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O pior Barça em muitos anos

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“Este é pior Barça em muitos, muitos anos”. Foi assim que José Mourinho descreveu a atual equipa catalã comanda por Tata Martino, na véspera do jogo da Liga dos Campeões entre o Manchester City e o Barcelona. Apesar de Mourinho ser um expert em mind-games e, como todos sabemos, raramente dizer algo em vão, acredito que o treinador português tenha sido honesto nas palavras que proferiu.

Ok, já sei que Mourinho matou dois coelhos com um só cajadada e consegui provocar na mesma frase toda a equipa do Barcelona e, também, Manuel Pellegrini, treinador dos citizens.  É de facto notável como numa simples e curta frase o técnico português “atacou” frontalmente o clube Catalão e ainda desvalorizou uma eventual vitória do Manchester City sobre o Barcelona. Mourinho a ser Mourinho, portanto.

Mas, deixemos os jogos psicológicos de lado e vamos ao fundo da questão: Mourinho tem ou não razão sobre o que disse?!

Na minha opinião, sim, tem! E são vários os fatores que o explicam.

Neste momento, o Barcelona tem 60 pontos e divide o topo da tabela classificativa com ambos os rivais de Madrid. À exceção do ano do título ganho por José Mourinho no Real Madrid, em 2011/2012, é necessário recuar até à época de 2008/2009 para encontrar um total de pontos tão baixo à entrada para a 25ª jornada da Liga espanhola – na altura, tinham, igualmente, 60 pontos.

O “pior Barcelona em muitos anos” saiu vitorioso de Manchester. Fonte: Static6.com
O “pior Barcelona em muitos anos” saiu vitorioso de Manchester
Fonte: Static6.com

Até no total de golos marcados e sofridos é possível verificar um ligeira quebra de rendimento: a equipa catalã tem atualmente 69 golos marcados e 17 sofridos. Ao retrocedermos novamente no tempo, apenas na temporada de 2009-2010 o Barcelona tinha um registo menor, com 59 golos marcados e 14 sofridos.

Continuando com as estatísticas, se analisarmos a fundo a equipa do Barcelona, verificamos que, no total dos 28 jogadores que compõem o plantel, a média de idades é de 25,72. É uma média bastante boa e perfeitamente admissível para um clube que aposta frequentemente em jovens da cantera. No entanto, alguns jogadores nucleares iniciam a fase descendente da carreira: Xavi (34 anos), Váldes (32 anos), Puyol (35 anos) e Daniel Alves (30 anos) são os casos mais evidentes de uma equipa em fim de ciclo.

Como os número muitas vezes não explicam tudo, em termos exibicionais é quase unânime que esta época o Barcelona tem estado abaixo das expetativas. Eu não sou tão linear na minha abordagem mas devo concordar com a ideia de que o futebol de “bola no pé” já não é o mesmo – ou se o é, é apenas a espaços.

O Barcelona salienta mais do que nunca algumas fragilidades defensivas. A equipa concede excessivamente espaços em transição e é frequente vermos as equipas adversárias a criar ocasiões de golo junto da baliza de Valdês – algo que não acontecia de forma tão regular no anos anteriores.

A idade avançada de Xavi e o mau momento que Iniesta atravessa não fornecem ao meio campo do Barcelona a capacidade de criar os processos ofensivos e, simultaneamente, ter robustez defensiva necessária para parar os contra ataques adversários. Na verdade, é o meio-campo –a grande virtude do mítico Barcelona de Pep Guardiola – que tem demonstrado uma estranha fraqueza.

No entanto, é injusto não sublinhar que este Barcelona continua a fazer excelentes exibições e a colecionar vitórias indiscutíveis – que o diga o Rayo Vallecano, que na última jornada saiu do Camp Nou com 6 golos no saco.

O que me parece óbvio e que, no fundo, foi aquilo que o técnico do Chelsea quis transmitir, é que este Barcelona é mais irregular e menos sólido que os anteriores.

Aquilo de que José Mourinho se esqueceu de dizer foi que até o pior Barça dos últimos anos é mais do que suficiente para se bater com todas as equipas de topo mundial – sem exceção.

Carta Aberta a: Maurício

cartaaberta

Caro Maurício,

Confesso que me surpreendeste!

Quando te vi chegar, oriundo de uma equipa que disputa a Série B brasileira, com 25 anos, senti uma desconfiança tremenda em relação à qualidade que porventura pudesses ter: “Mas por que carga de água foram buscar este brasileiro que ninguém conhece, tendo o Dier e o Nuno Reis prontos para se afirmarem de vez?!”, pensei eu. Pensei que serias mais um Marcos ou um Gladstone desta vida, para tirar o lugar aos nossos jovens da formação, pensei que serias um central nervoso e de erro fácil, para além da inexperiência inerente a alguém que nunca disputou partidas de alto nível. Enganei-me redondamente. É certo que as tuas primeiras exibições não foram entusiasmantes, o que me levou, inclusivamente, a criticar-te num artigo aqui do Bola na Rede, mas rapidamente te tornaste num defesa-central de alto nível: seguro, agressivo, duro q.b., incansável e, para além disso, com uma facilidade tremenda em ir lá acima fazer uns golinhos de cabeça! Penso que cresceste bastante com outro grande central, o Rojo, e juntos construíram uma das melhores duplas de centrais da Europa (os números falam por si).

Conseguiste transformar-te numa figura consensual no universo leonino e relegar para o banco um Eric Dier que todos pensavam que iria assumir o papel de patrão da defesa, durante a presente temporada. Porém, de um momento para o outro, certos papagaios (infelizmente muitos deles verde-e-brancos) parecem querer crucificar-te. Porquê? Porque bebeste duas cervejas na tua folga.

