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O cheiro a Taça e a mar

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Antes de começar a percorrer as linhas deste texto, aqui fica o aviso, caro leitor: sou um fã ávido da Taça de Portugal. Por tudo aquilo que representa, mesmo que não tenha o encanto de outros tempos já há muito idos, continua a ser, no meu imaginário (e sei que no de muitos mais), a prova-rainha, a fonte das maiores surpresas e dos heróis inesperados. Vamos avançar?

Falando de coisas sérias: o FC Porto inicia a campanha deste ano na Póvoa de Varzim, cidade de futebol, e de tardes históricas. É ou não é o Varzim um dos clubes mais badalados e respeitados da esfera futebolística lusa? Teste de dificuldade média-baixa para os pupilos de Lopetegui, que vão defrontar um clube recém-promovido ao segundo escalão do nosso futebol, mas que vai entrar em campo cheio (não, repleto!) de “ganas”. Ou não fosse o visitante um rival histórico.

Oportunidade para o técnico basco dar minutos a nomes menos utilizados? Sim. E, acima de tudo, dar descanso aos mais rodados. A semana foi de seleções, e alguns passaram-na do outro lado do globo. O cansaço é inimigo certo, e, por muito que Lopetegui diga que “os jogadores estão prontos para jogar a qualquer momento”, sabemos que em termos práticos nem sempre funciona assim.

Conhecendo a convocatória, deteto imediatamente pecado capital – Sérgio Oliveira não integra a comitiva. Ora pois, que lógica tem? Logo numa altura em que tão elogiada tem sido a política de aposta pouco receosa nos jovens valores e afirmação, consumada ou iminente, dos próprios… O médio ex-Paços de Ferreira foi formado no Dragão e é de qualidade comprovada, conforme se viu no último Europeu de sub-21. Maturidade acima da média, noção tática e remate. Não vai jogar contra os poveiros. Outra oportunidade surgirá? Assim espero.

Sérgio Oliveira (à direita) não foi convocado e terá de esperar por nova oportunidade Fonte: Página do Facebook de Sérgio Oliveira
Sérgio Oliveira (à direita) não foi convocado e terá de esperar por nova oportunidade
Fonte: Página do Facebook de Sérgio Oliveira

Valerá ver Helton de regresso à baliza; é sempre um misto de saudosismo e garantia de qualidade ver o capitão entre os postes. Cissokho quererá agarrar segunda oportunidade depois de desastrada exibição nos Barreiros, já em agosto. Herrera e Varela voltarão com novo fôlego? E Bueno, que tempo de amostra teremos desta vez para avaliar o espanhol?

Importantíssimo: assegurar a concentração e consolidar processos de jogo. Se a vitória tem de ser uma certeza, pelo menos que venha acompanhada de laivos de brilhantismo, mesmo que o entrosamento seja pouco. O adversário é mais fraco, mas não há tempo para adormercer. “Nesta competição não há segunda vez”, disse o mister. E é para ganhá-la. No Jamor!

Uma nota final para a partida de terça-feira, já mais exigente, ou não fosse de Liga dos Campeões. FC Porto claramente mais valoroso a nível individual e coletivo, mas recomenda-se cautela frente a um Maccabi matreiro. Um avançado de tarimba internacional, bem conhecido de muitos portugueses (eles sabem quem são), Eran Zahavi. O experiente, mas duro de rins, Tal Bem Haim na defesa, e o homónimo na ala. Mas quem vence o Chelsea e empata em Kiev tem obrigação de vencer estes israelitas no covil do Dragão. Assim como à beira-mar, já amanhã. É a festa da(s) Taça(s)!

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto

Vianense 1-2 Benfica: Tanto golo ao lado dá em susto escusado

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O jogo aparentava ser fácil. Fomos para o campo com a vitória tomada como garantida; o que queríamos era ver em acção os menos utilizados e perceber de que soluções dispomos no banco. Num jogo em que o Benfica foi superior, não houve intensidade e vontade de resolvê-lo; deixou-se o jogo andar e isso, mais uma vez, culminou num apertão. Este Benfica tem crescido, mas só começa a jogar e a resolver depois de apertões, e equipa grande dá apertões, não os recebe.

Todos esperavam ver mais figuras pouco utilizadas do que as que foram apresentadas em campo. Eu próprio estava muito curioso para ver Djuricic e Cristante, mas não tive oportunidade. No entanto, percebo Rui Vitória. Havia necessidade de dar minutos a titulares que não actuam em selecções, uma vez que no último fim de semana houve jogos de selecções e, no anterior, o jogo com o União da Madeira foi adiado.

