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Hollywood à Portuguesa

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Fazer uma pausa para almoçar é, para a grande maioria das pessoas, um momento de descanso merecido e uma pausa no trabalho que nunca acaba e muitas das vezes se acumula nas secretárias. Normalmente opto por passar os meus almoços sempre com a televisão ligada num noticiário e, após a refeição, o smartphone na mão tentando perceber o que se passa nas redes sociais. Hoje, confesso que o cardápio noticioso foi dos melhores dos últimos tempos, pois a oferta variava desde moções de rejeição a Governos eleitos até processos judiciais no tribunal do Barreiro, ou seja, tivemos todo um vislumbre de Portugal no seu melhor. Para digestivo nada melhor do que Cristiano Ronaldo “superstar”, merecedor de um documentário sobre a sua vida dentro e fora dos estádios.

Foi a partir desta peça sobre o melhor jogador do Mundo e o desfile na passadeira vermelha que fiz um exercício mental para tentar comparar o que se passa aqui neste cantinho à beira-mar plantado e passá-lo para o contexto da sétima arte e glamour de Hollywood. Vamos a isto?

 

The good , The Bad and the Ugly (O Bom, o Mau e o Vilão) Um filme em que a estrela é nem mais nem menos do que Jorge Jesus. Ao contrário do que se passa no icónico spaghetti western de Sergio Leone, o treinador do Sporting é todos os personagens do filme, mostrando a versatilidade e a relação de amor-ódio que despertou com a sua ida para Alvalade.

The Good Jorge Jesus – Blondie –  um treinador de sucesso, à procura dum tesouro perdido há algum tempo em Alvalade, mas a pessoa indicada para devolver ao seu Sporting as “riquezas” que merece. Colocou o clube numa rota de sucesso no campeonato, mudando a atitude dos jogadores e a postura que os mesmos apresentavam em campo. Criou uma relação de empatia com os adeptos, nunca se cansando de elogiar o apoio dos mesmos e referindo a importância que eles têm nas vitórias do clube. Acabou com um jejum demasiado longo de vitórias no campo do rival.

The Bad Jorge Jesus – Angel Eyes – Depois de incontáveis sucessos num clube que ajudou a reerguer, JJ sai do Estádio da Luz sem se despedir dos adeptos benfiquistas e do próprio Presidente que tinha um contrato vitalício para lhe oferecer e uma viagem a dois para destinos exóticos como o Médio Oriente (novo Lawrence da Arábia?). Um homem sem escrúpulos e que abandonou todos os que o admiravam e idolatravam, apenas se preocupando com ele próprio. Como retaliação, o exército da “confederação” colocou um mandato de captura com uma recompensa de 15 milhões de euros.

The Ugly Jorge Jesus – Tuco – O Sporting europeu tem deixado muito a desejar. A verdade é que a Liga Europa não pode nunca ser a grande prioridade dos leões para esta temporada, e que o treinador tem apontado – e bem – as “miras” das suas pistolas para o campeonato português. Ainda assim, exibições como a da passada quinta-feira dão um aspecto desajeitado e pouco apresentável a um clube histórico no contexto europeu.

A extremo peruano é uma dor de cabeça para JJ Fonte: Facebook Oficial do Sporting Clube de Portugal
Carrillo também tem direito ao seu remake de Hollywood
Fonte: Sporting CP

Saturday Night Fever (Febre de Sábado à Noite) – André “Travolta” Carrillo é um jovem cheio de swag. Rico, solteiro e cheio de si próprio vive todos os dias na esperança que seja Sábado à noite para ir dançar nas discotecas da moda da noite lisboeta. Apesar do talento que lhe é reconhecido, André acaba por se deixar envolver num mundo que não é o seu, seduzido pelas palavras de dinheiro fácil, fama instantânea e rejeitando o seu passado ou quem fez quase tudo por ele.

Em certos momentos, o jovem dá a entender que a sua cabeça não esquece por completo as suas origens, demonstrando que existe um conflito entre o que é a moralidade e a ilusão, entre o que é o correcto e o incontrolável desejo de alcançar rapidamente o estrelato, sem olhando a meios para o fazer.

Os seus novos “amigos”,  Henrique e Elio, estão sempre “protegendo” a sua galinha dos ovos de ouro, chegando ao ponto de contratar seguranças para que Travolta possa viver descansado, sem ouvir a voz da razão e conseguir fazer o que mais gosta… Dançar ao sábado à noite.

 

Dinner for Schmucks (Jantar de Idiotas) – Vários homens com profissões que vão desde engenheiros, advogados até proprietários de talhos têm um ponto em comum, a arbitragem. A certa altura do enredo, todos as personagens começam a receber caixas negras com convites para jantares em restaurantes caros e entre outras oferendas, nunca se percebendo o objectivo claro por trás da oferta de todas estas caixas.

As autoridades competentes também se revelam incapazes de solucionar o mistério, não pondo em prática as leis que existem nos códigos de Ética da UEFA onde é dito que as ofertas não podem ser superior a um valor de 180 euros e que nunca podem ser objectos de valor claro, mas sim especialidades típicas da região onde o jogo foi disputado ou lembranças do jogo em questão (Galhardetes ou cachecóis).

