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Top 10: Os Empréstimos do Benfica

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Que o Benfica é competente na descoberta e na lapidação de pequenos grandes talentos não é novidade. Mas também temos de reconhecer a sua pontaria tão afinada na contratação de algumas (muitas) promessas que, depois de feitas as contas, não passam de flops bem carimbados na memória dos adeptos. E, obviamente, não é pelos brilharetes que fazem ao serviço do Clube, mas, sim, pela quantidade de empréstimos que lhes são adicionados aos currículos, ou por se tornarem nuns bons aquecedores humanos de bancos e bancadas (ou nem isso). Vejamos alguns dos casos mais marcantes.

10.º – César

Fonte:; SL Benfica
Fonte: SL Benfica

Chegou à Luz em 2014 e Jorge Jesus deu-lhe algumas oportunidades no eixo da defesa central. Pouco sucesso fez e, na mesma época, chegou até a jogar pela equipa B. Em 2015 rumou ao Flamengo, a título de empréstimo e esta época regressou a Portugal para ser cedido ao Nacional, estando a cargo do Benfica metade do seu salário. Com 24 anos, ainda vai a tempo de regressar aos encarnados ou está destinado a saltar de empréstimo em empréstimo até um desvinculo final?

FC Porto B 0-1 SC Freamunde: Tanta crueldade!

fc porto cabeçalho

Não está fácil a vida para o atual campeão da Ledman Liga Pro. A equipa B do FC Porto experienciou esta tarde a cruel sensação de derrota num jogo em que, apesar de não ter feito uma grande exibição, foi bastante superior ao seu adversário. A sorte foi madrasta para os azuis e brancos, que viram, por duas vezes, a bola embater nos ferros da baliza de Marco. São já cinco jogos consecutivos sem conhecer o sabor da vitória. O cenário de despromoção começa a ganhar forma.

Com Rui Pedro de início, um reforço de “última hora” vindo da equipa A, António Folha apresentou o melhor figurino na busca pelos três pontos que se exigiam. Assim, os dragões apareceram no tradicional 4-3-3 com Gudiño no lugar do lesionado João Costa; Dalot, Jorge Fernandes, Chidozie e Fernando Fonseca na defesa; o trio composto por Omar Govea, Chico Ramos e João Graça a comandar as operações no meio campo; e no ataque, Ismael Diaz e Galeno no apoio ao ponta de lança Rui Pedro. Por seu lado, Ricardo Chéu pretendia transportar para este jogo os dividendos da vitória (3-1) diante do Cova da Piedade e arrumou o onze num 4-2-3-1 de tração atrás: Marco na baliza; quarteto defensivo com Mica, Luís Pedro, Paulo Grilo e o experiente Raínho; no meio campo, Rui Sampaio e Leandro Pimenta funcionavam como destruidores de jogo e Fausto, médio mais adiantado, foi apoiando, sempre que possível, a manobra ofensiva, juntamente com os avançados Diogo Valente, Hassan e Diogo Ramos.

Numa primeira meia hora sem motivos de grande interesse, tanto FC Porto como Freamunde aproveitaram para se habituarem às disposições das equipas em campo. Os anfitriões detinham a iniciativa, mas os “capões” espreitavam, de vez em quando, a oportunidade perfeita para explorar as costas da defensiva portista. Nesse aspeto particular, Diogo Valente, Raínho e Fausto destaparam algumas fragilidades defensivas do jovem Dalot, que viu a sua faixa ser a eleita para a maior parte dos ataques do Freamunde durante a etapa inicial. Ainda assim, nada a registar durante este período. No quarto de hora final surgiram, enfim, os lances de perigo. Primeiro Rui Pedro, isolado por Graça, atirou fraco para defesa de Marco. Na resposta, Diogo Valente aproveitou uma segunda bola vinda de um pontapé de canto para encher o pé e obrigar Gudiño à primeira grande defesa da tarde. A fechar o primeiro tempo, através de um contra ataque rápido, Ismael Diaz viu o seu remate ser travado por um defesa e foi Dalot que, com ângulo apertado mas numa posição ainda assim favorável, enviou a bola ao ferro.

