Dia 13 de Maio de 2012. O City e o United entravam para a última jornada com hipóteses de se sagrarem campeões. A vantagem estava do lado dos citizens, que apenas precisavam de vencer o QPR no Etihad para quebrarem um jejum de 44 anos. Conseguiram-no, mas a verdade é que foi preciso um “milagre”. O jogo acabou por ser, provavelmente, o mais emocionante do século XXI, a par do Liverpool-Milan da final da Liga dos Campeões 04/05. Será que a Premier League deste ano voltará a proporcionar um espectáculo semelhante?
À partida, o jogo com o QPR não tinha um grau de dificuldade elevado. O conjunto orientado por Mancini era claramente favorito e chegou ao intervalo a vencer por 1-0, com golo de Zabaleta. Contudo, os londrinos surpreenderam na segunda parte, dando a cambalhota no marcador por intermédio de Cissé e Mackie. Entretanto, o United ia derrotando o Sunderland por 1-0, resultado que dava provisoriamente o título à equipa de Alex Ferguson. O City ia massacrando um QPR já reduzido a 10 elementos, mas a bola não queria entrar. O desespero instalou-se e, aos 90 minutos, pouca gente acreditava que os citizens pudessem ser campeões. No entanto, Dzeko marcou no minuto seguinte e deu alguma esperança aos adeptos, que, pouco depois, ficaram a saber do triunfo do United. Aos 94’, com os jogadores dos red devils à espera no relvado, Agüero consumou a reviravolta no Etihad.
Esta “máquina do tempo” serve, em primeiro lugar, para expressar o meu desejo de que a Premier League volte a ter um final de campeonato tão emocionante como o da época 2011/2012. Neste momento, com 8 jornadas por disputar, o Chelsea segue na liderança, com 4 pontos de vantagem sobre Liverpool e Arsenal (1 jogo em atraso) e 6 sobre o Manchester City (3 jogos em atraso). Com a derrota no terreno do Aston Villa, os blues deram alguma margem aos citizens, que podem finalmente concentrar as atenções no campeonato. Os reds, muito bem orientados por Brendan Rodgers, têm um calendário acessível e podem aproveitar o facto de receberem as equipas de Pellegrini e Mourinho. Em relação ao Arsenal, que se desloca a Stamford Bridge na próxima jornada, parte em último na luta pelo título. Ainda assim, os gunners têm tudo para vencer a FA Cup, já que os adversários são o Hull City, o Wigan e o Sheffield United.
O regresso ao passado serve também para lamentar a falta de competitividade no futebol actual. Tirando a La Liga, onde ainda há possibilidades de termos uma luta até final (embora o Real tenha uma vantagem importante), todos os outros campeonatos estão decididos há bastante tempo. Na Alemanha, já se sabia à partida que o Bayern venceria a Bundesliga com facilidade; em Itália, apesar do bom início da Roma, a Juventus vai revalidar o título tranquilamente; em França, o investimento do Mónaco ainda não chegou para fazer frente a um PSG cada vez melhor. Não é bom que haja clubes tão dominadores. A emoção faz falta ao futebol. É por isso que, para muitos, a Premier League é a melhor liga do mundo.
Associação Académica de Coimbra, histórico clube português já com 138 anos de existência. Este ano, como não tem sido hábito, a Académica parece estar a dois passos de garantir a manutenção. E também para ir contra os seus hábitos de garantir a permanência nas jornadas finais do campeonato, a Briosa está a apenas cinco pontos dos lugares europeus.
Sérgio Conceição, o técnico da Académica, já avisou que a equipa não está para brincadeiras e que se tiver de assumir um lugar europeu irá fazê-lo sem medos. Contudo, e vendo bem o passado recente da Académica, parece inviável que um clube com esta dimensão (pequena, apesar da gigante história) chegue à Liga Europa. Os constrangimentos seriam demasiado grandes para que a AAC conseguisse ter estabilidade e não fosse mais um Paços de Ferreira, que após uma presença breve na Liga dos Campeões passa agora por dificuldades na luta pela permanência.
Certo é que em Coimbra ninguém assumiu nenhum objetivo que não fosse a manutenção, mas também certo é que nenhuma equipa joga para perder e Sérgio Conceição, ambicioso e competente como é, quis deixar isso claro.
A próxima jornada contra o Benfica decidirá muito nas contas da equipa de Coimbra. Em caso de vitória sobre as águias, a Académica assume-se como um claro candidato à Liga Europa, com condições para lutar até ao fim pelo 5º lugar. Em caso de empate ou derrota, a equipa parece perder o comboio dos lugares europeus e irá trabalhar para consolidar um lugar no meio da tabela.
