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Confusões à parte, sábado anda à roda

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Os dias que vêm antecedendo o clássico de sábado têm sido, há falta de melhor palavra, um escabeche. Bem sei que nos últimos tempos tudo o que envolva jogos entre Benfica e FC Porto tem sempre uma pitada de conflito externo, ou se preferirem, de mind games, mas desta vez já chega a roçar o ridículo.

O foco devia estar naquilo que se vai passar dentro das quatro linhas, sábado, dia 1 de Abril, pelas 20h30 no Estádio da Luz, e não o que o tipo que tirou o MBA em Gestão Desportiva que coordena a claque do Porto disse/mandou fazer e as queixinhas que o Benfica e a FPF andam a fazer na praça pública. Por isso, falemos de bola, sff!

Este campeonato, até agora só conheceu dois rumos. Um em que o Benfica, com mais ou menos escorregadela, não abdica da liderança, e outro onde o Porto, com mais ou menos coxeio de exibições, tem feito uma fiel perseguição ao primeiro lugar. A menos que no final do jogo se registe um empate, as coisas vão mudar.

Para já é preciso dizer uma coisa, ganhe o Benfica ou ganhe o Porto, nada, mas nada, fica decidido no que ao campeonato diz respeito. Nesta altura os dois encontram-se a um ponto de distância, por isso, não será uma diferença de três pontos com mais sete jogos pela frente, pós-clássico, que alguma coisa fica decidida.

Está na hora de balançar as redes do FC Porto Fonte: SL Benfica
Está na hora de balançar as redes do FC Porto
Fonte: SL Benfica

Sem dúvida alguma que ajuda a pintar um certo cenário. Ora vejamos algumas hipóteses. Em caso de vitória do FC Porto, os dragões continuam a ter uma tarefa complicada para chegarem ao título. Pela frente, têm de ir a Braga, Chaves e à Madeira para defrontar o Marítimo. O Chaves pode estar a perder algum gás, mas ainda assim, não deixa de ser uma deslocação difícil. Já Braga e Marítimo são terrenos onde habitualmente os dragões sentem dificuldades em sair de lá com os três pontos.

Contudo, o Benfica também não tem melhor sorte. Logo depois do jogo com o Porto há uma ida a Moreira de Cónegos, dois jogos antes do Benfica ter encontro marcado em Alvalade com o Sporting, naquele que pode muito bem ser o jogo título. Antes dos leões há uma recepção ao Marítimo e depois uma viagem até Vila do Conde para jogar com o Rio Ave e nas últimas duas jornadas há que receber o Vitória de Guimarães e terminar o campeonato, no Bessa, frente ao Boavista.

Estes são os cenários depois do jogo. Por isso há que também olhar para as vertentes antes do jogo. O Porto tem a melhor dupla de atacantes do campeonato. André Silva com 15 golos e o recém-chegado Tiquinho Soares com 16 fazem com que a baliza à guarda de Ederson esteja em constante perigo, mas não só eles que podem constar como ameaças.

Para além dos da frente, o Benfica tem de ter olho em Brahimi, Corona e Óliver, os três responsáveis por fazer a dupla dianteira funcionar tão bem no que à pontaria diz respeito. Mais a mais é preciso lembrar que o FC Porto tem a melhor defesa do campeonato. O quarteto formado por Maxi, Marcano, Filipe e Alex Telles tem feito um bom trabalho para afastar o perigo da baliza de Iker Casillas.

Já no Benfica vivem-se tempos estranhos, mas com a devida chama inerente ao clube e boas armas, talvez a coisa se resolva bem no sábado. Jonas, segundo os jornais desportivos, será uma flecha apontada ao espanhol que guarda as redes dos dragões. A juntar-se a ele deve estar o suspeito do costume, Kostas Mitroglou, homem que esta temporada já apontou 25 golos em 37 jogos. Pizzi, Salvio e Zivkovic são outros dos mais prováveis intervenientes a estarem em campo no onze inicial de Rui Vitória e devem contar com a companhia de Nélson Semedo, Luisão, Lindelof e Eliseu.

Benfica e FC Porto medem forças na luta pelo primeiro lugar. Frente a frente vai estar o líder do campeonato contra o melhor ataque e a melhor defesa da prova. Quem sair vencedor não sai nada a mais do que isso, mas fica em boa posição para, em Maio, lançar os foguetes e apanhar as canas.