Rui Pedro não conseguiu dar os três pontos ao FC Porto Fonte: FC Porto
Rui Pedro não conseguiu dar os três pontos ao FC Porto
Fonte: FC Porto

Na etapa complementar, o domínio dos dragões acentuou-se e as oportunidades sucederam-se. Contudo, o discernimento no último terço do terreno não era muito e o golo teimava em não aparecer. Ruben Macedo, que entrara entretanto para o lugar de Ismael, desperdiçou uma soberana oportunidade em frente a Marco. Também Chidozie, na sequência de um pontapé de canto, saltou mais alto que os demais e cabeceou, mais uma vez, ao poste. Azar para os dragões que pareceram, desde aí, dominados pela descrença. As tentativas de Folha de acrescentar fulgor à equipa com as entradas de Areias e Fede Varela não surtiram o efeito desejado e o resto da história deve à experiência dos forasteiros um final feliz. Aos 87 minutos, Luis Pedro, de cabeça, na sequência de um canto, concretiza aquilo que havia tentado minutos antes. Um cabeceamento como mandam as regras, de cima para baixo, sim hipóteses para o guardião mexicano. Estava dada a machadada final nas aspirações de uma equipa que conheceu, hoje, a dura realidade que assola aqueles que não aproveitam as oportunidades de que dispõem.

Foto de Capa: FC Porto

Top 10: Os melhores árbitros portugueses no século XXI

Cabeçalho Futebol Nacional

Os árbitros são um assunto tabu para muita gente. E a arbitragem portuguesa neste século tem sido marcada por várias polémicas, nomeadamente o Apito Dourado.

Contudo, a arbitragem portuguesa não é nem merece ser falada apenas por maus motivos. Os árbitros, tal como todos os intervenientes num jogo de futebol, são humanos e cometem erros. É impossível um árbitro acertar em todas as dezenas ou centenas de decisões que tem de tomar num jogo de futebol. Nos últimos anos, também temos tido árbitros que se notabilizaram no futebol nacional e internacional e como tal, virei aqui elaborar o meu top-10 dos melhores árbitros nacionais no século XXI.

Antes de mais, também quero informar, que este top é baseado na minha opinião, evitando polémicas e clubismos.

Menções Honrosas

Pedro Henriques: ex-árbitro da AF Lisboa, foi promovido à primeira categoria em 2002 e na sua primeira época no escalão máximo, arbitraria a final da Taça de Portugal entre o FC Porto e a UD Leiria. Arbitrou três jogos entre o Benfica e o Sporting na sua carreira, tendo sido dos árbitros nacionais mais reputados do seu tempo. Mas a ausência de jogos internacionais deixa-o fora do top. No entanto, seria estranhamente despromovido em 2010, mesmo com a Federação Portuguesa de Futebol a atribuir-lhe o primeiro lugar na classificação da época, decisão que levou à sua retirada. Já foi comentador de arbitragens na TVI e agora desempenha as mesmas funções na Sport TV.

Paulo Paraty: ex-árbitro da AF Porto, foi também um dos mais conhecidos do seu tempo. Apitou alguns dérbies na sua carreira, entre os quais o SL Benfica vs Sporting em 2004/2005 que os encarnados venceram com um controverso golo de Luisão a menos de dez minutos do final da partida, resultado que deixaria o Benfica a um passo de acabar com a seca de campeonatos que durava desde 1994. Retirou-se em 2008 e acabaria por falecer no dia 4 de Maio de 2016, vítima de cancro.

Paulo Paraty marcou a arbitragem em Portugal Fonte: Federação Portuguesa de Futebol
Paulo Paraty marcou a arbitragem em Portugal
Fonte: Federação Portuguesa de Futebol

Fábio Veríssimo: formado na AF Leiria, Fábio Veríssimo é na minha opinião um dos árbitros mais promissores em Portugal e na Europa. Foi promovido à primeira categoria em 2014/2015, com a Federação Portuguesa de Futebol a classifica-lo em oitavo lugar na sua época de estreia na primeira divisão. Em 2015/2016, arbitrou a sua primeira final da carreira: a final da Taça da Liga entre o SL Benfica e o CS Marítimo. Tornou-se internacional em 2015. A confirmar o seu potencial, certamente marcará presença neste top daqui a uns anos.