Sérgio Conceição, treinador da Académica Fonte: ZeroZero (Catarina Morais)
Na próxima semana veremos se a Académica consegue passar o teste de fogo que é o Benfica e colocar pressão nos seus adversários, que também almejam os cinco primeiros lugares.
A mim parece-me que esta Académica precisa de mais uma ou duas boas épocas para consolidar tanto o seu futebol como a sua estrutura ganhadora, e, aí sim, pensar em voos europeus. Contudo, será com todo o agrado que irei ver este histórico a disputar a Liga Europa. Um dos meus desejos não é com certeza ver a AAC a passar as dificuldades do Paços de Ferreira, porque o futebol vive de história e a história da Académica é grande demais para se dissipar com a possibilidade de cair em divisões inferiores.
Não sei se aqueles que viram o clássico do passado Domingo na TV tiveram oportunidade de assistir às sucessivas manifestações de garra e de emoção de Marcos Rojo, no final da partida, no relvado de Alvalade. Quem lá esteve, no estádio, não me deixa mentir: o argentino era um dos mais efusivos perante o aproximar da vitória. No fim, deslizou de joelhos tal qual faria o mais ferrenho dos adeptos sportinguistas, se tivesse oportunidade. Mas o que há, no central internacional argentino, além do querer e da vontade?
É com estranheza que constato que os órgãos de comunicação social não têm dado realce à que tem sido uma das melhores épocas defensivas do Sporting: em 28 jogos oficias realizados, a equipa de Leonardo Jardim sofreu golos apenas em metade, 14. Em 50% das partidas oficiais desta época, o Sporting não sofreu qualquer golo. Se nos focarmos apenas no campeonato, temos de recuar até à época de 2008/2009 para encontrar um ano em que os leões tivessem concedido menos golos à 24ª jornada. Na altura, o Sporting de Paulo Bento tinha sofrido 15 golos. Este ano, a equipa sofreu 16. Apenas mais um.
Rojo foi dos melhores em campo frente ao melhor marcador do campeonato, Jackson Martinez Fonte: foradejogo08.blogspot.com
Estes são os dados factuais, mas são também consequências do que tem sido feito e alterado no conjunto verde e branco. O que terá sido? Esta é a pergunta que dá espaço a todas as especulações, conjecturas e opiniões que, cada uma delas, vale o que vale. Apesar de nem só o ataque ser responsável pelos golos marcados, nem só a defesa o ser pelos sofridos, a construcção de uma equipa edifica-se através de bases sólidas, ou acabará por ruir. O Porto que foi a Alvalade é exemplo disso: Abdoulaye nunca transmitiu a segurança necessária e acabou por ser ele a falhar na marcação a Slimani, no lance do golo.
A meu ver, é aí que reside uma das alterações fulcraisno Sporting de 2013/2014. Marcos Rojo foi, a par de Adrien, aquele que mais subiu de rendimento se tivermos a época passada como ponto de comparação. Proveniente do Spartak de Moscovo, o nº 5 do Sporting apresenta, já aos 23 anos, números de cariz excepcional: desde que se tornou sénior (aos 19), Rojo só jogou menos de 24 partidas no Spartak. Pela selecção, já leva 20 presenças, todas (!) como titular. Tudo isto tendo em consideração que os defesas são os que mais tarde se costumam impor nas suas equipas. Por exemplo Garay, que hoje tem 27 anos, ainda só foi internacional por 18 vezes.
Marcos Rojo ao serviço da sua selecção, frente à Arábia Saudita Fonte: Olé
Estes números, muito embora a comunicação social e a generalidade dos adeptos não o admitam, têm explicação: Rojo tem qualidades que o podem elevar a um nível muito próximo dos melhores da Europa, se conseguir continuar a evoluir como até aqui. Forte no ar e com poder de choque para marcar pontas-de-lança possantes, com os quais se sente mais confortável; mas também rápido e com capacidade de antecipação para marcar os mais velozes, onde ainda sente mais dificuldades. Com bola, é evoluído tecnicamente, forte no cruzamento e dono de um remate poderoso, características que o fazem jogar também na lateral esquerda (onde é titular na Argentina, ao invés de Insúa ou Ansaldi). Pelo contrário, apresenta ainda um temperamento vincado e falta de clarividência que o levam ao excesso de agressividade e má avaliação de lances que podem comprometer aquilo que de bom faz. Esses são os factores que mais rapidamente tem de alterar se quer dar o salto qualitativo que o tornariam num dos melhores. Em entrevista recente ao jornal O Jogo, foi ele o primeiro a admitir isso mesmo, o que só prova que tem a consciência e a humildade necessárias à evolução.
