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Olheiro BnR – Julian Weigl

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olheiro bnr

Quando chegou a Dortmund, no verão de 2015, Julian Weigl certamente não pensava que meio ano depois teria o reconhecimento de que está a ser alvo após a primeira metade desta época. O jovem médio alemão assumiu desde o início um lugar no onze inicial do conjunto de Thomas Tuchel e tem sido preponderante para a boa campanha que a equipa está a realizar.

Weigl chegou aos Die Borussen proveniente do segundo escalão do futebol alemão, mais precisamente do histórico 1860 Munique, no qual deixou a sua marca ao ser o jogador mais novo, apenas com 18 anos, a erguer a braçadeira de capitão na história do clube. Apesar de a equipa de Munique ter realizado uma temporada 2014/15 de baixo nível, as exibições de Weigl despertaram o interesse do Borussia Dortmund, que pagou 2,5 milhões de euros para contratar o centrocampista.

Chegar, ver e vencer. Foi este o lema de Weigl, que desde o início convenceu o técnico Thomas Tuchel a apostar em si para a equipa titular, e certo é que o jovem médio tem sido o titular na posição anteriormente desempenhada por Sven Bender, jogador que já detinha algum peso no conjunto da Vestfália.

Julian Weigl tem sido peça fulcral no meio-campo do Dortmund Fonte: Facebook Oficial de Julian Weigl
Julian Weigl tem sido peça fulcral no meio-campo do Dortmund
Fonte: Facebook Oficial de Julian Weigl

Atuando na posição mais recuada do meio-campo do Dortmund, Julian Weigl tem na qualidade técnica, passe, visão de jogo e sentido de posicionamento alguns dos seus principais trunfos. O jovem médio alemão apresenta-se como o distribuidor de jogo da equipa, oferecendo sempre uma linha de passe aos seus colegas, sem se esconder do jogo. Os dados do médio falam por si, no que diz respeito à sua preponderância no capítulo do passe: é o terceiro jogador com melhor média (mais de 90%) no que concerne a passes concretizados esta temporada na Bundesliga.

Porém, não apenas no capítulo defensivo Weigl tem tido notabilidade nesta época de afirmação. A sua elevada estatura é fulcral no processo defensivo do Dortmund, principalmente em bolas bombeadas pela equipa adversária para o seu meio-campo, mas também de forma a intercetar de forma célere o ataque oponente. No entanto, terá ainda de melhorar ao nível de índices físicos, nos quais ainda demonstra alguma debilidade, pois esse é um fator fundamental para um bom desempenho na posição em que joga.

A rápida ascensão de Julian Weigl no futebol alemão já despertou a cobiça de alguns tubarões do futebol europeu, e até Pep Guardiola deixou palavras bastante positivas em relação ao desempenho do jovem médio, que já soma 29 partidas nesta temporada pelo Borussia Dortmund. Se mantiver o nível exibicional ao longo da segunda metade da época, irá certamente continuar a ser um jogador chave para o Borussia Dortmund.

Foto de Capa: Facebook Oficial de Julian Weigl

Não quero saber de Marisas Matias, nem APAFs, nem nada!

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sporting cabeçalho generíco

Desde que Bruno de Carvalho se instalou no clube já tudo nos aconteceu e, quando se viu que existia alguma força neste presidente quando “retirou” Jesus da Luz, aí o caldo ficou entornado!

Desde o início desta época que os ataques têm sido constantes e todos os coelhos têm saído da toca à procura de afectar o Sporting Clube de Portugal… E à procura de o afectar de todas as formas possíveis e imagináveis!

Só este ano (e não vou mais atrás) todos decidiram enfrentar a turma de Alvalade! Foram equipas de ciclismo que dão o dito por não dito, são clubes de futebol que não querem um treinador, mas também não o querem deixar escolher para onde vai. São clubes que decidem que só negoceiam jogadores com determinados clubes e que com o Sporting nem ponderam negociar!

São figuras que pretensamente aspiram a cargos políticos, como Secretarias de Estado da Juventude e Desporto e Presidência da República que ridicularizam o clube verde-e-branco.

São sites da Internet que publicam exclusivamente “fugas” dos negócios Sporting, são jornalistas que manipulam problemas e discussões entre treinadores com perguntas que, quando mal-intencionadas, levam a respostas polémicas.

São as respostas do Conselho de Disciplina que não têm problemas em ser céleres com uns e com outros nem tanto…

São “situações estranhas no mundo do futebol” que parecem não ter qualquer resposta há mais de 100 dias e que em contrário são sempre rápidas.

São pedidos de esclarecimento públicos de CMVMs a tudo o que os leões fazem enquanto outros trocam treinadores e jogadores e fazem “negócios” de milhões com números diferentes, mas que ninguém comenta… Obrigam o nosso presidente a separar valores de um total de negócio só para serem públicas todas as parcelas do negócio (atenção, eu acredito que pela transparência tudo deve ser público… Mas deveria ser assim PARA TODOS!)

