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E tudo Ferguson levou…

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A temporada do Manchester United está a ser simplesmente desastrosa. Depois da derrota na recepção ao Tottenham, que deixou a equipa no 7º lugar da Premier League, os red devils foram eliminados da FA Cup pelo Swansea em pleno Old Trafford (1-2). Ao contrário do que possa parecer, a crise que o clube atravessa tem uma explicação muito simples: o facto de Ferguson já não estar no banco. Quanto mais rápido os dirigentes do United compreenderem que David Moyes não é Sir Alex, mais depressa conseguirão sair desta fase negativa. O plantel é praticamente o mesmo do último ano, mas é preciso salientar que, para um candidato ao título, é manifestamente fraco (o que não justifica o 7º lugar) e precisa de ser reforçado urgentemente. Fazer omeletes sem ovos não é para todos.

David Moyes tem sentido dificuldades na sucessão a 'Sir Alex' / Fonte: Football 365
David Moyes tem sentido dificuldades na sucessão a ‘Sir Alex’ / Fonte: Football 365

Era expectável que esta fosse uma época de transição para o Man United, mas David Moyes, pelo menos para já, está longe de provar ser um substituto à altura de Ferguson (e não apenas devido aos maus resultados). Ainda assim, e sem querer desculpar o ex-treinador do Everton, o que Sir Alex fez com este plantel foi um “milagre”. A qualidade é escassa para um emblema com tantas ambições – a diferença para os rivais é abismal -, há muitos jogadores na curva descendente da carreira e outros tantos descontentes com o seu estatuto em Old Trafford. Como se isso não bastasse, Robin Van Persie (claramente o melhor jogador da equipa) tem tido alguns problemas físicos e não tem sido opção para David Moyes.

Apesar da necessidade evidente de renovação do elenco, os responsáveis do clube não parecem dispostos a investir, muito provavelmente porque as últimas contratações não têm rendido o esperado (Kagawa não se adaptou, Fellaini tem sido uma desilusão e Zaha é ainda muito jovem). Contudo, mais tarde ou mais cedo terão de o fazer. Estamos a falar de um clube habituado a ganhar, que não pode aceitar ter jogadores tão banais como Johnny Evans a titular. O único sector que não precisa de mexidas é a baliza, uma vez que De Gea tem evoluído de acordo com as expectativas. Na linha defensiva, face à idade avançada de grande parte dos jogadores – Evra, que está em final de contrato, Ferdinand e Vidic estão em declínio -, é fundamental que haja um rejuvenescimento. Nesse sentido, Mangala e Garay já foram várias vezes associados ao United e Leighton Baines é uma forte hipótese para reforçar o lado esquerdo. O meio-campo é, na minha opinião, o sector mais débil da equipa. Carrick e Cleverley são jogadores competentes, mas falta indiscutivelmente um médio de topo, que bem poderia ser Arturo Vidal (o chileno obrigaria a um investimento avultado). No ataque, caso Van Persie recupere a forma, as opções dão garantias. Para além do holandês, Rooney – que tem sido um dos poucos destaques da temporada -, Chicharito e Welbeck são alternativas de confiança.

Kagawa e Chicharito não têm sido tão bem aproveitados quanto poderiam / Fonte: radio98to
Kagawa e Chicharito não têm sido tão bem aproveitados quanto poderiam / Fonte: radio98to

No plantel dos red devils há vários jogadores em sub-rendimento e a precisar de mudar de ares. Um deles é o português Nani, que, nas poucas oportunidades que teve nesta época, mostrou estar bem abaixo daquilo de que é capaz. Anderson, que também já passou pelo futebol português, é outro exemplo. O brasileiro, outrora um dos médios ofensivos mais promissores do mundo, está há vários anos em Old Trafford, mas nunca se conseguiu afirmar. Depois de ter brilhado em Dortmund, Kagawa transferiu-se para o United, onde tinha tudo para se assumir como um elemento fundamental. No entanto, muito por culpa dos treinadores (Ferguson não está isento de culpas), isso não aconteceu. O japonês, que na Alemanha jogava como médio ofensivo ou 2º avançado, é constantemente colocado a jogar sobre um flanco, onde o seu futebol perde influência. Finalmente, o caso de Chicharito Hernández. O mexicano tem vindo a cumprir sempre que é chamado (muito eficaz) e o seu problema não é a falta de rendimento. O seu problema é que é a última opção para o ataque, inclusive atrás de Welbeck. É um avançado com qualidade e, como tal, não se justifica que tenha esse estatuto.

Mesmo sabendo que os clubes ingleses, por norma, dão tempo aos treinadores para mostrarem serviço (uma tendência que tem vindo a diminuir), David Moyes tem de provar rapidamente que não foi um erro de casting. Pelo que mostrou até agora, não vejo maneira de escapar a esse rótulo. Ou muito me engano ou o escocês não tem, de todo, capacidade para orientar um clube da dimensão do Manchester United. Ferguson só há um.

O Passado Também Chuta: Eusébio da Silva Ferreira

o passado tambem chuta

Era filho de um ferroviário angolano que emigrara para Moçambique e de uma moçambicana. Nasceu num bairro humilde de Maputo. As bolas feitas de qualquer coisa eram o seu brinquedo e de tantos outros. Um belo dia, já o Benfica andava pela Europa semeando assombração, salta uma notícia de estrondo: um jovem chamado Eusébio da Silva Ferreira está em Portugal custodiado pelo Benfica. O Sporting luta desesperadamente para que faça parte da sua equipa. Os jornais corriam à procura do esconderijo onde Eusébio se mantinha isolado.

