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FK Shakhtar 2-0 SC Braga: Olha um avião!

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Cabeçalho Futebol Nacional

Na segunda jornada da fase de grupos da Liga Europa 2016/2017, os bracarenses averbaram a primeira derrota nesta competição. A margem começa a ser reduzida e a obrigatoriedade de vencer é cada vez mais real. Os ucranianos foram superiores e conseguiram finalizar as duas oportunidades que obtiveram durante o encontro. Quanto ao Braga, se tivesse tido alguma oportunidade era bom que soubesse finalizar… Com ou sem elas jogámos muito pouco. As muitas lesões condicionaram a partida para os bracarenses, mas a falta de ideias durante o encontro é visível, não se justificando só com o lote de lesionados. Hoje, houve jogo europeu para o Braga, mas muitos ficaram com a cabeça em casa.

Ao quinto encontro entre Braga e Shakhtar, os minhotos somam mais uma derrota, elevando para cinco as várias pancadas sem resposta… Não é maldição, nem azar. Noutros tempos, na Champions, foi azar. Agora não é. Que é verdade que os ucranianos têm mais milhões, um bom grupo e um bom treinador (os bracarenses bem o sabem), é; que são superiores relativamente às individualidades, também, agora jogando contra dez desde o início da segunda parte, com dois avançados e um meio-campo que no ano anterior foi fundamental, entristece-me ver que nem uma oportunidade de golo conseguimos criar durante noventa minutos. Ate criámos. Mas eu falo de uma coisa a sério.

Fiquei um pouco desiludido com o que o Braga fez hoje. A ausência de jogadas, a falta de eficácia a trocar a bola e a não existência de uma oportunidade passível de golo fizeram-me estar à beira de um ataque de nervos. Sem que haja muito para falar, os ucranianos cedo marcaram num lance com alguma sorte à mistura. Livre para o Shakhtar, a bola ressaltou na defesa do Braga (Olha um avião! Olha a bola!) e de frente para a baliza foi só fuzilar. Um zero e novamente o Braga atrás do prejuízo, como tem sido costume nos últimos jogos… Sem que nada fizéssemos durante quarenta minutos, a parte final ditou algum movimento por parte dos arsenalistas. Jogadas simples e algo imprevisíveis criaram uma comichão ao Shakhtar. Quase, quase a terminar o primeiro tempo, Ricardo Horta caiu na grande área e podia ter sido penálti. Não foi e sinceramente também não era… Valeu pela tentativa de furar e saber cair. Ao intervalo os da casa venciam e Paulo Fonseca já nem sabia com quem estava a jogar. Se seria a equipa que orientou com vários jogadores do ano passado, ou uma outra onde não conhecia ninguém. Provavelmente a segunda parte da ideia parece ser a mais verdadeira. Pois é, Paulo, também foi um Shakhtar atípico, mas pelos vistos um Shakhtar atípico sabe ganhar…

Os segundos quarenta cinco minutos em Lviv chegaram com o resultado ainda por disputar e com onze para cada lado. Mas desde logo passariam a ser onze contra dez. Fred fintou um, dois, (olha um avião!), três e caiu. Baiano intrometeu-se mas não me pareceu ser penálti. Tanto um como outro lance são casos passíveis de grande penalidade. Mas na verdade, não terem sido trouxe mais justiça ao encontro. A meu ver, ambos foram bem ajuizados. Posto isto, esperava-se um Braga pressionante e a carregar o adversário. Pois, mas nem tudo o que parece é e num outro lance de bola parada (Olha um avião! Olha a bola!) Golo para o Shakhtar. Dois zero e o jogo estava complicado para o Braga. A jogar contra dez mas com pouca crença no resultado não vamos lá. Não fosse a grande exibição de Artur Jorge que se estreou na Europa e também de Rosic, o resultado poderia ter sido pior. Até final, o Braga tentou segurar a bola e construir a partir de trás. Não conseguiu e o Shakhtar em contra-ataque criava algum perigo. Só faltava mesmo Marafona tremer. (Olha um avião!) e quase era o terceiro do Shakhtar.

