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CD Feirense 0-4 FC Porto: confirmação do bom momento

fc porto cabeçalhoEra necessário vencer este jogo para confirmar a melhoria desta equipa dos dragões, motivados por duas vitórias importantíssimas contra o SC Braga e o Leicester City, resultados que poderão ser decisivos nas aspirações portistas para o restante da época.

Era também importantíssimo vencer porque é dia de Clássico e, em caso de vitória, a equipa do FC Porto iria encurtar distâncias para o top 2 do campeonato e, quem sabe, lá chegar e confirmar que o FC Porto está a melhorar e o treinador a estabilizar as suas ideias.

Algo de que tenho acusado o FC Porto e o seu treinador é a dupla identidade da equipa. Quando joga no Estádio do Dragão, assume o jogo como tem de ser, enquanto que fora de portas atira essa responsabilidade e pratica um futebol mais pragmático, mas, dentro da realidade portuguesa, uma equipa grande tem de ir a todos os campos com uma ideia de jogo definida e uma identidade.

O FC Porto repetiu o onze que defrontou o Leicester City e, na minha opinião, é o melhor onze dos portistas. Entrou praticamente a ganhar contra este aflito Feirense, que começou bem o campeonato mas não ganha desde a 5.ª jornada da Liga NOS. Penálti de Ícaro (que foi expulso na sequência do lance) convertido por André Silva, repetindo o que fez contra o Leicester. Uma primeira parte que mostra um FC Porto mais calmo e sereno, com Oliver Torres a dirigir todos os momentos dos azuis e brancos e a confirmar a subida de forma e as boas exibições.

Outro nome a destacar é Brahimi, que também marcou, repetindo a façanha de quarta-feira passada, onde marcou de calcanhar, marcando agora após um lançamento lateral e alguma confusão na área do Feirense. É de sublinhar também, ao longo da primeira parte, a excelente atitude da equipa de Santa Maria da Feira, que, mesmo com um homem a menos (segundo as novas leis, não pode haver penalização dupla, mas isso dará para outro artigo no futuro), não joga a bola longa na esperança de um ressalto, tenta fazer construção de trás para a frente sempre com critério e organização ofensiva (claro que acarreta maior exposição defensiva) e já causou calafrios na defesa portista com uma bola à trave quando o resultado se encontrava no 0-1.

Uma primeira parte q.b. dos dragões mas um resultado justo para os comandados de Nuno Espírito Santo, a fazerem valer a maior qualidade individual e de jogo.

Nuno Espírito Santo teve uma tarde tranquila em Santa Maria da Feira Fonte: FC Porto
Nuno Espírito Santo teve uma tarde tranquila em Santa Maria da Feira
Fonte: FC Porto

O FC Porto a entrar na segunda parte a marcar, como aconteceu no início do jogo, por intermédio de Marcano, à passagem do minuto 51, após canto de Diogo Jota e desvio ao primeiro poste de Felipe. Um bom lance a colocar uma pedra no resultado e nas aspirações da equipa de Santa Maria da Feira. Este golo acabou com as aspirações do Feirense e levou a que o jogo acalmasse e a que o treinador do FC Porto pudesse retirar Corona e colocar Herrera (57’), e aos 65’ André André para colocar Oliver Torres.

Aos 66’ André Silva correspondeu de cabeça a um cruzamento bem medido de Alex Telles. A partir dos 70’, o jogo acalmou e os dois treinadores geriam o resultado e o jogo, visto que este se encontrava decidido. Aos 70 minutos, saía André Silva para dar lugar a Rui Pedro e aos aplausos da claque portista, que se fez ouvir durante 90 minutos.

O FC Porto sempre que acelerava criava perigo e reflexo disso foi o remate de Diogo Jota a passe de André Silva, com o guarda-redes Vaná a corresponder e o remate ao lado de Danilo após trabalho na área de Rui Pedro. São de destacar as duas bolas à trave do Feirense, uma em cada parte da partida, a demonstrar que o resultado poderia ter tido mais golos mas premeia a boa forma defensiva desta equipa, com uma dupla de centrais perfeitamente equilibrada e a entender-se muito bem, e isso reflete-se no desempenho defensivo da equipa portista.

Foi uma boa vitória, a confirmar um bom momento, mas não nos esqueçamos de que o Feirense jogou com menos um durante 86 minutos de jogo.

