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Roubaram o futebol do povo brasileiro

Cabeçalho Liga Brasileira

O futebol é o esporte mais popular do mundo. Milhões de pessoas espalhadas pelos quatro cantos do planeta acompanham e até praticam o esporte como lazer. Estamos falando de pessoas extremamente diferentes umas das outras. Para ser adepto do esporte é apenas necessário gostar de futebol. Esse é o único requisito. O futebol sempre foi agregador, porém com o tempo essa mistura de raças e pessoas está se perdendo. Para nos situarmos melhor, vamos falar do futebol brasileiro. No Brasil, o futebol sempre uniu as pessoas nos estádios. Não importa a raça, a orientação sexual, o poder aquisitivo ou o gênero. As arquibancadas dos nossos estádios tinham todo tipo de gente. Agora esse cenário parece ter mudado, pelo menos a questão financeira do indivíduo passou a ser determinante no seu ingresso ao estádio.

Atualmente existe uma exclusão quase que total das pessoas de baixa renda que costumavam frequentar os estádios brasileiros para apoiar o seu time. Na primeira divisão nacional a maioria das equipes cobram valores exorbitantes para o atual poder de compra do povo brasileiro. No Brasil tudo é caro. A cesta básica é cara; plano de saúde é caro; roupas são caras; eletrônicos são caros; ou seja tudo é muito acima do poder aquisitivo da maior parte da população. Mediante a isso temos altos impostos – o que eleva o valor de qualquer produto – e uma péssima qualidade na saúde pública, na segurança e ainda padecemos pela falta de investimentos em nossas escolas. O brasileiro é pressionado a todo momento e muitos encontram justamente no futebol a sua alegria e o seu momento para relaxar um pouco. Para quem gosta do esporte não há programa melhor do que ir a um jogo de futebol com os amigos ou com a sua família. Mas como um torcedor assalariado vai a um jogo de futebol com a sua esposa e seus dois filhos pagando 50 reais por cada ingresso? O valor total é superior a 20% do salário mensal da pessoa.

Para ilustrar melhor o valor dos ingressos no Campeonato Brasileiro da Série A, podemos ver abaixo o valor dos ingressos de algumas partidas que acontecem nos próximos dias.

Jogo: Fluminense x Corinthians

Local: Maracanã – Rio de Janeiro

Valor do ingresso: Varia entre R$ 40,00 e R$ 50,00

 

Jogo: Avaí x Cruzeiro

Local: Ressacada – Florianópolis

Valor do ingresso: Varia entre R$ 50,00 e R$ 100,00

Jogo: Palmeiras x Avaí

Local: Allianz Parque – São Paulo

Valor do ingresso: Varia entre R$ 90,00 a R$ 200,00

 

Jogo: Coritiba x Atlético Mineiro

Local: Couto Pereira – Curitiba

Valor do ingresso: Varia entre R$ 70,00 a R$ 140,00

Os exemplos acima foram bem diversificados – cada um de uma praça diferente – e que nos demonstra que não importa o local, pois o ingresso tende sempre a ser caro. Destaque para o alarmante valor do ingresso para o jogo do Palmeiras, em casa.

Douglas Costa renasce em Turim

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Cabeçalho Liga Italiana

A fazer 27 anos em Setembro, o brasileiro é conhecido por ser “bom de bola”, por fazer coisas com ela que poucos fazem, que é um craque,… Foi estrela no Shakhtar, só faltava provar essas valias num grande clube europeu. Quando chegou ao Bayern de Munique em 2015, todos esses apelidos lhe assentavam que nem uma luva. Era, de facto, um craque. Porém, esse período correspondeu com a ausência do ainda mais craque Franck Ribery. Nessa sua primeira época ao serviço dos germânicos, Douglas Costa deixou água na boca aos adeptos, deixou-os na ânsia de ter de ver mais dele.

Na época seguinte, dou grande relevância ao facto de Ribery ter encontrado o seu melhor nível novamente (depois de 9 meses de recuperação!), o que retira, logo em primeira instância, o ex-Shakhtar do onze titular. Claro que o problema não é uma questão de compatibilidade entre os dois extremos, o problema é o intocável trio Ribery, Robben e Lewandowski.

Douglas Costa ia perdendo ímpeto na equipa bávara. Entrar saído do banco parece não estar nas suas pretensões neste momento da carreira. Posto isto, o seu empréstimo à Juventus parece-me ser uma excelente opção, tem melhores condições para lutar por um lugar e mantém-se como um ativo de um tubarão europeu.