Recuando à questão de partida: em Rojo há muito além do querer e da vontade. Mas num clube em que, no ano passado, existiam tantos jogadores – estrangeiros, principalmente – com falta de atitude e de amor à camisola, esta entrega que o argentino revela deve ser mais valorizada. Parece-me que, de entre colegas, treinadores, adversários e adeptos, são estes últimos os que menos reconhecem as qualidades do jogador do Sporting. Nos últimos anos, quantos centrais melhores tem tido a equipa de Alvalade?
Lembro-me de ouvir esta expressão desde pequeno quando uma assistência era tão boa e bem direccionada que equivalia realmente a 50% de um golo. Todos os misters mo diziam; todos os comentadores o dizem actualmente em relatos de jogos. O Porto tem mil e um problemas, mas tem sido cada vez mais notória a dificuldade que há em completar os 50% das jogadas perigosas – a finalização.
O passado jogo contra o Sporting mostrou mais uma vez os problemas que o Porto tem para marcar golos. Jackson está em má forma deste Setembro; Varela continua a ser o trapalhão do costume; todos os outros ou não têm a coragem para rematar à baliza, ou não têm o talento para fazer a bola chegar ao fundo das redes; apenas uma excepção: Ricardo Quaresma. A primeira parte do Mustang em Alvalade lembrou o seu passado dourado na equipa e, se não fosse o seu trabalho, estou certo de que a equipa de Luís Castro teria criado apenas um lance perigoso.
É Quaresma, tal como no passado, que acaba por fazer tudo… Fonte: http://www.fcportoonline.com/
O Porto tem uma média de 1,87 golos na 1ª Liga e um total de 43 golos. Se compararmos com os adversários mais directos (correcção, com os outros 2 grandes, já que neste momento o Estoril está mais perto do 3º lugar que o Porto do 2º), Benfica tem mais um golo e Sporting apresenta o mesmo número de golos marcados. Aparentemente, e se analisarmos apenas este indicador, não existe qualquer problema, mas quem vê os jogos do Porto não sente o mesmo. De facto, custa culpabilizar qualquer que seja o treinador por esta realidade. Mas quem devemos culpar? Jackson? Afinal ele é o melhor marcador da 1ª Liga, com 15 golos (média de 0,65 por jogo)…
O problema da finalização não se resolve com a mudança de um triângulo, nem se resolve com a mudança de um treinador. Poder-se-ia, eventualmente, resolver com a troca de jogadores na frente de ataque, mas essa nunca foi uma solução este ano. Afinal, quem ousaria pôr o melhor marcador da equipa no banco? Só mesmo alguém como Leonardo Jardim, que age consoante a melhor ou a pior forma dos seus jogadores – e por isso mesmo volto a elogiar o treinador do Sporting, cuja aposta em Slimani se tem vindo a provar essencial nos últimos jogos da sua equipa.
Não me cabe a mim dar uma solução para este problema porque honestamente não a sei a dar. Sei que Quaresma dá meios-golos, sei que Danilo e Alex Sandro também o fazem constantemente, mas quem é que faz o resto? Há mais algum avançado no banco? Por acaso até há, e até tem sido decisivo em vários jogos, mas, tal como nos últimos anos do Dragão, a chata tradição de o segundo avançado nunca sair do banco até aos 85 minutos ou em jogos da Taça da Liga parece continuar…
O Club Atlético Boca Juniors foi formado a 3 de Abril de 1905 por cinco imigrantes italianos de Génova na Plaza Solís, na cidade de Buenos Aires. O clube é também conhecido como Los Xineizes (os genoveses) devido às suas origens.
O Boca é o clube que mais troféus conquistou na Argentina – com mais de cinquenta títulos oficiais no seu palmarés, é também um dos clubes mais titulados de todo o mundo do futebol. Entre muitos, destacam-se os trinta campeonatos conquistados – vinte e quatro profissionais e seis amadores -, as seis Copas dos Libertadores e as três Taças Intercontinentais. Muito por isto, o clube foi considerado o maior clube sul-americano da primeira década do século XXI (2001-2010) pela IFFHS.
O Boca conquistou o seu primeiro título profissional em 1931. Até lá, já tinha no seu currículo seis títulos amadores, ganhos entre 1919 e 1930. Os melhores anos do clube tiveram início na década de 60, quando conquistou o campeonato por quatro vezes. Durante a década de 70, conquistou mais três campeonatos a nível interno e venceu os primeiros grandes títulos internacionais: duas Copas Libertadores – a primeira delas em 1977, a segunda no ano seguinte, em 1978. Nos anos 80, mais precisamente na época 1981/1982, o Boca pagou pouco mais de um milhão por um jogador do Argentinos Juniors que dava pelo nome de Diego Armando Maradona. 40 jogos e 28 golos pelo clube fizeram-no conquistar o campeonato dessa época e o admiração de toda uma nação antes de se transferir para o Barcelona. Infelizmente, essa foi a única alegria do clube até 1992, ano em que voltou a erguer um troféu, desta vez o Torneo Apertura.