Ivo veste a capa de herói

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Cabeçalho modalidadesHoje discutiu-se mais um jogo da principal liga de hóquei em patins, disputado no pavilhão Jácome Ratton, entre as formações do Sporting Clube de Tomar e a Associação Juventude de Viana. Foi um jogo bastante bem jogado e onde a incerteza no marcador pairou até aos momentos finais, acabando o resultado final por ser um pouco mais gordo do que o encontro demonstrou.

Na primeira metade, o Sporting entrou bem na partida, começando logo com o golo na abertura, por intermédio de João Alves. A equipa vianense não se foi abaixo e empatou sensivelmente a meio, mas os leões demonstraram toda a sua resiliência para voltar ao comando das operações, levando o jogo para o intervalo com uma vantagem mínima de 2-1, no primeiro de três golos de Ivo Silva, indiscutivelmente uma das figuras neste frente a frente.

Na segunda parte a toada de jogo foi basicamente a mesma, com a equipa vinda de Viana do Castelo a procurar um golo que permitisse chegar ao empate, mas com a formação nabantina sempre na procura de ampliar a sua magra vantagem. O empate concretizou-se com um golo de Diogo Fernandes, ele que já nos 25 minutos iniciais tinha marcado o tento da sua equipa. Com o resultado empatado, teve que ser a formação orientada por Nuno Domingues a procurar mais uma vez a vantagem, que chegou através de um livre direto, superiormente executado por Ivo Silva. Parecido com este golo foi o tento que o herói deste jogo apontou, em mais um livre direto a castigar a décima falta do conjunto nortenho. Mais uma vez, grandiosa marcação do elemento da equipa da casa e estava feito o 4-2.

O grande destaque do jogo de hoje: Ivo Silva, que veste a camisola número 9 Fonte: SCT
O grande destaque do jogo de hoje: Ivo Silva, que veste a camisola número 9
Fonte: SCT

Perto do fim, destaque para a jogada magnífica que resultou no 5-2 final, totalmente comandada e concluída por David Costa. Com este resultado, os adversários de hoje trocam de posições, com o Sp. Tomar a subir para a sétima posição, podendo ainda ser apanhado na tabela pela equipa açoriana do Candelária, caso esta vença o jogo de hoje o Riba D’Ave. Até ver, a formação de Tomar parece ter argumentos para lutar pelos oito melhores classificados, mas ainda é um pouco cedo para fazer análises desse tipo.

Foto de capa: SCT

Artigo revisto por: Francisca Carvalho

Sorteio da Liga dos Campeões: E agora, FC Porto?

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É já esta segunda-feira que se realizará o sorteio que ditará o nome do adversário do FC Porto nos oitavos de final da Liga dos Campeões 2016/17. É sabido que nesta fase da competição não existem adversários fáceis, mas é também evidente que nem todos os potenciais opositores apresentam igual qualidade futebolística e, como tal, o nível de dificuldade do desafio a enfrentar é variável.

André Silva é o melhor marcador do FC Porto na competição Fonte: FC Porto
André Silva é o melhor marcador do FC Porto na competição
Fonte: FC Porto

Analisar uma equipa apenas pelo seu nome pode ser um risco e, como tal, importa analisar os possíveis adversários do FC Porto na próxima fase da Liga dos Campeões e perceber que problemas poderão estes causar aos azuis e brancos.

Hoje há Dérbi!

Cabeçalho Futebol Nacional

Hoje, no Estádio da Luz, Benfica e Sporting defrontam-se pela primeira vez esta época. Em perspetiva um grande jogo de futebol, muita emoção, lotação esgotada e duas equipas que vão dar tudo para atingirem os seus objetivos, o Benfica, reforçar a liderança, o Sporting chegar à liderança.

Espera-se um jogo muito equilibrado, senão não seria um dérbi, mas sobretudo espera-se que os treinadores das duas equipas nos surpreendam, sejam perspicazes e utilizem a sua mestria e sabedoria para poderem vencer.

Exploramos aqui alguns pontos muito importantes que poderão fazer a diferença. O Benfica é uma equipa que nunca muda o seu esquema seja com quem jogar, apresenta por norma o mesmo 4x4x2, super ofensivo e com alas bem abertos. O Sporting costuma apresentar-se da mesma forma, 4x4x2 mas com uma presença maior no meio campo, muitas vezes adaptando o seu jogo em função do adversário. Já vimos vários esquemas diferentes, por exemplo, com o Real Madrid, em Madrid, com Bruno César no meio campo a apoiar o ataque, opção que poderá ser utilizada por Jorge Jesus.

