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João Sousa: Um Futuro Promissor

cab ténis

João Sousa defrontou Andy Murray num encontro relativo à terceira ronda do Australian Open. O português, que até contou com honras de sessão noturna, bateu-se bem, muito bem, ganhando pela primeira vez um set em pisos rápidos ao escocês. O vimaranense deixou excelentes indicações para a restante temporada.

Logo no começo da partida, e revelando todas as melhorias no seu jogo, Sousa começou bastante agressivo – respondeu ao serviço de forma bem agressiva e a entrar no court – e chegou mesmo a dispor de dois break points. Todavia, e apercebendo-se do perigo que podia ser ceder a primeira partida, Murray soube elevar o nível do seu jogo e acabou por vencer o primeiro set por 6-2.

Na segunda partida, o português voltou a causar dificuldades a Murray, mas desta vez acabaria mesmo por vencer o set. Sousa cortou nos erros não forçados – 11, no primeiro set, para sete, no segundo – e dobrou o número de winners (cinco para dez). Outro dado estatístico bastante curioso, e que talvez explique a vitória do português no segundo set, foram as 14 subidas à rede – ganhando oito das vezes – do português; neste set, o português realizou ainda três azes e ganhou 70% dos pontos com o primeiro serviço. A única maneira de contrariar o jogo de Murray é ser-se bastante agressivo. No entanto, e isso ficou bem espelhado nas estatísticas finais (44 erros), esta estratégia leva a que se cometam bastantes faltas não provocadas e obriga também, e este facto foi notório lá mais para o fim do encontro, a uma disponibilidade física brutal.

andy murray
Andy Murray teve de suar para ultrapassar João Sousa
Fonte: Facebook Oficial do Australian Open

Já sob a noite australiana, Murray soube subir o nível de jogo e quebrou o português logo de entrada. Sousa voltou a cometer demasiados erros (11) e, vítima da maior agressividade do escocês, não conseguiu ser tão pressionante – subiu apenas seis vezes à rede. Nota ainda para o facto de até ter sido no terceiro set que Sousa colocou mais primeiros serviços (75%), contudo também foi nesta partida que teve menos taxa de sucesso (57%). No último set, e sobretudo fruto do cansaço físico, o português não conseguiu voltar a exibir o nível que exibiu na segunda partida, e Andy Murray acabaria mesmo por vencer o encontro por 6-2, 3-6, 6-2 e 6-2.

João Sousa voltou a ser muito feliz no Grand Slam da Ásia/Pacífico – das três vezes em que chegou à terceira ronda de um major, duas delas foram no Australian Open. O português, que revelou grandes melhorias no seu jogo – sobretudo nos capítulos da resposta, do serviço e da pancada de esquerda –, pode, se mantiver este nível, continuar a subir no ranking e chegar mais longe em torneios de categoria superior aos ATP250 que habitualmente disputa. O vimaranense voltou a levar o nome de Portugal bem longe e consolidou, se é que ainda era necessário, o estatuto de melhor tenista português de todos os tempos.

Foto de Capa: Facebook Oficial do Australian Open

Chegou a nossa hora

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cabeçalho benfica

Com uma pré-época horrível e um início de campeonato quase desastroso o Benfica parecia caminhar por uma estrada sombria, com um destino não muito famoso. Depois de perdermos a supertaça, de sermos eliminados da Taça de Portugal e de termos estado a sete pontos do líder do campeonato a turma de Rui Vitória parecia estar destinada a coisas não muito positivas.

Com exibições pouco conseguidas que culminavam em vitórias bastante sofridas a equipa vermelha e branca foi continuando o seu caminho, caminho que aos poucos se tornou menos sombrio. A luz começou a iluminar o trilho do Benfica e os jogadores que envergam a águia ao peito foram contornando os obstáculos que iam surgindo. Uma das luzes que orientaram o Benfica no trilho das vitórias foi Renato Sanches. O menino de ouro que veio do Seixal foi uma lufada de ar fresco para a equipa. O menino que joga sem medo, sem preocupações, e que parte para cima dos adversários trouxe uma dose extra de confiança e segurança à turma de Rui Vitória.

Outra luz que começou a ter mais força foi Pizzi. Hoje em dia o ala é um dos pilares do esquema tático da turma vermelha e branca. Com uma inteligência tática acima da média, o médio benfiquista conseguiu alcançar a consistência e tem feito a diferença nas últimas partidas. Hoje em dia o Benfica respira outro ar, um ar menos carregado. Esse ar de insucesso agora paira noutros lugares, para felicidade de todos os benfiquistas. Agora temos dores de cabeça, mas são positivas. Ao contrário de há uns meses atrás, temos jogadores a crescer e a querer afirmar-se, jogadores a mostrar mais vontade do que nunca, coisa que me deixa com ânimo e com a crença de que podemos ser campeões.

Nélson Semedo é uma das luzes que pode ajudar a guiar o Benfica no seu caminho para a revalidação do campeonato;  Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Nélson Semedo é uma das luzes que pode ajudar a guiar o Benfica no seu caminho para a revalidação do campeonato
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Neste momento constituímos o principal candidato à vitória na Taça da Liga, uma vez que o FC do Porto já foi eliminado e o apuramento do Sporting se complicou bastante. No campeonato o filme também é bastante diferente do de há uns meses atrás. As coisas começam a compor-se, e a equipa de Rui Vitória agora caminha numa estrada mais iluminada, com um final mais brilhante, caminho esse que ainda se pode tornar mais fácil de percorrer com a chegada de mais luzes à equipa vermelha e branca. Algumas dessas luzes já chegaram, mas ainda não brilham com muita força, e outras ainda irão chegar. Por isso, benfiquistas, mostrem ânimo e confiem na nossa equipa, apoiem e mostrem o que é o colinho benfiquista, porque essa raça, querer e ambição só nós sabemos dar.