Julgo que Allegri terá de mudar o sistema tático. É verdade que Mandzukic cumpriu bem a tarefa de atuar pela extrema esquerda, mas com a entrada deste brasileiro, camisa 11, penso que o croata não perca a titularidade, porém será movido para posições mais centrais e avançadas do terreno. O seu habitat natural, digamos. O que me levanta dúvidas é a possibilidade de a Juventus passar a jogar com 2 pontas de lança fixos. Certamente o treinador saberá o que fazer…

O que este Douglas Costa acrescentará à equipa hexacampeã italiana? Fácil: velocidade, técnica, enfim, perigo pela esquerda. Este jogador ao seu melhor nível é “something else”. É bastante irreverente, qualidade que aprecio imenso num “ala”. Coisa que contrasta na totalidade com a função desempenhada por Mario Mandzukic. Apesar de serem estilos absolutamente diferentes, a justiça e o bom senso não aprovariam a ida do croata para o banco de suplentes. Os dois estilos dão frutos. Podem constituir dois diferentes métodos de atingir um golo (fim), mas ambos são válidos e eficientes. Dou bastante ênfase a este ponto.

Douglas Costa brilhou ao serviço do Bayern Fonte: Youtube
Douglas Costa brilhou ao serviço do Bayern
Fonte: Youtube

A sua capacidade de drible é algo muito benéfico para a equipa. Permite-lhe ultrapassar o oponente direto (no caso da imagem acima, o extremo “arruma” Bellerín sem o próprio dar por isso…), e depois disto existe muito espaço para explorar. No caso de um avançado, quer jogue na ala direita ou esquerda, depois e ultrapassar, normalmente, o defesa lateral adversário, fica em situação tremendamente privilegiada, pois o facto de se dirigir à linha final perto do primeiro poste, passando a bola para trás, caso surja um companheiro de equipa livre de marcação, é meio golo. As sucessivas “dobras”, como se diz na gíria, que são realizadas pelos centrais são recorrentes e requerem perícia. Ou isso, ou combinando com o seu lateral ou pivot, ou outro companheiro que ande nas redondezas, seja possível criar uma situação perigosa. É algo relativo, afinal, futebol não é uma ciência, não é verdade?

No final de contas, este jogador pode acrescentar muito à Vecchia Signora. Pode ser comparável a Juan Quadrado, o que até poderá ter algum fundamento, mas caso atinja o nível alcançado no início da primeira época de Bayern (2015-16), torna-se um caso sério. Contudo, agora para o final desta sua passagem pela Baviera, a qualidade de jogo contou-se a uns bons furos abaixo, comparando com o seu primeiro ano.

Mesmo assim, estou muito ansioso por o ver atuar nesta equipa, principalmente na prova máxima da UEFA. Trata-se de um jogador que sempre me cativou, é imprevisível e forte tecnicamente. “É show de bola. É Douglas Costa, camisa 11!”

Foto de Capa: Juventus

Os perigos do mercado sérvio

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sl benfica cabeçalho 1

A antiga Jugoslávia sempre foi uma referência no futebol europeu no que a jogadores de qualidade diz respeito. Principalmente, a partir da segunda metade dos anos 80, após a conquista do mundial de sub-20 por parte da Jugoslávia em 1987, com uma equipa que contava com jogadores como Davor Suker, Pedrag Mijaitovic, Zvoromir Boban e Robert Prosinecki. Alguns jogadores oriundos da Antiga Jugoslávia deram cartas no futebol português, tais como Zlatko Zahovic e Ljubinko Drulovic.

No entanto, apesar do futebol jugoslavo sempre ter tido grandes valores individuais, em termos de equipa nas competições internacionais, nunca conseguiu confirmar o seu valor, realizando prestações à quem das expectativas.

Actualmente, a Sérvia, para além de padecer do mesmo mal em termos de selecção, está a tornar-se num país cada vez mais rico naquilo a que se chamam “promessas adiadas” do futebol.

Dois desses jogadores sérvios que tardam em confirmar o seu potencial estão contratualmente ligados contratualmente ao Sport Lisboa e Benfica. Falos dos avançados Igor Saponjic e Luka Jovic. Em Janeiro, o Benfica gastou quase 10 milhões de euros nestas duas jovens promessas do futebol sérvio, mas o rendimento de ambos não tem correspondido às expectativas. Luka Jovic (ex-Estrela Vermelha), marcou quatro golos em 17 jogos pela equipa B, tendo feito mais quatro jogos pela equipa principal, todos eles como suplente utilizado. Igor Saponjic marcou sete golos em 42 jogos pela equipa.

