! A culpa não é do Patrício, que ele bem te salvou em inúmeras ocasiões. E já sabias de antemão que não tens pontas-de-lança decentes. Isso não é desculpa! Tu tens equipa para discutir os jogos taco a taco com selecções como a Espanha, campeã do mundo e bicampeã europeia!!
– Sim, mãe…
– Filho, eu acredito tanto em ti e custa-me ver que deixas sempre as qualificações para a última hora. É completamente desnecessário, e o teu pai diz o mesmo…
– Mulher, deixa o rapaz em paz… – disse o pai.
– Como assim, Federação?
– O objectivo era conseguir o apuramento. A bem ou a mal, ele conseguiu. O dinheiro entrou e vamos ao Brasil. É isso que me importa.
– Está bem, mas já o devia ter feito muito antes! Rússia e Israel? O que é isso para uma equipa como a nossa? Não pode ser, Selecção Portuguesa de Futebol, não pode. Tu sabes que só estou a tentar ajudar-te, filho…
– Eu sei, mãe, tens razão…
– Promete-me que vais ter mais juízo nessa cabeça e jogar a sério em todos os jogos, por favor.
– Sim, mãe…
– Ah, e já agora, vê lá se consegues não perder contra a Grécia se os apanharmos no Mundial. Eu e o teu pai ainda não recuperámos da tragédia de 2004…
– Claro, não te preocupes.
– Pronto, vai lá para o teu quarto brincar, meu filho.
– Obrigado, mãe. Obrigado, pai.
“A ferros, mas a qualificação lá se fez. “ Mário Cruz/LUSA
Selecção foi feliz para o seu quarto, radiante por se ter safado do raspanete. No fundo, sabia que os pais tinham razão, mas ainda estava eufórico com a vitória sobre a Suécia. Sentou-se à secretária do seu quarto. Na cabeceira, estavam algumas notas: “Trabalho de casa – começar a preparar a pré-convocatória e estudar equipas do Mundial”.
“Que se lixe, ainda tenho tempo”, pensou Selecção. Assim, atirou os sapatos para um canto da sala, inspirou fundo, e começou a jogar um qualquer jogo de consola…
A expressão que se transformou num autêntico jargão de rua, serve perfeitamente para descrever aquilo que se passou no Brasileirão deste ano. A final da Copa do Brasil ainda não se jogou. E não é que a Taça seja um triunfo de somenos, mas os dois grandes troféus da temporada, esses, foram para Atlético Mineiro e Cruzeiro. Em período de austeridade – esta expressão já cansa, lembrando sempre a figura do pai austero e autoritário – diz-se que é preciso cortar nas gorduras do Estado. Porém, as gorduras que foram para os dois gigantes de Belo Horizonte são saudáveis. E que campeões gordinhos e comilões foram eles. Cruzeiro campeão nacional, numa prova dificílima. Trinta e oito jogos. Regularidade é a palavra de ordem. E a Raposa sagrou-se tricampeã a quatro jogos do fim.
Já o Atlético é campeão da Terra Nova. Das Américas. E agora, disputará o título de campeão do mundo, em Marrocos. Tudo leva a crer que o Galo Mineiro vá á final com o Bayern de Munique. Ronaldinho Gaúcho tenta recuperar por tudo. Será o grande trunfo dos belo-horizontinos, já que Bernard saiu a meio do defeso.
A locução “lanterna-vermelha” é também muito usada no meio desportivo. Significa o último classificado. No nobre ofício da mineração, quem segurava a lanterninha rubra era o trabalhador que ia atrás, para iluminar o caminho de todos os outros e sinalizar o fim da fila. É uma posição quase aristocrática pois, em caso de tragédia, é quase certo que o lanterninha não se safa. Mineiros são fortes e lutadores. E assim aconteceu com os dois maiores de Minas Gerais, onde, outrora, foi o mais importante Estado do Brasil pelo minério que produzia, não só para a coroa portuguesa, como para o Brasil pós-1822. Fizeram das tripas coração e conseguiram um feito inédito. Este é, sem sombra de dúvidas, o ano de Minas. E mais que merecido.