O jogo foi um pouco chato. Mitroglou teve mais do que oportunidades para sentenciar o jogo e falhou categoricamente, tendo também enfrentado um dia abençoado do guarda-redes do Vianense. Pizzi e Talisca receberam uma segunda oportunidade na equipa titular e desperdiçaram-na, ausentes do jogo, passes falhados e remates descabidos. Dois jogadores que poderiam ter dado lugar a Cristante e Djuricic; com certeza que aproveitariam muito mais a oportunidade. A meu ver quem a aproveitou foi Carcela, com lances individuais decisivos e com um grande golo de primeira. Mostrou ser craque. Sílvio soube fazer o lugar de Nélson Semedo, subiu e defendeu bem. E, para mim, Nuno Santos esteve bem. Não brilhou, não, longe disso, mas não teve medo. Subiu, rasgou e tentou. Fez meia hora fora da sua posição e nunca pareceu desconfortável. Ainda falta muito, mas é uma aposta para o futuro.

Carcela com nota artística inaugurou o marcador Fonte: Sport Lisboa e Benfica
Carcela com nota artística inaugurou o marcador
Fonte: Sport Lisboa e Benfica

Oportunidades falhadas, falta de intensidade… enfim, no cômputo geral, para mim foi falta de respeito pelo adversário. Em que deu? Num pontapé cheio de confiança de Coulibaly que resultou num tremendo golo. Um golo que poderia ter sido do tipo golo solitário e fantástico de honra perdido entre cinco ou seis da outra equipa. Mas não. Este foi o golo do empate, e o Benfica teve de correr, e correu. Tanto correu que, num lance de bola parada, Jardel concretizou de cabeça enquanto eu reclamava a inclusão de Lisandro Lopéz neste jogo. O tiro saiu-me pela culatra – defendia que o argentino devia estar no lugar do brasileiro.

A vitória acabou por ir para o Benfica. Ganhámos seguramente Carcela e pouco mais. Este Benfica altivo não é o Benfica que conheço. Podem dizer que o guarda-redes estava num grande dia, que a bola não queria entrar e por aí em diante. Mas foi só e unicamente falta de qualidade e, sobretudo, de vontade. Espero que estejam a guardar a pontaria para os turcos e para fazer mira à baliza do Sporting. É a única justificação que aceito.

A Figura:

Carcela – um grande golo e bons apontamentos individuais valeram-lhe o estatuto de surpresa e de jogador decisivo em campo.

O Fora-de-Jogo:

Pizzi/Talisca – Exibições fracas a cada jogo que passa. Retiraram a oportunidade a outros.

Robert Lewandowski – E se a Polónia fosse a Argentina?

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cab bundesliga liga alema

A pergunta pode parecer estranha, já que os dois países – aparentemente – nada têm em comum. O polaco Robert Lewandowski é o principal culpado desta trama. Se o avançado tivesse nascido na Argentina, a Bola de Ouro seria mais do que uma miragem?

Depois de brilhar no Dortmund – impossível esquecer o fantástico jogo frente ao Real Madrid para a Liga dos Campeões –, Super Lewa deu continuidade no Bayern e o início da segunda temporada no clube deu-lhe o estatuto de jogador em melhor forma na Europa. Como? A época de 2015/16 nem estava a prometer muito –  chegou a ser suplente – e foi numa saída do banco que acabou por virar a sua época para um nível estratosférico. A (pequena) adversidade foi o impulso negativo necessário para o seu melhor futebol e ousou marcar cinco golos em nove minutos! Quem sofreu com isto foi o Wolfsburgo, apenas um dos candidatos ao título, e a partir daí foi sempre a subir. São 22 golos em 14 jogos, simplesmente impressionante.

O seu rendimento na selecção acaba por ser um reflexo do que se tem passado no clube. Marcar é, para ele, o processo mais natural do mundo e ele encerra em si todas as qualidades que um avançado deve ter: astuto a procurar o espaço vazio, rápido nas transições ofensivas, tecnicamente evoluído, capaz de entender todos os momentos do jogo e com faro pelo golo. Apesar das selecções que encontrou na fase de apuramento, o jogador continuou a marcar e acabou por igualar o recorde de golos (13) numa qualificação para um Europeu. Não que seja um recorde impossível de bater – o recorde era do norte-irlandês David Healy (?) – mas continua a ser mais um apontamento para juntar aos feitos que tem conquistado. A Polónia está no Euro e 2016 poderá trazer ainda mais surpresas para uma selecção que junta alguns talentos como Kuba, Milik e Krychowiak.

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Lewandowski comandou a Polónia rumo ao Euro’2016
Fonte: Facebook Oficial de Robert Lewandowski

E a Argentina? O oceano separa o seu país de nascimento do território argentino. Messi e Ronaldo são indiscutíveis na luta pela Bola de Ouro – mesmo quando passam por momentos mais sombrios – e não parecia existir ninguém para ombrear com eles. Neymar e Suaréz vivem na sombra do super-astro argentino e Bale não consegue explodir na sua plenitude. E se Lewandowski tivesse nascido no país de Maradona?

A recta final de 2016 não terá Messi, já que o argentino está lesionado e 3 meses de fora seria o suficiente para deixá-lo desgastado na luta, mas há um trunfo chamado Liga dos Campeões. Apesar de as votações encerrarem algum tempo antes, sabemos que os meses que antecedem o anúncio do vencedor são cruciais – foi assim que Ronaldo ganhou a Bola de Ouro o ano passado. Maradona está nas costas de Lionel Messi e Eusébio nas de Cristiano Ronaldo. E Lewandowski? Quem o protege?

