Mais um jogo contra a equipa de Carnide, mais uma vitória e até aqui tudo normal! O que não é normal foi aquilo que se passou e tem vindo a passar após o jogo!
A direcção encarnada, com a clara intenção de afastar o foco da equipa e do seu (insuficiente) treinador, começa a disparar na arbitragem, quando, no geral, a turma leonina pode-se considerar mais prejudicada que os seus adversários.
Mas falar em arbitragem quando se perde – e bem – um jogo e se está num momento de contestação dos adeptos é útil para atirar “areia para os olhos” dos mais inocentes. E até aqui… tudo bem (ou não).
Agora o que eu não consigo aceitar é o discurso do Rui (mais derrotas que) Vitória(s)… o desespero dele no final do jogo… tudo bem… não sabe mais e não consegue mais com a equipa que tem! E verdade seja dita, a sua direcção preocupa-se mais com Jorge Jesus do que com ele, o que não deve facilitar nada a sua vida e o seu trabalho.
A culpa de Gaitán ter perdido os sentidos e jogado os 120 minutos, também é culpa de Jorge Sousa? Fonte: SL Benfica
Termina o jogo e Rui sai disparado para a flash interview a dizer que tem “dois jogadores a caminho do hospital… Um, infelizmente num lance aparatoso e onde não há maldade de ninguém ou propósito em aleijar (o mesmo já não se poderá dizer de alguns jogadores que equipam de vermelho) e outro num choque cabeça com cabeça com um adversário, quase no início da partida.
Atenção que Nico Gaitán lesiona-se a meio da primeira parte, perde inclusivamente os sentidos em campo… e que faz Rui Vitória? Mantém-no em campo até ao minuto 120. Sim, eu sei que ele é o melhor jogador da equipa encarnada, mas nada justifica o prejudicar a saúde de alguém em prol de um jogo… (até poderia ser mais grave e arriscar-se a perder um jogador muito mais tempo).
Rui, com a saúde não se brinca e espero e desejo sinceramente que os teus dois jogadores recuperem rapidamente.
Difícil de explicar que se passou no Dragão nesta noite friorenta em que se jogou a 5.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. O Porto complicou as contas todas (que como já tinha dito no rescaldo do último jogo não eram favas contadas) e está obrigado a ganhar o próximo jogo em Stamford Bridge para depender só de si. Se quiser andar de calculadora na mão pode empatar desde que o Dínamo não ganhe em casa ao Maccabi (cenário pouco provável). Para se perceber o descalabro que foi o jogo, caso perdesse só pela diferença de 1 golo apenas precisaria de empatar em Londres… inimaginável esta noite!
O Dínamo bateu o Futebol Clube do Porto com dois golos sem resposta e nem deu hipótese aos Dragões para esboçar uma resposta visível face ao que se estava a passar no relvado. Uma equipa que foi uma sombra de si, nunca conseguiu ganhar o meio-campo e deixou-se dominar pela teia defensiva (sem “estacionar o autocarro”) dos ucranianos. A culpa não pode morrer solteira e há muitas para distribuir.
Comecemos pelo melhor Porto ou pelo médio Porto – aquele que esteve em campo até aos 20 minutos. Lopetegui deixou André no banco e entrou com Imbula, Danilo e Rúben Neves que apoiavam Brahimi, Tello e Aboubakar no ataque. Quis dar musculo Lopetegui mas a estratégia saiu-lhe muito furada. Danilo embora seja o médio mais eficaz no corte não dá velocidade ao jogo, Rúben dá velocidade e pouco choque defensivo e Imbula dá… dores de cabeça! Este Porto enganou no início com circulação de bola lenta e com algumas jogadas que até podiam levar perigo (nunca eminente!); exemplos são o remate (3’) e cabeceamento de Danilo (7’), pontapé de Brahimi (13’) e alguns cruzamentos (19’ e 23’) para a área do Dinamo de Kiev. Uma amostra de posse de bola sem alma e a que os ucranianos responderam com perigo real geralmente com cruzamentos da direita (29’ e 33’ são oportunidades claras para os de Kiev). Este perigo era causado não só por uma noite menos inspirada de Layún (quem não esteve desinspirado?!) como pelas falhas de marcação de Imbula e pela falta de ajuda de Brahimi ao lateral. No lado oposto as coisas também não estavam famosas embora Ruben Neves e Tello fossem mais eficazes na ajuda a Maxi Pereira.
