A Hyundai está de regresso ao WRC, 11 anos depois. O modelo do carro vai ser o i2O, nesta que será uma temporada principalmente de testes, visto que, para a de 2015, o carro vai ser totalmente reformulado com a nova geração deste modelo.
O Accent WRC correu entre 2000 e 2003 sem grande sucesso Fonte: allracingcars.com
Aponta-se em cerca de 80 milhões de euros por cada temporada o valor que a marca coreana está disposta a gastar neste seu regresso, com o objetivo de ser campeã do Mundo dentro de quatro anos. Para atingir este objetivo, a Hyundai foi buscar à M-Sport Thierry Neuville, vice campeão em 2013. Acaba por ser possível fazer uma comparação entre o belga e Ogier. Neuville vai ter uma época mais focada em testes e afinação do carro, em 2014, para que, no ano seguinte, a aposta seja totalmente a obtenção de vitórias e do tão almejado campeonato. O mesmo aconteceu com o francês em 2012, ano em que correu com o Fabia S2000, enquanto testava o Polo WRC. Apesar das semelhanças, Neuville acaba por estar melhor montado neste seu ano sabático, pois vai estar a desenvolver o carro em competição.
Para fazer equipa com Neuville, a Hyndai contratou mais três pilotos: Dani Sordo, para fazer as provas de asfalto e talvez Portugal e Argentina em terra, Juho Hänninen, para as provas de terra, e ainda Chris Atkinson, para o rali do seu país, a Austrália. Estes dois últimos pilotos foram dois dos três que desenvolveram o carro (juntamente com Brian Bouffier) e, portanto, acabam por ter um grande conhecimento do mesmo, apesar de menos experiência ao volante de WRC.
Os pilotos com os seus copilotos ao lado do i20 WRC Fonte: motorauthority.com
Michel Nandan, na apresentação da equipa, disse que o objetivo é conseguir terminar os ralis com os dois carros, de forma a ganhar experiência para o futuro, considerando ainda que, se tudo correr bem, poderão conseguir alguns pódios já nesta temporada que se aproxima. Na minha opinião, e vendo o que se passou na última época e olhando para os pilotos que cada equipa tem para este ano, acredito que os pódios vão ser algo recorrente, podendo até lutar por algumas vitórias, se o carro for fiável.
Está a ser um projeto muito ambicioso por parte da marca coreana, que espero que dê os seus frutos, pois nem a Citroën, nem a M-Sport (Ford) parecem ter capacidade para competir com a Volkswagen. Para campeonatos com vencedor anunciado já bastou os tempos de domínio de Loeb e da construtora gaulesa.
Chegadas as festas, todos os surfistas do WCT se encontram nas suas terras natais para desfrutar do ambiente natalício com as suas famílias e amigos. Mick Fanning, o novo campeão mundial, é o surfista a que se deve o maior destaque. Assim que Fanning chegou a casa foi surfar à sua praia de sempre, Snapper Rocks. Mas o que ele não sabia é que tinha uma multidão na praia à sua espera.
No meio de autógrafos e fotografias, Fanning disse ainda à ASP que ainda está “sem palavras, a absorver tudo com calma, junto das pessoas mais próximas”. O campeão mundial disse ainda que alguns surfistas que já se destacam na atualidade vão estar ainda mais fortes no ano de 2014, tais como John John Florence, Owen Wright, Julian Wilson e Jordy Smith.
Fanning soma assim 3 títulos mundiais, tal como Andy Irons e Tom Curren. É importante frisar que o surfista australiano é um exemplo para qualquer atleta, devido à sua competência, atitude e foco nos treinos.
Mick Fanning com o título de campeão mundial. Fonte: .Surftotal.com
Já em Portugal o cenário é outro.
No início desta semana realizou-se a última etapa do circuito regional do Algarve. Com ondas a rondar o metro e meio, as condições eram perfeitas para os vários surfistas que ocupavam a Praia da Rocha. Marlon Lipke, Pedro Henrique, Miguel Mouzinho, Joaquim Guichard e Eduardo Fernandes foram os nomes que deram o toque especial à prova. Marlon Lipke e Mouzinho protagonizaram o heat do dia, uma vez que a disputa foi bastante renhida. Marlon acabou por sair vencedor, demonstrando assim que quer voltar ao WCT.