Foto de Capa: Facebook Oficial de Robert Lewandowski

Ainda bem que há Lopeteguis

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Na última semana, Portugal inteiro parou para ver a seleção nacional disputar o apuramento para o Europeu que se realizará na França, no próximo ano. Foram dois jogos, duas vitórias. Ambas pela margem mínima e, quiçá, com exibições além das expetativas. Orientada por Fernando Santos, a equipa das quinas não conhece o sabor da derrota em jogos oficiais. Foram sete jogos e sete vitórias alcançadas pelo “engenheiro do penta”.

Ora, devo confessar que menti no início deste artigo. Não foi Portugal inteiro que parou para ver a seleção nacional. Com conhecimento de causa, foi Portugal menos um português. A seleção nacional joga de uma forma entediante e previsível. Bem, talvez para ser mais correto poderei dizer que joga mal. E por mais orgulho que sinta já se tornou demasiado complicado conceder-lhe toda a atenção durante aqueles 90 minutos. No jogo frente à Dinamarca, fechei os olhos durante 45 minutos para não assistir a tamanha miséria. No jogo contra a Sérvia… tive mais que fazer.

Seleção azul-e-branca Fonte: Goal.com
Seleção azul-e-branca
Fonte: Goal.com

Por outro lado, se me pedirem para ver um jogo da seleção sub-21 sou o primeiro a sentar-me na fila da frente. Longe de querer discutir a transição do velho para o novo, devo confessar que me faz um pouco de comichão ver um conjunto com tanto potencial a jogar tão pouco. E problema é ainda maior do que a óbvia e natural falta de rotinas. Maior ainda do que o modelo de jogo castrador assumido por Fernando Santos. São, no fundo, as individualidades escolhidas por quem ainda vive no futebol dos anos 90. Dá resultado? Vai dando… sempre pela margem mínima e desprezando a espetacularidade que cativa os adeptos.

Chegamos então ao cerne deste artigo. Eu que já tanto “bati” no treinador espanhol, desta vez digo que ainda bem que há Lopeteguis que não têm receio em arriscar em Rúbens Neves ou Ólivers desta vida. E deverá arriscar em outros tantos caso continue no comando do FC Porto porque deverão surgir novos valores da formação a exigir tempo de jogo na primeira equipa. André Silva, Gonçalo Paciência, Francisco Ramos, Rúben Macedo, Podstawski, Rafa…

Futuros golos do FC Porto já têm nome Fonte: Facebook de André Silva
Futuros golos do FC Porto já têm nome
Fonte: Facebook de André Silva

Já não interessa a idade e não urge aqui dissertar sobre quem fica “queimado” por ser lançado demasiado cedo. Interessa aquilo que podem oferecer, neste momento, à seleção. E há diversas individualidades nos sub-21 que poderiam fazer bem mais do que aquilo que é oferecido, atualmente, na equipa AA. Apreciem-se valores como Rúben Neves ou Gonçalo Guedes que já se mostram como mais-valias na seleção orientada por Rui Jorge e mesmo nas equipas principais dos próprios clubes.

Um jogo não são jogos. Ninguém garante que se jogasse, por exemplo, Rúben Neves na vez de Danilo, a seleção iria ganhar à Dinamarca. Mas de uma coisa tenho a certeza… teria mais probabilidades de o conseguir e com um resultado bem mais avultado. Tal como acontece no FC Porto. Ainda bem que há Lopeteguis para que Rúben Neves tenha tido a oportunidade de subir à equipa principal. E sempre que o “menino” jogar, eu tenho a certeza que o FC Porto está sempre mais próximo de vencer.

O futuro a nós pertence Fonte: Facebook do FC Porto
O futuro a nós pertence
Fonte: Facebook do FC Porto

Sem medos, mister!

Foto de Capa: Federação Portuguesa de Futebol

Este é o Sporting Clube de Portugal!

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Sempre fui do Sporting. Porquê? Porque o Sporting sempre foi mais que futebol.

Ser do Sporting é ser fanático do desporto, ser louco por qualquer coisa que meta competição… e nisso, em Portugal, não há rival! O Futsal, o Hóquei, o Rugby, o Atletismo, o Andebol,  o Basquetebol, o Ténis de Mesa, a Ginástica, a Natação, as inúmeras modalidades de combate, o Bilhar, o Corfebol, o Futebol de Praia, o Golfe, a Patinagem, a Pesca Desportiva, o Pólo Aquático, as inúmeras modalidades de Tiro, o Triatlo, o Xadrez… e tantas, tantas outras.