Ninguém o encontrou até que o Benfica exibiu a sua contratação como se fosse um troféu. O Benfica, nesse ano de mistério à aventura de mercado, supera a sua maior conquista internacional; supera a Taça Latina e ganha a sua primeira Taça de Europa. Mal sabia o clube que tinha na recâmara os que seriam; conformariam a melhor ala esquerda que jamais vi sobre um campo de futebol: Eusébio e Simões. Um era o diabo e o outro era o diabo e meio. Eu era um miúdo que se sentava no velho estádio da Luz sempre que podia, entre uma claque conformada por membros da colónia galega e frequentadores habituais do bar do meu Pai, situado na velha Rua da Palma. Não sabia de futebol, sentia; não vislumbrava táticas, emocionava-me.

Vivia o futebol com o coração e os olhos esbugalhados quando via evoluir o Simões a enganar defesas inteiras e saltava orgasticamente quando a bola chegava aos pés do Eusébio e largava um chuto que nem sequer era engolido; era contado aos guarda-redes, algum tempo depois, como acontecera. Sentia-me um privilegiado e hoje tenho a consciência plena de que vi evoluir pelo relvado da Luz uma equipa ímpar e uns jogadores inenarráveis.

Entre as minhas recordações do Eusébio e de todo aquele elenco fantástico nem sequer está a segunda Taça de Europa; nem sequer está a famosa reviravolta no Campeonato do Mundo. Nada disso está gravado como o momento mais deslumbrante das emoções; das sensações que vivi no velho Estádio da Luz. Uma bela noite de Taça de Europa fui, no meio da claque que partia do bar do meu Pai, para o Estádio da Luz. O glorioso jogava uma eliminatória contra o Real Madrid. A enchente de público obrigara o Benfica a fazer uma bancada suplementar. Eu, no meio da minha claque, fui parar ao terceiro anel. Parecia que estava a ver para o relvado do céu. Era o mais miúdo; era o que só tinha coração; tocou-me ver o jogo de joelhos à frente do meu irmão.

Elevado aos píncaros / Fonte: derterrorist.blogs.sapo.pt
Elevado aos píncaros
Fonte: derterrorist.blogs.sapo.pt

Começou o jogo. O temor e respeito entre as duas equipas eram palpáveis. Mas começou o Simões; continuou o José Augusto e arrancou o Eusébio. Estádio de pé! Gritos; euforias, golos; golos, muitos. Cinco, foram cinco e já nem sei quantos marcou o Eusébio; e já não sei quantos remates provocaram um “ui” imenso entre adeptos e não adeptos. Eu permanecia de joelhos e não estava a rezar; estava de boca aberta e coração rubro depois de ver aquelas galopadas; aquelas mudanças de ritmo que escarrachavam a defesa do Real Madrid. O Eusébio andava à solta! Rematava e saltava no ar acompanhando o chuto e golo; golo; golo do Benfica; golo do Eusébio!

Nunca voltei a ver uma ala esquerda mais mortal e diabólica. Jamais vi um jogador, estando ou não bem fisicamente, chutar como chutava esta pérola moçambicana. Portugal nunca teve, até hoje, um jogador semelhante, e a Europa, o Mundo, como diz o seu amigo e adversário Alfredo di Stéfano, não teve outro jogador igual. Como amante do futebol sinto-me um afortunado porque pude deliciar-me com este gigante. Pude ver o melhor do melhor sobre o relvado dum campo de futebol. Eusébio: eras genialidade e a genialidade ultrapassa o tempo. Permaneces.

Até para o ano, mundial

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cab Volei

Três jogos. Três partidas, todas com importâncias distintas.

Foi na passada sexta-feira que Portugal começou a sua participação na Poule J da 3ª ronda europeia de apuramento para o Campeonato Mundial de 2014 contra a Eslovénia. Tendo ainda pela frente durante o fim-de-semana a Macedónia e a Sérvia como oponentes, a Eslovénia era um importante passo para o apuramento, visto ser a equipa, digamos, “mediana” entre os três oponentes, com uma Macedónia mais fácil de derrotar e uma Sérvia como o alvo mais difícil de abater.

Portugal ainda entrou com máxima pujança no primeiro set, dominando-o até à vitória nos parciais, mas a liderança, especialmente no bloco avassalador dos eslovenos nos próximos parciais, deslocou a posição dos portugueses em relação à luz verde na esperança de vitória. Vitória perante os eslovenos na sexta-feira faria uma entrada mais ‘tranquila’ no fim-de-semana e para as próximas partidas, aumentando as esperanças de ser o melhor segundo lugar de entre todas as poules e garantir, assim, a participação na fase final. Este melhor segundo lugar de entre as cinco poules acabou por ser da França.

Esperando esse lugar que acabaria por ser ocupado pela França, Portugal entrou no Sábado numa partida mais tranquila mas bem disputada com a Macedónia. Diria que o selecionador português Hugo Silva conseguiu comunicar bem a “lição” do jogo do dia anterior, sendo que existiu mais consistência, especialmente no bloco, e muito menos serviços falhados no Sábado, levando a um três a zero com vitória para Portugal.

Portugal x Macedónia - Joao José no ataque  http://www.fpvoleibol.pt
Portugal x Macedónia – João José no ataque
Fonte: fpvoleibol.pt

O ‘osso mais duro de roer’ estava agendado para o domingo, num confronto com a Sérvia – uma seleção forte e muito consistente. Apesar do receio após uma partida mais desequilibrada na sexta-feira, Portugal conseguiu entrar bem no jogo, vencendo o primeiro set por 25-22 – levando obviamente a Sérvia a ajustar imediatamente a sua posição na partida, visto que precisaria apenas da vitória em um set para garantir o apuramento e Portugal assumira a liderança logo nas primeiras parciais.