Outros surfistas que se destacaram foram Francisco Duarte, Guilherme Ribeiro e Yolanda Sequeira-Hopkins, que se tornaram campeões regionais de sub-16, sub 14, sub 12 e feminino, respectivamente.
Este ano a Liga espanhola tem tido vários clubes-surpresa. Já aqui falámos sobre o incrível Atlético de Madrid, que promete intrometer-se na luta entre o Real Madrid e o Barcelona; também já referimos a prestação notável do Villarreal, que, depois da subida de divisão, consegue, neste momento, estar posicionado em lugares europeus; referimos de igual forma o fantástico Atlethic Club de Bilbao, que faz da sua casa um autêntico cofre, tendo sido o único clube a derrotar o poderosíssimo Barcelona esta temporada.
No entanto, há outro clube que merece a nossa atenção: a Real Sociedad. Depois do excelente campeonato realizado na época anterior – terminou no 4º lugar, que valeu o apuramento para a Liga dos Campeões -, este ano o clube basco ameaça repetir a dose.
À 17ª jornada, a Real Sociedad é quinta classificada com 29 pontos. Tem no seu registo 8 vitórias, 7 empates e 4 derrotas. Os números conseguem surpreender ainda mais: com 33 golos marcados e 23 sofridos, a Real Sociedad tem o 4º melhor registo ofensivo (superado apenas por Real Madrid, Barcelona e Atlético Madrid) e o 7º melhor registo defensivo.
A prestação europeia não foi a desejada: os bascos terminaram no último lugar do grupo A (Manchester United, Bayer Leverkusen e Shakhtar Donetsk) com apenas 1 ponto. Porém, a fraca campanha na Liga dos Campeões parece não ter abalado os pupilos de Jagoba Arrasate.
Onze base da Real Sociedad
O onze base da Real Sociedade assenta num claro 4-2-3-1, onde impera uma versatilidade constante. Os números provam que a equipa tem um enorme pendor ofensivo e mostra capacidade para marcar golos em qualquer reduto. O meio-campo revela uma dinâmica assinável e, simultaneamente, o duplo pivô defensivo aufere aos bascos a segurança necessária para controlar as investidas adversárias. A defesa é, sem duvida alguma, o ponto mais fraco desta equipa. Apesar de não ser das piores defesas da liga (bem pelo contrário), comparativamente com os restantes setores do plantel a qualidade na linha defensiva decresce.
Por falar em qualidade, os bascos têm nos seus quadros jogadores de renome, como Carlos Vela, Xabi Preto e Esteban Granero. Todavia, é um dos muitos jogadores da formação que tem despontado esta temporada: Antoine Griezmann é atualmente a grande estrela da equipa. O jovem avançado de 22 anos é o 3º melhor marcador da Liga BBVA, com 11 golos marcados (foi utilizado em 15 jogos), e leva mais 3 golos do que o astro do Barcelona, Lionel Messi (utilizado em 11 jogos).
Griezmann, jovem da formação, é uma das estrelas da Real Sociedad. / Fonte: Sky Sports
Os sócios e adeptos do clube natural da cidade de San Sebastián vivem uma das suas melhores fases de sempre. A Real Sociedad, que tem no seu palmarés 2 Ligas Espanholas, 1 Copa del Rey e 1 Supercopa de Espanha, não é, habitualmente, um clube de lugares europeus. Contudo, o excelente plantel, aliado a uma boa organização diretiva e a um treinador consciente das virtudes e limitações da equipa, faz sonhar toda uma cidade.
Na verdade, o futebol basco vive momentos de grande afirmação. O Athletic Club de Bilbao e a Real Sociedad encontram-se nos 4º e 5º lugares, respetivamente. Ambos demonstram aos restantes clubes espanhóis com recursos financeiros modestos que a política de aposta na formação pode ser bem sucedida.
Ainda que seja cedo para retirar conclusões e atribuir lugares, é certo que a campanha dos clubes bascos tem sido surpreendente. As contas são fáceis: se fizerem, na segunda volta do campeonato, resultados semelhantes aos praticados até agora, a Liga dos Campeões é o destino certo.
No dia 12 de Dezembro, os Lusitanos XV disputaram a 4ª jornada da Amlin Cup frente aos I Cavalieri Prato, no Estádio Universitário de Lisboa.
