Atletismo: Os melhores dos 2010s – Masculino

TRIPLO SALTO: Christian Taylor (USA)

Christian Taylor (USA) foi um autêntico monstro neste período e não há ninguém que se tenha aproximado do norte-americano. Venceu os dois Jogos Olímpicos (Londres e Rio), venceu quatro dos cinco Mundiais ao ar livre (Daegu, Pequim, Londres e Doha) e – à semelhança de Lavillenie – conquistou por sete vezes a Liga Diamante!

Também em termos de marcas, Taylor não esteve nada mal, ao ter saltado 18.21 metros nos Mundiais de Pequim, subindo a nº.2 de sempre e ficando a apenas 8 centímetros do recorde mundial. O único título global ao ar livre que não venceu foi em Moscovo (ficou fora do pódio!), com a vitória a ir para Teddy Tamgho (FRA), atleta que também venceu um título global em pista coberta e que muito prometia até ser tão fustigado por lesões que até já o obrigaram a terminar a carreira.

Outro atleta em destaque neste período foi Will Claye (USA). O norte-americano saltou 18.14 metros no ano passado, subindo a 3.º de sempre. Conquistou dois títulos em pista coberta (2012 e 2018) e conquistou quatro medalhas em Mundiais (duas Pratas e dois Bronzes) e duas Pratas em Jogos Olímpicos. Um feito assinalável, mas que também confirma que esteve sempre na sombra do gigante Taylor. O que teria sido Claye sem Taylor é uma curiosa pergunta para a qual nunca teremos resposta.

LANÇAMENTO DO PESO: Tom Walsh (NZL)

Houve escolhas difíceis, muito difíceis e depois houve esta do Peso. Há quatro nomes que poderiam constar como atletas deste período sem chocar ninguém. Existem apenas dois atletas que venceram dois títulos globais ao ar livre – David Storl (GER) e Joe Kovacs (USA) – e mesmo assim não foi essa a nossa escolha.

Joe Kovacs (USA) venceu nos Mundiais de Pequim (2015) e nos de Doha (2019), tendo sido Prata nos Jogos do Rio (2016) e nos Mundiais de Londres (2017). Além disso, subiu em Doha a 3.º de sempre, ao lançar um centímetro a mais que Walsh e Crouser num concurso verdadeiramente épico – razões mais do que suficientes para ser o escolhido.

O seu compatriota Ryan Crouser (USA) foi o campeão olímpico no Rio (2016), foi Prata nos Mundiais de Doha (2019) e tem o impressionante registo de ter passado em todas as últimas quatro temporadas dos 22.50 metros! David Storl (GER) marcou a primeira metade da década, com títulos mundiais em Daegu (2011) e Moscovo (2013), além das medalhas de Prata nos Olímpicos de Londres (2012) e nos Mundiais de Pequim (2015) e três Pratas em Mundiais Indoor! Registo espantoso, embora apenas numa temporada tenha ultrapassado os 22 metros, facto que o diferencia dos outros atletas mencionados (fica a questão: até onde poderia ter lançado a competir regularmente com estes monstros?).

Por último, Tom Walsh (NZL). O neozelandês apenas venceu ao ar livre nos Mundiais de Londres, tendo sido medalha de Bronze em Doha e nos Jogos do Rio. É, no entanto, no “extra” que reside a diferença. Walsh conquistou também dois títulos mundiais em pista coberta durante este período – 2016 e 2018 –, tornando-o totalmente dominador nas grandes competições no triénio 2016-2018. A juntar a tudo isso, é também Walsh o atleta que mais edições da Diamond League venceu (três). Curiosamente, desde o início da sua carreira, Walsh todos os anos melhorou o seu recorde pessoal, com a exceção a ser… 2017, o ano em que foi campeão mundial ao ar livre!

LANÇAMENTO DO DISCO: Robert Harting (GER)

Daniel Stahl (SWE) foi o atleta que mais longe lançou nestes dez anos. Os 71.86 metros do passado junho colocam-no mesmo como o 4.º (igualado) a lançar mais longe na história. Não apenas isso: Stahl foi o líder mundial durante quatro anos consecutivos, entre 2016 e 2019, mostrando ter sempre um enorme lançamento dentro de si. No entanto, Stahl falhou de forma consecutiva em grandes competições (foi Prata em Londres, mas era superfavorito), alcançado apenas a glória nos últimos Mundiais de Doha – e ainda assim tremendo e longe do melhor que fez nessa temporada (67.59 metros chegaram para o título num dia desinspirado dos principais rivais).

Piotr Malachowski (POL) dominou os rankings nos três anos consecutivos anteriores, tendo conquistado o Ouro nos Mundiais de Pequim e tendo sido Prata em Moscovo e nos Jogos do Rio – também lançou bem longe com um melhor (em 2013) a apenas dois centímetros do melhor de Stahl, fazendo dele o 6.º a lançar mais longe na história. No entanto, o desporto faz-se de consistência e, principalmente, de consistência quando mais importa. E aí os alemães costumam ser exímios.

Os dois títulos olímpicos do período foram para os irmãos Harting e se Christoph – 68.37 de melhor pessoal – surpreendeu com a vitória no Rio, foi o irmão mais velho, Robert, que mais em evidência esteve. Robert Harting (GER) venceu os Jogos de Londres um ano depois de vencer nos Mundiais de Daegu e um ano antes de ir renovar o título a Moscovo, fechando aí um ciclo de três anos perfeito.

Mais ninguém fez algo semelhante neste período, sendo que também venceu dois Europeus (e nesta disciplina, a maioria dos rivais participam nesta competição). O atleta que terminou a carreira no final de 2018 nunca lançou tanto como Stahl ou Malachowski – terminou com um recorde pessoal de 70.66 metros, que o colocam, neste momento, no 20.º lugar da história – mas apareceu nos grandes momentos e isso é o que mais importa.

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Pedro Pires
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O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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