Acumulando, de novo, alguns erros no serviço e outros menos habituais de ataque, Portugal não resistiu nos restantes três sets, tendo a Sérvia vencido por três sets a um. “Tenho de estar satisfeito. Surpreendemos a Sérvia no primeiro set e conseguimos jogar bem. A diferença é que eles conseguem jogar sempre com a mesma intensidade e ritmo e nós ainda temos de melhor muito nesse aspeto” – foram estas as palavras do capitão português João José (atual jogador da AJ Fonte do Bastardo), comprovando o potencial de Portugal e assumindo de novo a luz verde para um futuro que passará pela qualificação para o Campeonato da Europa e, mais tarde, a Liga Mundial.

Resta corrigir erros e trabalhar para um futuro risonho, quando se pôde encarar este fim-de-semana como uma ‘antevisão’ do que aí vem.

25 jogadores, 1 vencedor – Championship League 2014

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cab Snooker

O intervalo acabou tanto para mim como para os jogadores. Começou ontem o Championship League. Este torneio não conta para o ranking, uma vez que a participação dos concorrentes é feita por convite. A participação do jogador é condicionada por critérios estabelecidos pelo organizador, patrocinador ou por convite pessoal. Pois é… só para os melhores. Até dia 9 de Janeiro decorrerá no Cordon Parl Golf Park, Stock, Inglaterra, a sexta edição deste torneio. O Championship League foi introduzido em 2008 por Barry Hearn para adicionar um pouco mais de competição, inserindo assim uma qualificação para o Premier League Snooker (1).

Factos curiosos: este torneio não tem público e é apenas transmitido via internet, o que me perturba um bocadinho. Ausência de público? Onde está toda aquela intimidade do jogo? Dois oponentes, um júri de mesa e um cameraman, sensacional! Digamos que o facto de ser um invitation event torna a “coisa” mais… hum… elitista? Tento pôr-me na pele do Shaun Murphy e imaginar o cenário, um jogo privado (não é nada apelativo) – sempre vi nas entrevistas que o que eles mais apreciam é a proximidade com o público. Mas, afinal, o que interessa é sempre o dinheiro e no Championship League isso não falta, com certeza. Os jogadores ganham dinheiro por cada frame ganho e há também prémios monetários por ser-se semifinalista, vice-campeão ou campeão de cada grupo (são sete grupos). Fácil não sair de lá com as mãos a abanar.

http://sportsbun.com/
Fonte: sportsbun.com

O ano passado o vencedor foi Martin Gould, que arrecadou mais de 37 mil euros com um resultado de 3-2 contra Ali Carter.

O grupo um jogou ontem e houve quem voltasse fresco das férias. Ali Carter fez um fantástico break de 133 pontos no jogo contra Judd Trump. Ricky Walden e Stuart Bingham também entraram nos breaks centenários com entradas de 117 e 101, respectivamente.

Todas as informações oficiais sobre este torneio encontram-se no site: http://www.premierleaguesnooker.com/championship/

 

(1)Premier League Snooker foi um torneio de snooker sem classificação para o ranking. Começou em 1987 e teve fim em 2012, quando foi substituído pelo  Champion of Champions

«Tu és o nosso Rei, Eusébio. Descansa eternamente»

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camisolasberrantes

Os “Rapazes Sem Nome” saíram à rua para um último tributo em morte, depois de muitos em vida. Com eles saiu tal cântico. Das suas bocas. Projectado entre punhos desvairados, cachecóis encarnados em reboliço e bandeiras de face voltada a um vento que soprava com uma alegre tristeza. Saíram também os adeptos. Os sócios. Os doentes. Os loucos. Uns velhos. Outros novos. Uns ricos. Outros pobres. De encarnado. De verde. E de azul. Uns de sorriso amarelo nos lábios. Outros de lágrimas logo enxutas e ainda por derramar. Percebeu-se que era a sério quando alguns as derramaram.

Percebeu-se que não havia volta a dar quando a voz do Malheiro ficou ainda mais grave. Percebeu-se que era tarde demais quando o próprio Toni não o desmentiu. Percebeu-se que já não havia nada a perceber quando o próprio Benfica o anunciou, começando os preparativos e abrindo as portas para o seu povo – que ontem e hoje foi o povo português, e até o povo mundial.

Perder Eusébio foi como perder parte de Portugal Fonte: sapo.pt
Perder Eusébio foi como perder parte de Portugal
Fonte: SAPO

Ainda agora parece mentira, enquanto a chuva vai batendo lá fora. Tudo tão rápido, tudo a querer fugir-nos por entre as mãos, da mesma forma que a vida lhe fugiu por entre um sorriso malandro e de orelha a orelha – assim gosto de imaginar, para que não doa tanto. Mas terá doído? O que resta de sofrimento quando o Deus de que falamos viveu tudo o que havia para viver? Tendo-o feito, ainda para mais, como as crianças o fazem: da forma mais verdadeira, pura, simples e alegre que lhe(s) é possível. Assim foi. Assim está. Assim nos despedimos, ontem e hoje, da figura que marcou o desporto nacional. E os nossos corações.