 

Sub 21: Alemanha 0-1 Portugal: Sob a batuta do mestre Bruno

Cabeçalho Seleção Nacional

Portugal venceu esta tarde a Alemanha por 1-0, em mais um encontro de preparação para o Europeu de Sub 21. Num encontro onde Portugal foi sempre superior taticamente à seleção alemã, Portugal conseguiu um merecido triunfo, materializado com um golo fantástico de Bruno Fernandes.

Rui Jorge apostou num onze com várias alterações em relação ao particular da semana passada, frente à Noruega. Apenas se manteve o quarteto defensivo composto por Fernando Fonseca e Kevin Rodrigues nas laterais, com Edgar Ié e Ruben Semedo no centro. Joel Pereira foi o guarda redes, relegando Miguel Silva para o banco de suplentes. Ruben Neves, Bruno Fernandes e João Carvalho formaram o meio campo, numa estrutura mais semelhante àquela que é mais utilizada pelo selecionador. No ataque, Daniel Podence iniciou o encontro, no apoio aos dois avançados mais móveis, Carlos Mané e Diogo Jota. A equipa alemã també tinha alguns elementos conhecidos do panorama do futebol mundial, como Matthias Ginter, central do Borussia Dortmund, Leon Goretzka e Max Meyer, ambos atletas do Schalke 04, ou Davie Selke, que nos marcou um golo no verão passado, no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos.

O encontro tinha ainda outro aperitivo: nos últimos dois encontros entre Portugal e Alemanha em que a nossa seleção foi orientada por Rui Jorge, tivemos resultados bem distintos. Em junho de 2015, nas meias finais do Europeu Sub 21, Portugal goleou a Alemanha por 5-0, enquanto no verão passado a Alemanha goleou Portugal por 4-0 nos quartos de final dos Jogos Olímpicos.

A partida começou equilibrada, com Toljan e Bruno Fernandes a terem remates ameaçadores para as balizas de Joel Pereira e Vlachodimos, respetivamente. O meio campo de Portugal, dotado de enorme qualidade técnica, estava a ter alguma dificuldade perante o musculado conjunto germânico, que tinha no seu capitão, o jogador do Wolfsburgo Max Arnold, um dos maiores dínamos. Depois de mais uma ameaça de Goretzka, Portugal esteve perto do golo num lance de transição rápida, com um remate perigoso de Diogo Jota a passe de Podence. O jogo continuou sempre na mesma toada, até que a nossa seleção teve um momento genial num lance de “laboratório”. Após um canto batido do lado esquerdo por João Carvalho, Bruno Fernandes rematou de primeira, de fora da área e sem deixar a bola tocar o chão antes de rematar sem hipóteses de defesa para Vlachodimos. Foi um golo absolutamente espetacular do médio da Sampdoria, capitão da nossa seleção de esperanças.

Sempre que apostava na transição rápida, Portugal conseguia criar perigo à seleção alemã, principalmente devido à ação de Bruno Fernandes e João Carvalho. Apesar dos germânicos terem mais posse de bola, nunca foram capazes de dominar o encontro, tendo encontrado sempre pela frente uma turma portuguesa muito equilibrada e serena, que já equilibrava os índices estatísticos no final da primeira metade. Até ao intervalo, houve mais oportunidades para ambas as equipas. Carlos Mané e Diogo Jota viram Vlachodimos negar-lhes o golo com ótimas defesas. Do lado contrário, Kempf, Meyer e o perigoso Selke ainda ameaçaram a baliza de Joel Pereira, mas o guardião português esteve sempre atento e a seleção lusa conseguiu chegar em vantagem ao intervalo.

No intervalo, Rui Jorge colocou em campo Rony Lopes e Ricardo Horta para os lugares de Diogo Jota e Carlos Mané. A Alemanha fez mais alterações no reatamento do encontro. Os alemães começaram melhor a segunda metade, mas a melhor oportunidade do primeiro quarto de hora foi de Portugal. Daniel Podence roubou uma bola no meio campo e levou-a até dentro da área onde, perante Vlachodimos, rematou ao lado. Pouco depois, Francisco Ramos e Gonçalo Paciência renderam Podence e João Carvalho, com Portugal a mudar o seu figurino, passando a ter uma referência mais posicional na frente de ataque. Contudo, o jogo estava muito mais morno do que nos primeiros 45 minutos. Nessa altura, saíram também os dois principais motores do jogo alemão, Max Meyer e Maximilian Arnold, tornando a seleção germânica mais lenta e mais previsível no seu jogo ofensivo. Para os seus lugares entraram Levin Oztünali e Hany Mukhtar, um jovem que ainda tem contrato com o Benfica e está emprestado ao Brondby.

