Lutas e sonhos diferentes colidiram no Cidade de Coimbra. O do regresso ao escalão principal, ambicionado pela Académica, foi engolido pelo da manutenção, ansiada pela AD Fafe.
Desde cedo se percebeu a diferença entre as duas equipas. Enquanto que a AD Fafe entrou mais preocupada em fechar os espaços de acesso à sua baliza, a Académica não teve preocupações em assumir o jogo, sob a batuta de Leandro Silva.
Um contexto que se acentuou logo aos 5 minutos, com a expulsão de Carvalho. Traquina, isolado por um passe fantástico de Leandro Silva, foi albarroado por Carvalho. O árbitro Carlos Macedo não teve contemplações e expulsou o defesa fafense.
De forma a remediar a inferioridade numérica, o técnico da AD Fafe, Tonau, abdicou de espreitar o contra-ataque, retirando Digas, para reforçar a linha defensiva, fazendo entrar Xavi. Uma troca que teve efeitos práticos- além de um lance de Rui Miguel, em plena área, os fafenses não permitiram veleidades ao processo ofensivo da Briosa até ao final da primeira parte.
“Os sonhos não têm pernas, vocês têm. Conquistem-nos!” – foi esta a mensagem da Mancha Negra
A segunda parte não trouxe um contexto muito distinto do da primeira. A única diferença passou pelo maior atrevimento da AD Fafe, levado a cabo por Evandro Brandão. O 47 dos nortenhos passou a jogar mais colado à linha e foi um tormento para o miúdo João Simões.
Esta situação de atrevimento fafense foi sendo progressivamente controlada pelas alterações levadas a cabo por Costinha. O treinador da Académica fez entrar Diogo Ribeiro (ponta de lança) para o lugar de Leandro, com 15 minutos decorridos na primeira parte, e a equipa passou a conseguir pressionar mais à frente, não deixando o Fafe subir no terreno.
Porém, apesar de ganhar músculo na frente, a Briosa perdeu capacidade de construção com a saída do seu maestro. As vias de acesso à baliza de Ricardo Fernandes continuavam obstruídas, algo que nem a entrada de Ernst para o lugar de Simões teve o condão de alterar.
A AD Fafe manteve uma organização irrepreensível e limpou toda e qualquer bola que chegou a sua área. Com 10, aguentou bem a pressão de uma equipa que, não obstante o coração, acabou sem cérebro (Leandro) e cuja superioridade numérica se revelou… um fardo.
A cidade de Ufa, capital da República do Bascortostão, recebeu no passado Sábado de manhã o encontro entre o FC Ufa e o FC Krylya Sovetov a contar para a Ronda 19 da Liga Russa de futebol (РОСГОССТРАХ Чемпионату России). Uma manhã de sol com uma temperatura a rondar os 10 graus negativos e um relvado sintético esperavam as duas equipas que se encontram actualmente em condições absolutamente díspares na tabela classificativa. De um lado, o FC Ufa de Sergei Semak, colocado confortavelmente na primeira metade da tabela e do outro o FC Krylya Sovetov de Vadim Skripchenko, que luta com unhas e dentes para escapar aos lugares de despromoção.
Com cerca de 6200 espectadores nas bancadas do Estádio Neftyanik, os homens da casa venceram, com algumas dificuldades, a formação de Samara por uma bola a zero, com o único golo do encontro a ser apontado logo ao minuto seis da primeira parte pelo médio croata Ivan Paurević.
Semak na qualidade de técnico do Zenit Fonte: Fc Zenit
Na Basquíria russa vive-se um clima de confiança em torno da equipa local, o FC Ufa. A saída do treinador Viktor Goncharenko no passado mês de Dezembro, que, diga-se de passagem, estava a realizar um trabalho bastante meritório com a equipa, deixou no ar alguma apreensão relativamente ao futuro, mas a verdade é que a direcção do clube conseguiu contornar esse aparente problema da melhor forma possível. Após alguma especulação, foi em Sergei Semak que recaiu a escolha da direcção do FC Ufa e, até ao momento, as coisas não poderiam ter corrido de melhor forma. Três vitórias em três jogos oficiais, dois para a Liga Russa e um para a Taça da Rússia, que garantiu a presença do FC Ufa nas meias-finais da competição, é o registo do jovem treinador de 41anos que já trabalhou, entre outros, ao lado do português André Villas-Boas no FC Zenit.
