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Derby é derby! – Mais de 100 anos de História e Estórias

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sporting cabeçalho generíco

E pronto, o tão ansiado dia está aí: “O” derby dos derbies está a chegar.

Como é que eu sei isto? Porque já tudo aponta para ele! Os bilhetes voam na bilheteira, as discussões começam a ser tidas, o friozinho na barriga começa a sentir-se e vem aí tudo o que é inerente às grandes batalhas. Vão-se buscar estatísticas, casos polémicos, erros de arbitragens, discussões de quem tem os adeptos mais arruaceiros, vão-se discutir em “n” programas de televisão e fóruns na net, táticas de jogo, jogadores-chave… Vai-se cair no jogo psicológico: vêm aí processos em tribunal, mensagens de telemóvel, fugas de informação, football-leaks, drafts de contratos, jogadores a fazerem juras de amor eternas aos clubes e a dizer que sempre preferiram um em prol do outro.

Vêm os jornais colocar mais achas na fogueira, vêm jogadores castigados pelo clube dizerem que têm medo do clube e dos adeptos… Vai-se recuar no tempo e falar de very lights, jaulas, incêndios, “porrada” entre adeptos e jogadores.

A jaula foi uma das inúmeras estórias que causaram polémica. Fonte: bancadadeleao.blogspot.com
A jaula foi uma das inúmeras estórias que causaram polémica
Fonte: bancadadeleao.blogspot.com

Vai-se falar de quem afinal tem a melhor academia, de quem foram os melhores jogadores, de treinadores, de traições, de presidentes incompetentes e adeptos, de quem tem os maiores bêbados no clube, de quem tem mais adeptos, de quem tem mais sócios, de quem tem as contas em melhor estado.

Discute-se quem mente mais, quem não engana no ano da fundação, de quem tem ligações obscuras no mundo de futebol, de fruta, de ofertas de “caixas”, de “não se respeitar a memória do Eusébio”.

Debate-se quem tem as maiores vitórias, as maiores derrotas, as maiores humilhações, os jogadores mais “trauliteiros”, dos mais manhosos… Comparam-se títulos, modalidades, maiores amores e traições aos clubes! Comentam-se “Inácios”, “Guerras”, “Barrosos”, “Carvalhos”, “Vieiras”…

Mas vamos ao que interessa…

E agora que já falamos de (quase) todas as polémicas de futebol… vamos ao que interessa! O jogo em si:

– No total, entre amigáveis e jogos oficiais, foram 415 batalhas entre os leões e a turma dos encarnados desde 1 de Dezembro de 1907.

No primeiro jogo, começou a rivalidade… Pouco antes da partida, oito jogadores do Sport Lisboa trocaram o clube pelo Sporting Clube de Portugal em busca de melhores condições de trabalho. 108 anos depois acontece o mesmo, mas desta feita, com um treinador a optar pelos verde-e-brancos. Que o desfecho seja o mesmo, a vitória da turma leonina (em 1907 por 2-1…sendo que um dos golos foi auto-golo de um dos fundadores do Sport Lisboa, Cosme Damião). Venham as cervejas, os tremoços ou qualquer outro tipo de petisco… e essencialmente venha a vitória do Sporting Clube de Portugal!

“Tu vais vencer, porque a nossa força é brutal!”

 Fonte da foto de capa: cabelodoaimar.blogspot.pt

Shanghai Masters: Continua a época de sonho de Novak Djokovic

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cab ténis

Se alguém pensava que Novak Djokovic poderia descomprimir após a sua vitória no US Open, as últimas duas semanas provaram exactamente o contrário. O número 1 mundial venceu em Pequim, não perdendo mais de 3 jogos em qualquer set ou 5 jogos em qualquer encontro, e continuou a sua forma devastadora em Shanghai: Tomic foi quem mais oposição lhe fez, ganhando… 7 jogos ao sérvio. Djokovic venceu Murray nas meias-finais 6-1 6-3 e Tsonga na final 6-2 6-4 para conquistar o seu 5.º título do Masters 1000 do ano e 25.º da sua carreira.

Djokovic confessou que considera estar a jogar o melhor ténis da sua carreira neste momento e os resultados falam por si. Se conseguir manter esta forma e vencer o torneio de final de época em Londres, muitos considerarão a época de 2015 de Djokovic como a melhor da história do desporto.

Por falar no World Tour Finals, Berdych e Nadal carimbaram o seu passaporte esta semana, juntando-se assim aos já qualificados Djokovic, Murray, Federer e Wawrinka. Berdych desceu muito de rendimento após um início de época muito forte, mas ainda assim conseguiu qualificar-se pelo 6.º ano consecutivo; no século XXI, apenas Federer (14), Nadal (11), Djokovic (9), Murray (8) e Roddick (8) conseguiram terminar no top 8 por mais anos consecutivos do que a série actual do checo, que continua a exibir a consistência inacreditável ano após ano, faltando-lhe “apenas” os títulos.