Até ao fim, os alemães tentaram empatar (destaque para um cabeceamento bastante perigoso de Philipp a dois minutos dos noventa), enquanto Portugal criou sempre algum perigo através de ataques rápidos. Contudo, o resultado não se alterou. Portugal teve mais uma excelente vitória na preparação para o Europeu da Polónia. A seleção comandada por Rui Jorge não perde desde 2011 e, a avaliar pelos desempenhos recentes, parece que esse mau resultado ainda não está próximo. Continua a ser espantoso o trabalho de Rui Jorge e a qualidade dos jogadores que vão aparecendo, como o exemplo mais recente do lateral esquerdo Kevin Rodrigues, que se estreou nesta dupla jornada. Assim iremos longe!

Rui Patrício: O senhor do jogo 400, a caminho do recorde

sporting cp cabeçalho 2Esta temporada, Rui Patrício atingiu duas marcas na sua carreira: celebrou dez anos da sua estreia na baliza do Sporting e, ainda, o jogo 400 ao serviço da equipa principal. Titular indiscutível para Jorge Jesus, esta época já defendeu a baliza do Sporting por 31 ocasiões.

Um dos melhores guarda-redes da atualidade, estreou-se com apenas dezoito anos, numa deslocação ao Estádio dos Barreiros: esta foi mesmo uma estreia de sonho para o guarda-redes leonino, o Sporting acabaria por vencer o Marítimo e Rui defendeu uma grande penalidade.

Época após época, foi-se afirmando na equipa leonina, sendo hoje uma das estrelas que brilha de leão ao peito. Com apenas 29 anos, Rui Patrício atingiu a marca do jogo 400, entrando assim para o top-10 dos jogadores com mais partidas disputadas com a camisola do Sporting. Recorde-se que os três jogadores com mais jogos na história do clube leonino são Hilário com 471, Vítor Damas com 444 e Manuel Fernandes com 433.

Rui Patrício atingiu a marca dos 400 jogos pelo Sporting no mês passado, frente ao Rio Ave Fonte: Sporting CP
Rui Patrício atingiu a marca dos 400 jogos pelo Sporting no mês passado, frente ao Rio Ave
Fonte: Sporting CP
Rui Patrício é hoje, sem sombra de dúvida, o melhor guarda-redes português e, ao serviço da seleção portuguesa, tem 57 internacionalizações, tendo sido considerado o melhor na sua posição, no Euro 2016. Além disso, o guarda-redes leonino foi eleito o terceiro melhor guarda-redes do mundo pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS). O titular da seleção nacional já conquistou três Taças de Portugal, três Supertaças e o Campeonato da Europa de 2016.
A cada jogo, a cada época, a cada defesa, Rui transforma-se, de dia para dia, numa referência do Sporting Clube de Portugal. É um guarda-redes que vale pontos, vale vitórias e vale títulos. Formado na Academia de Alcochete, e ao fim de dezassete anos de verde e branco, pode atingir o recorde de jogos ao serviço do Sporting. Assim fique por cá por muitos e bons anos!
Foto de capa: Sporting Clube de Portugal
Artigo revisto por: Francisca Carvalho

Os Clippers resumidos num fim de semana

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Cabeçalho modalidadesForam dois dias de extrema importância para os Los Angeles Clippers: com jogos caseiros frente aos Utah Jazz e Sacramento Kings, a equipa treinada por Doc Rivers tinha a oportunidade de se aproximar do quarto lugar (ocupado pelos Jazz), que dá direito a vantagem caseira na primeira ronda dos playoffs. Com uma vitória confortável sobre os Jazz no sábado e uma vantagem de dezoito pontos a cinco minutos do fim, no domingo, o fim-de-semana da equipa de L.A. parecia bem encaminhado. O problema é que depois aconteceu o que acontece sempre: os cérebros pararam de funcionar, os braços já não sabiam lançar uma bola, as pernas não tinham força suficiente para correr para a defesa e os Clippers perderam contra uma equipa que, nesta altura da época, está mais interessada em derrotas em casa, voltando a afastar-se do quarto lugar.

