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FC Porto 1-0 Nápoles: Afinal existe Defour… E equipa!

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1ª parte: O jogo começou com sentido único: baliza do Nápoles! Um Porto que começou com o “novo habitual” 1-4-(1+2)-3 a todo o gás e que subjugou completamente um Nápoles que procurou excessivamente o jogo directo, tanto no ponta-de-lança fortíssimo Higuaín, como no extremo que faz da rapidez a sua arma, Callejón (em ambos os casos, quase sempre os centrais e Alex Sandro levaram a melhor). Com uma pressão muito alta assim que perdiam a bola, os dragões não permitiram nunca que os napolitanos respirassem e assim obrigavam a sucessivos erros e perdas de bola. Aos 10 minutos de jogo, Quaresma e Varela trocaram de flancos e demorou apenas um minuto a ser traduzida a superioridade azul-e-branca em remates: Jackson Martinez obriga Reina à defesa da noite com um voo brilhante para o seu lado esquerdo, após uma jogada brilhante de Carlos Eduardo (que me fez lembrar Deco neste jogo!).  Primeiros 15 minutos – mais Porto, já tinha 6 cantos (!).

Aos 19 minutos, erro crasso da equipa de arbitragem: golo mal (muito mal!) anulado a Carlos Eduardo, que não só iria pôr justiça no resultado, como era mais do que merecido (e às vezes estes lances definem eliminatórias… Esperemos que não!). Podia dizer-se que o árbitro pensou que foi mão, mas o auxiliar levantou a bandeirola e o árbitro fez-lhe sinal. Foi um erro enorme, um golo limpo invalidado.

Nota também para o fact0 de este “novo Porto” procurar sempre sair a jogar numa primeira fase com Fernando, recuando este para pegar na bola, e depois encontra sempre uma “solução de passe 2-1”, desdobrando com isto as marcações e encontrando espaços para libertar a bola num dos colegas mais ofensivos.

Quaresma fez mais um bom jogo  Fonte: Zero Zero
Quaresma fez mais um bom jogo
Fonte: Zero Zero

O primeiro sinal de perigo por parte dos italianos em toda a primeira parte ocorreu apenas ao minuto 26 (!), num contra-ataque conduzido por Callejón. Estavam passados 30 minutos e o “sinal mais” continuava para os azuis-e-brancos. Aos 38 minutos, o Porto (naturalmente, devido ao cansaço) baixou as linhas e os últimos 7 minutos do primeiro tempo foram com mais posse de bola no Nápoles.  Mas no cômputo geral, muito mais Porto no primeiro tempo.

Na segunda parte, o jogo começou com aqueles que foram dos 10 minutos mais loucos a que assisti em toda a minha vida num jogo de futebol: aos 46′, Reina volta a defender brilhantemente um remate “do meio da rua” feito por Fernando; aos 49′, Quaresma remata forte, mas ao lado; 52′, Helton “imita” Reina e por duas vezes salva o Porto: primeiro um remate de Higuain para canto numa jogada em que Hamsik “rasgou” a defesa portista com um passe do meio-campo e depois na marcação desse mesmo canto, num cabeceamento exemplar de Albiol; 55′, Mangala inventa e é quase golo dos italianos; 56′, resposta portista, com o central Britos a tirar o “pão da boca” a Jackson. Estes primeiros 10 minutos terminaram com o (mais que merecido) golo do Porto! Na sequência do canto cedido por Britos, a defensiva napolitana aliviou a primeira bola de forma deficiente e Cha Cha Cha aproveitou a confusão para fugir à marcação de Albiol e, de pé esquerdo (e quente!), fuzilar a baliza de Reina.

Depois do golo e deste início em sufoco de ambas as equipas, só voltamos a ver perigo… 10 minutos depois (!), quando Helton saiu de forma fantástica e tirou a bola do isolado Higuain (que parte em posição muito duvidosa), num minuto onde o miúdo Quintero rendeu o enorme Carlos Eduardo.

Defour, a figura do jogo Fonte: Zerozero.pt
Defour, a figura do jogo
Fonte: Zerozero.pt

Ao aperceber-se de que o Porto necessitava de mais poder de choque para furar a teia defensiva napolitana, Luís Castro fez entrar Ghilas e tirou Varela (escolha arrojada, porém acertada) e o Porto voltou a assumir o controlo. Do minuto 70 ao minuto 81, o jogo baixou drasticamente de ritmo e assistimos a situações de ligeiro perigo para ambos os lados, embora nenhuma digna de registo. O jogo estava “mastigado” até uma jogada inacreditável acontecer: bola no ferro por parte de Quintero numa grande jogada colectiva: Quaresma, pela direita, dá no centro a Quintero, que por sua vez abre na esquerda onde Jackson serve Ghilas (num momento de troca posicional) e este se embrulha com Albiol, que se vira rápido e “corta” contra Quintero, levando a bola ao poste. Incrível! Este foi o tónico que voltaria a tornar este jogo em algo de extraordinário. O Nápoles respondeu aos 82′, quando Maicon cortou praticamente em cima da linha o golo certo aos italianos; 85′, Quintero, numa zona favorável ao seu pé esquerdo, rematou com força mas sem colocação às mãos de Reina; 87’, saiu Defour e entrou Herrera (tinha de referi-lo!); 92’ (de tão boa memória para o Porto…), quase golo do Nápoles! Zapata falhou o remate depois de um cruzamento a meia altura; 93′, final do jogo! Que grande partida, que grande Porto!