A trama adensa-se quando um dos Caporegime da organização é confrontado com todas as suspeitas e questionado sobre a verdadeira intenção de tais jantares, acabando por se contradizer e mostrando que há mais para ser dito e colocado em causa. Poderá – e deverá – haver uma sequela deste filme.

Foto de Capa: Sporting CP

 

Jogadores que Admiro #44 – Liédson

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Baixinho, franzino e meio trapalhão a andar… Quem olhava para Liedson da Silva Muniz não imaginava que ali estava um verdadeiro “trinta-e-um” para as defesas adversárias!

Não tinha uma técnica apuradíssima, mas era uma verdadeira carraça para os defesas e guarda-redes adversários e tinha um poder de elevação IMPRESSIONANTE…

Era espantoso ver como um jogador com apenas 1,75m conseguia ganhar bolas de cabeça a todos os adversários que eram bem mais altos do que ele… que o diga Luisão (1,92m), cujo pesadelo era enfrentar o Levezinho! O Benfica tem má memória deste avançado… só ele marcou por 11 vezes contra os encarnados!

Mais impressionante do que o seu poder de impulsão era só mesmo a sua história… Não era um jogador de camadas jovens de grandes (ou pequenos) clubes e trabalhava inclusive como caixa num supermercado na Bahia quando foi descoberto para o mundo do futebol, apenas aos 22 anos. Daí até ao estrelato foi “um tirinho”!

Talvez por saber as dificuldades da “vida real”, Liédson recusava-se a desistir de qualquer bola e nunca a dava como perdida, o que originava grandes recuperações de bola e alguns golos “fáceis”.

Em 13 épocas como profissional, o Levezinho marcou 312 golos e chegou a internacional A pela Seleção Portuguesa, quando os avançados estavam em via de extinção em Portugal, tendo inclusivamente com os seus golos ajudado Portugal a carimbar o apuramento para o Mundial de 2010 na África do Sul.

Impressionante também era o respeito que rapidamente ganhava de todos os adeptos… Desejado onde passou, e nunca, quando chegava a hora de abandonar, os adeptos evitavam as lágrimas (e até o próprio jogador). É impossível esquecer aquela despedida de Alvalade onde um estádio inteiro chorava a despedida (inglória) do seu ídolo, do seu “levezinho” ou “Liedshow“! Mas Liedson não era um ídolo da sua torcida, ganhou também o respeito e admiração dos adeptos adversários. Existia um carinho especial pelo “enorme” jogador que era e pela sua humildade.

O levezinho Fonte: Telegraph
O levezinho
Fonte: Telegraph

Parece que estou a trair o meu Sporting quando falo de um jogador que acabou a carreira no FC Porto e inclusive deu a marcar o golo que ajoelhou Jesus e deu o campeonato nacional aos azuis e brancos…

Mas ao Sporting deu tudo o que conseguiu… Taças de Portugal, Supertaças, golos, garra e trabalho… Se Liédson fosse uma frase, seria concerteza: “Esforço, Dedicação, Devoção e (alguma) Glória”… mas não tanta como aquela que merecia.

Por isso, os adeptos leoninos eternizaram-no com a famosa frase: “Liédson resolve!”… e resolvia mesmo!

CF “Os Belenenses” 2-1 CD Tondela: São Martinho com pastéis e jeropiga

futebol nacional cabeçalho

No rescaldo da derrota europeia frente ao FC Basileia, o Belenenses recebeu e venceu o Tondela no penúltimo jogo da décima jornada. O Tondela, urgentemente a precisar de pontos para fugir ao lugar de “lanterna vermelha” do campeonato, até começou o jogo de forma aguerrida e a querer assustar Ventura, mas a equipa da casa cedo impôs a sua lei e ganhou ascendente sobre os recém-promovidos.

Kuca foi dos primeiros a incomodar o guardião Cláudio Ramos, mas a pouca celeridade do extremo azul levou a que a defesa tondelense conseguisse aliviar a bola da sua área. O Belenenses não mais perdeu o controlo do jogo e continuou a dominar a partida e a remeter o Tondela para o seu meio-campo. Foi assim com naturalidade que, à passagem dos 20 minutos, Tiago Silva se isolou na área auri-verde e inaugurou o marcador.

Mesmo com a desvantagem no marcador, a equipa de Rui Bento mostrava-se incapaz de criar perigo perto da área do Belenenses; aproveitavam os azuis do Restelo para tentar aumentar a vantagem, algo que estiveram perto de conseguir já em cima do intervalo, com um remate fortíssimo de Tiago Caeiro a bater na barra da baliza do Tondela e a ultrapassar a linha de golo, mas Nuno Almeida não validou o lance.

A segunda parte começou mais “partida”, com oportunidades de golo claras para as duas equipas. O Tondela, na sequência de um canto, quase conseguia empatar a partida mas Luís Alberto – acabado de entrar em campo – não conseguiu dar a melhor sequência ao lance. Pouco depois,  Kuca rasga pelo lado esquerdo do ataque e cruza na perfeição para Dálcio falhar um golo que parecia fácil.

