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Jogadores Que Admiro #25 – Steven Gerrard

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Uma lenda viva do futebol. Uma das últimas histórias de amor do futebol moderno. Steven Gerrard nasceu a 30 de maio de 1980 em Whiston, Merseyside. A cidade fica localizada a 8 quilómetros a este de Liverpool, e foi onde o pequeno Gerrard deu os primeiros pontapés numa bola.

Jogador dos reds desde 1992 (juniores), Gerrard estreou-se com a camisola principal do Liverpool a 29 de novembro de 1998, frente ao Blackburn Rovers. Desde aí foram 678 jogos e 176 golos com a camisola 8 vestida. Stevie, como é carinhosamente apelidado pelos adeptos do Liverpool, atingiu o estrelato ao conquistar a Liga dos Campeões em 2004/2005, na mítica final frente ao AC Milan – foi nomeado MVP da partida. Indiscutivelmente um dos melhores médios de sempre do futebol, carrega aos ombros o fato de nunca ter conquistado o titulo de campeão da Premier League. É profundamente triste imaginar que um talento como Gerrard, que dedicou toda a sua vida futebolística ao clube do coração, vá abandonar o futebol sem  uma Liga Inglesa no currículo.

No topo da carreira, em 2005, após vencer a Liga dos Campeões.  Fonte: ipicturee.com
No topo da carreira, em 2005, após vencer a Liga dos Campeões.
Fonte: ipicturee.com

No que toca ao trajeto internacional, o percurso na seleção inglesa é pautado por muitas presenças mas pouca glória. Ao todo foram 114 jogos e 21 golos, mas nenhum título. Com uma capacidade de passe incomum, uma leitura de jogo soberba e uma disciplina tática inigualável, Gerrard é o médio de sonho de qualquer treinador. A forte estampa física que sempre evidenciou permitiu-lhe, desde muito cedo, impor-se perante qualquer adversário. Para além disso, uma das marcas mais ilustres de Steven Gerrard é a espetacularidade dos seus golos. Qualquer pesquisa rápida no Youtube permite perceber que o médio do Liverpool sabe fazer golos de levantar o estádio.

Facilmente identificável como um líder, assumiu a braçadeira de capitão em 2003 e é, desde há muito tempo, a principal figura do balneário dos Reds. Foram muitos os craques que, ao longo de várias temporadas, partilharam a companhia de Gerrard em Anfield Road e, no final de contas, todos elogiaram o seu companheirismo, humildade, dedicação e profissionalismo. Como se não bastasse, Gerrard é, talvez, o último dos românticos no futebol. Por diversas vezes o médio inglês confessou ter rejeitado propostas de vários clubes europeus de topo, com o Real Madrid à cabeça. A verdade é que Stevie “nunca deixou o Liverpool caminhar sozinho”, e hoje tem um lugar de honra no coração dos adeptos do Liverpool e na galeria de Anfield.

Por estas razões, e por muitas outras, Steven Gerrard é indubitavelmente um dos jogadores que mais admiro.

SC Braga 2-1 Benfica: meia parte não chega

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Depois de mais uma pálida exibição na Liga dos Campeões, o jogo de hoje em Braga era um importante teste à capacidade do Benfica. E ainda nem todos os espectadores estavam sentados na bancada quando Eliseu, lançado por Gaitán, ultrapassou André Pinto e entregou a bola para Talisca fazer o 0-1 e retomar a liderança na lista de melhores marcadores. Era o início de jogo perfeito para um Benfica que se queria forte e autoritário num terreno tradicionalmente complicado. Como se viria a confirmar adiante na partida. No entanto, ainda nos primeiros 25 minutos do jogo, o Benfica dominou o encontro com uma defesa muito subida e junta ao meio-campo, que não dava espaço às tímidas tentativas do Braga de criar perigo. Lima e Salvio tiveram boas oportunidades para fazerem o 0-2 e deixarem o resultado bem encaminhado. Tal não sucedeu e, lá vem o velho ditado, “quem não marca, sofre”. Num lance quase caricato de possível perigo de Lima na área do Braga, nasceu o golo… do Braga. Aproveitando o balanceamento dos campeões nacionais para o ataque, Pardo assistiu Éder, que não teve dificuldade em empurrar para a baliza (quase) deserta de Artur e empatar a contenda.

Jorge Jesus falhou Fonte: Facebook Benfica
Jorge Jesus falhou
Fonte: Facebook Benfica

Foi a partir dos 25/30 minutos, altura do empate, que o Benfica quase se desligou do jogo. A superioridade até aí tida no meio-campo evaporou-se e o Braga foi crescendo e criando sucessivos sustos a Artur, tendência que se confirmou e ganhou maiores proporções no segundo tempo. Aos 62 minutos, o momento do jogo. Não, não foi o golo do Braga. Uma paragem cerebral de Jorge Jesus fá-lo tirar Samaris de campo (esteve longe de realizar uma má exibição) e lança… Jonas. Até sou capaz de compreender a mensagem que o treinador queria passar para o relvado, numa tentativa de forçar a vitória. O problema é a incapacidade de Talisca de jogar no miolo, ainda para mais com Enzo Pérez ao lado. O argentino é grande mas não chega para tudo. Foi, pois, a partir da hora de jogo que o Braga assumiu quase por completo o domínio do jogo. Ganhando facilmente o meio-campo com três homens (Danilo, Ruben Micael e Tiba) perante os desamparados Talisca e Enzo, a equipa bracarense não sentia qualquer dificuldade em lançar Pardo e Rafa (Agra mais tarde), que fizeram a cabeça em água aos laterais encarnados. Não surpreendeu, por isso, o 2-1 para a equipa da casa, apontado por Salvador Agra num belo remate após ultrapassar Maxi Pereira.