São as vitórias no patamar nacional e também no internacional:

– Clube português com mais medalhas olímpicas – 9 medalhas: 3 de ouro, 5 de prata e 1 de bronze

– Clube português com mais participações olímpicas – 24 presenças em 28 possíveis (desde que existe Comité Olímpico Português)

– 1º Atleta nacional a participar nos Jogos Olímpicos – António Stromp na prova dos 100 metros (Estocolmo, 1912)

– 1º Atleta nacional a ganhar a Medalha de Ouro (e a ouvir o Hino Nacional) – Carlos Lopes na prova da Maratona (Los Angeles, 1984)

– 2º Clube europeu com mais atletas olímpicos (110 atletas), somente ultrapassado pelo FC Barcelona

– Recorde olímpico da Maratona Carlos Lopes com a marca de 2.09.21 (Los Angeles, 1984)

E no último fim-de-semana, o Sporting voltou que é possível rivalizar com qualquer clube mundial e a “mística” está de volta.

Os jogadores do Sporting comemoram mais um golo frente ao todo poderoso Barcelona. Fonte: Sporting Clube de Portugal
Os jogadores do Sporting comemoram mais um golo frente ao todo poderoso Barcelona.
Fonte: Sporting Clube de Portugal

A vitória do Hóquei em Patins sobre o todo poderoso Barcelona, mostrou a raça e o querer que caracterizam aquilo que todos os Sportinguistas acham que o Sporting é e se concretizem as palavras de José Alvalade : “Queremos que o Sporting seja um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa”

Diante do bicampeão europeu e espanhol em título, o Sporting conseguiu uma estrondosa vitória no Livramento, por 2-0, na primeira mão da Taça Continental. Está consumado o casamento entre as exibições das equipas do Sporting Clube de Portugal (o crer e o querer vencer) e a torcida verde-e-branca! Venham de lá todos os títulos que o Sporting luta e merece pelo seu “Esforço, Dedicação e Devoção”… no final virá a “Glória”!

Fonte da foto de capa: corredoresanonimos.pt

Moto GP: Dani Pedrosa foi o protagonista do primeiro episódio da batalha entre Lorenzo e Rossi

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Depois da corrida no circuito de Aragón, ganha pelo espanhol Jorge Lorenzo, o Mundial de Motociclismo deslocou-se, este fim-de-semana, ao Japão, naquela que é a primeira de três provas no continente asiático.

O duelo entre o veterano Rossi e Lorenzo era a atração do grande prémio do Japão, e toda a gente esperava que a vitória se decidisse entre os dois companheiros de equipa, visto que estão ambos a disputar o título mundial.

Em Motegi e no dia em que se criou a hashtag #RossiVsLorenzo, que será usada até ao final da presente época, quem ganhou foi Dani Pedrosa, numa clara demonstração do quão imprevisível é o Mundial. Foi uma vitória moral para o piloto da Honda Repsol, que já não ganhava desde o grande prémio da República Checa do ano passado.

O espanhol Jorge Lorenzo liderou a corrida desde a primeira volta e tentou distanciar-se dos seus rivais directos. Tanto Valentino Rossi como Dani Pedrosa foram aumentando o seu ritmo ao longo da corrida, e Jorge Lorenzo dava sinais de não conseguir acompanhá-los. O espanhol da Honda, depois de estar confortavelmente na segunda posição, atacou Lorenzo, que não teve argumentos para lutar face-a-face com Dani Pedrosa.

Outro dos protagonistas deste fim-de-semana foi a chuva que caiu durante toda a manhã de domingo e que condicionou, de alguma forma, a escolha dos pneus a utilizar. Aliás, foram os pneus que ditaram as diferenças entre os três pilotos da frente. E Dani Pedrosa soube aproveitar com mestria as falhas dos pilotos da Yamaha e cruzar a linha de meta em primeiro lugar.

"(…)no dia em que se criou a hashtag #RossiVsLorenzo quem ganhou foi Dani Pedrosa" Fonte: Facebook piloto
“(…) no dia em que se criou a hashtag #RossiVsLorenzo quem ganhou foi Dani Pedrosa”
Fonte: Facebook de Dani Pedrosa

Com esta vitória, Dani Pedrosa provou aos críticos o porquê de continuar a ser aposta por parte da Honda. Apesar de não ser um dos pilotos que mais vitórias têm conquistado nos últimos tempos, o espanhol continua a incutir no seio da equipa Honda uma enorme consistência de pilotagem e continua a ser o piloto com maior número de vitórias da marca japonesa. Aliás, era importante que um dos pilotos da Honda ganhasse na casa da marca, e, visto que Marc Marquez está longe de igualar a época passada, Dani Pedrosa chegou, mostrou serviço e provou que podem contar com ele.

A quatro corridas do final do campeonato, a disputa pelo título mundial ficou restringida ao duelo Rossi x Lorenzo, já que Marc Marquez, ao terminar a corrida em quarto lugar, ficou completamente afastado das contas do título.

Este grande prémio ficou, também, marcado por mais um pódio para o piloto português Miguel Oliveira, na categoria de moto3, que conseguiu assim alcançar o terceiro lugar na classificação geral do mundial.

A próxima prova é já no próximo fim-de-semana, em Philip Island, e prevê-se mais um episódio da batalha Rossi x Lorenzo.