Infelizmente, o Restelo contou com pouca gente nas bancadas Fonte: CF "Os Belenenses"
Apesar da noite quente de Novembro, os adeptos do Belenenses voltaram a não marcar presença.
Fonte: CF “Os Belenenses”

O mote para uma segunda parte mais equilibrada estava dado, e o Tondela, com as alterações realizadas por Rui Bento, voltou a discutir o jogo e o resultado, criando boas oportunidades para o empate. Mas, num contra-ataque rápido em que a defesa tondelense não esteve isenta de culpas, Tiago Caeiro aparece solto perante Cláudio e aumenta a vantagem.

Os visitantes acusaram o segundo golo e acabaram por perder o controlo emocional em alguns momentos da partida, usando demasiada agressividade na disputa de lances a meio-campo. O melhor que o Tondela conseguiu foi mesmo marcar o seu tento de honra, num cabeceamento de Piojo. Mas, até ao final da partida, o Belenenses acabou por conseguiu esconder a bola e garantir os três pontos.

Uma vitória justa da equipa da casa, que dominou a primeira parte e conseguiu ser mais madura nos momentos fulcrais do jogo. Mesmo com o golo do Tondela, o Belenenses não perdeu o seu rumo e Sá Pinto consegue assim uma vitória após a desilusão europeia da última quinta-feira.

A Figura 

Kuca  – O extremo cabo-verdiano voltou às boas exibições e a ser um verdadeiro quebra-cabeças para os defesas auri-verdes e especialmente para Edu Machado. Cruzamentos venenosos, boas triangulações e imensa rapidez dão outra cor ao ataque dos azuis do Restelo.

O Fora-de-Jogo 

Fraca assistência – Se no último jogo caseiro o dilúvio que se fez sentir foi desculpa, nesta partida, e em pleno Verão de São Martinho, os cerca de dois mil adeptos presentes nunca conseguiram aquecer as gargantas. Nota positiva para os adeptos do Tondela que apareceram em bom número no Restelo.

Texto de Carolina Neto e Vítor Miguel Gonçalves

Quanto é que já vale Slimani?

sporting cabeçalho generíco

Depois de mais uma vitória sofrida pela margem mínima (em oito triunfos, cinco foram por um golo de diferença) o Sporting continua com a mesma vantagem pontual antes de mais uma paragem para jogos internacionais.

Contra um autocarro de dois pisos, o Sporting não criou muitas ocasiões de golo e, mais uma vez, há que destacar a exibição e a eficácia de Islam Slimani. Praticamente no único remate que fez em todo o jogo, o argelino marcou um golo muito importante. Já no reinado de Leonardo Jardim tinha sido Super Sli a desbloquear o jogo no relvado (ou coisa semelhante que lá existe) de Arouca. Quando chegou a Alvalade raramente dominava uma bola com os pés e agora está feito um senhor jogador, na minha opinião o melhor avançado do campeonato, a par de Jonas. São eles os dois melhores marcadores da Liga; o brasileiro com 8 e Slimani com 7 festejos.

Mas olhando em particular para o africano existe muita coisa para dizer. Slimani foi contratado por 300 mil euros e, neste momento, penso que 15 milhões de euros não o levariam para fora de Alvalade. O avançado que começou, na sua primeira época, por ser a arma secreta que entrava nas segundas partes quando Montero não conseguia desbloquear os jogos tornou-se a principal arma ofensiva da equipa. Pressiona os centrais (hoje Teo também esteve bem neste aspeto), foge para os flancos, vem atrás em busca da bola para jogar, já tenta adornar lances e fazer tabelas com os colegas.

Se entre os dois avançados colombianos existem dúvidas sobre qual deve jogar, com alguns adeptos a preferirem Fredy Montero e outros a preferirem Teófilo Gutiérrez, sobre Islam Slimani não existem interrogações. Ele tem de jogar sempre no campeonato, tem de estar sempre nos momentos onde o jogo se decide. E isto acontece porque teve uma evolução tremenda com Leonardo Jardim, Marco Silva e, agora, Jorge Jesus.

Legenda: Os pés de Slimani já tratam a bola por tu… Fonte: Sporting CP
Legenda: Os pés de Slimani já tratam a bola por tu…
Fonte: Sporting CP

Um dos defeitos que se lhe apontavam era a falta de eficácia em algumas situações. Havia jogos em que Slimani fazia desesperar os adeptos com alguns falhanços clamorosos. Mas a final da Taça frente ao SC Braga, o golo na receção ao CSKA Moscovo, a cabeçada no Estádio da Luz e o golo de Arouca são quatro momentos muito fortes do argelino em jogos muitíssimo importantes nos últimos tempos. Ele está feito um grande jogador e, a meu ver, faz parte da atual espinha dorsal da equipa: Rui Patrício, Paulo Oliveira, William Carvalho, Adrien, João Mário e Slimani. São estes seis os principais trunfos do clube na luta pelo título nesta época. Oxalá não saia nenhum deles em janeiro.

Ainda sobre Slimani, um último pormenor: tem melhorado os seus índices de paciência. Esta época já viu pelo menos três defesas (Sergei Ignashevich, Paulo Vinícius e Mano) jogarem andebol à sua frente. O argelino abre os braços, grita com os árbitros, mas vai conseguindo conter os amarelos e isso também é importante.