O fim-de-semana começou bem para os Clippers, que se aproximaram dos Utah Jazz, concorrentes diretos na luta pelo quarto lugar da Conferência Oeste e garantiram matematicamente a sua presença nos playoffs. Foi um jogo dominado do início ao fim pela equipa de Doc Rivers, que teve, por isso, a possibilidade de descansar os seus melhores jogadores, durante mais tempo, durante o jogo. Este era um aspeto importante, uma vez que, 24 horas depois, os Clippers estariam de volta ao Staples Center para defrontar os disfuncionais Sacramento Kings.

E no domingo, tudo parecia correr de acordo com o esperado: a cinco minutos do fim da partida, os Kings iam perdendo 94-76 em casa dos Clippers, que já iam “esvaziando o banco”, aproveitando para descansar os titulares. O mundo dos Clippers era cor-de-rosa, recheado de algodão doce e arco-íris. Mas como sempre acontece (e reforço o sempre, porque não é exagero), a equipa de Los Angeles veria o seu mundo escurecer num ápice. Os Kings começaram um parcial de 22-3,  que só parou na buzina final, com a equipa da casa a conseguir os seus pontos apenas da linha de lance-livre. Chris Paul, DeAndre Jordan, Blake Griffin e companhia saltaram para o campo para tentar evitar o descalabro, mas só ajudaram à festa de lançamentos falhados de uma equipa que tem o estranho hábito de bloquear nas piores alturas, época sim, época sim.

la clippers nba
Fonte: usatoday

Para tornar este jogo de domingo em algo ainda mais surreal, por 360 vezes uma equipa chegou aos últimos cinco minutos do jogo a ganhar por 18 pontos ou mais, esta temporada na NBA. Em 359 ocasiões, a equipa ganhou. Porém, no domingo, os Clippers inovaram. Esta é a mesma equipa que já desperdiçava vantagens de 3-1 nos playoffs antes dos Warriors fazerem disso uma proeza viral. Os Clippers são também a equipa que deposita, ano após ano, todas as suas esperanças num campeonato, para saírem antes das finais de conferência. Aliás, eu proponho aqui que se acrescente ao dicionário o verbo “Clippar”, que significaria “estar bem encaminhado, mas falhar no final”.

A boa notícia no meio disto tudo para os adeptos dos Clippers é que este ano a sua saída precoce dos playoffs não deixará um “amargo de boca”. Será sim apenas parte do curso normal de uma equipa que parece não querer dar o passo seguinte, comandada por um treinador que vive dos seus sucessos de há dez anos atrás e que é incapaz de assumir as suas culpas, uma vez que seja.

Foto de capa: nbalead

Artigo revisto por: Francisca Carvalho

FC Porto B: Talento a marinar

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fc porto cabeçalho

Depois de um ano em que bateu todos os recordes, conquistando um inédito título de campeão, o FC Porto B vive um momento delicado, ainda que de maior tranquilidade em comparação com algumas semanas atrás. Naturalmente que a sustentabilidade de uma equipa B não pode nunca ser avalizada pelos resultados desportivos mas sim pela potencialização de jovens valores, assegurando, cuidadosamente, a finalização de um processo formativo para posterior integração no escalão sénior. Claro está que, implementar o hábito de vitória na cabeça dos atletas é, também, uma das preocupações de quem os orienta e, por isso, a brilhante prestação da época anterior só pode encher de orgulho e descansar, quanto ao futuro, os adeptos portistas.

Na origem desta diferença ‘resultadista-performativa’ em relação ao ano passado estão vários fatores, dos quais se destacam, facilmente e à vista desarmada, a saída de Luís Castro e a rodagem de alguns dos pilares dessa equipa ‘sensação’ em formações de Primeira Liga. Para esta época, o FC Porto B viu-se privado de Rafa Soares (já havia saído em janeiro de 2016 para rodar na Académica), Victor García (está no Nacional), Erik Palmer-Brown, Pité (Tondela), Tomás Podstawski (lesionou-se logos nas primeiras jornadas do campeonato e permanece em recuperação), Francisco Ramos (que entretanto voltou à equipa depois de se lesionar gravemente na pré época, em Chaves), André Silva, Ismael Diáz (também só voltou à competição recentemente, após paragem prolongada por lesão) e Gleison (Paços de Ferreira/Portimonense).