Foi um jogo bem disputado, no qual os atletas do nosso campeonato nacional mostraram ter capacidade para vencer os vice-campeões italianos. No entanto, os I Cavalieri acabaram por dominar os atletas lusos nas formações ordenadas e venceram por 19-30.
Os três ensaios de Portugal não foram suficientes para vencer – facto preocupante, uma vez que a Roménia e a Geórgia, equipas que jogarão contra Portugal em Fevereiro, são muito fortes nas formações ordenadas.
Os Lusitanos XV começaram bem a partida mas aos 22 minutos perderam o domínio para os I Cavalieri Prato, que aproveitaram as falhas nas formações ordenadas para ganhar vantagem na primeira parte. Uma vez mais, as promessas jovens do rugby nacional destacaram-se e foi Vasco Fragoso Mendes o responsável pelo primeiro ensaio. Este jovem atleta tinha já sido responsável por dois ensaios no primeiro encontro contra Prato realizado uma semana antes.
O final da primeira parte revelou-se complicado: os italianos ganharam consciência da sua superioridade nas formações ordenadas e aproveitaram ainda a superioridade numérica quando Jorge Segurado recebeu um cartão amarelo, marcando mais dois ensaios e mudando o marcador para 7-18.
A desejada Amlin Cup Fonte: rugbyfancast.com
Frederico Sousa aproveitou o intervalo para tentar corrigir as dificuldades sentidas e fortalecer a equipa com avançados. No entanto, os italianos encontraram espaço para voltar a marcar ensaios no início da segunda parte, passando a vencer por 7-30.
No entanto, Gonçalo Foro conseguiu marcar o segundo ensaio português e, na última jogada do jogo, António Salgueiro conseguiu fixar o resultado em 19-30.
Apesar da derrota, foi um jogo fundamental para compreender os pontos fortes da equipa lusa mas também para compreender os pontos onde será fulcral evoluir para que as partidas do próximo ano sejam bem disputadas.
Já em janeiro, a equipa lusa voltará a campo para defrontar os London Irish, no Madejski Stadium.
Foi apresentado recentemente o projecto para o Centro de Alto Rendimento (CAR) de Ténis para o ano de 2014. Depois das alterações no comando técnico das selecções nacionais, Vasco Costa aposta agora no rejuvenescimento do CAR. Pior, certamente, não será possível.
Com André Lopes como coordenador técnico nacional, será o também treinador de Rui Machado a orientar o percurso do CAR e os tenistas que dele irão usufruir. Uma das novidades é o acompanhamento em torneios e não só na vertente treino, tal como no passado. É importante fazer a ponte não só com os melhores torneios nacionais mas também com o calendário internacional, tão importante na transição para profissional.
Muitas das vezes são os erros nessa transição que acabam por “matar” as carreiras dos jovens tenistas, pelo que é extremamente importante aqui um acompanhamento de técnicos competentes que saibam orientar da melhor forma os nossos jovens atletas. É aqui que entra a equipa do CAR: Gonçalo Nicau, Hugo Anão e Paulo Figueiredo.
Dos três tenho boa impressão profissional. São todos eles conhecedores do ténis ao mais alto nível e do circuito profissional. O Gonçalo acompanhou já tenistas do circuito ATP; enquanto o Hugo, para além de ser um dos melhores tenistas a jogar em Portugal de há uns anos para cá, tem desenvolvido um belissímo trabalho com a Fastsports e com as escolas de ténis de Belas e do Instituto Superior Técnico.
Paulo Figueiredo é um preparador fisico que trabalhou já com Rui Machado, nas melhores (e nalgumas das piores) fases da carreira do tenista, sendo também alguém que é conhecedor das exigências do ténis ao mais alto nível.
Há aqui no entanto uma “nuance” que é importante dissecar. O CAR apenas irá integrar este ano tenistas masculinos, por terem “carreiras individuais menos estruturadas” do que as das tenistas femininas. Será? Ou será pelo facto de as raparigas necessitarem de um outro tipo de acompanhamento mais específico, tendo em conta que as especificidades profissionais do ténis masculino e feminino são bastante díspares. Enfim, não sendo uma crítica, até porque o importante é construir bem as bases de uma “casa” que se quer sustentável, fico à espera de que para o ano o ténis feminino possa reentrar neste Centro de Alto Rendimento com a mesma qualidade que o masculino.