Figura: Defour
Poderia escolher Carlos Eduardo, Fernando ou até mesmo Quaresma, pela entrega, mas parece que finalmente Defour acordou com este novo treinador e começou a jogar futebol a sério! O seu trabalho invisível foi (paradoxalmente) notório e apresentou-se como o maior operário a nível de disponibilidade no meio-campo azul e branco!

Fora-de-jogo: Mangala.
Quase todos os lances de perigo nasceram de desconcentrações ou perdas de bolas infantis do francês. Há que melhorar!

É um clássico gaúcho, che!

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brasileirao

Estamos no Rio Grande do Sul. Mas esta é uma terra diferente das restantes do Brasil. É o Estado mais a sul de Terras de Vera Cruz. Aqui o clima é frio. As pessoas comem carne de churrasco até no pequeno-almoço. Tomam o famoso chimarrão (não, o chimarrão não é nenhuma carne, mas sim uma folha de chá) e ainda têm a mania de tratar os outros por che! Talvez uma mera coincidência de quem está tão perto das pampas. Hoje é dia do clássico entre Grêmio e Internacional. E a cidade de Porto Alegre vai parar.

– “Que é isso? Camisa azul? Não, não. Azul não pode ser! Veste antes esta vermelha.”

– “Corrigindo os testes com caneta vermelha? Ah, larga isso! Toma esta caneta azul.”

É isto que os adeptos de uma e outra equipa poderão ouvir dos mais fanáticos. E ninguém escapa a estes comentários quando se faz tão escandalosa ignomínia. O Grêmio é tricolor. Azul, preto e branco. O Inter joga com o tradicional vermelho e branco. Tricolor e Colorado. O clássico do sul. Este é o GreNal!

GreNal, um clássico de super-heróis Fonte: zerohora.clicrbs.com.br
GreNal, um clássico de super-heróis
Fonte: zerohora.clicrbs.com.br

Ambos os emblemas têm um grande historial. O Grêmio já foi duas vezes campeão brasileiro e tem quatro Copas do Brasil. O Inter é tricampeão mas só tem uma copa do Brasil. Em termos internacionais equivalem-se. Duas Libertadores para cada um e um mundial de clubes também. Em termos de Estaduais há vantagem para o Colorado: são 42, enquanto os rivais gremistas têm 36. Só que existe um título que os gremistas gostariam de não ter. E esse título ninguém quer: campeão da Segunda Divisão por uma vez, em 2005. O Internacional nunca desceu de divisão.

Ah, e a célebre frase do “clássico é clássico e vice-versa” foi proferida por Mário Jardel em vésperas de um GreNal. O passado conta pouco para cada jogo, de facto. Ambos os clubes têm história. Os dois contribuem para que o Rio Grande do Sul e o Brasil fiquem cada vez mais alegres.

Saca perde pela quarta vez contra Kelly Slater

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cab Surf

Ok, nada correu como desejado.Pois é, o surfista português Tiago “Saca” Pires saiu derrotado do confronto com o rei Kelly Slater. Depois de uma vitória suada frente ao Sul-africano Jordy Smith, no round 2, Saca não conseguiu repetir a proeza com o Master norte-americano. Com ondas a rondar um metro, Tiago Pires liderou a primeira metade do heat, mas Slater virou o resultado aos 16 minutos com uma onda que lhe valeu um 9,07, passando diretamente para primeiro.

Enquanto isso, Saca andava meio perdido dentro de água, o que fez com que Kelly tivesse tempo ainda de fazer um 7,50, totalizando assim um score de 16,57 em 20 pontos possíveis. De lembrar ainda que esta foi a pontuação mais alta do dia. O surfista português terminou a bateria em situação de combinação, querendo isto dizer que necessitaria de substituir as suas duas melhores ondas, que lhe deram um score total de 8,67. Deste modo, Tiago permitiu o apuramento ao quarto round ao seu colega Kelly Slater. “The portuguese Tiger” acabou a prova na décima terceira posição e com uma vontade maior de chegar longe na próxima etapa mundial, que se vai realizar em Margaret River, na Austrália.

surf
Saca a caminho de mais um heat
Fonte: Diário Digital

Tal como Kelly Slater, também Taj Burrow, Gabriel Medina, Adriano de Sousa, Josh Kerr, Joel Parkinson, Miguel Pupo, Nat Young, CJ Hobgood, Fred Patachia e Mitch Crews passaram ao round 4. No meio de tantos surfistas, a grande surpresa, e que começa já a ser habitual, foi Gabriel Medina. O prodígio brasileiro de 20 anos derrotou duas vezes o campeão mundial, Mick Fanning: no round 4 e nos quartos-de-final. A seguir veio Taj Burrow; o surfista australiano que para muitos é considerado um dos melhores surfistas de sempre foi também derrotado por Medina. Três décimas de diferença foram o suficiente para permitir que Gabriel Medina passasse à grande final. Aqui iria encontrar outro australiano, Joel Parkinson. Parko, que se consagrou campeão mundial no ano de 2012, também saiu derrotado. Tal como dizem os brasileiros, Medina estava “irado” e, depois de um heat bastante competitivo entre os dois atletas, Gabriel conseguiu o primeiro título do world tour, com uma distância mínima, de seis décimas. Ainda assim, Joel teve a pontuação mais alta da final, numa onda que lhe valeu nove pontos.

Fonte: carvemag.com
Medina a festejar o seu primeiro triunfo do ano
Fonte: carvemag.com

No final de contas, Medina eliminou o atual campeão mundial e o ex-campeão mundial, ambos australianos que surfam com muita frequência no pico de Kirra point, onda onde se realizou o evento. Com este resultado, o brasileiro encontra-se na primeira posição do ranking mundial.