O preocupante no jogo de Portimão foi a falta de chama e vontade da equipa, que não parecia motivada para esta competição. Fonte: Portimonense SC
Preocupante no jogo de Portimão foi a falta de chama e vontade da equipa, que não parecia motivada para esta competição
Fonte: Portimonense SC

São os árbitros que atacam um presidente pelas suas declarações quando por iguais ou piores (ou até mesmo agressões) não têm a mesma união e coesão de classe profissional.

Mas o que eu quero mesmo é que as diferentes equipas do Sporting Clube de Portugal ganhem todos os seus jogos e se possível sempre com classe. Se eu tolero que algumas equipas de algumas modalidades por serem mais fracas que os adversários percam os jogos? Tolero, mas quero sempre que os leões ganhem.

O que eu não tolero, ou não gosto, ou não suporto é que, neste caso, a equipa de futebol do Sporting desvalorize competições e vá jogar ou desmotivada ou sem ambição… E isso é o que tem acontecido na Liga Europa e agora na Taça da Liga… Mesmo que sejam “segundas opções”, a força, a garra, a vontade e o querer têm de estar lá… E isso eu ontem não vi em Portimão.

Não quero saber de Marisas Matias, nem APAFs, nem CMVMs…

Para ti, Jorge Jesus, só tenho um pedido: vê todas as equipas adversárias como se fossem a tua ex-equipa, e motiva-os como fazes para esses jogos, quer coloques a equipa A, a B ou a C em campo.

O resto? Do resto não quero saber porque se “O Sporting vai jogar eu vou ficar louco da cabeça”!

Foto de Capa: Sporting CP

Reforços no momento certo para repetir o triplete

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cab la liga espanha

A reabertura da janela de transferências em pleno Inverno permite a muitos clubes colmatarem eventuais lacunas que a sua equipa tem vindo a apresentar ao longo da primeira metade da época. Após reconhecer o que é necessário ser melhorado, identifica-se os jogadores que podem vir a ser a solução. No caso do FC Barcelona, os jogadores (Arda Turan e Aleix Vidal) já estavam identificados e até contratados desde o Verão, mas só a partir de janeiro é que puderam dar o seu contributo à equipa, fruto do castigo de inscrever jogadores, imposto pela FIFA aos blaugrana, que terminou nesta janela de transferências.

Assim sendo, ambos os atletas treinaram e integraram plenamente o plantel da equipa desde o início da temporada, mas apenas desde este mês são opção válida para os compromissos oficiais dos atuais campeões do mundo de clubes. O fim da suspensão aplicada pela FIFA vem em boa hora para as hostes catalãs, pois pode afirmar-se que o conjunto de Luis Enrique é algo curto no que concerne a alternativas viáveis aos jogadores que naturalmente figuram nas principais escolhas do técnico asturiano.

O médio turco Arda Turan, 28 anos, oferece uma vasta gama de soluções a Luis Enrique, fruto da sua versatilidade dentro das quatro linhas. Tanto pode atuar no meio-campo, principalmente na posição de médio interior (na qual tem atuado nas primeiras partidas de azul grená ao peito), como no setor mais ofensivo, dando à turma catalã a oportunidade de fazer descansar uma das estrelas do seu galardoado tridente ofensivo (Messi, Suárez e Neymar) e mantendo, ainda assim, a qualidade no ataque.

A capacidade técnica e de passe de Arda, aliadas à inteligência tática que denota, fazem com que encaixe perfeitamente no estilo de jogo do Barça, não só em termos ofensivos, mas também defensivos, fruto da sua precisão na pressão alta aquando da perda de bola (treinada com mestria por Diego Simeone no Atlético de Madrid). O médio turco apresenta-se, assim, como alternativa mais eficiente que Munir El-Haddadi ou Sandro Ramírez para a frente ofensiva.

Aleix Vidal “discutirá” a titularidade na lateral direita com Dani Alves  Fonte: FC Barcelona
Aleix Vidal “discutirá” a titularidade na lateral direita com Dani Alves
Fonte: FC Barcelona

No que diz respeito a Aleix Vidal, o lateral espanhol de 26 anos traz consigo concorrência direta a Dani Alves para a titularidade no corredor direito da defesa blaugrana. Até então, não existia no plantel catalão uma alternativa viável ao defesa brasileiro, que tinha vindo a ceder, por vezes, o seu lugar a Sergi Roberto, jovem médio de origem que, embora tenha realizado boas exibições, não oferece o mesmo tipo de garantias na lateral direita do que um jogador com experiência nessa posição. Aleix Vidal tem capacidade para explorar todo o corredor em alta rotação, bem ao estilo do que Dani Alves tem feito no Barcelona, mantendo ainda assim a consistência defensiva.

O Barcelona parte, então, para a segunda metade da época com dois reforços de peso, que, sem dúvida, podem ter papel fulcral em mais um ano repleto de conquistas para os blaugrana, tendo em conta que estes esperam manter ou até superar o seu registo no ano civil de 2015, no qual venceram cinco (Liga Espanhola, Liga dos Campeões, Taça do Rei, Supertaça Europeia e Campeonato do Mundo de Clubes) das seis competições oficiais em que participaram.

Foto de Capa: FC Barcelona

Um Dakar à Patrão!

cab desportos motorizados

Antes de a prova a que chamam Dakar começar tínhamos todos a esperança de que 2016 fosse o ano da vitória de um português, mas como vem sendo hábito ainda não foi desta.