Semak, antigo internacional e um dos melhores médios russos dos últimos 25 anos, pendurou as botas em 2013, após ter passado os últimos anos da sua carreira ao serviço do emblema mais poderoso de São Petersburgo. A partir de então, Semak trabalhou de perto com o Luciano Spalletti e André Villas-Boas no FC Zenit e com Leonid Slutsky na selecção nacional russa e a experiência que retirou desses anos está agora, seguramente, a ser-lhe bastante útil neste novo projecto. Semak chegou mesmo a assumir, ainda que temporariamente, o comando da formação do FC Zenit aquando da saída de Lucciano Spalletti em Março de 2014 e muito se especulou na altura, se não deveria ser ele a assumir os destinos da equipa de forma permanente.
Tal não aconteceu, mas a verdade é que Semak assumiu um protagonismo na equipa técnica de Villas-Boas que definitivamente não tinha durante o legado de Spalletti. Há também que realçar, que durante os seus tempos de jogador, Semak trabalhou de perto com excelentes técnicos, como por exemplo o enigmático Kurban Berdyev e o imprevisível Valery Gazzaev, algo que também terá contribuído e muito para este seu crescimento como treinador.
Que honra tenho de o ter como líder máximo do clube do meu coração, de um dos amores da minha vida. Tenho-o defendido incontáveis vezes contra ataques baixos e carentes de escrúpulos, vindos de gente arrogante que nos definiram como o seu boneco de pancada predileto.
E quem o ataca a si, e em consequência ao nosso clube, ou vice-versa, sabe bem o perigo que a sua liderança convicta, esclarecida, competente, apaixonada e principalmente eficaz, representa para quem nos passou uma certidão de óbito há vinte, quinze, dez ou cinco anos… Que tipo de pessoas são aquelas que pensaram que conseguiriam matar a maior potência desportiva nacional? Quem são aqueles que tentaram calar mais de três milhões de pessoas? Cobardes, hipócritas e indignos.
Adoro quando são os outros que me vêm dizer que o Presidente disse ou fez isto ou aquilo… Gostam tão pouco de si que são os primeiros a seguir as suas páginas e as suas vias de comunicação. Costumo dizer que eles são tristes… E de facto não passam disso mesmo. Tristes personagens que revelam um receio inegável de onde a sua capacidade poderá colocar o nosso grande amor.
Devo-lhe dizer também, Presidente, que um dos meus maiores medos é que não tivesse sido reeleito, que voltassem a entregar o nosso clube a bicharadas e passaradas, que destruíssem tudo o que a sua direcção já nos trouxe e que usufruíssem daquilo que nunca tentaram sequer construir. Que voltássemos a ficar satisfeitos com terceiros e quartos lugares, ou que nos habituássemos de novo a sermos “perdedores mas simpáticos”…
Mais uma vitória inequívoca dos azuis e brancos, a nona consecutiva, já com a liderança provisória no bolso. Recital de bom futebol coroado com mais dois golos de Soares, e Casillas foi, mais uma vez, espetador. As redes dos dragões começam a ganhar teias e o ataque respira saúde.
A cada jogo que passa, esta equipa do FC Porto regista um crescimento notável em todas as vertentes do jogo. Mais adulta, mais pragmática e, acima de tudo, cada vez mais equipa. Se a grande arma deste FC Porto começou por ser a notável organização defensiva, a veia goleadora dos últimos jogos mostram um conjunto cada vez mais completo e cheio de confiança para os compromissos que se seguem. Nas últimas nove partidas o FC Porto alcançou 29 golos, sofrendo apenas quatro.
Hoje, como sempre, era imperial vencer. Os condimentos estavam todos reunidos e os cinco mil que se deslocaram ao recinto terão saído de lá, certamente, agradados e convictos da disponibilidade dos ‘guerreiros’ para lutarem até ao fim pelo título. Nuno não operou surpresas no onze inicial e, logo ao minuto 15, Danilo direcionou um cabeceamento perfeito para o fundo das redes de Bracalli para, dez minutos depois, Soares deixar as coisas bem encaminhadas a favor dos dragões, respondendo a um cruzamento milimétrico de Oliver.