Bife mal passado

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paixaovermelha

Como tem sido hábito nas campanhas europeias, o Benfica vai ter pela frente um adversário inglês. Os bifes, como os portugueses carinhosamente lhes chamam, têm sido uma presença habitual do lote de “inimigos” dos encarnados, principalmente com Jorge Jesus ao leme.

Na verdade, desde que o técnico português comanda a equipa, o Benfica já defrontou 5 equipas inglesas: Everton / Liverpool (2009/2010); Manchester United / Chelsea (2011/2012); Newcastle / Chelsea (2012/2013).

Como sabemos, na próxima quarta-feira o Benfica de Jorge Jesus vai defrontar a 6ª equipa inglesa, neste caso o Tottenham. E, como é habito da imprensa e dos adeptos portugueses, fica presente a ideia de que o Benfica se dá bem com equipas da terra da Nossa Majestade. Mas será mesmo verdade?

Numa rápida análise aos 11 jogos disputados desde a temporada de 2009/2010, é possível verificar que o Benfica apresenta um saldo de 4 vitórias, 4 derrotas e 3 empates, tendo ainda um registo de 19 golos marcados e 15 sofridos. A conclusão é fácil de tirar: o equilíbrio impera.

Obviamente que face a um lote de equipas onde se incluem planteis extremamente poderosos como são o Manchester United ou o Chelsea, ter na globalidade dos resultados 4 vitórias e 4 derrotas não é, de fato, um mau registo. Mas… também não é bom.

Benfica encontrou o Chelsea na final da Liga Europa em 2013 Fonte: Syrcro, Wikipedia
O Benfica encontrou o Chelsea na final da Liga Europa em 2013
Fonte: Syrcro, Wikipedia

À imagem dos números, serve tudo isto para justificar aquilo que eu espero do jogo com os Spurs: equilíbrio. Vai ser uma eliminatória renhida, decidida nos detalhes. Até pelas recentes declarações de um lado e do outro se nota um equilíbrio de força, com ambas as equipas a evidenciarem ter um grande respeito mútuo. Respeito esse que, acredito, vai ser transportado para o relvado.

Para esta primeira mão, não me parece que o Benfica vá para White Hart Lane jogar ao ataque no seu habitual 4-4-2 de grande fluidez ofensiva. Pelo contrário, Jorge Jesus deverá optar por um 4-3-3 dinâmico e capaz de auferir estabilidade defensiva – bem necessária, face ao poder ofensivo dos homens da frente do Tottenham – e suficientemente forte para criar ocasiões de golo e dominar a partida.

No entanto, JJ já nos habituou a algumas surpresas, principalmente nos jogos “decisivos”. Não é portanto, de estranhar se o Benfica apostar num ataque feroz à defensiva dos Spurs, que é na ótica geral dos especialistas o ponto mais fraco do atual 5º classificado da Premiar League.

O que é certo é que no relvado vão estar duas grandes equipas recheadas de grandes jogadores. Até nisso se equiparam:  Lloris, Luisão, Garay, Walker, Fernandinho, Dembelé, Sandro, Enzo, Gaitán, Adebayor e Soldado, juntos formariam um 11 de luxo para qualquer treinador.

Ao que parece, a chuva finalmente deu tréguas e o bom tempo veio para ficar. É garantido que os ingleses vão viajar em massa para Lisboa, prontinhos para esturricarem no característico sol português. Aconselho Jorge Jesus a meter “a carne toda no assador”, até porque este é um bife dos duros.

Chegar à Europa não está fácil e a concorrência é feroz!

futebol nacional cabeçalho

A Liga Europa é o fruto mais apetecido para os clubes que não são considerados ‘’grandes’’ nesta Liga ZON Sagres. O porquê? Muito simples, o encaixe financeiro permite que, em alguns casos, não se fique a dever salários e, noutros casos, se saldem dívidas antigas. Estes dois fatores são pilares fundamentais para uma equipa se consolidar nesta primeira divisão portuguesa. Mas há que não dar um passo maior do que as duas pernas juntas; veja-se o Paços de Ferreira: provavelmente, se tivesse estado apenas na Liga Europa e não na Liga dos Campeões não teria tantas dificuldades este ano.

Mas falemos da concorrência feroz para os lugares de acesso à segunda prova de maior dimensão futebolística da europa, a Liga Europa. Vou excluir os clubes ‘’não-grandes’’ da luta pelos lugares na Liga dos Campeões porque o clube mais próximo já dista de sete pontos para ocupar tais posições.

Portugal, esta época, coloca apenas dois clubes (via campeonato) na Liga Europa do próximo ano; contudo, temos na luta cinco equipas (até agora). O Estoril-Praia é a equipa em melhor posição, um 4º lugar, com nove pontos de avanço sobre os simples lugares de permanência. E para além dos números, posso afirmar que é a equipa que melhor futebol pratica de entre todos os emblemas que estão presentes nesta ‘’guerra’’. Marco Silva vem, já desde o ano passado, a desenvolver o que é, na melhor génese da palavra, uma equipa. Bom futebol, boas opções, humildade, e um fator muito importante: conhecer as limitações.

Marco Silva, treinador do Estoril.  Fonte: Zerozero.pt
Marco Silva, treinador do Estoril
Fonte: Zerozero.pt

No 5º lugar aparece o Nacional da Madeira, clube que todos os anos ambiciona os lugares europeus, mas que nem sempre os consegue. Manuel Machado chegou a ser criticado por não estar a cumprir os objetivos, mas agora que está quatro pontos acima do 5º lugar (que não dá acesso a competições europeias), as más-línguas parecem ter sucumbido às exibições nacionalistas – apesar de o Nacional estar neste momento a atravessar um mau momento, estando há quatro jogos sem vencer.