Paulo Gonçalves foi quem esteve mais próximo de dar esta alegria aos portugueses, liderando a prova por quatro etapas, mas teve uma prova muito azarada a início e a partir da oitava etapa, onde lhe aconteceu de tudo um pouco, tendo desistido no decorrer da 11.ª etapa, quando era oitavo depois de uma penalização. Ruben Faria desistiu na sexta etapa com um pulso partido, numa altura em que era sétimo. Ficaram assim de fora duas das melhores esperanças lusas.

Quem conseguiu chegar ao fim foi Hélder Rodrigues, que ficou em quinto lugar. Um excelente resultado, tendo em conta a prova que fez, mas do qual fica um sabor amargo por parecer que faltou alguma coisa que o aproximasse da liderança. Hélder Rodrigues foi o melhor homem da Yamaha.

Mas o grande destaque tem de ir para Mário Patrão, que ficou em 13.º da geral e venceu a classe Maratona. Ou seja, o piloto de Seia fez os nove mil quilómetros da prova sem alterar nada a nível mecânico. Esta categoria destina-se a quem não tem uma moto de fábrica. O piloto de Seia conseguiu assim o seu melhor resultado na prova sul americana. Ainda entre os lusos, Pedro Bianchi Prata terminou em 69.º numa prova onde não foi feliz mas em que cumpriu o seu principal objetivo, que era o de chegar ao final.

Nos carros Carlos Sousa também não foi feliz, desistindo na quinta etapa após saída de estrada quando estava em 54.º. O piloto de Lisboa estava a recuperar várias posições depois de problemas no motor na segunda etapa. Já Filipe Palmeiro conseguiu levar o chileno Boris Garafulic até ao final, chegando em 23.º. Nos camiões José Martins não teve melhor sorte que Gonçalves, Faria e Sousa e também desistiu. O único piloto português nesta categoria desistiu também na quinta etapa quando seguia em 48.º.

Peterhansel venceu mais uma edição da prova Fonte: Dakar Rally
Peterhansel venceu mais uma edição da prova
Fonte: Dakar Rally

Abandonando agora os portugueses e indo aos vencedores das diversas categorias, o grande destaque vai para Toby Price, o primeiro piloto não latino a vencer nas motos. O piloto da KTM fez uma grande prova e teve uma vitória justa. A marca austríaca vence esta categoria desde 2001. A completar o pódio ficou Svitko e Quintanilla.

Nos carros a Peugeot conseguiu apagar a péssima imagem deixada no ano passado e Loeb foi mesmo uma grande surpresa e dominou a primeira parte da prova, mas terminou apenas em nono depois de alguns acidentes. Apesar disto foi da marca do leão o vencedor da prova: nada mais que o campioníssimo Stéphane Peterhansel, que assim chegou à sua 13.ª vitória. O vencedor de 2015 ficou em segundo, Nasser Al-Attiyah foi sempre regular; a fechar o pódio ficou Giniel de Villiers, o homem da Toyota, vencedor de 2009. Tem sido dos pilotos mais regulares ao longo dos anos. Queria ainda destacar Mikko Hirvonen, que na sua estreia terminou em quarto, um resultado muito bom e uma das poucas vezes em que conseguiu bater Loeb.

Nas restantes categorias Gerard de Rooy voltou a vencer nos camiões depois de 2012, sendo o único não russo a conseguir vencer na América do Sul. Marcos Patronelli venceu nos Quads, a sua terceira vitória nesta categoria.

Em 2017 a prova volta. Resta saber se continua a ser esta coisa na América do Sul ou se volta a África; mas a voltar a África pelos vistos será a começar em Angola e a acabar na África do Sul. A prova está cada vez mais um negócio, perdendo o seu espírito inicial.

Foto de capa: Mário Patrão

Portimonense SC 2–0 Sporting CP: Vitória foi prémio merecido para os algarvios

sporting cabeçalho generíco

O Sporting ficou hoje praticamente eliminado da Taça da Liga desta época, depois de ter sido derrotado pelo Portimonense no Algarve. Os “leões” tinham mais talento em campo mas ficaram a léguas da determinação e do espírito de equipa dos “alvinegros”.

Jorge Jesus optou por deixar mais de meia equipa a descansar, apenas mantendo Paulo Oliveira, William Carvalho e Bruno César no onze inicial, relativamente aos atletas que têm sido titulares nas partidas mais recentes. De resto, destaque para a estreia de Zeegelaar e para o regresso de Teo Gutiérrez, depois da sua rábula ridícula na Colômbia, com uma pausa de Natal prolongadíssima.

A primeira meia hora demonstrou equilíbrio, com poucas ocasiões de golo no Estádio Municipal de Portimão, que teve lotação esgotada para receber os líderes da Primeira Liga. A equipa algarvia apresentou-se personalizada em campo, com destaque para Ewerton e Fabrício, sempre muito ativos na condução de bola e na organização de jogo da equipa da casa. No lado contrário, Aquilani e William tiveram dificuldades para “segurar as pontas” no centro do terreno, inseridos numa equipa que esteve desligada na maior parte do tempo. Sentiu-se imenso a falta, principalmente, de Adrien, Ruiz e Slimani. O golo do Portimonense, à passagem dos 35 minutos, veio animar o encontro. Ewerton aproveitou bem uma cratera deixada pelo seu homónimo do Sporting no eixo da defesa e finalizou bem após um passe açucarado do capitão Ricardo Pessoa.

