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GP do Brasil: agora é tarde, Nico

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cab desportos motorizadosCom o campeão mundial já encontrado, mantinha-se a dúvida sobre quem ocuparia o segundo lugar na classificação geral de pilotos: Nico Rosberg ou Sebastian Vettel. O duelo de alemães ficou decidido este fim-de-semana, no Grande Prémio do Brasil, com o piloto da Mercedes a sair vitorioso. O GP brasileiro acabou por não corresponder às expectativas; depois de um agitado GP do México, este revelou-se insípido e, em algumas ocasiões, aborrecido.

Nico Rosberg começou a cimentar a vitória logo na qualificação. O alemão garantiu a quinta pole consecutiva e continua a roubar a 50.ª pole-position ao campeão Lewis Hamilton. Este último saiu da segunda posição da grelha; imediatamente atrás, os dois Ferrari. Kimi Raikkonen beneficiou da penalização de Valtteri Bottas, que ultrapassou com a bandeira vermelha e foi obrigado a sair de sétimo.

O circuito de Interlagos prometia animação: Rosberg e Vettel lutavam pelo segundo lugar no Mundial, Hamilton corria atrás da primeira vitória no Brasil; Bottas e Raikkonen ainda disputam a quarta posição da classificação geral e têm feito as delícias dos adeptos de F1 com os seus despiques. Apesar de tudo isto, com a falta de chuva faltou também a agitação.

Nico Rosberg fez (mais) um excelente arranque, resistindo ao ataque inicial de Hamilton, que tentou tomar a liderança do GP logo na primeira curva. Os dois Ferrari mantiveram as posições iniciais, bem como a maioria dos pilotos, salvo duas excepções: Felipe Massa, a correr em casa, perdeu alguns lugares; Valtteri Bottas, por sua vez, ultrapassou Kvyat e Hulkenberg e apoderou-se da quinta posição, para não mais a largar.

Mais uma vez, a Pirelli falhou na previsão de paragens nas boxes. A grande maioria dos carros saiu com pneus macios, à excepção de Carlos Sainz e Pastor Maldonado, mas à 15.ª volta já praticamente todos os carros haviam mudado para médios. Este factor fez com que a generalidade dos monoveículos chegasse à terceira paragem, devido ao desgaste dos pneus. Os que não o fizeram passaram a corrida em contenção de desgaste – como é o caso de Lewis Hamilton. O inglês, já depois de trocar para macios, queixou-se via rádio de que os seus pneus não iriam durar se continuasse a perseguir Rosberg de tão perto. O piloto decidiu então baixar o ritmo e deixar o colega de equipa aumentar a vantagem. Já no final do GP, mesmo nas últimas voltas, Hamilton voltou a recorrer à equipa para dizer que tinha “os pneus completamente desfeitos”.

Nico Rosberg foi o grande vencedor do GP do Brasil Fonte: Mercedes AMG Petronas
Nico Rosberg foi o grande vencedor do GP do Brasil
Fonte: Mercedes AMG Petronas

Como já vem sendo hábito, os picos de maior interesse na corrida foram nas recorrentes lutas pelos pontos. Max Verstappen evidenciou-se, com uma brilhante ultrapassagem a Sergio Perez – o jovem piloto praticamente obrigou o mexicano a abrir-lhe espaço para passar, com uma manobra digna de ver e rever. Já Romain Grosjean, piloto da Lotus, “tirou da manga” uma recuperação fantástica – o francês partiu de 14.º e terminou em nono. Reafirmo: a F1 está cheia de jovens talentos e tem o seu futuro assegurado.

Quem não conseguiu pontuar este fim-de-semana foi Pastor Maldonado. O venezuelano da Lotus não esteve bem na qualificação e não se redimiu em pista, tendo terminado em 11.º. Além da corrida já pouco conseguida, Maldonado ainda foi alvo de uma penalização de cinco segundos, por ter batido em Ericsson (Sauber) e causado o seu despiste.

O GP do Brasil pautou-se, então, por inúmeras corridas “invisíveis”: Sebastian Vettel, Kimi Raikkonen, Valtteri Bottas, entre outros, correram sempre sozinhos e com os seus lugares assegurados. Lewis Hamilton passou todo o GP a tentar aproveitar algum erro de Rosberg, mas o alemão mostrou-se absolutamente perfeito. O que volta a levantar a dúvida: se Nico Rosberg se tivesse apresentado assim durante todo o Mundial, será que Lewis Hamilton era campeão?

Nota positiva para a consistência de Rosberg, a confiança de Verstappen e a garra de Grosjean. Nota negativa, mais uma vez, para a McLaren: Fernando Alonso e Jenson Button voltaram a não conseguir pontuar, tendo o espanhol, inclusive, partido de último, por ter mudado de motor pela 12.ª vez esta temporada. Também a Toro Rosso não pode estar feliz: Carlos Sainz partiu da pit-lane devido a dificuldades técnicas e acabou por desistir sem ter cumprido sequer duas curvas.

Com apenas um abandono, o Grande Prémio do Brasil deixou muito a desejar. Rosberg venceu e é segundo na geral, Vettel foi terceiro e ocupa a mesma posição no Mundial. Raikkonen e Bottas deixam a decisão do quarto lugar para o último GP da temporada. Esse realiza-se em Abu Dhabi, no fim-de-semana de 27 a 29 de Novembro, e será o palco de todas as últimas decisões deste Mundial de Fórmula 1 2015.

Foto de Capa: Mercedes AMG Petronas

Shirokov e Slutsky – O sangue novo da selecção russa

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Um golo de Roman Shirokov foi quanto bastou para derrotar o Portugal de Fernando Santos no passado Sábado em Krasnodar, no sudeste Rússia. O médio de 34 anos e capitão da selecção russa é um dos pilares da “nova” Rússia de Leonid Slutsky e é visto por muitos como um dos mais talentosos jogadores daquele país do leste europeu. Shirokov é uma espécie de rebelde sem causa no futebol, desporto no qual já fez de tudo um pouco.