Terminou o jogo na Ucrânia com uma derrota para o Braga. Temos muito trabalho pela frente! Vamos lá correr e começar a disputar os jogos, que esta época parece ser jogo sim jogo não… Não pode ser. Vamos lá Braga!

Da próxima vez, gostava de dizer ao Paulo Fonseca porque é que ele não deveria ter saído. (Olha nós no avião!) Xii… o Paulo Fonseca ficou em terra…

Eu sou um burro velho

sporting cp cabeçalho 1Do alto das minhas três décadas, sou velho. Sou, aliás, um burro velho. É esta a conclusão a que chego depois de ler o que benfiquistas (ou “benfiquenses”) dizem por aí. Sou velho porque me identifico com um jogador que representou durante três anos tudo aquilo que é o meu Sporting Clube de Portugal. Aquilo que via em anos em que, tal como agora, raramente se ganhavam troféus mas nunca se deixava uma “casa” vazia, nunca se deixava de se apoiar aquilo em que mais se acreditava, o amor pelo Sporting Clube de Portugal.

Slimani não chegou “craque”, não custou duas dezenas de milhões de euros, não veio dum finalista da Liga dos Campeões e, acima de tudo, não veio com nome. Slimani veio, sim, trabalhador. Soube esperar o momento de menor fulgor de Montero e soube mostrar o que melhor sabe fazer; soube lutar e soube marcar.

Eu sou burro, um burro velho, dirão. Festejei o golo de Slimani na passada terça-feira, gritei alto e em bom som o nome dele. Admito-o alto e em bom som porque não sou hipócrita. Slimani encanta-me, o jeito desengonçado com que vai a cada bola entusiasma-me, a maneira como pressiona os defesas – algo que aprendeu com Marco Silva e Jesus – personifica o Esforço, a Dedicação e a Devoção do meu clube. Poderia ter atingido a Glória, poderia, sim, mas não tenho por hábito desculpar os maus momentos e as derrotas dizendo “Quem diz é quem é” e acusando os tais burros de algo que os hipócritas também fazem. Exemplo desses momentos? Bastava ter Internet ontem e procurar um pouco, talvez até nas mesmas páginas onde se viram os festejos do golo de Slimani frente ao FC Porto. Sou um burro velho porque gosto mais de Slimani do que do FC Porto? É verdade, mas ao menos não sou hipócrita.

Não preciso de contar os troféus – poucos, infelizmente – que ganhei nos últimos anos. Mas também não preciso de me desculpar com SMS ou com cotoveladas para justificar derrotas.

Carta Aberta a: Elias

Caro Elias,

Venho, através desta carta dar-te as boas vindas ao Sporting. Sei que já venho tarde, mas só agora me apercebi que gostava de te transmitir umas ideias minhas.

Na primeira vez que cá estiveste, não tiveste grande sucesso, mas sempre achei que tinhas potencial, boa técnica, e foste prejudicado pelo mau momento do clube, como alguns outros jogadores que por cá passaram nessa época. Ao ver-te sair para o Brasil, achei que poderias ter ficado mais algum tempo, mas quando te ouvi desrespeitar o clube e o presidente, passaste a ser só um daqueles que teve uma oportunidade e não a aproveitou.

Quando ouvi a notícia de que irias voltar, fiquei contente pela qualidade que te reconhecia, mas preocupado por seres alguém que não valoriza quem te paga os teus honorários. Como já te disse, reconheço-te valor, mas agora tens que te mentalizar que voltaste para o mesmo clube de onde saíste, no entanto já não há quase nada igual ao momento em que cá estiveste. Talvez só o nome do clube seja o mesmo.

Hoje o clube é muito mais exigente, tem jogadores que dão tudo em campo. Lutam até ao último minuto por cada bola, em qualquer metro quadrado de relvado, e por isso terás que lutar também por um lugar. Sempre que entraste em campo, foste substituir o jogador mais importante tacticamente da nossa equipa, e isso dá-te uma responsabilidade extra. Porque aquele jogador é que condiciona o jogo do adversário, e se for preciso ainda constroi jogo para a sua equipa.