Fonte foto de capa: Facebook MotoGP

Futsal: Benfica e Sporting mantêm o pleno antes do reencontro

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cab futsalFinda que está a 6.ª jornada da Liga Sport Zone, é tempo de analisar o que de mais relevante se passou, no passado fim de semana, pelos sete palcos que acolheram os jogos referentes à ronda em questão. Começamos a nossa viagem pela Beira Baixa, mais concretamente no Fundão, onde a equipa local recebeu o Sporting CP, no jogo “cabeça de cartaz”. E, como já é habitual em todos os jogos grandes, e eu considero-o como tal pois a “desportiva” já provou ser um dos principais animadores a nível interno, este duelo teve de tudo: golos, emoção e alguma polémica à mistura.

Começando pelo início, o Sporting entrou mais forte e capitalizou com o golo de grande penalidade de Fortino, a penalizar uma mão na bola de um defesa do Fundão. Diogo aumenta a contagem para 0-2 e, no minuto seguinte, ocorre um lance polémico na área do Sporting: Fortino toca com a mão na bola e recebe a ordem de expulsão. Vermelho para um dos motores do bom arranque leonino na prova e a suspensão consequente a cumprir no pavilhão da Luz, na próxima jornada. Se o penalty me parece indiscutível, o cartão vermelho é um pouco mais duvidoso, embora se tenha que aceitar, pois o jogador dos leões corta um lance de golo iminente. É através desta grande penalidade que a turma beirã reduz o marcador e coloca de novo a incerteza no marcador, através de Teka.

A abrir a etapa complementar, mais um lance polémico e de difícil juízo: Marcão parece tocar com a mão na bola fora da área e o árbitro assinalou a respetiva falta. No entanto, apenas mostrou o cartão amarelo ao guardião brasileiro. Pese, embora, a minha opinião ir de encontro à decisão do árbitro, pois acho demasiado penalizador mostrar o cartão vermelho num lance destes, o certo é que, por norma, é essa a cor a mostrar em lances semelhantes. Daqui para a frente foi só uma questão de o Sporting controlar o jogo e aumentar a vantagem com golos de Fábio Lima e Marcão, a aproveitar o guarda redes avançado do Fundão.

Vitória difícil, mas saborosa no Fundão Fonte: futsalglobal.com
Vitória difícil, mas saborosa no Fundão
Fonte: futsalglobal.com

No Bessa, o Benfica goleou o Boavista por 3-7. Num resultado que não demonstra as grandes dificuldades sentidas pelo campeão nacional ante uma equipa bastante aguerrida, os axadrezados estiveram a vencer por três vezes (1-0, 2-1 e 3-2). Para termos uma noção do grande equilíbrio, o resultado ao intervalo registava 3-2 para os boavisteiros, numa primeira parte de má memória para os encarnados, que se veem privados de Rafael Hemni para o grande clássico da próxima semana, uma vez que agrediu um adversário com uma cotovelada e viu o cartão vermelho direto.

Uma segunda parte onde o Benfica se conseguiu soltar, fruto de duas grandes penalidades, uma das quais valeu a expulsão a Sá Pinto, convertida por Alessandro Patias, e que permitiram ao Benfica virar o marcador. Pouco depois, uma boa finalização de Bruno Coelho permitiu o 3-5, antes de o Benfica marcar os dois golos finais em contra-ataque nos últimos quatro minutos. De resto, no derby local, destaque para a primeira derrota do Sporting de Braga no campeonato perante o Gualtar, por 4-3, algo que deixa o Sporting  e o Benfica isolados na liderança antes do encontro entre ambos. O SL Olivais venceu o Modicus por 3-1 e apanha o Sp. Braga no 3.º lugar, embora com um jogo a mais.

O Burinhosa confirma o bom arranque com mais uma vitória caseira perante o CS São João, por 6-4, e sobe assim ao 5º lugar da tabela classificativa. O Rio Ave, que apesar da enorme crise que assola o seu setor de futsal, logrou vencer na casa do Belenenses por 3-5, consegue assim afastar-se mais da zona de despromoção, para onde entraram os Leões de Porto Salvo, que foram copiosamente derrotados por 4-0 na (curta) deslocação até à Quinta dos Lombos e trocaram, assim, de posição com o seu adversário.

Foto de Capa: Futsal Global

Vozes de Bruno não chegam ao céu

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“Ignorem o ruído”

Ignorem, simplesmente. Não podia concordar mais com o Presidente, Luís Filipe Vieira. Isto porque parece que há por aí um senhor, presidente de um clube “grande”, que passa grande parte do seu dia a delinear maneiras de atacar o Benfica. Falo, claro, de Bruno de Carvalho (BdC) , eleito em Março de 2013 como Presidente do Sporting, grande instituição desportiva que merece o meu inteiro respeito.

