📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
Início Site Página 9905

“Se fosse fácil não era para nós”

0

sporting cabeçalho generíco

Foi muito difícil a vitória em Arouca e ela acontece já quando o tempo de jogo estava praticamente esgotado. Esta semana João Mário, em entrevista à Rádio Renascença, usou a frase que titula o post, e que se tornou célebre pelo uso consecutivo dado por nada mais do que… Rui Vitória.

Terá sido casual o seu uso, feito por mimetismo causado pela mediatização ou intencional? A minha primeira opção para responder à questão recairia na primeira ou segunda possibilidade se estivessemos a falar de um qualquer futebolista. Atendendo a que se trata de João Mário inclino-me para a intencionalidade no uso da frase.

Uma das características que distingue João Mário é a inteligência e isso é observável no seu desempenho em campo. Não foi certamente por acaso que Jesus o escolheu para as actuais funções o seu 442. Essa característica é a que lhe permite fazer sem perda de rendimento várias posições em campo porque, compreendendo bem o jogo, executa quase sempre de acordo com as melhores opções ao seu dispor, com vantagem para o colectivo.

O mesmo se aplicará ao seu discurso: João Mário percebe o momento favorável face aos rivais e não dispensa o recurso à frase do treinador da outra equipa para o deixar bem vincado. Como se quisesse lembrar que de facto é difícil para todos, mas está a ser mais para uns do que para outros. É apenas um pormenor, não se ganham jogos por causa dele, mas não pode deixar de ser contabilizado e usado como vantagem.

"Quero ser campeão no Sporting" Foto: Sporting CP
“Quero ser campeão no Sporting” – João Mário
Foto: Sporting CP

Estando o campeonato a correr indiscutivelmente bem ao Sporting, não tem sido nada fácil. Nunca a disputa de um campeonato o poderia ser, o que se tem observado é que está a ser muito mais difícil do que os números avassaladores de posse de bola poderiam indicar. Isto é, o Sporting consegue muitas vezes dominar os adversários mas revela muitas dificuldades em materializar essa superioridade.

Não é certamente por acaso que apenas por três vezes o Sporting ganhou por mais do que a diferença mínima mas, atendendo ao carácter especial de um derby, só dois servirão de verdadeiro exemplo. Todos os outros resultados foram conseguidos por um golo de diferença. Nacional, Arouca, Tondela, e Rio Ave, a que se somam duas comprometedoras situações de empate em que ficou patente a impotência perante as defensivas contrárias.

Muitos dirão que o que importa é ganhar, o que, perante a evidência, não haverá qualquer contestação da minha parte. O que me parece importante destacar é que são várias as situações de vitórias conseguidas in extremis, depois de avassalador domínio, para não reflectir sobre o desempenho do nosso ataque.

Do que me tem sido dado observar,  o jogo do Sporting tem sido geralmente bem construído mas quebra no último terço, quase sempre por falta de sequência das jogadas. Nesse particular quer Teo quer Slimani têm ainda muito que crescer para oferecer à equipa mais situações de perigo. Crescer sobretudo na compreensão das suas funções que não podem estar confinadas ao momento de finalizar.

Slimani tem estado particularmente em destaque pela importância dos seus golos nos pontos conseguidos. Mas continua a revelar importantes limitações técnicas e de compreensão dos movimentos dos seus colegas, contribuindo dessa forma para o curto-circuito das jogadas de ataque, obrigando a recomeçar tudo novo vezes sem conta. Infelizmente isto é fatal para o processo de jogo, por mais que passe despercebido nas estatísticas e aos olhos dos adeptos.

Teo tem sido uma presa demasiado fácil para os adversários encarregues de o marcar, ficando muito tempo completamente fora do jogo por largos minutos. Ainda mais preocupante é constatar os braços caídos de Montero, que parece agora aceitar resignado o papel de suplente que JJ lhe parece ter destinado. Uma imagem quase gritante no jogo em Arouca, que certamente terá chamado à atenção do treinador.

Como é evidente, a melhoria da nossa capacidade concretizadora não se limita ao que farão estes três elementos. A falta de Carrrillo acarretou problemas inesperados para as quais foram encontradas soluções de recurso, mas que não parecem de sustentabilidade a médio-longo prazo. Mas que todos eles podem e devem dar mais, no sentido de oferecer continuidade ao nosso jogo atacante, parece-me indiscutível.

Foto de Capa: Sporting CP

Ronaldo, a nova vítima de Benítez

0

cab la liga espanha

Assim que Benítez foi anunciado como treinador do Real Madrid, no verão passado, Ryan Babel lançou um polémico tweet: “Benítez a caminho do Real? Vai fazer do Ronaldo um grande defesa…”. A previsão de Babel era, propositadamente, exagerada, mas talvez tivesse algum sentido.

Para quem não se recorda, Babel era uma das grandes promessas da seleção holandesa que venceu o europeu de sub-21 em 2007, tendo, logo de seguida, sido contratado pelo Liverpool, de Benítez, com apenas 20 anos. O avançado holandês nunca conseguiu confirmar todo o seu potencial em Inglaterra e, hoje em dia, aos 28 anos, joga nos Emirados Árabes Unidos, o que significa que é mais incisivo no Twitter do que nos relvados. Talvez Babel culpe o agora treinador do Real Madrid pelo rumo que a sua carreira tomou, mas acho que não era a isso que se referia naquele tweet. Aquele comentário referia-se ao que Benítez fez com Dirk Kuyt, outro avançado holandês a passar pelo Liverpool naquela altura.