Abaixo do 5º lugar, aparecem três equipas, todas com 30 pontos e a quatro do Nacional. Temos um Sporting de Braga que mudou recentemente de treinador e cujos jogadores parecem estar a assimilar os novos conteúdos implantados por Jorge Paixão. O resultado disso foi visível na vitória frente ao adversário direto Nacional, que colocou os bracarenses mais perto dos lugares europeus. A deslocação à Briosa na próxima jornada é fundamental para o Braga, porque em caso de derrota pode perder o 6º lugar e passar para 9º, já para não falar de que as distâncias pontuais para os lugares europeus ficam quase irrecuperáveis.

Jorge Paixão, treinador do Braga.  Fonte: Bragatv.pt
Jorge Paixão, treinador do Braga
Fonte: Bragatv.pt

Ainda na luta aparece o Marítimo, que nos últimos seis jogos conseguiu obter 13 pontos, o que lhe permitiu chegar mais perto do seu vizinho Nacional. Esta boa série maritimista fica marcada de forma negativa pela derrota com o lanterna vermelha Paços de Ferreira; a vitória contra os castores colocaria o Marítimo a apenas um ponto da Europa. O ‘’tudo ou nada’’ da equipa de Pedro Martins joga-se este sábado no Estoril. Bom jogo em perspetiva.

Na 8º posição mas também com os 30 pontos de Marítimo e Braga aparece o Vitória de Guimarães. É um objetivo assumido dos vimaranenses marcar presença na Liga Europa, até porque a eliminação precoce da Taça da Liga e da Taça de Portugal (que é detentor) deixou desagradados os sócios e simpatizantes do clube. Rui Vitória tem tido uma época de altos e baixos sem ainda ter conseguido sair por cima dos acontecimentos. Nesta altura o Guimarães leva três jogos sem ganhar e perdeu diante do Marítimo na última jornada, tendo sido ultrapassado pelo mesmo. Na próxima jornada, o Paços é o adversário do Vitória, que pode deixar traçado o seu caminho rumo apenas à manutenção ou então rumo aos lugares europeus.

Eu e você, leitor, podemos concluir que a concorrência é feroz e que as últimas oito jornadas vão ser extremamente interessantes de acompanhar para ver quem entrará na Liga Europa para a próxima temporada.

Rio Ave e Braga: um deles marcará presença na final da Taça de Portugal e ficará com um lugar na Liga Europa.  Fonte: Magic0braga.blogspot.com
Rio Ave e Braga: um deles marcará presença na final da Taça de Portugal e ficará com um lugar na Liga Europa
Fonte: Magic0braga.blogspot.com

Apenas um último ponto: Braga e Rio Ave ainda estão na Taça de Portugal e o vencedor da eliminatória das meias finais (a duas mãos) ficará com um dos lugares na Liga Europa atribuídos por esta competição. Isto porque Porto e Benfica, os outros dois em prova, estão encaminhados para se apurarem para a Liga dos Campeões.

Sorteio dos quartos-de-final conhecido

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cab futsal

Dramático de Cascais x Modicus
Sp. Braga/AAUM x Benfica
Leões de Porto Salvo x Arsenal Parada
Unidos Pinheirense x Fundão

 Na sexta-feira passada, dia 7, decorreu o sorteio dos quartos-de-final da Taça de Portugal de Futsal. Antes de analisar os ditos jogos, é importante referir uma regra que, a meu ver, é muito bem aplicada: as equipas de escalão inferior, neste caso Arsenal Parada e Unidos Pinheirense, têm o direito de jogar os encontros em casa. Assim sendo, apesar de no sorteio o nome dos Leões de Porto Salvo aparecer primeiro, é o Arsenal que joga no seu reduto.

Feita esta análise, está na hora de nos focarmos nos 4 jogos que temos pela frente. Eu acho que é indiscutível afirmar que o jogo grande desta ronda irá decorrer em Braga entre o 2º classificado (Benfica) e o 3º ( Sp. Braga). Apesar da recente vitória expressiva do Benfica no último confronto entre ambos (6-1), é de prever um jogo muito equilibrado, onde a incerteza no marcador irá pairar até ao apito final do árbitro.

Na Maia, Arsenal Parada e LPS discutem uma das 4 vagas para as meias-finais. Neste jogo, é de esperar que os Leões imponham o seu futsal mais experiente e se façam valer das suas individualidades. Mas o Arsenal, proveniente do 3º escalão, promete lutar e dar tudo em campo para tentar continuar a sua campanha de sonho.

Foto representativa do Arsenal Parada, a equipa em destaque na prova Fonte:  Pedromiguel19.blogspot.pt
Foto representativa do Arsenal Parada, a equipa em destaque na prova
Fonte:
Pedromiguel19.blogspot.pt

Em Cascais, outro jogo digno de toda a nossa atenção. Dramático e Modicus, respetivamente 9º e 11º no campeonato nacional, enfrentam-se numa batalha que se prevê dura. Esta época ainda só se defrontaram na 1ª ronda da Liga Sport Zone, tendo o jogo terminado com um parcial de 6-0 favorável ao Modicus de Sandim. Mas as circunstâncias são diferentes e, neste caso, a turma de Cascais promete lutar pelo apuramento e continuar a alimentar o sonho de chegar ao jogo decisivo.