Esperemos então que esta nova estrutura com este novo pensamento à volta do CAR proporcione aquilo que André Lopes defendeu publicamente que ser uma “maior integração com as selecções nacionais”, resultando assim em melhores resultados e numa selecção nacional cada vez mais competitiva que só pode trazer benefícios para o ténis português.
Uma vez um treinador de futebol cujo nome agora não recordo disse: “não gosto de não ter problemas em fazer a minha convocatória”; no ténis, os nossos seleccionadores precisam de “ganhar dores de cabeça”, sendo isso sinónimo de mais qualidade e competitividade.
Depois da esclarecedora vitória do Sporting por 3-0 ao Belenenses, jornada em que o nosso clube se isolou na liderança do campeonato, o jornal “A Bola” destacou um erro do árbitro com o texto: “PECADO ORIGINAL – Nem Belenenses nem Sporting mereciam tal erro do árbitro”.
No passado sábado, o Sporting ganhou de forma justa e limpa ao Nacional da Madeira, mas recebeu apenas 1 ponto num jogo que foi, todo ele, inclinado. Como “nem eu nem os Sportinguistas merecíamos isto”, e como considero tanto a atuação do árbitro como o branqueamento da comunicação social um Pecado (pouco) Original, vou fazer um apanhado dos pecados que se têm cometido contra e a favor dos 3 grandes:
TOTAL: Beneficiado: 2 | Prejudicado: 3 | Pontos reais: 33 | Pontos de verdade: 37
TOTAL: Beneficiado: 0 | Prejudicado: 1 | Pontos reais: 33 | Pontos de verdade: 35
TOTAL: Beneficiado: 5 | Prejudicado: 1 | Pontos reais: 33 | Pontos de verdade: 29
Como se pode ver, estes pecados de originais têm muito pouco. Apenas se vão repetindo, todos anos, continuando a ser abafados pela comunicação social. E assim prevejo um Futebol Clube do Porto campeão nacional, com mais um título para o melhor dirigente do mundo. Os outros é que são todos maus…
*Nota: considera-se apenas os golos e penáltis que se adicionam ou retiram ao resultado, independentemente da possível influência dos mesmos no decorrer da partida.
O azevinho está na árvore e está estendido nas toalhas de mesa. Os docinhos prontos a comer e o bacalhau a demolhar. Até a elegância desta quadra do ano nos parece imbuir do espírito, com roupas quentes, um charme a mais e um leve perfume doce no ar. É inverno. Será? Sim, no hemisfério norte. Mas a sul, para os trópicos, a coisa está diferente. Não é só a temperatura meteorológica que aumenta, fruto do solstício de verão. E perguntamo-nos se até pode existir outro tipo de temperatura. Sim. De paixões. Ei-las.
O Atlético Mineiro perdeu com o Raja Casablanca por 3-1. Uma vergonha para o Galo e também para o futebol brasileiro, no geral. Convenhamos que a gozação nas redes sociais de que o clube mineiro foi alvo até pode ter sido divertida. Mas o Brasileirão ganharia ainda mais com a presença do Galo, pelo menos, na final. De nada valeu a corrida desenfreada dos marroquinos para Ronaldinho Gaúcho para o “assaltarem” com mimos, na esperança de trocas de bugigangas desportivas. Na certa, Gaúcho preferia estar na pele dos magrebinos.
Nem a volta do Ronaldinho quebrou o marasmo do Galo. / Fonte: ansabrasil.com.br
É estranho passar o Natal com calor. Acreditem na experiência…
A Portuguesa de Desportos desceu de divisão. A notícia foi avançada ainda na semana passada. Pela rapidez da periodicidade ainda nos conseguimos debruçar sobre o assunto, mas não com a escalpelização a que ele obriga. Porque o Flamengo também foi lá para trás. Mas sem penalizações de maior. É incrível como estas decisões são tomadas em cima do joelho. Pior. É inacreditável a falta de profissionalismo dos funcionários da Portuguesa e Flamengo que colocam jogadores castigados para jogar. O Fluminense não tinha nada que ver com a história. Mas acabou por ficar bem na fotografia e salvar-se do naufrágio.