Kuyt também era avançado mas, ao contrário de Babel, não era apenas uma promessa, era já uma certeza do futebol holandês, fazendo até parte da seleção principal. Co Adriaanse era treinador do Porto e bem insistiu para que Pinto da Costa o trouxesse para Portugal, mas a qualidade de Kuyt já impunha voos mais altos, e foi o Liverpool que o contratou, em 2006. Infelizmente para o holandês, na época seguinte chegou Fernando Torres e, então, Benítez decidiu que Kuyt passaria a ser um ala direito. Um ala direito com muitas responsabilidades defensivas, como Benítez gosta. Jogador de equipa e trabalhador, Kuyt ajudava muito a defender mas, claro, ia-se perdendo enquanto ponta-de-lança. E, assim, na altura em que deveria ter-se afirmado como um dos grandes goleadores da Europa, Kuyt estava encostado a uma linha, a ver a oportunidade passar. Hoje, aos 35 anos, continua a fazer (muitos) golos na Holanda.

Benítez observa Ronaldo durante um treino.  Fonte: Facebook Oficial do Real Madrid
Benítez observa Ronaldo durante um treino.
Fonte: Facebook Oficial do Real Madrid

Que tem isto a ver com Ronaldo? É que Benítez está agora fazer o mesmo, mas pelo processo contrário. Kuyt rendia mais na frente e foi posto na linha. Ronaldo rende mais na linha e é posto na frente. Principalmente desde que Benzema está fora, Ronaldo parece muitas vezes uma ilha perdida na frente de ataque e os seus números nos últimos jogos refletem isso mesmo, ao ponto de parte dos adeptos madridistas já começarem a questionar o seu rendimento. Jogando como 9, Ronaldo recebe a bola menos vezes de frente para a baliza, tem menos espaço para embalar e aproveitar a sua velocidade, e tem menos oportunidades para utilizar o seu remate de longe. Poder-se-ia pensar que, ali, teria mais oportunidades para fazer golos de cabeça, por exemplo, mas nem isso é verdade. Partindo de uma das linhas, Ronaldo chegava à área embalado e, muitas vezes, disputava a bola com o lateral, ao segundo poste. Lembram-se da imagem de Ronaldo a cabecear lá em cima, no segundo andar, enquanto Evra olhava cá em baixo, no rés-do-chão? Imaginem como seria essa imagem se Ronaldo tivesse de saltar no meio de Vidic e Ferdinand… Mesmo nessa situação, sabemos que ele era capaz de marcar, mas não há dúvidas de que seria mais difícil.

Assim, não custa a crer que, naquele polémico segredo que Ronaldo contou ao ouvido de Laurent Blanc no final do Real – PSG, o português lhe tenha mesmo dito que gostaria de trabalhar com ele. Aliás, acho que Ronaldo gostaria de trabalhar com qualquer treinador. Todos, menos Benítez.

Foto de Capa: Facebook Oficial de Cristiano Ronaldo

O comunicado perdido

0

cabeçalho benfica

Na manhã de segunda-feira, algo novo e surpreendente me surgiu, enquanto corria em diagonal, ao sabor de um café e com perversa curiosidade, a lista de condóminos devedores das coisas lá do prédio; alguns nomes mereciam divulgação tablóide, porquanto a evito – mais por ética que por respeito –, mas, sobretudo, para não desiludir tantos crentes e confiando, por certas deliberações democráticas e institucionais, que outros possam agora, melhorados os seus rendimentos, reduzir para zero as centenas, tal como, bem recentemente, puderam reduzir para centenas os milhares.

Dizia eu, perdoe-me o leitor a divagação, que algo me arrancou àquela leitura distraída. Na mesa do lado, um molho de papéis (que pela modéstia soube à partida não pertencerem a Pedro Guerra), repousava à mercê, esquecido ou perdido. Fui ver – naquele misto próprio que me é característico, de virtude profissional e defeito pessoal –, e qual não foi o meu espanto ao verificar, quase instantaneamente, a dimensão do meu erro de avaliação: existe mesmo alguém (para já anónimo) que a coberto de honestidade e seriedade perenes personifica e converge a moral e a verdade.

Parece-me, por isso, ser meu imperativo divulgar aquilo que, aparentemente, se trata de um rascunho de comunicado (quase) pronto a divulgar. Pois, certamente, apenas forças ocultas do destino o impediram até ao momento. Faço-o para glória do autor e da sua obra, mas também por egoísmo, no âmbito de um processo pessoal de indulgência, por tudo o que já disse e escrevi sobre falsos profetas e revolucionários charlatães. Que, neste gesto, possa comprar a absolvição do meu carácter. O tal texto narrava assim:

Caros sócios e adeptos,
Desde que cheguei, apelo à justiça e à transparência, jamais me esquivando das batalhas que, dentro e fora de casa, se tornam necessárias travar em nossa defesa e em prol da verdade. Segui consciente este caminho, denunciando o que de mal aconteceu nos últimos anos e que justifica, em parte – pois não nos esqueçamos do inimigo interno –, o sorriso incómodo e constante no rosto dos nossos vizinhos. Em nome da honra e do bom senso, não me farei silenciar perante todo e qualquer ilícito. Nesta missão, vejo-me forçado a perscrutar a nossa própria consciência colectiva. Senão vejamos:

1. Há ofertas que sabemos o que são e quanto custam; mas o que é, afinal, um suborno, no valor de dois mil euros e em forma de transferência bancária para a conta de um árbitro, concretizado por alguém com acesso aos nossos corredores e, por coincidência, com relações próximas com o nosso vice-presidente, com o objectivo de afastar e/ou condicionar elementos intervenientes no jogo? Valerá isto descida de divisão? 

2. Questiono-me, por vezes, se me excederei em considerações quando, ao comentar nomeações, busco no microfone mais próximo ameaças veladas a quem dirigirá, pressionando com o passado, o presente e o futuro, com as consequências que, em apenas três jornadas, todos pudemos confirmar; o que dizem os regulamentos? Valerá isto descida de divisão? 