Em 2008, aquando da sua bem-sucedida passagem pelo FC Zenit, o seu treinador da altura, o holandês Dick Advocaat, afirmou que Roman poderia facilmente tornar-se no melhor defesa a actuar na liga russa, mas Shirokov, na sua habitual forma de estar, altamente desafiadora, respondeu ao elogio dizendo que não queria ser defesa, mas sim o melhor médio do país. Não poucas vezes, Shirokov foi utilizado como defesa central durante os seis anos que representou o emblema de São Petersburgo, mas foi seguramente numa posição mais adiantada do terreno (como armador de jogo à frente do quarteto defensivo) que o actual médio do Spartak Moscovo conheceu os momentos de maior glória da sua já longa carreira.

Até 2004, ano em que conheceu a sua actual companheira Katya, Shirokov fez de tudo um pouco para destruir a sua carreira futebolística. Insultou treinadores, adeptos e colegas de equipa, fingiu ter partido uma perna após se ter ausentado (sem autorização) dos treinos da sua equipa durante cerca de dois meses, e passou, para além disso, noites atrás de noites a beber até cair.

Apesar de tudo isto, Shirokov é, e  já na fase descendente da sua carreira, o motor da primeira zona de construção da “nova” Rússia de Leonid Slutsky (que sucedeu a Fabio Capello há uns meses atrás) e forma, habitualmente ao lado de Igor Denisov, o bloco mais recuado do meio-campo russo.

Roman Shirokov, um estranho caso de sucesso no futebol russo Fonte: imgkid.com
Roman Shirokov, um estranho caso de sucesso no futebol russo
Fonte: imgkid.com

Slutsky, pragmático e sempre fiel a si próprio, implementou na selecção russa o estilo de jogo que frequentemente exibe no CSKA Moscovo: um 4-2-3-1 com as linhas bastante juntas e alimentado por trocas de bola rápidas com o intuito de explorar a velocidade dos extremos, ou falsos extremos, e com uma defesa aguerrida e bastante posicional, que geralmente sofre poucos golos. Para além de Shirokov e Denisov, Slutsky conta também no meio-campo com jogadores de bitola mundial, como são o caso de Alan Dzagoev, aclamado pela crítica como um dos melhores jogadores russos da última década até um par de anos atrás, e Aleksandr Samedov, o experiente extremo do Lokomotiv Moscovo, que atravessa actualmente um bom momento de forma. Do lado esquerdo, com funções não tanto de extremo mas mais como um segundo avançado a procurar de forma persistente posições interiores, Slutsky utiliza, geralmente, Aleksandr Kokorin, o talentoso jogador do Dynamo Moscovo que, no entanto, falhou o jogo contra Portugal por se encontrar lesionado.

A zona intermédia é, como sempre foi durante a sua história (ou seja, quer como parte integrante da URSS, quer como país independente), o ponto mais forte da selecção russa. Para além dos jogadores acima referidos, Leonid Slutsky, conta ainda com atletas bastante talentosos como são os casos de Denis Glushakov, Denis Cheryshev, Pavel Mamaev, Oleg Shatov e o próprio Maksim Kannunikov, que apesar de ser um avançado de raiz, pode também actuar com funções de extremo ou de segundo avançado. Lá na frente, tem sido Artem Dzyuba o eleito de Slutsky e o novo avançado do FC Zenit, tantas e tantas vezes envolto em polémicas das mais diversas espécies, tem dado muito boa conta de si.

Leonid Slutsky, o timoneiro da “nova” Rússia Fonte: news.sportbox.ru
Leonid Slutsky, o timoneiro da “nova” Rússia
Fonte: news.sportbox.ru

Para além de pragmático, Leonid Slutsky é um treinador altamente conservador, muito pouco dado à inovação de processos e a grandes mexidas na equipa. O sector defensivo do conjunto russo é uma prova desse mesmo conservadorismo e Slutsky não hesitou em transportar os processos e ideias que implementou no CSKA durante estas últimas épocas para esta nova aventura na sua carreira. Igor Akinfeev é a muralha de aço do bloco defensivo e sofreu apenas um golo nos cinco jogos já decorridos após Slutsky ter tomado conta da selecção russa. O quarteto defensivo conta ainda com a experiência do trio do CSKA Moscovo, Aleksei Berezutski, Vasili Berezutski e Sergei Ignashevich, todos eles bem acima da casa dos 30 anos. Nas laterais fazem-se notar Yuri Zhirkov, o antigo ala do Chelsea que está actualmente ao serviço do Dynamo Moscovo, e Oleg Kuzmin, o defesa direito e capitão do Rubin Kazan, que tem estado em particular destaque esta temporada na liga russa, ambos também já acima dos 30 anos.

Leonid Slutsky herdou uma selecção sem garra e sem fio de jogo e apenas em cinco jogos conseguiu levar a cabo importantes transformações no âmago da equipa. O facto de ter vencido todos os jogos que disputou como seleccionador russo e de ter conseguido garantir um lugar no campeonato da Europa no próximo ano não pode ser de forma alguma menosprezado, mas ao mesmo tempo é legítimo dizer-se que esta Rússia actual é, de certa forma , um corte com a essência do futebol daquele país. Aquele modelo de jogo baseado na posse de bola efectiva, com passes curtos e com movimentações constantes, herdado do Passovotchka de Boris Arkadyev, mais tarde desenvolvido e readaptado por Konstantin Beskov, Oleg Romantsev e até certo ponto também por Anatoliy Byshovets (técnico campeão olímpico com a URSS em 1988, que teve uma breve passagem pelo Marítimo SC em 2003) desapareceu por completo, deixando assim a selecção russa orfã de uma marca muito própria, que a acompanhou ao longo de várias décadas e que possivelmente desapareceu por completo após a saída de Guus Hiddink em 2010.

Uma Rússia mais unida após a chegada de Leonid Slutsky  Fonte: news.sportbox.ru
Uma Rússia mais unida após a chegada de Leonid Slutsky
Fonte: news.sportbox.ru

A irreverência de Shirokov, o pragmatismo de Slutsky e a experiência de quase uma dezena de jogadores acima dos 30 anos de idade são a imagem da “nova” Rússia que, face à incapacidade dos seus recentes seleccionadores em renovar a equipa, optou por um corte evidente com os seus princípios de jogo mecanizados, para assim se manter à tona do futebol do velho continente.