Revolta nas hostes paulistas. / Fonte: esportes.r7.com
As luzes de Natal enfeitam as ruas e cheira-nos a castanhas quando inalamos o fumo preguiçoso que se espraia no ar. Como nem tudo é mau, iremos usar a velha máxima para um 2014 com melhores entradas. As prendas estão no sapatinho. Tudo a postos. Porém, no Brasileirão tem de ser: “ano novo, vida nova!”.
Com 2013 prestes a encerrar, fazer uma retrospectiva e, simultaneamente, um balanço daquilo que este ano significou é sempre um exercício interessante. Neste ponto, para os portistas, o ano que agora termina foi (mais) um ano vitorioso mas longe, ainda assim, de poder ser considerado brilhante.
O Dragão conquistou o Campeonato 2012/2013 de forma épica e juntou mais uma Supertaça ao seu vasto registo. Pelo meio, porém, a campanha na Europa deixou bastante a desejar – primeiro com a eliminação diante do Málaga em Março; depois com a paupérrima prestação na fase de grupos da Champions 2013/2014 – e sobra o registo da derrota na Final da Taça da Liga às mãos do Sporting de Braga (1-0).
Ao todo em 2013, o FC Porto disputou 47 jogos oficiais, somando o respeitável registo de 32 vitórias, 9 empates e somente 6 derrotas, num total de 88 golos marcados e 27 sofridos. Falta, todavia, para as contas serem completas, contabilizar o próximo encontro em Alvalade, frente ao Sporting, para a Taça da Liga (29 Dezembro, 20h45).
Da quase meia centena de jogos, haverá sempre alguns que serão recordados de forma especial, pela sua importância e mediatização. Destacar um só momento será sempre um exercício subjectivo, consoante a lembrança, memória e estado de espírito de cada um. O mesmo raciocínio vale, aliás, para a eleição de um melhor jogador. Cada um terá o seu vaticínio, a sua preferência, consoante o seu entendimento do jogo. Ainda assim, neste espaço, arriscarei com as minhas escolhas.
MOMENTO DO ANO
O ano futebolístico nacional de 2013 ficará indelevelmente marcado pelo ‘Factor K’. Já praticamente tudo foi dito sobre o instante em que Kelvin, com o seu pontapé de fortuna, ao minuto 90+2 do jogo entre o FC Porto e o Benfica, virou o destino do Campeonato 2012/2013. Numa Liga curta e bipolarizada como a nossa (pelo menos na época passada), os jogos entre os candidatos ao título revestem-se de uma importância extrema.
A 11 de Maio, o Dragão assistiu ao Momento do Ano. / Fonte: Global News
Assim, embalado por uma época até àquele momento bastante positiva, o Benfica chegou ao Porto com um ponto de vantagem sobre o BiCampeão Nacional a duas jornadas do fim da Liga. Apinhado e engalanado, o Estádio do Dragão assistiu a um jogo pouco espectacular. Lima inaugurou o marcador para os encarnados; Varela repôs a igualdade. O encontro arrastou-se até ao momento em que o golpe de sorte de Vítor Pereira surtiu efeito: Kelvin e Liedson, a dupla improvável, inventaram o golo numa jogada iniciada por Varela, e tornaram o minuto 90+2 inolvidável. Para os portistas, que sentiram que o campeonato estava na mão, naquela que seria uma das conquistas mais saborosas; para os benfiquistas, cujo martírio da parte final dos jogos decisivos tinha no Dragão apenas o seu primeiro capítulo.
As fotografias sucediam-se, os vídeos multiplicavam-se, os cartoonistas tinham mais matéria do que nunca… Kelvin transformou um campeonato irremediavelmente perdido há umas semanas atrás numa conquista épica, ajoelhando Jorge Jesus, mas, acima de tudo, fazendo com que a Nação portista o consagrasse como um pequeno herói, qual retribuição de uma alegria incontida. Numa frase, o Dragão implodiu na maior demonstração de júbilo e felicidade jamais sentida – quem lá esteve (e não foi vitima de uma ‘branca’ provocada pelo êxtase do momento) afirma que dificilmente viverá melhor sensação do que aquela.