A partir dos 20 minutos entramos no mau – 11 jogadores em campo à procura de saber o que fazer à bola. Sobrava alguma ambição que dava esperança aos adeptos. O golo ucraniano surgiu de penalty aos 33 minutos, num daqueles lances que não se marca no Camp Nou, Bernabéu ou Old Trafford mas que o espanhol, rigoroso na análise às faltas portistas, assinalou. Confesso que no estádio fiquei com a sensação que foi uma decisão exagerada mas o leitor pode tirar as suas conclusões já que deve ter tido acesso a várias repetições de vários ângulos. Estava feito o primeiro, prometia ser uma noite difícil – o adversário era duro – mas havia esperança. Só se conseguiu esboçar uma reação ao golo nos últimos minutos da primeira parte embora as torres de leste resolvessem sempre o problema nos cruzamentos para a área. Quando o Porto se preparava para fazer um cruzamento o burocrata espanhol mandou todos para o balneário.
André André foi suplente frente ao Dínamo Kiev Fonte: Facebook FC Porto
A segunda parte começou com uma surpresa: Maxi saiu (sem a velocidade de outrora!) e entrou André André. O Porto organizava-se com Danilo a central, Layún na direita e Martins Indi a lateral esquerdo – provavelmente Lopetegui previu a possibilidade de ter que jogar com 3 centrais. O Porto ainda tentou fazer algo do jogo e foram várias as vezes que se aproximou da área mas a falta de clarividência no ultimo passe foi tão grande que não sobram praticamente jogadas de relevo! E à medida que os Dragões mostravam aos visitantes que estavam frágeis os ucranianos cresciam, com Junior Moraes a ganhar entre os centrais portistas, com os médios a ganharem as segundas bolas e com os centrais a não darem hipótese a Aboubakar e companhia. O único que ainda parecia que sabia o que estava a fazer em campo era o jovem capitão portista embora seja demasiado macio a defender. E mais uma vez o Dínamo foi crescendo e foi criando perigo – o Porto parecia uma equipa cansada, demasiado espaço entre linhas, jogadores que não recuperavam e passes falhados de levar à loucura os adeptos portistas. E se achavam que já tinham visto tudo então o que se passou aos 66’ deixou todos em choque: a entrada da versão muito má!
Brahimi faz um mau passe (foram tantos!) o Dínamo de Kiev contra-ataca e Casillas “frangou”! O que se adivinhava difícil parecia agora impossível. Osvaldo e Corona entraram mas a equipa estava perdida e o Dínamo sabia ao que vinha – nunca o Porto conseguiu fazer uma jogada com pernas, tronco e membros. Aos 78’ ainda houve uma bola no poste de Shovkovsky mas o Dínamo foi sempre mais venenoso no contra-ataque do que os Dragões. O Porto perdeu a batalha do ataque, do meio-campo e da defesa e perdeu porque a estratégia foi má, as escolhas foram más e a concentração foi inexistente.
Lopetegui está a perder crédito junto dos adeptos (alguns já muito críticos), falhou ao não perceber que Imbula não está entrosado na equipa e Danilo não dá suficiente velocidade no jogo; falhou ao não conseguir posicionar as peças em campo de forma a haver sempre linhas de passe; falhou ao não corrigir a distância que havia entre linhas… o que me leva a crer que o cerne do erro não foi só a análise. Lopetegui não preparou bem a equipa a nível táctico mas essencialmente a nível mental. O Porto esteve ausente, desconcentrado – falhou recepções (a bola parecia que batia em mecos), passes, jogadas… ficou uma preparação mental por fazer! Pergunto ainda: O que adianta ter um bom porte físico quando não se é ágil, rápido nem agressivo? Veja-se o Barcelona por exemplo para se perceber que para ganhar uma bola a agilidade, rapidez e agressividade conseguem suplantar o porte físico dos adversários. A situação é crítica, o risco de ficarmos pelo caminho é sério e analisando com frieza até é o mais provável. Pode ser que o grupo tome consciência do que se passou e que brilhem em Inglaterra, resta-nos essa esperança.
A Figura:
Rúben Neves – Circulou a bola entre o bem e o razoável e posicionou-se bem. Faltou agressividade a defender, o menos mau portanto.
1) AS BOLAS AO POSTE – Quando, em 1995, José Roquette chegou ao cargo de presidente do Sporting, disse que, com ele, o clube seria duas vezes campeão em cada três anos e deixaria de estar dependente das bolas que vão ao poste e não entram. O discurso era tão ambicioso quanto irrealista: o que, na prática, se seguiu foi o esvaziamento do “Sporting-clube” e a criação do “Sporting-empresa”. O emblema de Alvalade perdeu património, associados e competitividade, entrando num ciclo cada vez mais dramático que quase culminou na dissolução do clube, em 2013. Os dois campeonatos ganhos entre 2000 e 2002 serviram de balão de oxigénio às chamadas direcções “roquettistas”, que encontraram nos sócios o apoio de que necessitavam.