3. Como um homem bom e coerente, movido pela pacificação, aproveito, desde já, para prestar nestas linhas genuínas a mais sincera solidariedade a quem, na última semana, se viu agredido pelas costas. Na esperança de que, em prol da mudança que tanto preconizamos, se faça agora a justiça que vimos negada, há não muito tempo, quando em uníssono exigíamos até à exaustão a intervenção da mão pesada da lei (a dos homens e a da bola) contra aqueles que, debaixo de um manto protector, provocavam treinadores adversários e agrediam jogadores e forças da autoridade. É como diz o braço direito do melhor do mundo: que  Vandinho não morra solteiro!”.

benfica adeptos
Fonte: SL Benfica 

E assim terminava, esta curta e enigmática missiva, sem remetente ou destinatário, perdida numa esplanada da freguesia do Lumiar, que – com as devidas correcções (não queremos este espaço contaminado com a iliteracia que, vezes demais, invade as redes sociais) – vos resolvi revelar. Um bom exemplo de como ainda há esperança, pois contra todas as (minhas) expectativas andará mesmo por aí um virtuoso Messias, capaz de julgar correctamente as mais polémicas questões da actualidade, sem nunca cair no ridículo de o fazer à luz de alguns mitos tornados reais com recurso à repetição insistente e cansativa.

Mesmo não percebendo realmente o conteúdo do texto – do que trata e quem são o seus protagonistas –, gostava de deixar uma palavra de admiração por quem tem a capacidade de analisar assim, desabridamente e sem complexos de Napoleão, o vasto interior do próprio umbigo: uma verdadeira inspiração.

P.S.: se alguém souber algo sobre este Shakespeare moderno,  faça o favor de pagar a dívida de gratidão.

Foto de Capa: SL Benfica

Justiça Esquecida

0

sporting cabeçalho generíco

De há uns tempos para cá, tenho verificado um padrão essencialmente de comportamento das entidades reguladoras do futebol português.

Existe uma queixa apresentada por um clube contra outro ou contra uma pessoa; regista-se a queixa, mandam-se umas notícias a “desancar” o queixoso, depois ficamos sem ouvir falar do assunto por uns valentes tempos, e, quando já ninguém fala do assunto, a queixa é arquivada.

Desculpem, eu disse um padrão? Queria dizer dois. É que depende de quem seja o queixoso.

Se o queixoso for o Sporting, então o que está escrito acima está certo. Se o queixoso for outra entidade contra o Sporting, então o procedimento já é mais do tipo: entra a queixa, suspende-se o suposto infractor, manda-se umas notícias para a imprensa a “desancar” esse suposto infractor, e passado uns tempos o processo é arquivado ou prescreve por falta de provas, sem que este tenha qualquer compensação pelos dias de suspensão até ali cumpridos.

Para ilustrar o que tento dizer, temos mais recentemente o caso Naldo. Como não poderia deixar de ser, o rapaz é logo suspenso pela “suposta” agressão. Sim, porque não podemos permitir que tipos destes andem a reagir a provocações assim aos empurrões. Outros – leia-se Lito Vidigal –  pagam 40 euros, levam uma “palmada na mão” e está despachado.

Temos a decorrer também o processo entre Jorge Jesus e a sua anterior entidade empregadora. Tenho pena de Jorge Jesus, uma vez que admito que este venha a perder o caso. Não porque não tenha a razão do seu lado, mas porque neste momento é funcionário do Sporting Clube de Portugal. E tendo em consideração os padrões acima apresentados não lhe auguro nada de bom. É que 14 milhões têm muita força, seja aqui, na China, no Canadá, ou onde quer que os queiram ir desenterrar.

Apesar de ter sido mandado para fora do clube, o Benfica nunca soube lidar com a saída de JJ Fonte: Sporting CP.
Apesar de ter sido “atirado” para fora do clube, o Benfica nunca soube lidar com a saída de Jesus
Fonte: Sporting CP.

Mas voltando ao primeiro padrão, em relação ao Futebol Leaks, já tivemos a queixa, sabemos que o processo está em marcha (segundo o Bruno de Carvalho), também já todos conhecemos os milhares de notícias que saíram a desancar o Sporting e o seu presidente. Agora, de há uns tempos para cá, deixou de se ouvir falar desse assunto, como se nunca se tivesse passado nada, e se falam é para dizer que ao que parece foi um administrador que foi demitido e colocou as informações na imprensa (mais uma para desancar os mesmos). Alguém consegue adivinhar qual vai ser a próxima informação dada pelas autoridades quanto a este assunto? Aposto que será do tipo: “Processo arquivado por falta de provas”, ou algo mais elaborado que contenha a palavra “tácito“ ou similar.

Cabe agora aos Sportinguistas não deixar que este assunto caia no esquecimento, pressionar as autoridades e a justiça com notícias nos canais noticiosos do clube – que nos outros não vamos ter mais notícias referentes a este assunto, ou não estivessem, supostamente, envolvidas instituições com muitos adeptos e sócios bem colocados para abafar o assunto -, ou então será mais uma montanha a parir um rato (somos um país de montanha, infestado de ninhadas de ratos).

Foto de Capa: TVI

Um campeonato assombrado

cab desportos motorizados

De teorias da conspiração está o mundo cheio, mas o desporto motorizado mundial ganhou mais duas no último domingo; no que toca ao MotoGP a Carolina fala-vos aqui do assunto, do Campeonato Nacional de Ralis (CNR) vou falar-vos nas próximas linhas.

José Pedro Fontes sagrou-se campeão nacional de ralis com o seu segundo lugar no Rali do Algarve. Um título que como aqui escrevi em Março era de esperar, mas que nas estradas deixa um certo ar de incerteza no ar.

Se existisse campeonato de Asfalto e de Terra em separado não existiria dúvida de quem era o melhor em qualquer um deles: Fontes no primeiro e Moura no segundo. E em 2015 Moura foi o único a conseguir vencer nos dois terrenos. Mas num campeonato misto e com quatro provas em cada superfície foi preciso esperar até à última PEC (Prova Especial de Classificação) para saber o vencedor de 2015.