Não estou a dizer que eles foram flops. Para mim, não existem flops com 19 anos. No entanto, há-que analisar a questão do porquê destes dois jovens jogadores tardarem em confirmar o seu potencial. Eu sei que ainda têm muito tempo para isso, mas há-que analisar o que correu mal para que estes se tenham tornado dois “barretes”.

Saponjic não teve oportunidade de se estrear pela equipa principal Fonte: SL Benfica
Saponjic não teve oportunidade de se estrear pela equipa principal
Fonte: SL Benfica

Antes de mais, há que analisar este problema pela raiz e questionar o porquê do futebol sérvio ser actualmente rico em promessas adiadas. Se formos a verificar, as gerações mais recentes de futebolistas sérvios nasceram e/ou cresceram durante a Guerra Civil Jugoslava. Certamente, os jogadores nascidos nesse tempo, tais como Saponjic e Jovic não tiveram uma infância fácil no seu país.

O FC Porto de Conceição: 4-4-2 e Pressing Alto

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fc porto cabeçalhoAproxima-se o início da Primeira Liga 2017/18 e, de regresso a Portugal, começa a ser possível perceber um pouco melhor algumas das ideias-chave com que Sérgio Conceição pretende atacar a próxima época. Os resultados do FC Porto no México não foram muito animadores mas, ao nível dos processos, a equipa parece agora aproximar-se mais de um modelo de “clube grande” do que na temporada anterior.

Desde logo, há uma evidência inegável: o 4x4x2 com que se apresentava estruturalmente o FC Nantes é o mesmo que Sérgio Conceição pretende implementar no FC Porto. Três linhas bem definidas em campo com dois homens projetados na frente de ataque. E por aqui se pode, desde logo, tirar uma conclusão: o FC Porto precisa de reforços para a frente de ataque, já que Soares e Aboubakar (com Rui Pedro como alternativa) parecem ser “de menos” para enfrentar uma época que se avizinha longa e um calendário que, provavelmente, terá momentos de grande aperto.

O que mais impressiona nos azuis e brancos, por enquanto, é a sua capacidade de sair rápido e com critério em transição ofensiva. É precisamente neste momento do jogo, pela agressividade com que ataca a profundidade, que Aboubakar vê exponenciadas as suas principais qualidades, pelo que parece quase certo que o camaronês virá a ser um futebolista importante no xadrez de Sérgio Conceição. Em transição ofensiva o portador da bola (habitualmente Óliver Torres) vai progredindo em direção ao corredor central e, em seu redor, os avançados abrem opções de passe.

Fonte: FC Porto
Fonte: FC Porto

Em organização ofensiva a equipa ainda não impressiona tanto, mas começa a ser evidente que Sérgio Conceição pretende que se pratique um futebol apoiado, com recurso a tabelas para ultrapassar os adversários. Os defesas têm ainda alguma tendência para esticar o jogo na frente, hábito bem vincado no FC Porto de Nuno Espírito Santo, mas parece haver agora uma maior preocupação em colocar a bola no chão e em procurar os médios (em particular Óliver Torres) para construir e criar a partir do (ou “em direção ao”) corredor central.

Académica 0-0 Arouca (2-4 nas g.p.): Bracalli segurou ímpeto estudantil

Cabeçalho Futebol Nacional

 

O apito inicial de André Narciso foi como que o tiro de partida da época 2017/18 para Académica e Arouca. Ambas as equipas partiram na mesma posição, mas foram os arouquenses a distanciar-se, ao garantir o apuramento para 2ª eliminatória da Taça da Liga.

A Académica ganhou a frente da corrida nos primeiros instantes da partida, ajudada não só pela passividade arouquense mas também pela boa dinâmica apresentada e … pela inspiração de Ki – o sul-coreano esteve perto do golo em duas ocasiões (aos 10 minutos, sentou Nuno Coelho e atirou perto do poste e aos 15 cabeceou para defesa apertada, numa recarga de um lance bem gizado por Guima) e ofereceu-o noutra (Bracalli, guarda-redes arouquense, travou o remate de Marinho)

O Arouca era como um corredor pálido, desgastado com aquilo que tinha que percorrer até alcançar o advesário. Mas lá se foi recompondo com os gritos do seu técnico, ainda que não tenha dado sinais de perigo evidente – só Cícero ameaçou, naquele que seria um bom trabalho individual… não fosse o remate final ter saído perto da bandeirola de canto.