Uma nota apenas sobre o jogo da Albânia. Sim, é muito mau termos perdido por 3-0 frente ao Skenderbeu. Os nossos suplentes tinham obrigação de vencer aquele jogo, frente a uma equipa de Segunda Liga portuguesa. Mas, em Moscovo, acho que Jesus deve escolher a mesma equipa. Porque antes há jogo com o Benfica e depois há receção ao Belenenses. Já que a UEFA colocou injustamente, e pelo segundo ano consecutivo, o Sporting na Liga Europa, penso que o facto de o Sporting colocar a UEFA em segundo plano é uma resposta apropriada. Vencer o campeonato significará ter a época ganha. E vitórias como a de Arouca são muito importantes e saborosas…

Foto de Capa: Sporting CP

Kurban Berdyev – O Arquitecto do novo FC Rostov

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El Rubin Kazan, ejército ruso dirigido por el camarada Berdyev, hizo lo imposible en el Camp Nou, que asistió atónito a la Revolución Rusa del siglo XXI. El Rubin fue capaz de ganar al Barcelona en su propia casa y asaltar un estadio ajeno en los últimos tiempos a todo tipo de males.”. Foi desta forma que o jornal Marca, através da sua página na Internet, descreveu a épica vitória do Rubin Kazan em pleno Camp Nou, perante 55930 espectadores, a 20 de Outubro de 2009.

Há seis anos atrás, a equipa da República do Tartaristão, superiormente orientada pelo misterioso Kurban Berdyev, viajou até à Catalunha para medir forças com o FC Barcelona de Pep Guardiola para a Liga dos Campeões e saiu de Camp Nou com uma valiosa vitória por 2-1, numa época em que os Blaugrana se sagraram campeões de Espanha com apenas uma derrota em 38 jogos.

O médio russo Alexander Ryazantsev e o irreverente extremo turco Gökdeniz Karadeniz apontaram os golos do emblema russo que só em 2003 havia chegado à divisão de elite do futebol russo e que nada tinha conseguido de relevante durante a era soviética. O homem que arquitectou essa equipa foi nada mais, nada menos que Kurban Berdyev, um treinador nascido em Asgabate, capital do Turquemenistão, em 1952, na altura em que a república ainda integrava a extinta URSS.

Kurban Berdyev, com o seu famoso Misbaha na mão, dando instruções ao capitão de equipa, Sergei Semak, durante o período em que esteve ao serviço do Rubin Kazan Fonte: http://zateevo.ru
Kurban Berdyev, com o seu famoso Misbaha na mão, dando instruções ao capitão, Sergei Semak, durante o período em que esteve ao serviço do Rubin Kazan
Fonte: zateevo.ru

Depois de uma carreira mediana como jogador, Berdyev tem vindo a dedicar a sua vida ao futebol e vive a sua profissão com uma intensidade e uma dedicação admiráveis. Após algumas passagens pelas divisões inferiores do futebol russo, pelo Cazaquistão e pela Turquia, Berdyev chega ao comando do Rubin Kazan em 2002, vencendo de imediato a FNL (segunda divisão da Rússia) e logrando assim a subida ao primeiro escalão do futebol russo. O treinador turcomeno desenvolveu, nos anos que se seguiram, um trabalho de tal forma estruturado e meritório que fez com que se sagrasse campeão com a equipa tártara em 2008 e em 2009, vencendo também a Taça da Rússia por uma vez e a Supertaça em duas ocasiões. Foram os anos de glória do Rubin Kazan, que, com uma equipa totalmente construída de raiz por Kurban Berdyev, conseguiu importunar os gigantes moscovitas e o FC Zenit na luta pelos lugares cimeiros do futebol russo.

Apesar de tudo, ao fim de 12 anos de trabalho apaixonado e de dedicação, Berdyev, que também ocupou em simultâneo a posição de vice-presidente do emblema tártaro durante algum tempo, foi despedido, não tanto por incapacidade ou por resultados menos conseguidos no plano desportivo, mas sim por políticas internas de difícil compreensão, bastante comuns nas equipas russas, que têm como principal investidor e regulador o governo local da região que integram.

Berdyev deixou o Rubin Kazan em 2013 e um ano mais tarde, a 18 de Dezembro de 2014, foi apresentado como treinador do FC Rostov, que vivia então uma profunda crise e tinha o espectro da descida de divisão a pairar sobre a sua cabeça como um destino mais do que certo, dada a escassez de pontos e o marasmo financeiro que o clube enfrentava. O treinador turcomeno, que se faz acompanhar do seu Misbaha (um objecto semelhante a um rosário, tradicionalmente usado na religião muçulmana), conseguiu, no entanto e contra todas expectativas, não só livrar a equipa da descida de divisão, como também construir uma equipa sólida, que esta temporada se encontra em segundo lugar da Liga Russa, atrás do CSKA Moscovo.

No início desta temporada, ainda que ninguém tivesse esquecido aquilo que Berdyev materializou com o FC Rostov no final da época passada, não era de toda a forma expectável que o histórico emblema do Oblast de Rostov estivesse no segundo lugar da Liga Russa, com apenas 3 derrotas em 15 jogos e com a terceira melhor defesa da competição, apenas atrás do CSKA Moscovo e do FC Krasnodar.