Mas antes de irmos à polémica de final de campeonato vou fazer um pequeno resumo da prova. Com a mudança da prova algarvia do asfalto para a terra Ricardo Moura apresentava-se como principal candidato à vitória. E a prova começou desta forma, com Moura na frente ao ganhar a primeira PEC, mas o primeiro dia de prova teve uma boa surpresa. Carlos Vieira, que estava a fazer apenas a sua segunda prova em terra, apresentou um ritmo muito bom e terminou o dia na frente ao ganhar as três PEC’s restantes. Um bom valor para os nossos ralis e que espero que em 2016 confirme o que mostrou este ano.

Fontes ao lado da máquina vencedora Foto: Arquivo pessoal
Fontes ao lado da máquina vencedora
Foto: Arquivo pessoal

O segundo dia de prova começou com um toque de Carlos Vieira que o fez perder muito tempo e deixar de lutar pela vitória. A partir daí Moura passou para a frente e nunca mais saiu da liderança. O problema para o açoriano foi que Fontes passou de terceiro para segundo a uma PEC do fim da prova após um furo de Pedro Meireles. É precisamente aqui que começa a teoria da conspiração. Pedro Meireles é colega de equipa de José Pedro Fontes e este ao passar para segundo sagrou-se campeão nacional, o que não aconteceria com o lugar mais baixo do pódio.

O problema aqui resiste no facto de toda a gente já saber que este furo, ou outro problema qualquer que fizesse Meireles perder tempo e o segundo lugar, ia acontecer, possibilitando assim o título a Fontes, que não estava com andamento para recuperar na estrada o lugar que lhe dava o título.

A assombrar este título está também a penúltima prova. Ricardo Moura acusa Fontes de o atrasar propositadamente nesta prova, depois de um furo. Fontes, alegadamente, terá esperado por Moura de forma a que este fosse sempre no seu pó e assim perder tempo. O facto é que Moura acabou em terceiro a meio segundo de Carlos Martins, também colega de equipa de Fontes. Se tivesse terminado em segundo teria sido o campeão.

Eu não quero com isto dizer que o furo foi propositado, afinal não tenho dados para o fazer, mas, que levanta muitas dúvidas, levanta. É triste que num ano em que o CNR foi muito animado o assunto mais debatido seja o dos jogos de equipa e não o das prestações ao volante.

É importante ainda referir o título de Marco Cid nas duas rodas motorizes ao bater João Ruivo no Algarve e ganhou assim o seu primeiro título nacional num espetacular, mas já algo desactualizado Clio S1600.

Resta-me desejar que 2016 seja um ano ainda melhor que este – e promete sê-lo – assim como que o que interesse seja a prestação desportiva e não os jogos de bastidores.

 

Foto de capa: Zé Gonzo

Evolução na defesa

0

tinta azul em fundo brando pedro nuno silva

Ao longo da história do Futebol Clube do Porto sempre tivemos jogadores com raça, que não viram a cara à luta e que são como um relógio suíço em campo, cumprindo com regularidade a função que se lhes destina. Este tipo de jogador – muitas vezes designado “jogador à Porto” – era habitual no sector mais recuado da defensiva portista, onde as características apontadas acima são provavelmente mais importantes do que a inconstância de um génio capaz de dribles estonteantes. Ao longo da minha vida assisti a vários defesas que marcaram a história do Porto pela forma como se apresentavam em campo; jogadores como Aloísio, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Pepe (que evoluiu muitíssimo no Dragão), e, até certa altura, Bruno Alves são alguns exemplos de centrais que foram comandantes em campo e que tinham/têm qualidade enquanto futebolistas. E o sector defensivo sempre foi importante para os Dragões; geralmente contámos com defesas agressivos e cumpridores.

A defesa deste ano (e também do ano passado) parece carecer de uma figura de proa, de alguém que dê a confiança de que não vai falhar e que vai puxar os companheiros sempre que a motivação falhar. Mas a verdade é que os números apresentados não são maus e a forma como são constantemente chamados para a circulação de bola é um factor chave no jogo do Porto. E é nestes dois aspectos que gostava de me focar.

O Basco conseguiu melhorar a defesa portista
O Basco conseguiu melhorar a defesa portista

O Porto não sofre um golo no Dragão para o campeonato há 11 meses! É em casa que a equipa de Lopetegui mais solta a classe que tem e que menos oportunidades consente ao adversário. Fora de casa, para o campeonato, tem quatro golos sofridos, e para a Liga dos Campeões também quatro sofridos, sendo que do total de golos sofridos na champions só um foi de bola corrida legal (o primeiro contra o Dínamo de Kiev). No entanto não quero ilibar a equipa da desatenção no segundo golo dos ucranianos, embora tivesse havido um fora-de-jogo que não foi assinalado.

Nota-se que houve uma evolução defensiva especialmente a nível da maturidade em campo e da atenção – já não se vê aqueles disparates que se viu no ano passado com diversos golos sofridos devido a erros individuais. Estão mais jogadores à Porto. Maicon é o patrão da defesa e é quem faz muitas dobras (revela bom posicionamento) e Marcano tem o vigor e a rapidez de reflexos que um bom central deve ter. São diferentes mas a dupla tem funcionado e Indi também tem cumprido. A nível defensivo estou satisfeito com a nossa defesa e principalmente com os laterias Maxi e Layún. O caso do mexicano merece até uma análise profunda que fica para outra altura; não só é bom jogador como é um grande atleta!

Maicon começa a ser a grande referência portista na defesa
Maicon começa a ser a grande referência portista na defesa

O outro ponto chave de uma defesa inserida numa equipa como o Porto é a qualidade que empresta ao jogo ao nível da posse de bola. Os centrais devem ser os jogadores com a bola mais tempo nos pés e são fundamentais para fazer a ponte para o ataque e para diminuir o desgaste físico dos companheiros mais adiantados. Defesas fracos com a bola obrigam a equipa a vir buscar o jogo a terrenos muito recuados ou a um posicionamento menos avançado no terreno. Há logo uma perda de tempo e qualidade demasiado grande para ser ignorada. Uma defesa que não saiba ter a bola compromete todo o jogo ofensivo de uma equipa – já não estamos no tempo do central que chuta para onde está virado.