Mudará Rui Vitória a táctica? Fonte: UEFA
Mudará Rui Vitória a táctica?
Fonte: UEFA

A nível defensivo o Benfica sofre muitos golos de cabeça, 5 em 7 dos sofridos no campeonato, e dos quais 4 de bola parada. Este aspeto pode ser muito bem explorado por Jorge Jesus, visto ser um treinador muito eficaz na preparação de lances de bola parada, com o “goleador” Coates a ser decisivo em vários jogos. O Sporting cede muitas vezes em ataque continuado e algumas delas no momento da perda da bola ofensiva, parte que pode ser muito bem explorada por Rui Vitória sendo que tem extremos muito rápidos como Cervi e Rafa.

No momento ofensivo o Benfica poderá ser superior se for rápido nas transições, sendo que tem em Fejsa um grande recuperador de bolas e em Pizzi o jogador que mais passes cria para golo. Com os extremos bem abertos o Benfica poderá aproveitar a maior fraqueza do Sporting, os laterais. Jonas está de regresso e poderá ser um trunfo. Por outro lado, o Sporting poderá fazer a diferença se apostar na posse de bola no meio campo encarnado, com Adrien a fazer a ligação entre todos os setores da equipa e se Bruno César jogar a apoiar o ataque no centro.

Qual será a abordagem de Jorge Jesus? Fonte: UEFA
Qual será a abordagem de Jorge Jesus?
Fonte: UEFA

É uma equipa que joga muito bem no espaço curto e que chega com muita facilidade à zona de finalização com Gelson a ser o maior desequilibrador da equipa no último terço do campo. Se se verificar este aspecto o Benfica terá muitas dificuldades, à semelhança do jogo com o Nápoles onde foi dominado no meio campo.

A nível físico será importante destacar que a equipa do Sporting poderá levar alguma vantagem. O Benfica tem utilizado muitas vezes o mesmo onze, incluindo Taça de Portugal e Champions. Jogadores como Salvio e Luisão dão sinais de algum cansaço, fruto da gestão até agora eficaz de Rui Vitória. O Sporting tem Adrien e William que carregam a equipa e que dão “muito músculo” ao meio campo, sendo que Pizzi é um jogador adaptado à posição de médio. Sendo que é um dérbi, este fator poderá não existir.

Ansiosos que cheguem as 18h00.

Foto de capa: Sporting CP

Recordar é Viver: SL Benfica vs Sporting CP

recordar é viver

Fim-de-semana diferente, tensão no ar, cafés em alvoroço, discussões mais agrestes no barbeiro, trocas de “picanços” entre amigos, apostas, orações, isolamento, promessas, sonhos; enfim, toda uma panóplia de termos da nossa língua que podem ser utilizados para descrever o ambiente que se vive em Portugal antes de um dérbi entre Benfica e Sporting. E ainda para mais quando está tanta coisa em jogo, como no encontro deste domingo, mas isso deixo para os competentes redactores do Bola na Rede analisarem.

Eu vou recordar aqui três clássicos que foram apaixonantes, como todos o são, respondendo ao apelo dos diretores deste deste projecto, que tal como previ em 2013… Vingou.

Fui salomónico na escolha dos desafios e por isso mesmo abordarei resultados diferentes, para agradar a gregos e troianos, tentando retratar dérbis que se disputaram sensivelmente a meio da temporada e na Luz, e que tiveram o bónus de se terem revelado espectaculares.

E a bonança chegou, pois claro

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“ (…) Seguem-se dois importantíssimos jogos que podem definir muito do que será a época do Dragão. Tenho plena confiança de que, como diria o outro, isto é uma questão de ‘ketchup’: quando recomeçarmos a marcar, ninguém mais nos para. A confiança voltará e aí, não haverá árbitro, bruxedo ou força do mal que nos impeçam de vencer.(…)”

Consciente do risco de pecar por antecipação, gostaria de começar esta crónica como terminei a última. Não quero dar uma de profeta, mas estes dois últimos jogos do FC Porto parecem retirados de um filme de Hollywood, dividido em duas partes: primeiro o suspense do jogo com o Braga, numa verdadeira rodagem de ficção científica (sim, tanto tempo sem marcar golos em balizas que mais pareciam enfeitiçadas não pode ser verdade!). Depois, o documentário baseado em factos reais, expresso na demonstração de futebol de alto gabarito imposta ao campeão inglês. Factos reais porque, naturalmente, esta exibição enquadra-se mais naquilo que é a realidade do FC Porto: uma equipa dominadora em toda a linha e em todos os momentos de jogo.