Carlos Bianchi no seu regresso ao Boca Fonte: vivelohoy.com
Foi quando Carlos Bianchi assumiu o cargo de treinador do Boca, em 1998, que os melhores anos do clube tiveram lugar, tendo o Boca conquistado, sob o comando do El Virrey (o vice-rei), nove títulos em quatro anos. Tudo começou com o Apertura de 1998, quando o Boca foi coroado campeão ao ganhar o torneio sem qualquer derrota, algo inédito na história do clube. Seguiu-se o Clausura de 1999, o que fez com que o Boca conquistasse sucessivamente o Apertura e o Clausura pela primeira vez desde a criação do torneio. Mais impressionante do que isso foi o facto de o clube ficar invencível durante quarenta jogos internamente, record que ainda hoje se mantém e que destronou a marca anterior de trinta e nove jogos sem derrotas do Racing Club durante os anos 60. O ano 2000 é considerado o melhor na história do clube. Além de voltar a conquistar o Clausura, o Boca voltou a erguer, vinte e dois anos depois, a tão cobiçada Copa Libertadores, derrotando o Palmeiras nas grandes penalidades e vencendo o Real Madrid por 2-1 na Taça Intercontinental, com dois golos do melhor marcador da história do clube, o eterno Martín Palermo (236 golos). Em 2001, novamente nos penáltis, o Boca renovou o título da Libertadores, desta vez batendo o Cruz Azul, do México. Em Dezembro de 2001, após um desentendimento com o presidente do clube, Bianchi demitiu-se, tendo, no entanto, voltado ao comando técnico do clube em Dezembro de 2002. Nesta segunda passagem d’El Virrey pelo Boca, o clube conquistou mais uma vez o Apertura, a Copa Libertadores e a Taça Intercontinental, batendo o Santos de Diego, Robinho, Léo e Paulo Almeida e o Milan de Rui Costa – tudo isto em 2003. Em 2004, depois da derrota na final da Libertadores diante do Once Caldas, que viria a perder a Intercontinental contra o Porto, Bianchi voltou a demitir-se do cargo de treinador do clube.
Palermo e Riquelme, dois dos maiores nomes da história do clube Fonte: taringa.net
Depois da saída de Bianchi o clube teve vários treinadores até assentar, em 2005, com Alfio Basile, que voltou a conquistar sucessivamente o Apertura e o Clausura, em 2005 e 2006, pela segunda vez na história do clube. Basile trocou o comando técnico do Boca pela selecção da Argentina após a eliminação da selecção das Pampas aos pés da Alemanha no Mundial de 2006.
Seguiram-se Ricardo Lavolpe, que se demitiu após terminar o Apertura de 2006 em igualdade pontual com o Estudiantes, tendo perdido 2-1 o jogo de desempate; Miguel Ángel Russo, que conquistou a Copa Libertadores de 2007 – ano que ficou marcado pelo regresso de Riquelme ao clube – mas perdeu a Intercontinental com o Milan; e Carlos Ischia, que terminou o Apertura de 2008 em igualdade pontual com o San Lorenzo e o Tigres, mas desta vez levando o Boca a sair por cima no torneio de desempate. Para gáudio de muitos adeptos do Boca, 2008 foi também o ano em que o eterno rival River Plate desceu de divisão.
Depois de dois anos para esquecer, chegando o clube a acabar em décimo primeiro no Apertura de 2009, o Boca voltou a encontrar o caminho do sucesso com a conquista do Apertura de 2011, sendo mais uma vez campeão sem perder um único jogo e desta vez concedendo o menor número de golos na história da competição. Infelizmente foi derrotado pelo Corinthians na final da Libertadores – tudo isto sob o comando do Julio César Falcioni, que orientou o clube entre 2010 e 2012.
Em Dezembro de 2012, Carlos Bianchi voltou ao clube, assumindo o cargo de treinador principal do Boca pela terceira vez, e por lá continua, estando o Boca actualmente em sétimo lugar no Clausura, a quatro pontos do primeiro.
O clube joga actualmente no estádio Alberto J. Armando, comummente denomidado La Bombonera (a caixa de chocolates) por estar situado no distrito de La Boca, em Buenos Aires. O estádio tem capacidade para quarenta e nove mil adeptos e possui uma excelente acústica graças à sua forma incomum, o que levou a que os adeptos do clube passassem a ser apelidados de “La Doce” (o décimo segundo jogador).