Fonte: FC Porto
Fonte: FC Porto

Ora, falamos de nove jogadores absolutamente determinantes na conquista do título de campeão da II Liga em 2015/2016. Para se ter uma pequena noção das diferenças entre os figurinos habituais das duas épocas, vejamos o seguinte: em 15/16, o FC Porto atuava preferencialmente com José Sá, Victor García, Chidozie, Erik-Palmer Brown/Maurício, Rafa, Omar Govea, Francisco Ramos, João Graça, Ismael Diáz, Gleison e André Silva. Atualmente, e tendo em conta a constante rotação do plantel a que Folha se tem sujeitado, não é, de todo, possível encontrar um onze base para este FC Porto B, contudo, impera a seguinte lógica: Gudiño, Fernando Fonseca, Verdasca, Chidozie, Inácio, Omar, Francisco Ramos, Fede Varela/João Graça, Galeno/Kayembe, Ismael/Ruben Macedo e André Pereira/Rui Pedro.

Foto de Capa: FC Porto

A Máquina do Tempo: Semana de Clássico

fc porto cabeçalhoEm semana de Clássico decisivo para as contas finais da Liga NOS 2016/2017, inauguramos a nova rubrica: Máquina do Tempo. Como o próprio nome indica, este será um espaço para viagens temporais ao passado glorioso do nosso FC Porto.

A primeira viagem será curta. Vamos recuar à época 2011/2012: Clássico entre Benfica e FC Porto, no Estádio da Luz.

Em duas épocas de vida, este terá sido, talvez, o Clássico que mais me marcou enquanto portista e aquele cujas características mais se assemelham ao jogo grande do próximo dia 1 de Abril. Há cinco anos atrás, o FC Porto teve, tal como na época atual, um arranque de época em falso e cedo deixou os encarnados assumirem a liderança do campeonato e abrirem um fosso de cinco pontos de vantagem. O Porto pós André Villas Boas demorou a encarreirar e os comandados de Vítor Pereira pareciam incapazes de contrariar um Benfica ferido no orgulho por tudo o que se passara no ano anterior. No entanto, já no início de 2012, o FC Porto foi capaz de recuperar os tais cinco pontos ao seu eterno rival e chegar à jornada 21 (a nove do fim do campeonato) em igualdade pontual, no topo da tabela classificativa.

Fonte: http://www.porta19.com/
Fonte: http://www.porta19.com/

E que grande jogo de futebol a que assistimos! O Porto abriu o marcador cedo e à lei da bomba, com Hulk a disparar sobre a meia direita, fora do alcance de Artur (guarda-redes do Benfica), fazendo, dessa forma, um grande golo. Depois, e após um início de jogo fulgurante da equipa nortenha, o Benfica subiu no terreno e deu a volta ao jogo. Oscar Cardozo, por duas vezes (aos 42 e 47 minutos), virou o resultado a favor das águias. O FC Porto via-se, então, com mais uma montanha para escalar. Aos 58 minutos, Vítor Pereira lança o colombiano James Rodriguez na partida e tudo muda. O colombiano, que viajara para a sua seleção e que chegara a Portugal na manhã do jogo, foi a chave do jogo. Os dragões passaram para o comando das operações e James fez o empate seis minutos depois de ter entrado, numa lição de bem contra-atacar.

O jogo ainda voltou a equilibrar, mas a expulsão de Emerson, defesa do Benfica, aos 77 minutos, desequilibrou por completo e de vez os pratos da balança a favor dos azuis e brancos que se lançaram em busca da vitória, nos minutos finais. O golo acabaria mesmo por surgir (já depois de o árbitro ter feito vista grossa a um penalty claro de Óscar Cardozo por mão na bola), pelo defesa central, Maicon, a corresponder de cabeça (ainda que em posição irregular que passou despercebida ao fiscal de linha de Pedro Proença) a um livre cobrado por James do lado direito do ataque portista. O FC Porto conseguia, assim, materializar e reviravolta e abria caminho para mais um título de campeão, o 26º da sua história.