Ao intervalo, JJ lançou Matheus Pereira para o lugar de Carlos Mané, que esteve apagado na primeira parte, tal como todo o setor atacante verde e branco. A entrada do brasileiro transmitiu alguma intensidade e o Sporting teve o seu ponto alto à passagem do primeiro quarto de hora do segundo tempo. Aquilani, por duas vezes, e Bruno César estiveram perto de alvejar as redes algarvias, mas o ferro não deixou, premiando a combatividade dos visitados, que já acusavam algum desgaste devido ao enorme esforço a que também estão sujeitos na Segunda Liga.

A entrada de João Mário veio dar mais alguma qualidade ao jogo leonino e os “leões” tiveram uma ocasião soberana para empatar a dez minutos do fim. Lumor cortou com o braço um centro de Schelotto, mas William foi displicente e viu Carlos Henriques a defender o castigo máximo. Nos descontos, Marcelo Boeck cometeu penálti com um carrinho (sim, desta vez não foi nenhuma “toupeira” a derrubar o avançado contrário; foi mesmo Marcelo que acertou no jogador), e Ewerton bisou, convertendo a grande penalidade com bastante frieza.

Bryan está claramente em muito melhor forma que Teo. O colombiano tem de ficar no banco. Fonte: Sporting CP
Bryan está claramente em muito melhor forma que Teo. O colombiano tem de ficar no banco
Fonte: Sporting CP

Na equipa leonina, Schelotto melhorou ligeiramente a paupérrima imagem que havia deixado na primeira jornada desta competição e Zeegelaar mostrou bons pormenores, mas precisa de ser mais inteligente no momento defensivo. Destaque pela positiva para as boas entradas de Matheus Pereira e João Mário em campo.

Do lado dos algarvios, os brasileiros da equipa aproveitaram bem esta ocasião para mostrar a sua qualidade. Os centrais Lucas e Jadson estiveram sempre atentos, anulando Montero e Teo Gutiérre; mais à frente Ewerton foi decisivo na partida e Fabrício puxou dos galões e mostrou o porquê de ser um dos jogadores mais desejados do escalão secundário. Os algarvios são fortes candidatos a subir à Primeira Liga, ainda para mais consumado que está o regresso de Kanazaki, japonês que deixou muito boas recordações na anterior passagem pelo clube.

O Portimonense fica assim isolado na liderança do grupo, precisando apenas de um empate na última jornada em Paços de Ferreira para garantir a histórica passagem às meias finais. Por fim, deixo um desejo: que Pedro Silva, antigo lateral direito dos “leões” e agora treinador adjunto dos algarvios, consiga chegar à final da competição e desta vez receber uma medalha de vencedor da Taça da Liga. Seria sinal de que a Taça iria para o Algarve, e Pedro Silva tem um ponto positivo a seu favor: Lucílio Baptista já não é árbitro de futebol.

A Figura

Ewerton/Fabrício – Craques, estes dois jogadores do Portimonense. O primeiro apontou os dois golos, tendo sido dele o mérito da jogada que originou a grande penalidade. O segundo mostrou alguns pormenores técnicos de alta qualidade, tendo ludibriado os jogadores do Sporting com uma facilidade inesperada.

O Fora-de-Jogo

Teo Gutiérrez – Jogo ridículo do avançado colombiano. Facilmente apanhado em fora de jogo, lento na abordagem aos lances, e correr para trás também não é com ele. Depois das “férias grandes” passadas na praia e a descansar na América do Sul, esperava-se muito mais rendimento do ponta de lança “cafetero”.

Foto de capa: Portimonense SC

 

Portugal 1-0 Polónia: um crescendo que justifica o resultado

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cab futebol feminino

A selecção portuguesa realizou, esta tarde, o primeiro de dois encontros agendados para esta semana com a Polónia, no Estádio Municipal da Marinha Grande, que têm como objectivo preparar a sua participação na Algarve Cup, bem como a fase de apuramento para o Campeonato da Europa, que vai decorrer na Holanda, em 2017.

A formação lusa não entrou da melhor forma no encontro, apresentando algumas dificuldades na ligação do seu jogo, especialmente entre a sua linha mais recuada e as jogadoras do meio-campo, que, durante a primeira parte, pouco contribuíram para a construção do jogo português. Na verdade, Portugal só conseguiu ameaçar a possante selecção da Polónia através de ataques rápidos conduzidos pelo lado direito, na procura da velocidade e da capacidade individual de Ana Borges. Consequentemente, a bola raramente chegou à frente de ataque portuguesa e permitiu que a Polónia, através de uma pressão alta, recuperasse o esférico por variadas vezes e criasse mais oportunidades de perigo. No entanto o futebol é feito de golos e, contra a corrente do jogo, Portugal conseguiu chegar à vantagem com um remate de ressaca de Carole Costa aos 33 minutos, após livre marcado à entrada da grande área por Cláudia Neto. A partir deste momento, a formação lusa conseguiu gerir a partida de forma a chegar ao intervalo com um resultado favorável às suas aspirações.