Foto de Capa: news.sportbox.ru 

O Touro e o Toureiro – A derrota de Ronda Rousey

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cabeçalho ufc

Um touro e um toureiro “apeado”, ou “à espanhola”, encontram-se numa arena. O touro avança para o toureiro com o objectivo de lhe acertar, mas falha. Ou melhor, é levado a falhar. Por muitas vezes que o touro se insurja, o toureiro esquiva-se em todas elas, espetando bandarilhas que atiçam ao mesmo tempo que cansam o touro. Este vai sendo dominado, preparado para a estocada final. Quando esta altura chega, o toureiro aproxima-se do touro e crava a sua espada o mais próximo que conseguir do coração, matando-o. Assim, o toureiro confirma a sua superioridade e banaliza a raiva e força desenfreada do animal que se lhe opôs. Um espetáculo para uns, um desconcerto para outros.

No momento em que vi Rousey caiu ao tapete fiquei petrificado em frente ao ecrã, totalmente desconcertado. Pisquei os olhos várias vezes, abanei a cabeça, não acreditei imediatamente. O título foi colocado à volta da cintura de Holly Holm e ainda estava à procura de outra realidade, uma em que Ronda Rousey não tivesse perdido, uma onde tudo fosse normal. Mas Ronda perdeu, e não foi por sorte. Tenho, enquanto fã de Ronda, alguma dificuldade em escrever isto, mas seria injusto de mim dizer que Holm simplesmente venceu. Não, é falso. Holly Holm destruiu um ícone, banalizou Rousey à semelhança daquilo que um toureiro faz a um touro. Fez algo que me custará a ver independentemente das vezes que o veja. Não há como digerir.

Antes de o combate começar, Ronda recusou-se a tocar luvas com Holm, provavelmente devido ao que se sucedeu nas pesagens – Rousey aproximou-se muito de Holly, esta tocou-lhe com o punho e Ronda explodiu, acusando nervosismo e pressão. A ex-boxer, por outro lado, manteve-se calma e serena. No combate o mesmo se passou.

Ronda tentou, logo de início, encurtar o espaço em relação a Holm, mantendo pressão para que esta não fosse capaz de dar uso à sua vantagem de envergadura. Como um touro, Rousey parecia cega: simplesmente perseguia a sua adversária, tentando soqueá-la. Esta, por sua vez, ia-se esquivando e esperava as aberturas criadas pela displicência de Rousey para acertar jabs de esquerda e anular o seu movimento com alguns pontapés oblíquos (característicos de Jon Jones, parceiro de equipa de Holly Holm). Esta cena acima descrita foi recorrente e acabou por ser o espetar das bandarilhas por parte de “The Preacher’s Daughter”. No final do primeiro assalto Rousey já estava exausta, já sangrava.

Holly Holm (branco) desfere o pontapé que termina o reinado e onda invicta de Rousey (preto) Fonte: UFC
Holly Holm (branco) desfere o pontapé que termina o reinado e onda invicta de Rousey (preto)
Fonte: UFC

Na ronda seguinte Rousey tornou a perseguir a antiga campeã mundial de Boxe desenfreadamente e sem grande critério. Num destes movimentos, Holm tourou Rousey por completo, levando-a a ir contra a rede. Quando “Rowdy” se levantou e virou para Holm via-se na sua cara que não estava apenas quebrada fisicamente, mas também psicológica e emocionalmente. Via-se que estava em desespero, impotente, a viver um pesadelo. Tornou a dirigir-se a Holm, que a recebeu com dois jabs de esquerda. O último tombou Ronda. Quando se levantou, fê-lo de costas para a sua adversária. Holm virou-a e desferiu aquele que será um dos pontapés altos mais marcantes da história da UFC, aquele que deixou Ronda “Rowdy” Rousey K.O.

O plano de Ronda para o combate foi uma das causas da sua derrota: a meu ver, subestimou Holly Holm a partir do momento em que tentou combater de pé com esta, sobrevalorizando assim o seu próprio striking. Talvez devesse ter recorrido ao seu ganha-pão (judo) ao invés de ter tentado provar um ponto ao tentar vencer no “stand-up”. Quem tinha algo a provar era Holm, afinal.

Não me vou alongar, no entanto, nesta análise. Não é justo para Holm, que venceu de forma fantástica, nem para Rousey, que, por enquanto, não tem forma de se defender das críticas que circulam nos meios de comunicação. Prefiro antes focar-me naquilo que está para vir.

White e Holm ambos deixaram no ar a possibilidade de uma desforra imediata para Ronda. A acontecer, o mais provável é que seja no futuro UFC 200, que marcará, conforme o número indica, o 200º PPV da organização. Por agora não temos como saber o que vai na cabeça de Rousey, mas espero que esta continue. Ainda é um ícone, um ídolo para muitos, e tem muito a provar. Acredito que quererá sair de cabeça e braço erguido, com um legado que uma derrota não mancha. Depois de todas as adversidades que já passou não podemos acreditar que vai parar por aqui. Esperem um regresso, esperem uma vitória. Parabéns Holly, até já Ronda.

Fonte: UFC

A busca pelas alternativas no Sporting para chegar ao ouro

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sporting cabeçalho generíco

Os dias mais recentes trouxeram uma novidade e alguns rumores em relação a mexidas de mercado em Alvalade. Foi anunciada a contratação imediata de Bruno César e surgem fortes rumores em relação à possível aquisição de Marvin Zeegelaar, esquerdino do Rio Ave.

A notícia da vinda do “Chuta-Chuta” foi uma autêntica surpresa. Bruno César fez apenas 4 meses no Estoril, após ter saído do Benfica para um campeonato árabe. O brasileiro era um dos rostos principais do satisfatório início de época dos “canarinhos”, mas ninguém pensaria que fosse possível ele vir já para o Sporting. É verdade que o brasileiro aparenta ser um jogador pesado, com alguma dificuldade nas movimentações, mas pode ser uma alternativa interessante para alguns jogos frente a equipas mais fechadas. Na minha opinião, esta contratação é justificada por 3 fatores.