Girabola: A Tragédia de Uíge

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Cabeçalho Futebol Internacional

O dia 10 de fevereiro de 2017 tinha tudo para ser um dia de festa na província do Uíge: o Santa Rita de Cássia fazia o seu jogo de estreia no principal campeonato angolano de futebol, exatamente dois anos após a sua fundação em 2015, frente ao candidato ao título Recreativo do Libolo. Num duelo disputado entre equipas treinadas por portugueses – Sérgio Traguil do lado da casa e Vaz Pinto do lado visitante, a partida marcou o arranque do Girabola’17, embora o clima de festa rapidamente deu lugar à tragédia e ao drama: pelo menos 17 pessoas morreram, após tentarem entrar forçosamente no Estádio 4 de Janeiro para assistir ao jogo.

Com início marcado para as 14h, o encontro inaugural da 39.ª edição do Girabola era histórico para o conjunto da casa, visto que, em tão pouco tempo de existência, tinha feito a proeza de alcançar duas subidas consecutivas de divisão, o que valeu à equipa do Uíge a oportunidade de poder fazer parte da elite dos 16 clubes que disputam o campeonato mais importante de Angola. A partida começou a um ritmo frenético, com os adeptos presentes nas bancadas a fazerem uma enorme festa desde o apito inicial do árbitro, até que aos 7’ o encontro em si deixou de ser o mais relevante, com o pânico nas bancadas a vir ao de cima. Um grupo de cerca de 100 adeptos tentou entrar no estádio onde se estava a realizar o encontro, o que acabaria por forçar um dos portões de acesso às bancadas, originando a queda de outros adeptos que foram posteriormente pisados no meio da confusão.

Adeptos forçaram a entrada e o resultado foi devastador Fonte: JC Online
Adeptos forçaram a entrada e o resultado foi devastador
Fonte: JC Online

De acordo com a imprensa local, a Polícia presente no estádio e em número considerado aceitável fez tudo o que estava ao seu alcance para impedir a entrada deste grupo de adeptos, embora sem o sucesso desejado. Para além das 17 mortes verificadas, cerca de 60 pessoas ficaram feridas, sendo que cinco se encontram em estado grave. O estádio que havia sido escolhido pelo Santa Rita para a realização das suas partidas em casa para a Liga, foi considerado como “Apto” pelos inspetores da Federação Angolana de Futebol (F.A.F.) na semana anterior ao início do Girabola, tendo capacidade para cinco mil espetadores, embora no dia estivessem presentes nas bancadas o dobro da capacidade, muito por culpa da ânsia em querer presenciar de perto o regresso da Festa do Futebol à província do Uíge.

Quanto ao jogo em si, terminaria com a vitória por 0-1 do vencedor da Taça de Angola de 2016, o Recreativo do Libolo, com o golo a ser apontado por Viet. Durante os 90’, a equipa do português Vaz Pinto e que conta com nomes bem conhecidos do público português, como Ricardo Batista e Hélio Roque, dominou por completo a equipa estreante no Girabola, embora não tenha conseguido concretizar as inúmeras ocasiões que dispus para alargar a vantagem. Com esta vitória, o ex-campeão angolano inicio da melhor forma a sua caminhada rumo ao título, que perdeu na época passada para o 1.º de Agosto.

Por vezes, no futebol, o que mais importa, tanto para os clubes e como para os adeptos, são os resultados obtidos. Ora, o dia 10 de fevereiro foi um dia em que o jogo jogado e o resultado final foram o menos importantes, devido à grave situação verificada nas bancadas do Estádio 4 de Janeiro. A tragédia abalou o início de mais uma edição do Girabola, campeonato que pode muito bem ser adjetivado como a Festa do Futebol, embora o dia de ontem tenha sido um dia de profunda tragédia e tristeza para o futebol angolano. Em nome de toda a equipa do Bola Na Rede, quero endereçar as minhas condolências às famílias dos adeptos que faleceram no local do encontro e desejar as rápidas melhoras às pessoas que se saíram feridas desta triste ocorrência.

Foto de capa: SportArena.com

Missão Cumprida! Portugal garante a manutenção no Grupo I da Fed Cup

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Cabeçalho modalidadesOs dias 8 a 11 de fevereiro de 2017 foram marcados por grandes, mas esperadas, dificuldades para a seleção portuguesa de ténis feminino composta por Michelle Larcher de Brito, Inês Murta, Francisca Jorge e Rita Vilaça. Sabia-se que a luta pela manutenção no Grupo I da zona euroafricana da Fed Cup não seria fácil e que as equipas adversárias contavam, na generalidade, com tenistas mais cotadas no ranking WTA do que aquelas que compunham a seleção portuguesa.