O FC Rostov, que continua afundado em graves problemas de ordem financeira e que apenas conseguiu pagar os salários que estavam em atraso há cerca de duas semanas, transfigurou-se após a chegada de Kurban Berdyev. O profundo conhecimento da modalidade detido por este treinador tem-se feito notar neste “novo” FC Rostov, que se apresenta como uma equipa extremamente organizada e com processos de jogo muito bem definidos. Berdyev alterna, com alguma frequência, o esquema táctico da sua equipa, variando entre o 4-2-3-1, o 4-4-1-1 e, mais recentemente, um 5-3-2 bastante musculado no sector defensivo, mas com jogadores de aporte técnico elevado, quer na linha intermédia, quer no último terço de terreno.

Legenda – Berdyev a ajustar pequenos aspectos tácticos do jogo com um dos elementos da sua equipa técnica Fonte: rostov.kp.ru
Legenda – Berdyev a ajustar pequenos aspectos tácticos do jogo com um dos elementos da sua equipa técnica
Fonte: FC Rostov

É precisamente no meio-campo que está o âmago do futebol da sua equipa, onde o talentoso médio equatoriano Christian Noboa, a jovem promessa do futebol russo Pavel Mogilevets (que está em Rostov por empréstimo do FC Zenit) e o experiente trinco moldavo Alexandru Gatcan pautam o ritmo de jogo dos Selmashi. Nas alas, o experiente e altamente versátil médio bielorrusso Timofei Kalachev e o talentoso extremo russo Dmitry Poloz, que tem estado em especial destaque nos últimos jogos da sua equipa e que leva já 5 golos marcados nesta temporada, dão profundidade à equipa e deslocam-se com alguma frequência para o corredor central, confundindo as marcações da equipa adversária. A frente de ataque está entregue ao promissor jovem iraniano Sardar Azmoun (que está em Rostov por empréstimo do Rubin Kazan) e ao poderoso avançado russo Aleksandr Bukharov, que reencontrou o caminho das boas exibições após a chegada de Berdyev.

O técnico de 63 anos, oriundo da velha escola soviética, é considerado por muitos um dos últimos herdeiros da corrente de estilo mais mecanizada, rígida e disciplinadora, que teve em Valeriy Lobanovskiy o seu expoente de eficácia. Berdyev é visto como um homem introvertido, altamente disciplinador, pouco afável com os jogadores, mas ao mesmo tempo um verdadeiro connaisseur da modalidade, que respira futebol por todos os poros do seu corpo e que deixa, um pouco por onde passa, uma marca absolutamente fantástica de uma genialidade errática.

Dmitry Poloz, um dos homens em maior destaque na equipa do FC Rostov esta temporada Fonte: FC Rostov
Dmitry Poloz, um dos homens em maior destaque na equipa do FC Rostov esta temporada
Fonte: FC Rostov

Na sua obra Crime e Castigo, Fyodor Dostoyevsky dizia que era necessário algo mais do que inteligência para agir de forma inteligente, e Kurban Berdyev é definitivamente possuidor desse “algo mais” que caracteriza aqueles que são dotados de uma genialidade ímpar, já que foi capaz de transformar uma equipa perdida e vergada por problemas financeiros num conjunto vencedor, tudo enquanto dedilha impacientemente as contas do seu Misbaha.

Foto de Capa: FC Rostov

MotoGP: Festa em Valência sem palmas e com assobios

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O Mundial de Motociclismo terminou, ontem, em Valência. Depois da atribulada corrida em Sepang, este era um fim-de-semana que prometia ser quente e polémico… Guerras à parte, vamos focar-nos no que se passou na pista, porque contra factos não há argumentos.

Jorge Lorenzo e Valentino Rossi chegaram a Valência com sete pontos de diferença, e qualquer um podia ser campeão do mundo. Bom, talvez não estivessem em pé de igualdade porque o italiano já tinha posição de saída na grelha de partida. E tudo se deveu ao famoso “Chega para lá” a Marquez, no Circuito Malaio. Do outro lado, Lorenzo fez o que lhe competia e arrancou a pole position com o melhor record do circuito de Valência.

A corrida prometia ser dura… E os olhos estavam postos, não no duelo Rossi x Lorenzo, mas sim no que iria fazer Marc Marquez já que este tinha sido acusado por Valentino Rossi de, nas últimas corridas, estar a ajudar o seu compatriota. Uma guerra que em nada beneficia o motociclismo e que continuou mesmo depois de terminada a época.

A partir do último lugar da grelha, Valentino Rossi remontou com ultrapassagens que provocavam uma onda de emoção nas bancadas do circuito Ricardo Tormo, ainda que algumas tenham sido consentidas por parte de outros pilotos, numa clara tentativa de ajudar Il Doctore, que terminou a corrida no quarto lugar. Uma classificação insuficiente para o italiano se sagrar campeão pela décima vez.

Na frente, Jorge Lorenzo liderou durante toda a corrida, seguido de Mar Marquez e Dani Pedrosa, que se assumiram – ainda que sem admitir – como batedores na retaguarda do actual campeão do Mundo.