Em primeiro lugar, a relação qualidade/preço (segundo aquilo de que se falou na imprensa, o negócio não acarretou custos elevados). Por outro lado, as duas principais características de Bruno César (remates de meia distância e a velocidade de execução em momentos ofensivos) têm estado um pouco em falta em Alvalade: em vários jogos, chega a ser exasperante ver a equipa em sucessivas tentativas frustradas de entrada na área, deixando passar duas ou três oportunidades de visar as balizas adversárias. Por último, Bruno César pode fazer várias posições nesta equipa: pode jogar na posição de Bryan Ruiz ou mesmo ser uma alternativa a Teo Gutiérrez e Montero. Penso até que o brasileiro pode ser suplente em várias partidas, mas a sua agressividade sobre a bola e o seu instinto permanentemente ofensivo podem ser importantes para os “leões” na segunda metade da temporada.

Sobre este assunto, penso que o Sporting agiu de forma rápida, e bem. Penso que é um bom negócio, uma boa movimentação de mercado, e ninguém falou nela até ser anunciada pelo clube.

O "Chuta-Chuta" está de volta a um "grande" do futebol português Fonte: Sporting Clube de Portugal
O “Chuta-Chuta” está de volta a um “grande” do futebol português
Fonte: Sporting CP

Sobre o rumor Marvin Zeegelaar, também o vejo de forma positiva, e pode ser visto sob vários prismas, a nível estratégico. O holandês é um esquerdino de 25 anos, bastante potente em termos físicos, com muita resistência e uma atitude bastante positiva perante o jogo. Pode ser lateral ou extremo, mas penso que num clube como o Sporting a sua posição preferencial será a de lateral. Marvin foi formado no Ajax e tem sido um dos elementos em evidência na promissora campanha do Rio Ave até ao momento, tendo sido inclusivamente um dos melhores em campo na vitória leonina em Vila do Conde, há dois meses atrás. Esta contratação poderá significar a saída de Jefferson ou de Jonathan Silva. Se for o brasileiro a sair, considero que poderá ser um rude golpe a curto prazo, mas Zeegelaar tem potencial para ser mais um jogador a crescer exponencialmente nas mãos de Jorge Jesus.

Para estes elementos entrarem, devem sair outros. Na minha opinião, Tanaka, André Martins e Jonathan Silva são elementos que podiam sair mediante o aparecimento de uma boa oportunidade de negócio. Apesar do carinho que tenho pelo japonês, tenho de ser realista: Tanaka não tem oportunidades sob a égide de JJ e seria o melhor para todas as partes a sua saída, caso surja um negócio que agrade a todos. Em relação a Jonathan, penso que será um lateral que fará uma boa carreira no futebol europeu, mas talvez não tenha ainda a estaleca necessária para se impor num clube grande. Já no que toca a André Martins, penso que não é preciso falar muito. É um atleta que não acrescenta muito e está na altura de o seu lugar ser ocupado por alguém vindo da formação, como por exemplo Francisco Geraldes ou Ryan Gauld.

Estou bastante agradado com a postura do Sporting nesta temporada. A nível de equipa, os resultados têm sido bons (retirando o desastre albanês, os “leões” têm apresentado qualidade exibicional, são líderes no campeonato e só não estão na Champions porque houve adulteração de resultados); a nível diretivo, penso que a postura assumida por Bruno de Carvalho é a necessária e a mais adequada nesta altura do mandato; a nível estratégico, esta abordagem ao mercado apresenta alguma lógica. Jorge Jesus e a estrutura diretiva têm olhado com atenção para o comportamento da equipa nos vários momentos do jogo e parece-me que vão no caminho certo ao tentar encontrar alternativas para tornar o estilo de jogo cada vez mais diversificado e com uma panóplia de soluções cada vez maior.

Quanto ao critério ridículo dos Conselhos de Disciplina e de Arbitragem, trata-se de questões que serão resolvidas a seu tempo, mas tenho a certeza de que Bruno de Carvalho já andará a pensar nisso.

Foto de Capa: Sporting CP

Donnarumma, o novo príncipe de Milão

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cab serie a liga italiana

Provavelmente, se disséssemos ao mais desatento dos adeptos de futebol que o actual guarda-redes titular do Milan tem apenas 16 anos seríamos tidos como loucos, mas não existem razões para isso. Gianluigi Donnarumma, guardião italiano nascido a 25 de Fevereiro de 1999, é o dono da baliza dos rossoneri, tendo relegado para o banco de suplentes um tal de Diego López, “apenas” o homem que destronou Casillas da titularidade do Real Madrid. Donnarumma, que se estreou diante do Sassuolo no passado dia 25 de Outubro (vitória por 2-1), tornou-se no segundo jogador mais jovem da história do conjunto de Milão a estrear-se a titular, ficando a apenas dois meses da lenda Paolo Maldini, que debutou nos milaneses, em 1985, com 16 anos e seis meses.

E a decisão de colocar uma responsabilidade tão grande nos ombros de Donnarumma? Terá sido um capricho de Mihajlovic, técnico do colosso italiano? Olhando para o desempenho do jovem prodígio das balizas, depressa se constata que não. É verdade que estamos perante um jogador com apenas 16 anos, mas a qualidade do mesmo, que já apresenta com 1,96 metros de altura, é inegável. Aliás, bastou observar a sua exibição no empate caseiro (0-0) do Milan frente à Atalanta, na última jornada da Serie A: com um punhado de grandes defesas, Donnarumma garantiu um ponto para a sua equipa, que tarda em convencer os seus exigentes tiffosi. “Não vou tirar nada ao Donnarumma; dar-lhe-ei tudo o que puder. É o futuro do futebol italiano e tem estado bem.”, afirmou um rendido Mijahlovic após a partida de San Siro. Para se ter uma noção da valia deste guarda-redes, que ainda há pouco tempo era terceira opção nos rossoneri, Donnarumma foi convocado para o duplo compromisso da selecção italiana de sub-21, de qualificação para o Euro 2017, sendo que o jogador é o habitual titular dos… Sub-17.

Donnarumma promete ser sinónimo de grandes defesas Fonte:gazettaworld.gazetta.it
Donnarumma promete ser sinónimo de grandes defesas
Fonte:gazettaworld.gazetta.it

Num país conhecido pela sua escola de magníficos guarda-redes, como Dino Zoff, Pagliuca, Peruzzi, Toldo ou o ainda formidável Buffon (ídolo de Donnarumma), podemos estar na iminência de ter mais um craque para a posição. Para já, Donnarumma vai marcando o seu espaço, apesar de ainda ter muitos erros pela frente. Contudo, olhando para o jovem, espanta a agilidade entre os postes e a sua imponente envergadura, que poderá aumentar visto a idade ainda precoce do internacional transalpino. Mas, acima de tudo, importa estar atento à forma como Donnarumma conseguirá (ou não) lidar com a pressão de chegar tão cedo à baliza de um clube de tal dimensão. O Milan está muito longe dos seus tempos áureos – apesar do investimento feito no último defeso a equipa tarda em convencer, ocupando um modesto 8.º lugar decorridas 10 jornadas -, mas a responsabilidade num emblema tão titulado é sempre enorme.