Após derrotas frente às seleções da Grã-Bretanha e da Letónia (por 0-3), bem como contra a seleção da Turquia (por 1-2), Portugal acabou por garantir hoje a vitória frente à Bósnia e Herzegovina no play-off de manutenção por 2-1 e, desse modo, cumpriu a missão de permanência no Grupo I da Fed Cup a que inicialmente se propôs. Na competição a seleção portuguesa somou um total de três vitórias e nove derrotas registo que, não sendo brilhante, foi suficiente para dar resposta às aspirações lusas.

Individualmente o destaque vai para Michelle Larcher de Brito, tenista sempre muito criticada pelos amantes de ténis em Portugal mas que se apresentou na competição ao seu melhor nível. Venceu dois encontros, frente a Dea Herdzelas (473ª no ranking WTA) e Cagla Buyukakcay (86ª), tendo apenas sido derrotada por duas tenistas do top-50 mundial: Jelena Ostapenko (35ª) e Johanna Konta (10ª). Com este desempenho Larcher de Brito afirma-se cada vez mais, aos 24 anos, como a melhor tenista portuguesa de sempre, tornando-se na jogadora com mais vitórias em encontros de singulares na Fed Cup ao serviço da seleção de Portugal (ultrapassando Sofia Prazeres, a anterior recordista).

 Fonte: Michelle Brito
Fonte: Michelle Brito

Também Inês Murta, frequentemente criticada ao longo dos últimos dias, alcançou a sua primeira vitória na competição aos 19 anos de idade. É certo que foi derrotada em três encontros mas, no único em que teve a oportunidade de defrontar uma adversária que ocupa uma posição semelhante à sua no ranking WTA (Jelena Simic, 551ª da hierarquia mundial), a tenista portuguesa foi dominadora e acabou por vencer por 6-4 e 6-0. Para Francisca Jorge e Rita Vilaça, convocadas pela primeira vez para a Fed Cup, esta foi a sua oportunidade para se estrearem na prova pese embora não tenham vencido qualquer encontro.

Destes quatro dias de competição fica uma boa notícia para o ténis feminino português (a manutenção no Grupo I da zona euroafricana da Fed Cup) e, sobretudo, algumas questões para o futuro da modalidade em Portugal. Desde logo fica claro que as tenistas portuguesas e, em especial, Michelle Larcher de Brito, não merecem ser alvo de críticas tão duras quanto aquelas que têm sido publicadas, sobretudo nas redes sociais, ao longo dos últimos dias. No caso de Larcher de Brito pode até dizer-se que, pese embora algumas opções de carreira duvidosas e um percurso que não tem correspondido totalmente às (demasiado) elevadas expetativas que em 2013 (após vencer Maria Sharapova em Wimbledon) lhe foram colocadas, ficou claro que esta tem um nível tenístico compatível com a ocupação de um lugar no top-100 mundial.

De igual modo, mais importante do que criticar as tenistas portuguesas é refletir acerca das condições que lhes são disponibilizadas para a prática da modalidade (com a exceção de Michelle Brito). Importa questionar os patrocínios existentes e se esses mesmos patrocínios permitem cobrir os gastos associados à participação das atletas em torneios (sobretudo internacionais); importa questionar o número de torneios ITF que se realizam em Portugal na vertente feminina, sabendo que estes são extremamente importantes para a evolução das jogadoras; importa questionar a excessiva centralização dos centros de treinos; e, finalmente, importa questionar a profissionalização das atletas, na medida em que algumas delas (como é o caso, por exemplo, de Rita Vilaça) conjugam a carreira desportiva com a frequência escolar/académica.

Foto de capa: Michelle Brito

Nuno Espírito Santo: Um Treinador de Topo

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No defeso quando foi anunciada a contratação de NES não fiquei esfuziante de alegria, também não tinha nada contra mas era um treinador e uma personalidade que não me cativava particularmente.

Mas como ao contrário da maioria dos apaixonados por Futebol não sou adepto de crítica fácil e por norma dou sempre o benefício da dúvida aos treinadores, tento analisar cuidadosamente o seu trabalho e depois tirar as minhas conclusões.