Todos nós gostamos de sair com os amigos e beber uns copos. Ter uma vida social minimamente activa contribui para o bem-estar de qualquer ser humano. Os jogadores de futebol não são excepção. Tens todo o direito de te divertires na tua folga! Em vez de beberes uma cerveja, bebeste duas, o que bastou para passares (por muito pouco) do limite de 0,49 de álcool no sangue. Com 0,54 não estarias embriagado com toda a certeza, e o facto de teres sido mandado parar numa operação stop fez-te ultrapassar (também por pouco) o limite horário imposto pelo Sporting para os atletas recolherem aos seus aposentos (23 horas). Tiveste a decência de, antes de qualquer coisa, ligares ao teu treinador a informá-lo do sucedido, logo após teres sido multado, e de pedires desculpa a todo o balneário, com toda a humildade que tens demonstrado ao longo da tua estada em Alvalade.

Foste multado porque assim o regulamento interno do Sporting o dita, mas, na minha opinião, não terás de sofrer qualquer consequência a nível desportivo. És importante em campo, és importante no balneário, sempre demonstraste profissionalismo e dedicação. Por conseguinte, não deves ser castigado por uma situação como esta. Rúben Semedo ser apanhado a conduzir sem carta de condução, às tantas da manhã, Carlos Martins ir treinar de directa, Fábio Rochemback parecer RP da discoteca HK, entre muitos outros casos realmente graves, não se comparam com este episódio que se passou contigo.

Tu vais calar os criticos Fonte: Abola.pt
Estou contigo, Maurício
Fonte: A Bola

Vais ser titular frente ao Rio Ave, ao lado do Eric. Tenho toda a certeza de que irão formar uma bela dupla e de que irás fazer uma grande exibição. E porque não um golo de cabeça para calar esses fala-baratos que por aí andam? Pensa nisso.

Para finalizar, gostaria de te agradecer por todo o teu empenho, por sentires esta camisola e por deixares tudo em campo em prol do sucesso de um clube que te acolheu e que te mostrou o que é jogar num grande do futebol mundial.

Grande abraço, Maurício.

 Atenciosamente,

Hugo Almeida Rebelo

 

PS: Quando tiveres folga, a ver se vamos aí beber umas geladas! Eu conduzo!

FC Porto 2-2 Eintracht Frankfurt: um filme já visto

Fruto da despromoção à Liga Europa, o FC Porto recebeu o Eintracht Frankfurt, equipa alemã, na primeira mão dos dezasseis-avos de final da competição. Paulo Fonseca apenas mexeu no eixo central da defesa, devido à impossibilidade de Abdoulaye alinhar no conjunto azul-e-branco, entrando Maicon para o seu lugar.

O FC Porto entrou no jogo com uma atitude semelhante à testemunhada em Barcelos, com um jogo mais rápido e fluido e pressionando mais à frente do que em momentos anteriores da época, aproveitando ainda o facto de o Frankfurt se ter revelado uma equipa a jogar em todo o campo, abrindo espaços na sua defensiva (muitas foram as vezes em que Alex Sandro e Josué dispuseram de imensos metros à sua frente para explorar).

Em oito minutos – dos 8’ aos 16’ – o FC Porto ameaçou e poderia ter concretizado, se o nível de decisão e o poder de concretização tivessem sido outros – primeiro uma transição comandada por Herrera, com a contribuição de Fernando e com Jackson, dentro da área, a atrapalhar-se (8’); de seguida, uma bomba de Josué, junto à meia-lua mas sobre a barra (10’); depois, de novo o ‘8’ do FC Porto a caminhar com o esférico e a desferir um remate frouxo, sem perigo, quando dispunha de melhor opções (13’); a seguir, um cruzamento de Alex Sandro com Jackson a emendar ao primeiro poste e com Herrera a surgir ao segundo, atrapalhando o defesa contrário e gerando o primeiro ‘bruá’ nas bancadas (14’); seguidamente, um remate de Quaresma no lado esquerdo do ataque, para fora (15’); por fim, Jackson, com um belo remate à meia-volta defendido pelo keeper alemão, depois de uma iniciativa de Danilo (16’).

O Frankfurt, dispondo-se num 4-2-3-1, com o seu jogo sempre à procura de Joselu, subia as suas linhas mas raramente apresentava capacidade para gerir a posse de bola de forma consolidada. Pelo contrário, perdendo o esférico, era uma equipa que revelava dificuldades na transição defensiva, possibilitando ao Dragão sair em contra-ataque ou transição rápida. Neste capítulo, Josué assumiu, por inúmeras ocasiões, o domínio das operações, ainda que nem sempre de forma tão rápida e esclarecida quanto seria desejável. Era nestas bases que o jogo se desenrolava, com ascendente do FC Porto (score de 12-2 em ataques, aos 22’) mas sem a materialização em golos. Já depois de alguma réplica da equipa alemã (situações de relativo perigo aos 25’ e 30’) e de um excelente lance de Jackson culminado num remate que, por centímetros, não redundou em golo, haveria de ser Quaresma – talvez no momento menos bom do FC Porto na primeira parte – a pegar na sua varinha mágica ainda repleta de pó e a assinar a obra-prima da noite num remate fantástico desde o lado esquerdo da área, com a bola a descrever um arco perfeito e a beijar as redes alemãs (44’).