JOGADOR DO ANO
Mangala, Alex Sandro ou Jackson seriam hipóteses a considerar. Mas, para mim, se há jogador que merece tal título em 2013 é Fernando. Este foi, de facto, o ano da plena maturação d’O Polvo’!
Agora brilha até com bola – Fernando tornou-se melhor jogador / Fonte: UOL
Dos 47 jogos oficiais disputados pelo FC Porto em 2013, Fernando esteve presente em 43 (falhando apenas 1 no que ao Campeonato diz respeito), num total de 3648 minutos, 12 cartões amarelos e 3 golos.
Assim, ‘o Polvo’ revelou-se peça indispensável na estrutura do FC Porto que revalidou o título nacional, e nem por Paulo Fonseca ter alterado o esquema da equipa – acrescentando um homem ao espaço que, antes, ocupava sozinho – deixou de apresentar um elevado rendimento. Verdadeiramente, 2013 foi o ano em que Fernando, evidenciando todas as qualidades defensivas que fazem dele um médio defensivo de excepção (qualidade de desarme, capacidade para galgar metros e encurtar os espaços entre linhas, posicionamento a um nível top, entrega ao jogo, timing perfeito no tackle…), se tornou um melhor jogador. Agora vemo-lo conduzir a bola com uma qualidade técnica e um à-vontade que surpreendem, a chegar-se à frente com outra desenvoltura e a demonstrar uma qualidade de passe (até com o pé esquerdo!) assinalável.
Para além de tudo isto, aos 26 anos, plenamente identificado com o clube, assume-se como umas das vozes mais importantes e respeitadas do plantel. Algo conquistado a pulso, com imensa humildade mas, acima de tudo, com muita abnegação e espírito de Dragão. Estranha-se, portanto, que, aparentemente, a estrutura directiva não lhe preste o devido reconhecimento no que à renovação do contrato diz respeito.
De todo em todo, 2013 representa, para Fernando, a assunção plena de referência portista, o guardião do meio-campo e a descoberta de qualidades que ainda não lhe tinham sido vislumbradas. E, claro, mais 2 títulos a juntar à dúzia que já constava do seu palmarés.
O ano de 2013 pode até encerrar com o confronto com o Sporting, naquela que será, por certo, uma dura batalha. Todavia, o Reino do Dragão tem motivos para estar positivamente expectante em relação a 2014 – a descoberta de Carlos Eduardo, o mais do que provável regresso de Quaresma ou o novo posicionamento de Lucho são notícias interessantes para o adepto portista.
Mais um Natal passado, mais momentos familiares de sonho, mais crianças a pular de felicidade com tanto presente. Contudo, e apesar dos meus 24 anos de idade, não me posso queixar daquilo que os meus fantásticos progenitores me deram nesta quadra natalícia. Pouco passava da meia-noite quando, para meu espanto e felicidade, ao abrir um embrulho gigante, me deparei com uma soberba máquina de viajar no tempo que os meus pais adquiriram numa loja em Paris. Eu não lhes tinha pedido nada, mas como os meus pais são conhecedores (e de que maneira!) da forma como eu sofro pelo Sport Lisboa e Benfica, acharam que eu podia acalmar caso verificasse aquilo que se irá passar no futuro, após entrar no aparelho.
E a verdade é que esta foi a melhor prenda da minha vida! Mal a recebi quis testá-la, e, por isso mesmo, introduzi-me naquela sofisticada tecnologia. E teletransportei-me para que dia? Não, não me teletransportei para Junho, para ver se o nosso país iria ser resgatado pela 2ª vez. Não, também não me teletransportei para daqui a uns dias, para ver quais seriam os vencedores do reality-show e do talent-show da TVI e da SIC, respectivamente. Teletransportei-me, isso sim, para o dia 13 de Janeiro de 2014. E porquê? Porque nesse dia, após o teletransporte, lá estava eu a ver o resumo do Benfica vs FC Porto. E sabem quanto é que vai ficar este jogaço? E atenção, porque a eficácia deste aparelho é de 100%! Ora bem, voltando ao tema, o meu lindo Benfica vai despachar o rival do Norte por…3-0! Isso mesmo, três golos sem resposta, num Estádio da Luz que irá ter uma assistência a rondar os 60 mil espectadores.