Solange Carvalhas, jogadora do Anderlecht, entrou aos 74 minutos e estreou-se pela Selecção Nacional A Fonte: fpf.pt
Solange Carvalhas, jogadora do Anderlecht, entrou aos 74 minutos e estreou-se pela Selecção Nacional A
Fonte: fpf.pt

Ao intervalo, o selecionador nacional, Francisco Neto, percebeu as arestas que tinha de limar e 10 minutos depois do início da segunda parte procedeu às primeiras alterações do encontro. As entradas de Edite Fernandes e Suzane Pires para o sector do meio-campo trouxeram consigo mais posse de bola, maior discernimento na tomada de decisões e o aparecimento de ataques organizados, que pouco ou nada existiram durante a primeira parte. Portugal começou a justificar a sua vitória nos últimos 20 minutos da partida com boas jogadas colectivas e vários lances de perigo que só não dilataram a vantagem portuguesa devido à boa exibição da guardiã polaca, Anna Szymanska. Nota ainda para a estreia de Solange Carvalhas na Selecção Nacional A, que entrou aos 74 minutos para o lugar de Jéssica Silva, jogadora portuguesa com uma grande qualidade técnica mas que, hoje, não conseguiu preencher o campo.

Portugal volta a defrontar a selecção da Polónia esta quinta-feira, novamente às 15h no Estádio Municipal da Marinha Grande.

Onze de Portugal: Neide Simões, Matilde Fidalgo, Sílvia Rebelo, Carole Costa, Dolores Silva, Vanessa Marques, Cláudia Neto (C) (Fátima Pinto, 80′), Amanda Costa (Suzane Pires, 60′), Ana Borges, Carolina Mendes (Edite, 60′), Jéssica Silva (Solange Carvalhas, 74′)

Treinador: Francisco Neto

Onze da Polónia: Anna Szymanska, Martyna Wiankovska, Silvana Chojnowski, Hanna Konsek, Aleksandra Sikora (C), Dominika Grabowska, Paulina Dudek (Katarzyna Daleszczyk, 46′), Ewelina Kamczyk (Jolanta Siwinska, 79′), Patrycja Balcerzak, Agata Gusciora, Nikol Kaletka (Natalia Pakulska, 46′).

Treinador: Wojciech Basiuk

Foto de capa: FPF

Oriental 0-1 SL Benfica: Talisca estragou a festa no dérbi lisboeta

cabeçalho benfica

Marvila já não recebia o Benfica há mais de trinta anos. Esta terça foi, portanto, dia de festa no bairro lisboeta. A hora do jogo (15 horas) não convidava à presença de público mas mesmo assim foram muitos os adeptos que compareceram no velhinho Estádio Engenheiro Carlos Salema, que quase encheu, para ver um dos históricos dérbis alfacinhas. Foi tempo de voltar ao ambiente bairrista de outros tempos ou que só se encontra nas divisões inferiores.

Rui Vitória operou uma revolução no onze inicial para esta partida da Taça da Liga. A baliza foi entregue a Ederson, no lado direito da defesa alinhou Sílvio, o central Lindelof voltou a ser titular nesta competição, Guedes também voltou ao onze e Djuricic fez uma rara aparição a titular. Os primeiros sinais do encontro faziam prever o que ia ser o jogo na primeira parte: o Oriental a criar perigo e o Benfica sem criatividade e capacidade para chegar à área contrária.
Só passado o primeiro quarto de hora é que os encarnados criaram perigo, mesmo assim com Mitroglou a rematar fraco quando estava em boa posição. Na resposta, o Oriental quase marca por Fernando. Valeu Ederson, já no chão, a tirar a bola dos pés do avançado orientalista. Por esta altura, a bancada central empolgava-se, com os adeptos do Oriental (cerca de 300) a acreditarem que seria possível bater o bicampeão nacional.

Grande ambiente no Campo Engº Carlos Salema
Grande ambiente no Campo Eng.º Carlos Salema

Ainda no primeiro tempo, Rui Vitória trocou os extremos, Carcela e Gonçalo Guedes, mas sem resultados práticos. A equipa não conseguia fazer chegar a bola a Mitroglou. Foi culpa também do péssimo estado do relvado, que obrigou os dois conjuntos a prescindirem do jogo “de pé para pé” e a apostarem no jogo direto. A defesa do Benfica foi muitas vezes apanhada desprevenida por bolas nas suas costas em profundidade. O resultado foi uma partida em alguns períodos mal jogada e de muito contacto físico na disputa dos lances a meio-campo.
Na segunda parte o Oriental voltou a entrar em grande. Fazendo o jogo da sua vida e com uma entrega fantástica, poucos diriam que o penúltimo classificado da segunda liga pusesse em sentido o Benfica. Os encarnados continuavam uma sombra daquilo que se esperava e os homens de Marvila aproveitavam. Ederson foi o herói ao salvar o Benfica de um golo certo de Fernando, quando este ficou sozinho com a bola.