Temos de apoiar a equipa durante os 90 minutos, temos de mostrar do que é feita a nossa raça e acima de tudo temos de mostrar que queremos ser campeões, tricampeões. Este sábado temos mais um teste, será o Arouca a equipa que temos de ultrapassar. Para isso é imperioso que haja união dentro das quatro linhas, que haja uma química intocável entre os jogadores e os adeptos e acima de tudo que haja muita garra e que joguem à Benfica!

Foto de Capa: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica

Revista breve a alguns dos protagonistas do momento leonino

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sporting cabeçalho generíco

Um relance rápido e avulso sobre alguns nomes que a atenção dos adeptos leoninos e dos media estão a trazer para as primeiras páginas da actualidade.

O castigo de Bruno Carvalho

Como o próprio reconheceu, o castigo entretanto aplicado foi justo. Ao ser afastado do banco poderá viver com menos intensidade as incidências da partida e quem sabe repensar a sua posição. Como o próprio Jesus afirmou, do ponto de vista técnico, a importância da sua presença no banco é nula. Já do ponto de vista institucional não é. Tendo em conta a postura que entendeu adoptar na luta do que lhe parecem ser os interesses do Sporting fica ali mesmo à mão de semear para ajuste de contas e até humilhações. A repensar.

Jorge Jesus

O treinador não está a ser nada feliz nas provas a eliminar desde o início da época, onde tem coleccionado desaires. Foi assim com o afastamento da fase de grupos na Liga dos Campeões, foi a carreira cheia de sobressaltos na fase de grupos da Liga Europa, foi a eliminação na Taça de Portugal e é agora a situação periclitante e de sucesso improvável na Taça da Liga. É declaradamente assumida a aposta praticamente total no campeonato nacional, onde Sporting tem sido dominador quase desde o início. Uma jogada de risco calculado ou um all-in pouco racional?

Não sou capaz de dar uma resposta taxativa. Isto porque creio que ninguém terá dúvidas da importância que tem para o clube voltar a vencer um campeonato, e se tal tivesse de acontecer à custa de todas as outras competições teria subscrição muito próxima da unanimidade. Se tivesse de fazer alguma crítica esta recairia no número de alterações que o técnico realiza, deixando a equipa órfã de talento, consistência e identidade. Não seria possível ser mais cirúrgico, pelo menos até estar assegurada a continuidade, por exemplo, na Taça da Liga? Nunca saberemos a resposta a estas interrogações pelo que, enquanto a liderança do campeonato for uma realidade, a estratégia de Jesus tem validação automática.

William

Hoje dizer que o desempenho de William já conheceu melhor acerto e maior fulgor é perfeitamente consensual. Como descarto à partida que o jogador se tenha acomodado e viva dos rendimentos – isso seria impossível com praticamente todos os treinadores; com Jesus é mesmo – interroguei-me já bastantes vezes sobre as razões do eclipse, logo num jogador que parecia ser dos que mais ganhariam com a chegada de Jesus. Obviamente que a pista de “mouro na costa” – leia-se propostas milionárias – tem de ser sempre equacionada num jogador com o seu potencial e com a visibilidade já adquirida. Mas inclino-me para uma hipotética falta de adaptação/resposta que o modelo de Jesus lhe esteja a provocar.

Começo a explorar esta possibilidade ao constatar que, ao longo de toda a época até agora disputada, não vimos ainda um jogo completo “à William”. O 4x4x2 de Jesus parece estar a tirá-lo da sua zona de conforto. Ao contrário do 4x3x3, onde o melhor William apareceu e deu cartas, o modelo de Jesus pede-lhe funções mais alargadas e obriga-o a articular mais com o companheiro de sector, Adrien. Tem de ser menos posicional, sendo mais exigente do ponto de vista físico, da concentração e da reacção. Como ele percebe, melhor e de forma mais célere que ninguém, que não está a responder como seria esperado, é natural que o primeiro sinal seja de falta de confiança. A forma sob a qual vai sair deste desafio definirá o seu futuro próximo. Não vejo Jesus a desistir dele porque, mais do que ninguém, perceberá o seu potencial. Mas, no limite, não recuso a ideia de Jesus optar por João Mário ao lado de Adrien; este, sim, a aproveitar muito bem a mudança de treinador.

As fracas exibições de William têm sido, esta época, uma das maiores desilusões dos Sportinguistas Fonte: SL Benfica
As fracas exibições de William têm sido, esta época, uma das maiores desilusões dos Sportinguistas
Fonte: SL Benfica

Boeck

Ao que parece estará de regresso ao Brasil. Assisto com pena a uma série de comentários pouco abonatórios para o eterno suplente de Patrício. Está precisamente aí, na eternidade em que espera por uma oportunidade, a razão para as suas infelizes aparições recentes. Pela especificidade da função, são muito raros os casos de guarda-redes que aparecem no seu melhor após longas paragens. E não é a jogar um par de jogos por ano, de forma intercalada, que se chega à forma. Acresce que gosto da forma como vestiu a nossa camisola pelo que, nesta hora, não o podia esquecer; chama-se a isso gratidão. Não deixo também de crer que Patrício não se teria afirmado e crescido se não pressentisse atrás de si alguém capaz de com ele disputar o lugar. Sê feliz, Marcelo.