Pedro Proença será o árbitro, mas desta vez não irá prejudicar o Benfica (não, não estou a gozar!). E atenção, caros benfiquistas, vamos ganhar o jogo sem espinhas! Jorge Jesus não vai inventar, Enzo Pérez irá jogar de início no meio do terreno, Cardozo será titular, Siqueira irá regressar ao onze inicial, Oblak continuará na baliza. Começaremos o jogo de uma forma tremida, como constantemente tem acontecido nas recepções ao FC Porto, mas por volta dos 20 minutos tudo vai mudar, com um disparo de sonho de Óscar Cardozo. O Benfica irá assim inaugurar, com este tento, o marcador, e assim abrir alas para uma actuação de luxo. Constantes ataques, meio-campo encarnado a ganhar todas as bolas e um estádio inteiro a cantar pelo clube.
Por volta dos 60 minutos, JJ irá lançar Markovic, que irá fazer o jogo da sua vida! Com rasgos individuais do outro mundo, irá colocar a cabeça em água a Mangala e Otamendi, culminando a sua brilhante prestação com dois golos, fixando assim o resultado final. Os últimos 10 minutos de jogo serão um autêntico festival, com longas trocas de bola, com os jogadores do FC Porto completamente desorientados, sendo o ponto alto dessa mesma orientação a expulsão de Josué, com vermelho directo fruto da sua tremenda raiva por tão grande baile a sua equipa estar a levar.
SL Benfica 2-2 FC Porto, 13 de Janeiro de 2013 Fonte: zerozero.pt
Final do jogo, euforia na catedral, público em êxtase, jogadores a agradecer de uma forma sentida o tremendo apoio dos adeptos, total comunhão entre representantes do maior de Portugal e a sua inigualável massa adepta. Comunicação social rendida ao Benfica, capas de jornais muito elogiosas para com este clube apaixonante, um país a transbordar de alegria.
E pronto, depois de tão sublime teletransporte, lá saí eu da máquina completamente emocionado, com uma lágrima no canto do olho, sabendo que aquilo que aí vem é bom demais. Mas atenção, eu não gosto de prever o futuro, mas perdoem-me esta excepção! Com tão original presente, tinha forçosamente de saber quanto iria ficar este jogo. Contudo, posso garantir-vos que mesmo sabendo quanto irá ficar esta partida, irei sofrer na mesma, porque é impossível não vibrar com um jogo do clube do povo.
Para terminar, admito que também tentei viajar no tempo até à madrugada do dia 14 de Julho, para saber se o povo português andará todo pela rua a festejar o título mundial, mas infelizmente e após o segundo teletransporte, o aparelho sofreu uma grave avaria, o que me impossibilitou de ficar a saber as incidências nessa madrugada de Verão.
Qual foi o meu segundo teletransporte? Até ao dia 1 de Fevereiro de 2014, e não, caros benfiquistas, o Matic não vai sair do clube na reabertura do mercado, estejam descansados!
Antes de alguma coisa, quero começar e acabar a minha publicação natalícia a desejar a todo o staff e todos aqueles que contribuem para o crescimento do Bola na Rede (entenda-se: leitores) um feliz Natal, com tudo aquilo que de bom tem! Sendo o Natal sobretudo uma altura de festa e de alegria, também é uma época de redenções. Eu, nunca tendo lido a Bíblia e jamais me tendo aproximado de algo religioso (o máximo foi estar 5 minutos numa igreja num casamento), vou aproveitar para me redimir do facto de não ter falado de um jogador na minha última crónica (“Reabertura Mercado”) e que me fez durante toda a semana sentir injusto: Carlos Eduardo.
Disse que este mercado poderia trazer duas prendinhas no sapatinho para duas posições em que temos muita falta: Quaresma (já certo) e Anderson (hipótese muito falada). Logicamente, escrevi isto numa altura em que Carlos Eduardo ainda não tinha aparecido em grande plano no FC Porto. Tanto que adiantei que com Anderson poderíamos jogar finalmente naquele triângulo estranhamente invertido que Paulo Fonseca tanto quer e que Lucho já teria a liberdade para jogar no vértice ofensivo, embora não seja essa a sua posição favorita. Até que se deu um volte face! O treinador do meu clube acordou e, num rasgo de ousadia para com as suas próprias ideias, em vésperas de jogo com o Rio Ave (jogo sempre de risco), lembrou-se: “e que tal inverter, ainda que parcialmente, o triângulo do meio-campo e lançar o Carlos Eduardo na posição mais ofensiva?”. E foi isso que fez. Resultado? Bola junto ao chão; Fernando implacável a destruir; Lucho fortíssimo na condução de bola para as rápidas transições e depois o jogador que volta a fazer-nos lembrar Deco (salvo as devidas proporções) no seu fino e retocado toque de bola: Carlos Eduardo. Atenção, continuo a achar que Anderson seria uma grande mais-valia, até porque Lucho já não consegue passar dos 65/70 minutos de alta qualidade.