Com o passar do tempo o Oriental foi acusando o desgaste e perdendo o fulgor e o Benfica foi controlando mas sem efeitos práticos, já que havia pouca ligação entre os sectores e era notória a pouca rotina que os jogadores tinham entre si. A entrada de Renato Sanches fez melhorar o jogo do Benfica, mas foi Talisca a dar um motivo para festejar aos adeptos benfiquistas, ao marcar num pontapé à entrada da área numa altura em que o Oriental já jogava para garantir o nulo. No entanto, os homens de João Barbosa não baixaram os braços e voltaram a fazer tremer o Benfica. Foi um esforço que não deu frutos mas que valeu imensos aplausos das bancadas. Uma ovação mais do que justa para o conjunto de Marvila, que meteu o conjunto de Rui Vitória em sentido e que merecia claramente o empate (e mesmo a vitória não seria injusta). Nem parecia que em campo estava o penúltimo classificado da Segunda Liga e o bicampeão nacional.

A Figura:

Ederson – Quem diria que o guarda-redes do Benfica seria a figura do encontro frente ao Oriental? Salvou a equipa com duas grandes defesas e se o Benfica sai vitorioso muito se deve ao guardião brasileiro.

O Fora-de-Jogo:

Djuricic – O sérvio não tem rotinas de jogo e mesmo numa partida da taça da liga as suas fragilidades ficaram expostas. Na posição 8 tem de estar alguém criativo, com algum poderio físico e com visão de jogo, características que Djuricic ainda tem de desenvolver.

SALA DE IMPRENSA

O treinador do Benfica foi à conferência de imprensa lembrar que já esperava “uma tarefa difícil” diante do Oriental. Rui Vitória disse que por vezes “é preciso ser eficaz e pragmático nestes contextos” e que a equipa saiu satisfeita do jogo, onde alinharam alguns “jogadores que vieram de lesão”. Um deles foi Nélson Semedo, que “fez o primeiro jogo ao fim de três meses”. Quanto ao facto de Grimaldo não ter sido lançado, Rui Vitória referiu que o jogador “tem vindo a trabalhar e a integrar-se”. E, questionado sobre os jogadores menos utilizados, o treinador do Benfica disse que “é fundamental o trabalho de quem está fora para obrigar quem está dentro a jogar nos limites”.

Pergunta BnR – O Lindelof foi titular. Conta com o jogador ou há a possibilidade de ele sair para ganhar ritmo?

Rui Vitória – “Os jogadores que jogaram hoje merecem o nosso respeito e a nossa confiança. Não podemos estar a individualizar. A taça da Liga serve para colocar alguns jogadores a jogar e foi isso que fizemos”.

Já o treinador do Oriental referiu a importância do fator casa e garantiu que o jogo “foi uma festa”. “Demos uma demonstração de força frente ao campeão nacional”. “As equipas da segunda liga são competitivas”. Quando questionado sobre o facto de ter treinado Gonçalo Guedes e acompanhado a sua evolução enquanto jogador, João Barbosa afirmou: “O Gonçalo está a ter a oportunidade dele e espero que a aproveite”.

Pergunta BnR – Bruno Aguiar é um jogador com bastante experiência. Que importância tem para o plantel neste tipo de jogos?

João Barbosa– “Ele já passou por muitas coisas e consegue transmitir aos mais novos aquilo por que passou. Tem muita experiência”.

Australian Open 2016: João Sousa destrutivo

cab ténis

João Sousa não tinha uma tarefa fácil na sua estreia no grand slam australiano como cabeça de série. Mikhail Kukushkin, que em 2012 havia alcançado a 4ª ronda do torneio australiano, é um jogador muito experiente e matreiro. Todavia, o português confirmou o seu favoritismo e assinou uma excelente exibição.

O vimaranense, que realizou parte da pré temporada de 2016 com Rafael Nadal – curioso que em 2015 havia trabalhado juntamente com Djokovic -, não começou o novo ano com o pé direito. Em Auckland, frente a Fabio Fognini, saiu derrotado; todavia, já aí havia deixado alguns excelentes apontamentos. Na Austrália, frente a Kukushkin, a supremacia do português foi enorme.

João Sousa apresentou-se bastante consistente “deixando” Kukushkin cometer inúmeros erros não forçados – 42 do cazaque contra apenas 24 do português. No entanto, a exibição do português tem alguns aspetos bastante interessantes que gostaria de destacar. Em primeiro lugar, a agressividade da resposta de Sousa. O português, sobretudo do lado das vantagens e desviando-se da esquerda para atacar com a direita, colocou constantemente o adversário em dificuldades logo após a resposta. Ganhando 47 % dos pontos quando respondia ao serviço, João Sousa teve na resposta uma das armas para levar de vencida Kukushkin. Em segundo lugar, nota para o nível assombroso do serviço do vimaranense.

Sousa assinou 13 aces e ganhou ainda 74 % dos pontos em que colocou o primeiro serviço e 53 % dos pontos em que foi forçado a jogar com a segunda bola. Por último, mas, de todo, não menos importante, quero destacar a estabilidade psicológica do português. Sousa apresentou-se sempre bastante focado e, mesmo quando as coisas não correram tão bem – o português esteve, por exemplo, a perder por 3-1 na terceira partida – manteve-se calmo e soube voltar a puxar o ascendente, se é que alguma vez o perdeu, para o seu lado.