O Benfica acusou, e muito, o desgaste da partida de quarta-feira no Mónaco e nunca conseguiu, fora os primeiros 25 minutos, assumir o controlo do encontro. Nem as duas grandes defesas de Matheus à cabeçada de Gaitán e à recarga de Maxi Pereira, quase no cair do pano, conseguem disfarçar uma exibição fraca da equipa de Jorge Jesus. A terceira derrota em 2014/15 deve servir para o treinador reflectir sobre algumas opções que tem tomado. Bem sei que o plantel não apresenta o luxo da época passada, mas tão pouco futebol é incompreensível. O Porto está a um ponto e o Sporting a três e exige-se muito mais a este Benfica.

 

A Figura:

Sporting de Braga – Aproveitando a quebra de rendimento do Benfica no segundo tempo, a equipa da casa superiorizou-se ez por merecer a vitória no encontro.

O Fora de jogo:

Jorge Jesus – À tendência de falhar constantemente nos jogos difíceis, o treinador do Benfica juntou a substituição de Samaris por Jonas. Tudo junto, só podia dar mau resultado.

Sporting 4-2 Marítimo: Uma vitória da história

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Na celebração de mais um aniversário da camisola Stromp, assim baptizada em homenagem a uma das maiores figuras do passado leonino, o Bola na Rede esteve pela primeira vez a acompanhar um jogo do Sporting a partir da zona de imprensa do Estádio José Alvalade.

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Pela primeira vez, o Bola na Rede esteve na Zona de Imprensa do Estádio José Alvalade

Mesmo largos minutos antes do início da partida, as bancadas já se encontravam repletas, com 37.569 adeptos leoninos munidos de camisolas Stromp, gargantas afinadas e muitos cachecóis desfraldados. Um bom prenúncio para o excelente jogo que esta noite Sporting e Marítimo realizaram em Alvalade.

Marco Silva escolheu o mesmo onze que defrontou o Schalke 04 na passada terça-feira em Gelsenkirchen, e o Sporting comandou o jogo desde o apito inicial. João Mário e Adrien tentaram impor o seu jogo apoiado e de classe, e cedo chegaram ao primeiro golo. Aos oito minutos, João Mário desmarca na direita Carrillo, que cruza para a área onde Bauer, infeliz, comete autogolo.

O Sporting não baixou a intensidade de jogo nem tão pouco as suas linhas, e foi com alguma naturalidade que aos 15 minutos João Mário marcou o segundo golo da partida, o primeiro com a camisola principal do clube.

A equipa de Alvalade vinha para este encontro determinada a provar que as boas exibições e os bons resultados eram para continuar; Nani colocava a cabeça em água a João Diogo, enquanto Danilo Pereira e Fransérgio tinham muitas dificuldades em segurar o meio campo leonino.

Ainda assim, o Sporting abrandou o ritmo após o segundo golo, permitindo algum equilíbrio da partida. Mas foi somente aos 26 minutos que o Marítimo causou pela primeira vez perigo junto da área leonina; após uma jogada algo confusa no lado esquerdo do ataque insular, a bola parecia destinada a ir para o fundo das redes da baliza, mas Jonathan, corajoso, conseguiu tirar a bola ao avançado verde-rubro. Na resposta, Montero conseguiu fugir à marcação mas a sua tentativa de chapéu saiu muito alta.

O Marítimo ganhou confiança e começou a subir no terreno, aproveitando alguma insegurança de Cédric na lateral direita, mas esta superioridade foi de curta duração. Ainda antes do final da primeira parte, e na sequência de um canto de Nani, Paulo Oliveira cabeceia sem oposição para o terceiro golo leonino.

O Sporting foi então para o descanso com uma vantagem expressiva de três golos, perante um Marítimo que, com a excepção de cinco minutos em que foi realmente perigoso, se mostrou tremendamente apático e incapaz de contrariar a velocidade do tridente ofensivo leonino, perdendo constantemente a batalha a meio campo.

A segunda parte iniciou-se com o golo do Marítimo: cruzamento largo do lado esquerdo e Maazou, sozinho, só teve que cabecear para fora do alcance de Patrício. Os madeirenses voltavam assim à discussão da partida, ainda com quarenta minutos pela frente. Volvidos três minutos, Mohamed cria novamente perigo eminente junto à baliza leonina, mas Patrício consegue evitar o segundo golo do Marítimo.

O Sporting estava adormecido, sem reação e o conjunto insular aproveitou para marcar de novo. Maazou surgiu na esquerda novamente sem oposição e rematou forte para a baliza dos leões. Após uma primeira parte de grande nível, o início da segunda parecia um pesadelo, com os comandados de Marco Silva a passarem por enormes dificuldades para construir jogo.

Quinze minutos passaram sem qualquer situação de perigo, até que o Sporting o voltou a criar junto da baliza de Salin, mas uma situação de cinco avançados contra apenas três defensores deveria ter sido melhor aproveitada por Carrillo, que rematou fraco, permitindo a defesa do guardião francês.

Montero assinou o momento do jogo com um fantástico remate à meia volta Fonte: Zerozero
Montero (dir.) assinou o momento do jogo com um fantástico remate à meia volta
Fonte: Zerozero

Aos 66 minutos surgiu o golo da tranquilidade. Montero domina uma bola difícil com o peito após passe de Adrien e, num remate acrobático, descansa o público leonino, após um complicado início de segunda parte. Com este golo do Sporting o jogo voltou a acalmar, e apenas a dez minutos do final do encontro o Marítimo voltou a criar perigo. Maazou, sempre ele, passou em velocidade por dois defesas e rematou para boa defesa de Patrício.