Esta meteórica ascensão de Donnarumma não é um caso inédito no futebol. Já tivemos casos de sucesso, assim como já nos deparámos com saídas de cena sem glória de vários futebolistas que prometiam muito, mas do alto dos aninhos que levo disto arrisco-me a dizer: Donnarumma será um guarda-redes de topo mundial, titularíssimo do Milan ou doutros colossos europeus e peça-chave da squadra azzurra. As suas competências aliadas à sempre necessária paciência de treinadores e adeptos formatarão um magnífico guardião, mas também seria importante que o Milan voltasse à sua génese, à conquista frequente de títulos, para benefício da carreira de Donnarumma.

 

O Passado Também Chuta: Hugo Cholo Sotil

o passado tambem chuta

Há jogadores que mandam nos clubes ou pelo menos há situações que têm essa aparência. Nos grandes clubes onde habitam craques de outra dimensão dão-se casos de difícil leitura. No Real Madrid essa nuvem pairou sobre a cabeça de muitos capitães: Raúl, Casillas e outros que pertencem a um passado mais longínquo caminharam com esse fardo. Além dos capitães existem os grandes craques que se impõem, dizem as línguas sabichonas e as lendas, sobre a contratação de um ou outro jogador e a forma como deve jogar a equipa. O treinador deve aceitar e sorrir. O Barcelona teve um caso que deixou muitas dúvidas.

O Peru é um País que tem dado excelentes jogadores, tais como Cubillas, Chupitaz e o homem desta história, Hugo Cholo Sotil, que conta que um dia, quando chegou a casa, um dos assistentes lhe comunicou que tinha a visita de gringos. Admirou-se. Então, encontrou-se com o treinador do Barcelona e alguns dirigentes. Eram os gringos. Rinus Michles perguntou-lhe se queria jogar em Espanha; aceitou de imediato sem saber o clube. Era o Barcelona. Era a equipa onde jogava Cruijff, um dos pontos de referência do futebol mundial. Aquela equipa tinha uma boa quantidade de solistas. Tinha um muro no meio-campo chamado Asensi, um arquiteto de nome Marcial, um extremo, Rexach; e estava lá Cruijff.

O Barcelona realizou no campeonato de 1973-74 um futebol delicado. Tinha jogadores de grande toque e tinha o imprevisível saído das botas de Cruijff e também de Sotil. Era um jogador robusto e atarracado. Dono dos dois pés. Veloz e de finta. Resolvia dentro da área e o carinho dos adeptos aproximaram-no do topo daquela equipa. Este Barcelona derrotou o Real Madrid no Santiago Bernabéu por 5-0. O orgulho do Barcelona transformou-se em festa e a receção à equipa foi multitudinária.

No dia do 5-0 ao Real Madrid
No dia do 5-0 ao Real Madrid

Cruijff jogava, mas não tapava. Poderia ser a razão pela qual correram com Cholo Sotil, no entanto, este jogador, quando a equipa defendia, tapava o lado esquerdo; impedia a circulação do defesa-direito. Por isso, sendo Sotil um avançado que se abria para defender e se centrava para atacar, a equipa talvez não tivesse tanta carência, e de facto o Barcelona passeou pelo campeonato. Naquela época só podiam jogar dois estrangeiros. O Barcelona contratou um excelente jogador; no entanto, não era para a posição de Sotil: era para se situar com Asensi e, além de fazer muro, correr por meia-dúzia; contratou o cunhado de Cruijff: Neeskens. Sotil teve que sair da equipa. Começou então a lenda que o colocava na boémia constante.

Era falso. Deu-se a casualidade de um adepto do Barcelona e admirador de Sotil comprar um Ferrari exatamente igual que se situava, a diário, à porta de uma discoteca. Mas esta lenda não tapava a lenda da verdadeira questão do ostracismo de Sotil: a lenda das necessidades de Cruijff. Os fãs do Barcelona protestaram; indignaram-se. No entanto, nos dois anos restantes em que Sotil permaneceu no Barcelona não era inscrito. Fazia exibições. Abandonou o Barcelona e regressou ao Peru; mas ainda hoje os velhos do lugar recordam o Sotil e mencionam a injustiça. Continua a ser querido.

Fonte: estaticos.sport.es

Carta Aberta a: José Mourinho

cartaaberta

Caro José Mourinho,

Sigo a tua carreira com especial atenção desde que assumiste o comando técnico do Benfica em 2000; vi em ti a pessoa certa para voltar a “levantar” o clube, para o tirar de uma seca de títulos que se prolongava desde a conquista da Taça de Portugal de 1995. Infelizmente Manuel Vilarinho não acreditava que fosses essa pessoa e preferiu apostar em Toni, o último treinador campeão pelo Benfica à altura. O maior clube português perdeu assim o que se veio a tornar no melhor treinador português de todos os tempos.

Sempre soubeste que o Leiria seria apenas uma experiência passageira até outro grande voltar a chamar-te; quase aconteceu com o Sporting, mas acabou por ser o Porto o teu destino. Em cerca de dois anos e meio conquistaste tudo o que havia para conquistar: dois campeonatos, uma Taça de Portugal, uma Supertaça, uma Taça Uefa e uma Liga dos Campeões. Tornaste realidade algo que à altura só parecia ao alcance de clubes portugueses em videojogos, a conquista de uma grande prova internacional. Vale a pena referir que, dos onzes com que conquistaste a Taça Uefa e a Liga dos Campeões, nove dos titulares eram portugueses.