Maradona na sua primeira passagem pelo clube, num jogo contra o Flamengo de Zico Fonte: Revista ALFA
O maior rival do Boca é o River Plate, clube com o qual disputa o Superclásico, sendo esta considerada uma das maiores rivalidades do mundo do futebol. Nos 338 jogos disputados entre as duas equipas, o Boca leva vantagem, com 126 vitórias contra 107 vitórias do River e 105 empates. Esta é uma rivalidade de classes, representando o Boca a working classe o River a upper class.
Aproximadamente, 40% dos argentinos torcem pelo Boca, o clube mais popular do país, cujos adeptos são auto-intitulados “la mitad más uno”. Um pouco incorrectamente, mas percebe-se a intenção.
O Boca é conhecido pelas suas excelentes camadas jovens, tendo produzido talentos como Riquelme, Burdisso, Gago, Banega, Tévez ou Gaitán. Além dos jogadores formados no clube, o Boca já foi casa para jogadores como Maradona, Caniggia, Batistuta, Ibarra, Abbondanzieri, Palacio, Palermo, Samuel, Cordoba ou Schelotto. Destes nomes todos, destaca-se, claro, o grande Diego Armando Maradona, para muitos o melhor jogador de sempre. Mas o melhor jogador da história do clube – o que mais conquistou e o que mais deu ao Boca e aos seus adeptos – é Juan Román Riquelme, simultaneamente o melhor jogador que alguma vez saiu da academia do clube. Riquelme é, neste momento, o décimo melhor marcador de sempre do Boca e o nono jogador com mais presenças pelo clube, tendo conquistado uns fabulosos onze troféus com a camisola do Boca, entre eles cinco campeonatos, três Libertadores e uma Intercontinental.
Últimos metros da última etapa do Paris-Nice e Rui Costa tenta a todo o custo chegar à liderança da prova. No entanto, uma queda não o permite lutar por este objetivo, ficando “apenas” no segundo posto.
Para quem não está muito por dentro do ciclismo, o Paris-Nice é uma das mais importantes provas da modalidade. Este ano, o vencedor foi Carlos Betancur, ciclista colombiano da AG2R- La Mondiale, que percorreu a prova em menos 14 segundos do que o campeão do mundo.
Rui Costa acabou em segundo Fonte: letour.fr
Vou-me focar, agora, no nosso campeão do mundo, que teve uma grande exibição e que já se mostra a grande nível nesta altura da temporada, fazendo acreditar que um bom resultado no Tour não é de todo impensável. Rui Costa esteve fortíssimo na etapas finais, com dois segundos lugares que lhe valeram a melhor classificação de um português nesta prova, melhorando o quinto posto alcançado por José Azevedo em 2001. Consegue ver-se que a forma física do poveiro está a melhorar, não só pelas provas, mas também pela forma confiante em que se apresenta em cima da bicicleta.
Em França estiveram mais dois ciclistas portugueses. Nelson Oliveira, colega de Rui Costa na Lampre-Merida, terminou na 72ª posição, enquanto André Cardoso, da Garmin-Sharp, ficou em 30º. Bons resultados para os portugueses, visto que o seu objetivo para esta prova era trabalhar para outros ciclistas.
Agora falando do vencedor da prova, o ciclista colombiano é cada vez mais uma certeza do ciclismo mundial, mesmo aos seus 27 anos. Tal como quase todos os ciclistas deste país, Betancur é muito forte na montanha, a sua grande mais-valia, como mostra o quinto posto no Giro do ano passado, prova em que foi o melhor jovem (até 25 anos). No Paris-Nice, venceu duas etapas, sendo por isso um justo vencedor, por muito que nos custe devido ao Rui Costa.
Quanto à prova em si, deu-nos tudo o que se podia esperar: luta pela vitória, emoção, bonitas paisagens… Sim: está provado que a maioria das pessoas vê ciclismo não pela prova em si, mas pelas paisagens.
Resta-me destacar a TVI24 por estar a apostar nesta modalidade. Ter um campeão mundial deve ajudar.
Shaun Murphy dominou o Haikou World Open, batendo Mark Selby por 10-6. É o quinto major da carreira do jogador, de 31 anos. Está assim de regresso aos bons velhos tempos. Murphy não ganhava um torneio desde o Players Tour Championship Grand Finals em 2011. Shaun perdeu muitas meias-finais e muitas finais, mas conseguiu romper com a sina. E de que maneira!
O “Jester from Leicester” começou com um jogo forte. Fez um break de 78 pontos e depois conseguiu diminuir a diferença para 7-5, após tomar vantagem dos erros de Shaun. Conseguiu reduzir a distância da vitória para 8-6, mas Murphy não deixou a sua desvantagem alongar-se muito e limitou as dúvidas para 9-6.