Nadal, por seu turno, deu alguns sinais de estar a voltar à sua melhor forma nestas duas últimas semanas, com algumas vitórias muito bem conseguidas. A derrota nas meias-finais de Shanghai contra Tsonga, num encontro muito disputado, não o deixará satisfeito mas o progresso no seu nível de jogo é evidente.

As últimas duas vagas em Londres serão quase certamente para Kei Nishikori e David Nishikori. Tsonga tem algumas possibilidades de ultrapassar Ferrer, mas teria de manter a forma que exibiu em Shanghai nas próximas semanas em Viena e Paris Bercy, o que se afigura improvável conhecendo a inconsistência do Francês.

Foto de Capa: Facebook Oficial de Novak Djokovic

Olheiro BnR – Galatasaray

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olheiro bnr

Galatasaray, o maior clube da Turquia. Ainda que os adeptos do Beşiktaş ou do Fenerbahçe não queiram aceitar esse facto, o nosso sucesso na Turquia e na Europa é maior do que o deles. Somos o clube que torna o futebol turco reconhecido na Europa. Quando se fala em Turquia, automaticamente se pensa em Galatasaray. Para nós, não se trata apenas de um clube; acordamos com Galatasaray, vivemos com ele, dormimos com ele. Por vezes nem dormimos, porque o clube perdeu um jogo ou ganhou uma importante partida. Talvez seja um pouco cliché afirmar que não é justo comparar o futebol na Turquia com o dos outros países, visto que os adeptos turcos são bastante fanáticos, mas a verdade é que a paixão é imensa, a atmosfera é diferente e os fãs são incríveis. O nosso estádio, Türk Telekom Arena Ali Sami Yen Spor Kompleksi, o inferno na terra para os adversários, é a casa do Galatasaray e da sua maior claque de adeptos, ultrAslan.

UltrAslan são os melhores adeptos do mundo, os mais audíveis (de acordo com o Guinness World Records), os fãs com as maiores e mais inovadoras demonstrações de amor ao clube: o verdadeiro 12.º jogador da partida. Apoiamos a nossa equipa em todo o lado e fazemos de cada lugar um inferno. Impossível é não ficar impressionado com os adeptos no nosso estádio. Fazem os adversários perder a sua concentração. Mesmo grandes jogadores tiveram de reconhecer que os nossos fãs são extraordinários. Como disse Maldini, “ninguém conseguirá fazer-me acreditar que estão lá 23 mil apoiantes” (o nosso estádio antigo tinha capacidade para acolher 23 mil pessoas, e o de agora 52500). Também Edgar Davids se pronunciou: “se tivéssemos adeptos como estes, seríamos campeões todos os anos”. É difícil explicar quão fantásticos são os nossos adeptos. Mas acreditem em mim, caros portugueses: na quarta-feira vão ver e experienciar o inferno na terra.

Como disse, o futebol é diferente na Turquia. Quando uma pessoa conhece alguém, perguntar-lhe-á de que clube é, antes mesmo de querer saber o seu nome. Quando o meu clube perde, por exemplo, não saio de casa no dia seguinte nem vejo notícias. Deixo-me ficar irritado em casa. O clube que apoiamos pesa também ao nível dos relacionamentos. Eu, tal como muitos outros, nunca irei casar-me com uma rapariga que não seja adepta do Galatasaray. É impossível. Quando morrer, quero ser enterrado com uma camisola do meu clube vestida, tal como muitos outros fãs pretendem fazer. Dizemos sempre que podemos mudar de mulher, de família, de religião, de namorada, mesmo de vida, mas nunca poderemos mudar o clube que apoiamos. Ainda que muita coisa possa terminar ao longo da nossa vida, a paixão pelo nosso clube vai manter-se. O teu clube é algo que sempre te fará feliz e te fará esquecer os teus problemas.

A equipa tem alguns bons jogadores, como Podolski, Fernando Muslera, Burak Yılmaz e, claro, Wesley Sneijder. Não fizemos grandes transferências esta época, à exceção de Podolski, e penso que isso seja a justificação dos nossos maus resultados na Liga dos Campeões. Os jogadores da equipa estão a habituar-se uns aos outros, e isso é visível nos resultados alcançados na Turquia. A boa notícia é que todos os atletas, excluindo o lesionado Hamit Altıntop, podem jogar contra o Benfica.

"O inferno na terra"; Fonte: Facebook oficial dos UltrAslan
“O inferno na terra”
Fonte: Facebook oficial dos UltrAslan

O melhor jogador da equipa é Sneijder, definitivamente. Não creio que precise de falar muito sobre ele. O Benfica deve ter receio. Antes de chegar ao Galatasaray, todos dizíamos que ele vinha apenas pelo dinheiro, mas a paixão que tem demonstrado pelo clube é algo maravilhoso de se ver. Ele ama o clube e joga cada partida com o seu coração. Mesmo quando houve um problema com o pagamento do seu salário ele continuou a lutar como um soldado. Não interessa para ele se a equipa está a ganhar por 3-0 ou a perder pelo mesmo resultado. Ele estará 100% concentrado e sempre a jogar na ofensiva. Acreditem em mim: ele será o homem do jogo contra o Benfica.