E talvez esta evolução na confiança com a bola seja o maior mérito de Lopetegui na defesa! Não há milagres: ainda ninguém quebra o jogo ao estilo de Beckenbauer – grande parte da relação que um jogador tem com a bola (o passe, a recepção, a visão de jogo, o “timing”) já nasce com ele e vai-se aprimorando com o tempo, mas sem dúvida que houve evolução no Porto nesse sentido. A vinda de Casillas, que joga bem com os pés, obrigou os jogadores a tratarem melhor a bola mas também lhes deu mais confiança para a circulação defensiva.

Há sinais que mostram evolução e a defesa é um deles. Acredito mesmo que esta evolução se vá traduzir a médio prazo no campeonato e em mais uma boa campanha na Liga milionária.

 

Fotos: FC Porto

10 coisas que ficam do Mundial Sub-17

futebol de formação cabeçalho

E vão 5 títulos – Com a repetição do triunfo obtido em 2013, nos EAU, a Nigéria sagrou-se bicampeã mundial, sendo o primeiro país a conseguir fazê-lo. Neste escalão, os africanos tiram sempre partido de um desenvolvimento físico mais acelerado, mas as dúvidas que pairam em relação à idade dos jogadores são cada vez menos justificadas. A FIFA e os organismos continentais (a CAF, neste caso) têm feito testes de verificação muito apertados e não há maneira de tirar o mérito aos nigerianos. A geração de Iheanacho, Success ou Yahaya tinha impressionado, mas esta equipa não ficou atrás. À excepção do jogo com o México, na meia-final, foi um passeio para jogadores como Kelechi Nwakali, o craque, ou Victor Osimhen, o goleador. Emmanuel Amunike, que brilhou ao serviço do Sporting e do Barcelona na década de 90, montou uma equipa claramente virada para o ataque, aproveitando a qualidade existente do meio campo para a frente. Apesar da vocação ofensiva do conjunto africano, o guarda-redes Akpan Udoh foi o melhor da prova, sendo também de realçar as excelentes exibições do lateral-direito John Lazarus, bastante activo na exploração do flanco. Nwakali foi o patrão do meio campo e Osimhen o principal desequilibrador no ataque, mas Samuel Chukwueze, com um pé esquerdo temível a criar pela direita, foi um aliado de grande nível.

Kelechi Nwakali: um Kroos ou um Sani Emmanuel? – O sucessor de Kelechi Iheanacho como melhor jogador do torneio é, tal como o compatriota, jogador do Manchester City. Pode definir-se o jovem de 17 anos como um médio ofensivo moderno, já que, apesar de ser mais forte no ataque, não se alheia do processo defensivo, cumprindo com eficácia as tarefas de pressão e recuperação. Já com uma maturidade assinalável, Nwakali tem muita qualidade de passe e é um exímio marcador de bolas paradas. Não há dúvidas de que pode tornar-se um caso sério, mas para isso acontecer terá de seguir as pisadas de um Toni Kroos, que brilhou nesta competição em 2007, e nunca de um Sani Emmanuel, melhor jogador em 2009 mas actualmente sem clube. Yaya Touré disse recentemente que os jogadores africanos só olham para o lado fácil da profissão e que, por esse motivo, existem poucos entre os melhores do mundo. Nwakali quererá ser um deles.

México: a outra potência – Depois dos títulos em 2005, com a geração de Carlos Vela, Giovani dos Santos ou Hector Moreno, e 2011, num Estádio Azteca lotado com mais de 100 mil pessoas, a “Tri” voltou a alcançar um resultado que comprova a força do país neste escalão. O quarto lugar até sabe a pouco, tendo em conta que o México foi a equipa que melhor futebol apresentou no torneio. Com uma matriz de jogo bastante idêntica à da selecção principal, os centro-americanos impressionaram pela excelente organização colectiva, que potenciou o talento individual. Os laterais (Diego Cortés e Ulises Torres, do melhor que se viu na prova) funcionaram como autênticos alas e o médio mais recuado, Alan Cervantes, destacou-se pela forma simples mas altamente eficaz como joga, juntando-se aos centrais na saída de bola. Pablo Pérez, médio esquerdino de grande rotação, estabelecia a ligação com o ataque da equipa, muito móvel e com jogadores bastante interessantes do ponto de vista técnico. Kevin Lara e Kevin Magaña desequilibraram pelos corredores, enquanto Claudio Zamudio jogou no apoio ao avançado Eduardo Aguirre. Desmontando por sectores, o México leva o prémio de equipa mais homogénea do torneio, e só a tremenda falta de eficácia na meia-final com a Nigéria impediu o título.

aa
O México foi uma das selecções que melhor futebol apresentou
Fonte: Facebook da FIFA U-17 World Cup

A esperança de fazer o que ainda não foi feito – Que ano de sonho para os malianos. O terceiro lugar no Mundial sub-20 parecia difícil de superar, mas a prestação dos sub-17 foi ainda melhor. Uma presença na final é fantástico para um país que nunca logrou atingir um Mundial a nível sénior, mas que, com tanta qualidade a aparecer, pode acreditar que isso acontecerá em breve. Os africanos apresentaram uma equipa que contraria o paradigma habitual do futebol do continente, evoluída tacticamente e bem organizada no sector mais recuado. O Mali teve mesmo um dos melhores registos defensivos da prova, com Samuel Diarra, guarda-redes que transmitiu enorme segurança, a ser um dos maiores responsáveis por esse feito. Foi, no entanto, do meio campo para a frente que apareceram as maiores figuras deste conjunto. Amadou Haidara, médio de transição com facilidade em integrar-se no ataque, e especialmente os extremos Ally Mallé, muito explosivo, e Sékou Koita, esquerdino fortíssimo no 1×1, são jovens a ter em conta para o futuro.