Com o jogo resolvido, Marco Silva fez entrar Miguel Lopes e Tanaka na partida, permitindo que o internacional português cumprisse os primeiros minutos na temporada. Um regresso bem saudado pelos adeptos leoninos.

O jogo terminou com o Sporting perto de dilatar o marcador, com Capel ainda a rematar para o fundo da baliza do Marítimo – mas o golo foi anulado por fora de jogo.

Foi um jogo com duas metades e com duas histórias. No primeiro tempo o Sporting foi dono e senhor da partida, criando várias dificuldades ao conjunto de Leonel Pontes. Três golos, várias oportunidades e um futebol vistoso e simples. Na segunda parte tudo mudou. Os leões entraram adormecidos pela vantagem e num ápice o Marítimo voltou ao jogo, marcando dois golos e ameaçando o terceiro. A meio da etapa final, Montero pôs um ponto final na partida, marcando o melhor golo da noite. Uma vitória justa num bom espectáculo de futebol.

A Figura

Nani – o extremo formado em Alcochete continua a encantar Alvalade e é neste momento o melhor jogador da Liga Portuguesa. Dribles, capacidade de passe e mais duas assistências nesta partida. Um verdadeiro quebra-cabeças para qualquer defesa.

O Fora-de-Jogo

Cédric Soares – o número 41 do Sporting continua a realizar partidas com várias oscilações de rendimento. Nesta partida foi quase sempre pelo seu lado que o Marítimo criou perigo, falhando marcações e permitindo cruzamentos para a área leonina. Ofensivamente também esteve fraco, falhando alguns cruzamentos e combinações com os seus companheiros.

Manchester United 1-1 Chelsea: Um projecto e uma equipa

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premier league

O calendário apregoava duelo de titãs para hoje e Old Trafford não desiludiu. O teatro dos sonhos estavam a abarrotar e o Manchester United começou mesmo com mais iniciativa e mais bola. Blind e Fellaini não descolavam de Fabregas e Matic e asfixiavam o meio-campo do Chelsea. Cahill teve inclusive que ser ele próprio muitas vezes a transportar a bola para o meio campo ofensivo do Chelsea. O United crescia em campo e o ambiente cresceu com ele. Contudo, o Chelsea permanecia compacto e muito organizado e causava dificuldades aos Red Devils para chegar ao último terço.

Poucas oportunidades nos primeiros 15 minutos, mas uma grande jogada de Januzaj e RVP incendiou uma cadeia de transições frenéticas (2 para o Man Utd e 1 para o Chelsea) que finalmente nos trouxe o ritmo idiossincrático da Premier League. Di Maria, com liberdade total, explorava o espaço ofensivo, e o Manchester United começava a conseguir penetrar o último terço… Os pupilos de Van Gaal subiram as linhas e a quantidade de jogadores no meio campo defensivo do Chelsea começou a ser demasiada, até mesmo para a perfeita organização defensiva de Mourinho suportar. O Chelsea tentava fazer uso do espaço que isso gerava nas costas da defesa do United e ia conseguindo fazer uso através de um roubo de bola de William a meio campo, que arrancou disparado para a baliza, sendo desarmado por Smalling depois.  Aos 36 minutos os Blues reclamaram penalty sobre Ivanovic, na sequência de uma bola parada (a meu ver com alguma razão). O Chelsea podia mesmo ter chegado ao intervalo a ganhar, após uma grande chance para Drogba depois de um passe atrasado de Óscar, mas De Gea estava lá para segurar a igualdade.… Tudo empatado ao intervalo mas com o United por cima, com mais bola, mais iniciativa e mais perigo. Daley Blind foi uma autêntica sombra de Fabregas nos primeiros  45 e isso colocou muitas dificuldades aos Blues.

O Chelsea começou melhor a segunda parte e esta anunciava mais iniciativa do Chelsea.  Hazard tirou uma jogada maravilhosa da cartola, De Gea negou-lhe o golo desviando a bola para canto; mas nesse mesmo canto, Drogba ganhou a frente do lance, cabeceando para o fundo das redes. Nem um desvio de Robin Van Persie conseguiu tirar o golo ao veterano do Chelsea. Mourinho punha-se em vantagem no seu duelo frente a Van Gaal, mas as tropas do holandês não desistiram e aos 78 minutos RVP podia ter mesmo empatado, não fosse uma brilhante defesa de Thibaut Courtois. Entretanto Mourinho tirava Óscar e metia Obi Mikel, enquanto Van Gaal tirava Mata e lançava o miúdo James Wilson.

Van Persie salva  o Manchester United Fonte: Fonte: findmeaconference.com
Van Persie salva o Manchester United
Fonte: findmeaconference.com

O público delirava com a perseverança que os Reds demonstravam na busca do empate e aos 93 minutos; após uma falta e consequente expulsão de Ivanovic, o United conquistava o golo pelo qual tanto lutou! Di Maria meteu a bola na cabeça de Fellaini e depois da defesa de Courtois, na recarga, Van Persie fez as redes balançar. A vontade de José Mourinho de guardar o resultado custou caro aos Blues.

Final dramático em Old trafford. O golo tardio trouxe justiça ao resultado. Se de um lado tivemos um Chelsea muito eficiente e compacto, do outro tivemos uma equipa emocionante, esforçada e com muita iniciativa. É caso para dizer que Van Gaal tem um projecto muito emocionante nas mãos e que, com tempo e espaço, deste projecto poderá surgir uma das melhores equipas do mundo.

A Figura:

Considero Robin Van Persie o homem do jogo por ter sido o homem que colocou justiça no resultado, ainda que tão tardiamente.

O Fora de Jogo:

Considero Juan Mata o mais merecedor desta distinção, pois pouco se fez notar em campo e esteve simplesmente muito abaixo daquilo que qualquer adepto do Manchester United espera dele.