A história da primeira parte resume-se, basicamente, aos golos portistas mas também a uma perdida incrível do imperturbável Soares, minutos antes de picar o ponto, enviando a bola ao poste, na cara de Bracalli, depois de isolado por André Silva. Por seu lado, o Arouca pouco ou nada fazia, sobretudo pela grande distância a que se encontravam Tomané e os restantes blocos da equipa.
: O FC Porto cresce a cada jogo e mostra bom futebol Fonte: Facebook FC Porto
Sem que as tropas da casa conseguissem esboçar uma reação no regresso ao relvado, os dragões aproveitaram para, compreensivelmente, baixarem o ritmo de jogo e gerirem a seu belo prazer o que restava da partida. Foi já ao minuto 72 que Jota, em campo há menos de um minuto por troca com André Silva, elevou a contagem a meias com Nelsinho, depois de uma bela triangulação entre Soares e Brahimi, com este último a fazer a assistência. Antes do fim, ainda tempo para Tiquinho completar a resposta a Manuel Machado, com o segundo golo a fechar a goleada.
Quem foi o jogador que mais partidas disputou em 2016? Quem foi o jogador que mais vezes enfrentou os nervos, a ansiedade e a adrenalina decorrentes de um jogo do circuito mundial, em 2016?
A World Padel Tour decidiu matar a curiosidade dos amantes de Padel e lançou o ranking, com os jogadores ordenados em função do número de partidas disputados, no ano que passou. E se a pergunta “quem lidera esse ranking?” é totalmente previsível, a resposta não o é.
Diogo Rocha, jogador português que ocupa a posição 68 do ranking mundial e que fez história ao tornar-se no primeiro jogador português a entrar no quadro final de um torneio do circuito mundial, jogou 18 torneios pontuáveis (de 19 possíveis), faltando apenas o Masters de Monte Carlo.
Exemplo de trabalho, persistência, dedicação e superação: é assim que descrevo o ano de 2016 de Diogo Rocha. Porque não é o talento que faz um jogador, é a conjugação deste com o treino, a experiência e a força de vontade; estes são os aspectos determinantes para a construção de um jogador de topo, em qualquer modalidade. E é assim que Diogo Rocha tem construído o seu percurso no Padel português, mostrando que é preciso trabalhar sempre mais para alcançar o sucesso. Um exemplo para os portugueses.
Eis o ranking de jogadores que mais partidas disputaram, em 2016 Fonte: World Padel Tour
Nesta lista de jogadores, estão abaixo de Diogo Rocha a dupla número um do ranking WPT, formada por Pablo Lima e Fernando Belasteguín. O par número 2 do ranking mundial, formado por Paquito Navarro e Sanyo Gutiérrez, completa o Top5 de jogadores com maior número de jogos disputados, num circuito que reúne os melhores jogadores do mundo.
É certo que este ranking é apenas indicativo, não muda nada na competição. No entanto, a meu ver, a prestação de Diogo Rocha, que ocupa a primeira posição do ranking nacional, serve de exemplo e motivação para os restantes jogadores portugueses, que ambicionam ameaçar a posição de Diogo Rocha e alcançar melhores lugares no ranking WPT.
“Um furacão é um vento de força extraordinária (chegando a alcançar 120 km/hora) que forma um turbilhão e que gira em grandes círculos, com a duração de dois a três dias e cujos efeitos são devastadores. O furacão costuma ter origem nas zonas tropicais e, à medida que avança, começa a expandir o seu diâmetro”.
Em Londres, mais propriamente em White Hart Lane, há um furacão que não dura há dois, três dias, mas sim há dois, três anos.
Harry Kane é hoje um dos melhores avançados do futebol inglês e europeu. Depois de várias épocas de sucessivos empréstimos a várias equipas, o jogador formado no Tottenham aproveitou a intermitência de Soldado e Adebayor e afirmou-se de forma surpreendente nos Spurs na época de 2014/2015. O internacional inglês apareceu quase na forma de um furacão e permanece na ribalta do futebol até aos dias hoje.