Como curiosidade, fica a informação de que de todos os Estados de Terras de Vera Cruz, cujos clubes oriundos foram campeões, apenas Minas Gerais não tem mar. É verdade que está na zona mais importante do país; o sudeste, sub-região de onde também fazem parte o Rio de Janeiro e São Paulo. São 80 milhões de almas, quase metade da população. 20 milhões delas são mineiras. Minas não precisa de praia. Minas é um mar de montanhas.
Se à arte da alquimia correspondia transformar vis metais em ouro, à arte da mineração equivalia e equivale britar a pedra, escavar, estar no escuro, sem ver a luz. Mas, depois de encontrado o minério, é saborosa a recompensa pelo prémio. Muita luta e muito sangue. Lágrimas? Sim, mas de alegria
No dia seguinte ao apuramento de Portugal para mais um Mundial – campanha na qual a formação leonina desempenhou, para não fugir à regra, um papel decisivo, com um hat-trick do sócio 100 000 do clube –, é tempo de nos voltarmos a concentrar no futebol nacional e naquilo que pessoalmente me interessa mais do que qualquer selecção: o Sporting.
Findas as primeiras nove jornadas da Liga, e ainda que tenhamos sido eliminados da taça, o balanço é positivo. É certo que realizar uma época ainda pior do que a anterior seria quase impossível, mas poucos esperariam que o Sporting conseguisse, em tão pouco tempo e com recursos escassos, montar uma equipa competitiva que “mordesse os calcanhares” ao Porto e ao Benfica. A prudência leva-me a dizer que ainda conseguimos muito pouco, até porque há dois anos também estávamos numa óptima forma em Novembro e depois quebrámos quase do dia para a noite. No entanto, as circunstâncias também são diferentes, com claro benefício para o Sporting actual. O clube é hoje mais estável e há a sensação de que finalmente todos remam para o mesmo lado, tendo o mérito de ser em larga medida atribuído ao novo presidente.
A união no balneário do Sporting salta à vista e contrasta com a realidade das últimas épocas Fonte: http://rr.sapo.pt/
O trabalho de Leonardo Jardim, contudo, não pode ser desprezado, porque constitui a prova de que as coisas não acontecem por acaso. O treinador madeirense sabia a difícil tarefa que o esperava: pegou num clube em cacos, animicamente destruído depois da pior época da sua História, com rumores de salários em atraso e com uma mudança directiva recente. O projecto consistia em começar praticamente do zero, e a verdade é que para já os sportinguistas não se podem queixar: a equipa joga um futebol atractivo, os jogadores sabem as suas funções em campo, o ataque concretiza, e a defesa, apesar dos golos encaixados nos últimos encontros, também parece ter estabilizado. O estilo de jogo está bem definido, assim como o plano B, com dois avançados sempre que as coisas não estão a correr bem, e que já rendeu dois golos importantes. O ritmo de jogo é muito superior ao dos últimos anos, a equipa pressiona o adversário no seu meio-campo e não tem medo de assumir o controlo contra equipas mais fechadas, os laterais ajudam o ataque (não me canso de elogiar as exibições de Jefferson até à lesão) e os extremos não se limitam a causar desequilíbrios nas alas, aparecendo bastantes vezes em zona de finalização (Wilson, Capel e Carrillo já valeram 8 golos, fora as assistências, apesar de a forma do peruano não ser a melhor). Por último, não podia deixar de referir aqueles que, para mim, são duas pedras fulcrais deste Sporting: Montero, que para além da veia goleadora trabalha muito e inventa espaços para ele ou os colegas explorarem, e William Carvalho, que subiu a pulso desde o semi-anonimato até à conquista do lugar de âncora do meio-campo que agora ocupa. Neste último caso, o mérito de apostar neste jogador e de sentar o capitão Rinaudo (jogador que também aprecio, mas que nunca mais foi o mesmo depois da lesão) recai todo sobre Jardim.