Finalmente, o líder da Série A da II Divisão, Unidos Pinheirense, recebe a formação do Fundão. À semelhança do jogo anterior, a formação primodivisionária parte como favorita para esta eliminatória, mas o Unidos já eliminou uma equipa do escalão principal, a Académica, e pretende repetir mais uma vez essa façanha, embora encontre pela frente um Fundão que se encontra atualmente no 6º lugar da tabela e tem uma equipa repleta de jogadores de qualidade.

Prevejo 4 jogos de extrema qualidade numa eliminatória disputada no fim-de-semana de 29 de Março. Se tivesse que apostar, apostaria em Benfica, Dramático, LPS e Fundão para se apurarem mas, como nada no desporto é linear, resta-nos esperar pela disputa destes jogos para depois, aí sim, analisar as prestações das 8 formações ainda em prova.

Jogadores que Admiro #16 – Pedro Barbosa

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“Comprava o Pedro só para o pôr a jogar no meu quintal”. A frase, mais palavra menos palavra, é de Quinito, a ‘velha raposa’ do futebol nacional que treinou Pedro Barbosa no Vitória Guimarães. Sei bem que este jogador não vai ficar na História do futebol mundial. Mas foi alguém que aprendi a admirar, em virtude do seu estilo de jogo, da sua forma de estar no desporto e da grande dedicação com que sempre serviu o Sporting. É o meu único ídolo. Chegou a Alvalade para substituir Figo, no Verão de 1995, e a primeira imagem que tenho dele é uma assistência que fez num Portugal-Arménia. Seguiram-se outras recordações ainda melhores: o golo ao Boavista aos 27 segundos, as obras de arte nas Antas e nos Barreiros, o espectacular bis ao Leiria e muitos, muitos passes e jogadas estonteantes. A fantástica época de 03/04 que realizou, exibindo-se quase aos 34 anos com o requinte de um predestinado, e o facto de ter sido capitão nos dois títulos que vi o Sporting ganhar também contribuíram bastante para que Pedro Barbosa conquistasse para sempre um espaço na minha memória.

Aprendi a adorar a sua grande técnica (vi poucos jogadores em Portugal superiores a ele neste capítulo) e a quase indiferença com que deixava os adversários para trás. As suas simulações e fintas de corpo eram alvo da minha imitação na escola, ainda que na maioria das vezes não passassem de tentativas frustradas de copiar o meu ídolo. Nos intervalos das aulas, tentava pausar o jogo e fazer passes cirúrgicos, fintar alguém em passo de caracol, inventar um lance de magia a partir do nada. Raramente resultava, porque o talento não é coisa que se imite. Contudo, a simples ideia de estar, pensava eu, a reproduzir os movimentos do 8 do Sporting já era motivo de grande satisfação pessoal. E às vezes lá arrancava uma jogada mais bem conseguida, a que os meus colegas, talvez mais por solidariedade do que por encontrarem realmente semelhanças, reagiam com um “ganda Barbosa!”.

Li algures que este jogador foi protagonista de alguns dos “nós mais ordinários” do futebol recente, o que é uma expressão certeira. Nela se percebem tanto a classe e eficácia deste artista como o ligeiro rasto de humilhação que os seus dribles deixavam para trás. De uma forma simples e natural, sem grandes floreados e a um ritmo sincopado, Barbosa abria a enciclopédia e recordava-nos a todos, com a graciosidade de sempre e uma certa desfaçatez, que o futebol é realmente um jogo simples. Não era manifestamente um jogador “operário”, o que talvez explique o cepticismo de alguns adeptos relativamente a ele. Mas a bola agradecia cada toque seu. A lentidão que por vezes apresentava em campo valeu-lhe alcunhas como “pastelão” ou “Pedro Vagarosa”, para além do surgimento de histórias que davam conta de uma alegada perdição por croissants. No entanto, o ex-capitão do Sporting é a prova de que os futebolistas não se medem aos sprints e que a genialidade permite um ou outro abuso alimentar: Barbosa jogava melhor parado do que muitos a correr.

"Barbosa, com Schmeichel e Rui Jorge, festeja em Vidal Pinheiro o tão ambicionado título de 99/00"
“Barbosa, com Schmeichel e Rui Jorge, festeja em Vidal Pinheiro o tão ambicionado título de 99/00”

Umas vezes empolgava-se e mantinha um nível assombroso ao longo de todo o jogo, e aí o seu génio revelava-se demasiado grande para o periférico futebol português. Noutros jogos, contudo, a sua arte aparecia de forma mais esporádica, o que acabou por motivar críticas à sua irregularidade, ao facto de se alhear dos jogos, de “só jogar para o contrato”, etc. No futebol, como na vida, as pessoas querem resultados e não poesia. Querem velocidade, fintas e golos, e não inteligência, visão de jogo e capacidade de liderança. Neste desporto a 100 à hora, em que cada vez mais se exigem esforços sobre-humanos aos jogadores, nem sempre há lugar ou paciência para um pensador, para um estratega implacável. Muitos esquecem-se de que por detrás de cada Messi há um Xavi, por detrás de cada artista há um cérebro. Com as devidas distâncias, Barbosa era esse cérebro, sem no entanto abdicar do seu estilo fantasista que fazia um adepto passar, em escassos segundos, dos insultos hardcore às juras de amor eterno a ele dirigidas.