Pinto da Costa apostou em Nuno Espírito Santo Fonte: FC Porto
Momento da apresentação de NES aos sócios do FC Porto
Fonte: FC Porto

O cenário encontrado por NES era complicado, uma equipa que vinha de três épocas pouco conseguidas, um plantel jovem e com varias caras novas, um clube que financeiramente não tem disponibilidade para grandes investimentos, e os rivais mantiveram uma base forte da última época. Atendendo a isto baixei as minhas expetativas, era o ano zero na construção de uma nova filosofia no Dragão.

Teve um início de época complicado, apesar de eliminar os Italianos da Roma os adeptos e a comunicação social tinham muita desconfiança e as críticas eram constantes, na minha opinião completamente injustas.

Foto de Capa: FC Porto

Pela base se começa a construir o sucesso

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O Sporting Clube de Portugal tem vivido um período atribulado nos últimos tempos, dentro de campo. Um dos fatores que leva a isso é a instabilidade defensiva. É esse tema que irei focar nas próximas linhas.

Os leões já disputaram 33 partidas esta temporada, tendo sofrido 34 golos, ou seja, tem uma média superior a um golo sofrido por jogo. Como é fácil de perceber, estes números são graves para uma equipa que quer ser candidata ao título. No que toca apenas ao campeonato, a comparação com a época passada é ainda mais escandalosa. Nos vinte encontros realizados esta temporada na Liga NOS, o Sporting já sofreu mais golos do que em todo o campeonato passado. Desde agosto, os “verde e brancos” já sofreram 22 golos no campeonato, perante os 21 da temporada transata. Isto explica muito do insucesso leonino nesta Liga, pois os dois outros candidatos (Benfica e FC Porto) têm, juntos, 23 golos sofridos. Quer isto dizer que o Sporting tem quase tantos golos sofridos esta época na Liga como os dois rivais juntos. Algo impensável no início da temporada.

Schelotto foi um dos elementos comuns entre os quartetos defensivos das últimas duas épocas Fonte: Sporting CP
Schelotto foi um dos elementos comuns entre os quartetos defensivos das últimas duas épocas
Fonte: Sporting CP

Mas afinal, o que é que mudou em relação à época passada? No papel mudou pouca coisa, dado que a defesa do Sporting no final da época passada era composto por jogadores que permanecem no clube esta época, com Rui Patrício na baliza, Schelotto na direita, Zeegelaar na esquerda, e Coates e Ruben Semedo como centrais. Assim sendo, esta quebra pode ter sido motivada por fatores como a quebra de forma dos jogadores ou o falhanço tático e estratégico do treinador na abordagem às partidas. Se, por um lado, é claramente visível que Marvin Zeegelaar não tem capacidade para ser o lateral esquerdo de uma equipa grande, também é verdade que a culpa pode ser do treinador. E porque é que pode ser do treinador? Porque não foram só estes jogadores que compuseram os quartetos defensivos do Sporting esta época. Nos 33 jogos que os leões já fizeram esta temporada, já vimos Beto e Rui Patrício na baliza, João Pereira, Schelotto e Ricardo Esgaio como laterais direitos, Paulo Oliveira, Coates, Ruben Semedo e Douglas como centrais, Jefferson, Zeegelaar, Bruno César e o mesmo Esgaio como laterais esquerdos. Assim sendo, a culpa não pode ser só dos jogadores.

SL Benfica 3-0 FC Arouca: Afirmar o regresso à normalidade

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Para inaugurar a 21.ª jornada da Liga NOS, o campeão em título recebia, em sua casa, a equipa do Arouca. Lito Vidigal, treinador da equipa adversária, cumpria o seu último jogo ao comando da turma do Norte e aspirava pontuar de forma a despedir-se da melhor forma do comando do plantel que vestia de azul e amarelo.

O Benfica tinha a obrigação de ganhar para não oferecer a hipótese ao FC Porto de passar para a liderança do campeonato. Com isto em mente, a equipa entrou forte no jogo, com a mentalidade (como sempre) de o ganhar.

O Arouca tentava criar perigo à baliza orientada por Ederson, mas os encarnados mostravam-se sempre superiores ao longo do terreno de jogo e a bola tendia a ficar nos pés da equipa da Luz, combinando ataques, na ânsia de inaugurar o marcador. Mitroglou viu um golo ser anulado por fora de jogo de Jonas, que o assistia para o primeiro tento do jogo.

Porém, pouco tempo passou até esse feito ser concluído com sucesso. Aos 25 minutos, com assistência de Jonas para Kostas Mitroglou: o brasileiro cruzou do flanco direito para a cabeça do grego, que saltou mais alto que os dois centrais do Arouca e abriu o marcador.