O segundo tempo começou num ritmo mais lento que o primeiro. A Académica não acelerou tanto e o Arouca, atacava só pela certa ainda que não conseguisse criar perigo. Resultado – o único dado relevante do primeiro quarto de hora do segundo tempo foi… a lesão de Ki e a consequente estreia do menino (recém-profissional) David Teles.

Com o acumular dos minutos, o desgaste físico começou a deixar marcas, sobretudo nos jogadores da Académica, e foi o Arouca quem se impôs no jogo, sob a batuta de Palocevic. O sérvio colocou Adílio e Kuca na cara do golo, mas ambas as oportunidades foram desperdiçadas. Mais tarde, já no tempo de compensação, Bruno Lopes (entrado para o lugar de Cícero), disparou em boa posição, mas à figura de Ricardo Ribeiro, naquele que foi o canto do cisne relativamente a oportunidades de perigo. Chegava o fim do encontro e, com ele, as grandes penalidades. Aí, e já depois de Mike ter falhado o golo, Bracalli defendeu o remate de Empis, dando uma vantagem que os arouquenses não desperdiçaram.

Com esta vitória, o Arouca consegue não só o apuramento para a próxima fase da Taça da Liga, como também um importante ascendente psicológico sobre outro dos candidatos à subida à Primeira Liga. Porém, isto foi só um sprint, e a época é uma maratona.

Portugal 2-1 Escócia: Portuguesas fizeram ainda mais história

Cabeçalho Seleção NacionalO dia 23 de julho de 2017 vai ficar para sempre marcado na história do futebol feminino português. A primeira vitória em provas internacionais é sempre um fator relevante e a prova de que estamos a evoluir. Num grupo com duas das melhores seleções europeias, cumprimos a nossa obrigação, ganhar à equipa teoricamente mais acessível, mesmo tendo um ranking superior ao nosso.

Portugal até entrou bem no jogo, mas na altura em que inaugurou o marcador era a Escócia que estava por cima, tendo inclusive dois bons lances de golo. Aos 27 minutos Diana Silva leva a bola e cruza à entrada da área, Barsley, central escocesa, falha e Carolina Mendes com calma e só com a guarda redes pela frente faz o golo. O primeiro na história de Portugal.

Depois do golo Portugal passou para o comando do jogo, não deixando a Escócia fazer o seu jogo. Foram competentes e criaram alguns bons lances, apesar da finalização não ter sido a melhor. A entrada de Erin Cuthbert aos 64 minutos veio mudar um pouco o jogo, ameaçando a escocesa aos 66 e concretizando aos 68, após boa jogada com Weir.

As portuguesas não se foram abaixo e podiam marcar aos 70 minutos, por Carolina Mendes. A heroína do primeiro golo foi substituída depois deste lance (mas não como consequência de não ter marcado), entrando para o seu lugar Ana Leite, uma substituição de mestre de Francisco Neto.

O momento em que Carolina Mendes faz o primeiro golo Fonte: Euro 2017
O momento em que Carolina Mendes faz o primeiro golo
Fonte: Euro 2017

Praticamente um minuto depois de entrar a reforço do Sporting CP para a próxima temporada devolveu a liderança a Portugal. O lance começa com um pontapé de baliza de Patrícia Morais, toque de cabeça de Amanda que faz com que Ana Leite ‘só’ tenha de correr e bater a guardiã escocesa, isto depois de Ana Leite ter batido a central escocesa que falhou no primeiro golo.

Até ao final Portugal continuou por cima do jogo e criou até mais perigo que a Escócia. No entanto o lance de maior perigo foi para as escocesas quando aos 85 minutos Caroline Weir mandou uma bola à barra.

Vitória histórica de Portugal que garantiu assim os seus primeiros três pontos – e sejamos sinceros, provavelmente os únicos – que fazem ainda sonhar com o apuramento. Pela frente está a Inglaterra, que marcou 8 golos e não sofreu nenhum. Por incrível que pareça, os dois golos marcados hoje tornam a seleção portuguesa a segunda equipa com mais golos no europeu, em igualdade com outras seleções e apenas superadas pela próxima adversária. Destaque, ainda, para Diana Silva, que mesmo não tendo marcado foi uma verdadeira quebra-cabeças para a seleção escocesa.