A verdade é que internacional inglês evolui a cada dia que passa. Naquela temporada de estreia, Kane demonstrou ser um finalizador nato com uma grande compleição física, mas hoje o seu jogo é elevado a outro nível.
Fruto também do futebol que o Tottenham de Pochettino pratica – um estilo de jogo muito móvel e apoiado –, o jovem inglês é cada vez mais um jogador completo e de equipa. É frequente vermos Kane a baixar no terreno para vir pegar no jogo, a descair nas alas para abrir espaço no meio para Dele Alli ou Eriksen ou a ser o primeiro defesa da equipa.
Harry Kane está em grande momento de forma Fonte: Tottenham
Ainda no último jogo da equipa, perante o Everton, o primeiro golo do avançado – que lhe permitiu isolar-se na liderança dos melhores marcadores da Premier League – é um claro exemplo da versatilidade do seu jogo. Kane recuou quase até à linha do meio-campo, virou-se de frente para o jogo, e perante o espaço que lhe foi concedido, foi avançando com a bola e acabou por rematar para o golo a cerca de 30 metros da baliza, enquanto Dele Alli ocupava os seus supostos espaços no terreno de jogo.
Harry Kane já não um mero número ‘9’ promissor. É um 9,5 completo, adulto e que alia um excelente faro para o golo, uma grande capacidade de desempenhar várias funções no ataque e ser aquilo que o Tottenham de Pochettino precisa para jogar um futebol tão versátil e tão rotativo.
Veremos se o inglês ajuda o clube onde foi formado a alcançar o tão desejado título de campeão inglês ou se cede à sedução de algum “tubarão” europeu – não faltam interessados no seu concurso.
Uma coisa é certa: em qualquer lado, o furacão “HurryKane” fará estragos.
O texto de hoje foca-se numa das futuras “dores de cabeça” de Rui Vitória. O passado recente do lado direito da defesa contou com nomes de grande qualidade como Miguel, Nélson, Maxi Pereira e agora Semedo. Os antecedentes de Nelson Semedo saíram da Luz por razões diferentes, mas temos de aprender com a saída de Miguel aquilo que deve ser feito com uma futura saída de Nélson Semedo.
Depois de no ano passado, época de estreia, ter se lesionado com gravidade e ter falhado num elevado número de jogos, o jovem jogador está agora a realizar uma época estrondosa às ordens do mister Rui Vitória. Quando o camisola 50 surgiu na equipa, ainda na pré-época do ano passado, muitos foram os adeptos que ficaram desconfiados da aposta. Depois de perder um jogador completo como era Maxi Pereira, o raciocínio dos adeptos foi para a compra de um passe de um jogador de fora. Erraram. O técnico português apostou no jogador da equipa B e acabou por acertar em cheio. Nélson Semedo mostrou desde aí um jogo bastante limpo, com poucas faltas, boa coordenação nos processos defesa-ataque, bom jogo ofensivo e rapidez na descida no terreno. Contudo, sempre que se junta um bom jogador com uma idade nova, os “abutres” surgem e começam os milhões a surgir. A estes dois fatores, junta-se o facto de atual muitos clubes Europeus (tubarões) estarem com défice de jogadores para aquela posição. O Bayern de Munique, o Manchester United, o Real Madrid, o Barcelona, o Manchester City, a Juventus, o Borussia Dortmund, entre outros, são ricos clubes que, mesmo tendo alternativas para o lado direito da defesa, acabam por ter dinheiro suficiente para reforçar a posição. Podemos assim dizer que Nélson Semedo está quase em “leilão”.
Hildeberto é uma opção válida Fonte: Nottigham Forest
Pensando já numa futura saída do jovem jogador, Rui Vitória conta com 3 alternativas para o sector. André Almeida (defesa direito durante uma grande parte da época passada), Pedro Pereira e Hildeberto.