Elias tem de ganhar intensidade para ser opção válida para JJ Fonte: Sporting CP
Elias tem de ganhar intensidade para ser opção válida para JJ
Fonte: Sporting CP

Muita gente te culpou pelos vários golos que sofremos após as tuas entradas em campo. Acho, no entanto, que o problema não foi a tua entrada, mas a saída do jogador que substituíste. Mas já que o treinador acha que és concorrente à posição do nosso capitão, quando entrares terás que correr muito mais, pressionar muito mais, terás que ter mais atitude em campo. Acredito que te chateie entrar nos minutos finais e ter que correr, mas qualidade tu tens, tendo que juntar mais garra ao teu jogo.

Eu até considero que tu nunca serás um substituto de Adrien, porque deves jogar mais à frente, e não tens a capacidade torácica do capitão, que é quase um box-to-box, mas o treinador tomou essa decisão, e quando te for dada a chance de jogar, só tens que dar o teu máximo pelo clube que te deu uma segunda oportunidade. Porque tu és profissional, e jogues noventa ou vinte minutos, terás que dar tudo pela tua equipa, pelos teus colegas, e por ti.

Elias, aquele abraço, e não te esqueças que com esta equipa, e este treinador, a atitude e a garra valem muito. Não corres e não pressionas,  então não jogas, ou jogas menos.

Regresso à normalidade (depois de Nápoles)

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sl benfica cabeçalho 2A dimensão futebolística do Benfica, a real, determinada pela experiência, pela história, construída em campo – e não a tão apregoada (e simplesmente fictícia) pelas redes sociais –, exige da equipa capacidade competitiva para discutir o resultado em qualquer estádio do mundo; para ambicionar conquistar cada momento, cada jogo e competição. Assim tem sido a regra, nestes últimos anos: o Benfica não se fica pela conversa fiada, pela arrogância que precede a partida. O Benfica joga, fá-lo de peito aberto e, normalmente, ganha. É tricampeão, venceu nove das últimas 12 provas nacionais, detém recordes de invencibilidade, e é o líder isolado do campeonato – este é o presente do Benfica.

O que se passou em Nápoles foi, na verdade, o inverso da nossa lógica. No entanto, algo que se explica facilmente à luz das incidências da própria modalidade, fértil em momentos como este, localizados nos extremos, capazes de fazer naufragar todo o colectivo e de o despromover de excelente a péssimo num piscar de olhos. A equipa perdeu momentaneamente o pé, algo que acontece (e que já aconteceu) aos melhores. Não me parece, por isso, haver motivos para dramatizar. O adversário é bom, foi melhor, e existem factores públicos atenuantes da nossa exibição, nomeadamente as ausências por lesão de jogadores fundamentais. Logo, a viagem ao San Paolo resume-se a uma excepção que deverá ser (e certamente será) contrariada num futuro próximo. Nem mais, nem menos.

A vitória do Nápoles foi muito festejada no nosso país – tal como foi o golo de Slimani (tal como já havia sido, por exemplo, o golo de Kelvin). É algo que não espanta. Se é difícil ensinar línguas a um só burro velho, imaginem, então, fazê-lo a tantos milhares. Estes festejos são tão naturais como são, a cada ano, certos desfechos da nossa época desportiva. Por isso, a resposta a esta derrota terá de ser dada com a habitual naturalidade, e o mais rapidamente possível: à hora e no local habituais. A prioridade, agora, é vencer os próximos jogos, permitindo-nos, por um lado, manter a liderança no campeonato e, por outro, reentrar na discussão do apuramento para a próxima fase da Champions; apenas numa segunda linha importa recuperar os níveis exibicionais.

Raphael Guerreiro – benefícios e desvantagens do novo papel no Dortmund

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Cabeçalho Liga Alemã

Raphael Guerreiro, o jovem de 22 anos, campeão europeu por Portugal e uma das melhores e grandes surpresas no Europeu, ex-Lorient, abraçou um novo projecto ao assinar este Verão pelo Borussia Dortmund. Num mercado completamente inflacionado, custou apenas 12 milhões de euros. Um grande negócio para o Dortmund! E se muitos achavam ser um passo gigante para o pequeno jovem, as exibições até hoje quer na selecção, quer no Dortmund, têm demonstrado que Raphael Guerreiro tem capacidade e potencial para jogar em qualquer clube do mundo.