Já quanto à substituição fico com sentimentos mistos ao ouvir o nome de José Sá. Reconheço-lhe alguma qualidade mas não me parece que Rui Patrício vá perder o sono com a sua presença. Na idade em que está precisa de jogar. Mesmo que o faça na equipa B não vejo como possa já constituir uma alternativa segura a possíveis ausências do nosso habitual titular. Em suma, se tudo isto se confirmar, no curto/médio prazo não ficamos melhor.

Teo

Seguramente que este Teo, o que (não) temos visto com a nossa camisola, “não é o mesmo” que tem sido titular da sua selecção e, com isso, tem sentado no banco nomes aparentemente improváveis como Jackson. Agora que parece que se estão a abrir as portas para um regresso ao seu continente de origem, aceito resignado a ideia de o ver partir. À cabeça está o seu pelo menos aparente pouco compromisso com a equipa e por consequência com os objectivos do clube. Se, como parece ser verdade, é o próprio a querer ir-se embora, compre-se o bilhete já hoje. Não há nada pior numa equipa que um elemento onde apenas o corpo está presente. Isto acrescentado ao facto de ser dos que mais devem cobrar ao fim-do-mês. Se ficar, que fique de cabeça limpa e com vontade de nos demonstrar o que Jesus viu nele para o ir buscar.

Novidades

Não deu ainda para fazer grandes avaliações sobre os reforços Zeegelaar e Schelotto. Outra coisa seria se estes tivessem sido integrados naquela que se entende que seja a melhor equipa. Ainda assim arriscaria dizer que há ainda muito caminho para andar até compreenderem o que Jesus pretende que façam.

Foto de Capa: Sporting CP

Stoke City FC – O Pesadelo dos Gigantes

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cab premier league liga inglesa

O Stoke City FC ocupa atualmente [19 de Janeiro] a sétima posição na tabela classificativa da Barclays Premier League. A acrescentar a esta excelente campanha, o Stoke tem sido um autêntico tomba gigantes. Perante este conjunto já pereceram Chelsea FC, Manchester United FC e Manchester City FC. Mark Hughes montou um conjunto com muita qualidade e que pode ser um verdadeiro candidato às competições europeias.

Ao olharmos para o plantel dos Potters podemos facilmente encontrar vários jogadores cujo talento é inegável. Entre estes destacam-se Marko Arnautoviç, Xherdan Shaqiri, Mame Diouf, Bojan Krkiç e Ibrahim Afellay, três dos quais contam com um trajeto na europa notável, com passagens por gigantes do futebol europeu, como o Bayern FC e o Barcelona FC.

O Stoke City desta época tem sido um dos melhores das últimas décadas. A equipa pratica um futebol muito atrativo, rápido, ofensivo, mas sustentado. Mark Hughes instituiu na equipa uma qualidade defensiva que a torna numa das melhores do campeonato (muito à imagem do treinador galês). Para o quarteto defensivo conta com Ryan Shawcross, Glen Johnson, Erick Pieters, Phillipp Wollscheid e Geoff Cameron. Cinco jogadores experientes, muito fortes, altos e, na sua generalidade, relativamente rápidos. Pois bem, com estas qualidades físicas, aliadas à inteligência tática que as equipas de Hughes costumam ter e juntando ainda um grande guarda-redes, como é Jack Butland, tornam a defesa dos Potters na quinta menos batida da liga.

Para além da excelente capacidade defensiva, há outro fator que tem contribuído largamente para esta excelente campanha: os resultados frente aos gigantes. Se nos debruçarmos sobre os resultados obtidos esta época frente ao top sete da época passada, em oito jogos, os pupilos de Hughes conquistaram 14 pontos. Ou seja, obtiveram quatro vitórias (Chelsea, United, City e Southampton), dois empates (Tottenham e Arsenal) e duas derrotas (Arsenal e Liverpool), podendo ainda destacar-se o empate caseiro obtido frente ao Leicester City FC.

O registo caseiro do Stoke também merece destaque neste artigo. De facto o Britannia tornou-se nos últimos dois anos num dos mais difíceis de visitar no campeonato. Esta temporada, registam o sétimo melhor registo caseiro da liga, com cinco vitórias, quatro derrotas e dois empates. Curiosamente, das sete derrotas desta época, precisamente quatro são em Stoke-on-Trent. No entanto, para os grandes esta deslocação tem sido um autêntico pesadelo. Com a exceção do Liverpool, ainda nenhum gigante inglês conseguiu ir além do empate no Britannia Stadium. As razões para este registo não são muito lineares. A verdade é que se trata de um estádio onde as condições climatéricas são frequentemente adversas, mas que não são pouco comuns em Inglaterra. Elevada precipitação, temperaturas muito baixas e, por vezes, ventos muito fortes são cenários que normalmente dificultam a prática de futebol, especialmente das equipas grandes, que costumam assumir a posse, trocar muito a bola e jogar pelo chão. A verdade é que, seja por que razão for, quer sejam as condições climatéricas, quer seja a qualidade de jogo imposta pelo Stoke nos jogos caseiros frente aos grandes, os tubarões ingleses demonstram enormes dificuldades em jogar neste estádio.