Foto de Capa: Euro 2017

Na areia são cinco contra cinco e no final ganha o Brasil

Cabeçalho modalidadesO último jogo do Mundialito de 2017 colocou frente a frente os países irmãos de Portugal e Brasil, naquele que era o jogo mais aguardado da competição. Como esperava, o espetáculo foi de alto calibre e os canarinhos conseguiram revalidar o título ao derrotar a seleção das quinas por 6-4.

A partida teve um início bastante animado, com perigo junto às duas balizas, mas com o passar dos primeiros minutos, o Brasil começou a ter mais posse de bola. Contudo, a primeira grande oportunidade pertenceu a Portugal. Naquela que terá sido a primeira saída para o ataque, pois a pressão brasileira condicionava bastante, Leo Martins atirou à barra.

Num jogo onde ambas as seleções procuraram defender bem, Coimbra, com um remate ao lado, voltou a colocar a canarinha em sentido. Pouco depois, a resposta veio dos pés de Rodrigo, Andrade defendeu.

A cerca de quatro minutos do intervalo, o marcador esteve perto de abrir, mas Mauricinho travou o lance em cima da linha. De seguida, contra-ataque do Brasil e Bruno Xavier sofreu falta para livre direto. No respetivo livre, o capitão brasileiro rematou rasteiro, mas a bola desviou na areia e traiu Andrade.

O marcador estava aberto, mas a vantagem podia ter durado pouco, pois, logo a seguir, na bola de saída, Madjer rematou ao lado. Na continuação do lance, Datinha rematou à barra. Primeiro avisou, mas depois já não perdoou. O número dez do Brasil, aproveitou uma bola perdida por Torres e um mau alívio de Andrade para fazer o 2-0.

Os campeões do mundo estavam por cima e logo a seguir ao 2-0, foi Andrade a negar o terceiro a Bruno Xavier. Não entrou à primeira entrou à segunda. Na sequência de um canto, Rodrigo apontou o 3-0.

Fonte: Beach Soccer Worldwide
Fonte: Beach Soccer Worldwide

A perder por 3-0, Portugal tentava responder de alguma forma, mas os seus remates eram intersetados por jogadores contrários. Ainda assim, dentro do último minuto do período, Leo Martins, através de uma jogada de insistência, conseguiu reduzir para 3-1.

Terminada a primeira parte, o jogo não estava nada fácil para Portugal. O Brasil esteve bem melhor e chegou a estar a vencer por 3-0.

O segundo período começou muito bem para a canarinha, visto que, ainda antes dos dois minutos, Datinha, a “Jóia de Tutóia”, aproveitou um livre em zona frontal para fazer o 4-1.

A partida voltava a complicar-se para Portugal que, mesmo assim, reagiu bem ao golo, pois, começava a dar sinais de estar melhor, apesar de não conseguir chegar com grande perigo até à baliza de Mão. Sendo que a melhor chance foi um livre em zona frontal que Madjer não conseguiu concretizar. Todavia, a melhoria era notória com o passar dos minutos e a meio da segunda parte, isso confirmou-se. Aos dezoito minutos, Leo Martins reduz para 4-2 através de grande penalidade. Volvidos trinta e seis segundos, na sequência de um canto, Coimbra coloca a desvantagem lusa na margem mínima

A intensidade estava no pico e a um golo do empate, o encontro ainda ficou melhor, com Portugal a insistir cada vez mais, procurando o 4-4. Passado pouco mais de um minuto após o golo de Coimbra, Madjer voltou a desperdiçar um livre. O Brasil respondeu e não tivesse sido Andrade e o quinto golo teria sido uma realidade.

Com pouco mais de quatro minutos para se jogar antes de um novo intervalo, a seleção portuguesa beneficiou de um novo livre em zona frontal. Desta feita, foi Zé Maria a tentar converter, mas também não conseguiu ultrapassar Mão. No seguimento do lance, o Brasil chega ao 5-3, por intermédio de Mauricinho.

A seleção brasileira, como já habituou à muito, voltava a marcar num momento do jogo extremamente importante e a partir daí, controlou até à pausa.

Chegado ao final do segundo período, o Brasil continuava na frente, agora por 5-3. Numa parte onde foram os canarinhos a começar, mas Portugal conseguiu responder e apenas o golo de Mauricinho impôs um travão no ímpeto português.