João Sousa não podia pedir melhor arranque no Australian Open  Fonte: Facebook de João Sousa
João Sousa não podia pedir melhor arranque no Australian Open
Fonte: Facebook de João Sousa

Em suma, e mesmo tendo em conta que o adversário era Mikhail Kukushkin, arrisco-me a dizer que foi uma das melhores exibições que vi João Sousa fazer.

Segue-se agora Santiago Giraldo ou Donald Young. Apesar do confronto direto frente a Giraldo ser desfavorável (o colombiano leva uma vantagem de 2-0), seria preferível do que defrontar Young. O norte-americano é bastante mais talentoso do que o colombiano. Todavia, e tendo em conta o nível que João Sousa apresentou, penso que o português será capaz de ultrapassar qualquer um deles.

Foto de capa: Australian Open

Carta Aberta a: Hugo Gil e Benfica

cartaaberta

Caro Hugo Emanuel Marques Gil,

Permita-me, antes de mais, que o trate doravante apenas por Hugo; não o faço no intuito de lhe faltar ao respeito, mas somente para não focar este texto na sua pessoa, mas sim nas suas atitudes.

Hugo, o primeiro ponto que quero aqui referir é porventura o mais importante: sei que há muita porcaria em todos os clubes e que tanto o Sporting como o Benfica têm pessoas cegas nas suas convicções e não conseguem distinguir a realidade da ficção. No passado recente, e por mais do que uma vez, já tentei abordar sarcasticamente toda a contra informação que surgiu após o jogo da Supertaça em Agosto e que se tem vindo a arrastar com o tempo. Desde as SMS que nunca mais chegaram ao “destinatário” até aos mais de 100 (CEM) dias que já se passaram desde que foi tornado público o caso das ofertas das caixas aos árbitros, muita coisa se passa e pouco se fala sobre ela, mas não quero entrar por aí nesta carta.

Por falar em árbitros, e uma vez que pertence a esse mundo, creio que poderia ser alguém – dado o grande número de seguidores no Facebook – que poderia educar e ajudar a melhorar o nosso futebol, uma vez que um número significativo de colegas seus tem like na sua página nessa mesma rede social. Colocando os seus préstimos ao serviço da melhoria do futebol, ajudando a corrigir erros de julgamento e até ensinando a lidar com o comum adepto do futebol, creio que o futebol nacional sairia a ganhar e, por consequência, a sua página também.

Lamento também a sua ligação a alguém que é visto no futebol como um mentiroso (já foi até apanhado em contradições em directo), e que é desprezado por todos aqueles que têm um QI superior ao de uma morsa ou de uma hiena. Não estou aqui para lhe dar lições, e os poucos anos que tenho a mais do que o Hugo não me garantem assim tão mais experiência. Contudo, creio que o ditado “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és” faz todo o sentido nesta relação.

Neste momento, presumo já ter alguns adeptos fervorosos do SL Benfica a insultar-me e a chamar nomes à senhora minha mãe. Para esses digo: parem de ler aqui, porque vai ficar pior e porque vou dizer que o Hugo Emanuel é mentiroso.

Aos que continuaram a ler, o meu muito obrigado e vamos a factos:

Domingo, dia 17 de Janeiro, foi colocada esta publicação no seu site, algo que me enojou, revoltou e sinceramente deveria provocar refluxo gastroesofágico em todos aqueles que gostam de futebol, porque este texto é pura e simplesmente mentira. Uma mentira que, pelo número de likes, comentários e partilhas que teve deverá ter enganado milhares de Benfiquistas e enchido mais um pouco o seu porquinho mealheiro.

Estive presente, por motivos profissionais, na conferência de imprensa após o empate do meu Sporting CP frente ao Tondela, assim como dezenas de colegas meus e de outras pessoas que podem atestar TUDO o que aqui escrevo. Sejam eles portistas, tondelenses e até – veja bem – Benfiquistas, como o amigo que tinha ao meu lado (escrevo com B maiúsculo porque ainda há pessoas que sabem viver o futebol sem mesquinhice e pequenez). Nessa conferência de imprensa, ao contrário do que relata no seu artigo, todas as perguntas colocadas pela Comunicação Social foram sobre arbitragem, com a excepção da questão colocada pela Sporting TV e em que foi pedida uma análise ao jogo.

É este o estado do futebol português? Em que vale a pena enganar milhões para ter likes ou algo mais?

Durante a resposta à penúltima questão, Diogo André – assessor de imprensa do clube – questiona os jornalistas sobre o teor da questão que querem fazer e pergunta se são sobre arbitragem; dois jornalistas respondem que sim e ele diz que não dá, acabando por dar a palavra a um jornalista da Lusogolo – que fala sobre o golo do empate da equipa do Tondela – e dá sinal de que se acabaram as perguntas, não permitindo aos presentes colocar mais perguntas sobre arbitragem. Tudo isto pode ser confirmado com um simples visionamento da Conferência em questão, algo que o Senhor Hugo fez (para retirar as imagens) mas ainda assim optou por mentir.