Felizmente, tudo o que escrevi antes deste duplo confronto verdadeiramente decisivo acabou por se revelar assertivo. Não só a ideia – mais do que enraizada no futebol – de que “assim que o primeiro entrar vai ser uma festa”, mas também o desejo manifestado em ver o menino Rui Pedro mais vezes em ação. Ele que já havia deixado água na boca no jogo-treino com o Belenenses para a ‘Taça’ da Liga. Ironia das ironias, lá estava o rebelde de Pedorido a levar-nos ao êxtase no quinto minuto de compensação frente aos bracarenses. E que privilégio foi para mim poder assistir, in loco, a esse momento Kelvin 2.0. É certo que não decidiu um campeonato, mas pode muito bem ter sido o tal clique de que esta maravilhosa equipa tanto precisava. Justificaram-se, por isso, os exuberantes festejos de jogadores, adeptos e toda a equipa técnica, bem como as lágrimas do grande Luís Gonçalves, encarnando o sentimento de justiça refeita que todos experimentamos naquele momento tão dramático e ao mesmo tempo tão belo.

A estabilidade parece querer chegar ao reino do Dragão Fonte: FC Porto
A estabilidade parece querer chegar ao reino do Dragão
Fonte: FC Porto

Soltaram-se, finalmente, as amarras. E o resto da história foi o que todos puderam atestar: uma noite à dragão. Um verdadeiro recital de futebol, com a nota artística mais elevada de que há memória por estes lados nos últimos anos. É certo que as maiores estrelas do Leicester não estavam presentes, mas nem isso pode servir para branquear a grande exibição dos ‘dragões’, que à qualidade de jogo já evidenciada em muitos dos jogos anteriores, aliaram, desta vez, uma tremenda eficácia no ataque à baliza adversária. Uma eficácia que se traduziu na obtenção de cinco golos. E para todos os gostos. Desde a cabeçada à ponta de lança de André Silva (que viria depois a exorcizar os demónios das grandes penalidades) ao já habitual calcanhar argelino, típico nesta prova europeia. Pelo meio, tempo para o fantasista Corona levantar o estádio com um golo que nos faz aceitar, de bom grado, o dinheiro gasto no bilhete, e para Jota fechar a contagem com a assertividade que se pede em frente ao guarda redes.

Nuno Espírito Santo goza por estes dias de uma tranquilidade e estado de graça que ainda não havia experimentado desde a sua chegada ao Dragão. Os ‘pipoqueiros’ devem ter-se esquecido dos lenços brancos em casa e o que se viu no final dos dois jogos foi uma plateia em pé, a gritar e a aplaudir tão belos desempenhos aliados a vitórias motivadoras para o futuro. Tudo isto é mérito dele e, correndo o risco de me tornar repetitivo, reafirmo a ideia de que Nuno não pode ser responsável pelo facto de o FC Porto perder pontos por manifesta infelicidade em frente à baliza ou por vista grossa por parte dos árbitros. A preparação e a leitura do jogo, mesmo não sendo perfeitas, acabariam por dar razão ao treinador, se a sorte e a competência de tanta juventude tivessem formado aliança mais cedo. Felizmente essa fez-se a tempo e agora, com os níveis de motivação em crescendo, o FC Porto pode preparar a visita a S.ª Maria da Feira ciente de que, mantendo o nível, pode aproximar-se ainda mais da frente, reforçando o crescimento que a equipa vem demonstrando ao longo do tempo.

A terminar, o desejo de que o sério caso em que se tornou a defesa deste FC Porto mereça, por parte dos opinadores deste país, um justo tratamento, tal como aquele que foi feito em relação ao jejum de golos. À falta de ideias para tentar amenizar o mérito e descredibilizar o bom trabalho de NES, esta seria um bom tema de debate. Afinal, estes seis jogos sem consentir golos são já recorde do século. A melhor defesa da Europa é nossa!