Porém, não podemos perder de vista que esta equipa tem, como é normal, algumas limitações. O eixo da defesa era o sector que me deixava mais dúvidas, e os jogos já disputados contra os grandes levam-me a concluir que esta posição deve ser reforçada. Sobretudo Rojo parece-me ser um jogador que, embora tecnicista, treme bastante e erra na abordagem a alguns lances. Julgo que o Sporting podia aguentá-lo até ao fim da época e depois tirar proveito da sua mais que provável ida ao Mundial, indo de seguida buscar alguém mais “batido” para um lugar onde a experiência ainda é um posto.
No meio-campo, não é novidade para ninguém que André Martins está em sub-rendimento. Não creio que ele seja o jogador mais talhado para criar desequilíbrios e fazer a ligação com o avançado, uma vez que não se trata de um número 10 puro, mas sim de um médio de transição. A sua baixa estatura também pode ser um entrave em certos jogos, embora não me pareça o problema essencial. Salta à vista a necessidade de um jogador mais criativo, e dou por mim a suspirar pelo regresso de Matías Fernández. O chileno encaixaria aqui como uma luva, agora que o Sporting tem equipa para acompanhar o seu génio… De resto, Adrien também cresceu bastante e confere agora ao onze uma sobriedade, maturidade e visão de jogo importantes num plantel jovem, ainda que não seja um jogador rápido. Por último, a verticalidade do jogo de Carrillo, aliada ao facto de o peruano tardar em explodir definitivamente, faz com que me interrogue sobre a necessidade de comprarmos um extremo com créditos firmados e maior capacidade finalizadora – por exemplo Pizzi, que chegou a ser equacionado no Verão e que tinha a vantagem de bater bolas paradas.
Seja como for, o Sporting é hoje uma equipa mais adulta e equilibrada, cuja forma tem surpreendido tanto os adeptos como os rivais. Que este rumo seja para continuar e que no final da época, fruto de um crescimento sustentado e com os pés sempre assentes na terra, continuemos a ter razões para acreditar que o futuro vai ser ainda mais risonho.
Abram alas para os Carolina Panthers. Com quatro jornadas decorridas, a equipa liderada pelo quarterback Cam Newton tinha três derrotas e apenas uma vitória… Quem os viu e quem os vê! Depois de derrotarem os New England Patriots (24-20) no sempre mediático jogo de segunda-feira à noite, a equipa de Carolina já vai com um registo de 7-3 e ninguém duvida de que são um nome a ter muito em conta para os playoffs.
Ora vamos lá perceber porquê. Cam Newton é 80% da resposta. Que jogador fabuloso. Com 1,96m e 111kg, podia pensar-se que seria pouco móvel ou algo do género… Nada disso. Aliás, basta ver que, contra os Patriots, correu para 62 jardas, um número mais do que respeitável para um QB, além de ter lançado para outras 209 e três touchdowns.
Do outro lado, Tom Brady ganhou 296 jardas mas conseguiu apenas um TD, ao qual juntou uma interceção, embora as queixa dos Pats sejam outras… É que Brady levou a equipa de New England pelo campo fora na última drive do encontro à procura da vitória, com um último passe a ir para a endzone mas sem ser concretizado. No entanto, os Patriots queixaram-se (e queixam-se) de um eventual agarrão a Rob Gronkowski, que lhes daria a bola na linha de uma jarda. Deixem-se disso, está bem? Perderam e foi justo.
Os Patriots (de branco na fotografia) queixam-se de um suposto contacto ilegal entre Luke Kuechly e Rob Gronkowski na última jogada do encontro entre as duas equipas. Fonte: espn.go.com
Duas outras notas antes das rubricas, caros amigos. Os Panthers se calhar só não ganham a sua divisão porque têm o azar de a partilhar com os New Orleans Saints. Com os duros San Francisco 49ers pela frente – Drew Brees sofreu… -, os comandados de Sean Payton viram o kicker Garret Hartley rematar o field-goal da vitória com a “buzina” a soar, garantindo o oitavo triunfo em 10 jogos (23-20), num jogo em que Colin Kaepernick, QB dos 49ers, voltou a mostrar-se bem longe do que fez na época passada.