Inicialmente se pensaríamos que teria sido contratado para substituir Schmelzer na lateral esquerda, a confirmação da permanencia de Schmelzer no Dortmund e também de Erik Durm, fez com que surgissem algumas duvidas. Mas então onde irá encaixar Raphael Guerreiro neste Dortmund? É certo que na sua antiga equipa tinha efetuado alguns jogos como médio esquerdo, mas tendo em conta também as soluções atacantes que o Dortmund tem no plantel mais os seus reforços, também não deixariam muito espaço para o jovem, se afirmar ali.

Raphael Guerreiro tem tido um início promissor no BVB Dortmund Fonte: BVB Dortmund
Raphael Guerreiro tem tido um início promissor no BVB Dortmund
Fonte: BVB Dortmund

Recentemente o seu treinador, Tomas Tuchel afirmou que Raphael Guerreiro é um jogador demasiado bom para jogar apenas numa posição. É certo então que Tuchel vê em Guerreiro não apenas um defesa lateral ou médio. Vê como um um jogador de futebol completo. Raphael Guerreiro já demonstrou ter uma excelente capacidade técnica, ser um jogador bastante inteligente, bom nas bolas paradas, bastante talentoso e versatil, tendo também uma excelente capacidade física. Com isto, Tuchel viu no seu jogador, capacidade para jogar onde? No meio-campo. Sim! Como médio-centro. Se antes ninguém esperava que ele jogasse naquela posição, após as suas exibições já ninguém quer que ele saía de lá.

Tem demonstrado um enorme dinamismo no meio-campo, oferecendo mais verticalidade ao jogo do Dortmund  na sua posse de bola e uma enorme capacidade para se posicionar sempre bem em campo, sendo também importante no processo defensivo. As primeiras jornadas do campeonato com uma vitoria tremida por 2-1 frente ao Mainz e uma derrota por 1-0 frente ao Leipzig revelaram um problema que o Dortmund tinha no meio-campo: a falta de Gundogan ou de alguém com capacidades similares. Passes a rasgar a defesa, facilidade a progredir a bola desde o meio-campo defensivo até ao ofensivo e por último ser capaz de cumprir com as exigencias de um número oito box-to-box. Se Rode demonstrou ser muito conservador, Castro demonstrou ser pouco consistente. Guerreiro foi a solução ideal para Tuchel. Vitórias expressivas frente ao Legia Varsovia, Darmstadt e Wolfsburgo. 6-0 nos primeiros dois e 5-1 no último. O português conta com desde então com 3 golos e 4 assistências.

Em suma, Raphael Guerreiro tem estado em grande destaque e com grande mérito ganhou o prémio de melhor jogador da semana da Bundesliga. Se já era uma certeza como defesa-esquerdo, podemos certamente contar agora com um numero 8 por lapidar. Há que dar mérito a Tuchel e sobretudo ao jovem Português por estar a demonstrar toda a sua qualidade.

Foto de capa: Facebook Oficial de Raphael Guerreiro

SSC Napoli 4-2 SL Benfica: Isto é a Champions

sl benfica cabeçalho 1Podemos argumentar que o futebol não é justo. Podemos dizer que uma equipa que marca quatro golos em seis remates enquadrados com a baliza teve “sorte”. Podemos argumentar que Mertens fez um jogaço e que Júlio César fez, provavelmente, a pior exibição desde que está na Luz.

A verdade nua e crua resume-se ao facto de este ser um jogo de Champions, e o Benfica não esteve à altura do que lhe era exigido.

Os encarnados, tal como nos jogos com o Braga e com o Chaves, voltaram a não entrar bem no jogo, embora tenha sido de um cruzamento da direita de Nélson Semedo que nasceu a primeira jogada de perigo do encontro, com Mitroglou a não conseguir finalizar da melhor forma.