Melhor do que Sinama-Pongolle e Souleymane Coulibaly – Victor Osimhen é um nome para decorar. Foi o jogador mais em foco na competição disputada no Chile e ganhou certamente um bilhete para o futebol europeu, até porque está, por estranho que pareça, sem clube. O avançado nigeriano foi o melhor marcador do torneio, com 10 golos que o tornam no maior goleador da História do Mundial Sub-17 (o francês, bem conhecido pelos sportinguistas, e o costa-marfinense chegaram aos 9). Não seria o primeiro talento africano a não corresponder às expectativas que criou, mas a qualidade que mostrou deixou água na boca. De passada larga e com uma capacidade de aceleração fantástica, é um avançado móvel e que procura muitas vezes o flanco esquerdo para ter espaço para arrancar. Tendo qualidade técnica e capacidade física para criar desequilíbrios, foi uma ameaça constante para os adversários e revelou excelentes atributos na finalização (de pé direito, esquerdo e de cabeça).

Este Mundial não é para europeus – Não há maneira de as selecções do Velho Continente darem cartas neste escalão. Apesar de a França, campeã europeia, ser uma forte candidata à vitória, foi surpreendida pela Costa Rica nos oitavos-de-final e acabou por ser uma das maiores desilusões da prova. Bilal Boutobba e Odsonne Edouard foram uma sombra daquilo que apresentaram no Europeu, deixando os gauleses a meio gás em termos ofensivos. As boas prestações de Timothé Cognat, que se destacou no capítulo das assistências, e de Nanitamo Ikone, esquerdino que desequilibrou a partir da direita, foram insuficientes. A Alemanha não fez melhor, caindo na mesma fase da competição frente a uma sensacional Croácia. Esta geração alemã não é particularmente entusiasmante e, com Felix Passlack bastante apagado, não houve capacidade para ir mais longe. Saem com nota positiva o médio Vitaly Janelt, que demonstrou grande facilidade de aparecer em zonas de finalização, e sobretudo o avançado Johannes Eggestein, inteligente nas movimentações e com excelente sentido de baliza. A Rússia, que já este ano esteve na final do Euro sub-19, continua a deixar sinais positivos para que exista uma renovação no seu futebol. Foi eliminada de forma algo surpreendente pelo Equador, também nos oitavos-de-final, mas revelou jogadores como Georgy Makhatadze, médio cerebral com grande visão de jogo, ou Fedor Chalov, avançado móvel e com óptimo poder de desmarcação, que têm condições para fazer parte da selecção principal a médio prazo. A pior de todas as selecções europeias foi a Inglaterra, que, mesmo estando a apostar fortemente na formação, continua a passar ao lado da maioria destes torneios. Os jovens ingleses não resistiram a um grupo com Brasil e Coreia do Sul, e as exibições de Jay da Silva, lateral-esquerdo muito promissor do Chelsea, ou Marcus Edwards ficaram muito aquém das expectativas.

A salvar a Europa – A Bélgica e a Croácia são das selecções mais interessantes a nível sénior, mas não só. O país francófono é um dos maiores produtores de talento da actualidade e esta geração de sub-17, liderada por Wout Faes, o “David Luiz” belga, conseguiu um resultado muito interessante (3º lugar). Ainda assim, para já não se identificou nenhum jogador que possa chegar ao nível de um Hazard ou de um De Bruyne, mesmo que os médios Dante Rigo e Alper Ademoglu e o avançado Jorn Van Camp tenham dado nas vistas. Pelo contrário, na Croácia há uma mina de ouro para explorar. Com quase toda a equipa titular pertencente à formação do Dínamo de Zagreb, a selecção dos balcãs foi a única capaz de bater a Nigéria e só caiu nos quartos-de-final perante o Mali, já depois de ter vergado a Alemanha. Estiveram três jogadores em especial evidência: Adrian Semper, um pilar na baliza, Nikola Moro, médio ofensivo muito evoluído tecnicamente e com uma visão de jogo soberba, e Josip Brekalo, extremo rápido e criativo, muito perigoso a flectir da esquerda para o meio. Para além destes, que tiveram maior preponderância, o lateral-esquerdo Borna Sosa, muito competente a defender e bastante activo na exploração do flanco, também mostrou ter grande margem de progressão.

Moro e Nwakali, dois dos melhores do torneio
Fonte: Facebook da FIFA U-17 World Cup

Até o talento se foi – Quando a Argentina é eliminada na fase de grupos dos dois Mundiais jovens, é hora de perceber que o trabalho não está a ser bem feito. A participação nos sub-17 ainda conseguiu ser pior do que a dos sub-20, com três derrotas e apenas um golo marcado. É certo que a alviceleste estava no grupo da morte, com Alemanha, México e Austrália, mas isso não serve de desculpa para tanta desorganização e para a inexistência de princípios de jogo. Tirando Tomás Conechny, médio ofensivo/avançado esquerdino com grande qualidade técnica, nem sequer deu para identificar potenciais craques, o que não deixa de ser um sinal preocupante para o futuro.

Surpresas latino-americanas – Em torneios de futebol jovem, há sempre espaço para resultados inesperados. A maior proeza terá sido obtida pela Costa Rica, que eliminou a França com a melhor exibição defensiva do torneio e chegou aos quartos-de-final. O ponto forte dos “Ticos” esteve mesmo no sector mais recuado, com um esquema de três centrais – muito semelhante ao da selecção principal – onde Esteban González foi o patrão. Sem grandes armas ofensivas, apesar do potencial interessante de Kevin Masís e do ponta-de-lança Andy Reyes, acabou por sobressair o médio Roberto Córdoba, dono de um pé esquerdo de grande qualidade. O título de equipa sensação é também partilhado pelo Equador, que tem vindo a crescer imenso na última década e que conseguiu levar a melhor sobre selecções como a Rússia ou a Bélgica. A balança dos equatorianos pendeu claramente para o lado esquerdo, onde o lateral Peris Estupiñan fez uso da sua dimensão física para fazer a diferença em termos ofensivos. O futebol vertiginoso foi uma trademark dos sul-americanos, que tiveram na dupla de ataque composta por Washington Corozo e Jhon Pereira uma parceria de sucesso.