Foto de capa: FC Porto

Académica OAF 2-1 SL Benfica B: Contas com a sorte resolvidas à cabeçada

Cabeçalho Futebol Nacional

“Vou dizer aos meus jogadores que até aos 5 minutos, podem dar fruta” disse Costinha, após o jogo com o Freamunde, queixando-se da passividade perante as faltas duras cometidas pelo adversário nos instantes iniciais dessa partida.
Essa conversa foi revelada aos jornalistas na última conferência de imprensa após o jogo com o Braga B e é impossível não ser lembrada neste jogo. Não pela virilidade demonstrada pela Briosa nos instantes iniciais, mas pela recuperação da “pontinha de sorte” há muito reclamada por Costinha com duas cabeçadas e, também, pela forma agressiva e abnegada com que entrou no encontro, e que lhe valeu o golo inaugural, logo aos 3 minutos, por Tozé Marreco.

O ponta-de-lança concluiu da maneira que melhor sabe (cabeça) uma jogada iniciada no flanco direito do ataque da Académica.
Estava dado o mote (a “fruta”) para uma primeira parte de excelência, onde ambas as equipas disputaram o jogo de forma positiva, com o Benfica B (municiado por Pêpê, que não tinha em Dalcio ou Diogo Gonçalves os melhores companheiros de construção ofensiva no 4x4x2 encarnados de ) à procura do golo do empate e a Académica (exposta num 4x1x4x1, numa linha ofensiva com 5 homens em Marinho, Ernst, Kaka, Traquina e Toze Marreco ancorados por Makonda, regressado à origem – pivô defensivo) sem medo de correr riscos em busca do segundo.

Tanto assim foi que a bola circulou as duas áreas de forma repartida, embora fosse a baliza do Benfica a mais procurada. Ernst (o melhor nesta fase), por duas vezes, após bailar sobre Benitez, fez tremer André Ferreira, que viu a bola tirar tinta à trave numa primeira instância e defendeu com brio a segunda tentativa do ganês. Kaka, pelo meio, em zona frontal a baliza, rematou rasteiro, ao lado. Ao intervalo, justificava-se o resultado.

Jogadores da Académica em euforia após o 2-1 Fonte: Académica OAF via CAPhoto
Jogadores da Académica em euforia após o 2-1
Fonte: Académica OAF via CAPhoto

A segunda parte trouxe um Benfica B ainda mais atrevido, conseguindo tornar mais objectiva a sua qualidade técnica. Sob a batuta de Pêpê, a equipa foi crescendo e adivinhavam-se situações de perigo, como a que Dalcio desperdiçou no início da segunda parte, num lance de contra-ataque, completamente isolado ante Ricardo Ribeiro.

A insistência dos encarnados, sentia-se, traria frutos, e assim foi. Na grande área da Académica, Yuri Ribeiro fugiu a Nii Plange, este não gostou e cometeu falta sobre o lateral esquerdo do Benfica. O burquinês viu o segundo amarelo, foi expulso. Grande penalidade para os encarnados. Convertida por Pêpê.

Dada a superioridade numérica encarnada, o campo inclinava-se, definitivamente, para a baliza da Académica, onde houve muitas bolas de golo. Primeiro foi Dalcio, isolado, a falhar de forma escandalosa outro lance isolado, depois foram Jovic e João Carvalho a obrigar Ricardo Ribeiro a grande defesa e, mais tarde, Yuri, rematou a rasar o poste da baliza da Académica.

Tanto desperdício costuma resultar numa coisa: golo do outro lado. E assim aconteceu – já nos descontos, Nuno Santos ganha falta sobre o flanco esquerdo. Ki avançou para a marcação e levantou para a área, onde estava João Real, a meias com Makonda, a cabecear para a baliza. 2-1. As bancadas explodiam toda a emoção contida em cada lance desperdiçado pelo Benfica B e exultava-se o nome da Académica. Estavam arrancados 3 pontos patrocinados por garra, crer e… sorte.

A Académica descola, agora, do Benfica B, na classificação, mas mantém-se a 9 pontos da zona de subida. Os encarnados veem o rival Porto B (venceu o clássico com o Sporting B) aproximar-se, estando agora, com o Sporting, a 3 pontos da liderança do “campeonato dos B’s”.