Com o avançar da primeira parte a equipa portuguesa foi crescendo em caudal ofensivo e em oportunidades como o remate de Mitroglou para grande defesa de Reina ao passar dos dez minutos de jogo.

Mas foi nessa fase que o Nápoles, na sequência de excelente corte para canto cedido por Grimaldo, inaugurou o marcador através de Hamsik, que, de cabeça e antecipando-se a Fejsa, deu o melhor seguimento ao cruzamento de Ghoulam.

O resultado de 1-0 ao intervalo era claramente enganador e espelhava a eficácia e a gestão que a equipa napolitana soube ter de quase todos os momentos do jogo. E poderíamos ficar por aqui.

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Fonte: Sport Lisboa e Benfica

Da segunda parte houve só a confirmação de que as apostas de Rui Vitória em Carrillo e André Almeida não resultaram e o treinador demorou tempo demais a ir ao banco, onde estavam Gonçalo Guedes e Salvio, que trazem algo que este Benfica, devido às várias lesões, ainda não tem noutros jogadores.

O resto foi o somatório de erros consecutivos cometidos entre o minuto 51 e o minuto 58, que resultaram em três golos de um Nápoles conduzido sob a batuta de Dries Mertens, que rubricou a exibição da noite, manchada por dois erros incompreensíveis de Júlio César numa noite para esquecer o quanto antes.

Por fim, fica a sensação de que Rui Vitória mexe tarde no jogo, deixando o Benfica com um duplo pivô defensivo (Fejsa e André Almeida) até ao minuto 81, com a equipa a perder por 4-1 e a clara percepção, pelos minutos finais, de que esta equipa tem potencial para seguir em frente na Liga dos Campeões.

A Hipotética Competitividade

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Cabeçalho modalidadesO campeonato nacional de Hóquei em Patins, desde acerca de dois anos, é considerado o melhor campeonato do Mundo, retirando o título á OK Liga, campeonato espanhol. Rótulo normal, para quem viu chegar, ou até mesmo regressar, nos últimos anos grandes nomes internacionais como Guillem Trabal, Carlos Nicolia, Reinaldo Garcia, Carles Grau, Pedro Gil, Ferrant Font, Pablo Cancela e Jordi Bargalló. Para quem acompanha a modalidade de forma regular, a vinda de todos estes jogadores é algo de extraordinário, o que demonstra a capacidade financeira de alguns clubes portugueses, em contraste com alguma fragilidade sobretudo de clubes espanhóis e italianos. Contudo, para quem não acompanha, limitando-se a ver os dérbis e clássicos, será assim tão positivo?

Grande parte dos jogadores mencionados acima, vieram exatamente da OK Liga, estando repartidos em várias equipas, por exemplo Guillem Traball e Pedro Gil no Reus, Reinaldo Garcia no Barcelona, Carles Grau e Ferrant Font no VIC e Jordi Bargalló no Liceo. Com a divisão feita desta maneira, sem contar com outros jogadores importantes nas mesmas equipas, poderá levar á criação da ideia de que é um campeonato sempre muito equilibrado e discutido até ao final. No entanto, o que acontece é exatamente o oposto, pois nos últimos seis anos, para não fazer referência a anos mais transatos, o Barcelona ganhou quatro em seis campeonatos, sendo que, os mesmos ficaram garantidos a faltarem ainda algumas jornadas para o final. Retirando emoção e interesse á competição, visto que o mais importante, saber quem é o campeão, ficou definido antes do seu final.

O bicampeão SL Benfica procura o tricampeonato 35 anos depois Fonte; SL Benfica
O bicampeão SL Benfica procura o tricampeonato 35 anos depois
Fonte: SL Benfica

Durante esse período, os dois campeonatos que acabou por perder, perdeu quase, ou mesmo, em cima da linha da meta. Caso do campeonato de 2012/2013, que perdeu para o Liceo na última jornada por um ponto. Assim sendo, uma OK Liga quase que se pode comparar ao caso da Liga Italiana de futebol, onde o Juventus vencer o campeonato é um acontecimento normal, quando não o deveria ser, deixando, praticamente, de existir qualquer competitividade pelo título de campeão, pois está reduzido a apenas uma equipa. Facto que, ao invés de atrair fãs mais casuais, os afasta ainda mais.