Com o apito para o intervalo, sobrava a sensação de justiça que o golo do ‘Harry Potter’ consigo tinha trazido. Para além da diferença abissal em termos de remates (11-3 a favor do Dragão), o FC Porto afirmava-se como a equipa mais capaz dentro do terreno do jogo, ainda que nem sempre decidindo da melhor forma – e só isso justificava a vantagem mínima no marcador.

O reatar do jogo trouxe um Frankfurt mais atrevido e a colocar mais unidades na frente. Por entre livres e cantos ganhos, começou a surgir Joselu como o elemento mais perigoso (boa defesa de Helton, aos 50’, após um cabeceamento do espanhol). O meio-campo do FC Porto parecia um pouco amorfo e sem nervo na recuperação de bola, sendo que Alex Sandro e Danilo não se afirmavam tão aventureiros na saída para o ataque. O tónico para uma alteração de postura foi uma jogada de envolvimento entre Herrera, Fernando, Varela e Jackson, com o colombiano a desperdiçar à boca da baliza, ao minuto 59.

A partir daqui, vimos um FC Porto mais seguro de si, a assumir o jogo e a tentar construir mas sempre de forma lenta e previsível, sem rasgo e sem, inerentemente, criar perigo. Percebendo isso, Paulo Fonseca trocou o desgastado (e nem sempre bem-sucedido) Josué e lançou Carlos Eduardo, ao minuto 67. O ex-estorilista entrou para poder assistir de perto ao dilatar da vantagem portista: livre do lado direito batido por Quaresma, Jackson a emendar de cabeça, Maicon a assistir e Varela, à boca da baliza, a não perdoar e a fazer o 2-0.

Ricardo Quaresma. Por um momento resgatou a sua versão Harry Potter  Fonte: Zero Zero
Ricardo Quaresma. Por um momento resgatou a sua versão Harry Potter
Fonte: Zero Zero

Numa altura em que se julgava ser mais natural surgir o 3-0 do que o 2-1, acabou por ser o Frankfurt a diminuir, por intermédio de um remate cruzado, de ressaca, à entrada da área de Joselu (73’). A partir deste momento, o jogo virou! O FC Porto não mais se encontrou, não demonstrando capacidade para organizar jogo e pressionar o adversário, ou até para fazer uma gestão da bola mais controlada; pelo contrário, o Frankfurt começou a acreditar que seria possível chegar ao empate, muito fruto da forma como o Dragão se demonstrava tão adormecido e passivo, defendendo de forma deficiente. Em suma, um Dragão sem chama, tantas vezes já visto e revisto esta época.

A equipa alemã, mesmo não demonstrando argumentos que pudessem justificar um FC Porto tão incapaz de comandar o jogo, chegou mesmo ao 2-2, fruto de uma má abordagem defensiva por parte de Alex Sandro, com o brasileiro a assinar um auto-golo. Antevendo mais um jogo sem vencer em casa na Europa esta época, o FC Porto tentou pegar no jogo mas jamais o fez de forma minimamente organizada e expedita; ao invés, a substituição de Ghilas por Fernando (82’) não acrescentou nada de substancial: o argelino fixou-se na área e, à excepção de um lance ao cair do pano, não dispôs de nenhuma oportunidade de perigo. Porque, no fundo, o problema situava-se a montante: o meio-campo (apenas com Carlos Eduardo e Herrera) não conseguiu produzir jogo ofensivo e os extremos (Quaresma e Varela), já muito fatigados, desapareceram do jogo. Se a ideia era ter mais gente na área para empurrar a bola para a baliza, Paulo Fonseca esqueceu-se de que era preciso alguém para a levar até lá.

O jogo terminou com um 2-2 profundamente amargo para as hostes azuis e brancas mas que acaba por se justificar. Primeiro, pela incapacidade da equipa de gerir o resultado e o esforço quando dispunha de uma vantagem de 2-0; depois, pelos erros defensivos cometidos mais uma vez esta época; por fim, pela ineptidão que a equipa demonstrou para pegar no jogo e dar a volta ao texto assim que se viu empatada. Segue-se a segunda mão na Alemanha, com a certeza de que o FC Porto parte em desvantagem mas com a convicção de que, em condições normais, é melhor equipa do que este Frankfurt. Agora, como na Champions, é preciso demonstrá-lo em campo. E isso é o que continua a amedrontar qualquer adepto portista.

Figura: Ricardo Quaresma

Longe de fazer um jogo excepcional, acabou por ter duas ou três arrancadas e outros tantos remates que deixaram os alemães desconfiados. Mais do que isso, resgatou a sua varinha mágica para assinar a única obra de arte da noite, a fazer lembrar o Mustang de outros tempos, que correrá essa Europa fora.

Fora de jogo: Alex Sandro

O lateral esquerdo brasileiro tem quilómetros e quilómetros nas pernas esta época. Vítima da (ausente) gestão de Paulo Fonseca, a verdade é que os lançamentos nas suas costas continuam a acontecer e a criar problemas ao FC Porto. Mais do que isso, em termos ofensivos, está muito longe da preponderância que tinha na temporada passada, e acabou por estar ligado ao lance do 2-2, em que aliviou desastrada e precipitadamente uma bola para dentro da sua baliza.

Nicolau Von Rup volta a provar que é um excelente tubo rider

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cab Surf

Já não é a primeira vez e certamente não será a última que Nic Von Rup é destaque nesta rubrica semanal. O surfista da Praia Grande foi o grande vencedor do 3º Moche Capítulo Perfeito. Depois de no ano passado ter saído vencedor na praia dos Super Tubos, em Peniche, Nic volta a repetir a proeza, desta vez na Praia de Carcavelos. Com ondas a rondar os dois metros de altura, os 16 surfistas em prova proporcionaram um grande espetáculo pelos monstruosos tubos que “Poseidon” enviou para a praia da linha.