Lembrar Eusébio é lembrar muito mais do que um jogador da bola. Percebo isso, finalmente. Eu, que amo celebrar o futebol, mas que odeio tudo o que se vive fora de campo. Hoje percebo. Percebo que levar pela mão este homem até à sua última morada é quase tão magnífico, único e necessário como levar o nosso filho ao seu primeiro jogo num estádio. É a celebração de uma vida. O celebrar da nossa vivência térrea. O “obrigado” a tudo o que é do coração e que o coração nos faz ver e viver com olhos turvos de tantas que são as lágrimas que os invadem. Parar uma cidade só para dizer adeus foi pouco. Dever-se-ia ter parado o mundo. País a país, cidade a cidade, casa a casa. Porquê? Porque morreu o último símbolo que era na realidade…um homem real.

Eusébio da Silva Ferreira representa o meu pai – ainda que este malandro que tanto amo seja lagarto. A minha mãe – com menos bigode, felizmente. O meu querido avô materno – que não procurou sucesso no futebol, mas na tipografia. E mesmo a minha  avó materna – ainda que esta não consiga chutar uma bola nem para salvar a própria vida. Porque Eusébio foi e é igual a eles. Um dos que se levantou todos os dias às sete da matina para passar o dia a treinar. Sem promessas de futuro. Sem poder descansar. Sem poder acreditar que a sua vida profissional poder-se-ia estender a algo mais do que Portugal. E depois de volta a casa. Dia após dia, após dia. Tudo isto com o acréscimo de ter deixado para trás o seu continente, o seu país e a sua família porque alguém lhe disse que ele haveria de vingar…em Portugal…e a jogar à bola. Não bastava portanto a este imigrante preto ter vindo para um país fascista que explorava colónias africanas – ou os pretos que lá viviam –, como teve ainda de acreditar irremediavelmente e com todo o seu coração que seria o antigamente-mal-pago-futebol o responsável por uma vida melhor. Por uma vida digna. Quantos de nós passamos ou passámos por isto? Acima de tudo: quantos de nós triunfaríamos nestas condições? Quantos abraçaríamos, com qualidade, honestidade e orgulho em todas as nossas acções, o selo de “Self-Made Man”?

Ele fê-lo. E fê-lo marcando uma geração. E a geração seguinte. E a depois dessa. E as que hão-de vir, acredito. O que o torna no Deus nacional e no Rei do Benfica foi acreditar. Somente acreditar. Acreditar como já há muitos anos não se acredita em coisa nenhuma ou em coisa qualquer neste País. Neste Mundo. E é acreditando que não se desiste. Eusébio foi o último de nós que, cheio de alegria, conquistou a sua e a de todos. Conquistou também uma Taça dos Campeões Europeus, onze Campeonatos Nacionais e cinco Taças de Portugal – tudo com a águia ao peito. Por ele, ela há-de voar novamente neste Domingo que se avizinha. Já ele, deu hoje a última volta ao estádio ao qual chamava “casa”. Nós? Nós despedimo-nos durante mais de 24 incessantes horas. Ao frio e à chuva. De noite, madrugada, manhã e tarde. Mas não custou. Não custou porque não foi propriamente uma despedida. É que os grandes nunca partem. E mesmo quando o fazem, fazem-no com uma jovialidade e elegância tais, que nós, meros mortais, pintamos durante o resto das nossas vidas os nossos sonhos com aquelas que foram as suas lutas e consequentes conquistas. Porque não há nada mais tocante e importante do que um ser humano que move multidões. Agora imaginem que esse ser humano “só” jogava à bola.

Agora vai lá descansar, Rei…se bem que eu acredito que sejas o único homem que até desse lado não vai desistir de viver. E de encantar, claro.

Em post-scriptum deixo um obrigado emocionado a todos os sportinguistas e portistas que souberam solene e dignamente honrar a memória de um benfiquista de clube, mas português de coração. Agradeço ainda e especialmente a Bruno de Carvalho, pela presença no momento fúnebre, e a Pinto da Costa, pela mensagem sincera que publicou no site oficial do FC Porto.

EFF Setúbal 0 x 3 Atlético Ouriense: e pelo ar nos entendemos

cab futebol feminino

No meu último texto para o Bola na Rede defendi vincadamente que um dos principais problemas que o futebol feminino atravessa em Portugal é a sua paupérrima cobertura mediática. Dado que não pretendo ser acusado de hipocrisia e como não acho que “seja assim tão difícil” para o futebol feminino português “dar o salto” (http://www.bolanarede.pt/?p=4481 ), comecei este novo ano a fazer a minha parte, por assim dizer: aproveitei a oportunidade e fui assistir ao jogo que opôs a EFF Setúbal ao Atlético Ouriense, disputado no Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal, a contar para a 14ª jornada do campeonato nacional feminino.

Em termos de antevisão do jogo, pouco havia a dizer. Uma derrota ou um empate, neste momento, seriam completos desastres para a formação de Ourém – estão a nove pontos do líder A-dos-Francos; a dois do Clube Futebol Benfica, que já vai em segundo; e com dois pontos apenas de vantagem do quarto classificado, o Albergaria. É certo que o Ouriense ainda tem um jogo em atraso com o Boavista, mas a apenas quatro jornadas do fim da fase regular perder pontos é proibido para qualquer das quatro primeiras equipas. Isto porque Vilaverdense e Boavista, ambos com 22 pontos (Vilaverdense perdeu por 2 a 1 perante o A-dos-Francos e o Boavista venceu o 1º de Dezembro pelo mesmo resultado), ainda sonham com o acesso à fase de apuramento de campeão. Já para a equipa de Setúbal, penúltima classificada com apenas seis pontos, o objectivo passava simplesmente por evitar a derrota contra o actual campeão em título.