O Passado Também Chuta: Fernando Chalana

o passado tambem chuta

Apareceu pela CUF, mas, os entendidos disseram-lhe: “não.” O Barreirense esfregou as mãos e disse-lhe: “anda…nós gostamos de ti”. O Benfica, antes que o trigo se passasse, sorriu-lhe e abriu-lhe as portas de par em par. Fernando Chalana começou, mal entrou pela porta, a escrever um novo poema que agigantava a poesia que mimava a relva do Estádio da Luz. A sua carreira foi um belo sprint de cem metros. Mostrou como se jogava com os dois pés, como se levantava a cabeça, como com um toque suave se colocava a bola na cabeça ou nos pés do companheiro, como se chutava com êxito parecendo que acariciava o esférico e se exibia sem rubor a arte do driblem. Eu cresci a gritar no Estádio da Luz as fantasias de António Simões e, sendo já adulto, amadureci a ver Fernando Chalana escrever contos imortais sobre os relvados.

Depois da época dourada do Benfica, passaram pelo clube grandes jogadores e jogadores muito talentosos, mas, se há um que pode ser mencionado no pedestal dos grandes, ao lado de Eusébio, Simões, José Augusto ou Germano, esse chama-se Chalana. Como disse, a sua carreira foi um belo sprint; arrancou rápido e chegou rapidíssimo, mas, também acabou, no campo estelar, antes de tempo. As lesões derivadas da impotência dos seus adversários foi, evidentemente, o principal motivo. E foi uma pena; adorando-o, não lamentei a sua ida para Bordéus. O Benfica, aproveitando o seu caché depois de um extraordinário Europeu de seleções, vendeu-o bem e com esse dinheiro obrou no Estádio da Luz. Fernando Chalana era a cobiça da Europa. Unicamente, considerei um erro para a sua carreira não ter desembarcado em Itália. Seria bonito ver Fernando Chalana com a camisola da Juventus ou do Inter de Milão.

Ganhou meia-dúzia de campeonatos nacionais com o Benfica, duas Taças de Portugal, foi finalista da Taça da UEFA de 82/83 e Campeão de França de 84/85. Conquistou uma medalha de Bronze com a seleção no Campeonato de Europa de 1984 e foi considerado o 5º melhor jogador de Europa. Fernando Chalana não foi mais um, nem foi um anónimo – foi um craque.

Ai vai ele… Fonte: Onze
Ai vai ele…
Fonte: Onze

Posteriormente, sentou-se no banco dos treinadores. Desfilou por diferentes categorias e esporadicamente assumiu o comando da primeira equipa da Luz. Devemos-lhe uma. Bastou-lhe um jogo (contra o Sporting) enquanto esperavam pelo treinador espanhol Camacho para alterar a posição do Miguel. Situou-o como defesa-direito. Foi um êxito. Chegou a Internacional e disputou muitos anos a Liga Espanhola ao serviço do Valência.

Fernando Chalana para além de sentir o futebol, sabe de futebol. Considero que os jogadores, principalmente os das categorias de formação, que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele são uns afortunados.

Menino de bronze em Portugal, menino de ouro em França

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O último programa de televisão oficial da Liga Francesa deu especial enfoque ao português Bernardo Silva. O jovem talento foi apelidado de “estrela em ascensão” e considerado uma das maiores promessas do futebol português. E como poderia não o ser?

Ele tem apenas 20 anos e já manda, e encanta, no meio campo do clube monegasco. O que não serviu para colmatar o espaço vazio do meio campo benfiquista foi aproveitado por Leonardo Jardim. E quando muitos achavam estranho o técnico português ter pedido um jogador da segunda divisão para acrescentar qualidade a uma equipa que tem uma temporada de Liga dos Campeões pela frente, Bernardo Silva desenganou-os. E desenganou-os bem. Ele tem mostrado qualidade e dado cartas. Tem preenchido bem o meio campo, tem criado oportunidades e concretizados bons passes e dado boa fluidez ao meio campo do Mónaco. E, como seria de esperar, o mundo ficou de olhos postos nele. O jovem português é um produto da formação benfiquista e apesar de estar a adorar a experiência no Mónaco (algo absolutamente normal de quem passa de uma divisão secundária para o principal palco do futebol mundial: a Liga dos Campeões) não esconde o desejo que regressar à Luz.

O jovem português tem brilhado além-fronteiras. Não teria sido ele uma melhor aposta para reforçar o miolo encarnado do que os médios que chegaram? Fonte: zimbio.com
O jovem português tem brilhado além-fronteiras. Não teria sido ele uma melhor aposta para reforçar o miolo encarnado do que os médios que chegaram?
Fonte: zimbio.com

A minha pergunta é simples e não é novidade. Enzo Pérez foi um tema que fez tremer afición encarnada durante o verão. Quem iria substituir o argentino, caso este saísse? Inúmeros nomes foram lançados pela imprensa para cima da mesa. Para reforçar o meio campo acabaram por chegar três jogadores: Talisca, Cristante e Samaris. Num total foram gastos 20 milhões de euros nestes reforços. Não se poderia ter poupado um bom somatório ao ter apostado em jogadores que já tinham dado provas de qualidade e margem de crescimento? Por exemplo, Bernardo Silva e João Teixeira. O mesmo aconteceu em relação à posição de defesa direito. Porquê Luís Felipe? Porque não apostar na evolução de João Cancelo? Nas vossas cabeças deve ecoar um sentimento de estupidez em relação ao autor deste artigo, uma vez que a resposta é simples e tem apenas duas palavras: Jorge Mendes. É notório o papel do empresário português na movimentação destes jogadores. No entanto, deveria ser maior a influência da SAD benfiquista sobre a vontade do empresário e do próprio treinador. O presidente deveria tomar uma posição, reforçada, com vista a concretizar a tão desejada política de aposta na formação do clube da luz.