Fizeste-me torcer por um rival na Europa, algo que nunca fiz antes e não faço desde que saíste do Porto; mais que isso, fizeste-me vibrar com as tuas conquistas europeias ao serviço de um dos grandes rivais do meu clube. Acompanhei com toda a atenção o trajecto vitorioso do teu Porto nesses dois anos, desde a vitória sofrida em Sevilha ao “passeio” em Gelsenkirchen. Tudo isto enquanto pensava que este sucesso que estavas a ter podia ter acontecido no meu clube, no Benfica, se os dirigentes tivessem tido um bocadinho mais de visão e não procurassem apaziguar as massas com ídolos do passado. Directa ou indirectamente, o teu trabalho no Porto funcionou como catalisador para a fantástica campanha da selecção portuguesa no Euro 2004 e até no Mundial 2006. Jogadores como Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Maniche, Costinha ou Deco faziam parte da espinha dorsal de uma das melhores equipas que já vestiu a camisola da selecção das quinas.

Felizmente saíste do Porto em 2004, não antes de perderes a Taça de Portugal para o Benfica de Camacho – obrigado por essa, já agora! O teu destino foi o recém-comprado Chelsea do bilionário russo Roman Abramovich, onde construíste a melhor equipa que aquele clube alguma vez terá, onde implantaste uma cultura vencedora e um núcleo de jogadores que veio a ser instrumental em todas as conquistas do clube até ao teu regresso em 2013. Criaste a lenda do “Special One”, fizeste amizade com Sir Alex Ferguson e inimizades com Wenger e Benítez e em três anos “limpaste” e encantaste Inglaterra, tendo-te faltado apenas a Liga dos Campeões, o troféu que lá no fundo eu sei e tu sabes que sempre quiseste ganhar ao serviço do Chelsea. Ficou-me na memória o golo fantasma de Luis García naquela meia-final da competição no teu primeiro ano no clube. O que poderia ter sido…

Há males que vêm por bem, e o teu despedimento do Chelsea levou a que fosses contratado em 2008 pelo Inter de Milão, onde fizeste para mim o teu melhor trabalho até à data, onde construíste a equipa mais “à Mourinho” que eu já tive o distinto prazer de ver jogar. Se estava colado ao ecrã cada vez que jogava o teu Chelsea eu tornei-me (quase) obcecado pelo teu Inter. Chegavas finalmente à Serie A, a liga que mais me fascinou desde tenra idade; como se isso não bastasse, tinhas Zanetti, Figo e Ibrahimovic na tua equipa, três dos jogadores que eu mais admirava (e admiro): foi um casamento de sonho. No teu primeiro ano deste continuidade ao domínio interno do Inter, mas viste-te confrontado com a falta de “qualidade” da equipa a comparar com os outros grandes europeus, quando foste eliminado prematuramente da Liga dos Campeões nos oitavos de final diante do Manchester United de Ronaldo.

Chegamos então à época 2009/2010, a melhor época em termos futebolísticos para mim enquanto adepto. O Benfica voltou a ser campeão, desta vez com Jorge Jesus, e o teu Inter ganhou o treble. Destaco a “revolução” que fizeste no plantel de um ano para o outro: a chegada de Sneijder, Eto’o, Pandev, Motta, Muntari ou Milito revelou-se instrumental para o sucesso europeu de uma equipa que antes de tu chegares era Ibra-dependente. Trocaste então a maior e melhor individualidade do plantel por uma equipa, o que na minha modesta opinião deverias voltar a fazer, agora no Chelsea, com Hazard.

Sempre que posso vou ao youtube rever os melhores momentos daquelas meias-finais da Liga dos Campeões contra o Barcelona de Guardiola, onde se viu todo o teu brilhantismo, primeiro com a vitória por 3-1 no San Siro e depois com a melhor prestação em termos defensivos que alguma vez tive o prazer de visionar com a derrota por 1-0 no Camp Nou. E que dizer da final? As pessoas prendem-se no fantástico trabalho que fizeste nas meias, mas o Bayern de Van Gaal era uma equipa fabulosa e no papel (talvez) superior ao teu Inter, e tu não deste qualquer hipótese. Desde o apito inicial que se sabia que o resultado só seria um e os dois golos de Milito vieram apenas confirmar essa inevitabilidade.

José Mourinho atravessa um momento complicado na carreira Fonte: cdnzoom.com
José Mourinho atravessa um momento complicado na carreira
Fonte: cdnzoom.com

Desde que trabalhaste ao lado de Robson e Van Gaal no Barcelona que sonhavas treinar o clube, mas a vida levou-te ao maior rival dos catalães, o Real Madrid, onde pela primeira vez na tua carreira encontraste um balneário onde os jogadores eram “maiores” que o treinador e isso eventualmente levou ao teu divórcio com o clube. Não antes de pegares num Real Madrid recheado de estrelas que andava a ser eliminado pelo Lyon nos oitavos de final da Liga dos Campeões e conseguires, nem que por um ano, destronar o Barcelona de Guardiola, uma das equipas, senão a melhor, que alguma vez agraciaram um campo de futebol. Aliás, levaste a que o eventual êxodo de Guardiola para a Alemanha acontecesse, e no processo criaste o melhor e mais devastador contra-ataque da história do futebol. A época do título, em que bateste o recorde de pontos e de golos no campeonato espanhol, foi absolutamente demolidora. Infelizmente em três anos em Madrid voltaste a “fracassar” a nível europeu, tendo ficado “apenas” pelas meias-finais da Liga dos Campeões.

Voltaste então a “casa”, ao Chelsea, em 2013, onde encontraste um resquício da grande equipa que tinhas construído dez anos antes. Precisaste apenas de duas épocas para levar a equipa de novo ao topo do futebol inglês e agora na tua terceira época enfrentas pela primeira vez um cenário a que não estás habituado, uma equipa desmotivada, desorganizada e sem vontade de jogar, que sofre golos infantis e não consegue concretizar e muitas vezes nem consegue criar oportunidades. Pela primeira vez na tua carreira os teus métodos estão a fracassar, e parece que vais ter de te adaptar e evoluir para voltares a reerguer este Chelsea.

Não vou tão longe como os muitos que afirmam que os teus métodos estão ultrapassados: parecendo que não ganhaste a liga mais difícil (pelo menos mais competitiva) do mundo há cerca de seis meses, e o futebol não me parece ter mudado radicalmente desde Maio, mas, de qualquer forma, tal como disseste há umas semanas, vais ter de te adaptar e evoluir para ultrapassares esta situação adversa, algo que até agora parece que te recusaste a fazer. Tens-te mantido firme nas tuas ideias na esperança de que eventualmente voltem a resultar, mas, não: esta equipa precisa de um valente abanão, de uma mudança radical, para voltar pelo menos a acreditar e encontrar o caminho do sucesso de novo, e eu não tenho qualquer dúvida de que és o homem certo para esse e para qualquer outro trabalho/desafio.