Do alto do seu interminável ego, BdC tende a ignorar a opinião que os próprios sportinguistas têm dele. Deve haver tantos adeptos leoninos a gostarem do seu presidente como benfiquistas a adorarem Pedro Guerra. Mas para ele pouco importa. Como tanto gosta de apregoar, despende todo o tempo profissional com o clube que lidera e o pouco que tem livre usa para criar mais uma ou outra insinuação infundada com o objetivo de tentar descredibilizar, diminuir, atacar (ou seja lá o que for que lhe passe pela cabeça) o maior clube português, uma instituição com mais de 111 anos de história, o Sport Lisboa e Benfica, 34 vezes campeão nacional e 2 vezes campeão europeu. Falhou, falha a cada tentativa patética de o fazer e falhará quantas vezes o tentar. É porque a este senhor falta muita coisa: estatuto, credibilidade, humildade.

Mas, sobretudo, razão. Sem esta última, a razão, BdC nunca passará do campo do “ridículo”, onde ele insiste em posicionar-se, para o do “minimamente correto”, onde eu espero que ele chegue a médio/longo prazo, a bem da imagem do nosso futebol. Como dizia um certo comentador, agora tão odiado, “já ninguém o leva a sério”. Mas para ele pouco interessa. Desde que continue a ter a atenção da comunicação social (que o acompanha a cada jantar, sempre de microfones ao alto à espera de mais uma picardia que alimente mais uma ou outra guerra de palavras, onde BdC gosta sempre de estar envolvido, desviando as atenções de dentro para fora dos campos), o espetáculo pode e deve continuar.

E nem a lengalenga habitual de que BdC nunca se esquece de falar quando dá uma entrevista (refiro-me às tais medidas mágicas de que só este virtuoso clube e o seu iluminado presidente se lembraram, tais como a redução do IVA dos bilhetes, sorteio dos árbitros, a regulação do jogo online, as novas tecnologias, blá blá blá) disfarça o seu verdadeiro objetivo: instalar um clima de guerrilha permanente no meio desportivo nacional. Uma contagem recente feita por um jornal desportivo português garantia que BdC, cumpridos apenas dois anos e meio do seu mandato, já tinha levado a cabo mais de 50 guerras. É um feito incrível, diga-se. Salvo devidas diferenças, não posso deixar de notar algo em comum entre BdC e o líder supremo da Coreia do Norte na forma como atuam.

Ora, ambos comandam um conjunto de homens que lhes são fortemente fiéis, não se atrevendo sequer a questionar os passos do seu líder, nem que o destino seja o abismo; quando se sentem ameaçados disparam em todas as direções, contra o rol de inimigos que ao longo dos anos foram colecionando; criticam, acusam, expulsam antigos líderes/dirigentes, acusando-os de todos os males que se abateram sobre os seus subordinados. No caso de BdC, todas estas manobras têm o propósito de ofuscar o se passa dentro do Sporting. A saber: violação do fair-play financeiro exigido pela UEFA; resultados abaixo do esperado da equipa de futebol e, sobretudo, das várias modalidades; auditorias encomendadas, literalmente, onde se esmiúçam e espezinham, até à humilhação pública, antigos presidentes; perseguições a jogadores que não querem renovar contrato ou mostram intenção de sair do clube; falta de patrocínio oficial.

Luís Filipe Vieira pediu na sexta feira aos benfiquistas: "ignorem o ruído. Falemos de nós e preocupemo-nos apenas com o Benfica"; Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Luís Filipe Vieira pediu aos benfiquistas: “ignorem o ruído. Falemos de nós e preocupemo-nos apenas com o Benfica”;
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Tenho, contudo, de admitir que pouco me interessa se o Sporting está à beira da guerra civil ou da falência técnica. Embora prefira, como fervoroso adepto do Benfica, um Sporting forte e a dar luta ao meu clube nas várias provas. Mas já não posso ficar indiferente quando BdC se dirige por duas vezes num curto espaço de tempo ao Benfica de forma leviana, rasteira e cobarde. Primeiro, em plena assembleia-geral, quase que conseguiu pôr em causa uma verdade de La Palice: o Benfica tem mais sócios e mais adeptos que o Sporting. Muito mais. BdC sabe disso, todos os sportinguistas sabem.

Mas, fazendo uso da sua perícia em modificar a realidade, não se resignou. Fez questão de criar em segundos mais umas centenas de milhares de adeptos para o seu clube (são agora, segundo ele, três milhões e meio, quando a anterior estimativa, de três milhões, também feita por si, se podia considerar bastante nivelada por cima/ exagerada) e de reduzir a massa adepta encarnada para 4,5 milhões. Se não fosse tão ridiculamente patética, esta ideia até passava por verdadeira, tal foi a forma entusiasmante como BdC a apresentou aos sócios.

Depois, foi até ao café-esplanada “Prolongamento”, lá para os lados de Carnaxide, fazer um número deplorável de televisão, que devia envergonhar todos os desportistas, partilhando o protagonismo com o benfiquista Pedro Guerra. Aproveitou as mais de duas horas de programa em que o moderador lhe concedeu a palavra para, além de propagandear a habitual narrativa, anunciar que só não tem Cervi e Mitroglou porque não quis (deixando-os, assim, livres para o seu grande rival de Lisboa, qual Roman Abramovich português, que controla o mercado ao seu belo prazer) e tirar um derradeiro trunfo sujo da manga, perante centenas de milhares de portugueses que acompanhavam em direto: o conjunto camisola-visita ao museu Cosme Damião-jantares, que alegadamente oferecido a árbitros, delegados e ao observador dos jogos do Benfica.