Este é o meu receio. Será que o facto de equipas como o Benfica, Porto, Sporting e Oliveirense terem jogadores de topo, irá trazer competitividade ao nosso campeonato? Sinceramente, não sei. Entre as quatro, claro que haverá um maior equilíbrio, que em anos anteriores, mas será isso positivo de modo geral? Tal como no país vizinho, o nosso campeonato, tirando algumas exceções, também não tem grande competitividade para além de Porto e Benfica. Sobretudo desde a temporada de 2010/2011, se já existe mais do que um campeonato, dentro do próprio campeonato, ou seja, o campeonato do Benfica e do Porto e o campeonato dos restantes, será que deste modo, um fã casual, que ouve falar da modalidade apenas uma ou poucas vezes por ano, passará a acompanhar a modalidade com maior frequência, dando conta do fosso existente (prevendo o que poderá acontecer na temporada que se aproxima), entre o Benfica, Porto, Sporting, Oliveirense e até Barcelos e as restantes equipas? Eu creio que não. Todavia, espero estar enganado e que tenhamos um campeonato cada vez mais competitivo, com maior exposição nos média e que atraia novas pessoas para o mundo do Hóquei em Patins.

Foto de Capa: SL Benfica

Kevin Garnett: O adeus após 21 anos ao mais alto nível

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Cabeçalho modalidadesO extremo Kevin Garnett retira-se do grande palco da NBA aos 40 anos, após 21 temporadas de uma brilhante carreira. O jogador anunciou a sua decisão na passada sexta feira, deixando também um vídeo na sua conta oficial do instagram.

Na sua carreira passou por três equipas: Minnesota Timberwolves, Boston Celtics e Brooklyn Nets, sendo que passou apenas época e meia na última. Apesar das 14 temporadas ao serviço dos Wolves, foi com a camisola dos Celtics que, em 2008, conquistou o seu primeiro e único título de campeão de NBA.

As estatísticas não deixam dúvidas acerca da qualidade de Garnett. A quinta escolha do draft de 1995, acabado de sair da escola secundária, inicia a sua carreira nos Timberwolves, estreando-se no All-Star Game logo na sua segunda época. O extremo termina a sua carreira com uma média de 17.8 pontos, 10 ressaltos e 3.7 assistências por jogo, um total de 15 presenças nos All-Star Games, 12 na All-Defensive Team e 9 na All-NBA Team, um prémio de MVP (2004) e, como já referido, o anel de campeão conquistado em 2008. Este fez, ainda, parte da equipa que conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000.

Apesar de ter mais um ano de contrato com os Wolves, Kevin Garnett achou que havia chegado a altura de colocar um ponto final numa carreira de alto nível.

Várias estrelas da NBA não perderam a oportunidade para deixar umas palavras a Kevin Garnett:

Fonte: Kobe Bryant
Fonte: Kobe Bryant
Fonte: Curry
Fonte: Curry
Fonte: Lebron James
Fonte: Lebron James

 Foto de capa: minnesotaconnected.com

Os leões que guardam a jaula

A posição de guarda redes é a mais complicada de um jogo coletivo. O protagonista da baliza pode fazer um jogo imaculado, mas o seu erro é considerado como o mais caro de todos, pois pode valer um golo ao adversário. Por isso, ser guarda redes é ter de lidar muitas vezes com a ingratidão.

Por ser a posição mais difícil do terreno, são necessárias várias características específicas para a assumir. No Sporting Clube de Portugal, as balizas têm sido, geralmente, portos seguros, onde os adeptos “verde e brancos” podem ter confiança e esperança. Obviamente existem algumas exceções, como a baliza do andebol na época passada, ou até mesmo a baliza da equipa de futebol, entre o período de Peter Schmeichel e o atual reinado de Rui Patrício. Tiago, Nelson Pereira e Ricardo eram bons guarda redes, mas nunca deram 100% de garantias como o gigante dinamarquês e o titular da seleção portuguesa, curiosamente ambos com o título de campeões da Europa de seleções no currículo.