O campeão que rezou durante toda a corrida Fonte: Facebook Oficial de Jorge Lorenzo
O campeão que rezou durante toda a corrida
Fonte: Facebook Oficial de Jorge Lorenzo

Em Valência, o espanhol não acusou pressão e conseguiu levar a melhor, ao somar o quinto título no Mundial de Motociclismo, e o terceiro na categoria rainha, mostrando a consistência que teve ao longo da temporada, e os números não mentem: sete vitórias, e liderou 80% das voltas esta época. Já Valentino Rossi preferiu voltar ao ataque, criticar Marc Marquez e a sua suposta estratégia de ajudar Lorenzo, e, pela primeira vez, o italiano não compareceu na gala de entrega dos prémios FIM.

A guerra do asfalto passou para as bancadas e o que se ouviu durante a cerimónia do pódio não foi, de todo, bonito. As palmas foram trocadas pelos assobios, e até Lorenzo se recusou a abrir o champanhe. Algo que não representa em nada aquilo que deve ser o espectáculo das duas rodas. E não me interpretem mal… Não estou do lado de nenhum dos pilotos. Só não quero ver o Mundial transformado num autêntico lavar de roupa suja.

O aspirante a dentista e que se tornou vice-campeão do mundo de Moto3 Fonte: Facebook Oficial de Miguel Oliveira
O aspirante a dentista que se tornou vice-campeão do mundo de Moto3
Fonte: Facebook Oficial de Miguel Oliveira

Para além de se ter disputado o título da classe rainha, também em Moto3 ainda não havia campeão à chegada ao circuito Ricardo Tormo. O português Miguel Oliveira lutava com o inglês Danny Kent e precisava de que este terminasse a corrida em 15º para que pudesse sagrar-se campeão. Oliveira cumpriu e ganhou, mas foi insuficiente para o título mundial. Ainda assim merece todos os elogios, já que em Agosto tinha 110 pontos e acabou a corrida de Valência com uma diferença de seis pontos. A carreira do português continua na próxima época na categoria de Moto2, e com muitos sonhos para cumprir.

Foto de Capa: MotoGP

Arouca FC 0-1 Sporting CP: Três pontos vindimados já depois dos cestos lavados

sporting cabeçalho generíco

Noite fresca em Arouca para receber o comandante da Liga. Sem surpresa o Sporting puxou dos galões e assumiu a iniciativa do jogo, e o Arouca remeteu-se à expectativa. Apesar de mandar no jogo, o Sporting não foi muito assertivo nas suas acções. Procurando a progressão com base numa teia de apoios, revelou muito pouco acerto inicial nas tabelas e assistências, especialmente por intervenções deficientes de Teo e, especialmente, de Slimani, e Ruíz estava muito lento a decidir, perdendo-se a sequência das jogadas.

Do outro lado assistia-se à defesa subida do Arouca, com Nuno Coelho a juntar-se ao quarteto defensivo, preocupado com Teo. Apesar do muito espaço que ficava nas costas, Slimani – ao invés de explorar a profundidade – era visto frequentemente ao lado dos Nunos do Arouca (Coelho e Valente).

Nas iniciativas atacantes o Arouca contava com uma ala esquerda particularmente activa, onde um Roberto particularmente acutilante dava muita profundidade e largura, contando com o apoio de Lucas Lima, a que se juntava Zequinha, infernizando a vida a João Pereira. De forma atípica, vimos muitas vezes o Sporting privilegiar o jogo directo, prescindindo de William, que, ao contrário do habitual, descia poucas vezes para entre os centrais.

Apesar da superioridade esperada, os lances de perigo real ou de golo iminente foram praticamente inexistentes, não por falta de jogadas com potencial mas sobretudo pela falta de acerto no último passe ou no remate. Fica o exemplo, entre outros, do remate deficiente de Teo, após Ruíz ter descoberto João Pereira e o centro deste ter colocado o colombiano em excelente posição para fazer muito melhor do que “aliviar” a bola pela linha do fundo.

Slimani voltou a ser decisivo no Sporting CP Fonte: Sporting Clube de Portugal
Slimani voltou a ser decisivo no Sporting CP
Fonte: Sporting Clube de Portugal

Na segunda parte os técnicos começam a intervir na partida de forma forçada ou involuntária (como foi o caso da saída de Jefferson por Esgaio), sem que isso alterasse significativamente o cariz da partida. À medida que o tempo decorria o Arouca ia confiando cada vez mais, chegando mesmo a criar um lance de golo iminente. Do lado Sporting instalava-se alguma sofreguidão, com Slimani a revelar total ineficácia, quando lhe bastava ter encostado em frente à baliza. Com o cartão vermelho a Naldo, após um lance caricato entre o defesa leonino e o técnico do Arouca que também recebeu ordem de expulsão, o lance parecia estar encaminhado para a divisão de pontos, mas Slimani conseguiu aquilo que tanto procurou mas nunca lhe tinha sido permitido. Bryan Ruíz, com um excelente passe, desmarca Montero e a bola acaba por chegar ao avançado argelino, que bate inapelavelmente Bracalli e garante os três pontos para os comandados de Jorge Jesus.

A Figura:

Islam Slimani – Falha muito, compreende mal o jogo por vezes mas tem destas coisas: marca golos decisivos que valem pontos. Este domingo reeditou um feito já anteriormente conseguido neste campo.