Se BdC tivesse um pouco de respeito institucional, ou só respeito, porque a outra palavra pode ser demasiado complexa para o léxico dele, não o teria feito em direto numa estação de televisão mas sim reportado a acusação e provas, se as tivesse, às instâncias próprias (FPF e Ministério Público). Mas este nem sequer é o ponto fundamental. A grande questão é, a confirmarem-se estas suspeitas, por que raio o Benfica distribui estes kits. Sou totalmente contra esta prática, seja qual for a intenção. Não acredito, no entanto, que o objetivo do Benfica seja corromper a atuação destes profissionais nem nada do género. Sempre pugnámos pela verdade desportiva e sofremos na pele anos de corrupção que beneficiavam sempre o mesmo clube e nos custaram uns troféus a menos no palmarés. Mas, como diz o ditado, “à mulher de César não basta sê-lo, tem de parecê-lo”.

Numa entrevista ao Expresso do passado sábado, BdC ripostava: “Sou considerado incendiário. Mas sou frontal, direto, por vezes corrosivo. Detesto a estupidez, a hipocrisia e os falsos intelectuais”. Ninguém diria.

Sub21: Grécia 0-4 Portugal: Gregos abatidos pela classe e nota artística!

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A seleção nacional de sub-21 continua em grande. Os comandados de Rui Jorge foram a Xanthi golear a seleção grega por 4-0, num resultado que apenas pode pecar por escasso, devido a uma excelente exibição de Barkas, guardião da equipa da casa.

Portugal entrou sem ponta de lança fixo, com Gelson Martins, Ricardo Horta e Gonçalo Guedes a formarem um trio de ataque móvel, e que esperava atacar os gregos com a sua enorme capacidade técnica. Na primeira parte, o jogo foi um pouco morno, com a seleção lusa a ter algumas dificulades em ultrapassar a defensiva helénica e quase sem criar oportunidades de golo. Só tinham havido duas jogadas dignas de registo, uma de João Cancelo na direita e um “raide” de Gelson Martins no lado esquerdo, em que ultrapassou 4 adversários e cruzou para um bom remate de Bruno Fernandes. Porém, na última jogada antes do intervalo, Portugal chegou ao golo: Ricardo Horta recuperou a bola no meio campo grego e assistiu Gonçalo Guedes, que começou a abrir o livro. O jovem do Benfica sentou um grego e rematou cruzado para o fundo das redes de Vassilis Barkas.

A seleção lusa ia assim em vantagem para a segunda parte e mais descansada ficou com o 2-0, apontado por Gelson Martins, apenas 5 minutos após o reatamento do encontro. O extremo do Sporting beneficiou de uma excelente jogada de Gonçalo Guedes, que foi à linha no flanco direito e cruzou para a pequena área. Gelson apenas precisou de encostar para a baliza deserta. Guedes estava endiabrado e foi uma das peças mais importantes da manobra portuguesa neste jogo. Rui Jorge continua a montar muito bem a nossa seleção de esperanças, dando oportunidade a vários jogadores, envolvidos em diferentes esquemas táticos, o que dificulta sempre a tarefa às equipas adversárias. A juntar ao “fator treinador”, existe ainda a enorme capacidade técnica da maioria dos nossos elementos, claramente superiores aos jogadores das outras seleções deste escalão.

Gonçalo Guedes foi o homem do jogo em Xanthi; Fonte: Facebook oficial de Gonçalo Guedes
Gonçalo Guedes foi o homem do jogo em Xanthi;
Fonte: Facebook oficial de Gonçalo Guedes

Com uma vantagem de dois golos e sem que os gregos assustassem a defesa nacional (Bruno Varela não teve trabalho durante todo o encontro), Rui Jorge mexeu na equipa. Durante a segunda metade, entraram Iuri Medeiros, Francisco Ramos e Gonçalo Paciência para os lugares de Gelson Martins, Rony Lopes (jogo apagado do criativo que está a jogar no Monaco) e Ricardo Horta. A equipa das “quinas” continuou a dominar a partida e foi sem surpresa que apareceram mais dois tentos nos últimos minutos. João Cancelo, após uma magnífica combinação com Gonçalo Guedes, “sentou” um defesa grego e fuzilou a baliza de Barkas no terceiro; Gonçalo Paciência apontou o quarto, no último lance, após assistência de Iuri Medeiros.

Portugal lidera assim o seu grupo de qualificação, com 3 vitórias em outros tantos encontros, ostentando ainda um saldo de 12 golos marcados (média de 4 por jogo) e apenas um golo sofrido, na deslocação à Albânia. Nesta partida, além de Guedes, destaque muito positivo para Bruno Fernandes (capitão de equipa, esteve em quase todo o lado, a roubar bolas, a distribuir jogo e também apareceu na área para finalizar), Rafa e João Cancelo (os dois laterais estiveram muito seguros e também apoiaram o ataque, com o jogador do Valencia a marcar um golo) e Ricardo Horta (o atacante do Málaga foi uma das principais figuras em quase todas as jogadas perigosas de Portugal, durante o tempo em que esteve em campo).