O Arouca continuava sem conseguir ser superior aos pupilos de Rui Vitória, que continuavam a pressionar para o segundo golo, de forma a dar uma vantagem mais descansada aos adeptos que visitaram o Estádio da Luz.

Passados 10 minutos do primeiro golo, novamente Mitroglou conseguiu colocar a bola nas redes adversárias. Eliseu assistiu num ataque ofensivo rápido, atrasando a bola para o número 11 do Benfica que finalizava de pé esquerdo para o golo aliviante dos encarnados.

O Benfica dominava completamente a partida mas, depois do segundo golo, o Arouca despertou e esteve mesmo perto do golo. No lance seguinte, Ederson é expulso por derrubar Mateus fora da área. A decisão de expulsar o guarda redes do Benfica foi feita pelo árbitro assistente, que admitiu que o brasileiro impedia uma clara oportunidade de golo. Júlio César entrou para a baliza encarnada e o Benfica jogou o resto do jogo com 10 jogadores.

O intervalo chegava com o Arouca a pressionar mais o Benfica, que dominou toda a primeira parte e que se vê a sair para os balneários com 10 unidades em campo, apesar da vantagem de duas bolas.

No regresso ao jogo, o Benfica mantinha o sistema tático do 4-4-2, mas modificado para a falta de Mitroglou que, inglório, saiu para dar lugar ao guarda redes Júlio César. Assim, Jonas ficava sozinho na frente.

Embora com menos um jogador que o Arouca, o Benfica não tardou em fazer o terceiro golo da partida. Belo gesto técnico de Carrillo na área do Arouca, picando a bola por cima do guarda-redes, após Pizzi isolar o camisola 15 para a finalização.

Estava feito o 3-0 e o Arouca pouco tinha a perder. O Benfica desceu as linhas devido à larga vantagem e entregava a posse à equipa visitante, que se mostrava mais perigosa. Os encarnados procuravam agora jogar num estilo de contra ataque, fruto da minoria de unidades em campo.

O Arouca foi crescendo na segunda parte e levou perigo à baliza agora defendida por Júlio César. André Santos e Tomané insistiam no remate e Kuca esteve perto de marcar de cabeça, não fosse o desvio de Nélson Semedo para Júlio César. Lance algo confuso, mas perigoso.

O jogo tornava-se morno por esta altura, com o resultado final praticamente delineado. O Arouca continuava a insistir, mas nada que fizesse entusiasmar em demasia a partida. O Benfica ainda teve oportunidade para fazer o 4-0, mas a história do jogo já há muito tinha sido escrita.

Na pior casa do Benfica esta época, cerca de 46 mil espetadores, o Benfica avança três pontos na tabela classificativa e pressiona o FC Porto a ganhar em Guimarães. Está a quatro pontos dos azuis e brancos, embora tenha mais um jogo. Garante, contudo, mais uma jornada no topo da Liga NOS 2016/17.

Guião de Jesus, Cartilha do Jornalista, Caixas da “Urbanos”, e uns Post-its

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Muito já se escreveu sobre as declarações de Jorge Jesus no final do último jogo do Sporting. No entanto, e apesar de algumas das coisas que aqui irei referir já terem sido ditas e desmistificadas, ainda quero voltar ao assunto pela importância das mesmas a vários níveis.

O que Jorge Jesus disse no final do jogo sobre João Palhinha pode ter várias interpretações, e todas elas já foram expostas, defendidas, e bem argumentadas. Todas têm verdade nos argumentos utilizados, e só daqui a algum tempo se poderá dizer qual verdade é a verdade. Porque o que disse o treinador do Sporting, devido à sua deficiente comunicação, pode ter várias leituras (se bem que até o melhor comunicador pode ser entendido de várias formas, dependendo de quem o está a ouvir, e com que intenção o ouve) e ele, ao proferi-las, não sabe qual a interpretação que o jogador fará.

Como cada um é como cada qual, uma mensagem pode ser estimulante para uma pessoa, e pode resultar no contrário para outra. Assim, Jorge Jesus, naquele momento só teria que não individualizar, e querendo passar mensagem ao Palhinha (a ele a a toda a equipa, porque na primeira parte não foi só Palhinha que falhou) só teria que o fazer no treino do dia seguinte, ou durante  a semana. Ou quando se foi abraçar ao Casillas, teria sido bem mais proveitoso um abraço ao seu jovem jogador que lutou por ele, pelo seu treinador, e pelo seu clube.