Stoke
O trio maravilha do ataque do Stoke
Fonte: Facebook do Stoke City

De facto, o trajeto do Stoke tem sido extraordinário e muito se deve ao trabalho efetuado tanto pela equipa técnica como pela direção nos últimos anos. O projeto deste clube tem-se baseado numa evolução estável, não comprometendo as finanças do clube, mas ao mesmo tempo procurando trazer jogadores que dêem garantias. São exemplos disso Wollscheid, Shaqiri, Bojan, Arnautovic, Diouf e Afellay. Desde a promoção à Premier League que o clube tem procurado subir na tabela, tendo conseguido alcançar a primeira metade nas últimas duas temporadas, ao obter dois nonos lugares. O futebol praticado pela equipa melhorou claramente com a chegada do novo técnico, precisamente em 2013-2014. Com Hughes houve jogadores que se assumiram como fundamentais neste percurso. Jogadores como Glenn Whelan, Arnautovic, Shawcross e Begovic – até à sua partida para o Chelsea, quando Butland assumiu o seu papel – são neste momento alguns dos indiscutíveis no onze dos Potters.

O trio de médios ofensivos, composto por Arnautovic e mais dois – Afellay, Shaqiri e Bojan são as alternativas –, tem sido um autêntico tormento para as defesas adversárias. Qualquer avançado servido por estes três ficará satisfeito com as oportunidades em frente à baliza que lhe são concedidas. Em atividade e movimentações constantes, estes três criam oportunidades, abrem espaços e fazem desmarcações constantes que desorientam as defesas. Além de imprimirem muita velocidade ao jogo, são jogadores com uma capacidade técnica formidável e com uma disponibilidade física espantosa. Aliás, Arnautovic, com sete golos na liga (é o melhor marcador da equipa), é quem merece maior destaque nesta época dos Potters. Forte, rápido, inteligente; com bom drible, boa capacidade de remate, visão de jogo, muita entrega e qualidade nas bolas paradas. Estas são algumas das inúmeras qualidades que podem ser exaltadas quando se se refere ao austríaco, que atua, habitualmente, no flanco esquerdo do ataque do Stoke.

Assim, conclui-se dizendo que esta equipa tem tudo para continuar esta grande campanha e para acabar numa posição que deixe os seus adeptos orgulhos. Hughes pode ter encontrado aqui o seu nicho, o lugar onde pode finalmente confirmar o grande treinador que é. Os Potters têm um plantel que permite aos adeptos sonhar com mais uma participação europeia e um timoneiro que tem todas as condições para o fazer. Até lá, acredito que muitos grandes cairão perante este Stoke e que este conjunto ainda dará muito que falar.

Fonte imagem de capa: Facebook do Stoke City

Depois das provas nacionais… vem o Europeu!

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cab futsal

Antes de iniciar a minha análise ao Europeu de seleções, a disputar na cidade de Belgrado, capital da Sérvia, quero aproveitar para pedir desculpa a alguns leitores que estranhem o facto de eu me estar sempre a referir a esta competição, mas neste momento parece-me oportuno abordar de novo o torneio pois a nossa equipa nacional já se encontra em estágio na cidade de Rio Maior até ao final deste mês, de onde parte para os Balcãs para disputar o campeonato da Europa de 2 a 13 de Fevereiro, tendo na fase prévia como adversários a equipa da casa e também a Eslovénia.

O estágio em terras ribatejanas inclui três jogos particulares, diante do Qatar (já no próximo dia 22) e Eslováquia (27 e 28 deste mês). A escolha dos adversários foi bastante bem pensada por parte da federação, do meu ponto de vista, pois permite que jogos amigáveis, que na prática só servem para preparar a competição que se segue, contra seleções de alguma valia a nível continental (respetivamente, Europa e Ásia) e mesmo mundial, de classe média-alta, possam dar algum ritmo aos jogadores nacionais, para que se possam desde já habituar ao nível de exigência que os irá esperar quando começarem os jogos a “doer”.

Para finalizar, convém aproveitarmos o Europeu para ver futsal de qualidade, pois o campeonato agora só volta em meados de Fevereiro, após o término da competição que vai coroar o grande vencedor do Velho Continente. Numa primeira fase de grupos, a seleção irá defrontar duas equipas balcânicas, o organizador do torneio (Sérvia) e também o equilibrado e forte coletivo da Eslovénia, assumindo-se nos últimos anos como um valor emergente ao nível europeu, tendo como melhor prestação o apuramento para os quartos-de-final no Euro 2014, caindo apenas aos pés da poderosa Espanha.

Rio Maior acolhe os trabalhos de preparação para o Euroepu Fonte: FPF
Rio Maior acolhe os trabalhos de preparação para o Euroepu
Fonte: FPF

É de referir também que nunca, até aos dias de hoje, se apurou para a fase final de um campeonato do mundo, estando apurada para os playoffs na posição de não cabeça-de-série, em virtude do 2.º lugar no seu grupo prévio. E sobre a formação sérvia não é preciso falar muito, sabendo que nestas competições a formação organizadora ganha ainda mais motivação e consequentemente torna-se um obstáculo ainda mais difícil de superar.