Pedro Machado

SL Benfica vs Sporting CP: O que esperar do clássico

Desde há dois anos que o Clássico dos Clássicos se relançou no nosso universo futebolístico. Se consagrar uma vitória contra o eterno rival será sempre motivo de galvanização, juntar a esta luta a disputa pelo primeiro lugar do campeonato apura ainda mais os índices, impulsiona os ânimos e redobra as atenções.

Não corroboro com a ideia de que, para um jogo destes, os níveis motivacionais dependam dos últimos resultados. Este é, por assim dizer, o jogo das autonomias estatísticas, onde uma vitória será sempre uma vitória, valendo por isso tudo por ela. Não corroboro com esta ideia, assim como também não acredito que sair vencedor do Clássico seja consequência de saber jogar bem a longo prazo. É o encontro entre os gigantes da capital, e sobre isto a história tem-nos dito muito. Há, claro e no entanto, um dado importante para a antevisão: em vez de apenas encurtar distâncias, o descuido do Benfica na última jornada possibilita ao Sporting a passagem directa para o primeiro posto em caso de vitória. Na época passada, por exemplo, foi o encontro na Luz que sentenciou a mudança de tendência classificativa no campeonato. E embora ser Campeão de Inverno seja um mero elemento interpretativo, pode ainda assim positivar o arranque para a segunda volta. Vamos ao jogo, ou àquilo que poderá acontecer durante ele.

Com Jorge Jesus – como já referi algumas vezes – a alternância no onze base dificulta a constituição das apostas para a titularidade. Contudo, e atentando às características da partida, não prevejo um Sporting sem Zeegelaar e João Pereira nas laterais defensivas. O primeiro, embora falhe em alguns processos construtivos que os adeptos detectam, parece-me ser o jogador com maior arcaboiço para a posição. No caso do segundo, tão somente porque a experiência e a tenacidade estão nas prioridades requisitantes para este jogo. No centro do terreno creio ser evidente a presença de Bruno César ao lado de William e Adrien. O brasileiro, que tem ganho a intransigência nas opções de Jorge Jesus, pertence aos tacticamente evoluídos, e poderá encontrar num ambiente hostil uma adição galvanizadora. Quanto à tripla que resta, pelos demais e possíveis motivos, não creio existir discussão: Gelson, Bryan e Bas Dost. Alguns especialistas dizem que é no centro do terreno que se ganham e perdem as partidas. Mesmo que assim não seja no domingo, será todavia nesta zona que alguns pormenores fulcrais se poderão decidir. Embora continue a considerar o meio-campo leonino como o mais forte do Campeonato, a evolução deste sector na equipa do Benfica, em comparação com a época anterior, trará mais preocupações para Jorge Jesus.

Vitória FC 2-0 GD Estoril-Praia: Intensidade sadina levou a melhor

Cabeçalho Futebol Nacional

Mais uma noite no Estádio do Bonfim, com o Vitória a apresentar um onze com bastantes alterações. Os sadinos vinham de duas derrotas consecutivas (uma em casa contra o Rio Ave e outra em Alvalade). Já o Estoril apresentava-se numa boa forma, vindo de uma série de quatro vitórias.

Antes do início da partida cumpriu-se um minuto de silêncio em homenagem a Manuel Manita, antigo selecionador de andebol. Incrivelmente, o estádio encontrava-se mais vazio que no último jogo. O Vitória entrou com todo o gás e Edinho desperdiçou uma oportunidade de golo logo ao segundo minuto. Os adeptos sadinos, sem surpresa, foram abafados pelos adeptos “canarinhos”, que, ainda que em pouco número, se fizeram ouvir.

Perto da meia hora, a equipa da casa dominava a posse de bola, mas remates? Nem vê-los. A bola raramente chegava à área e, quando chegava, os vitorianos deixavam-se antecipar e não conseguiam rematar. Aos 33 minutos, João Amaral fez o golo, numa jogada onde Nuno Pinto já tinha rematado para defesa de Moreira. Aos 36 minutos foi mostrado o primeiro amarelo da partida ao número oito da equipa do Estoril, Eduardo, por protestos. As equipas recolhiam assim ao balneário com uma maior eficácia por parte do Vitória, que se fez notar no marcador.

Fabiano Soares mexeu na equipa ao intervalo, retirando o médio Matheus Índio e colocando no seu lugar o avançado Felipe Augusto. Logo aos cinquenta minutos, Edinho, assistido por Nuno Santos, estreou-se a marcar nesta temporada e aumentou a vantagem para os sadinos. Notou-se uma clara evolução na prestação do Vitória, que jogou mais e melhor futebol do que nos últimos jogos. Já a equipa do Estoril pareceu ter ficado no balneário.