Bernardo Silva podia ter poupado milhões ao Benfica no passado defeso. Em vez disso, investiu-se em três outros médios. Até agora, apenas um deles tem sido uma mais-valia. O jovem médio ofensivo teria sido uma aposta melhor. Teria enraizado o amor à camisola e os princípios tácticos de Jorge Jesus. Como benfiquista espero que o próximo verão seja marcado pelo regresso de jogadores como João Cancelo e Bernardo Silva e na aposta de jogadores da formação B como Rui Fonte, Gonçalo Guedes, Bruno Varela e João Teixeira. Que Bernardo continue a brilhar no Mónaco e a mostrar a qualidade das escolas do Benfica.

Arouca 0-5 FC Porto: Vitória “sem pressão”

a minha eternidade

O Futebol Clube do Porto ganhou muito justamente o jogo frente ao Arouca por 5-0. As constantes trocas posicionais entre Quintero e Brahimi foram uma nuance táctica muito bem conseguida por parte de Lopetegui neste jogo. Os dois jogadores apresentam características técnicas que pedem uma zona de acção preferencialmente interior, e as inúmeras alterações zonais entre estes dois “génios na definição” (último passe/remate) possibilitaram aos portistas uma verticalidade em zonas adiantadas forte e um jogo interior imensamente ameaçador para a equipa contrária, algo raro nesta época.

Pedro Emanuel, treinador da equipa visitada, estudou correctamente a formação portista e montou acertadamente a estratégia de jogo. O Arouca pressionou alto a primeira zona de construção dos portistas, que, quando ameaçada, tem perdido bolas em zonas comprometedoras e sem retorno de recuperação. Os arouquenses entraram num 4x3x3 em cima dos defesas portistas e criaram alguns calafrios na defesa contrária. Até podiam ter alcançado o primeiro golo da partida, numa perda de bola do central do Porto Marcano, que originou um remate perigosíssimo, tendo Fabiano efectuado a melhor defesa de todo o encontro nesse lance. A primeira zona de pressão dos da casa foi incómoda mas não muito eficaz. Quando os primeiros quatro homens eram batidos, o duplo pivot  David Simão/Bruno Amaro não conseguia segurar o miolo do Porto, ocupado com Herrera, Quintero, Brahimi e Jackson, que recuou muitas vezes para vir jogar em apoios e permitir diagonais nas suas costas. Esta superioridade de dois jogadores do Arouca para quatro do Porto permitiu um domínio total azul e branco nessa zona nevrálgica do campo.

O Futebol Clube do Porto efectuou três alterações. Quaresma entrou para o lugar de um não muito inspirado Tello, apesar da excelente assistência para o quarto golo. O espanhol foi o mais apagado do tridente ofensivo, sendo justificada a inserção de Quaresma no jogo, que fez uma assistência para Aboubakar (que substituiu Jackson) finalizar com frieza. Adrián López (para o lugar de Quintero) entrou já na recta final da partida e com o jogo resolvido, nada acrescentou. Não contestando abertamente as substituições, gostava de ter visto Aboubakar coabitar com Jackson na frente de ataque. Apesar das boas diagonais de Brahimi por troca com o colombiano, Aboubakar é o único jogador que em trocas posicionais com Jackson ocuparia exactamente os mesmos espaços de finalização. Esta é uma dinâmica que convém explorar.

Apesar da vitória numericamente esmagadora dos visitantes, importa reiterar que Fabiano foi decisivo nessa primeira grande defesa e em outras duas na segunda parte que evitaram pelo menos um golo do Arouca, que até seria justo, não fosse a ineficácia. Esta vitória “sem pressão” acontece porque o quarteto construtivo foi pressionado mas não muito incomodado. A excessiva circulação de bola em zonas recuadas é para manter, Lopetegui já o afirmou. Este Arouca não conseguiu aproveitar essa concepção estilística errada. O problema está em equipas de maior dimensão. No ano passado, Paulo Fonseca “morreu” agarrado ao seu modelo de dois médios defensivos. O treinador espanhol mantém a mesma postura obstinada que o seu antecessor. Apesar desta excelente vitória, a manutenção deste modelo de saída de bola não traz indícios positivos para uma cimentação autoritária e consistente, necessária a uma equipa deste calibre, dominadora e devedora de títulos.

Jackson bisou nesta partida e é o novo melhor marcador do campeonato com 7 golos Fonte: Zerozero
Jackson bisou nesta partida e é o novo melhor marcador do campeonato com 7 golos
Fonte: Zerozero

A Figura

Considero Jackson Martinez a figura do jogo, principalmente pelos golos que marcou. Excelente a jogar em apoios; as recepções “dóceis” habituais, movimentações inteligentes a abrir espaços nas suas costas, numa exibição de encher o olho onde até roubou bolas a meio-campo. Também tenho de falar em Quintero, que, não sendo a personalidade da partida, terá sido o jogador mais influente; não a “figura”, mas o melhor em campo. Recuou para camuflar as limitações na primeira zona de construção, fazendo todo o meio-campo até finalizar em remates de fora da área, embora tenha tido alguma sorte no golo. Organizou o jogo em posse, pautando-o; simplificou jogando rápido ao primeiro toque e definiu jogadas, a sua função preferencial. Exibição completíssima.

O Fora-de-Jogo

Considero Marcano, principalmente pelo péssimo passe que permitiu a primeira situação de golo da partida, que só Fabiano evitou. Também fez uma recepção falhada que colocou a bola no adversário, e perdeu alguns duelos individuais. Felizmente para si e para o grupo, os seus erros não originaram golos. Poderia ter libertado uma fantasmagoria colectiva com frémitos assustadores repetindo: erros defensivos, erros defensivos!