Hoje, como há cinco anos, cabe ao FC Porto entrar personalizado no Estádio da Luz, demonstrando toda a sua força e superioridade. Os comandados de Nuno Espírito Santo protagonizaram, até agora, uma recuperação bastante meritória (lembro que a distância pontual chegou a ser de sete pontos), encontrando-se a apenas um ponto de desvantagem do SL Benfica mas, todo esse trabalho e esforço terá sido em vão se, no sábado, o FC Porto não levar de vencida a partida. É o jogo da época.

Foto de Capa: FC Porto

Artigo revisto por: Francisca Carvalho

Milton Mendes, a esperança do Vasco

Cabeçalho Liga Brasileira

O Vasco da Gama agora tem um novo comandante, trata-se do “desconhecido” Milton Mendes. O treinador de 51 anos nunca treinou uma equipe grande da região Sudeste e agora tem a grande chance da sua carreira no Gigante da Colina. Na temporada passada, Mendes foi campeão Pernambucano e da Copa do Nordeste pelo Santa Cruz. Porém, a Cobra Coral não fez uma boa campanha na Série A e o treinador acabou sendo demitido durante a competição. Milton Mendes também possui passagem pelo futebol do Qatar e de Portugal onde treinou o Machico e o Marítimo. Como jogador iniciou a sua carreira no próprio Vasco da Gama, entretanto atuou por 15 anos em Portugal.

O desafio será muito grande. O Vasco é recém promovido à Série A e tem reformulado o seu elenco no decorrer da atual temporada. Após a fracassada tentativa da diretoria em apostar no trabalho do Cristóvão Borges – no início do ano – o time vascaíno se vê em situação preocupante para o resto da temporada, principalmente para a disputa do Campeonato Brasileiro. Eliminado da Copa do Brasil, pelo Vitória, e não convencendo no Campeonato Carioca, o Vasco tentará se reerguer até o início do Brasileirão.

O catarinense Milton Mendes tem a missão de reerguer o futebol vascaíno Fonte: foxsports.com.br
O catarinense Milton Mendes tem a missão de reerguer o futebol vascaíno
Fonte: foxsports.com.br

Milton Mendes terá muito trabalho pela frente. Talvez o principal deles é dar uma organização tática ao time. O time treinado pelo antigo treinador era uma bagunça em campo e não possuía padrão de jogo. É evidente que o time precisará de algumas peças novas para dar uma maior opção para o comandante, atualmente o elenco é limitado e não vejo muitas aspirações na Série A. Evitar o rebaixamento – que se acontecer será o quarto rebaixamento nos últimos nove anos – é muito pouco para um time com a tradição do Vasco do Gama, mas devido a grandes problemas – inclusive administrativos – que o clube enfrenta essa deve ser a realidade do Vasco para essa temporada.

Milton Mendes faz parte da nova safra de treinadores brasileiros que são considerados modernos. Milton realizou alguns cursos na Europa e é um estudioso do futebol. Perfil de treinador que até surpreendeu ao ser convidado para treinar o clube, uma vez que o presidente vascaíno tem uma maneira de gerir o futebol pouco adequada para a atual realidade do esporte.

Chegou o momento da torcida abraçar o time e confiar no seu novo comandante. O Vasco da Gama é enorme e para voltar a triunfar no futebol precisará da paciência dos torcedores e de bom planejamento, algo que o treinador parece ter.

Foto de capa: Losandes.com.br

A temida palavra “lesão”

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sl benfica cabeçalho 1

E é isto, a poucos dias de um clássico importantíssimo, a seleção portuguesa joga um amigável em território madeirense com jogadores que vão ser certamente protagonistas da próxima jornada nacional. Fernando Santos, engenheiro Fernando Santos, carrega nas suas costas uma pressão dos adeptos dos dois líderes nacionais, para a não utilização dos jogadores dos tais clubes.

Se do lado do FC Porto, nada me preocupa. Do lado do Benfica, a conversa é outra. Pizzi, Nelson Semedo e Eliseu vão voar com a seleção para a Madeira e há uma forte possibilidade de representarem as cores nacionais. Enquanto que o médio, camisola 17 na seleção, jogou apenas 5 minutos do encontro frente ao colectivo da Hungria, Semedo e Eliseu não chegaram a entrar pra dentro das 4 linhas da Catedral.

Estes 3 jogadores deverão ser titulares no encontro frente ao vice-líder do campeonato e  uma lesão neste momento seria um pesadelo.