Classificação futebol feminino
Tabela do Campeonato Nacional Feminino, à passagem da 14ª jornada da fase regular
Fonte: http://futebolfemininoportugal.com

Após o obrigatório minuto de silêncio em homenagem a uma incontornável figura do futebol e desporto nacional (um enorme obrigado por tudo, Eusébio!), a partida começou de forma bastante aguerrida. Obrigado a ganhar, o Ouriense entrou com intenção de controlar a partida e resolver logo nos primeiros minutos. No entanto, o campo de relva natural do Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal estava em condições que dificultaram e muito o estilo de jogo das atletas de Ourém. A forte chuva do dia anterior deixou o relvado algo “empapado”, como se costuma dizer na gíria do futebol, o que impediu, em parte, as duas equipas de praticar futebol de qualidade. Habituado a trocar a bola com frequência e critério, o Ouriense teve bastantes dificuldades em se habituar ao terreno de jogo. Já a EFF Setúbal apresentou-se em campo com uma defesa compacta, que procurava sair a jogar com velocidade no contra-ataque.

O primeiro tempo terminou sem nenhuma oportunidade de golo digna de destaque. O Ouriense teve grande parte da posse de bola, mas falhou constantemente quer no último passe quer em encontrar formas de chegar com perigo à baliza adversária. O Setúbal aproveitou as condições do campo e a aparente desinspiração do oponente para defender bem e disputar o jogo logo no centro do campo. A dez minutos do intervalo um canto cobrado pela equipa da casa ainda assustou as forasteiras; mas fora isso, a partida foi para o descanso com futebol “durinho” e pouco atractivo.

EEF Setúbal
Escola de Futebol Feminino de Setúbal; penúltimos classificados, fizeram uma boa primeira parte em termos defensivos contra o campeão em título, Atlético Ouriense
Fonte:Fonte: facebook da EFF Setúbal

A segunda parte não trouxe grandes alterações a esta conjuntura. O Ouriense continuava sem ideias e a insistir na posse de bola inofensiva. Até foi a EFF Setúbal que criou a primeira grande oportunidade de perigo, numa saída rápida em contra ataque que viu a guarda-redes Petra negar o golo à já isolada avançada setubalense. Num jogo que cada vez mais começava a complicar-se, o Ouriense elevou o ritmo de jogo em busca do golo que tardava em aparecer. Se a consistência defensiva do Setúbal e o terreno em fracas condições tornaram complicado jogar a bola pelo chão, a solução acabou mesmo por vir pelo ar. Pouco depois da oportunidade flagrante da EFF Setúbal, o Ouriense aproveitou a marcação de um canto para inaugurar o marcador. Ou pelo menos assim parecia. A árbitra do jogo invalidou o golo por alegada falta sobre a guarda-redes setubalense, Ana Filipa Marques. As jogadoras do Ourém contestaram a decisão, mas há coisas no futebol que estão destinadas a acontecer. Poucos minutos volvidos, novo canto para o Ouriense, bola bombeada para o coração da área, defesa incapaz de aliviar a bola, e, finalmente, o golo de cabeça por Bárbara Pragana. 1 a 0 para o Ouriense.

Cristiano Ronaldo bem diz que os golos são como o ketchup. Não sei se concordo com o melhor jogador português da actualidade, mas dar-lhe-ia razão se nos baseássemos apenas no que aconteceu este domingo em Setúbal. Desfeito o nulo, o Ouriense continuou a controlar o jogo e o segundo tento não tardou em aparecer, novamente pelo ar. Recuperação de bola por Ana Coelho, cruzamento de Manaus e o infeliz desvio da defesa da EFF Setúbal, que faz um autêntico chapéu à guardiã da casa, muito à semelhança do auto-golo marcado por Vicent Kompany no Machester City há bem pouco tempo.

O resultado parecia fechado, mas ainda havia tempo para ver em prática uma velha máxima do futebol. Empenhada em dar a volta à diferença de dois golos, a EFF Setúbal ainda tentou um par de investidas ofensivas. A mais perigosa veio a escassos minutos dos 90, com um desentendimento entre Filipa Rodrigues e Ana Valinho que quase resultava em golo. Mas como “quem não marca sofre”, foi mesmo o Ouriense que ampliou a vantagem, numa jogada conduzida por jogadoras que haviam entrado na segunda parte. Nova recuperação de bola, desta vez por Manaus, e passe curto para Inês Cruz, que mostrou instinto finalizador e aplicou um remate colocado sem qualquer hipótese.

Atlético Ouriense
Atlético Ouriense ainda tremeu, mas conseguiu levar a melhor sobre a EFF Setúbal
Fonte: www.zerozero.pt

Contas feitas, 3 a 0 para o Ouriense, num jogo em que foi preciso subir aos ares para “desengatar” o marcador. O terreno impediu a prática de bom futebol, mas o Ouriense bem que se pode queixar de falta de criatividade ofensiva na primeira parte. A táctica montada pela EFF Setúbal conseguiu tardar o golo do Ouriense, mas este melhorou – e muito – o rendimento na segunda parte, conseguindo assim atingir o objectivo dos três pontos.