Real Madrid 3-1 FC Barcelona: Estilos antagónicos, vitória real

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la liga espanha

E à jornada 9 o Santiago Bernabéu engalanou-se para receber o Barcelona – de um lado, o monstro ofensivo Real Madrid (liderado por Cristiano Ronaldo), com incríveis 30 golos em 8 jogos; do outro, a muralha Barcelona, sem ter sofrido ainda qualquer golo e com o registo de apenas um empate na Liga Espanhola!

Ainda muitos e bons se acomodavam nas poltronas, e com as pipocas a esquentar para a assistir ao maior espectáculo do mundo (futebolístico) e já Neymar adiantava os culés no reduto do maior rival. Estavam decorridos somente 3 minutos, na verdade. A história? Simples: Messi a recuar no terreno, deambulando em pleno espaço central, entrega a bola a Suarez, na direita, que trata de variar completamente o jogo para a esquerda e para o génio do ex-Santos que, perante a passividade de Carvajal e Pepe, tratou de inaugurar o marcador. Sim, Suarez foi titular e veio tornar o ataque do Barça ainda mais feroz (mas sem morder); tudo o resto, foi a equipa-base do Barcelona, apenas com o destaque para a inclusão de Mathieu no lado esquerdo da defesa (Jordi Alba ficou no banco).

Do outro lado, sem Bale, o Real dispôs-se quase sempre num 4-4-2 clássico, com a linha intermediária composta por Isco e James nas alas, Modric e Kroos no espaço central e com Ronaldo e Benzema no último terço do campo, sempre activos, sempre dinâmicos.

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Disposição táctica de Real Madrid e Barcelona
Fonte: soccerway.com

Sem acusar o golo da equipa catalã, o Real reagiu muito bem, privilegiando as incorporações de Marcelo no processo ofensivo (Daniel Alves passou um mau bocado esta tarde), com Cristiano Ronaldo, James e Benzema ligados à corrente – o francês, aliás, esteve perto de empatar num lance em que enviou, por duas vezes, a bola à trave. A cada oportunidade que tinha de colocar velocidade no jogo, o Real não o regateava, e era desta forma que colocava em sobressalto um Barça que, assentando o seu futebol na posse de bola, o ritmo que ia impondo tinha como propósito imediato mais adormecer o jogo do que propriamente dilatar a vantagem. Na verdade, o outrora tiki-taka que fazia do Barcelona uma máquina de jogar futebol, levando os adversários a cair no seu engodo para, no momento certo, virar o jogo de forma rápida e apoiada, por forma a atacar o último reduto dos seus oponentes, há muito que sofreu um downgrade – de qualquer forma, perante um Real com apenas dois elementos no espaço intermediário central, Busquets, Xavi, Iniesta e Messi foram controlando as operações, com o astro argentino a ser, simultaneamente, o 4º médio e o 3º avançado. Foi, aliás, o ‘10’ culé quem desperdiçou uma soberana oportunidade (23’), antes de mais uma jogada do ‘extremo’ Marcelo que redundou num penalty cometido por Piqué e concretizado por Ronaldo (34’). Chegava assim o 1-1 e, pouco depois, o intervalo.

Se se presumia que a 2ª parte iria oferecer um jogo de desfecho imprevisível, os primeiros 15 minutos da mesma trataram de desmentir tal cenário – o golo de Pepe, na sequência de um canto, aos 50’, adiantou o Real Madrid no marcador e, 10 minutos volvidos, haveria de ser Benzema a dar a estocada final no Clássico. Se há enorme sabedoria futebolística na forma como Isco, Ronaldo e James interpretam e conduzem a jogada até à conclusão do ‘9’ do Real, a verdade é que a génese do lance é um disparate monumental de Iniesta logo após um canto a favor … do Barcelona.

O Real entrou forte no 2º tempo, é certo; porém, foi bafejado pela sorte, na medida em que, numa altura em que o jogo estava equilibrado, conseguiu capitalizar um lance de bola parada e um erro do seu adversário. Perante o descalabro, Luís Enrique tentou reagir, lançando, num espaço de 12 minutos, Rakitic, Pedro e Sergi Roberto nos lugares de Xavi, Suarez e Iniesta, respectivamente. De todo em todo, os resultados práticos foram escassos – o que se via era um Barça a manter a superioridade ao nível da posse da bola, quase sempre em organização ofensiva, mas, com poucos índices de criatividade, a desperdiçar e a errar passes de forma gratuita, acusando em demasia o terceiro golo do Real e demonstrando muita insegurança e pouca concentração no que estava e no que tinha de fazer. Pior: a equipa perdia com frequência a bola e, ao contrário de tempos idos, não tinha capacidade para pressionar e estancar, desde logo, a saída rápida do Real – o maior dos trunfos do conjunto de Ancelotti.

Do outro lado, com Isco e James muito afoitos no processo defensivo (mais o primeiro do que o segundo, ainda assim), o Real teve inúmeras oportunidades para, em transição, chegar a um resultado mais volumoso, algo que não aconteceu ora por más decisões de vários protagonistas (Ronaldo, por exemplo, teve um par de situações em que poderia e deveria ter feito melhor), ora por cortes in extremis de Piqué e Mascherano – na 1ª parte, o número de situações deste tipo foi muito menor porque o Barça se expunha muito menos defensivamente e porque Busquets esteve sempre no lugar certo à hora exacta.