Se pensarmos um pouco, aliás, vemos que há poucos exemplos de futebolistas que, como Barbosa, conjuguem uma técnica apuradíssima com uma inteligência superior dentro de campo. O caso mais famoso talvez seja Zinedine Zidane, facto que levou alguns fãs do eterno 8 do Sporting a definirem o seu ídolo como “o Zidane português” (não seria antes Zidane o “Pedro Barbosa francês”? Afinal, o português até é mais velho…). A sua carreira internacional, porém, não foi tão consistente quanto podia, em parte devido ao facto de ter atingido o auge em plena “geração de ouro” e de ter tido a fortíssima concorrência de jogadores como Figo, Futre, Paneira, Sérgio Conceição, Capucho ou Simão. Ainda assim, marcou presença no Euro 96 e no Mundial 2002. Tive a felicidade de assistir em Alvalade ao seu melhor jogo pela Selecção, frente ao Chipre (6-0), em que um dos dois golos com que brindou a plateia foi de levantar o estádio.

A frase que mais vezes ouvi adeptos rivais dizerem quando ficam a saber da minha admiração por Barbosa é “se ele era assim tão bom, por que é que nunca saiu de Portugal?”. Estranho estes critérios que não impedem a consagração de monstros como Eusébio ou Pelé, mas que já são obstáculo quando se trata de outro jogador. No programa “A Noite do Futrebol”, co-apresentado por Paulo Futre, Barbosa admitiu ter tido várias propostas do estrangeiro, mas nunca quis abandonar um clube onde sempre foi bem tratado. Por cá, construiu uma aura de grande capitão e foi decisivo para a evolução de jovens como Quaresma, Viana ou Ronaldo. Numa visita recente a Portugal, Peter Schmeichel disse “it’s particularly nice to see Beto, Vidigal… and Mr. Barbosa”. O facto de a liderança e clareza de discurso de Barbosa terem cativado um dos melhores guarda-redes de sempre, ao ponto de este chamar “senhor” a um ex-colega de equipa, é muito revelador.

No mesmo programa que atrás mencionei, Futre referiu-se a Barbosa como alguém que “ganhava o jogo sozinho, [o que fazia] era arte pura”. Quando, há uns anos, Cristiano Ronaldo alinhava pelos juvenis do Sporting, perguntaram-lhe numa entrevista quais eram os jogadores do plantel principal que mais admirava, tendo o agora melhor do mundo escolhido “João Pinto e Pedro Barbosa, porque são dois grandes profissionais de futebol”. É significativo que Futre, jogador extraordinário, tenha convidado Barbosa para o seu programa; já o facto de Ronaldo admirar o meu jogador favorito mostra bem que idolatrar Pedro Barbosa é tudo menos descabido – o melhor futebolista português de sempre também o faz, e isso é mais uma prova de como ele soube sempre escolher os exemplos certos.

"Aos 15 anos, Cristiano Ronaldo deu a conhecer numa entrevista a sua admiração por Pedro Barbosa" Fonte: sportingautentico.blogspot.com
“Aos 15 anos, Cristiano Ronaldo deu a conhecer numa entrevista a sua admiração por Pedro Barbosa”
Fonte: sportingautentico.blogspot.com

Não é comum ouvirmos um adepto rival afirmar que um dos seus jogadores preferidos de sempre jogava no nosso clube. Porém, foi precisamente isso que me disse um portista que conheci quando estava em Erasmus. Barbosa nunca foi um jogador consensual mas, da mesma forma que não era apreciado por todos os Sportinguistas, a sua enorme qualidade extravasava o Sporting e contagiava adeptos rivais. E foi também esta eterna controvérsia, tão característica dos génios, que sempre me fascinou.

Barbosa retirou-se em 2005, depois de um campeonato roubado nos últimos minutos e de uma final europeia cruelmente perdida em casa. Recordarei para sempre a sua imagem a passar ao lado da taça. O capitão, mais do que todos, merecia erguê-la e não ter de circundá-la de rosto fechado e cabeça baixa. Pedro Gomes, comentador desportivo e antiga glória do Sporting, referiu na altura que Barbosa quase nunca jogou a nº10, posição onde poderia ter rendido ainda mais. Concordo. A jogar nas costas dos avançados, sem grandes preocupações defensivas e numa zona em que a velocidade é menos determinante, as qualidades do eterno capitão tê-lo-iam projectado para um nível de excelência que nas alas podia por vezes não aparecer. Seja como for, amado por uns e incompreendido por outros, Pedro Barbosa entrou na História do Sporting e do desporto nacional enquanto um dos melhores futebolistas da sua geração. No meu caso, ficar-lhe-ei eternamente grato por me ter mostrado que o futebol também pode ser arte, de tal forma que senti a necessidade de comprar a camisola com o seu nome e número na última época em que representou o Sporting. Nove anos depois do abandono de Pedro Barbosa, os relvados portugueses ainda choram pelo seu regresso. Muito tempo passará até que apareça alguém semelhante.

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Aceitar o Inaceitável

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dragaoaopeito

O assumir do comando técnico do plantel portista por parte de Luís Castro é uma situação que continua a não ser totalmente clara. Vozes ecoaram dizendo que Marco Silva iria ser o novo treinador após a saída de Paulo Fonseca, mas até ao momento é o ex-treinador da equipa B que parece ser mesmo o escolhido para acabar a época. Só importa saber o quão interino é, afinal, este treinador.

O Porto ganhou bem ao Arouca, sim, mas estamos a falar de um jogo em casa contra o 13º classificado da Liga, a apenas 3 pontos do último lugar. Para o adepto comum, a conta é fácil: 4 golos (bis de Quaresma e grande golo de Carlos Eduardo), Fernando sozinho a trinco e o triângulo invertido (com Defour e Carlos Eduardo mais avançados no terreno), e (muitos) mais minutos para Juan Quintero, o menino bonito do Dragão.