“O Mark não estava sob pressão quando o resultado era de 7-2. Eu sabia que ele iria voltar à mesa e que eu teria de esperar pela minha chance. Somos muito bons amigos e temos jogado muitas vezes um contra o outro”, disse Murphy.
“Hoje foi um bom jogo. Estou muito feliz por ter vencido um evento para o ranking de novo. Agora, o snooker é um jogo muito difícil, por isso estas competições têm-se tornado cada vez mais difíceis de ganhar. Há mais três torneios nesta temporada e talvez algum deles vá para o tanque.”
Em relação à sua vitória, Shaun disse: “Não há nenhum segredo. Apenas tenho trabalhado muito no duro e praticado todos os dias durante muito tempo. Na terça-feira estarei de volta aos treinos na mesa.”
Shaun Murphy 10 (19) 6 Mark Selby Fonte: worldsnooker.com
Murphy parecia estar à beira de um colapso no 12º frame. Selby, que também foi vice-campeão no Campeonato do Reino Unido e nos masters, declarou: “Comecei mal na primeira sessão. Dar a alguém uma vantagem de 7-2, sendo esse alguém o Shaun, é muito difícil depois conseguir recuperar. Murphy jogou muito bem durante toda partida.”
O próximo torneio é o Players Championship e começa terça-feira, dia 25, no Preston Guild Hall, em Lancashire, Reino Unido. O primeiro adversário de Judd Trump vai ser Ju Reti. Estes jogadores nunca se defrontaram antes.
Ju tornou-se no primeiro jogador amador a vencer um evento europeu, batendo Michael Holt na final do Zhangjiagang Open.
O Benfica venceu com justiça o Nacional da Madeira num jogo onde até o vento foi protagonista. Pressionado sobre a vitória do Sporting frente ao FC Porto, os encarnados entraram na Choupana com apenas quatro pontos de avanço sobre o 2º classificado e pretendiam, naturalmente, aumentar a vantagem para sete pontos.
Quanto ao encontro em si, a primeira parte ficou marcada pela intensidade de jogo de ambas as equipas, ainda que cada uma delas tivesse atuado com maior veemência em períodos diferentes.
Na verdade, o primeiro grande impato na partida veio do Nacional. Com as linhas muito subidas e exercendo uma pressão alta, os homens de Manuel Machado surpreenderam toda a gente – que o digam os jogadores do Benfica. Os 15 minutos iniciais foram, de fato, totalmente dominados pela equipa madeirense. Domínio esse que se traduziu no primeiro golo do encontro: através de um cruzamento em trivela de Candeias, a bola, depois de bater no joelho de Luisão, ressaltou no braço direito do capitão benfiquista e Manuel Mota não teve qualquer dúvida em assinalar grande penalidade. Na cobrança do penálti, Candeias rematou em força para o canto direito da baliza de Oblak e abriu assim o marcador no Estádio da Madeira.
Curiosamente, o golo do Nacional serviu de tónico para a equipa benfiquista. A partir do minuto 15 o Benfica mudou a sua forma de estar no jogo. Enzo – quem mais podia ser? – assumiu o controlo da partida e os homens da frente do Benfica tinham agora um volume ofensivo digno das suas qualidades.
Ao minuto 21, devido a um remate perigoso de Rodrigo, os adeptos do Benfica gritaram golo, mas a bola saiu ligeiramente ao lado. Foi um aviso que os homens do Nacional não levaram a sério: volvidos somente dois minutos, Lima, através de uma excelente combinação com Rodrigo, dentro da grande área do Nacional rematou para o fundo das redes.
A festa dos avançados de encarnado Fonte: AFP (Gregório Cunha)
O Benfica repunha, desta forma, a igualdade no marcador. Como é óbvio, o empate não servia e o Benfica continuou com o pé no acelerador: a dinâmica e fluidez de jogo encarnada não baixou e durante largos minutos o Nacional da Madeira não teve jogo com bola.
Face a tamanha avalanche ofensiva, o segundo golo encarnado chegou com alguma naturalidade: Rodrigo recebe a bola na direita do ataque benfiquista e, já sobre a linha da grande área do Nacional, puxa a bola para o meio, rematando em força para o canto superior esquerdo da baliza de Gottardi – que grande golo do espanhol!
Mesmo com a vantagem no marcador, o Benfica manteve as suas linhas subidas, obrigando o Nacional a repensar a estratégia de jogo. Manuel Machado deu ordens para os blocos subirem no terreno e, por alguns minutos, a formação alvi-negra voltou a discutir a partida. Porém, aos 42 minutos, Garay, através da marcação de um pontapé de canto, cabeceou, já junto à linha de fundo, para o 1-3 (o forte vento que se fazia sentir na Choupana teve alguma influência no arco que a bola descreveu). O Benfica levava uma vantagem confortável para o intervalo – quem diria!
