4. Montpellier FC em 2011/12

Fonte: LFP
O campeonato francês era e continua a ser um dos que mais vencedores diferentes teve em todo o mundo. Nessa perspectiva, devem ser esperadas surpresas no topo da tabela quando o assunto é a maior competição de clubes francesa. Porém, para 2011/2012, nada disso se perspectivava. O PSG tinha-se reforçado de forma absurda e tinha de ser encarado como um seríssimo candidato ao título, sendo expectável que fosse atrás dele com a fome de quem não o conquistava há 18 anos. Havia também o Lille, campeão em título, que continuava forte, e o Marselha e o Lyon, que procuravam recuperar o caminho das conquistas.
Os dois últimos cedo ficaram pelo caminho. O PSG e o Lille foram conseguindo manter acesa a chama da luta pelo título que ambicionavam… com um intruso pelo meio – Montpellier. A equipa orientada René Girard ia dando mostras de competitividade e revelou-se um osso duro de roer frente a todos os adversários que teve pela frente, sobretudo a nível defensivo, contando com uma dupla de centrais seguríssima em Hilton e Bedimo. No meio-campo, a presença de Belhanda iluminava o processo ofensivo, que desaguava no miúdo Olivier Giroud. Uma espinha dorsal sólida que, a meio da época, fazia antever uma campanha bem sucedida. Foi muito mais que isso.
O Montpellier foi mantendo a solidez, desviando-se do foco mediático e da possibilidade de se sagrar campeão. O empate em casa, diante do Evian, a três jornadas do fim fazia antever a possibilidade dessa possibilidade ruir. Porém, o foco estava “jogo-a-jogo”, e a equipa comprovou a sua competência emocional ao vencer o Rennes, no jogo seguinte, por 2-0, num dos jogos mais complicados da época. Faltavam duas jornadas.
O jogo seguinte foi contra um rival directo. O Lille espreitava a possibilidade de reduzir a diferença para dois pontos e pressionar o adversário na última ronda. Não conseguiu. Apesar do sufoco do então campeão, o 0-0 manteve-se até ao minuto 90, altura em que uma bola rechaçada foi ter aos pés de Giroud, que pegou nela, passou por uma defesa descompensada, levou-a até à linha de fundo e serviu um menino da casa, Karim Ait-Fana, que fechou a partida e as ambições do Lille.
O último jogo, ainda encarado como se de mais um tratasse, poderia consagrar o Montpellier, bastando um empate ou a derrota caso o PSG não vencesse o Lorient. As coisas não começara da melhor maneira na deslocação a Auxerre. Kapo inaugurou o macador aos 21 minutos. Porém, 12 minutos depois, surgiu Utaka a empatar a partida e a equipa ficou ainda mais sólida. O campeonato era cada vez menos um sonho e tornou-se realidade quando o avançado nigeriano bisou, a um quarto de hora do fim do jogo.
O 1-2 permaneceu até final e, um ano depois de ter terminado no 14.º posto, o Montpellier sagrou-se campeão francês. A 27ª equipa a consegui-lo na história da prova.