André Almeida, não sendo aquilo que se procura, cumpre quando precisamos dele. Mais defensivo que ofensivo, o internacional português é, a meu ver, uma escolha para estar presente no banco de suplentes. Pedro Pereira, reforço deste ano do Benfica, chegou a Portugal depois de uma experiência em terras italianas. A experiencia italiana trouxe-nos um jogador que cumpre aquilo que gosto de ver: um lateral completo. O facto de se jogar em Itália com laterais que correm o corredor todo, faz de Pedro Pereira um jogar que pode facilmente substituir Semedo. Hildeberto é o craque da formação. Depois de deixar tudo em campo nos relvados do Seixal, está agora a crescer emprestado ao Nottingham do Reino Unido. O jovem jogador chegou a Inglaterra rotulado de defesa direito, mas tem sido na frente de ataque, a extremo direito, que tem sido utilizado. No final da época, em junho, deverá regressar a Portugal e irá ser decidido o seu futuro. A entrada de um jogador do Seixal nas escolhas de Rui Vitória agrada-me imenso e tanto como André Almeida, Pedro Pereira e Hildeberto, cresceram na casa que forma ano após ano, craques.
Entre todas as opções, inclusive a compra de um jogador, continuo a preferir a permanência de Nélson Semedo.
Com a Liga Portuguesa dominada por completo pelos chamados Três Grandes, ano após ano prevemos, facilmente e à priori, quais as equipas que farão o pódio da principal competição do futebol português, estando a imprevisibilidade destinada, normalmente, ao resto da tabela. Ainda assim, alguns emblemas conseguem interferir na hegemonia clubística portuguesa, ainda que com objetivos diferentes e que por pouco tempo. Um desses clubes é o Vitória Sport Clube, conhecido popularmente como Vitória de Guimarães.
A equipa minhota sempre foi difícil de ultrapassar, mesmo pelos grandes, colecionando boas classificações ao longo da sua história. Mas é mesmo no presente que o percurso do clube vitoriano tem sido notável, ainda que, para merecer esse adjetivo, tenha precisado de passar pelo inferno: os vimaranenses desceram de divisão na época 2005/2006, numa temporada europeia em que nada o faria prever.
Pouco mais de dez anos volvidos, podemos afirmar que há males que vêm por bem. O Vitória empenhou-se na tarefa de voltar rapidamente ao maior escalão de futebol do país e merece todo o mérito que se lhe possa dar nessa tarefa: foi às costas dos associados e adeptos – dos mais devotos que existem no nosso país – e com uma média de assistências recorde na Liga de Honra, que regressou no ano seguinte à Primeira Liga.
O primeiro objetivo estava alcançado. Faltava reerguer o clube vitoriano e fazê-lo regressar aos lugares cimeiros a que estava habituado. Tal como o primeiro objetivo, o segundo foi rapidamente alcançado: no regresso à Primeira Liga, na época 2007/2008, o Vitória conquistava um lugar no pódio, garantindo o terceiro lugar e a qualificação para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Aqui, a memória não é totalmente feliz, sendo os minhotos eliminados com um golo mal anulado a três minutos do fim, golo esse que permitiria a inédita presença do clube vimaranense na fase de grupos da competição.
Mas essa época mostrou ser o ponto de partida para uma estabilidade há algum tempo inalcançada pelo clube. Desde aí, o Vitória de Guimarães conseguiu uma média de classificação de sétimo lugar, o que, apesar de intercalado com resultados europeus e resultados de meio da tabela, demonstra a estabilidade desejada. Até à época atual, destacam-se três lugares europeus – um deles com presença na fase de grupos da Liga Europa –, duas presenças na Supertaça de Portugal e duas presenças na final da Taça de Portugal, com a conquista do troféu em 2012/2013 a ser o ponto alto deste percurso.
E é aqui que se têm de tecer rasgados elogios à equipa vitoriana. É notável a forma como o Vitória se tem aguentado na primeira metade da tabela e com ocasionais resultados europeus, não tendo o poder desportivo e económico de um grande ou mesmo do SC Braga. Sendo um clube com menores recursos financeiros e estando por isso mais recetivo a vender, o Vitória tem sido muitas vezes um “viveiro” de jogadores para os grandes. E é também este ponto que merece ser destacado: ano após ano, a equipa vimaranense consegue reconstruir a sua equipa, mesmo após perder diversos jogadores para clubes maiores.