Serve tudo isto para falar do dérbi de sábado e, em particular, de um minuto que poderia ter sido decisivo, mas não foi. Começa justamente numa bola ao poste, enviada por Slimani à baliza de Júlio César. A partida tinha começado pouco tempo antes e o Sporting enjeitava, assim, uma possibilidade flagrante de ferir de forma quase irreversível um Benfica já de si fragilizado. Pouco depois, confirmava-se que as consequências do falhanço do argelino eram as piores possíveis: o Benfica chegava ao golo. A equipa de Rui Vitória alcançava, por fim, aquilo que não tinha conseguido obter nos dois encontros anteriores com o Sporting, com a agravante de se ter adiantado no marcador.
É aqui que entram as inevitáveis comparações do actual Sporting com o Sporting pré-2013. Até há dois anos, num cenário idêntico, a equipa entraria em pânico com o golo sofrido, enquanto o adversário se galvanizava. Agora já não. A primeira parte dos leões não foi bem conseguida mas, ainda assim, chegou para anular a vantagem encarnada e pôr fim ao anti-jogo do adversário – que, de resto, apostou mais nesse esquema do que o Arouca tinha feito contra o Sporting na última ronda. A partir de então a história do jogo mudou, assim como a História recente do Sporting tem mudado muito nos últimos tempos.
Para além da evidente superioridade da equipa de Jorge Jesus face ao rival de Lisboa, a entrega dos atletas permitiu ir buscar um jogo que, até há não muito tempo, estaria irremediavelmente perdido desde o fatídico minuto em que os leões enviaram uma bola ao ferro e as águias marcaram. Afinal de contas, mais do que dizer, para fins eleitorais, que o clube vai deixar de depender dos azares e das bolas nos ferros, é preciso criar condições para que tal aconteça. E, ao contrário do Sporting de Roquette, o actual Sporting está a criá-las, doa a quem doer.
2) O MEDO MUDOU DE LADO – Um outro aspecto que mostra bem a mudança de paradigma actualmente em curso no Sporting são duas declarações de Jorge Jesus. O treinador leonino não as proferiu esta semana, ou sequer este mês, mas elas estão carregadas de carácter simbólico e exemplificam aquilo que era e o que é actualmente o Sporting (e, por arrasto, o Benfica). Infelizmente não consegui recuperar textualmente uma das declarações, pelo que a cito de cor. Numa entrevista nos seus primeiros tempos de leão ao peito, Jorge Jesus mencionou o facto de, quando representava o clube da Luz, ter sempre a sensação de que os verde-e-brancos já partiam para o campo apáticos e psicologicamente condicionados quando jogavam contra clubes grandes. Se este facto era evidente aos olhos do mais leigo dos adeptos, claro que o melhor treinador em Portugal não deixaria de o explorar. E, com efeito, os jogadores do Sporting pareciam encolher quando iam ao Dragão ou à Luz. Isso, obviamente, era meio caminho andado para a derrota.
Agora as coisas mudaram, e aqui entra a segunda frase de JJ que não esqueço: após a conquista da Supertaça, em Agosto, o treinador não se coibiu de dizer que “o Benfica teve medo do Sporting”. Eu, que tinha ido ao Algarve de propósito para ver o jogo e que, nessa altura, ouvia a conferência de Jesus no carro, à espera de poder sair do parque de estacionamento sobrelotado, não pude esconder o sorriso. Para alguém que, como eu, exasperava com o temor com que os jogadores do Sporting defrontavam os rivais, aquele era um momento altamente simbólico. Muito mais do que uma “bicada” no Benfica, aquela frase representava um corte definitivo com o passado recente. A partir daquela noite de início de Agosto, o medo tinha mudado de lado. E os episódios seguintes, tanto dentro de campo como fora dele, só o têm vindo a confirmar.
Slimani é, neste momento, sinónimo de pânico para os benfiquistas Fonte: Sporting CP
3)O DÉRBI – Muita da incapacidade do Sporting tinha, portanto, uma dimensão psicológica. Contudo, se os méritos de Jorge Jesus se limitassem a esse campo, ele seria psicólogo e não treinador de futebol. O trabalho que o técnico dos leões tem feito no Sporting, desde o tal campo mental até à imposição do seu esquema táctico e das suas rotinas, merece todos os elogios. No dérbi, Jesus soube ver que o Benfica iria abdicar do ataque organizado e fechar-se no seu meio-campo, pelo que a entrada de Gelson merece todos os aplausos.