Outra nota: os Seattle Seahawks são a melhor equipa da liga. Tenho dito. Uma tareia aos Minnesota Vikings (41-20) mostrou o quão completos são. Têm um quarterback jovem e fabuloso em Russell Wilson – mais 230 jardas e dois TD -, um runningback de craveira em Marshawn Lynch – dois TD também – e tiveram um empurrão pelo regresso de Percy Harvin, um receiver versátil, veloz e muito, muito perigoso. Ah, como se não bastasse, a defesa pouco ou nada deixa passar por si.
Bestiais
Os Cincinnati Bengals tinham mesmo de derrotar os Cleveland Browns para saírem de uma série de dois jogos a perder (ainda por cima no prolongamento…). Tarefa cumprida e com distinção (41-20), depois de uma partida onde o segundo período foi de malucos! Só nesses 15 minutos, os Bengals marcaram 31 pontos e ficaram com a divisão AFC Norte controlada. Fortes.
Os Cleveland Browns (de laranja na fotografia) não deram hipóteses aos Cleveland Browns, que acabaram os 60 minutos com quatro turnovers Fonte: bleacherreport.com
Bestas
Nem com Mark Sanchez fora do campo os New York Jets conseguem ser uma equipa a sério. Que desgraça. Com a oportunidade de se aproximarem dos Patriots na divisão, os verdes de NY conseguiram perder 37-14 contra os Buffalo Bills num jogo tão fraquinho do Geno Smith, o suposto QB salvador. A defesa dos Bills forçou quatro turnovers e viu E.J. Manuel, outro suposto QB salvador, estar em grande plano no ataque.
Cereja no topo do bolo
Este não é díficil. Um jogo entre dois rivais. Um com 9-0 em jogos, outro com 8-1. Saíram por cima os Denver Broncos, a jogar em casa contra os até então invictos Kansas City Chiefs, que não conseguiram impor a defesa sufocante que tem feito tantos estragos. Peyton Manning voltou a orquestar a vitória, desta vez com 323 jardas e um TD. Já aqui disse que os Seahawks eram a melhor equipa da liga, mas os Broncos estão em segundo…
Quem não conhece “Regresso ao Futuro”? A grande trilogia dos anos 1980, espetacularmente realizada por Zemeckis e produzida por Steven Spielberg, e excelentemente interpretada por Michael J. Fox e Cristopher Lloyd? Uma aventura maravilhosa. Uma das grandes obras de sempre. Puro entretenimento.
Peguemos no nosso DeLorean – carro através do qual o doutor maluco fazia as suas viagens espácio-temporais – e embarquemos numa visita ao passado para ver quais os grandes clubes que fizeram a história da Euroliga, a competição mais importante de clubes do velho continente.
Tal como no futebol, também o Real Madrid domina. Contam-se oito títulos para os madrilenos. A maioria deles foi cimentada na década de 1960, mas também de 1970. O último título foi em 1995. Os seus rivais catalães têm muitas finais perdidas, mas possuem dois títulos. O Juventude de Badalona foi campeão europeu uma vez.
Se contarmos com a antiga União Soviética, o grande colosso vermelho possuía sete títulos, personificados no Dínamo de Tbilisi, no ASK Riga e ainda no CSKA de Moscovo. Este último ainda venceu mais duas vezes pela Rússia, já como Estado pós- Perestroika. Os Moscovitas são os segundos em número de títulos: meia-dúzia. De facto, quando a competição foi criada, em 1957, as equipas de leste dominavam. Ainda do outro lado da cortina (esta não era de ferro, mas fictícia), no país do General Tito, adepto de uma terceira via política, a ex-Jugoslávia também conta com vários títulos. Sete, tal como os russos. O seu maior vencedor foi o KK Split, da República da Croácia, que, posteriormente, também venceu, já depois de a zona mais rica da Jugoslávia se ter desmembrado.