O ponto alto do Vitória, em 2013 Fonte: Vitória SC
É fácil ilustrar esta realidade: em cerca de 2 ou 3 anos – desde a época 2014/2015 –, o Vitória perdeu jogadores-chave como André André, Paulo Oliveira, Hernâni, Bernard Mensah ou Tiquinho Soares para grandes clubes, alguns deles a meio da época. A esses, somam-se 31 jogadores vendidos neste período e quatro treinadores. Ainda assim, os Conquistadores conseguiram, nas últimas duas temporadas, um quinto e um décimo lugar, ocupando, este ano, à data em que escrevo este artigo, um repetido quinto lugar que lhes poderá dar a terceira presença europeia em cinco anos.
Como conseguir resultados? Primeiro, destaca-se a rigorosa eficácia que o Vitória tem nas suas apostas: em jogadores, que tem sabido substituir, mas principalmente em treinadores. Rui Vitória soube gerir muito bem uma equipa feita de jovens, que conseguiu em 2012/2013 a inédita conquista da Taça, e soube, principalmente, resistir às constantes alterações no plantel. E se Sérgio Conceição não conseguiu corrigir a má aposta em Armando Evangelista na temporada passada, Pedro Martins tem-se mostrado o homem certo para o clube, potencializando a juventude e apostando nos jogadores certos, articulando com a direção o regresso de jogadores importantes.
Por último destaca-se a alma. E a do Vitória Sport Clube tem sido gigante. Repare-se apenas na atitude dos minhotos em Alvalade no último domingo e temos um espelho da mentalidade vitoriana. Uma equipa que não levou autocarro, que confiou nas suas qualidades e que saiu de Lisboa com mais um ponto na mala. E já vão 40, com os olhos na Europa e sempre com espírito de Conquistador.
Já se joga em Indian Wells! Esta é a forma tenisticamente popular de dizer que já se iniciou o BNP Paribas Open, um dos mais relevantes torneios Masters 1000 da atualidade. No piso rápido de Indian Wells, estarão quase todos os tenistas mais cotados do mundo e prometem-se muitas “desforras” dos encontros protagonizados no Australian Open.
No setor feminino, mesmo antes do início do torneio, existia já uma certeza: Serena Williams tem uma lesão no joelho que a impede de treinar e, tendo desistido dos torneios que terão lugar em Indian Wells e em Miami, irá ceder o lugar cimeiro do ranking WTA a Angelique Kerber. A tenista alemã defende apenas a primeira ronda do ano passado no BNP Paribas Open e, como tal, sairá do deserto californiano como número um mundial. Porém, tal não significa que Kerber, que tem apresentado uma inconsistência significativa no seu jogo, seja vista como a principal favorita a vencer o torneio. Como tal, os olhos deverão estar colocados noutras tenistas de topo, como Karolina Pliskova, ou em atletas que se encontram a atravessar momentos de forma notáveis, como CoCo Vandeweghe.
Fonte: Angelique Kerber
Já o torneio masculino carateriza-se pelo facto de ter, muito provavelmente, a secção de quadro mais forte da história dos torneios Masters 1000. Assim, nessa mesma secção encontram-se nomes como os dos Novak Djokovic, Rafael Nadal, Roger Federer, Juan Martín del Potro, Nick Kyrgios ou Alexander Zverev. É nesse mesmo quarto do quadro masculino que, nos oitavos de final, existe a possibilidade de reedição da final do Australian Open, com um sempre muito aguardado encontro entre Roger Federer e Rafael Nadal. A sorte acabou por sorrir a Andy Murray e Stan Wawrinka que, por ficarem na parte superior do quadro, têm apenas em Jo-Wilfried Tsonga e Dominic Thiem as principais ameaças à chegada à meia-final da competição. Assim, Andy Murray parece tratar-se do principal favorito à vitória do BNP Paribas Open, pese embora a importância de considerar a influência que poderá ter o elã alcançado por qualquer tenista da segunda metade do quadro que consiga chegar a uma fase avançada do torneio.