O luso-germânico que se destacou durante toda a prova pelos seus scores chegou à final com facilidade, final essa onde iria encontrar Ruben Gonzalez, António Silva e Marlon Lipke. Qualquer um se podia tornar o novo campeão do Moche Capítulo Perfeito, apesar de as grandes expectativas estarem viradas para Von Rup, devido à excelente forma que tem apresentado neste início de ano.

Chegada a final, a organização decidiu aumentar o tempo desta de 30 para 40 minutos devido à força das ondas. Com pontuações um pouco mais baixas do que aquilo que era esperado, Nicolau saiu vencedor, com um total de 10.50 em 20 pontos possíveis. Logo de seguida ficou Ruben Gonzalez, apenas com uma diferença de 0.25 pontos para o primeiro lugar. Marlon Lipke e António Silva acabaram com 5.65 e 4.70, respectivamente. Importante ainda lembrar que Ruben Gonzalez partiu uma prancha já no fim do heat e teve de nadar até terra para ir buscar outra prancha, ficando assim com pouco tempo para melhorar a sua pontuação.

Nic a festejar a sua vitória na Praia de Carcavelos junto com os amigos. Fonte: Surftotal.com
Nic a festejar a sua vitória na Praia de Carcavelos junto com os amigos
Fonte: Surftotal.com

Vasco Ribeiro, tal como Nicolau, está de parabéns. Depois de ter sido o último português ainda em prova e de ter eliminado grandes surfistas, como Mitch Crews, Dayyan Neve ou Kai Otton, o surfista da praia do Estoril voltou a fazer história ao chegar à ronda de 24 – ronda esta em que encontrou Patrick Gudauskas (USA) e Santiago Muniz (ARG), conseguindo um excelente segundo lugar e uma passagem à fase seguinte do Australian Open of surfing. Vasquinho estava então, portanto, nos 16 melhores surfistas do evento, mas tinha agora pela frente Bede Durbidge, surfista que percorre o WCT há já 10 anos. O único português em prova começou da melhor maneira, ao conseguir fazer a melhor onda do heat, mas infelizmente não foi suficiente, uma vez que Bede somou um 8.33 ao seu 7.50. Deste modo, Vasco não conseguiu superar o surfista australiano, mas ainda assim ficou com um excelente nono lugar. Vasco acumulou 920 pontos, entrando assim para o TOP 100 Mundial.

Vasco Ribeiro a descolar em mar australiano. Fonte: Aspworldtour.com
Vasco Ribeiro a descolar em mar australiano
Fonte: Aspworldtour.com

Arena

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brasileirao

Arena, s. do latim arena (areia, de que é divergente).

Apresentações feitas? É esta a magia da etimologia. Ir buscar à raiz de cada palavra as determinações que lhes dão sentido. Como a raiz de uma planta, que suga carinhosamente a água em volta.

Mas está aqui algo de estranho… não é? Vejamos. Areia? Tudo bem, gladiadores, que faziam do terreno solo sagrado nas suas infinitas batalhas travadas. Mas agora a nova moda é chamar aos estádios de futebol, arenas. Porquê? Há batalhas sangrentas no relvado? Não, apenas lutas por vencer com uma bola dentro da baliza. A multidão é insaciável? Sim! Caramba, mas com tamanho espetáculo quem não é?

Porém, o sentido conotativo e denotativo que tal vocábulo evoca é o de luta física. Com sangue e pior do que isso… a morte brutal e cruel para deleite doentio.

A nova “Arena Amazônia”, em Manuas, capital do Amazonas, está pronta. Morreu um operário português durante a sua construção. Luto. Agora mais do que nunca seria preciso trocar o tão infeliz nome tendo em vista o triste curso dos acontecimentos. Ninguém quer uma morte destas. Se há duas coisas certas na vida (a morte e os impostos) o certo é que ao segundo dá para escapar por subterfúgios, mas quanto ao primeiro todos iremos parar a um sobretudo de madeira. É que esta história de se estar vivo um dia ainda acaba mal! Só que, sinceramente, nenhum ser humano desejaria ir para o outro mundo durante a construção de um monumento edificante.

Nem dez estádios desta envergadura dariam para repor a vida que se perdeu Fonte: copamundial2014brasil.com.br
Nem dez estádios desta envergadura dariam para repor a vida que se perdeu
Fonte: copamundial2014brasil.com.br

Será a oportunidade para a Seleção “vingar” o que aconteceu. Como se pudesse ser possível fazer alguma coisa para apaziguar a dor da família do operário.

Arena Pantanal, Arena de São Paulo, Arena da Baixada… enfim. Com tanta areia não sei como não será um campeonato de futebol de praia, em vez de futebol (de relva). Felizmente o Maracanã ficou com o mesmo nome.

Em Portugal, estes nomes começam a invadir-se-nos e nós nem nos damos conta disso. Pavilhão Atlântico? Nada. Passa a Meo Arena. E as coisas vão acontecendo, vão criando raízes, como falamos em cima, e o caule fortifica e fica cada vez mais independente até se instalar. E depois… olha, depois adeus.

Peço desculpa, mais uma vez e como faço regularmente nas peças que tenho o prazer de escrever para vós, mas este assunto teria de ser tratado. Não quero estar a ser pedante, pois que isso é uma característica dos fracos. Mas é preciso chamar a atenção e corrigir algumas imprecisões tanto do lado de cá, como da outra margem do Atlântico. A língua é mutável, claro. E o futebol é o princípio de uma bela conversa.

Voleibol universitário – que futuro, passado, presente?