Se na primeira parte tivemos 45 minutos de alta intensidade e grande disputa entre ambas as equipas, a segunda parte foi precisamente o contrário. O Nacional regressou para o terreno com a ideia de imitar os primeiros 15 minutos do jogo mas o Benfica tinha outras ideias. Jorge Jesus pediu aos jogadores que tentassem controlar a partida e a vantagem de dois golos.
O Nacional não desistiu nunca de dar luta Fonte: AFP (Gregório Cunha)
Perante uma segunda parte apática e triste, nada fazia prever que o Benfica fosse sofrer tanto nos 10 minutos finais. A verdade é que a estratégia benfiquista revelou-se acertada…até aos 79 minutos: Candeias, um velocista nato, ganhou espaço no lado direito do ataque nacionalista e cruzou para Djaniny, que, com grande à vontade, reduziu o marcador para 2-3.
Depois do golo do Nacional, foram 10 minutos de coração nas mãos para os adeptos benfiquistas. Coração esse que quase parou aos 86 minutos, quando Goma, através de um livre marcado por Candeias, falhou por milímetros o cabeceamento que ditaria um novo empate na partida. O susto passou mas os adeptos do Benfica só descansaram verdadeiramente ao minuto 88: cruzamento de Sílvio, da esquerda, e Garay, dentro da grande área, cabeceou para o fundo da baliza. 2-4 e o Benfica finalmente metia um ponto final na partida.
Em suma, tivemos esta noite na Choupana uma primeira parte de grande registo, com grande intensidade e personalidade de ambas as equipas. A segunda parte foi totalmente o oposto, exceção feita aos 10 minutos finais que devolveram alguma emoção ao jogo. O Benfica é, sem dúvida alguma, o justo vencedor e dá um passo significativo para a conquista do 33º Campeonato Nacional.
A Figura Garay – Para além da boa exibição, os dois golos do defesa argentino foram importantíssimos para a conquista dos três pontos.
O Fora-de-Jogo
Jorge Jesus – O treinador do Benfica, se queria mesmo defender o resultado de 1-3, tinha obrigação de tirar um avançado e meter um médio para reforçar o meio-campo. É completamente desnecessário os jogadores do Benfica correrem quilómetros atrás da bola quando podem (e devem) controlar o jogo com ela nos pés.
Pois é. Depois de ver o Estádio de Alvalade encher-se com imensas pessoas que participaram no movimento BASTA, eis que a noite os presenteia com o mesmo mote que o criou: um erro de arbitragem.
Com o golo de Slimani precedido de fora-de-jogo, e com todos os sportinguistas contentes e dotados de um espírito de gozo incomum (desde quando é que o Sporting consegue sustentar uma piada sem ser o primeiro a cair nela?), os leões mantêm-se assim na luta pelo segundo lugar da tabela. Um lugar arrancado a ferros, dirão, talvez, os adeptos sportinguistas. Outros, talvez a maioria dos que vêm futebol neste país, dirão que foi a fazer beicinho à porta da igreja, onde fazem um sorrisinho e votos de saúde a quem dá uma esmolinha, mas amaldiçoam e odeiam aqueles que não participam com uma moedinha. Se procurarmos no dicionário, isto tem um nome. Se procurarmos no Google, tem outro. E se procurarmos na razão de cada um, terá outro ainda. Mas só porque a mesma atitude pode ser definida com várias palavras não significa que em alguma se encontra algo de bom. Facto: o Sporting, ao longo da temporada, foi prejudicado pelas arbitragens, assim como beneficiado. Facto: o Sporting anda há meses a queixar-se das arbitragens e, desde a estrutura até aos adeptos, o que não faltam são declarações de injustiça, movimentos anti-corrupção, e até processos jurídicos tão imbecis que nem um completo idiota teria coragem de mover. Esta última risco dos factos; há mesmo idiotas capazes de o fazer. E, por último, facto: umas horas depois do folclore do movimento BASTA o Sporting ganha o jogo com um golo precedido de uma jogada irregular.