Mesmo assim, em termos de resultados recentes, prova que vai ser o adversário mais complicado em teoria, pois é já um habitué em Europeus (cinco presenças em dez possíveis, três delas consecutivas) e conseguiu em 2012 a sua primeira presença em Campeonatos do Mundo, passando a fase de grupos em 1.º lugar e só caindo aos pés da Argentina. É, por isto, um grupo bastante complicado, mas, se Portugal jogar ao nível a que nos habituou nestes últimos anos irá, com maior ou menor dificuldade, avançar até à fase a eliminar.

Foto de capa: futsalglobal.com

Em Defesa do Ténis

cab ténis

O começo da temporada de 2016 está a ser assombrado pelo alegado escândalo, ainda sob investigação e sem quaisquer conclusões, de viciação de resultados. Gostaria de deixar uma nota prévia: não vou contribuir em nada para o espetáculo mediático que tem sido criado à volta da suspeita sobre determinados jogadores, antes pelo contrário.

Deixem-me começar por contar-vos um pouco da minha experiência enquanto jogador federado por quase uma década. Nuns momentos mais empolgado do que noutros, a paixão esteve sempre lá: aquele nervoso miudinho antes de entrar em campo fosse qual fosse o torneio; a insatisfação quando as coisas não corriam bem; o braço tenso antes dos momentos mais importantes; entre muitas outras coisas.

Todavia, relembro-me bem de um episódio que me marcou e que gostaria de partilhar com os meus prezados leitores. O meu clube jogava o nacional de equipas; a eliminatória já estava resolvida, ficando apenas por realizar, naquela altura, o habitual par misto. Jogámos (demasiado) descontraídos, perdemos e saímos a rir do court. Resumidamente, não fomos sérios. O meu treinador, que até costumava ser benevolente quando as coisas não corriam tão bem, chamou-nos à parte e, com toda a razão, disse-nos que o que tínhamos acabado de fazer era uma vergonha e uma falta de respeito, no mínimo, para com os colegas de equipa. Obviamente não se tratou de uma falta de respeito apenas para com os nossos colegas de equipa, mas sim para com todos os praticantes da modalidade.

Andy Murray tem tecido duras críticas  a alegadas viciações de resultados Fonte: Facebook Oficial de Andy Murray
Andy Murray tem tecido duras críticas a alegadas viciações de resultados
Fonte: Australian Open

O que esta história simboliza é que, independentemente de um dia menos bom (no ténis, até os melhores de sempre os tiveram), a seriedade e o profissionalismo são princípios que tem de estar sempre presentes.

Nos últimos dias têm sido inúmeros os nomes lançados para o circo mediático. Não vou, porque não quero contribuir para tudo isto e porque o meu exercício tornar-se-ia meramente especulativo, comentar qualquer um deles. O que quero realçar é o facto de que as alegadas viciações – ou pelo menos tentativas – de resultados eram do conhecimento geral do circuito; como se fosse uma situação normal. Não posso tolerar, nem deviam as pessoas com responsabilidades no circuito ATP, esta situação.

Se é do conhecimento de todos porque é que ainda não foram tomadas as devidas medidas? Quais? o cultivar do fair play ao invés dos níveis de competitividade a que hoje são sujeitos os jovens tenistas; a irradiação do ténis de qualquer jogador, seja ele top 10 ou top 1000, que esteja envolvido no esquema de viciação de resultados; um maior equilíbrio entre aquilo que ganham os jogadores que normalmente jogam no circuito ATP e aqueles que disputam torneios challenger e/ou futures; entre muitas outras. Este não é um problema que tenha uma resolução a curto prazo, bem pelo contrário, mas precisa de ser rapidamente atacado.

O ténis é um desporto único; o meu favorito. Só quero que não o estraguem. Termino dizendo-vos que não devem temer que algum dos vossos ídolos – Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic ou qualquer outro – esteja envolvido neste escândalo; esses são, e hão de sê-lo sempre, um exemplo. Todavia, é com os outros que temos que nos preocupar. Os outros são aqueles que nunca vingaram como esperavam no ténis, aqueles que gostamos de ver apenas de vez em quando. Os outros podem manchar a reputação daquele que é um desporto apaixonante.

Foto de Capa: Australian Open

Sportinguistas de contra-senso, tenham bom senso

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sporting cabeçalho generícoBem, meus caros sportinguistas, se eu tivesse emigrado para uma ilha deserta sem acesso a qualquer comunicação com o mundo em geral e tivesse decidido voltar à civilização há uma semana, ficaria com a certeza de que o Sporting continuava como nos anos de Godinho Lopes (desculpem a referência) e anteriores.

É que desde Tondela que, ao correr a comunicação social e grupos de apoio ao nosso grande clube, só vejo a descrição da desgraça, o apocalipse, o fim do mundo para o Sporting.

Devo ressalvar que nesses grupos ainda vejo muita gente com bom senso a olhar também para tudo aquilo que de bom tem sido feito esta época (principalmente). Poucos, mas há.