Nos últimos doze minutos de jogo, foi a seleção brasileira quem entrou melhor, mas quem marcou foi Portugal. Ricardinho, com alguma sorte à mistura, voltou a colocar o resultado na margem mínima. De seguida, o Brasil esteve perto do sexto, mas Andrade parou um remate de Fernando Ddi. Depois veio o acontecimento que poderia ter virado o jogo a favor da seleção nacional. Catarino, que já havia visto um amarelo, vê o segundo por falta sobre Leo Martins e deixou os brasileiros em inferioridade numérica.

No jogo de atribuição do 3º e 4º lugar, a Rússia levou a melhor e derrotou a França por 5-2. Fonte: Beach Soccer Worldwide
No jogo de atribuição do 3º e 4º lugar, a Rússia levou a melhor e derrotou a França por 5-2.
Fonte: Beach Soccer Worldwide

O número três português não conseguiu aproveitar o livre e mesmo com mais um jogador de campo, as jogadas de Portugal não saíram e os dois minutos passaram sem qualquer modificação no score.

A cerca de dois minutos do final, um erro cometido na defensiva portuguesa foi aproveitado por Rodrigo que, tirou dois adversários da frente, fixando o resultado final em 6-4. No retomar do jogo, Portugal podia ter reentrado discussão do Mundialito, mas Bruno Xavier desviou um remate de Madjer em cima da linha de golo.

Finalizado o jogo, o Brasil revalidou o título pelo mesmo resultado do ano passado, ou seja, 6-4. Os comandados de Mário Narciso deram um período de avanço, o que acabou por ser decisivo para o desfecho do Mundialito.

Em confronto direto com o campeão do mundo, Portugal demonstrou ter argumentos para conseguir um resultado diferente. Porém, o conjunto brasileiro, mesmo muito diferente de outros tempos e com caras relativamente recentes, mantêm intacta a capacidade de marcar nos momentos certos e o jogo de hoje foi um exemplo disso.

Sei dum Doumbia

sporting cp cabeçalho 2

É ciclíco e a rigidez com que se cumpre é angustiante. Tem sido sempre preciso esperar alguns anos (não sei ao certo a média), para que chegue a Alvalade um Avançado que nos encha as medidas. A proximidade temporal do aparecimento de Slimani e Bas Dost pode preocupar os discípulos da estatística, mas não vamos acreditar nisso.

O fenómeno do mercado de transferências é um belo treino à nossa capacidade de gestão da expectativa, ainda para mais quando se trata dos responsáveis por fazer a coisa mais bela que o futebol tem. Quando chega um Avançado que ninguém conhece, os curiosos suportam-se nos vídeos internáuticos que compilam os melhores golos que o Jogador marcou no seu Campeonato. E então aquele golo parece não deixar dúvidas. É um craque. Só que às vezes, afinal, não. Mas com Doumbia não vamos por aqui. A César o que é de César, tal como as Avós dizem. Entreguemos então os louros ao Imperador.

Seydou Doumbia já marcou com a camisola do Sporting em jogos particulares Fonte: Sporting CP
Seydou Doumbia já marcou com a camisola do Sporting em jogos particulares
Fonte: Sporting CP

Doumbia é um grande jogador e é, acima tudo, um Avançado que tem golo, que é o predicado que mais nos importa. Mas é aqui que devemos educar os ânimos, porque o verdadeiro Doumbia pode ainda não ter chegado, ou até nunca vir a chegar. Mas sejamos optimistas, e acreditemos que este Senhor veio para eternizar a camisola 88. Se assim for será ele e mais 10, tal como será Rui Patrício e mais 9, Gelson Martins e mais 8 e Bas Dost e mais 7. Isto porque não me parece crível que o esforço feito pela contratação do Costa Marfinense se traduza numa presença assídua no banco, e por muito que confie no potencial de Alan Ruiz, para mim Doumbia é a representação do tipo de Jogador clássico, que podia jogar perfeitamente de calções subidos, correndo veloz para a baliza. Depois há ainda a justificação táctica, já que nesta nova época podemos voltar a assemelhar o estilo de jogo à primeira equipa de Jorge Jesus no Sporting. Sendo certa a titularidade de Bas Dost, em condições normais Doumbia fará parelha com o gigante Holandês. Embora Bas Dost não seja Slimani no trabalho táctico, a verdade é que Teo Gutierrez também não é Doumbia.