Falou-se no PSG, no Monaco e no Man Utd como possíveis destinos para ti caso o Chelsea optasse por terminar a vossa ligação; falou-se também de Simeone, Guardiola ou Ancelotti como candidatos ao lugar que ocupas. Muita especulação mas pelo que parece e principalmente depois do impressionante apoio e lealdade que os adeptos te têm demonstrado Abramovich decidiu mesmo que és o homem certo para tirar o Chelsea do buraco em que está. Ainda bem. Espero ansiosamente que proves a quem continua a duvidar de ti, a quem continua a questionar o teu talento, o quão errado está.

Quer fiques no Chelsea, assumas o comando de outro clube de topo ou acabes num clube de segunda ou terceira, continuarei sempre a acompanhar a tua carreira com a mesma atenção e excitação do costume, nos bons e nos maus momentos. Se mais ninguém reconhecer, mesmo quando todo o mundo achar que estás ultrapassado e que deves abandonar, sabe que terás em mim sempre um apoiante e admirador do teu génio, muitas vezes incompreendido. Espero ansiosamente pelos próximos passos da tua carreira, sabendo de antemão tudo o que já fizeste pelo futebol e as portas que abriste aos treinadores portugueses pelo mundo fora. O teu lugar na história já está reservado, resta saber quão alto podes (e vais) subir.

Na expectativa,

João Folgado

O meu Primeiro Dérbi

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Há certos momentos que nos ficam retidos na memória e, o que se irá passar no dia 21 de Novembro, para mim, não é exceção.

O mito é que, nas sextas-feiras 13, aconteçam coisas menos boas. Há até pessoas que insistem em fazer o seu ritual supersticioso e evitar certos males, como um espelho partido, passar por debaixo de umas escadas ou evitar gatos pretos. No entanto, este dia foi um dos melhores da semana que passou, já que finalmente tive a confirmação que vou ver o meu primeiro Sporting-Benfica ao estádio: uma estreia.

A primeira memória que tenho dos embates entre os rivais lisboetas remete à minha infância; deveria ter cinco ou seis anos quando o meu irmão pediu aos meus pais para jantarmos mais cedo: era dia de Benfica-Sporting. Infelizmente, não me recordo de quanto ficou, em que estádio foi ou quem eram os protagonistas. Lembro-me sim que haviam dois territórios: o sofá do Sporting e o sofá do Benfica. Estava cada um enfeitado com os cachecóis que tanto eu como o meu irmão tínhamos, estávamos de pijama, ele com a sua camisola do Benfica vestida e eu com o meu chapéu de guizos (curiosamente, oferecido por ele) do Sporting. Lembro-me também que só havia contacto quando a respetiva equipa marcava golo, quando me atirava à cara que o seu jogador preferido havia marcado ou quando eu fazia tanto barulho a celebrar com o chapéu que ele me mandava calar. Tenho outras de quando íamos já os dois para o café com o meu pai, beber sumo e ouvir os típicos comentários de senhores mais velhos, aos quais o meu pai advertia “Marta, não oiças isto nem o digas que é feio!”. O futebol sempre foi um ambiente alegre que sempre teve grande impacto na minha vida, quer por ver o meu irmão a jogar e a dizer que era o melhor, quer por ser uma hora em que nos juntávamos por um gosto em comum.

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Teo Gutiérrez: dois jogos frente ao rival, dois golos marcados
Fonte: Sporting CP

Agora, sendo mais velha, percebo o quão incrível é o poder que um jogo pode ter. Vou poder assistir ao primeiro dérbi de Jorge Jesus em Alvalade, tendo este um saldo incrível nas duas partidas que já se realizaram entre ambas equipas esta época: Quatro golos marcados e sem tentos sofridos. Rui Vitória tem sobre os seus ombros uma pressão enorme e ainda vai poder sentir, na verdade, o rugido do leão: não irão ser só cerca de 3000 adeptos a gritar nos noventa minutos de jogo mas sim mais de 45 000. Creio que não é fácil, sabendo que é difícil de combater com este ambiente em Alvalade.

Sinceramente, tenho saudades de entrar no nosso estádio, de sentir a euforia antes do jogo e de festejar os golos (que espero que continuem com saldo positivo para a equipa verde e branca) e de saber que sou parte integrante de uma família que cada vez mais gosto de conhecer.

Espero poder celebrar tanto no estádio como quando era na minha infância, não com guizos, mas sim com amor à camisola. Quanto a comentários para o jogo, esses remeto-os para uma próxima. Agora, preciso de começar a preparar a festa do futebol.

Foto de Capa: Sporting CP

Uma prenda de Quique

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cabeçalho fc porto

Já vai longínqua a época em que Quique Flores liderava o banco do Benfica. O espanhol chegou à Luz em 2008/2009 e, no final dessa mesma época, abandonou o cargo de treinador das águias. Numa altura em que o Benfica não oferecia a luta a que nos habituou nos últimos anos, o FC Porto reinava em Portugal como dono e senhor dos domínios futebolísticos.

Sete anos passaram, muito (ou quase tudo) mudou. O FC Porto não vence um campeonato há duas épocas e o Benfica é bicampeão em título. O Sporting ressuscitou a valer e lidera a presente edição da Liga portuguesa. Jogadores entraram e saíram. Centenas deles. Muitos por valores avultados. E, antes desta estação futebolística começar, os cofres do dragão viram-se recheados por mais um (muito) significativo encaixe financeiro, derivado da venda de ativos.

Danilo saiu, como há muito era anunciado, a troco de 31,5 milhões de euros. Maxi Pereira chegou para o seu lugar, numa movimentação que muitos desconfiavam ser possível, mas poucos acreditavam que se concretizasse.

Alex Sandro, por outro lado, foi mais inesperado. A sua saída era tida como uma possibilidade real, mas só no último dia aconteceu. Seguiu para a Juventus por 26 milhões e, dadas as pressões naturais do último dia de mercado, a lateral-esquerda do Porto parecia destinada a ficar entregue a um Aly Cissokho envolto em dúvidas e declaradamente longe dos tempos da sua primeira passagem pela Invicta (curiosamente, também em 2008/2009).