A forma como o treinador tem moldado João Mário e tirado partido da sua versatilidade também é digna destaque, não esquecendo ainda o equilíbrio defensivo, que deu alguns dissabores no início da época mas que melhorou com o tempo de trabalho e com os regressos de William e Ewerton. A equipa do Sporting mantém-se serena em qualquer zona e a pressão constante “engole” os adversários. Em suma, o cunho de Jesus é cada vez mais evidente, embora as curtas soluções para as alas sejam um problema. Por último, convém dizer que a linha defensiva que terminou o jogo era composta por João Pereira e Esgaio nas laterais, e Tobias ao lado de Paulo Oliveira. A qualidade individual no sector não abundava, mas as ocasiões consentidas foram poucas ou nenhumas. Mérito para os jogadores e para o treinador.
4) AFINAL, QUEM SÃO OS CALIMEROS…? O glorioso Benfica, aquele que é o maior clube de Portugal (“o segundo maior é o “anti-Benfica”, dizem muitos benfiquistas – ai os complexos de superioridade…) e cujos adeptos dizem nunca falar de arbitragens, tem protagonizado cenas tristes, não só no tratamento a Jorge Jesus como na ressaca das várias derrotas recentes. Desta vez querem a todo o custo castigar Slimani (e provavelmente conseguirão). De nada interessa que o golo do Benfica tenha sido precedido de falta, que Jardel tenha placado Adrien sem bola e quando já tinha amarelo (percebo que Jorge Jousa possa não ter visto estes dois lances, mas isso é mais um ponto a favor do vídeo-árbitro que o Sporting defende mas cuja proposta o Benfica ridicularizou) ou que Samaris tenha feito penálti sobre Slimani (não acho um lance evidente, mas o penálti de que os benfiquistas se queixam sobre o seu capitão também não o é). A conduta de Eliseu também foi irrepreensível. O que interessa é tentar a todo o custo afastar na secretaria um dos jogadores-chave do Sporting. Isto vindo de um clube que até há bem pouco tempo contava com os préstimos de Javi Garcia e Maxi Pereira, é preciso não esquecer. De facto, há situações irónicas.
Este triste espectáculo é, ao mesmo tempo, deprimente e delicioso. Deprimente porque nenhuma outra palavra ilustraria melhor tamanha desorientação e perda de dignidade; delicioso porque aqueles que chamavam “calimeros” aos Sportinguistas estão, eles próprios, a privar-se de um dos seus pseudo-argumentos favoritos. Os benfiquistas que fizeram pouco da proposta sobre o vídeo-árbitro, porque não lhes interessava, talvez para a próxima pensem duas vezes. E já se dá aqui de barato o facto de dizerem que têm mais razões de queixa do que o Sporting .
Depois da queda dos mitos do ano da fundação, do número de sócios, do suposto facto de só os outros serem “antis” e, agora, dos “calimeros”, só falta mesmo cair o mito de Vieira, “o estruturador”. Mas, pela parte que me toca, não há pressa nenhuma.
Para que a memória não se perca, aqui ficam os vídeos de dois dos maiores roubos em dérbis a que já assisti. Aos que hoje se queixam sem razão nenhuma – estão mesmo muito mal habituados – respondo com aquilo que tantas vezes tive de ouvir quando me queixei: “joguem à bola e marquem mais golos do que nós”.
O jogador austríaco, de apenas 23 anos, é uma figura incontornável do Bayern München e o nome maior da atrevida seleção da Áustria. Titular pelo clube desde 2011, Alaba é considerado por muitos o melhor defesa esquerdo do mundo e o melhor jogador polivalente da atualidade (pode atuar como lateral, central, médio ala, médio defensivo, médio centro ou extremo).
Alaba é internacional desde 2009 e já leva 11 golos pela sua seleção. Esta temporada já leva um total de 24 jogos e mais de 2000 minutos, tendo apontado três golos. Com uma média de 42 jogos por época, o defesa do Bayern tem já com tenra idade um currículo invejável: A nível internacional: um Campeonato do Mundo de Clubes, uma Liga dos Campeões e uma Supertaça Europeia. A nível nacional: quatro Bundesligas, três DFB Pokal e dois DFL- Super Cup.
Com isto tudo, posso dizer que David Alaba é um dos nomes a ter em conta na corrida para o futuro melhor jogador do mundo.