O Fora-de-Jogo:

Lito Vidigal – Um bom treinador como ele tem de respeitar muito mais o futebol que lhe dá tudo e ser uma referência para os seus atletas.

FC Porto 2-0 Vitória FC: Quando é preciso apertar a sério…

cabeçalho fc porto

Missão cumprida: o FC Porto sai de cena para entrarem as seleções com a certeza de se manter, no máximo, a cinco pontos de distância do líder Sporting. O Vitória de Setúbal, adversário tradicionalmente apetecível para os azuis e brancos, foi tudo menos isso, desta feita. Mas muito por culpa própria dos anfitriões.

Julen Lopetegui surpreendeu ao manter Evandro no onze titular e apostar, simultaneamente, em Danilo Pereira e Rúben Neves, relegando André para o banco, num meio-campo de registo mais defensivo do que seria de esperar. Já o Vitória, caraterizado esta temporada por uma matriz de futebol ofensivo e atrativo, denunciou a sua postura a partir da equipa escalada por Quim Machado: dois avançados, André Claro e Suk, além de um miolo com apenas um médio-defensivo de raiz, Fábio Pacheco.

O FC Porto não entrou mal no jogo, com Layún e Tello a chamarem a si o protagonismo na fase inicial. Diagonais que confundiram as marcações da defensiva setubalense e boa presença na área, por intermédio de Aboubakar. No entanto, essa atitude seria sol de pouca dura. Os sadinos mostraram-se fiéis ao seu estilo e não se fecharam nos últimos 35 metros.

Naturalmente, abriram-se alguns espaços para os ‘dragões’, mas que estes não souberam aproveitar, e o nulo ao intervalo foi a prova disso mesmo. Poderá mesmo falar-se de um Porto habitual: muita posse de bola, pouca objetividade. Apesar de algumas oportunidades terem sido construídas através de boas variações de flanco, a equipa denotou alguma dificuldade em sair rapidamente para o ataque. Danilo e Evandro retiveram muito a bola e deram tempo ao Vitória para se reorganizar.

Uma primeira parte com sinal mais para Layún, que imprimiu alguma velocidade à ala esquerda e foi capaz de fletir muito bem para o meio. Tello e Brahimi estiveram bem, apesar de pouco exuberantes, assim como Maxi, muito ofensivo e a procurar combinações constantes. O capitão Rúben Neves não esteve tão certo como o normal, e acabou por ser o primeiro sacrificado por Lopetegui, que, ao intervalo, o tirou para colocar André André. Deu para ver um Vitória organizado a defender, e a procurar atacar até aos 25 minutos de jogo. Atitude positiva dos homens do Sado.

Miguel Layún foi o melhor em campo, com um golo e uma assistência. Fonte: FC Porto
Miguel Layún foi o melhor em campo, com um golo e uma assistência.
Fonte: FC Porto

A etapa complementar acabou por mostrar um FC Porto mais acutilante e objetivo, precisamente aquilo que faltou no primeiro tempo. Com André a patrulhar o meio-campo, a equipa ganhou desenvoltura e simplicidade de processos, chegando mais fácil e rapidamente à grande área dos setubalenses.

Já com Osvaldo em campo, foi Aboubakar a desatar, com naturalidade, o nó apertado que o Vitória insistiu em criar. No entanto, com o aperto portista, a organização defensiva da teia de Quim Machado acabou por ruir. Pouco depois, Layún, que já havia assistido o camaronês (destaque para esta parceria: o mexicano volta a ‘Abou’), fixou o resultado final.

Um FC Porto que acabou por pressionar mais e encontrar a verticalidade que lhe faltava quando viu o tempo a fugir e a ameaça do empate a pairar. Ainda não chegou para tranquilizar os adeptos: o ‘tiki-taka’ de Lopetegui ainda suscita dúvidas e, para adversários de maior valia, continua a não oferecer garantias prévias. As boas exibições de Layún, Maxi, Tello e André disfarçaram as lacunas de um Porto que ainda tem de crescer muito, mas que chegou para um Vitória de Setúbal positivo, que promete coisas boas para esta época.

A Figura:

Miguel Layún – Após a estreia a marcar pelos ‘dragões’ frente ao Maccabi, mais um golo e uma assistência. Muito certinho e fiável, é rápido e flete bem para o meio. Um lateral muito completo e competitivo, cada vez em melhor forma. Indiscutível e já indispensável.

Os Fora-de-Jogo:

Evandro e Rúben Neves – Gosto de ambos os médios, particularmente de Rúben, mas hoje estiveram em dia “não”. Evandro não foi capaz de dar muita fluidez ao jogo portista e a objetividade da equipa ressentiu-se com isso. Já o jovem capitão ficou condicionado pelo cartão amarelo que viu aos 10 minutos, e, se ofensivamente nem esteve mal, falhou alguns passes e, talvez por receio de ver a segunda cartolina, foi algo permeável a pressionar os jogadores do adversário.