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Neymar marcou mas esteve apagado
Fonte: marca.com

Nesta toada de iminência do quarto golo do Real – que acabou por nunca chegar –, o jogo arrastou-se até ao final, com Carlo Ancelotti a gerir muito bem os últimos 10 minutos da partida, altura em que o Barça pressionou de forma mais efectiva, aproveitando algum do desgaste que o Real acusou (o conjunto madrileno havia jogado Quarta-Feira no sempre difícil Anfield Road). O técnico italiano lançou Illarramendi, Khedira e Arbeloa, que substituíram, respectivamente, Isco, Benzema e Modric, fazendo com que o Real acabasse o jogo num 4-1-4-1, com Ronaldo sozinho na frente de ataque.

Tudo somado, o resultado assenta de forma natural ao Real Madrid, se bem que o Barcelona tenha disposto de oportunidades para chegar ao 2º golo em algumas etapas do jogo. A equipa madrilena, à excepção do período inicial, revelou segurança defensiva (Pepe e Ramos acabaram o jogo em alta) e acabou por aproveitar os erros do adversário, ficando a dever a si mesma um diferencial no marcador mais elevado. Por outro lado, o outrora Barça impositivo e fiável com bola e asfixiante sem ela raramente foi visto esta tarde no Santiago Bernabeu, cometendo demasiados lapsos, principalmente nos segundos 45 minutos de jogo.

A Figura

Karim Benzema – Foi decisivo na vitória. Para além da finalização imaculada no 3º golo, enviou duas bolas à trave e foi sempre o mais inteligente dos jogadores madrilenos. Sabe estar em campo, atacar a profundidade ou dar apoios centrais, fazendo tudo isto e muito mais em função daquilo que o jogo lhe pede. Está no melhor momento da carreira.

O Fora-de-Jogo

Luis Suárez – Depois do (pesado e injusto) castigo de que foi alvo, regressou hoje à competição. Só isso, para quem gosta de futebol, seria uma boa noticia. Porém, talvez até de forma natural, Suárez passou ao lado do jogo, apresentando-se sempre muito longe deste e desenquadrado da equipa. Treinar nao é o mesmo que jogar e Luís Enrique erro ao lançar o uruguaio em pleno Santiago Bernabéu.

Sorriso de líder

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coraçãoencarnado

Boa-noite, benfiquistas. Estou de volta. Já passaram três dias desde a cinzenta quarta-feira e por isso já vejo o Sol. E sinto-me líder outra vez, ficando com aquele sorriso largo que só nós percebemos.

Em tom de breve comentário, tenho de revelar que dormi mal na quarta-feira passada. Dava voltas na cama, pensava em Lisboa e no quanto queria voltar para perto de vocês. Apetecia-me voltar para perto da minha família benfiquista, gritar com eles até não poder mais. Pois é, durante quase todo o jogo acreditei que traríamos os três pontos na bagagem. Até a jogar com dez eu acreditei…Ingénuo. Faltou mais. Nem o Nico vos embalou, rapazes… Está difícil, sim. Mas ainda acredito. Temos é de entrar com outra atitude, até porque parece que não leram aquilo que eu escrevi aqui há umas semanas: nós é que somos os gigantes. Entrem em campo com seis milhões às costas e corram três vezes mais. E já agora, dediquem-me um golo e a passagem à fase seguinte da Liga dos Campeões.

AS Monaco – SL Benfica: Noite magra e cinzenta Fonte: Benfica
AS Monaco – SL Benfica: Noite magra e cinzenta
Fonte: Benfica

Sábado. Dia de “Coração Encarnado”. Mas não só. Dia de Clássico aqui pelos meus lados e ainda mais importante do que isso, dia antecedente à entrada dos onze guerreiros na Pedreira. Amanhã não há desculpas. O génio Jonas está de volta, jogamos a competição onde somos os melhores. Somos exigentes, mas sorriam de vez em quando. Prometo que durante segundos me esqueço do jogo com o Mónaco se amanhã me derem aquele número mágico que representa a vitória. Já sabemos que este Braga tem vindo a melhorar, depois de uma boa exibição no Dragão e da já esperada passagem na Taça de Portugal. O Municipal de Braga é tradicionalmente um estádio complicado. E depois? Outra vez, quem são os gigantes aqui?! O estádio vai estar vestido a rigor: de encarnado. Carregado de benfiquistas (parece que o meu texto de há duas semanas chegou aí a Lisboa). Façam-me chorar aqui em Espanha, gritem mais alto do que o benfiquista à direita e obriguem-no a cantar mais e mais… Eles precisam de nós, e eu preciso de vocês.

Amanhã quero voltar a dormir descansado. Adormecer com aquele sorriso no rosto que junta aquelas cinco letras que eu estou farto de repetir e vocês fartos de a ler. Líder. Mas é tão bom, o corpo agradece. E a Alma enche-se de tudo, aquela sensação que só quem tem o coração encarnado conhece.

Vamos ter um jogo difícil amanhã; vai haver cansaço e uma equipa adversária bem montada. Do nosso lado, espero que haja um Jonas a mostrar-me outra vez por que é que eu amo este desporto! E mais dez de águia ao peito que só vão parar de correr quando o público se calar. Mas vocês não se calam, pois não?

Que este regresso à Primeira Liga seja o regresso às vitórias e que pelo menos dentro das nossas fronteiras continuemos a entrar como Maiores que somos. E fico à espera do dia em que a Champions seja só mais uma competição para sorrir. Até lá, vou sorrindo aos fins-de-semana! Boa sorte rapazes.