Portugal pode estar seguro, parece-me que nesta campanha vamos repetir o pleno de vitórias que marcou o apuramento para o último Europeu.

A Figura:
Gonçalo Guedes – O avançado do Benfica esteve em grande. Começou como falso ponta de lança e teve dificuldades na luta com os centrais gregos. Contudo, libertou-se com o excelente golo que apontou, no final da primeira parte. Na segunda parte fez as assistências para os segundo e terceiro golos, e ainda ajudou no plano defensivo.

O Fora de Jogo:
Seleção grega – Esta equipa está igual à seleção principal do país. Sem ideias, frágil defensivamente, e sem granjear apoio junto do povo helénico. Após a vitória sobre o Liechtenstein, a equipa esteve muito mal e foi nula no aspeto ofensivo, no jogo que marcou a estreia de Antonis Nikopolidis, guarda redes campeão europeu em 2004, como treinador principal deste conjunto.

Quando se ama demais

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Já dizia Oscar Wilde que convém ser moderado em tudo, incluindo na própria moderação.

Imagine-se o quão trágico seria viver delimitado, para sempre, dentro da zona de conforto, sem prespectivas de a transpôr rumo ao risco. O fim seria desastroso não por si, mas pela folha branco que aquela vida tinha sido, condicionada pelo medo se dar o primeiro passo em direcção a algo que se pudesse amar, com medo que a paixão tomasse conta de uma vida que estava bem assim, com tudo devidamente arrumado nos respectivos cantos da mente, incluindo as ilusões, trancadas a sete chaves para que não se imaginasse uma vida melhor, em que se lutaria por uma causa, apoiaria um clube e se amaria alguém. Felizmente, só há pessoas que se aproximam disso. Não existe alguém assim porque nós, humanos, acabamos sempre por deixar fugir o controlo, muitos de nós de forma pontual, em direcção a qualquer coisa. Em pelo menos uma das muitas fracções de segundo da nossa vida, sentimo-nos dispostos a morrer por uma causa e, mais frequentemente, por uma pessoa.

Mas também aí devemos ser regrados. Amar sem racionalidade nunca pode ser uma opção, por mais que estejamos apaixonados. É difícil suportar uma pessoa extremamente apaixonada por nós. Torna-se mesmo sufocante e, em vez de um benefício, passamos a ter uma responsabilidade com a qual não queríamos lidar. Nós podemos ser a pessoa que é amada obsessivamente, ou aquela que ama de forma desmedida. Não escapamos a esse risco, mas temos a noção de que acções têm consequências, e por mais que, naquele minuto, sintamos necessidade de estar com alguém, esse pode não querer estar connosco. Alguns de nós somos egoístas e vamos ter com essa pessoa que não nos quer ver, para nos aliviar a ansiedade. Mas isso tem consequências. Graves.

O caso da selecção sérvia de futebol, no apuramento para o Campeonato da Europa, é ilustrativo disso mesmo. Muito talento, paixão imensa pelo jogo… mas não passou daí. Quando se divulgou o grupo de Portugal, só se olhou para dois adversários que pudessem fazer frente à nossa selecção – Dinamarca e a própria Sérvia -, seríssimos candidatos à qualificação directa para o Euro 2016. No fim, em 8 jogos, a Dinamarca vai ao playoff, a Sérvia somou míseros 4 pontos. Pela paixão sufocante que emprestou ao jogo e pela falta de planeamento “amoroso”.

Último encontro de uma campanha sem "cabeça"; Fonte: Facebook da Federação Sérvia de Futebol
Último encontro de uma campanha sem “cabeça”;
Fonte: Facebook da Federação Sérvia de Futebol

O plantel era excelente com uma defesa de fazer inveja a meia europa, com dois defesas experientes e eficientes em ambos os processos de transição – Kolarov e Ivanovic-, um meio-campo devidamente orquestrado por um dos melhores médios defensivos do mundo, Matic, e um ataque repleto de nomes talentosos como os de Mitrovic, Markovic. Ljajic, Tadic ou Tosic. Faltou, porém, organizar este talento todo e racionalizar a vontade de orgulhar o país. A derrota imposta pela FIFA no jogo contra a Albânia, em casa, pesou imenso, e a partir daí ficou evidenciada a falta de organização desta selecção. Com talento avulso, mas que não formava uma equipa.

Stefan Mitrovic a tirar, de raiva, a bandeira da Albânia que invadiu, via drone, o jogo de Belgrado é uma das imagens que ilustram a desastrosa campanha de qualificação sérvia, resumida em 4 derrotas, 2 empates e 2 vitórias, lembrando-nos do quão sufocante pode ser o amor (à pátria, ao futebol) sem regras.