Poder-se-ia dizer que a solução Luís Castro resolveu muitos problemas do Porto. Desde logo, de forma mais directa, solucionou e facilitou a saída de Paulo Fonseca. Por outro lado Luis Castro é um homem com passado em outros escalões no clube, tendo tido a oportunidade de treinar jogadores como Quintero, Reyes, Ricardo, Kelvin e Herrera, entre muitos outros jovens que têm jogado na B desde o início da época, que podem ser importantes para a equipa A. Fora isto, são poucas as garantias que este treinador português dá ao clube, e a sua escolha não deixa de evidenciar uma clara falta de gestão de crise que previsse a saída de Paulo Fonseca.

Quaresma esteve bem no jogo contra o Arouca e soube dar o apoio a Luís Castro  Fonte: Mais Futebol
Quaresma esteve bem no jogo contra o Arouca e soube dar o apoio a Luís Castro
Fonte: Mais Futebol

É suposto aceitar que uma equipa a mais de meio da época passe a ser treinada pelo treinador da equipa B? Da mesma forma que jogadores treinam e jogam na B para chegar a A, também um treinador pode fazê-lo? No Porto parece que sim, pelo menos nesta época em que tudo acontece. Luís Castro pode até conhecer muitos dos jogadores do plantel, pode conhecer o clube como a palma da sua mão, mas nunca vai deixar de ser o treinador da B, até porque aos olhos dos adeptos e jogadores sempre foi essa a sua condição e, por muito bom que até possa ser, estará sempre etiquetado dessa forma.

Na generalidade dos media, o nome de Marco Silva (uma escolha que eu nunca defendi) foi confirmado como novo treinador do Porto, fazendo querer que Luís Castro iria fazer apenas meia dúzia de treinos e um jogo. Mas a cada dia que passa e a cada competição que vai sendo preparada ou jogada, é Luís Castro que ganha terreno no clube. Independentemente de se gostar ou não, estar constantemente a alterar de equipa técnica em nada ajuda a preparação, a motivação e o ambiente entre jogadores, daí que o “interino” seja aparentemente significado de “até-ao-fim-da-época”.

O jogo de Quinta-Feira contra o Nápoles tem uma importância extrema para a época 2013/2014 do Porto. Com o campeonato de parte (pretender alcança-lo é uma ilusão), é esta a (pequena) grande competição em que o Porto se deve focar. O terceiro classificado da Serie A é uma equipa bastante forte. Na semana passada bateu a Roma em casa por 1-0 e conta com grandes nomes como Higuaín, Callejón e Hamsik. Mais do que um difícil adversário, o Nápoles é um desafio ao que este Porto pode fazer. Nunca faltou qualidade ao plantel portista; o que faltou foi regularidade e motivação, e quem sabe se este não é aquele que torna uma época vergonhosa numa época semi-aceitável.

A actualidade portista é marcada por três sentimentos: um de felicidade relativamente à saída tardia de Paulo Fonseca; outro de desgosto quanto à época miserável do clube (estar a 9 pontos do Benfica e perder o campeonato na última jornada em casa são factores indesculpáveis); e por fim o de perplexidade quanto à estranha escolha do novo treinador. Luís Castro pôs o Porto B em primeiro na Segunda Liga e é um portista de vários anos no clube, mas os adeptos queriam mais, um maior nome, um histórico do clube. O Porto anseia uma lufada de ar fresco que tarda em acontecer.

O crescimento sustentado do AS Mónaco

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ligue 1

À partida para esta época, o Mónaco era apontado como o único clube que podia evitar um passeio do PSG na Liga Francesa. Contudo, era evidente que, apesar do enorme investimento efectuado no último defeso, os monegascos ainda não tinham a capacidade de lutar lado a lado com os parisienses. Posto isto, o segundo lugar provisório do emblema do Principado é um excelente indicador do que a equipa pode vir a fazer nos próximos anos. A fórmula do sucesso tem sido uma conjugação eficaz da experiência de elementos como Ricardo Carvalho – temporada bastante regular – e Abidal com a irreverência de jovens como Kurzawa, Germain e o próprio James, que tem jogado a um nível fantástico na segunda metade da temporada.

Dmitry Rybolovlev comprou o AS Mónaco em 2011, quando o clube estava na última posição da Ligue 2. Os monegascos conseguiram evitar a descida de divisão e, na época seguinte, alcançaram a promoção à Ligue 1, já com Ranieri ao leme. O bilionário russo cumpriu o que prometeu e, em apenas ano e meio, recolocou a equipa no lugar a que pertence. Para esta temporada, havia bastante curiosidade para perceber o que o Mónaco poderia fazer. O investimento de mais de 150 milhões de euros em jogadores como Falcao, James, Moutinho, Kondogbia ou Toulalan deu automaticamente aos monegascos o estatuto de grande rival do PSG na luta pelo título, mas faltava passar da teoria à prática.