Não venho discutir a vitória do Sporting no sábado. Os nossos vizinhos da 2.ª circular ganharam merecidamente; aliás, foram os únicos que quiseram ganhar. O jogo teve uma arbitragem má: penáltis por assinalar, critério de amostragem de cartões pouco ou nada coerente, enfim, toda uma panóplia de decisões que passou ao lado de Jorge Sousa e dos seus assistentes. Apesar disso, isto não serve de desculpa para Rui Vitória, nem para ninguém.
Não serve de nada, mas relembra uma coisa que há muito não se vê no campeonato português: um sumaríssimo. Quando o Benfica ganhava por uma bola a zero, à entrada da área, Slimana agrediu Samaris. Uma acção que passou despercebida aos árbitros e à maioria dos espectadores, que só depois, nas redes sociais, puderam ver o lance. O lance é descabido, é uma agressão sem nexo, sem intenção de jogar a bola. Slimani é um bom ponta-de-lança, mas, eticamente, não merece o respeito do mundo do futebol. Sim, sei que já estão a listar todas as acções que aconteceram do lado do Benfica nos últimos anos, mas tenham calma. Eu não disse que este caso era único; esta é apenas a amostra mais recente para uma série de casos que acontecem em (quase) todas as jornadas da Primeira Liga aos Regionais. E isto só me faz perguntar: isto passa impune?
A necessidade de aplicar tecnologias ao futebol para ajudar os árbitros nunca foi tão urgente. O rugby tem-se mostrado como o melhor exemplo. Neste caso é escandaloso se Slimani passar impune. O mais provável? O mais provável é passar. A primeira liga portuguesa deixa passar imensos casos que deveriam ser alvo de análise posterior por uma espécie de tribunal de arbitragem. Não digo cada caso singular, cada falta que não foi assinalada; não sou assim tão meticuloso. Mas há uma grande necessidade de castigar quem viola de forma grave a conduta de jogo. Para mim, Slimani tem de ser alvo de suspensão. Sê-lo-ia na Premier League: os imensos casos de Diego Costa justificam esta analogia. Para mim também seria de castigar, fortemente, todos os que simulam penáltis. É um acto de desrespeito para com o árbitro, a alegria dos adeptos e a equipa adversária; e se no futebol se perde o respeito perde-se tudo.
Até fica mal a um génio essas ideias de simulações, mortal Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
É obrigatório e necessário castigar casos que levem o futebol para um espectáculo de saltos acrobáticos dentro da grande área e de socos ao acaso. A alegria de jogar só porque sim, de desfrutar do relvado, de dar sempre a mão ao jogador que caiu… Isso há muito que desapareceu. O jogo tornou-se num mercado, num importante pedaço da economia. Digo-o e reforço-o citando o grande ex-jornalista Eduardo Galeano: “A medida que el deporte se ha hecho industria, ha ido desterrando la belleza que nace de la alegría de jugar porque sí. En este mundo del fin de siglo, el fútbol profesional condena lo que es inútil, y es inútil lo que no es rentable.”.
Concordo com Galeano. Gostava de ter nascido uns anos antes e ter assistido a esta pureza do desporto e não a esta arte de enganar e de agredir na sombra. Espero que haja um sumaríssimo a Slimani. Espero que as simulações comecem a ser severamente castigadas, e isso começa também no balneário. Quero justiça no futebol independentemente do clube, independentemente do dono do clube. Eu sei, é utópico, e não, não acredito que lá chegaremos, mas continuarei a clamar por isso, porque se o povo não clamar por justiça clamará por quê?
Ponto prévio: devo assumir que a quase totalidade dos benfiquistas que conheço não retirou mérito algum à vitória do Sporting, afirmando que a equipa leonina foi superior, se deu mais ao jogo e procurou a vitória que acabou por conseguir de forma justa. Gosto de ter amigos assim, gosto de discutir futebol e “a bola” com pessoas que sabem esgrimir as suas ideias e convicções de forma clara; ontem um benfiquista disse-me que gosta de Rui Vitória, e que é uma pena que o treinador benfiquista não se consiga libertar do peso da herança – recheada de títulos – de Jesus, porque quando isso acontecer a equipa passará a ter outra atitude em campo. Apesar de não concordar, entendi o que quis dizer, e acabámos a conversa com o desejo de que o Benfica volte a ser um clube que dê luta aos leões de Jesus.