Deixo aqui um excerto da Conferência de Imprensa, sendo importante referir que não é a resposta à última pergunta mas muito semelhante à que foi dada em último lugar.

Tudo isto é deturpado e levado para uma realidade alternativa no seu site, usando linguagem que não  é compatível com alguém que espera ser “juiz” do desporto, que se quer limpo e isento, acabando por enganar milhares de adeptos do seu clube. Citando o próprio: “Isto é manipulação”. Pois é, Hugo Emanuel, é manipulação e é ofensivamente estúpido.

Mais preocupante é que o Senhor Hugo Emanuel é visto com bons olhos no clube da Luz e até tem algumas honras por parte do mesmo, como o direito a um camarote no clube. Isto para mim é algo repugnante e digno de ser dito em voz alta.

Lamento que um árbitro de futebol, ainda que amador, tenha uma contribuição negativa para o bem do desporto em geral. Mais ainda, é pena que opte por mentir aos simpatizantes do seu clube, denegrindo a imagem dos mesmos e da instituição que dá nome ao site, sendo que o retorno que tem dessas mentiras ainda está por se explicar. Assim, resta saber quem é que ganha com estas atitudes e com o enganar da massa adepta do clube da Luz, mas com toda a certeza que os benfiquistas enganados não o serão.

Espero que esta carta lhe chegue “às mãos” e espero que perceba que o que é dito aqui não é um ataque ao Sport Lisboa e Benfica. É apenas um grande e enorme “chega”. Chega de mentiras, chega de enganar sócios, chega de enganar adeptos, chega de insultos e chega de estragar algo que eu e muitos outros milhões de portugueses adoramos: o Futebol.

Quem gosta de Futebol agradece.

O Passado Também Chuta: Seleções que marcam

o passado tambem chuta

Existiram seleções que mudaram a cara do futebol de um país. Países pequenos ou não pequenos, a certa altura, conseguiram reunir um número importante de craques que souberam privilegiar o grupo e saltaram para o panorama internacional. O Portugal do Eusébio, do Simões, do José Augusto e do Vicente foi isso mesmo: uma soma de craques que forjaram uma equipa com espírito. A França do Platini, do Tigana e do Giresse foi outro tanto do mesmo, e a Espanha que forjou Luís Aragonés e não Del Bosque foi mais do mesmo, com a particularidade de que Luís soube projetar o futuro e a seleção espanhola perdurou uma década, tal como profetizou o seu forjador.

Todas estas seleções tinham arte e músculo, dedicação e criatividade, classe e empenho, e no banco um treinador muito particular. O Portugal dos Magriços teve o Otto Glória; era mencionado, pelos adeptos, como um treinador paternal. A França de Platini teve em Michel Hidalgo um homem que resgatou a França do deserto competitivo, e ele tinha uma particularidade: foi presidente durante bastante tempo do Sindicato dos Futebolistas. Espanha sentou no banco um homem que superou os jornais desportivos e modificou a forma de jogar da seleção. É falso dizer que imitou o Barcelona; a seleção só tinha três jogadores do Barcelona como titulares e Iniesta jogou o campeonato da arrancada encostado à direita, sendo substituído muitas vezes. Mas Luís Aragonés era tão particular que a sua particularidade era um compêndio de virtudes. Contam as lendas que se soube impor ao Raul e apesar da campanha mediática abusiva e tosca convocou quem entendeu. Um dos seus grandes logros foi recuperar Xavi para a seleção.

Uma seleção vencedora com base num clube; Fonte: UEFA
A melhor geração de sempre do futebol espanhol;
Fonte: UEFA

Todas estas seleções tiveram jogadores que conquistaram estatuto metidos nesse grupo. França teve o Rouchetau. Espanha alumiou Xavi e fez brilhar Marchena como nunca; formou com Puyol uma muralha infranqueável. Portugal deu a conhecer ao Mundo jogadores como Vicente ou José Pereira. Todos estes jogadores eram conhecidos e considerados nos seus campeonatos; no entanto, nenhum tivera a ocasião de sobressair com autoridade. E, mais curioso, os seus treinadores-selecionadores eram treinadores caseiros… Talvez por isso cozinharam belas e grandes equipas com sabor gourmet.

Destas seleções a mais exitosa foi, sem dúvida, a seleção de Espanha. Teve a sorte de manter a coluna vertebral da seleção durante muitos anos, já que Aragonés formou a equipa com jovens. Hoje Iniesta, David Silva ou Sérgio Ramos ainda são peças úteis e fundamentais. Possivelmente, também teve a sorte de reunir a melhor fornada de futebolistas espanhóis de sempre, tal como o Portugal dos Magriços, mas, enquanto Espanha tinha futuro, Portugal estava, já, na idade madura. França reuniu naquele campeonato de 1984 um das melhores linhas médias de sempre, ainda que durante a época de Zidane também tenha sido de espanto; tinha um escudeiro que era um general: Deschamps. Atualmente, todas estas seleções têm grandes jogadores; no entanto, talvez falte a mostarda que lhe aporte o picante necessário para eriçar o sangue e ultrapassar obstáculos. Proximamente, dar-se-á um Campeonato da Europa. Veremos quais destas seleções, apesar dos craques, consegue formar uma alma que as faça reverdecer louros.