Contratar uma série de jogadores de grande nível não é sinónimo de sucesso imediato, até porque é necessário colocar as individualidades ao serviço do colectivo. O Mónaco está a ser bem-sucedido nessa tarefa e a temporada está a corresponder às expectativas iniciais. E o mais surpreendente é que, de todos os reforços sonantes contratados, apenas James está a justificar o investimento. Depois de uma fase de adaptação complicada, o colombiano assumiu a batuta da equipa e está a mostrar toda a sua qualidade. Neste momento, já leva 6 golos e 9 assistências, números que provavelmente serão melhorados até final da época. Infelizmente, tendo em conta que é devido a uma grave lesão, o seu compatriota Falcao já não poderá dar o seu contributo aos monegascos. Embora não estivesse a realizar uma temporada deslumbrante – 9 golos marcados, alguns deles de penalty -, é uma baixa de peso para Ranieri, atenuada pela aquisição de Berbatov, boa solução para o imediato. Em relação a João Moutinho, está a desiludir na sua primeira experiência no estrangeiro. O médio português tem sido titular indiscutível, mas não está a ter o impacto que se esperava. Ainda no meio-campo, Toulalan está a ser importante devido à experiência que acrescenta, enquanto Kondogbia, apesar do enorme talento, está a ter pouca influência na equipa.

João Moutinho, James e Falcao são alguns dos nomes sonantes do Monaco
João Moutinho, James e Falcao são nomes sonantes na equipa do AS Monaco

Num ano em que o Mónaco investiu muitos milhões de euros, poder-se-ia pensar que os jovens veriam o seu espaço na equipa reduzir-se. Contudo, a verdade é que esta está a ser a temporada de afirmação para muitos talentos do clube. Na defesa actua a grande revelação do campeonato francês: Layvin Kurzawa, lateral-esquerdo de 21 anos que se destaca essencialmente no apoio ao ataque (já leva 5 golos, alguns deles decisivos) mas que é igualmente competente nas tarefas defensivas (excelente na antecipação). Do meio-campo para a frente as opções à disposição de Ranieri permitem que haja bastante rotação na equipa. Rivière, avançado móvel e com boa capacidade de finalização, foi um dos destaques da primeira metade da temporada, formando uma dupla muito perigosa com Falcao. Com a lesão do colombiano, Valère Germain e Anthony Martial – tem apenas 18 anos e é uma das maiores promessas do futebol francês – apareceram em bom plano e mostraram que o futuro do Mónaco tem tudo para ser risonho. Ainda há Lucas Ocampos e Ferreira-Carrasco, dois alas desequilibradores que, apesar de não serem titulares, têm bastante potencial.

Depois de ter estado na Ligue 2 na última época, o Mónaco irá, muito provavelmente, terminar no segundo lugar da Ligue 1 (tem 7 pontos de vantagem para o Lille), garantindo o acesso directo à Liga dos Campeões. Para a próxima temporada, apesar de o PSG ser um adversário temível, o título tem de ser o objectivo. Com alguns reforços cirúrgicos, como um lateral-direito e um central de categoria (Carvalho e Abidal não duram para sempre), e uma época mais bem conseguida por parte de jogadores como Moutinho e Kondogbia, Ranieri pode construir uma equipa fortíssima e dar seguimento ao bom trabalho que tem sido feito. No Principado do Mónaco há um projecto com pernas para andar.

Alemanha: quem será o homem golo no Brasil?

É certo que a selecção alemã é uma das principais candidatas a vencer o Mundial 2014, mas, apesar de apresentar uma qualidade acima da média em (quase) todas as posições, é no centro do ataque que reside ainda a maior dúvida. Reus? Gómez? Klose? Veremos.

O que se espera é que Joachim Löw aposte numa fórmula que Guardiola tem experimentado no Bayern München e com a qual nem se tem dado mal: o famoso ‘falso nove’. A hipótese de ver Reus, Götze e Müller a trocarem de posição várias vezes durante o decorrer da partida é mais do que forte.

Perante esta qualidade na rotação do ataque, têm de ficar de fora avançados fixos como o experiente Miroslav Klose, Mario Gómez (que não disputou qualquer jogo na fase de qualificação) e ainda outros jogadores alemães que fazem parte do lote de melhores marcadores da Bundesliga mas que não têm hipóteses de fazer parte do 11, como Pierre-Michel Lasogga (Hamburger SV), André Hahn (FC Augsburg) e Stefan Kiessling (Bayer Leverkusen).

Aos 35 anos, esta é uma oportunidade de ouro para Klose se tornar o melhor marcador da história dos Mundiais  Fonte: Eurosport
Aos 35 anos, esta é uma oportunidade de ouro para Klose se tornar o melhor marcador da história dos Mundiais
Fonte: Eurosport

Ainda assim, falta falar ainda de mais cartas com hipóteses de entrar neste baralho. André Schürrle marcou quatro golos em seis jogos na fase de qualificação e a boa temporada do jogador do Chelsea pode garantir, pelo menos, um lugar certo nos convocados germânicos.

Apesar de não ter marcado nenhum golo nas cinco presenças dos jogos do Grupo C, Podolski, que também joga na Premier League, no Arsenal, tem muitas hipóteses de ter o seu lugar seguro – não pela sua qualidade futebolística, que parece ter decrescido nos últimos anos, mas sim pelo peso que tem dentro do balneário alemão.

Quem também não se dará nada mal na posição é o jovem Julian Draxler, o diamante do Schalke 04. É certo que esta não é a sua posição preferida, mas isso é algo que, tal como acontece com outros jogadores, pode fazer com que se abram espaços noutros sectores, não só pela sua velocidade, mas também pela sua imprevisibilidade e rotatividade.

Posto tudo isto, como se vai apresentar então a Alemanha? Sempre optará pelo avançado falso, com Mario Götze, Thomas Müller, Marco Reus, André Schürrle e ainda Julian Draxler? Irá optar antes pela experiência e pelo peso de jogadores como Miroslav Klose ou Mário Gómez? Ou surpreenderá, levando Lasogga e/ou Kiessling para ocupar a vaga?