Este texto não vai para essa maioria, não vai para aqueles que sabem ver o que se passa dentro de campo; mas vai, sim, para aqueles que – com as frases feitas e a incapacidade de admitir o óbvio – não têm a capacidade e a inteligência de ver para além da cor da camisola que usam. Este texto vai para os muitos prodígios Guedes que vêem coisas onde não as há. Dizer que a melhor equipa ficou pelo caminho é um insulto à capacidade intelectual de X milhões de benfiquistas (no lugar do X coloquem um número de 5 a 20, tanto faz), repetir uma segunda vez é uma afronta aos seis anos de Jesus na Luz, anos em que a equipa encarnada ganhava regularmente – e com alguma facilidade – jogos frente ao rival; afirmá-lo ainda uma terceira vez é um sinal claro de que Guedes devia ter ido com Gaitán (As melhoras, Nico, és um dos melhores jogadores da nossa Liga) ao hospital fazer exames ao seu crânio, porque algo tem que não estar bem com o jovem jogador do Benfica.
O Sporting mereceu a vitória de forma categórica e isso é inegável. Depois do golo de Mitroglou, o único remate com perigo por parte do Benfica foi por Eliseu, de fora da área, quando decorria o minuto 75… Agora diz-me, Gonçalo, 69 minutos sem rematares com perigo à baliza e merecias ganhar o jogo? Aos nove minutos de jogo o teu colega Júlio César já perdia tempo na reposição da bola em campo, e ainda assim foste a melhor equipa? Viste um puto Gélson fazer “gato-sapato” do teu colega Eliseu inúmeras vezes, e ainda assim achas injusto teres ficado pelo caminho? Por falar em justiça, viste a joga do João Mário? Encheu-te as medidas? É que a mim sim!
Gonçalo, reconheço-te velocidade e até algum flair, mas precisas de modéstia e até de capacidade de raciocínio para singrar na vida e no futebol.
Guedes, claramente deves ter visto um jogo diferente deste que a foto representa Fonte: Sporting CP
Agora, Guedes, podes dizer “Ah, e tal, e o penálti que levou o meu capitão para o Hospital da Luz?”. A minha resposta é: “Tens razão, Gonçalo, é penálti, sim, senhor!”. Também podes referir a agressão do Slimani ao Samaris, e que o nosso Super-Sli devia ter sido expulso nesse lance… A minha resposta será que é verdade; poderia e deveria ter sido expulso. Mas sabes o que te direi a ti, Gonçalo, e a todos os Guedes desta vida? Porque não pedes o vídeo-árbitro? Porque é que são aqueles que, supostamente, utilizam a táctica do barulho que andam aqui numa caminhada solitária pelo deserto a pedir algo que vai acabar com esses mesmos lances? Porque é que não vais com o teu mister Vitória até Alvalade e falas com Bruno de Carvalho para dar o teu apoio a essa causa? Ou porque não vais mesmo ter com o teu presidente e pedes para falar sobre a introdução dessa tecnologia no futebol português?! Eu sei que ele disse uma vez que “um clube que desculpa as derrotas e as vitórias dos outros com erros de arbitragem é sinal de clube pequeno” mas, depois de perderes pela terceira vez em três meses com o Sporting, algumas políticas têm que ser repensadas, não? Tens medo de ser apelidado de calimero? Não tenhas, porque só estás a tentar o melhor para o futebol português, e isso é de louvar.
É que a mim dava-me um jeitão que a vídeo-arbitragem chegasse a Portugal, confesso. Acabar-se-ia com os casos Capela, com os penáltis por marcar e mal marcados, com as simulações e com os treinadores que entram em campo e empurram jogadores do meu clube. Só neste derby, e para além do que já falámos, gostava de que um vídeo-árbitro tivesse visto a falta de Jardel sobre o Adrien aos 52 minutos e que seria o segundo amarelo, ou então que visse o penálti do Samaris antes dos 90′, o que poderia dar a vitória sem necessidade de cansar os jogadores com mais meia hora de jogo. Era tão bom, porque escusava de te cansar a ti e aos jogadores do meu Sporting antes de duas viagens muito longas e que esperemos que se traduzam em duas vitórias europeias.
Desejo-te toda a sorte do mundo, Guedes, ressalvando que percas sempre contra a equipa que foi “a pior em campo” no passado Sábado, mas acima de tudo espero que consigas fazer pelo futebol nacional aquilo que o meu presidente tenta – sem sucesso – há mais de dois anos.
Se precisares de ajuda, tenta falar com o Pedro Guerra; ele, com toda a exposição mediática que (infelizmente) tem, de certeza que consegue ser uma ajuda de peso para a nossa causa.