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cab Volei

Ainda antes da década de sessenta, António Cavaco, engenheiro natural da ilha açoriana de São Miguel, foi um elemento importantíssimo na divulgação da modalidade continente fora – isto depois de o voleibol ter sido trazido aos Açores pelos militares americanos.

Tendo vindo cursar engenharia na Universidade Técnica, em Lisboa, Cavaco foi um elemento preponderante neste desporto e na Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, tendo esta equipa vindo a ser a mais importante marca da fase inicial da competição no país; no primeiro campeonato nacional oficial, em 1947, sagrou-se a AEIS Técnico como primeira equipa detentora do título nacional.

No mundo da competição nacional – não só no voleibol –, várias instâncias da competição foram criadas. Campeonatos especificamente universitários foram um exemplo de competição específica criada, que fomentou o espírito académico e a inclusão do desporto nas associações académicas e união entre pólos universitários de várias áreas e zonas do país.

E hoje? Pleno ano de 2014. Como está a competição do voleibol dito ‘académico’? É uma porção muito pequena do desporto académico atualmente, e é maioritariamente composto por equipas femininas.

Vitória SC - Exemplo de uma equipa com raízes não inteiramente ligadas à academia. Fonte: Vitoriasempre.net
Vitória SC – Exemplo de uma equipa com raízes não inteiramente ligadas à academia
Fonte: Vitoriasempre.net

Felizmente, o leque de opções que as associações do país inteiro têm ao dispor através de vários clubes e em relação aos escalões de formação é elevado. Ou seja, desde bem pequenos há uma porção elevada de pessoas a praticar a modalidade e um conjunto de bons atletas que têm vindo a mostrar boas aptidões para ingressar futuras congéneres profissionais.

Porque é que o voleibol na universidade tem esta quebra? Será a falta de divulgação? A falta de interesse no desporto assim que os estudantes ingressam no ensino superior?

É pena, porque existem muitos casos de pessoas que após iniciarem a vida no ensino superior – e que por vários motivos não conseguiram ingressar em equipas federadas mas, mesmo assim, não chegam sequer a informar-se de grupos académicos – que poderiam vir a disputar interessantes torneios universitários e, quem sabe, dar asas a outros rumos em equipas profissionais no futuro.

O PAOK visto por quem o conhece

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O artigo que se segue foi redigido por Johnny Georgopoulos, jornalista grego, que gentilmente nos enviou este texto de análise à equipa do PAOK de Salónica, adversário de amanhã do Benfica na Liga Europa. A tradução integral ficou a cargo de Mário Cagica Oliveira.

Já era expectável para toda a gente na Grécia que o PAOK, este ano, iria ser o principal adversário do Olympiacos na luta pelo título de campeão nacional. Atualmente, o PAOK é uma das equipas que menos tem sofrido com a atual situação financeira da Grécia. Esta situação deve-se, essencialmente, ao seu presidente, Ivan Savvidir, antigo membro do parlamento russo.

No entanto, e ao contrário daquilo que se esperava inicialmente, o PAOK tem desapontado nesta luta: está a 20 pontos do Olympiacos e o terceiro classificado, o Atromitos, está a apenas 2 pontos de distância. O PAOK é muito conhecido pela sua força no Toumba (o seu estádio local) e isso tem sido evidente no campeonato: está invencível, com um registo interessante (11 vitórias, 1 empate e zero derrotas). O grande problema da equipa de Salónica continua a ser os jogos fora de casa (5 vitórias, 2 empates e 6 derrotas). Inclusivamente, os últimos 4 jogos fora de casa resultaram em 4 derrotas. No último fim-de-semana, contra o Asteras Tripolis, o PAOK até esteve em vantagem com um golo de Athanasiadis (goleador nato), mas acabou por conceder 2 golos e perder mais uma partida (2-1).

Esta recente série negativa colocou o técnico holandês, Huub Stevens, numa posição complicada, uma vez que os adeptos do PAOK o apontam como o principal culpado pela má campanha da sua equipa. Desde a derrota com o rival Panathinaikos (2-1, no dia 9 de fevereiro), que a contestação tem subido de tom. O PAOK continua a procurar equilibrar-se enquanto equipa, mas continua a estar longe de encontrar estabilidade e a melhoria dos índices anímicos dos seus jogadores. A comunicação social grega tem dito, de forma recorrente, que Huub Stevens não se está a adaptar à mentalidade do país e que não terá tanto interesse no campeonato grego como deveria.

Atualmente, para o PAOK, nem o segundo lugar, que muitos lhe asseguravam, está garantido. O técnico holandês continua a mudar constantemente o seu onze inicial e a 2 meses e meio do final do campeonato regular, continua a prometer que a equipa irá jogar bem no futuro. O tempo para provar que o PAOK pode jogar um futebol atrativo consigo é agora. Este jogo frente ao Benfica é crucial e ele quer mostrar que os adeptos estão errados em contestá-lo. As desculpas acabaram. O Benfica está invicto há 18 jogos (curiosamente, a última derrota foi contra o Olympiacos no Karaiskaki por 1-0), mas em Salónica acredita-se num bom resultado, com a ajuda do forte apoio que se verifica no Estádio Toumba.

Huub Stephens tem perdido algum tempo a analisar os prós e contras da equipa do Benfica, através da visualização de DVD’s, e, nos últimos treinos, tem sido visto a trabalhar muito os movimentos defensivos e ofensivos da sua equipa. Inclusivamente, depois da derrota do último fim-de-semana, frente ao Asteras Tripolis, ele já se encontrava focado no encontro de amanhã: «Jogámos bem, mas tivemos azar e perdemos. Cometemos alguns erros, mas já estamos a pensar no próximo encontro. E temos um jogo importante frente ao Benfica», referiu.