É nesta feliz possibilidade que imagino a estratégia futura do ataque do Sporting. Se a tarefa do segundo Avançado de Jorge Jesus, tal como era a de Teo, for acompanhar a linha média adversária, aproximando a equipa do modelo do 4x4x2, então sorriam, Sportinguistas, porque as coisas até podem correr bem. Por falar nisso, não faria sentido desenvolver um artigo sobre um Jogador sem referir que ele marcou um golo na sua estreia. Bola sem velocidade, perto da falência, e uma cabeçada sem balanço a fazer ressuscitar o esférico. Nada mau. E os cépticos que não digam que este não contou, porque quem marcou ali, naquelas circunstâncias, pode marcar noutras tantas. Além disso, as mensagens que nos chegam dos treinos são animadoras, o que só nos ajuda a imaginar as brincadeiras que este rapaz poderá fazer. Tal como a brincadeira que dá título a este artigo. Quero lá saber da gestão das expectactivas.

Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

FC Famalicão 1-2 CD Santa Clara: Eficácia açoriana matou Famalicão

Cabeçalho Futebol NacionalO Futebol Clube Famalicão recebeu em casa o Santa Clara em jogo a contar para a Taça CTT. Os da casa começaram melhor com Dani a cabecear ao lado da baliza de Serginho após canto de Feliz e depois de uma combinação entre o mesmo Feliz e Jorge Miguel, o lateral-esquerdo famalicense rematou ao lado da baliza dos açorianos. Era o Famalicão que estava por cima e Wilian, reforço brasileiro, a rematar forte para fora. O Santa Clara respondeu e marcou, canto da esquerda, a defesa famalicense a afastar, bola devolvida para a área e Fernando aproveita a subida da defesa do Famalicão, a ficar sozinho e a rematar forte e seco para o 1-0. Golo contra a corrente do jogo que colocava a equipa de Carlos Pinto na frente da eliminatória. O Famalicão respondeu em busca do empate, passe de Fernandinho para o coração da área e Fred a rematar por cima.

O Santa Clara acelerou novamente e chegou ao 2-0. Fernando novamente isolado na cara de Gabriel, com o guarda-redes brasileiro a rasteirar o avançado açoriano e o juiz Cláudio Pereira a não ter dúvidas, penalti para o Santa Clara e Rashid chamado à conversão não falhou. 2-0 para o Santa Clara que foi tremendamente eficaz ao aproveitar os erros do Famalicão. O Famalicão, ao fechar a primeira parte, chega ao 2-1, livre batido por Wilian na esquerda e cabeçada certeira de Ângelo Meneses a diminuir a desvantagem para os comandados de Dito mesmo no último lance da primeira parte.

Fonte: FC Famalicão
Fonte: FC Famalicão

Na segunda parte, o Famalicão entrou com vontade de procurar o empate e teve o primeiro remate por Feliz mas ao lado e logo de seguida, livre de Wilian e cabeça de Fernandinho ao lado. O Santa Clara baixou as linhas mas sempre que podia explorava o contra-ataque e Fernando apareceu novamente isolado na cara de Gabriel sendo que desta vez o guarda-redes da casa conseguiu defender o remate do jogador “mais” dos açorianos na partida. Novamente os forasteiros e cruzamento de Reis da esquerda e Santana a não conseguir emendar para a baliza. O Famalicão respondeu, cruzamento de Feliz e Wilian, sempre muito rematador, a chutar por cima da baliza de Serginho. Carlos Pinto foi o primeiro treinador a mexer, saiu Fernando, melhor jogador em campo e entrou Burke e Dito respondeu tirando Fernandinho e colocando o central João Faria na frente para ganhar altura e presença na frente de ataque. De seguida os da casa estiveram perto de chegar ao empate, canto da esquerda, bola rechaçada pela defesa açoriana, Jorge Miguel no remate de ressaca de fora da área com a bola a passar perto da baliza do Santa Clara.

Dito voltou a mexer e fez entrar Dinis Lopes e tirou Fred e pouco depois, Wilian, o mais rematador dos famalicenses, novamente a fazer uso do seu pé direito e a rematar por cima da baliza adversária. Dito jogou a última cartada, tirando Diogo Cunha e colocando Pedrinho e Carlos Pinto também mexeu, tirando Reis e colocando Ventura no seu lugar e pouco depois esgotou as substituições fazendo entrar Clemente e tirando o esgotado Santana. Mas nada se alterou até ao apito final do árbitro, 2-1 para o Santa Clara, Famalicão eliminado da Taça da Liga e ainda sem muitos reforços disponíveis para este jogo devido a faltar certificado internacional. O Famalicão recebe dia 6 de Agosto o Arouca, em jogo a contar para a 1ª jornada da Ledman Liga Pro. Estiveram 1505 espectadores no Municipal de Famalicão.