Estive a relembrar o que foi feito, e efectivamente estamos tramados, não há volta a dar. Ora vejam bem: fomos eliminados no acesso à Liga dos Campeões sendo-nos anulado um golo limpo (venham dizer que poderíamos ter feito mais, mas a verdade é que, se o golo do Slimani contasse, teríamos jogado a fase de grupos); fomos eliminados da Taça de Portugal pela segunda melhor equipa a jogar futebol em Portugal neste momento, e mesmo assim tiveram de nos anular um golo limpo no prolongamento, que nos daria grandes hipóteses de passar, dado o momento em que se encontrava o jogo; perdemos um jogo para a Taça da Liga, aquela que, como todos perceberam no último jogo, nenhum dos três grandes aposta em ganhar, olhando as equipas apresentadas (não invalidando que os jogadores deveriam, pelo menos, ter mostrado vontade de ganhar); e, para terminar, perdemos pontos contra equipas do fundo da tabela, o que nos vale estar em… Isso, em primeiro no Campeonato.

Como viram, esta equipa está a desiludir bastante, pelo menos olhando ao que tem sido feito nos últimos 10 anos, pelo menos.

Por esse país fora já foi dada até a extrema-unção ao leão. Paz à sua alma.

É verdade que, quanto ao campeonato, um dos rivais aproximou-se, fruto de uma das melhores fases de vitórias desta época, mas sabemos também que estes terão quebras.

Podem dizer que os rivais tendem a melhorar na segunda volta, o que não invalida que a nossa equipa também o faça. E, se temos alguma probabilidade de perder pontos, tenho a certeza de que eles também não ganharão todos os jogos. Ou tenho sido só eu a ver quanto futebol jogam uns e outros?

Pontos a nosso favor? Estamos fora (praticamente) de duas taças, que na minha perspectiva só servem para desgastar a equipa; jogamos bom futebol, pelo menos enquanto tivermos Rui Patrício, Paulo Oliveira, Adrien e Slimani; temos um treinador que, quer se goste ou não (nunca gostei, por uma razão ou outra), põe a equipa a jogar, a lutar, a acreditar até ao último minuto; e, principalmente, porque estamos na frente.

Sporting
Acreditar na equipa? Sempre!
Fonte: Sporting CP

Os sportinguistas (alguns) não podem andar de papo cheio quando estamos a cinco, sete, dez pontos de vantagem, e depois entrarem em histeria quando estamos com vantagem de dois.

Se os que estão atrás de nós já estiveram muito mais atrás e recuperaram, porque não deveremos nós acreditar que poderemos também recuperar pontos perdidos? Ou já não acreditam naquela equipa que é a que melhor futebol pratica em Portugal?

Sportinguistas, verdadeiros Sportinguistas, não entrem em contra-senso e usem o bom senso. Continuamos na luta, mesmo que usem todos os meios para nos enfraquecer. E tenho a certeza de que, até ao fim do campeonato, estes adeptos e sócios se vão manter fiéis à equipa ou, se quiserem, ao seu clube de coração e apoiar até ao objectivo final: sermos Campeões Nacionais outra vez.

Quero relembrar-vos também, aos mais pessimistas, de que, caso não consigamos ganhar, uma vez que há factores envolventes difíceis de controlar, como em qualquer ramo de negócio, o mundo não acaba aqui e para o ano voltaremos mais fortes, como tem mostrado a linha de crescimento dos últimos anos (eu daria um exemplo aqui de quantos anos algumas estruturas demoraram a organizar-se para ganharem algum título, mas não vou fazê-lo).

E, para terminar, quero só deixar indicação de algumas vitórias extrafutebol, que correspondem à queda de porta-estandartes de alguns “Doyens” da vida: saída da lista de incumpridores da UEFA, reestruturação da dívida aprovada pelos Bancos, novas tecnologias que começam a ser mais insistentemente implementadas nas competições, excelente contrato de direitos televisivos (não vou discutir se o nosso é o melhor – o nosso é bom e pronto).

Foto de Capa: Sporting CP

Portugal 0-1 Polónia: A vingança serve-se fria

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cab futebol feminino

Depois da recente vitória por 1-0, Portugal voltou a defrontar, esta tarde, a selecção da Polónia em mais um jogo de preparação na longa caminhada até à fase de apuramento para o Campeonato da Europa de 2017.

Para esta partida, Francisco Neto fez algumas alterações relativamente ao jogo de terça-feira. A presença de Suzane Pires e Edite Fernandes na frente de ataque do onze inicial da formação lusa, bem como a entrada de Mónica Mendes para o eixo da defesa e de Rita Fontemanha para a lateral direita, mostraram que o seleccionador nacional continua a querer explorar as várias opções que tem ao seu dispor.

A primeira observação sobre este segundo confronto entre as duas selecções recai sobre a correcção dos erros cometidos no último jogo pela equipa das quinas. Se há dois dias atrás apresentou alguns problemas na ligação do seu jogo, sendo obrigada a apostar nos ataques rápidos, hoje demonstrou que tem qualidade para ter a bola no pé. A primazia atribuída à construção de situações ofensivas pelas jogadoras do meio campo revelou-se crucial para que Portugal conseguisse dominar a partida durante os 90 minutos.