21 de Novembro de 2015, 18h05 GMT, Manchester. Há um mês, era impossível sonhar-se com isto. A grandeza do clube estava recheada de feitos incríveis, com vitórias inolvidáveis que deixaram a marca em adeptos espalhados pelo globo. A década de 70, sobretudo. A Champions de 2005, depois. A mística, sempre. Mas chegar ao Etihad, ao terreno de um dos grandes favoritos ao título e que em casa costuma destroçar os seus adversários, e estar a ganhar 3-0 volvidos 30 minutos de jogo é algo que não cabia nas (sempre grandes) ambições do comum adepto do Liverpool em meados de Outubro do ano passado.
Mas aconteceu. Os reds entraram com tudo, com toda a crença que adquiriram sob o comando de Jürgen Klopp, de quem desconfiaram primeiro (dois empates consecutivos do alemão nos primeiros jogos em Anfield Road), mas a quem concederam, depois, autorização para acreditar nas próprias capacidades. E isso ficou bem reflectido na forma como a equipa entrou no jogo, pressionando, a toda a largura do terreno, a saída de bola dos citizens… aliás, foi assim que chegaram ao primeiro golo, intimidando o adversário com a crença de que este iria falhar, Coutinho pressionou Sagna, ganhou espaço e assistiu Firmino, que cruzou para o auto-golo de Mangala.
A dupla brasileira não ficaria por aqui e, outra vez alimentados pela crença, foram em busca de bolas que pareciam perdidas. Firmino acreditou até ao fim e assistiu, de uma forma brilhante, Coutinho para o 2-0, que retribuiria o favor no 3-0. Nos festejos, ninguem deixou de reparar na união do grupo a emergência de um líder em Martin Skrtel, que pareceu pedir concentração face aos perigos que a descontracção pudesse trazer.
A dupla brasileira destruiu a defesa do City Fonte: Facebook do Liverpool
A equipa viria a sofrer um golo, por Aguero, e a marcar outro, perto do final, pelo capitão, mas a história estava feita e o efeito Klopp perfeitamente explicado em apenas meia hora: um feito incrível, conseguido em tão pouco tempo, sustentado pela capacidade de Klopp de fazer os jogadores acreditarem neles mesmos. O exemplo maior é o de Firmino, que foi forçado pelo alemão a acreditar nele mesmo e a confiar mais no seu técnico, que, apesar da tinta escorrida pela imprensa inglesa, sentou Benteke no banco. O brasileiro respondeu, justificando, em cada golo da primeira parte do encontro com o City, o investimento por ele feito, contando com a colaboração de Coutinho, que já acreditava nele mesmo, mas andava farto de ser o único.
Skrtel e Sakho emergiram como autenticos líderes do balneário, algo que a equipa parecia acusar desde a saída de Steven Gerrard. Aí, Klopp também tem dedo, porque não potencia só qualidades técnicas, mas também pessoais, e as de liderança, tão precisas num clube com o peso histórico do Liverpool, foram tomadas por quem merece esse estatuto.
Nem tudo são rosas, ainda. O Liverpool continua a sofrer muitos golos para uma equipa de top 6 da Liga inglesa, e falta-lhe saber mandar no jogo quando se encontra em desvantagem ou tem a absoluta necessidade de abrir as hostilidades (lacunas mais evidentes na zona de construção do meio-campo, mesmo contando com as descidas de Coutinho). Falta, aos reds, a arrogância de quem se acha grande. Porém, Klopp já pode mostrar dois exemplos (3-1 em Stamford Bridge e 4-1 no Ethiad) do quão grandes os seus jogadores podem ser. Eles não duvidarão. Porque, agora, acreditam no seu líder, e porque, há um mês, era impossível sonhar-se com isto.
Pedro Sousa é um jogador dotado de um talento nato raro, um jogador que poderia estar facilmente no pódio deste top 10 tenistas portugueses, se conseguisse pôr em prática todo o seu talento. Mas a questão é que apenas a espaços conseguiu impor o seu potencial e demonstrar aquilo que eu estou a afirmar. Essa grande irregularidade valeu-lhe, até ver, “apenas” o 199.º lugar do ranking ATP como melhor classificação. Não que seja mau, mas para a qualidade que Sousa apresenta em certos momentos (estou a lembrar-me de um jogo no antigo Estoril Open – atual Portugal Open -, em 2011, em que o desconhecido e franzino português forçou o gigante Juan Martin del Potro a um terceiro e decisivo set; ficou 2-6 6-3 3-6 para o argentino) é manifestamente pouco. Agora, aos 27 anos de idade, o jogador natural de Lisboa tenta aos poucos recuperar a sua posição no ranking mundial, após uma lesão no pulso. Tenistas portugueses
O Casemiro talvez você não conheça, a aldeia donde ele vinha nem vem no mapa.