O futebol contra a guerra – Há dois anos, a selecção de sub-20 do Iraque conquistou um surpreendente quarto lugar no Mundial da Turquia, que revelou jogadores como Ali Adnan, actualmente na Udinese, Humam Tariq ou Dhurgam Ismael. Já este ano, a Palestina estreou-se na Taça Asiática e pôde, pela primeira vez, receber um jogo no seu território. A Síria não quis ficar atrás e alcançou a segunda presença num Mundial de sub-17, festejando um ponto contra a Nova Zelândia. Apesar dos problemas estruturais que afectam estes países, há algo em comum entre os “Filhos da Guerra”: o talento puro para o futebol.

11 ideal:

GR Akpan Udoh (Nigéria), LD Diego Cortés (México), DC Wout Faes (Bélgica), DC Francisco Venegas (México) LE Borna Sosa (Croácia); MDEF Alan Cervantes (México), MC Pablo Pérez (México), MO Kelechi Nwakali (Nigéria); EE Ally Mallé (Mali), PL Victor Osimhen (Nigéria), EE Samuel Chukwueze (Nigéria).

Foto de Capa: Facebook da FIFA U-17 World Cup

Esta equipa tem de crescer forçosamente na segunda volta

0

sporting cabeçalho generíco

Se há palavras de Jorge Jesus com as quais concordo, estas seriam, sem dúvidas, aquelas que reitero e considero serem as mais acertadas.

Este lugar do Sporting no topo da tabela classificativa parece estar a incomodar gente a mais… E alguém vai ter de pagar! Quem será esse alguém? Os jogadores da equipa leonina!

A partir de agora vai valer tudo em campo… Teremos treinadores a entrar em campo a provocar os jogadores do Sporting, teremos comentadores de programas constantemente a desestabilizar, teremos cedências dos números dos jogadores verde-e-brancos para o público em geral poder atacar a seu bel-prazer, teremos castigos aplicados aos jogadores leoninos totalmente desproporcionais perante outras situações ou provocações (não posso deixar de mostrar a minha indignação para com a diferença de castigo aplicada a Naldo e a Lito Vidigal… Um está suspenso e arrisca-se a parar no mínimo 2 meses… E o outro paga uma multa de 40 euros… INCRÍVEL!).

E aqui é que a juventude da equipa do Sporting se vai fazer sentir: o sangue na guelra e as atitudes irrefletidas. Naldo foi “só” a primeira vítima. Se os jogadores do Sporting não crescerem, especialmente psicologicamente, a estrelinha de campeão que nos acompanhou nesta jornada vai-se apagar, e não há Jesus que nos valha.

Naldo foi a primeira grande vítima das provocações constantes que o Sporting irá sofrer.  Fonte: desporto.sapo.pt
Naldo foi a primeira grande vítima das provocações constantes que o Sporting irá sofrer.
Fonte: desporto.sapo.pt

E se, por vezes, penso que o JJ se excede, nesta jornada tenho de dar os sinceros parabéns à atitude do treinador leonino. Foi sempre um poço de calma e tranquilidade quando a equipa esteve perto de escorregar para a perda de dois pontos importantes na luta pelo campeonato. E nem a expulsão “enervou” Jesus: os braços fortemente cruzados transmitiam aquilo de que a juventude verde-e-branca precisava… Calma e tranquilidade para os minutos que faltavam… E dá-se o golo! Aí, foi altura de extravasar… E Jorge Jesus extravasou, e bem! –  aquele abraço a Bruno Carvalho mostra claramente aquilo que todos profetizavam… “Que em menos de dois meses Jesus e Carvalho já se tinham desentendido” e (provavelmente) um iria sair…

Pois bem, meus profetizadores da desgraça, vão ter de aguentar um Sporting mais unido que nunca… Que tem vitórias e derrotas, que ganha jogos com jogadores expulsos, e que, apesar de dizerem que “anda ao colinho”, quem é isento sabe que até tem sido ligeiramente prejudicado. Mas, antes de se falar de arbitragem, temos de jogar à bola e querer mais que os adversários, e nesta época o Sporting tem um querer maior que nunca! E querer é poder! Mas JJ é que sabe, e: «Esta equipa tem de crescer forçosamente na segunda volta.».

Foto de capa: diariodaloira.wordpress.com

SL Benfica imparável na liderança

0

cab futsal

No passado fim-de-semana, cumpriu-se mais uma jornada da Liga Sport Zone, o principal escalão do futsal português, e desta feita vou destacar um jogo que não envolveu nenhum dos principais candidatos ao título, e que teve honras de transmissão televisiva: o jogo entre Burinhosa e Belenenses/Express Glass. Ao longo dos 40 minutos de jogo ambas as equipas explicaram em campo a razão pela qual a RTP2 decidiu transmitir o jogo em direto. Que grande jogo que foi, com a incerteza a pairar no marcador, e o resultado final acabou por ditar uma divisão de pontos num jogo onde nenhuma das duas equipas presentes em campo merecia perder.

O jogo terminou empatado a dois golos, numa partida extremamente equilibrada e onde a equipa do distrito de Leiria entrou a ganhar, com um golo aos sete minutos, marcado por Marquinhos. Tiago Carvalho empatou aos nove minutos e ainda antes do intervalo, aos 18 minutos, Pimpolho voltou a colocar a Burinhosa na liderança do marcador. Aos 21 minutos, Tiago Carvalho bisou e fechou assim as contas do marcador, numa segunda parte com ligeiro ascendente dos homens do restelo, que conseguiram fazer com que o seu adversário fizesse a quinta falta sensivelmente a meio da etapa complementar, fazendo com que cada falta originasse um livre direto, ou seja, uma situação de perigo iminente.