De França – atual campeã europeia de seleções – só há um vencedor. No ano de 1993, o Limoges bateu o clube italiano Treviso por 59 – 55, numa final jogada em Atenas. Por falar em Itália, os transalpinos são os que possuem mais títulos nesta competição, divididos por: Varese (cinco), Olimpia Milano (três), Bologna e Cantú (dois cada), e ainda Banco di Roma, com um monotítulo.
É engraçado verificar que a tendência vem agora também de Israel. Num único representante: o Maccabi Tel Aviv possui cinco troféus. Mas ultimamente quem domina são os gregos. Desde 2007 jogaram-se precisamente sete Euroligas, e, em cinco delas, os helénicos tiveram um final feliz. Panathinaikos e Olympiacos abriram as hostes. Num confronto de V e V, os verdes venceram os vermelhos, com três títulos contra dois. Porém, o Olympiacos é o atual campeão da Europa. E mais: bicampeão, pois também arrebatou a taça há duas temporadas.
Olympiacos: o campeão europeu em título Fonte: indoor.pt
Só com o Benfica, com uma grande equipa onde despontavam nomes como Carlos Lisboa, Pedro Miguel ou Jean-Jacques Conceição, é que um clube lusitano chegou à fase final desta competição. Na sua era de ouro, entre a década de 1980 e 1990, o Benfica venceu dez campeonatos em onze. Consumada a hegemonia interna, era hora de se aventurar no futuro. E nessa fase final o Benfica teve vitórias históricas contra campeões europeus da modalidade, como o Panathinaikos, o Badalona, o Bologna e até o Real Madrid. Depois disso, nunca mais outro lhe seguiu as pisadas. Esperemos que isso aconteça num vindouro próximo para os clubes portugueses. Para que o amanhã seja risonho. Tal como foi o de Marty McFly e do doutor Emmett Brown, quando viajaram pelo tempo.
Estamos lá! Custou. Sofremos. Lutámos. Fomos melhores. E temos o melhor. O nosso capitão não acusou a pressão e soube responder nas horas certas. Quando pensámos que não íamos conseguir vencer no primeiro jogo e quando a Suécia, no jogo de hoje, marcou o segundo golo. Precisávamos dele. E ele não falhou. Obrigado, Ronaldo.
Na abordagem ao jogo, Paulo Bento voltou a acertar nas escolhas. Sou, de longe, um dos mais críticos de Hugo Almeida. Mas o ponta-de-lança de Portugal, hoje, apesar das críticas, cumpriu aquilo que se pedia (excetuando o incrível falhanço de cabeça na primeira parte) e foi um lutador na frente de ataque. Depois houve Pepe e Bruno Alves, que continuam a ser muito firmes e seguros nos jogos decisivos. Num jogo que pedia muita concentração e espírito de sacrifício, os nossos centrais (sempre bem acompanhados por Miguel Veloso) conseguiram responder positivamente ao poderoso ataque sueco com Ibrahimović e Elmander. Não fosse a falha de marcação de Bruno Alves no lance do segundo golo, diria que ambos tinham estado irrepreensíveis.
Do meio-campo para a frente, antes de chegar à figura máxima do encontro, queria apenas destacar a excelente exibição de João Moutinho. Não falando apenas dos dois passes magistrais para os golos de Ronaldo, mas a capacidade que o médio português tem para controlar o jogo e gerir o ritmo da equipa é impressionante. Moutinho foi incansável. A ajudar na defesa. A auxiliar o ataque. E a servir a figura do jogo: Ronaldo.
“Calma, eu estou aqui!” – E os portugueses agradecem! Fonte: http://www.goal.com/
Faltam-me adjetivos que qualifiquem o português. Não vou reforçar outras 30 vezes que ele é, de facto, o melhor deste ano. Vi poucos jogadores na minha vida fazerem aquilo que ele fez hoje. Num jogo tão importante e com tanto a perder, Ronaldo não vacilou. Ronaldo apareceu. Ronaldo calou os críticos. Marcou 3. E carimbou o passaporte de Portugal para o Mundial’2014. Por ter feito a diferença, e não ter sido apenas mais um… Obrigado, Comandante!