Começo precisamente pela equipa de futebol. Rui Patrício quase dispensa apresentações, tal o estatuto que tem em Alvalade de há alguns anos a esta parte. Muito forte no 1×1 com os avançados contrários, o internacional português, melhor guarda redes do último Europeu de seleções, tem evoluído bastante nos dois capítulos menos fortes: as saídas a cruzamentos e o jogo de pés. Entre os postes, é um guardião muito seguro, calmo e tranquilo. Consegue passar essa serenidade aos seus colegas da defesa e é um dos principais baluartes do clube na atualidade. Alvo de muitas críticas no início, Rui Patrício foi sempre aposta dos treinadores que passaram no Sporting e é constantemente associado a grandes clubes europeus. Felizmente ainda não foi tempo de sair de Alvalade. O suplente do campeão europeu foi um dos temas mais falados no último mercado de transferências. Azbe Jug e o jovem Stojkovic viveram tempos difíceis no estágio que decorreu na Suíça, tendo “obrigado” a que a estrutura leonina procurasse um reforço para a baliza.

Eduardo foi um dos nomes falados, mas o escolhido foi outro internacional português. Beto, formado no Sporting, regressou à casa-mãe e, apesar de ainda não ter jogado, conseguiu criar uma grande empatia com os adeptos. Além de ser um elemento importante no balneário, a sua experiência pode ser fundamental para ajudar o clube a atingir os seus objetivos. Já jogou, entre outros, no FC Porto e nos espanhois do Sevilha. Tem no seu palmarés três Ligas Europa e um campeonato português, o que atesta bem aquilo que Beto pode acrescentar aos “leões”. Ainda no futebol, o já falado Stojkovic e Pedro Silva trabalham na equipa B para virem a ser o futuro da baliza leonina.

Marcão é o guardião do futsal "verde e branco" Fonte: Sporting CP
Marcão é o guardião do futsal “verde e branco”
Fonte: Sporting CP

Contudo, existem mais três modalidades coletivas onde o Sporting tem enorme qualidade nas balizas. No futsal, mesmo depois do final de carreira do icónico João Benedito, os “leões” têm Marcão e André Sousa. O brasileiro, que já foi campeão pelo Sporting e, anteriormente, pelo Benfica, é, quanto a mim, o melhor guardião a atuar no futsal português. Fortíssimo a jogar com os pés, tapa a baliza como poucos na modalidade. Já ganhou tudo o que havia para ganhar no nosso país e é um garante indiscutível de qualidade. André Sousa também é um excelente valor confirmado no nosso futsal. Ultimamente tem tido algum azar com as lesões, mas continua a ser uma excelente alternativa a Marcão. Além disso, já provou capacidades para lutar pela titularidade na seleção nacional. Gonçalo Portugal, o terceiro guarda redes, é o futuro do clube. Continua a ganhar experiência para um dia se assumir como o dono da baliza leonina.

Vieira sem fronteiras

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sl benfica cabeçalho 1

Luís Filipe Vieira representa o mais alto patamar da hierarquia do Sport Lisboa Benfica. A 3 de Novembro de 2003 foi eleito o presidente do clube. Desde esse dia que tomou o leme do Benfica, conquistou 116 títulos nas mais diversas modalidades, 16 dos quais no futebol profissional: 5 campeonatos nacionais, 2 taças de Portugal, 7 taças da Liga e 2 Supertaças Cândido de Oliveira. Falta agora no palmarés do presidente das águias um título europeu pelo futebol sénior. Apontou o objetivo de ir a uma final europeia durante o último mandato. Resultado? Foi a duas finais da Liga Europa ao leme de Jorge Jesus. Contudo, a equipa encarnada não levantou a taça por nenhuma das duas vezes que chegou ao derradeiro jogo. Falta assim esse troféu no histórico do atual presidente.