Edite Fernandes atingiu as 127 internacionalizações pela selecção portuguesa, tornando-se, a par de Luís Figo, a 2.ª mais internacional de sempre
Fonte: Facebook das Selecções de Portugal

Contudo, a história do jogo de terça-feira voltou a repetir-se apesar de os papéis se inverterem. Um momento de desatenção por parte das jogadoras portuguesas deu origem a uma transição polaca e ao único golo da partida, marcado aos 70 minutos pela recém entrada Nikol Kaletka, que veio contrariar as ocorrências da partida. Portugal não baixou os braços e continuou à procura do merecido golo, criando várias situações de perigo que só não coloriram o marcador português devido à falta de critério no último passe em alguns momentos do jogo.  Após o apito final, fica o registo de uma boa exibição da selecção portuguesa e de um resultado enganador.

Finalizados os dois jogos frente à selecção da Polónia, é possível fazer um balanço geral da prestação portuguesa apontando algumas notas positivas e negativas acerca da formação orientada por Francisco Neto.

Notas positivas

  • Melhoria da construção de jogo: tal como já foi referido, a selecção portuguesa melhorou face ao jogo de terça-feira no que diz respeito à construção do seu jogo. Sem medo de ter a bola no pé, hoje demonstrou que possui jogadoras no centro do terreno com qualidade para transportar a bola e desenhar boas jogadas. Destaque para Vanessa Marques pelo seu trabalho, especialmente neste segundo jogo, na primeira fase de construção do jogo ofensivo português.
  • Desequilíbrio nas alas: se no futebol masculino Portugal já é conhecido por formar jogadores de desequilíbrio e tecnicamente evoluídos, o futebol feminino não foge à regra. Jéssica Silva e Ana Borges são as duas jogadoras que podem ter nos seus pés a qualidade técnica necessária para que a formação portuguesa consiga desequilibrar no 1×1 e criar situações de superioridade numérica.

Notas negativas

  • Necessidade de alternar entre o jogo interior e o jogo pelas alas: a equipa portuguesa precisa de trabalhar a alternância entre a utilização do interior do terreno e as alas, para que a sua forma de actuar não se torne previsível. A curto prazo, Francisco Neto deve trabalhar a ideia de que a escolha da melhor opção é bastante importante para que Portugal consiga chegar mais facilmente à baliza contrária.
  • Falta de critério no último terço do terreno: depois da correcção conseguida no que à construção de jogo diz respeito, as jogadoras portuguesas acabaram por pecar pela falta de critério relativamente ao último passe. As más decisões levaram a que as suas boas jogadas não culminassem com a finalização.

Onze de Portugal: Neide Simões, Rita Fontemanha, Sílvia Rebelo (Carole Costa, 82′), Mónica Mendes, Ana Borges, Vanessa Marques, Dolores Silva, Cláudia Neto (Amanda Costa, 75′), Jéssica Silva (Carolina Mendes, 69′), Suzane Pires (Solange Carvalhas, 62′), Edite (C) (Diana Silva, 62′).

Treinador: Francisco Neto

Onze da Polónia: Daria Antoncyk, Martyna Wianskowska, Silvana Chojnowski (Nikol Kaletka, 65′), Aleksandra Sikora (C), Natalia Chilvudzik, Evelyn Nicinski (Dominika Grabowska, 71′), Patrycja Barcerzak, Jolanta Siwinska, Agata Gusciora, Natalia Pakulska, Katarzyna Daleszczyk (Ewelina Kamczyk, 90′).

Treinador: Wojciech Basiuk

Tempo de mudança

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Nova era no Dragão. 21 janeiro marca o primeiro dia do resto da temporada azul e branca. José Peseiro é o homem escolhido por Pinto da Costa para dar um rumo a uma equipa desnorteada. Depois de Julen Lopetegui, chega a vez de Peseiro comandar o FC Porto. Depois de Sporting e Sporting Braga, os dragões são mais uma experiência de fogo para o técnico.

Os últimos tempos da vida azul e branca têm sido tudo menos fáceis. Depois da eliminação na Liga dos Campeões, foi quase sempre a descer. A liderança inesperada no campeonato deu uma falsa ideia de recuperação. Imagem rapidamente ultrapassada após a derrota com estrondo em Alvalade. A partir daí, a confiança da equipa perdeu-se e, até hoje, os resultados têm sido quase sempre negativos. A liderança do campeonato está já a 5 pontos e o terceiro lugar na liga é um fardo para quem chega para uma equipa que mentalmente está de rastos.

José Peseiro não parte definitivamente do zero. Peseiro parte do -5, e por isso a tarefa parece tão complicada à partida. Admito que não fiquei muito surpreendido com a escolha do presidente. Falou-se de André Villas Boas, Leonardo Jardim, Marco Silva e Sérgio Conceição mas, por diferentes razões, todos estes nomes eram difíceis de serem conseguidos. A meio de uma temporada, dificilmente se consegue um grande nome do futebol europeu para se liderar um projeto como o do FC Porto. Surgiu, por isso, o nome de Peseiro. Devo admitir que José Peseiro mas faz lembrar aquele amigo que toda a gente tem mas que raramente é lembrado. Isto porque, ao olhar para a lista telefónica, todos sabem que ele sempre esteve e sempre estará lá e, por essa razão, passa tantas vezes despercebido. Confesso que, olhando para José Peseiro, nunca percebi o porquê deste ser tão esquecido pelos clubes e pela crítica em Portugal.