Assim começa a música de Sérgio Godinho, que não é sobre o jogador do Real Madrid, mas quase podia ser. O Casemiro também é quase um desconhecido ao pé de estrelas como Ronaldo, Bale ou Benzema, mas a verdade é que jogou a titular nos últimos sete jogos, dando a ideia de ser uma peça fundamental para Benítez. Por isso, quando, antes do clássico de sábado, o treinador lhe disse que ia para o banco, Casemiro estranhou a decisão, mas esperou para ouvir as razões.
Punha o ouvido atento, via as coisas por dentro, que é uma maneira de melhor pensar, via o que estava mal e como é natural, tentava sempre não se deixar enganar.
Benítez, tal como explicou aos jornalistas no final do jogo, disse aos seus jogadores que a sua intenção ao colocar um meio campo apenas com Kroos e Modric era apertar o Barcelona, recuperar a bola em zonas mais adiantadas e conseguir manter a sua posse.
Mas o Casemiro, que era fino de ouvido, tinha as orelhas equipadas com radar, ouvia o tipo muito sério e comedido, mas lá por dentro com o rabinho a dar a dar.
A explicação parecia estranha porque, sentado no banco, Casemiro não via o Real apertar, bem pelo contrário. E tudo ficou ainda mais estranho quando viu, por volta dos dez minutos de jogo, o Barça trocar 36 passes à vontade, com a bola a passar pelos 10 jogadores de campo, num lance em que os catalães tiveram a posse de bola ininterruptamente durante mais de um minuto e meio e que acabou no golo de Suárez.
O Casemiro, que era tudo menos burro, tinha um nariz que parecia um elefante. Sentiu logo que aquilo cheirava a esturro, ser honesto não é só ser bem-falante.
Casemiro em ação frente ao Bétis Fonte: Facebook Oficial de Casemiro
As explicações de Benítez não convenceram Casemiro. Muitas equipas decidem reforçar o meio campo quando defrontam o Barcelona, mas o Real Madrid fez o contrário. Benítez, a jogar em casa contra o Las Palmas e o Levante, por exemplo, achou que era necessário um meio campo a três, com Casemiro como médio mais defensivo, mas contra o Barcelona achou que bastavam Kroos e Modric.
Não sei se o Real é mais forte com Casemiro ou não (Ancelotti, no ano passado, venceu o clássico de Madrid apenas com Modric e Kroos no meio), o que digo é que Benítez não foi coerente com as suas próprias escolhas e deixou a sensação de que escolheu a equipa que o público queria e não aquela que acha ser a mais forte. Assim, não admira que, sentado no banco, Casemiro fosse cantarolando o refrão da música de Sérgio Godinho:
E dizia ele com os seus botões: Cuidado Casemiro, cuidado Casemiro, cuidado com as imitações. Cuidado minha gente, cuidado minha gente, cuidado justamente com as imitações.
Concluindo, Benítez não escolheu o onze em que mais acreditava e só há uma coisa pior do que ter Benítez como treinador: é ter Benítez como treinador a fazer algo em que nem ele próprio acredita.
A moral deste conto, vou resumi-la e pronto, cada um faz o que melhor pensar, não é preciso ser Casemiro para ter sempre cuidado para não se deixar levar.
Após disputar 148 jogos pela selecção da Nova Zelândia – 110 deles como capitão de equipa -, na qual venceu por 131 vezes, o bicampeão mundial e três vezes considerado Melhor Jogador do Mundo, Richie McCaw anunciou a retirada da modalidade: ”Este anúncio serve apenas para dizer que vou pendurar as botas, é o fim dos meus dias como jogador de rugby. Queria que as pessoas soubessem que o meu último jogo como profissional foi a final do Campeonato do Mundo pelos All Blacks há algumas semanas. Chegou ao fim uma parte importante da minha vida ”
O nova-zelandês, de 34 anos, competiu durante 15 anos, tendo acumulado vários troféus e distinções colectivas e individuais. Entre os principais troféus colectivos conquistados, conta com dois Campeonatos do Mundo com a camisola da selecção All Black, dez títulos do Tri Nations/The Rugby Championship e quatro títulos de campeão do Super Rugby pelos Crusaders. A nível individual destaca-se a eleição de Melhor Jogador do Mundo em 2006, 2009 e, finalmente, 2010.
McCaw despede-se dos relvados com o título de campeão
Com um estilo de jogo aguerrido, o antigo número 7 da selecção da Nova Zelândia nunca foi um atleta consensual, havendo várias acusações de jogar à margem da lei, não existindo, no entanto, dúvidas do seu perfil de líder de equipa, sendo mesmo considerado um dos melhores capitães de sempre do mundo do desporto.