Voltando ao que interessa: finalmente, e aos pouco, parece que a nossa equipa técnica percebeu que num meio-campo 2+1, em que o “par” de Fernando não é Defour, Herrera ou Josué mas sim Lucho, a equipa desdobra-se muito melhor e naturalmente fica num 1+2, que é o mais natural de acontecer na nossa equipa… O “Polvo” joga melhor sozinho; “El Comandante” tem o seu habitat natural entre os dois médios e Carlos Eduardo (ainda sem alcunha) joga que se farta quando a bolinha lhe cai nos pés!
Carlos Eduardo revolucionou o meio-campo azul e branco / Fonte: Bibó Porto, Carago
Às vezes é importante perceber que só por se chamar Carlos Eduardo e não Defour, Herrera, Josué e demais internacionais não quer dizer que não tenha qualidade para jogar… Lembrem-se de Jesualdo Ferreira, que, na segunda jornada da sua segunda época, lança o desconhecido Fernando (sim, aquele a quem agora chamam “Polvo”) em campo e relega Bolatti, Tomás Costa ou Kazmierckzak para o banco e para a bancada!
O ano passado tinha muito boa impressão deste miúdo no Estoril, mas nunca pensei numa ascensão tão rápida nem que fosse ele a mudança de que o FC Porto necessitava para reerguer o seu futebol de qualidade. Apesar do facto de termos jogado contra um bom Rio Ave e um muito frágil Olhanense, isso não tira a qualidade demonstrada pelo nosso meio-campo sempre que tinha a bola, em particular CE (posso chama-lo assim?).
Nas duas exibições como titular no onze azul e branco, Carlos Eduardo mostrou ter “samba nos pés” e, nos 6 golos em dois jogos, denota números impressionantes: 3 assistências (uma contra o Rio Ave e duas frente ao Olhanense) e um fabuloso golo contra o Olhanense, ou seja, 4 dos 6 últimos golos do meu clube contaram com a participação directa deste jogador! Isto sem contar que indirectamente, no golo de Herrera (mais um fabuloso), a jogada começa nos pés de CE…
Espero que este início a todo gás de Carlos Eduardo seja para continuar, e não igual ao de Licá, que começou a todo o gás, com muitos golos e assistências, e depois, pouco a pouco, foi caindo de produção: agora pouco se vê e não é mais do que um jogador útil no plantel.
Espera-se que Carlos Eduardo, ao contrário de Licá, não baixe o rendimento no futuro / Fonte: fcporto.pt
Já não tenho receio dos próximos dois jogos do FC Porto: contra o Sporting, para a Taça da Liga (que continuo a achar uma barbaridade e mais uma invenção sem sentido, que só serve para encher museus; existem clubes que nos últimos 4 anos o encheram bem só com ela), e, mais importante, o jogo na Luz contra o Benfica, no qual teremos de estar na máxima força (já com Quaresma a postos, espero) e prontos para as já habituais desavenças que aquele estádio proporciona aos adversários nas jogadas de bastidores, além da qualidade que têm.
Para finalizar, só queria que este Natal trouxesse um defesa esquerdo de qualidade (poderia ser Álvaro Pereira, mas só para fazer o banco de Alex), um médio (Anderson, vá lá…) e o extremo já falado, o nosso “Ciganito”. Não peço um ponta-de-lança, porque Ghilas ainda nem provou o seu valor, mas dava uma oportunidade real a Walter, jogador gordo que se desdobra em golos, nem que para isso emprestássemos o Ghilas para ganhar minutos.
Mais uma vez, um bom Natal a todos os (des)Portistas. Desejo um ano recheado de vitórias. Que este ano seja tão vitorioso quanto o… Normal!