Em semana de selecção nacional, decidi falar-vos daquela que é a minha realidade, assim como a de muitos outros, enquanto adepto do Futebol Clube do Porto em Lisboa…
Admito que, muitas vezes, o discurso da instituição Futebol Clube de Porto tenha registado traços fortes de regionalismo numa divisão Porto/Lisboa; as suas razões são extensas e acredito que, se as fosse enumerar, facilmente cairia no erro de, por esquecimento, não referir uma ou outra que adeptos do meu ou de outro clube qualquer achariam de importância extrema, e por essa razão não o vou fazer. O que digo é que este discurso tem vindo a decrescer nos últimos anos da presidência do “Sr. Presidente”, algo que certamente agrada não só a mim como a todos os adeptos do Futebol Clube de Porto que vivem efectivamente a Sul do Rio Douro.
Quem vive em Lisboa (ou a quem simplesmente calhe estar na cidade em dia de comemorações do F.C.P.) festeja títulos maioritariamente num local, na Delegação do Futebol Clube do Porto em Lisboa – Os Dragões de Lisboa, situada na Avenida da República. Sendo este um local pequeno, é simbólico que, tal como no Dragão, os festejos ocorram mediante cânticos provenientes dos elementos que se encontrem na varanda da Delegação, para com os adeptos que se encontrem na rua. Dependendo da ocasião (um jogo decisivo ou um campeonato “ganho no sofá”), os adeptos vão-se juntando, muitos deles tímidos até chegar junto dos seus, festejando o prazer que é serem filhos do Dragão. Em conjunto mostram os seus equipamentos, os seus cachecóis, gritam bem alto o nome do clube que já os obrigou a marcar no calendário que em Maio há festa.
Porto: um clube com história Fonte:http://www.dragoesdelisboa.pt/
A festa faz-se no Porto, sim; seja no Dragão ou na Câmara Municipal (o que tem sido impossibilitado nos últimos anos por um Presidente de Câmara que não abria as suas portas), a dimensão é completamente incomparável àquela que é feita em Lisboa, mas o sabor, esse é diferente. O gosto de festejar numa cidade povoada de vermelho (e algum verde) é mais saboroso, pois claro, e acredito que muitos dos que vivem no Porto gostariam de (nem que fosse uma vez) fazer uns Km’s para acordar Lisboa numa noite em que estranhamente ninguém sai à rua, assim como ninguém vai à janela. Estranho? Não, certamente os lisboetas de outros clubes preferem aumentar bem alto o som da televisão e jamais parar em canais noticiários ou desportivos. Não os censuro…
Há provocações, claro; mesmo a polícia (na sua generalidade) não se mostra muito contente por estar a fazer o seu trabalho em dia que o Porto é campeão. A pouco e pouco uma mancha azul vai-se formando em Lisboa; de suas casas vão apitando até chegar ao salão de festas (não me refiro neste caso especifico ao Estádio da Luz), sendo que alguns chegam até a ir ao Marquês (nos festejos da Liga de Campeões em 2003/2004 estava composto), que normalmente é reservado para outras celebrações que teimam em não acontecer.
Ir beber um fino, comer uma francesinha e ver o Porto, é isso que todos nós, adeptos, fazemos na “Sede”, como eu lhe chamo. Normalmente nem meia página ocupamos nos jornais desportivos, nem 20 segundos nos telejornais, mas estamos lá. Centenas, milhares? Não sei. O que sei é que durante umas horas todos os Dragões de Lisboa lá estão.
Que fique bem claro, ser corajoso não é caminhar ao lado de 2499 adeptos de uma claque por um trajecto de três ou quatro km até entrar no estádio de uma equipa adversária. Corajosos são os adeptos que se juntam no mesmo sítio, todos os anos (regularmente, vá), a apitar nos seus carros por Lisboa, a cantar e gritar pelo clube que muitas vezes não podem ver ao vivo mais do que duas ou três vezes por ano, mostrando que são tão portistas como os portistas do Porto. Ser corajoso não é pegar em pedras da calçada nem muito menos é vestir de forma anónima para passar despercebido à Polícia; corajosos são os adeptos (e incluo não só os do meu clube como também os restantes) que saem de casa e vão festejar, independentemente de estarem em Lisboa ou no Porto, sem a intenção de teatralizar uma batalha campal.