Um “Ataque” ao título

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fc porto cabeçalho

No Real Madrid existe o tridente atacante BBC (Bale-Benzema-CR7), no Barcelona os craques da frente constituem o MSN (Messi-Neymar-Suarez) e no FC Porto poderemos vir a ter nesta época um mas, ou melhor o MAS (Marega-Aboubakar-Soares). No entanto, esta sigla formada pelos três avançados portistas, transmite uma ideia clara de dificuldade e obstáculo e dificilmente se concretizará.

Os três jogadores estão neste momento à disposição de Sergio Conceição e são opções válidas, MAS pode não dar certo. Para começar, tratam-se de três jogadores muito ofensivos que dificilmente alinharão juntos tanto num 4-4-2 como num 4-3-3 e para além disso a continuidade de Aboubakar e Marega no plantel azul e branco ainda é incerta.

Contudo, seria interessante imaginar um cenário em que os atacantes continuassem todos de dragão ao peito, isto porque os três atacantes portistas somam entre eles quase uma centena de golos na liga portuguesa, 93 golos para ser mais preciso.

Tiquinho Soares, 88 jogos e 37 golos, parte neste momento como o principal favorito a assumir as “rédeas” do ataque portista face à sua fantástica segunda metade da época ao serviço do FC Porto. O atacante brasileiro, que foi o segundo melhor marcador da época passada, deverá manter-se no dragão e o seu nome é sinónimo de golos.

Quanto a Vicent Aboubakar conta com 62 jogos e 26 golos e é com muito agrado que vejo o seu regresso ao FC Porto. Nos dois primeiros testes do FC Porto no México é notória a influência do ponta de lança camaronês e apresenta-se neste momento como o melhor reforço dos dragões. No entanto, a continuidade do jogador é incerta a cada dia que passa e o próprio Aboubakar não facilita a averiguação do caso com declarações contraditórias. Desde que regressou ao dragão, o atacante já disse que: “É um grande prazer estar de volta”, no entanto, perante uma aparente proposta da Premier League, o próprio jogador declarou: “Não quero perder esta oportunidade”. Declarações contraditórias para uma novela sem fim à vista. Mas, a meu ver, justifica-se esta atitude do jogador, isto porque o jogador foi constantemente desvalorizado no seu tempo de dragão ao peito. Talvez os adeptos portistas tivessem mal habituados com pontas de lança de excelência como Falcão e Jackson Martinez, mas a verdade é que agora o FC Porto precisa de “mendigar” para que Aboubakar continue no plantel.

Fonte: FC Porto
Fonte: FC Porto

Por fim, surge Moussa Marega com 78 jogos e 30 golos. O avançado maliano é um dos jogadores que mais divide os adeptos portistas. Afinal, Marega merece ou não uma segunda oportunidade no FC Porto? Para mim, a resposta é sim. Apesar de uma primeira passagem menos feliz pelos dragões, a verdade é que Marega teve excelentes desempenhos no Marítimo e mais recentemente no Vitória de Guimarães, onde durante várias jornadas se manteve como o melhor marcador da liga. Para além disso, ainda está fresca na memória, a reação do jogador perante insultos ao FC Porto na final da Taça de Portugal, defendendo o clube de forma apaixonada, algo que agrada a qualquer adepto portista. No entanto, o próprio treinador Sérgio Conceição já alertou o maliano: “Não terá uns primeiros tempos muito fáceis”.

Numa altura de testes, característico da pré-época, já é possivel verificar alguns traços do novo FC Porto à imagem de Sérgio Conceição. Para já, é visível uma equipa ofensiva e atacante em que a lei do remate predomina e para tal ser cumprida é fundamental a qualidade dos seus atacantes. Qualidade e quantidade existe na frente no plantel dos dragões. Para além do MAS (Marega, Aboubakar e Soares), o FC Porto ainda conta com os jovens talentos Rui Pedro e Galeno.

O FC Porto vai precisar de marcar, ganhar e conquistar nesta nova época. MAS será suficiente?

Foto de Capa: Bola na Rede