Apesar de tudo, a situação de Stevens está longe de estar resolvida entre os adeptos. Todos continuam à espera que o presidente, Ivan Savvidis, retorne a Salónica para demitir o técnico holandês do seu posto. Pessoalmente, eu creio que se sair será por sua livre vontade e não por despedimento do presidente.

Miguel Vítor e Katsouranis já pertenceram ao Benfica e agora jogam pelo PAOK
Miguel Vítor e Katsouranis já pertenceram ao Benfica e agora jogam pelo PAOK de Salónica

Para o encontro de amanhã, o PAOK não poderá contar com Miguel Vítor (lesionado) e Maartens (não foi selecionado para as competições europeias). Também os novos reforços, Natko (proveniente do Rubin Kazan) e Danny Hoesen (do Ajax), irão falhar o jogo por já terem jogado pelos seus clubes nas competições europeias deste ano.

Em sentido contrário, Salpingindis (capitão), Katsouranis (ex-Benfica) e Stoch vão regressar aos relvados para o encontro de amanhã. Estes três jogadores estiveram de fora no último encontro e vão poder dar o seu contributo amanhã. Outra boa notícia é o regresso do médio veterano sérvio, Vukic, que está totalmente recuperado de lesão.

Na antevisão  da partida de amanhã, Giorgos Georgiadis, técnico adjunto, também deixou algumas notas importantes: «Estamos a atravessar uma má fase e, por isso mesmo, o jogo com o Benfica é muito importante. Temos de esquecer a liga e concentrarmo-nos apenas no jogo que aí vem. O Benfica é muito forte, mas temos a vantagem de jogar no nosso estádio.  Eu acredito que depois podemos garantir a qualificação no Estádio da Luz, mas vamos ter de ter atenção. O Benfica é muito bem organizado, forte no contra-ataque e tem estado muito bem, apesar da perda de Matić. Eles também são fortes a nível defensivo, mas temos de esperar que tenham um mau jogo. Vamos tentar bloquear o seu jogo ofensivo. Eles têm uma defesa sólida, mas vamos ter de encontrar espaços para lhes criar problemas», concluiu.

A nível tático, creio que Stevens não deve usar Lino (ex-Porto), porque não tem estado em boa forma. Acho mais provável que Katsouranis e Insaurralde joguem no centro da defesa com Tzavellas do lado esquerdo.

Se apostar no 4-2-3-1, creio que Vukic vai jogar atrás do único avançado Stefanos “Klaus” Athanasiadis. Se, por outro lado, apostar no 4-4-2, aposto em Salpingindis para fazer companhia a Athanasiadis. De qualquer forma, aqui fica a minha aposta para o onze inicial de amanhã:

paok onze

 

 

Esta é uma parceria entre o Bola na Rede e o site grego Sport 24.

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Ai Porto, a que porto irás parar?

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atodososdesportistas

Esta semana escrevo, em forma de desabafo, sobre o que o nosso Porto tem andado a fazer. Não tanto em termos de futebol jogado, mas também do que se passa ao nível das transferências e da gestão do plantel – é neste segundo aspecto que me irei focar. Depois das saídas de Moutinho e James e da não contratação de um médio e de um ala de categoria mundial (como eles eram), juntaram-se ainda as saídas de Lucho e, mais recentemente, de Otamendi. A de Lucho ainda posso perceber: é um jogador que deu tudo pelo clube, saiu e passados alguns anos quis voltar, abdicando de mais de 50% do seu salário. Ele mereceu ter um “contracto das Arábias” e fiquei feliz por isso ter acontecido (mas não por ele sair…). Já a venda de Otamendi, achei-a aberrante, sem sentido e totalmente despropositada!

Porquê? Ora, vejamos: é um central que poderia jogar em quase todas as equipas europeias, que foi vendido ao Valência por 12 milhões (mais três, consoante objectivos) e que, por complicações burocráticas, só pode voltar jogar na Europa em Junho. Até lá, estará emprestado a um clube brasileiro. Isto tem sentido? Por que não jogar estes últimos seis meses no Porto, ele que nas épocas que fez de dragão ao peito foi sempre dos jogadores mais utilizados por todos os treinadores, e ser vendido depois? Eram seis meses, nos quais ele seria um esteio na nossa defesa e jogaria melhor do que nunca, tendo em vista o Mundial que está à porta… Tenho um ex-colega brasileiro que é “atleticano” fervoroso e que ironicamente me agradeceu pelo Porto ter cedido Otamendi durante estes seis meses; diz que “é o melhor central a actuar no Brasileirão” (claro que isto dito por um adepto do clube pode roçar o exagero)!

 

Otamendi deveria fazer fazer dupla com Mangala  Fonte: fcpnacaoportista.wordpress.com
Otamendi deveria fazer fazer dupla com Mangala
Fonte: fcpnacaoportista.wordpress.com

Não é só o facto de Otamendi ter saído que me entristece, mas sim os problemas que conseguimos criar com a sua (ridícula) transferência! É que a juntar a isto, o Porto faz retornar Abdoulaye, um bom jogador mas que não pode jogar na Liga Europa por já o ter feito pelo Vitória de Guimarães, e ao voltar, torna-se titular no eixo da defensiva, assumindo-se como “substituto” de Otamendi. Escrevo e fico ainda mais confuso com esta gestão… Caso o Porto chegue longe na Liga Europa (espero que aconteça), como lidaremos com esta “dança de centrais” que se irá verificar entre campeonato, taças e competição europeia? Joga Mangala-Abdoulaye no campeonato e jogos difíceis da Taça, Mangala-Maicon na Liga Europa e Maicon-Reyes na Taça da Liga? Por favor, não dêem tiros nos pés! Abanar a estrutura pela base não pode trazer coisas boas! Por que não voltar a apostar na dupla Mangala-Maicon (que são grandes jogadores), deixar Abdoulaye crescer no banco e para o ano, caso decidam, voltar e estar disponível para todas as competições? A nossa equipa já treme demasiado para tanta troca de lugares!