A verdade é que o treinador do Sporting não joga com estes floreados e cuidados no que toca a comunicação, pelo que não poderemos esperar mais que isto. Sabemos nós e sabem os responsáveis do clube, que já viram isto acontecer várias vezes. Como ninguém consegue alterar o modus operandi de Jesus, terá de se encontrar uma forma de ir reparando as eventuais fraturas que possam ir surgindo no grupo. E neste caso, eu iria sugerir um psicólogo que acompanhasse a equipa, e desse apoio à equipa técnica, de forma a perceber de que forma cada jogador reage ao facto de alguém colocar em cima das suas costas o resultado de um jogo tão importante para a sua equipa, ou de ver o seu treinador a passar a mensagem de que sem ele (Jesus), aquele jogador não teria a qualidade que tem.

Padel em Portugal: uma moda ou promessa de futuro?

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Cabeçalho modalidadesE se o Ténis e o Squash se fundissem numa nova modalidade? Já aconteceu. Superficialmente falando, o Padel pode, de facto, ser encarado como uma fusão entre estas duas modalidades.

Mas afinal o que é o Padel?

Do Ténis herdou o sistema de pontuação, do Squash o campo rodeado por vidro. No entanto, o Padel tem vindo a trilhar o seu caminho e a revelar a sua identidade enquanto modalidade.

É jogado somente a pares, com raquetes e bolas específicas, num campo mais pequeno do que o Ténis (10m de largura por 20m de comprimento), rodeado por vidro nos topos e em parte das laterais, o que constitui um verdadeiro quebra-cabeças para quem inicia a prática da modalidade, mas que, com a prática, acaba por se tornar num desafio divertido, dado que se começa a entender os efeitos que determinados locais e ângulos têm na bola e na disputa do ponto. Assim, o vidro pode ser, simultaneamente, um forte aliado e inimigo do jogador, uma vez que pode ser utilizado por ele, imprimindo uma dinâmica muito maior ao jogo, aumentando a imprevisibilidade do ponto e os efeitos adquiridos pela bola. É esta interacção entre o jogador, a bola e o vidro que torna o Padel, a um nível competitivo, uma modalidade dotada de uma grande complexidade estratégica e táctica.

campo padel
Fonte: World Padel Tour

Porquê a febre do Padel?

Divertido e viciante são dois dos adjectivos mais escolhidos pelos praticantes para caracterizar o Padel.

O primeiro contacto com a modalidade é feito, muitas vezes, através do “passa palavra” entre amigos, que se desafiam a jogar, uma vez que o Padel é conhecido pela forte componente social e propensão ao convívio entre praticantes. Por ser jogado a pares, num espaço reduzido, onde é fácil comunicar, a dimensão social tem sido, manifestamente, uma das características que tem trazido mais gente para o Padel: praticantes das mais variadas idades (dado que, a um nível mais amador, não é uma modalidade dotada de grande exigência física e técnica) e de ambos os sexos (sendo o Padel uma das modalidades que mais sucesso faz junto do público feminino).

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O Padel reveste-se de uma forte componente social
Fonte: World Padel Tour

O Padel tem vindo a conquistar cada vez mais pessoas, que começam sempre a um nível mais amador, dada a facilidade em iniciar a prática da modalidade, já que, inicialmente, é fácil aprender as bases do Padel, o necessário para se poder passar um tempo de lazer com amigos ou família, sendo até relativamente fácil e rápido começar a notar evolução, com o aumento da prática. É este um dos factores que faz nascer e crescer o “bichinho do Padel”, que alimenta o vício e que faz querer sempre mais, contando a modalidade com uma taxa de retenção superior a 70%, isto é, mais de 70% das pessoas que jogam Padel pela primeira vez, continuam a fazê-lo.

É deste modo que a modalidade tem crescido exponencialmente, um pouco por todo o mundo: começa a jogar-se a um nível amador, com amigos e família, nota-se evolução, com o passar do tempo, e surge a urgência de começar a treinar; com os treinos, surge a vontade e a sede da competição, começa a jogar-se em torneios, o nível começa a aumentar, a competitividade também e a profissionalização, em alguns casos, acaba por acontecer.