Vemo-nos no próximo sábado, com a esperança de o meu sorriso se manter. Não deixem que esses corações encarnados arrefeçam…

Vit.Setúbal 0-1 Vit.Guimarães: João Afonso dá Vitória aos minhotos

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Em duelo de Vitórias no Bonfim, a primeira parte foi marcada por muito equilíbrio e apenas uma oportunidade clara de golo, para os vimaranenses. Num contra-ataque – uma das principais armas da equipa orientada por Rui Vitória –  Hernâni conduziu a bola até ao meio-campo sadino e deu para Bernard. O ganês devolveu a Hernâni que rematou cruzado para uma defesa apertada de Ricardo Batista. De resto, muita luta a meio-campo e um ascendente territorial da equipa nortenha, que tinha em Alex e Hernâni as suas principais unidades. Os extremos tentavam dinamizar o ataque, mas faltava melhor discernimento na hora de finalizar as jogadas. Mesmo nas bolas paradas, não foram criadas grandes ocasiões.

Ao intervalo, Yann entrou para o lugar de João Schmidt e mudou um pouco a face da equipa sadina, que ainda assim foi assobiada em alguns momentos pela sua massa associativa. O jovem brasileiro, que já tinha sido decisivo no encontro da Taça frente ao Arouca, entrou para jogar à frente do duplo pivot do meio-campo e deu mais esclarecimento e capacidade técnica ao jogo ofensivo da equipa de Domingos Paciência. Aos 54 minutos, Yann rematou de muito longe e chegou a assustar Assis, guarda-redes que substituiu hoje o habitual titular Douglas. O Vitória de Guimarães perdeu o ascendente que teve na primeira parte mas acabou por chegar ao golo, um pouco contra a corrente do jogo, aos 61 minutos. Hernâni, um dos melhores em campo, bateu de forma exemplar um pontapé de canto para o segundo poste. João Afonso impôs-se perante Frederico Venâncio e bateu Ricardo Batista, com um cabeceamento a levar a bola a entrar perto da trave sadina.

Depois do golo, os setubalenses tentaram ir à procura do empate, mas sempre de forma muito atabalhoada. Já sem o inoperante Lupeta em campo, Manu e Zequinha nunca souberam dar o melhor seguimento às poucas jogadas criadas pela equipa. Foram ainda dos minhotos as melhores ocasiões para voltar a marcar. Tomané, que entrou na segunda parte, Alex e Hernâni tiveram boas chances para marcar, mas a pontaria não foi a melhor. À entrada para o último quarto de hora, chegou o momento mais espetacular do jogo. Bernard passa com muita facilidade por Pedro Queirós na direita e é travado à entrada da área por Venâncio. Na transformação do livre direto, o mesmo Bernard rematou em arco para o poste mais próximo, obrigando Ricardo Batista a esforçar-se para conseguir evitar o golo, fazendo a melhor defesa do jogo. Grande momento do jovem ganês, primeiro na jogada que dá o livre, depois na cobrança do mesmo. Não menos mérito teve o guarda-redes, que fez uma excelente defesa antes de chocar com o poste da baliza.

João Afonso marcou de cabeça o seu primeiro golo na Primeira Liga Fonte: zerozero.pt
João Afonso marcou de cabeça o seu primeiro golo na Primeira Liga
Fonte: zerozero.pt

Até ao fim, o rumo do encontro não mudou. Giovani e Advíncula nada acrescentaram quando entraram nos sadinos, que nunca souberam como chegar à baliza de Assis com algum perigo. Na última jogada do encontro, Yann rematou de muito longe com a bola a desviar num adversário e quase a trair Assis, que chegou a tempo de a agarrar.

Com este resultado, os de Guimarães sobem provisoriamente ao segundo lugar, ultrapassando o FC Porto e ficando a dois pontos do líder Benfica. A equipa de Rui Vitória continua a mostrar bons argumentos para lutar por um lugar europeu. Bruno Gaspar, lateral emprestado pelo Benfica, fez mais um excelente jogo e mostra ser um dos bons laterais que estão a aparecer na liga. João Afonso, hoje com a companhia de Josué no centro da defesa, continua a evoluir nesta sua primeira temporada ao mais alto nível. Na frente, Bernard e Hernâni continuam a espalhar o terror nas defesas contrárias, sempre seguros pelo capitão André André no centro do campo. O jogo do próximo fim-de-semana frente ao Sporting, no D. Afonso Henriques, promete ser um dos jogos mais interessantes do campeonato até ao momento.

Já em relação ao Vitória sadino, parece que Domingos Paciência ainda tem muito que fazer para colocar a equipa a jogar um bom futebol. Neste jogo, apenas Yann, François e Ricardo Batista estiveram a um bom nível. A equipa apresenta principalmente pouco poder de fogo no ataque, em que Lupeta, primeiro, e Giovani, depois, nunca criaram perigo. Manu e Zequinha também mostraram muito pouco discernimento na hora de largar a bola. O Setúbal está atualmente no décimo lugar, mas pode ser ultrapassado por várias equipas nesta ronda. No próximo domingo, o Vitória de Setúbal visita o Paços de Ferreira e adivinham-se dificuldades, face à boa qualidade apresentada pela equipa de Paulo Fonseca até agora. Se não começar a acertar o passo, a equipa de Domingos Paciência pode passar por momentos de aflição mais à frente neste campeonato.

A Figura:

Flanco direito do Vitória de Guimarães – Bruno Gaspar e Hernâni foram duas das melhores unidades neste encontro. O lateral nunca deu espaço a Zequinha para criar perigo e até teve algumas boas incursões no ataque. Já o extremo foi o jogador que mais desequilibrou no ataque vimaranense, fazendo uso da sua velocidade e capacidade técnica. Fez ainda a assistência para o golo.

O Fora-de-Jogo:

Ataque do Vitória de Setúbal – Lupeta foi um peso morto no jogo de hoje, Manu e Zequinha nunca criaram perigo e foram bastante inconsequentes ao longo do jogo e Giovani também não fez nada no tempo em que esteve em campo. Não fosse a entrada de Yann ao intervalo, talvez a equipa da casa não tivesse uma única ocasião de golo ao longo do encontro.