No dia 7 de setembro do corrente ano, Luís Filipe Vieira prestou uma entrevista, extremamente bem conseguida, à TVI. Esclareceu alguns tópicos e listou os objetivos desta época para o futebol: grande afirmação na Europa e o tetra. O tetra é óbvio que é o objetivo. Nunca um clube como o Benfica pode considerar que o objetivo não é conquistar o campeonato nacional. Porém, além desse troféu, o Benfica continua com aspirações europeias e reafirmar-se ano a ano como uma equipa de prestígio na Europa, tal como era na altura do bicampeonato europeu de 1960/1961 e 1961/62.

Assim, no dia que o Benfica vai a Nápoles jogar contra a grande equipa da cidade italiana para a segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, faço um apanhado das campanhas europeias do clube da Luz durante os mandatos de Luís Filipe Vieira.

Nos primeiros anos da geração Vieira, o clube da Luz pouco conseguiu fazer a nível europeu. Na primeira época como presidente as águias não tiveram ação europeia devido ao quarto lugar na época anterior. Nas épocas seguintes saltitaram entre a 3ª pré-eliminatória da liga dos campeões para a taça UEFA onde apenas alcançaram a 4ª ronda e (no novo formato) os 16 avos de final da competição. Até 2005, o Benfica preparava-se para o que aí vinha de sucessos europeus.

Benfica procura lutar pela Champions com mais seriedade Fonte: SL Benfica
Benfica procura lutar pela Champions com mais seriedade e competitividade
Fonte: SL Benfica 

Só em 2005/06 é que se deu uma afirmação encarnada. Venceram o Lille e o Manchester United em casa, passando aos oitavos de final da prova, onde venceram o Liverpool na Luz e em Anfield com o famoso golo acrobático de Miccoli. Contudo, saíram derrotados de Camp Nou por dois a zero, após o nulo em casa.

Seguiram-se 5 épocas consecutivas sem voltar a passar a fase de grupos da prova milionária. Apesar de falhar os milhões, os encarnados começaram a garantir presenças firmes na competição abaixo: Quartos de final em 2006/07 e 2009/10, fase de grupos em 2007/08 e 2008/09 e as meias finais mais portuguesas de sempre em 2010/11 onde perdeu para o Braga. Jorge Jesus sempre foi muito criticado por nunca ter sido bem-sucedido na Liga dos Campeões e os números confirmam uma falha do treinador português para com a competição: só alcançou os quartos de final uma vez, a única que passou da fase de grupos, em 2011/12 contra o Chelsea, em 6 temporadas. Nos restantes 5 anos obteve um muito contestado 4º lugar em 2014/15 (última época de águia ao peito) e 3 terceiros classificados em 2010/11, 2012/13 e 2013/14. Em 2009/10 qualificou-se para a Liga Europa. Apesar das más prestações na liga milionária, Jorge Jesus foi o treinador ao leme da equipa nas meias finais com três equipas portuguesas e quem levou as águias às duas finais consecutivas.

No entanto, após a troca de Jesus por Vitória como treinador da equipa principal e da conquista do tricampeonato, pode surgir uma nova era europeia para o Benfica. Se realmente o plano de futuro que o presidente falou na recente entrevista for realmente forte e em consistência com o treinador, podemos ver o Benfica mais focado em enfrentar a Liga dos Campeões como um sonho possível. Vimos Rui Vitória a enfrentar olhos nos olhos o Bayern Munique nos quartos de final da competição e a arriscar-se a passar à fase das 4 melhores equipas da Europa.

Embora o sucesso da época passada, o empate em casa com o Besiktas e um grupo equilibrado e perigoso podem mandar o atual treinador e os seus jogadores para mais uma época de Liga Europa e continuar o legado da tentativa-erro de alcançar a terceira liga dos campeões ou pelo menos encaixar-se no top 8 com mais frequência. Resta-nos esperar e torcer para que Vitória nos traga vitórias, começando por hoje, quem sabe? Juntos em Nápoles. Seja onde for.

Saudações Benfiquistas!