Fonte: Andy Murray
No caso dos tenistas portugueses, João Sousa, a atravessar um sensacional momento de forma, venceu em três sets o talentoso argentino Diego Schwartzman (4-6, 6-3 e 6-4), carimbando a passagem para a segunda ronda do torneio na qual irá defrontar Mischa Zverev, número 33 do ranking ATP. Apesar de o tenista alemão estar a atravessar um bom momento, João Sousa parece ter argumentos para contrariar o tradicional (e, porque não dizer, algo datado) jogo de serviço-volley de Zverev. As maiores dificuldades parecem surgir depois, com a probabilidade de João Sousa ter que defrontar (uma vez mais) Dominic Thiem, tenista que o português apenas derrotou por uma vez em sete encontros disputados.
Fonte: João Sousa
Já a Gastão Elias calhou a fava de ficar na “secção da morte” do quadro masculino. Sendo até possível, embora não provável, que Gastão consiga vencer o sul-africano Kyle Edmund, o português parece não ter hipóteses substanciais de ir além da segunda ronda do torneio na qual, caso a consiga alcançar, irá ter pela frente Novak Djokovic. Apesar de o sérvio estar a realizar um dos piores inícios de temporada da sua carreira, os seus argumentos tenísticos são mais do que suficientes para levar de vencida um Gastão Elias que só no último mês já perdeu mais de 20 posições no ranking ATP.
Os dados estão lançados e, em Indian Wells, é esperado algo como um torneio do Grand Slam em formato de Masters 1000. Tanto no setor masculino como no feminino, o início de temporada tem sido algo vacilante para os tenistas mais cotados, pelo que nos próximos dias se poderão aguardar muitas notícias surpreendentes provindas da Califórnia. Têm a bola os artistas!
Realizaram-se, no passado fim-de-semana, os jogos relativos aos oitavos-de-final da Taça de Portugal e há algo que, por não acontecer todos os anos, merece amplo destaque neste meu artigo: temos uma equipa da AF Lisboa na final a oito desta competição.
O principal motivo de atenção não se prende com o facto de a equipa ser lisboeta, mas sim por ser uma equipa de um escalão bastante inferior a chegar a esta fase. Falo de uma formação que está indiscutivelmente entre as melhores do nosso futebol de 11, mas que ainda não está entre a elite do Futsal nacional: o Estoril-Praia.
Para se perceber um pouco da magnitude deste feito por parte dos estorilistas, é necessário acrescentar que a caminhada começou no início de Outubro, numa pré-eliminatória realizada perante o GD Concha Azul. Desde então, Atalhada FC, Cruzado Canicense, Piedense, “Os Vinhais” (esta formação oriunda da Liga Sport Zone, logo foi a eliminação mais mediática dos canarinhos) e, por fim, os Moradores da Granja, todos eles sucumbiram perante a turma da Linha, que fez assim um percurso absolutamente brilhante para marcar na fase final, que se disputa em Gondomar. Lá irá ter a companhia dos dois grandes de Lisboa, o Sporting CP e o SL Benfica, do Burinhosa, do MODICUS, do CS São João, todos do principal escalão e, finalmente, o Portela e o Viseu 2001, estes dois da segunda divisão.
Claro que neste patamar todos os jogos serão imensamente difíceis e creio que o simples facto de o Estoril ter chegado a esta fase final já é um prémio para o emblema lisboeta, e tudo o vier é lucro, como se costuma dizer.
É frequente vermos o emblema do Estoril Praia nas fases avançadas em futebol de 11, mas este ano também acontece no futsal Fonte: AFL – Associação de Futebol de Lisboa
Claro que a equipa da Linha vai dar tudo em campo para poder ultrapassar pelo menos mais uma eliminatória mas, caso não o consiga, nada apaga o percurso fenomenal feito até aqui. Porque é com estas aparições em fases mais avançadas que os clubes começam a ganhar nome e a ser conhecidos pelas pessoas que não acompanham tão de perto o nosso desporto. Até porque o Estoril já tem uma dimensão demasiado grande para estar no escalão onde atualmente se encontra, que ainda não sucedeu por mero acaso, mas é de crer que está para breve.
Certo é que com esta caminhada, este clube já ganhou bastantes fãs, desejosos de ver a equipa da AFL fazer (mais) uma gracinha diante dos seus possíveis adversários.