Craque para todos, ídolo só para alguns

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sextoviolino

Eusébio da Silva Ferreira foi inegavelmente o melhor futebolista da sua geração a nível nacional e um grande jogador à escala mundial. A Taça dos Campeões conquistada ao serviço do Benfica (esteve apenas presente numa e não nas duas, ao contrário do que é comum dizer-se) e a prestação brilhante ao serviço da selecção no Mundial de 66 levaram a sua fama além-fronteiras, algo que Peyroteo, em parte devido ao facto de na sua altura não haver competições europeias, não teve a sorte de alcançar. Eusébio passou a ser unanimemente admirado pela comunidade internacional – situação que contrastava com o desprezo estrangeiro por Portugal, à época um país isolado, ditatorial e em guerra. Muitos portugueses, mesmo os de outros clubes, vibraram com os seus golos em Inglaterra e choraram com o fim do sonho de conquistar o Campeonato do Mundo. Eusébio era, por esta altura, um homem idolatrado por todos. Por que razão, muito depois de ter terminado a carreira, havia de querer deitar tudo a perder? Não consigo encontrar uma resposta, mas foi precisamente isso que aconteceu.

É verdade que Eusébio não tinha tanto à-vontade ao nível do discurso como em tempos tivera com a bola. Aquilo que dizia, sobretudo nos últimos tempos, era nitidamente moldado por responsáveis do Benfica. Dou-lhe esse desconto, mas isso não justifica tudo. Frases como “o Benfica só perdia com o Sporting se jogasse com os juniores” ou “nem do Sporting de lá [Moçambique] gosto, quanto mais do de cá” apenas contribuíram para que os Sportinguistas tivessem deixado, como foi o meu caso, de se rever minimamente neste ex-jogador. Eusébio também omitiu o papel do Sporting no início da sua carreira, quando o Benfica local o rejeitou, dizendo que “tudo o que hoje sou é graças a mim, aos meus colegas e ao Benfica”. Mas dizer que “no meu bairro, o Sporting era um clube de elite, da polícia e racista”, é passar todas as marcas. Estas palavras, ditas em vésperas de derby e poucos dias depois de Javi Garcia ter sido precisamente acusado de racismo, fazem com que, na minha opinião, os Sportinguistas tenham de saber distinguir o Eusébio jogador do Eusébio ex-jogador.

Se o primeiro foi sublime, o segundo faltou várias vezes ao respeito a um clube que sempre o valorizou e admirou. Felizmente, vários ex-jogadores africanos do Sporting, entre os quais Hilário, vieram desmenti-lo. Mas não deixa de ser triste que Eusébio, uma das maiores figuras do desporto nacional – inclusivamente para muitos Sportinguistas – tenha optado por essa via. A todos os que, na altura, bateram palmas a estas palavras, recordo que o racismo e a discriminação social não se dividem por clubes. Não existem “clubes racistas”, existem apenas pessoas e sectores que podem sê-lo ou não. E, assumindo que o Benfica é o clube com mais adeptos a nível nacional, os racistas talvez até sejam em maior número nesse clube do que noutros, quem sabe. A conversa dos 6 milhões vale para o bem e para o mal.

A entrevista de Eusébio à "Única", uma das ocasiões em que o Pantera Negra se dirigiu ao Sporting em termos menos próprios/ fonte: leaodaestrela.blogspot.pt
A entrevista de Eusébio à “Única”, uma das ocasiões em que o Pantera Negra se dirigiu ao Sporting em termos menos próprios/ fonte: leaodaestrela.blogspot.pt

Numa altura em que sobram os elogios sinceros de muitos e o oportunismo de alguns, vejo-me na obrigação de evocar tudo isto, para que não caia no esquecimento. Não o faço como tentativa de provocação a quem quer que seja, e menos ainda como um ataque a quem já não se pode defender. Sei que o desaparecimento do “Pantera Negra” é um momento triste para os benfiquistas, e respeito todos aqueles para quem este jogador é um ídolo. Quero apenas, através de factos, demarcar-me da onda de elogios incondicionais ao Eusébio – atitude a meu ver justificável, já que esta pessoa nem sempre foi correcta para com o meu clube. Se, contudo, algumas destas declarações podem denotar uma certa ingenuidade da parte dele – a mesma ingenuidade que o fez admitir à RTP que, quando jogou pelo Beira-Mar contra o Benfica, foi dizer aos ex-colegas que não iria sequer rematar à baliza, atitude que se situa no limiar entre o mau profissionalismo e a corrupção activa – outras, como é o caso das evitáveis palavras sobre Cristiano Ronaldo (“nunca joguei contra o Liechtenstein”), revelam uma pessoa triste e, porventura, com medo de ser esquecida. Tanto a primeira como a segunda situação me parecem compreensíveis do ponto de vista humano, mas ambas são também condenáveis do ponto de vista ético.

Ricardo Araújo Pereira escreveu ontem que “Eusébio é outra maneira de dizer Benfica”. Concordo por inteiro. A admiração por Eusébio foi comum a várias gerações anteriores, mas ele, mais do que um símbolo de Moçambique e de Portugal, é um símbolo do Benfica. Pessoalmente, como não sou benfiquista, não ligo muito à selecção nem aprecio o modo como o Eusébio por vezes falava do Sporting, não o tenho como grande referência. E, da mesma forma que percebo que muitos benfiquistas não morram de amor pelo Ronaldo depois de ele lhes ter levantado o dedo (ainda que isso tenha ocorrido após mais de uma hora de assobios ao jogador), também me sinto à vontade para emitir a minha opinião sobre este assunto. Os benfiquistas não podem querer fazer do seu jogador mais emblemático um símbolo nacional à força, se tanto esse jogador como o discurso oficial do clube não são capazes de respeitar as restantes instituições desportivas do país. Faz-me confusão que surjam campanhas a elevá-lo a “herói unificador” quando nem o próprio Eusébio fez por isso. Mesmo que Figo e Ronaldo não tivessem atingido um nível ainda mais estratosférico do que o de Eusébio e Peyroteo, nunca me iria sentir verdadeiramente representado pelo “Pantera Negra” – o que não significa, claro, que não reconheça o seu brilhantismo dentro de campo e a importância que teve e ainda tem no imaginário de várias gerações. Jogador genial, claro que sim. Ídolo, talvez. Mas não o meu. Que descanse em paz.