Foto de Capa: FC Porto

SL Benfica 2-0 Boavista FC: Não foi preciso acelerar muito

cabeçalho benfica Jogo a um domingo à tarde a lembrar outras alturas, bom tempo e a família benfiquista a juntar-se para o desafio frente ao Boavista. Estavam reunidos os ingredientes para uma boa tarde de futebol. Do outro lado estava o Boavista de Petit, uma equipa à imagem do seu treinador, aguerrida, que vai à luta sempre e forte defensivamente. Foi essa a imagem durante a primeira parte. O Benfica entrou pressionante, como era sua obrigação, mas encontrou um Boavista com a lição bem estudada, que soube tapar os caminhos até à baliza de Mika, com Idriss a fazer bem a sua função de não dar espaço a Jonas. O jogo entrou no ritmo mais lento que o Boavista pretendia. O Benfica tinha a bola mas não conseguia encontrar o caminho para a baliza de Mika. Mas foi na altura em que o Boavista começava a ficar mais confortável no jogo que o golo apareceu. Uma assistência de Gaitan e o miúdo Gonçalo Guedes rematou lá para dentro. Bonito golo deste jovem valor, que foi chamado esta semana à selecção. O intervalo tinha chegado com uma vantagem justa. Não tinha sido um jogo bonito, muito pela estratégia do Boavista, que estava a resultar até ao golo.

Carcela voltou a estar em bom plano Fonte: SL Benfica
Carcela voltou a estar em bom plano
Fonte: SL Benfica

Na segunda parte, Petit quis mudar a estratégia dos axadrezados e apostou em jogadores de carácter ofensivo. Mas o que se esperava ser uma atitude mais ofensiva do Boavista não foi mais do que apenas uma tentativa do técnico de tentar mudar a história do jogo. O Boavista mostra muitas dificuldades no ataque e nunca assustou o Benfica (o primeiro remate aparece aos 85 minutos). Mas, defensivamente, conseguiam adiar o golo dos encarnados.

O Benfica não colocou a velocidade que costuma colocar em campo, apesar de ter o controlo absoluto, mas o jogo caiu num tédio, muito por culpa também do jogo a meio da semana. O jogo ia caminhando para o final, com o Benfica a ter tudo controlado sem se esforçar muito, e Carcela, nos minutos finais, deu a tranquilidade total aos benfiquistas ao marcar o 2-0. Foi uma vitória justa, onde não foi preciso correr muito, frente a um adversário que se apresentou na Luz a saber o que fazer em termos defensivos mas que ofensivamente nunca assustou. Carcela voltou a mostrar-se em bom plano e começa a reclamar mais tempo de jogo; Talisca continua a não acrescentar nada à partida.

A Figura: Gonçalo Guedes – O miúdo continua em bom destaque. Depois de ter sido chamado à selecção, desfez o nulo. Já começa a ser uma peça fundamental nesta equipa.

O Fora-de-Jogo: Raul Jiménez – Em 45 minutos, pouco acrescentou à equipa, e a prova disso foi o facto de ter sido substituído aos 55 minutos. O mexicano tarda em aparecer e em entrosar-se com a equipa.

Vamos Continuar no bom caminho!

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cabeçalho benfica

Depois de uma vitória suada, mas merecida, na liga milionária, o Benfica tem este fim de semana uma nova batalha a travar. Com o moral mais elevado, depois de conseguir duas vitórias consecutivas, a turma de Rui vitória defronta o Boavista no Estádio da Luz.

Como é hábito e característico da equipa do Bessa, esta formação dificulta bastante a vida aos 3 grandes quando os defronta. A equipa liderada pelo ex-jogador do Benfica, Petit, joga com um bloco defensivo bem compacto e aproveita muitas vezes as falhas do adversário para o surpreender no contra golpe.

Outra característica da equipa axadrezada é a imponência física, que os jogadores não têm problemas em utilizar quando for necessário parar lances de potencial perigo para a sua baliza. Para desmontar o Boavista, o Benfica vai precisar, acima de tudo, da criatividade e da magia dos seus melhores jogadores (Jonas e Gaitán), que se estiverem inspirados vão ser uma grande dor de cabeça para os defesas axadrezados, o que pode provocar falhas posicionais dos defesas que podem resultar em golo. Espera-se um Benfica forte no início da partida; é certo que a equipa vai entrar com vontade de ganhar e vai fazer jus do seu poderio atacante logo nos primeiros minutos para tentar resolver a partida o mais rapidamente possível.

Jonas tem sido uma das grandes figuras do SL Benfica Fonte: Sport Lisboa e Benfica
Jonas tem sido uma das grandes figuras do SL Benfica
Fonte: Sport Lisboa e Benfica

Relembro que este tipo de equipas, com o passar do tempo de jogo, se não sofrer golos vai-se tornando cada vez mais confiante e por vezes é capaz de trazer dissabores aos seus oponentes. Para que tal não aconteça, Rui Vitória terá de fazer bem o seu trabalho de casa e montar um bom plano para este jogo, pois, na situação em que o Benfica se encontra (com um atraso pontual para os seus rivais directos), cada jogo se assemelha cada vez mais a uma final. Por fim, e para que tudo corra pelo melhor, espera-se que a Luz esteja bem composta e que, de uma vez por todas, todos os adeptos, sócios e simpatizantes do Sport Lisboa e Benfica se unam em torno da equipa e do treinador, de forma a empurrar esta formação para o caminho do sucesso.

Foto de Capa: Sport Lisboa e Benfica