Semedo está numa forma incrível, com números impressionantes, tem sido um dos mais utilizados da presente época. Classe no jogo ofensivo e cada vez mais completo nas zonas recusas do relvado, a única alternativa em caso de lesão seria André Almeida.

O camisola 50 está nos convocados a par de Cancelo e Cédric e portanto há alguma possibilidade de, tal como os dois nomes referidos, entrar na ficha de jogo. E porquê? Porque Fernando Santos aposta na juventude e conta com a possibilidade de fazer mais de 3 substituições. O jovem lateral vai ser certamente um nome a esperar que entre no clássico e não terá tarefa fácil pela frente.

Pizzi é um dos jogadores imprescindíveis para Rui Vitória Fonte: SL Benfica
Pizzi é um dos jogadores imprescindíveis para Rui Vitória
Fonte: SL Benfica

Brahimi está a crescer jogo após jogo e Semedo irá ter trabalho bastante dificultado. A par dos restantes 2 benfiquistas na seleção, gosto da qualidade individual e colectiva do Nelson. A forte química com os colegas de equipa, sejam alas ou mesmos jogadores do corredor central do meio campo, deixam-me bastante tranquilo para o jogo que se aproxima.

Eliseu, ninguém te quer mas continuas a mostrar trabalho suficiente. Quando Grimaldo “desapareceu”, surgiu o Almeida mas rapidamente a nação encarnada entendeu que era preciso mais experiência no lado esquerdo da defesa. Como referi, Eliseu não jogou no último encontro da seleção pois Guerreiro é sempre uma aposta mais confiante na luta pelo lugar.

Amanhã, o açoriano pode vir a ser utilizado e assista-me o risco de lesão. O Porto tem apostado em jogar sem um puro extremo direito mas Corona sempre que entra faz estragos devastadores. O experiente esquerdino conta com a concorrência do já referido camisola 34, e do brasileiro nunca utilizado Hermes.

Entre os 3, não haja dúvidas que o clássico precisa de Eliseu ao lado dos restantes colegas de campo.Numa altura em que está numa excelente forma, e com um Porto com a possibilidade de jogar sem ala ofensivo direito, o campeão europeu pode muitas vezes surgir em zonas ofensivas e a dar bastante uso ao forte pé esquerdo: seja a rematar as redes de Casillas ou seja a cruzar tenso como o caracteriza.

Por fim, talvez o caso mais delicado dos 3 jogadores. Pizzi fugiu o amarelo em Paços de Ferreira, mostrou-se disponível para o clássico do próximo fim de semana, e agora uma lesão seria morrer na praia. O médio ofensivo tem sido motor das jogadas de ataque dos encarnados. Rápido e eficaz no transporte de bola defesa ataque, é também o segundo melhor marcador da equipa de Rui Vitória.

O aspecto que pode ser determinante para o encontro frente ao Porto é a sua visão de jogo. O que quero dizer com isto? Há um Benfica com Pizzi e há outro Benfica sem Pizzi. O camisola 21 apresenta-se como motor do meio campo e principal jogador que desloca ou transporta a bola para os alas encarnados. Num meio campo que deverá ser composto por Oliver Torres e Danilo, Pizzi tem que aproveitar o grande espaço que o espanhol deixa do tronco português. A dupla azul e branca joga muito afastada um do outro e é um aspecto a ser aproveitado pelo atleta da luz.

Analisando assim  3 casos que deverão ter cuidado no jogo da seleção, espero claramente que estejam no máximo das condições para o jogo mais decisivo da jornada. O Benfica não pode fraquejar em casa e terá que silenciar um FC Porto que está a crescer encontro após encontro. Do lado de Fernando Santos, tenha cuidado com os nossos meninos! Do lado de Rui Vitória, carrega Benfica!

Foto de Capa: SL Benfica

A oportunidade de Jorge Jesus

sporting cp cabeçalho 2

Agora que o Sporting Clube de Portugal não tem como objectivo futebolístico qualquer título desportivo, chegou a oportunidade perfeita para Jorge Jesus ganhar vantagem sobre os seus adversários.

Que até ao final da época molde a equipa aos seus objectivos e faça as experiências que tem de fazer. Que veja os jovens que poderão ter lugar no plantel a curto prazo e que veja quem poderá ser útil no próximo ano, no ataque à candidatura ao título. No próximo ano é a tua última oportunidade, Jorge.