Alex Sandro saiu para a Juventus em cima do fecho da janela de transferências Fonte: FC Porto
Alex Sandro saiu para a Juventus em cima do fecho da janela de transferências
Fonte: FC Porto

No entanto, eis que surgiu uma incursão mercantil de última hora: o FC Porto ia buscar o relativamente desconhecido mexicano Miguel Layún ao Watford, por empréstimo com opção de compra de seis milhões de euros. A desconfiança também pareceu rodear Layún. Um destro sem créditos firmados para substituir o melhor lateral esquerdo que o Dragão viu em dez anos?

E, volvidos alguns meses, estão os portistas a aclamar o lateral. Layún provou-se uma aquisição de valor acrescentado. Ataca com a mesma certeza com que defende e usa ambos os pés com semelhante eficácia e desenvoltura. É o assistente número um de Aboubakar e, nos tempos mais recentes, assumiu o papel de goleador com dois tentos de belo efeito. Uma locomotiva, epíteto que tantas vezes se aplica despropositadamente a laterais.

Porquê uma prenda de Quique? Porque, passadas sete temporadas da estadia de Quique Flores do Benfica, o mesmo Quique Flores não contou com Layún no Watford, que treina agora na Premier League. Quem diria, não é? Um jogador que não serve para um “modesto” clube do futebol inglês é a nova coqueluche do FC Porto de Lopetegui… Numa altura em que tanto se fala de prendas, esta veio mesmo a calhar, não foi, Quique?

Fonte: FC Porto

Mundial Rugby’2015: O melhor de sempre. E agora, Japão?

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Dois meses de puro rugby com grandes ensaios e placagens, com sangue e lágrimas: assim foi o Campeonato do Mundo de Rugby 2015, considerado o maior e melhor Mundial de sempre, disputado na Inglaterra. Para a posterioridade ficarão as grandes exibições individuais e colectivas, os melhores ensaios, as melhores jogadas, os ambientes frenéticos em todos os estádios…

A equipa: Com vitórias em todos os jogos disputados e a conquista de mais um Mundial, é difícil não atribuir o estatuto de melhor equipa à da Nova Zelândia. A um nível impressionante, os All Blacks continuam a dizimar quem ousa aparecer no seu caminho e já se trata da selecção com mais títulos mundiais conquistados.

Os All Blacks venceram o terceiro título de campeão mundial da sua História. Fonte:
Os All Blacks venceram o terceiro título de campeão mundial da sua História.
Fonte: rugbyworldcup.com

A surpresa: O coração argentino fez-nos delirar por entre jogadas e placagens explosivas. Tecnicamente ao melhor nível de sempre, os Pumas não alcançaram o pódio mas apresentaram-se numa forma incrível ao longo de todo o torneio. Daniel Hourcade deu à Argentina margem para evoluir e essa aposta já começa a dar os seus frutos.

A desilusão: A disputar um cobiçado Mundial na sua própria casa, a Inglaterra acabaria por ser afastada da competição logo na fase-de-grupos – as derrotas frente ao País de Gales e à Austrália foram fatais e este seria mesmo o pior desempenho inglês de sempre num Campeonato do Mundo. Stuart Lancaster fica mal na fotografia – a convocatória para a competição deu azo a críticas que acabaram por se anunciar correctas -, mas fica a sensação de o capitão, Chris Robshaw, também ficar a dever a si mesmo, ao não conseguir unir e liderar a equipa em busca de, pelo menos, um lugar nos quartos-de-final.

O jogo: O Austrália vs Escócia, dos quartos-de-final, ficou marcado pelo equilíbrio constante ao longo de todo o jogo. Com todo o favoritismo do lado dos Wallabies, que vinham fazendo um Mundial de categoria, a equipa escocesa pressionou homem a homem e obrigou a formação australiana a cometer vários erros individuais e colectivos. Apenas quando faltavam quarenta segundos para o final da partida é que a Austrália conseguiria marcar uma penalidade que daria o acesso à fase seguinte.

O quinze: Fazer a combinação dos melhores jogadores do Mundial numa só equipa não é tarefa fácil, muito menos imune a injustiças. No entanto, a escolha recai para, na primeira linha, Marcos Ayerza (Argentina), Agustín Creevy (Argentina) e Sekope Kepu (Austrália); na segunda linha: Sam Whitelock (Nova Zelândia) e Lood de Jager (África do Sul); na terceira linha: François Louw (África do Sul), Richie McCaw (Nova Zelândia) e David Pocock (Austrália); formação: Will Genia (Austrália); abertura: Dan Carter (Nova Zelândia); centros: Matt Giteau (Austrália) e Mark Bennett (Escócia); pontas: Julian Savea (Nova Zelândia) e Santiago Cordero (Argentina); arrier: Ben Smith (Nova Zelândia).

O jogador: David Pocock. O australiano alia o carisma a todo o seu talento, envolvendo toda a sua equipa em prol de um só objectivo: vencer. Neste Campeonato do Mundo reapareceu em alta, após dois anos fustigado por lesões.

A inspiração de David Pocock guiou a Austrália até à final. Fonte:
A inspiração de David Pocock guiou a Austrália até à final.
Fonte: rugbyworldcup.com

O árbitro: O incontornável Nigel Owens. Com boas arbitragens a pautar o Mundial, Nigel Owens soube destacar-se pela autoridade e pela visão de jogo a que já nos habituou. Como bónus pelas boas prestações que foi somando, foi o árbitro da final da competição.

Nigel Owens brindou-nos, uma vez mais, com arbitragens de grande nível.
Nigel Owens brindou-nos, uma vez mais, com arbitragens de grande nível.
Fonte: rugbyworldcup.com

Em 2019 é a vez de o Japão receber a competição. Terão os emergentes japoneses a capacidade para organizar a prova? Será que a selecção da casa irá conseguir continuar a evoluir? Irá a Inglaterra reerguer-se ou a Nova Zelândia continuará a tomar conta do maior troféu do mundo do rugby? Estas e outras questões serão desvendadas daqui a quatro anos. Até lá!

Foto de Capa: rugbyworldcup.com