Homenagem a quem a merece

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portosentido

Morreu um génio. O futebol português nunca mais será o mesmo sem Eusébio. Espera-se uma grande homenagem à figura de Eusébio no próximo jogo na Luz. Por coincidência das coincidências, o jogo opõe as duas maiores equipas de Portugal: Porto e Benfica. Parte de mim gostaria de ver o Benfica prestar uma homenagem a Eusébio com uma vitória. Porém, não faz parte das ambições azuis e brancas dar uma “carta branca” no jogo de dia 12. Independentemente da morte de Eusébio, o Porto necessita da vitória e vai jogar para vencer.

Perante um público choroso em luto, o que espero, acima da vitória, é respeito. Não vejo melhor homenagem possível ao ”Pantera Negra” do que um embate entre Porto e Benfica. Se há, em Portugal, equipas capazes de produzir um jogo ao nível da figura de Eusébio são, sem dúvida, as equipas supramencionadas.

A chegada de claque é sempre um momento crítico em clássicos / Fonte: SD
A chegada de claque é sempre um momento crítico em clássicos / Fonte: SD

Tenho, no entanto, uma preocupação. Não sou contra claques. Acho que são uma forma saudável de mostrar carinho e afecto para com um emblema. Os maiores exemplos de claques, embora não o sejam na génese do termo, são as claques do Liverpool de Inglaterra e dos escoceses do Celtic. Em Portugal, as claques funcionam de forma diferente. O carinho e o afecto sofrem uma transformação para se tornarem fanatismo. Não interessa qual for a razão, o fanatismo nunca é positivo. A rivalidade entre Benfica e Porto é antiga e representa também confronto entre as duas grandes cidades.

Como nos tem mostrado a história, as romarias das claques ao recinto dos rivais são sinónimo de problemas, pancadaria e feridos. A falta de respeito entre claques também é notória. Na cobertura da morte de Eusébio, Toni, antiga glória do Benfica, mostrou preocupação face à claque do Porto. Em declarações sentidas, o treinador afirmou que espera que, quando for feita a homenagem a Eusébio, haja silêncio e respeito pela lenda não do Benfica, mas sim de Portugal.

É esperada casa cheia no primeiro jogo na Luz após a morte de Eusébio / Fonte: Desportugal
É esperada casa cheia no primeiro jogo na Luz após a morte de Eusébio / Fonte: Desportugal

Toni expõe, de facto, um sério problema. Espero, e faço disto um apelo a todos os amantes de futebol que desejem ir ao estádio no próximo dia 12, que, independentemente da cor da camisola, se dignem fazer silêncio e prestem uma homenagem merecida àquele que é provavelmente o melhor jogador português de sempre. Durante o jogo e depois dele puxem pela vossa equipa, entoem os vossos cânticos, mostrem quem vocês são e quem defendem. Mas antes mostrem respeito por um dos grandes.

No relvado, a minha ambição é igual. Como já referi, o resultado é importante. No entanto, dia 12 não é um jogo da 15º jornada da Liga Portuguesa. É um jogo de homenagem a Eusébio. Um jogo de homenagem a quem a merece.

Nottingham Forest volta aos grandes voos

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Neste meu primeiro artigo do ano, decidi escrever-vos sobre o histórico Nottingham Forest, uma equipa que marcou o final da década de 1970, em toda a Europa. Porém, esta decisão não advém da falta de tópicos sobre o que escrever: o Manchester United continua a desapontar, o próprio City não conseguiu levar de vencido o Blackburn, ou mesmo sobre o dérbi londrino Arsenal – Tottenham.

O Nottingham Forest aspira a um regresso ao escalão principal, a relembrar os tempos de Brian Clough, que levou a equipa à sua época dourada, com um bis europeu em 1979 e 1980. Na verdade, a época tem corrido bem e ocupam a 5ª posição do Championship.

Jornada da FA Cup / Fonte: chelseabrasil.com
Jornada da FA Cup / Fonte: chelseabrasil.com

Mas vamos, agora, ao que realmente interessa. Nesta jornada da FA Cup (Taça Inglesa), o Nottingham não só venceu o West Ham United como o goleou por uns esclarecedores 5-0. A rotação da equipa não pode ser de todo desculpa para os hammers.

A equipa da casa viria a marcar muito cedo na partida, aos 12 minutos, por Abdoun, através de uma grande penalidade ganha por Paterson, que viria a ser a figura do encontro. Já na segunda parte, Paterson viria a fazer um hat-trick, em apenas 14 minutos. A estocada final no West Ham viria a ser dada por Reid, depois de um contra-ataque organizado por Abdoun.

A estrela da partida, Jamie Paterson, vinha até este jogo a ter dificuldade em impor-se na equipa, não marcando qualquer golo em 16 partidas, conseguindo apenas em quatro jogos a totalidade de minutos dos encontros. Foi, sem dúvida, uma aposta feliz de Billy Davies.