Nos restantes jogos, destaque para mais uma vitória do SL Benfica por 3 golos a 1 frente ao SL Olivais, garantindo assim a nona vitória em outros tantos jogos, num jogo que se disputou na sexta à noite devido aos compromissos do Benfica na UEFA Futsal Cup durante esta semana e que proporcionou um bom espetáculo para quem se deslocou até ao pavilhão nº 2 da Luz, com os encarnados a saírem vencedores num jogo onde o SL Olivais provou estar a ser uma das boas surpresas do campeonato: apesar de só terem marcado o seu tento de honra nos segundos finais nunca desistiram do resultado e podiam ter acabado o jogo com pelo menos mais um golo não fosse o desacerto dos avançados lisboetas na finalização.

O Sporting CP teve um jogo bem mais tranquilo, vencendo no seu reduto o CS São João por 8-1, isto apesar de ter sido a formação de Coimbra a inaugurar o marcador nos segundos iniciais, pese embora a vitória leonina nunca ter estado em perigo tal foi a superioridade demonstrada ao longo dos 40 minutos de jogo.

Triunfo leonino nunca esteve em causa Fonte: Futsal Global
Triunfo leonino nunca esteve em causa
Fonte: Futsal Global

A desportiva do Fundão venceu na deslocação a Braga, para defrontar o Gualtar, por 1-0, no jogo com menos golos da jornada mas porventura o jogo mais emocionante e com mais qualidade de toda a jornada. Um golo que surgiu logo aos seis minutos da primeira parte e que se revelou decisivo para as contas finais do jogo, apesar das muitas oportunidades de parte a parte que surgiram durante todo o jogo e da muito boa réplica dada pela equipa do Gualtar. De resto, todos os outros três jogos registaram vitórias caseiras, do SC Braga perante o Leões de Porto Salvo, por 6-0, do Modicus frente ao Rio Ave (6-3) e da Quinta dos Lombos ante o Boavista (5-2).

Foto de Capa: Futsal Global

Desculpa, Gonçalo Guedes!

0

cabeçalho benfica

Desculpa. Peço desculpa a Gonçalo Guedes. Peço-lhe desculpa porque, há alguns artigos atrás, o critiquei injustamente; não soube ter visão. Disse que um jogador tão certinho, tão colado à linha, nunca poderia ser o substituto de Salvio, um jogador feroz que sabe desequilibrar o jogo como poucos. Afinal enganei-me; ainda bem que me enganei!

Gonçalo Guedes precisava disto: precisava de jogar! Precisava de que o lançassem e de meter os pés na terra. De ver que era craque na equipa B mas que aqui seria apenas uma entre muitas alternativas. Ele sentiu isso. Sentiu e viu-se nele vontade de crescer de jogo para jogo. Começou certinho, por vezes a comprometer no sector mais recuado e a não sair muito bem com a bola nos movimentos de transição. Mas o jogador soube superar-se. Soube tirar o melhor do seu conhecimento táctico. Soltou-se um pouco mais da linha e começou a aparecer mais no meio. Está a fazer-se um grande extremo direito e, nunca pensei dizer isto, vai dificultar, em muito, a vida a Salvio quando este regressar de lesão.

A ascensão desta jovem pérola até à equipa principal, e depois até ao onze inicial, vale muito mais que qualquer aquisição que o Benfica poderia ter feito. Porquê? Este não precisa de que lhe mostrem o museu do Benfica, não precisa de saber que o emblema que leva ao peito vale mais do que qualquer outro. Este viu os seus colegas, também rotulados como promessas, partir sem sequer fazerem mais do que meia dúzia de jogos pela equipa principal. Mesmo assim ele não desistiu. Continuou a lutar e a dar o seu melhor sempre que era chamado. E agora? Agora marca golos, parte defesas e dá sustentabilidade ao lado direito do Benfica. A parceria Nélson Semedo – Gonçalo Guedes dá garantias, vai dar títulos e é para durar.

O jovem português vive um momento incrível na carreira. Promete!; Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica
O jovem português vive um momento incrível na carreira. Promete!
Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica

Atenção! Isto não acaba aqui. O físico, o conhecimento táctico, as movimentações da linha para o centro e o remate colocado podem fazer do jovem de Benavente um grande jogador do futebol mundial. Já andam todos de olho nele. Este pode vir a ser um ala daqueles que marcam tantos golos como os ponta-de-lança; pode ser daqueles que decidem jogos, que fazem golos de levantar estádio: pode ser o próximo embaixador do Benfica.

Com Jorge Jesus o Gonçalo não estaria onde está hoje. Não estaria a marcar consecutivamente, a fazer boas exibições e a encabeçar a lista de escolhidos para a Selecção Nacional A. E aí está a magia de Rui Vitória. O treinador ribatejano não vai deixar as pérolas sair; muito menos sem as aproveitar e tirar o sumo devido de cada um deles. Quem me dera que Vitória tivesse chegado antes de João Cancelo e Bernardo Silva serem vendidos… Mas não vale a pena chorar sobre o leite derramado. Vamos continuar. Vamos continuar a trabalhar e a fazer crescer aqueles que amam o clube.

Agora só há duas coisas a fazer:

1 – Desejar que Jorge Mendes não venda Gonçalo Guedes a nenhum fundo ou faça um negócio de 15 milhões com o Valência ou o Mónaco;

2- Dar os parabéns ao Gonçalo e pedir desculpa. Há que saber admitir os erros, e o meu erro foi não perceber o talento que estava por explorar neste jovem; foi não perceber que o rapaz só precisava de jogar.