Fico preocupado com o rumo que o Porto começa a levar. Contratamos Reyes pelos milhões envolvidos e, quando sai um central, faz-se retornar outro? Isso é passar um atestado de incompetência ao “miúdo”. Seria o mesmo que, com a saída de Lucho, não fosse dada uma oportunidade a Carlos Eduardo e a Herrera e se fosse contratar um jogador qualquer. É preciso mudar algo, e esse algo é… A politica de gestão! Sempre tivemos das melhores que existiram, porquê esta mudança este ano? Não estavamos tão bem? Não se percebeu já que por este caminho estamos a oferecer o titulo aos nossos rivais? Precisamos de calma, tranquilidade e, acima de tudo, ORGANIZAÇÃO! Olho para este Porto e não consigo entender “quem é quem”, quem faz o quê… Cabe à SAD perceber o que é melhor para o clube. A nossa SAD sempre equilibrou contas com a necessidade de vencer títulos. Este ano parece que não: vende-se, vende-se, vende-se em nome dos milhões e contrata-se a preços baratos. Não sei o que se espera!

Como digo sempre que falo de forma menos positiva do meu clube: “espero estar errado e que continuemos a ganhar”, mas infelizmente o que vou escrevendo enquanto “analista” vai-me dando razão quando vejo onze jogadores (e não uma equipa) de azul-e-branco a entrar em campo. Existem anos menos bons e este é, de todo, um deles.

Eu acredito no Porto e nas pessoas que o comandam e só peço, enquanto adepto, que me façam voltar a sorrir com o futebol jogado e as brilhantes exibições de outrora, num passado muito recente… Somos Porto, somos os melhores de Portugal e, acima de tudo, o nosso palmarés prova-o! Iremos dar a volta esta situação; espero que ainda esta época!

Para onde caminhas, Braga?

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A temporada está longe de ser perfeita. O descalabro inicial com o Pandurii e a constante irregularidade da equipa no campeonato têm sido os fatores de maior relevância nesta segunda aventura de Jesualdo Ferreira no comando técnico dos Guerreiros do Minho. Com ainda alguns jogos por disputar, não é normal que uma equipa como o Braga já tenha averbado 9 derrotas no campeonato e que não tenha já grandes ambições para o que falta da temporada. O quarto lugar está muito longe, a Liga Europa ficou (escandalosamente) perdida no início da época e a Taça da Liga foi agora também colocada de parte (ainda que, é certo, em condições muito específicas – ver AQUI). Será a Taça de Portugal a salvação da temporada?

António Salvador esperará que sim, para não retirar Jesualdo Ferreira do leme da equipa. Uma medida que se percebe, dado o contexto atual da equipa, mas que volta a ser ingrata para um técnico que tanto sabe e que tantas vezes tem sido injustiçado. Depois de o Braga ter ficado atrás do Paços de Ferreira na temporada passada, depois dos abandonos de Hugo Viana, Mossoró ou Salino e do cada vez mais evidente decréscimo de forma de Alan e Custódio, este era o ano zero para o clube – o ano em que a geração de jogadores iniciada com Jorge Jesus em 2008 chega ao final da sua caminhada. E cabia a Jesualdo essa tarefa. Tal como no ano passado, com o Sporting CP, lhe foi incumbido semelhante trabalho: pegar num conjunto de jogadores e fazer um plantel. E isso não se faz de um momento para o outro. É preciso tempo e um treinador capaz e competente. Como Jesualdo.

Olhando para o atual plantel do Braga, é possível verificar que em termos individuais há, de facto, muita qualidade. Mauro foi uma excelente descoberta de Jesualdo; Éder, quando estiver em condições físicas aceitáveis, tem tudo para ser o melhor ponta-de-lança português; e Alan, Custódio e Rúben Micael conferem alguma experiência e rigor tático à equipa, fruto da sua maturidade. Depois, queria ainda deixar o registo para dois jogadores que são, na minha opinião, as grandes revelações do Braga nesta temporada. Falo de Raul Rusescu e Rafa. Quanto ao romeno, apesar de ter chegado apenas em janeiro, já demonstrou argumentos para assumir a titularidade na frente de ataque. É muito rápido a movimentar-se e consegue encontrar facilmente espaços para rematar (com qualidade) à baliza adversária, para além de que é muito dotado tecnicamente e com um sentido fantástico de oportunidade para aparecer na cara do golo. É jogador de clube grande e vai demonstrá-lo no que resta da temporada. Já em relação a Rafa, faltam-me os adjetivos para descrever tudo aquilo que este jovem de 20 anos tem conseguido fazer na sua primeira temporada na primeira divisão portuguesa. A grande questão em relação a Rafa é saber qual é o clube grande que o vai atacar primeiro. Fortíssimo no um para um, muito rápido a definir jogadas e com uma colocação de remate muito interessante. Uma ida ao Mundial’2014 não era, de todo, descabida. Aceito apostas: quem é o clube que vai pegar em Rafa?