Jamie Paterson, figura do encontro / Fonte: imguol.com
Jamie Paterson, figura do encontro / Fonte: imguol.com

Já do lado do West Ham, a falta de experiência não pode ser desculpa, visto que jogaram bastantes titulares na equipa de Sam Allardyce. Depois desta paupérrima exibição, fala-se mesmo no despedimento do treinador inglês. Os Hammers ocupam o 19º lugar na Premier League e este jogo pode mesmo ter sido a gota da água para o experiente manager.

Quanto ao histórico Nottingham, só resta esperar um regresso à Premier League e que, passo a passo, conquistem o seu espaço na melhor liga do mundo. É um clube com quase 150 anos de história e, definitivamente, não tem intenção de fracassar.

Forças imparáveis

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cab nba

Mais uma semana que passa. Mais dezenas de jogos. Mais histórias para serem contadas. Depois de engolir a azia que senti após o jogo entre os Golden State Warriors e os Miami Heat (vitória da equipa da Califórnia), decidi escrever sobre os jogadores mais indefensáveis da liga.

Para quem gosta da NBA, há jogadores que por vezes podem meter algum “asco” pela qualidade apresentada. Há atletas que por mais pressão que tenham em cima, por mais longe que estejam do cesto, por mais impossíveis que pareçam as suas missões ofensivas, têm sempre algum toque de magia que faz com que os seus lançamentos encontrem o destino.

Por onde começar se não pelo detentor do recorde de maior número de triplos numa época, Stephen Curry, que por acaso marcou mais de 30 pontos contra os bicampeões. Curry tem demonstrado que é o base que mais medo mete quando se aproxima do garrafão. O jogador dos Golden State Warriors é mortífero a longa distância e se um defesa se antecipar e tentar defender essa opção ofensiva, quase sempre em vão, o base opta ou por passar para alguém livre, ou por utilizar a sua velocidade e habilidade para atacar o cesto. Contra os Miami Heat, Curry fez 8 triplos e muitos deles quase impossíveis. Bem, com qualquer outro atleta seriam mesmo impossíveis, mas com Curry é algo que já é expectável.

De seguida, falo de outro base. James Harden, o barbudo que joga nos Houston Rockets, é outro jogador que se apresenta como uma constante ameaça a todas as formações defensivas. Este não faz tantas assistências como o anterior, porém marca mais. Assustadoramente bom a lançar de triplo, Harden é um atleta com uma gigante capacidade de explosão e de afundar. Jogador bastante forte no um para um, Harden, mesmo quando lança mal, é capaz de fazer jogos fenomenais. Exemplo disso foi o jogo em que apenas acertou duas vezes em nove lançamentos de campo, mas mesmo assim acabou com mais de 20 pontos. Escusado será dizer que Harden é um jogador fenomenal e quase indefensável.

Os próximos jogadores são absolutamente soberbos e a prova disso é que estão constantemente entre os melhores marcadores da liga. Comecemos pelo que ganhou esse título no ano passado. Carmelo Anthony está a fazer um início de época muito abaixo do comum. Aliás, a equipa dos Knicks é que o está a fazer. Melo, como é conhecido pelos fãs, faz regularmente “duplos-duplos” e marca uma quantidade ridícula de pontos. A sua qualidade ofensiva está a ser ofuscada pela péssima performance da equipa de Nova Iorque, mas mesmo assim, Anthony é actualmente o segundo melhor marcador da liga. Este tem um dos lançamentos mais puros da NBA e tem um jogo de pés fenomenal. Não garante grandes afundanços nem grandes rodopios. Basicamente, Carmelo Anthony garante pontos.

James-Durant
Temos sido abençoados por poder assistir a estes dois fenómenos a jogar. Sem dúvida, os melhores do mundo. São também os mais indefensáveis da liga.
Fonte: sportsinreview.com

Os dois jogadores mais indefensáveis da liga são também os dois melhores. Kevin Durant dos Oklahoma City Thunder foi o melhor marcador durante três anos consecutivos (e está a caminho de o ser outra vez). Com Durant não há volta a dar – ele vai marcar pontos, como é que ele o vai fazer é que é a grande questão. Possuidor de um grande alcance nos seus lançamentos e de uma enorme aptidão para afundanços poderosíssimos, a maior estrela da equipa de Oklahoma faz o que quer quando tem a bola na mão. Durant tem mostrado que, sozinho, consegue levar a equipa às costas. Agora, o que o torna tão indefensável? O jogador possuidor de braços compridíssimos tem um lançamento bastante elevado, o que faz com que os defesas não o defendam tão bem e quando o conseguem, fazem falta. Ou se tem um jogador com capacidade paranormal a cobrir “Durantula”, ou basicamente tem de se esperar que o treinador o tire para descansar, para que se possam ter hipóteses.

Por fim, tem de se falar, obviamente, de LeBron James. Melhor jogador da NBA por quatro vezes não consecutivas, quando LeBron começa a ir em direcção ao cesto, não há quase ninguém que o consiga parar. Feito locomotiva, James leva os jogadores que tiver de levar à sua frente. Com um físico assustador, a maior estrela da liga tem uma habilidade que engana bastante. Liderou a equipa de Miami em assistências, pontos e ressaltos, feito poucas vezes conseguido na história da liga. Com um lançamento de meia distância muito bom e um de triplo interessante, LeBron James prova por que é o melhor jogador da liga.

Em suma, destes jogadores só se podem esperar dezenas de pontos diariamente. E basicamente, as equipas adversárias só têm “sorte” quando estes atletas fazem jogos menos conseguidos.