Quando o Benfica joga com qualquer adversário nacional é sempre destacada a qualidade do plantel encarnado, com especial foco nas várias soluções existentes no banco de que o senhor Jorge dispõe. Isto é simplesmente óbvio. Num plantel de trinta e muitos jogadores mal seria se não existissem soluções no banco. E por termos esta enormidade de jogadores – o maior plantel, lá está -, lembro-me de questionar duas coisas; duas coisas que me parecem importantes.
Primeiramente, como é possível, a nível de planificação e gestão, ter tantos jogadores e depois ter de se recorrer à equipa B para ir buscar um jogador para jogar a extremo? Ainda bem que assim foi, porque sou da opinião que o Ivan Cavaleiro merece de facto minutos no plantel e pode, num futuro a curto/médio prazo, tornar-se um jogador fundamental no plantel encarnado. Isto (a pergunta feita anteriormente) mostra a terrível planificação do plantel que foi feita com vista a esta temporada, e também a gestão que tem sido feita ao longo da mesma. E a esta pergunta, o senhor Luís ou o senhor Jorge que respondam, porque eu, infelizmente, não o posso fazer.
Os rostos (uns mais, outros menos) conhecidos do Benfica Fonte: misticaencarnada.wordpress.com
Em segundo lugar, questiono (me) se é pertinente ter tantos jogadores no plantel?
E a esta respondo eu: não. Obviamente que não. Porquê? Dois motivos simples.
É incomportável para qualquer treinador gerir tantos jogadores sem ter casos de desmotivação e/ou indisciplina. Não há milagres, mesmo sabendo que o nosso treinador é Jesus; para além de ser muito mais difícil criar um forte espírito de grupo, coesão e um bom balneário (até porque não há cacifos para todos, o que gera automaticamente mau ambiente e discussões…).
Em segundo lugar, equipas que têm uma equipa B nunca deveriam ter mais do que 20 a 22 jogadores na equipa principal. A equipa B serve para dar rodagem a jogadores mais jovens, jogadores com potencial para representar a equipa principal num curto/médio prazo. Serve para diminuir o choque da passagem de júnior a sénior – momento crítico na vida da maioria dos jogadores e no qual muitos deixam de competir ou competir a um nível elevado, como fizeram durante a formação.
Alguns dos jogadores do “2º plantel” Fonte: slbenfas.wordpress.com
Ou seja, no caso do Benfica torna-se duplamente crítico o número de jogadores na equipa principal.
Até podemos ser campeões, até podemos ganhar títulos esta temporada, até podemos começar a praticar um futebol de nível elevado, à semelhança do que fizemos na época anterior, mas que tudo isso (apenas possibilidades, atenção) não sirva para camuflar esta situação.
Para mim, como sempre defendi, a aposta tem de passar por jovens valores, pelo aproveitamento da formação – a credibilidade trabalha-se e nós não a temos por culpa própria – e por uma planificação e gestão séria e coerente no que ao futebol diz respeito.
Portanto, Benfica, meu querido Benfica, é para o ano que acertamos?
Existem dois casos de futebolistas nos quadros do Sporting nos quais denoto alguns vestígios de injustiça. Considero que, tendo em conta as actuais lacunas da equipa leonina, estes dois atletas deveriam e mereciam estar mais activos. Falo-vos de Nuno Reis e Zakaria Labyad.