Mas se em termos individuais tudo parece orientado, é na parte coletiva que este Braga falha redondamente. Eduardo é um guarda-redes competente, mas a defesa minhota continua a ser, na minha opinião, uma das mais graves lacunas do plantel atual. As laterais estão longe de ser brilhantes e os centrais tardam em convencer. Eu, aliás, defendo que desde 2009/2010, com Moisés e Alberto Rodríguez, que o Braga não encontra uma dupla com qualidade para se fixar no onze inicial. As mudanças na zona mais recuada do terreno são constantes e, naturalmente, a equipa ressente-se. Se há zona onde não se deve mexer com frequência é na defesa. E no Braga, seja por lesões ou por opção, essa é uma área que tem recebido retoques a mais. O velho ditado que diz que “um bom plantel se começa a construir de trás para a frente” nunca foi colocado em prática nos começos de temporada. E, este ano, os problemas estão a saltar à vista de todos.

Tudo isto para dizer que a situação do Braga não é, de todo, a melhor. Mas também não será com o despedimento de Jesualdo que a situação poderá melhorar. O técnico bracarense está mais perto do que nunca de encontrar o seu núcleo de bons jogadores e necessita de tempo para reorganizar tudo. Este foi o ano zero e já deu para retirar várias ilações sobre aquilo que é necessário melhorar. Em Braga,  este ano, há ainda que lutar pelo quarto lugar e por um lugar na final da Taça de Portugal. Para o ano, o objetivo é manter a estrutura (incluindo Jesualdo) e subir a fasquia. António Salvador, mais do que ninguém, sabe que há qualidade e infra-estruturas para assumir compromissos de “clube grande” e esquecer esta, até ver, desastrosa temporada.

Champions League 18/02: A Primeira Noite de Grandes Emoções

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A Liga dos Campeões voltou em grande e a presentear-nos com aquele que é, provavelmente, o maior jogo dos 16 avos-de-final, Manchester City – Barcelona, ao mesmo tempo que, na Alemanha, decorria o Bayer Leverkusen contra o Paris-Saint Germain. Ambas as equipas forasteiras, sem grande surpresa, conseguiram resultados positivos, talvez a surpreender apenas pelos resultados muito folgados para as mesmas.

Manchester City – Barcelona

Em Manchester, o City recebia o Barcelona, que dá sinais de regressar ao Tiki-Taka, de Guardiola. A equipa comandada por Pellegrini apresentou um esquema de jogo extremamente defensivo para tentar bloquear o pendor ofensivo do Barcelona, apresentando um 4-5-1, com Kolarov e Clichy no lado esquerdo. Já o Barcelona, apresentou o seu esquema habitual recheado de estrelas, dando-se ao luxo de deixar Neymar e Pedro no banco.

O City jogava com duas linhas defensivas muito recuadas e cabia a Yaya Touré levar a equipa para a frente, mas a posse de bola acabava por cair toda para o lado do Barça, que não demorou muito a testar a qualidade de Hart. Contudo, foi apenas na segunda parte que o Barcelona chegou à vantagem por intermédio de Messi, de grande penalidade. Na minha opinião, apesar da expulsão de Demichelis (justa), a falta é fora da área. É, no entanto, uma decisão muito difícil para o árbitro.

Zabaleta frustrado com o golo sofrido
Zabaleta frustrado com o golo sofrido
Fonte: UEFA

Este golo de desvantagem obrigou os Blues a correr atrás do prejuízo, e, apesar da desvantagem numérica, vislumbraram-se bons momentos de futebol por parte dos ingleses. Porém, numa jogada de insistência de Dani Alves, a equipa de Pellegrini viu as suas probabilidades de se qualificar para uma próxima fase ficarem ainda mais reduzidas, com um golo do brasileiro a surgir pelo corredor direito, até colocar a bola por baixo das pernas de Hart, e, consequentemente, na baliza.

Bayer Leverkusen – PSG

Já em Leverkusen, o grande favorito era mesmo o PSG, com Zlatan a ser a sua grande referência. Apenas com 3 minutos passados, Matuidi fez o primeiro tento para os franceses, destruindo toda a táctica dos comandados de Hyypiä. Sem conseguir responder, o Bayer viu o PSG aumentar a vantagem para três golos de diferença, por intermédio do sueco, primeiro de grande penalidade e de seguida com mais um grande golo de fora da área, a juntar a outros tantos nesta edição da competição.

Zlatan Ibrahimovic a celebrar o golo
Zlatan Ibrahimovic a celebrar o golo
Fonte: UEFA

Se a missão não era de todo fácil, ainda mais se complicou com a expulsão de Spahić. Coube ao recém-contratado Cabaye resolver o assunto e praticamente colocar o PSG na próxima fase da Liga dos Campeões, com um golo de belíssimo efeito.

As equipas visitantes foram melhores e as expulsões até esboçaram uma reação nas equipas da casa, porém, os resultados são algo exagerados, tendo em conta que as equipas vencedoras jogavam fora. Dois encontros que praticamente selaram as respectivas eliminatórias e resta-nos  esperar que haja surpresas na segunda volta, para que a emoção volte.

Sami Hypia e Laurent Blanc
Sammi Hyypiä e Laurent Blanc
Fonte: UEFA

Amanhã esperam-se grandes jogos entre o Arsenal e o Bayern München e entre o Milan e o Atlético de Madrid. Os grandes favoritos, pela sua história seriam o Bayern e o Milan. A equipa alemã é rotulada como a melhor do mundo, o que leva o Arsenal a ter uma tarefa muito difícil pela frente. Quanto ao Milan terá que dar tudo por tudo para resgatar uma época muito negativa, frente a um Atlético a grande nível nas competições internas.