A equipa da casa continuava a dominar a partida, explorando todos os espaços do meio-campo dos “canarinhos”, que não conseguiam importunar a defensiva setubalense. Fabiano Soares ainda colocou em campo o jovem Bazelyuk e Bruno Gomes para tentar virar o rumo do encontro, mas não foi bem sucedido. Nos últimos minutos da partida, o Vitória jogava com os onze homens no seu meio-campo, e o Estoril corria pela vida, mas sem grande êxito.

No final, notaram-se os adeptos no Bonfim e, em cima do apito final, fizeram-se ouvir em alto e bom som. No final da partida, o Vitória alcançou os três importantíssimos pontos que o colocam mais longe da linha de água.

Ou vai ou racha

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fc porto cabeçalho 2Há cerca de um mês e meio (mais coisa, menos coisa), escrevi um artigo a alertar para um dos maiores perigos do futebol em Portugal: a memória curta. Nesse mesmo artigo, chamava a atenção para algo que frequentemente sucede no nosso futebol e para uma tal linha que separa a euforia da depressão.

Fonte: FCP
Fonte: FCP

À data, o FC Porto vivia um momento extremamente positivo, pese embora o facto de vir de um empate a zero no Bonfim contra o Vitória Futebol Clube (conhecido como Vitória de Setúbal). Havia ganho com relativa facilidade e brilhantismo os seus jogos para o campeonato (Nacional e Arouca), seguia em frente na Taça de Portugal, tendo eliminado o modesto Gafanha, e para a Liga dos Campeões vencera por 1-2 o Club Brugge na Bélgica, após uma moralizadora reviravolta com o carimbo do minuto 92 (André Silva marcou de penálti e aos 92 minutos o golo da vitória).

Avizinhavam-se jogos decisivos com Brugge e Copenhaga para a Liga dos Campeões, nova eliminatória (contra o Chaves) para a prova rainha do nosso futebol, a Taça de Portugal, e mais uma mão cheia de jogos para a Liga NOS, entre os quais a importante receção ao Benfica no Estádio do Dragão. Vivia-se, de certa forma, um estado de graça. O Porto estava bem e recomendava-se, os adeptos estavam com a equipa, e parecia estar finalmente dado o mote para uma temporada positiva. Pois, bem, o que se seguiu a partir daí foi um descer do céu ao inferno. Seguiram-se resultados e exibições muito abaixo do esperado e o clima de euforia deu lugar a uma depressão profunda, com os já habituais lenços brancos a começarem a aparecer.

A equipa entrou numa crise exibicional e de eficácia, foi eliminada da Taça; manteve o sonho da Champions vivo, é certo, mas com exibições (Brugge) e resultados (Copenhaga) desoladores, no campeonato deixou-se ultrapassar pelo Sporting e o fosso pontual para o Benfica alargou para os sete pontos. A estreia na Taça da Liga (empate a zero caseiro frente ao Belenenses) foi apenas mais um capítulo deste filme de terror. O Porto estava na corda bamba.

Fonte: Glibing
Fonte: Glibing

De repente, tudo muda. A tal ténue e frágil linha que havia separado a euforia da depressão foi a mesma linha que separou o inferno de um regresso aos píncaros. Quando todos, ou quase todos, davam o Porto como moribundo e derrotado, eis que o Benfica tropeça nos Barreios frente ao Marítimo e o jovem Rui Pedro (ponta-de-lança formado nas escolas do clube), qual D. Sebastião, surge no meio da neblina para resgatar o Porto no campeonato, dando, no minuto 95 (imagine-se), a vitória ao Porto frente ao Sporting de Braga, num jogo no qual já ninguém julgava que tal fosse possível, tamanho era o desperdício de oportunidades dos comandados de Nuno Espírito Santo. Como se isso não bastasse, quatro dias depois, o Porto despacha a equipa B (para não dizer C) do campeão inglês por 5-0. (Atenção: foi, de facto, uma vitória e uma exibição muito meritórias, mas é necessário colocar alguma água na fervura e perceber o contexto em que esta sucedeu, e relativizar, de alguma forma, os números da mesma). E, assim, volta o clima de confiança e de festa.