Tarja do Movimento BASTA Fonte: A Bola
Com estes factos todos só posso concluir que os adeptos leoninos passaram a tarde de domingo a assar febras! Divulgaram o churrasco, prepararam a carne, convidaram todos os amigos e familiares através das redes sociais, e passaram a tarde toda a assar febras e a mandar bocas sobre futebol. Só isso. Porque se de facto tivesse sido um movimento com o carácter e a personalidade que tanto gostaram de anunciar, as atitudes dos seus pensadores e participantes teriam sido outras no final do jogo. Atitudes? Pelo menos palavras! O que se vê é um contentamento geral por parte da massa “inconformada” e “revoltada”, e ainda mais exacerbado por ter sido contra o Futebol Clube do Porto, um dos tais clubes que “só” ganha assim, com irregularidades. Um homem vai à caixa multibanco, repara que o banco lhe ficou com um certo montante em dinheiro, revolta-se, mas percebe que não pode fazer nada. No dia seguinte a mesma caixa dá-lhe mais 20 euros por engano e a sua revolta passa a um momento de grande júbilo! Um homem assim não vale mais do que a maior poia de cão que alguma vez pisou. Poias à parte, até tem uma certa graça…
Mas eu percebo a confusão. Criar uma faixa onde o árbitro veste a camisola do Benfica e gastar dinheiro para imprimir outro dinheiro com a cara de Pinto da Costa é, no mínimo, passível de desculpa. Queriam enviar uma mensagem para o país num momento difícil, de crise, e acho que tiveram muito sucesso. O problema foi aquilo que todos lemos… A mensagem é bem clara: “Empresários de Portugal, invistam em reprografias com máquinas industriais – o Sporting não hesitará em dar-vos trabalho!”. Por outro lado, as churrasqueiras vão encerrar ao Domingo.
A derrota do Porto em Alvalade deve-se apenas e somente a uma segunda parte inexistente. O início da primeira parte prometeu um jogo intenso e emocionante que a segunda parte destruiu por completo. O Porto até começou bem. Embora o Sporting tenha feito o pressing inicial, visto que jogava em casa e contava com o apoio dos adeptos leoninos, o Porto não se conformou a jogar atrás. Mesmo assim, cada vez que Mangala e Abdoulaye recebiam a bola nos pés os adeptos portistas sustiam a respiração. Leonardo Jardim fez muito bem em pressionar os centrais do Porto.
Num jogo emocionante como o de Alvalade, são momentos que definem o jogo. Se Quaresma marcasse aquele que seria um golo de antologia após ter passado por Cédric, o jogo teria sido outro. Se William não tivesse feito um dos melhores jogos que já o vi fazer, a história seria outra. Se, ao intervalo, o Porto tivesse regressado mais forte, a história seria outra. Se o golo do Sporting tivesse sido (bem) anulado, o jogo teria sido outro. Porém, não existem “ses” no futebol.
Para a história fica a vitória do Sporting perante um Porto de 45 minutos; um golo fora-de-jogo de Slimani, após declarações, no mínimo, infelizes de Bruno de Carvalho; a lesão penosa de ver do capitão do Porto; e, claro, a primeira derrota de Luís Castro no primeiro clássico da sua curta carreira enquanto treinador principal.
O jogo de ontem marcou a primeira derrota de Luís Castro no comando do Porto Fonte: www.jornalacores9.net
A derrota de ontem coloca o Porto em terceiro lugar a cinco pontos do Sporting e do apuramento directo para a Liga dos Campeões. Na verdade, está mais perto o Estoril do terceiro lugar do que o Porto do segundo. Não podemos, porém, classificar esta época como um falhanço absoluto. No campeonato, sim, o terceiro lugar está muito abaixo das expectativas de uma equipa campeã em título. Na Champions League também – embora ninguém tivesse a crença de um Porto campeão europeu, havia a ideia de que iria, pelo menos, passar a fase de grupos. Tal não aconteceu.
Na Liga Europa, após três jogos sofridos (dois com os alemães do Eintracht Frankfurt e um com Nápoles) a janela para a próxima fase está entreaberta. Falta o embate no San Paolo, que é o recinto blindado do Nápoles. Com um golo de vantagem ganho no Dragão, o Porto vai ter de sofrer e realizar um jogo de sacrifício para passar.
Nas Taças, Benfica e mais Benfica. Tanto na Taça de Portugal, como na Taça da Liga o Benfica é o adversário que está no caminho do Porto. Como já disse no passado, actualmente o Benfica pratica o melhor futebol em Portugal. No entanto, com o novo desenho táctico que muito bem funcionou no passado, o Porto tem os jogadores e a equipa para ultrapassar o Benfica. Não pode é, como em Alvalade, desaparecer após 45 minutos…
Como tal, a derrota de ontem contribuiu para o afastamento do segundo lugar. Não compromete uma época mas custa milhões. O apuramento directo garante um encaixe financeiro enorme que, para qualquer clube, é uma mais-valia. O Porto não deve, mesmo assim, deitar a toalha ao chão. Ainda faltam sete jogos até ao final do campeonato e o Sporting, ainda que em ascendente de forma, precisa de mais maturidade. A época não está comprometida, mas as prioridades são, agora, diferentes. Sendo o campeonato uma miragem, está na hora de voltar as atenções para as Taças e para a Liga Europa. Até porque mudam as competições, mas mantém-se a vontade de vencer. E ainda há muito que o Porto pode vencer.