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José Peseiro assina por época e meia
Fonte: fcporto.pt

É certo que existe um Peseiro antes e depois da sua passagem pelo Sporting. Até àquela mítica época 2004/2005, o coruchense era quase um deus entre os seus pares. O excelente trabalho no Nacional da Madeira, conjugado com a passagem pelo Real Madrid de Carlos Queiroz, fez de Peseiro um alvo apetecível para os grandes portugueses. Uma imagem que foi ficando mais vincada numa época onde os três grandes perderam pontos atrás de pontos e que terminou com o golo de Luisão a Ricardo como ponto alto e decisivo do título benfiquista. Perdido o título nacional e a Taça Uefa, em pleno Estádio de Alvalade, num espaço de 4 dias, tudo desabou para Peseiro. Na altura, José Peseiro não teve o apoio que, nas mesmas circunstâncias, outros treinadores tão venerados em Portugal tiveram nas últimas temporadas.

A época leonina, que podia ter sido de sonho, terminou num pesadelo que Peseiro, meses mais tarde, não aguentou. Depois do Sporting, houve quase uma travessia no deserto para ele. Do nada, António Salvador, em 2012, foi buscá-lo para liderar o projeto do Sp. Braga. O 4.º lugar no campeonato, atrás do surpreendente Paços de Ferreira, terá sido decisivo para que a ligação terminasse no final da temporada. Isto apesar de Peseiro, no meio de tantos supostos génios que já passaram pela pedreira, ter sido o único a dar um título aos bracarenses.

A verdade é que, mesmo com a conquista da Taça da Liga, Peseiro continuou a ser o mesmo amigo de lista telefónica que raramente é convidado para as grandes festas. Depois de tantos anos de carreira, o título de perdedor continua vinculado a Peseiro. Terá, dirão alguns, no FC Porto a oportunidade de se livrar desse rótulo. Para mim, o mais importante é que, a partir deste dia, Peseiro seja sempre Peseiro. Com isto virá, tal como afirmou na apresentação, uma ideia de jogo diferente. Melhor ou pior, os jogos e os resultados o dirão. Mas, no meio de uma época e de uma equipa com tantas dúvidas e tão poucas certezas, uma coisa é certa: Peseiro ainda vai a tempo de salvar a época. Queiram os jogadores e toda a estrutura que isso aconteça. Só assim o FC Porto pode ser mais forte nas batalhas que ainda vêm aí. Com ou sem pés frios.

WRC 2016… Ou mais um passeio para Ogier

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A temporada de 2016 ainda começa hoje com o Rally de Monte Carlo, tal como é hábito, mas apesar disto já quase se pode dizer que Sébastien Ogier será o Campeão do Mundo.

Com um calendário de 14 provas – a China entra no calendário – em vez das 13 dos últimos anos o WRC fica mais longo, o que não agrada às equipas, neste que é um ano de fim de geração, uma vez que as regras se alteram no ano que vem a nível de carros. Esta situação levou, por exemplo, a um afastamento da Citroën a nível oficial, apesar de a marca francesa estar no WRC através da PH Sport numa situação em tudo idêntica à de 2006 mas na altura com a Kronos.

Mas vamos começar pelos campeões. A Volkswagen de 2016 é em tudo igual à de 2015, onde dominou a temporada. Ogier, Latvala e Mikkelsen continuam ao volante do Polo WRC e parece que vão discutir entre si os três primeiros lugares do Mundial, provavelmente por esta ordem. A marca alemã venceu 34 das 39 provas em que entrou e quer melhorar ainda mais a sua taxa de eficácia.

A Hyundai é a única equipa que se pode intrometer neste domínio da Volkswagen. A marca coreana vai para a estrada com um novo carro que parece ser melhor que o que até agora tem estado presente nas provas. O facto de ser um carro totalmente novo pode trazer problemas iniciais, mas parece ser um carro muito melhor que o I20 anterior. Os pilotos vão ser os mesmos do ano passado, ou seja, Neuville, Sordo e Paddon. Kevin Abbring, que no ano passado fez algumas provas, este ano vai estar a focar-se no desenvolvimento do I20 R5 e do WRC de 2017, podendo no entanto fazer algumas provas num calendário ainda em aberto.

O Fiesta apresenta uma decoração nova para 2016 Fonte: M-Sport
O Fiesta apresenta uma decoração nova para 2016
Fonte: M-Sport

A M-Sport, representante da Ford no WRC, é a força mais fraca entre os construtores presentes em 2016. A equipa inglesa vai ter ao volante do Fiesta WRC Ostberg – depois da experiência falhada na Citroën – e Eric Camilli, um piloto francês com apenas uma temporada do WRC mas aos volantes de um Fiesta R5. Uma aposta de muito risco de Malcon Wilson que tem tudo para dar errado, mas temos de esperar para ver.

Por fim a Citroën como já disse no início do artigo não vai estar a nível oficial em 2016, mas a PH Sport, equipa que vai representar a marca francesa, é quase uma equipa oficial, mantendo a base dos últimos anos. Kris Meeke será o chefe da equipa, acompanhado por Sébastien Lefebvre, a nova esperança francesa na modalidade, e Craig Breen, que passa assim da Peugeot para a marca irmã. Para já ainda não se sabe ao certo o plano da equipa, mas é provável que a equipa só faça o calendário europeu da modalidade.

Quanto a Monte Carlo a vitória será como não podia deixar de ser para Ogier a não ser que algo de extraordinário aconteça. Será a quarta vitória do francês na prova e o primeiro passo para o seu quarto título mundial.

Foto de capa: Facebook Oficial de Sébastien Ogier