Tens (e tiveste) alguns meses para ver e testar a qualidade daqueles que para o ano garantirão lugar na primeira equipa do Sporting e não podes repetir os flops do ano passado. Até eu, que acho que és um treinador com enorme qualidade, acho que foram demasiados. Está na altura de ver se Esgaio é verdadeiramente opção e se Podence e Geraldes encaixam no teu sistema de jogo (sim, podes até repensar isso e equacionar teres vários sistemas de jogo). Se queres transformar Geraldes num João Mário ou Podence num Gelson, está na altura de colocares a equipa a jogar nessa tática. E sim, não precisas de fazer tudo na mesma semana, mas também não convém deixares para tarde demais.

Jesus tem oportunidade para montar a equipa mais cedo que os adversários. Quem da cantera verde-e-branca merecerá ter lugar no Sporting 2017/2018? Fonte: Instagram de Francisco Geraldes
Jesus tem oportunidade para montar a equipa mais cedo que os adversários. Quem da cantera verde-e-branca merecerá ter lugar no Sporting 2017/2018?
Fonte: Instagram de Francisco Geraldes

Esta é a tua pré-época… Normalmente os treinadores dizem que têm pouco tempo para moldar a equipa à sua imagem… tu agora até tens demais. Toda a gente sabe que tens alguns estilos de jogador “fetiche”, e é inegável que procuras sempre esses jogadores à imagem “Jorge Jesus”. Aproveita agora que a situação futebolística esta época já está resolvida, para procurares esses que se enquadram no teu perfil.

Aproveita este momento mais fraco e transforma-o numa oportunidade para o sucesso, pois esta é a tua última oportunidade Jorge. Para o ano quero-te novamente a cantar “O Mundo sabe que” com a tua garra tão leonina!

Abraço, Mister!

Foto de capa: Forum SCP

 

 

Queixinhas, o novo exército do boicote

sporting cp cabeçalho 2

Em semana de seleções, continua a polémica no futebol português. As virgens ofendidas da Luz descobriram a palavra “boicote” no dicionário e decidiram começar a dar-lhe uso.

A rábula começou na Gala das Quinas de Ouro, no início da semana, onde o Benfica não compareceu. Os encarnados gostam de associar os comunicados a Bruno de Carvalho e ao Sporting, mas pegaram na moda durante esta semana. Começaram na segunda feira, com um documento onde dizem alarvidades como “inequívoca dualidade de critérios da justiça desportiva”, ou “O Benfica continuará o seu projeto de engrandecimento do futebol português”. Não sei qual das duas será mais ridícula… O Benfica queixa-se da “dualidade de critérios da justiça desportiva” mas, pelo contrário, não se queixa da dualidade de critérios que existe dentro das quatro linhas. Aí calam-se e só abrem a boca quando não ganham, através do seu treinador que leva seis milhões às costas para protestar com os árbitros no centro dos campos de futebol.

Um golo para seis milhões de queixinhas e quatro milhões de malfeitores Fonte: Seleções de Portugal
Perante o boicote da formação do Benfica, tiveram de ser André Silva e Ronaldo a marcarem os golos portugueses
Fonte: Seleções de Portugal

Depois deste triste episódio das Quinas de Ouro, veio o boicote ao jogo da seleção no Estádio da Luz. Ninguém da estrutura benfiquista esteve presente no seu próprio estádio em apoio à seleção. Não sei se já adivinhavam que o onze escolhido por Fernando Santos ia ter sete jogadores formados no Sporting e nenhum da melhor formação do Dubai, ou se foi apenas porque não houve colinho em Paços de Ferreira. Aliás, a formação do Benfica já vem fazendo boicote ao onze da seleção há muitos anos. Não participo da corrente dos que já dizem que a seleção devia deixar de jogar na Luz. A nossa seleção tem um excelente registo de resultados no Estádio da Luz, e a estupidez dos dirigentes do Benfica não deve ser motivo para uma tomada de decisão tão extrema. Fica o registo dos boicotes, dos comunicados e dos protestos, antes de um mês onde o Benfica vai defrontar os seus dois maiores rivais. Nada é por acaso, e Luís Filipe Vieira e a sua pandilha têm tudo muito bem estudado.

Depois, vem a lengalenga da coação aos árbitros. A música é-nos transmitida por um treinador que vai sempre questionar os árbitros quando não ganha e pelos “comentadores” especialistas do choro e do boicote.