Como é óbvio, trata-se de dois casos completamente diferentes. Nuno Reis é um “dinossauro” das selecções jovens; nesse prisma já provou tudo o que tinha a provar. Passou com competência e sucesso pelo Cercle Brugge e pelo Olhanense (emprestado pelo Sporting), e demonstra uma maturidade e responsabilidade muito acima da média, tendo em conta a sua idade. A sua maturidade levou-o a envergar a braçadeira de capitão em vários escalões de formação leoninos, inclusive nas selecções nacionais jovens. Como atleta, é forte, possante, alto (características importantes num defesa central), joga bem de cabeça, é bastante seguro e impetuoso e faz a posição de lateral direito com facilidade. Feitas as contas, este jogador, tendo voltado de um empréstimo esta época, deveria, a meu ver, ter sido integrado na equipa principal, ao invés de Rúben Semedo (embora considere que este possa vir a ter um futuro promissor).
Nuno Reis festeja golo na Taça de Honra frente ao Benfica Fonte: Rádio Renascença Online
Tal não aconteceu: Nuno Reis foi integrado na equipa B, depois de ter jogado as épocas anteriores ao mais alto nível (em divisões principais). Para mim, estamos perante uma injustiça para um jogador que sempre foi exemplar, e que, com a fraca forma dos centrais da equipa A, já merecia há muito tempo uma oportunidade de se mostrar a Jardim e aos adeptos. Fala-se na possibilidade de vir a ser integrado no lote dos convocados para Guimarães, devido à expulsão de Marcos Rojo na Luz e ao castigo interno aplicado a Rúben Semedo, que provou não merecer a oportunidade que o treinador da principal equipa lhe proporcionou. Sinceramente espero que isso venha a acontecer; seria um prémio mais do que justo e merecido para um atleta exemplar (e quem acompanha o seu percurso sabe-o perfeitamente).
Quanto ao marroquino Labyad, a conversa terá necessariamente de ser um pouco distinta. Este jogador ignorou o seu clube formador para assinar pelo Sporting, um clube que seria o ideal para completar a sua formação enquanto atleta e homem. O jogador veio rotulado de futuro craque, e teria sido cobiçado por alguns “tubarões” europeus. Porém, teve o maior azar que podia ter tido: foi integrado na pior altura da história verde-e-branca, com carradas de treinadores à mistura, uma direcção incompetente, vários colegas de qualidade duvidosa e resultados desastrosos. Apesar de tudo, Labyad sempre mostrou ter o factor X; todos sabemos que bola gosta de estar nos pés dele, porque, sejamos sinceros, ele sabe tratá-la bem. Leonardo Jardim estava consciente de tudo isso, visto que o chamou para integrar os trabalhos da equipa principal, dando-lhe até algum destaque.
Labyad festeja golo contra Olhanense na época transacta Fonte: SuperSporting.net
Tudo apontava para que este fosse o ano da explosão de Labyad – seria o cérebro do meio-campo do Sporting. Até que, de um momento para o outro, foi relegado para a equipa secundária, sem jogar um único minuto. Todos sabemos que ele aufere um ordenado incomportável para os nossos cofres e que tem de baixar o ordenado ou sair. A questão é a seguinte: ele não tem de baixar um ordenado que está presente no contrato que assinou, o erro não é dele. O erro é de quem conduziu essas negociações. Ninguém pode condenar o jogador por não querer baixar o salário. Mas uma coisa é certa: o Sporting não o conseguiu vender nem emprestar, e ele continua “encostado” nos B’s sem mexer uma palha. Porquê? Labyad tem as qualidades que faltam a André Martins e a Vítor! Não encaixaria que nem uma luva à frente de William e ao lado de Adrien? Já que lhe estão a pagar o ordenado milionário acordado pelo clube, porque não o integram? Porque não tiram vantagens do pagamento mensal ao jogador? Estou convencido de que iria dar bastante jeito a Leonardo Jardim, e pelo menos não estariam a pagar a um homem para andar a mostrar o bólide e a fazer compras por Lisboa, durante todo o dia.
Caso parecido é o de Jeffrén, com a pequena diferença de que eu jogo melhor futebol do que ele.
Vá lá, mister, dê lá uma chance ao puto Nuno por respeito ao seu percurso e qualidade… e repense um pouco melhor o caso de Labyad: não acredito que alguém seja capaz de dizer que o rapaz não seria útil, e, quem sabe, fulcral, para a equipa principal.