A última vez que o Benfica defrontou o maior clube da Turquia foi na Liga Europa de 2008. Ganhámos a partida por 2-0 (Emre Aşık, Ümit Karan). Dessa altura, preservámos dois jogadores: Sabri Sarıoğlu (será provavelmente um substituto na quarta-feira) e Hakan Balta. Este é um importante defesa quer para o Galatasaray quer para a Turquia. Ele é crucial em muitos momentos da partida, é muito calmo e racional.

Ao olhar para as equipas, as probabilidades talvez rondem os 50/50, mas é sempre preciso lembrar que o Galatasaray vai jogar com 12 homens. Os grandes adeptos vão ser, definitivamente, o grande motivo da nossa glória esta quarta-feira.

Artigo traduzido por Gonçalo Coelho

Futsal: Joel Queirós histórico em particular na Holanda

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cab futsal

Passado que está mais um fim-de-semana, e já dissecado o grande derby na Liga Sport Zone de Futsal entre Sporting CP e Benfica, é agora tempo de analisar os outros jogos do nosso principal escalão. Obviamente que, tendo um clássico entre as duas grandes potências nesta jornada, é difícil escolher um outro para o secundar; no entanto, opto por começar com o triunfo por 2 bolas a 0 do Belenenses em Porto Salvo, frente aos Leões locais, acentuando o mau arranque da equipa caseira, que em sete jogos apenas soma uma vitória e seis derrotas, somando assim 3 pontos e estando consequentemente na zona de descida de divisão.

Leões de Porto Salvo vs Belenenses Fonte: Facebook Leões de Porto Salvo
Jogo entre os ‘Leões de Porto Salvo’ e ‘Os Belenenses’
Fonte: Facebook Leões de Porto Salvo

O Sporting de Braga não passou do nulo frente ao CS São João, em Coimbra, falhando a oportunidade de igualar o Sporting CP no 2.º lugar, ficando com 13 pontos em seis jogos. O Fundão, por seu turno, cumpriu a sua missão ao derrotar a Quinta dos Lombos na beira baixa por 3-1 e mantém o seu 7.º lugar na tabela classificativa, agora com outra folga. O SL Olivais empatou a 2 bolas na deslocação a Vila do Conde, para defrontar o Rio Ave, e mantém o 4.º lugar apesar de ter deixado 2 pontos no Norte do país. No jogo com mais golos da jornada, a Burinhosa venceu em casa o Boavista por 7-3, confirmando o seu excelente arranque, somando 13 pontos em seis jogos, podendo matematicamente atingir o 2.º lugar em caso de vitória no seu jogo em atraso. Finalmente o Modicus venceu o Gualtar por 6-3, em Sandim, e ganhou outra margem de conforto em termos pontuais para garantir um lugar entre os 8 primeiros no fim da época.

Terminada esta análise à jornada, é hora de olhar para os particulares da seleção, que jogou esta semana dois amigáveis contra a Holanda, em solo holandês, que tiveram desfechos bastante díspares. No primeiro jogo, vitória por 4-2, num jogo histórico para Joel Queirós, que marcou um golo e igualou um dos históricos da seleção nacional, André Lima, como melhor marcador da história, com 107 golos. O golo abriu o marcador no Topsportcentrum, em Roterdão, antes do golo de baliza a baliza de Victor Hugo e do ampliar do marcador para 0-3 por Miguel Ângelo, numa boa primeira metade da seleção portuguesa, que viria a sofrer o golo holandês, por Tevfik Ceyar, sendo 1-3 o resultado ao intervalo.

El Morabiti reduziu à entrada do segundo tempo, antes de Tiago Brito encerrar assim o placard final, que assinalava 4-2 para Portugal. No dia seguinte as equipas voltaram a encontrar-se, desta feita com 2-1 favorável à equipa da casa, com golos de El Ghanoutti e Mohammed Darri, levando o 2-0 para o intervalo. Na etapa complementar, Bruno Coelho marcou o único golo, ficando assim 2-1 para a congénere holandesa. Estes particulares serviram sobretudo para preparar a qualificação para o mundial 2016, cuja primeira fase para Portugal se disputa em Dezembro, tendo como adversários a Polónia, a Roménia e a Noruega.

FC Porto 2-0 Maccabi Tel Aviv: Sem sobressaltos

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O F. C. Porto cumpriu a sua obrigação e ganhou em casa ao Maccabi Tel Aviv, num jogo em que o resultado acaba por pecar por escasso, apesar de os Dragões terem jogado sem grande intensidade.

Lopetegui não fez mexidas em relação ao último jogo da liga portuguesa mas assim que Martins Indi ocupou o lugar do lesionado Maicon fez-se história na Liga dos Campeões: Rúben Neves com apenas 18 anos tornou-se no jogador mais jovem de sempre a envergar a braçadeira de capitão na competição, ascensão astronómica do craque português, que é dono de um posicionamento e colocação de bola invejável.

Os adeptos portistas sentaram-se (sem contar com as claques) nas cadeiras como quem vai assistir a mais um episódio de uma série policial – um pouco de acção e história para encher o tempo no meio e, no fim, os maus são presos. Este sentimento pareceu igual ao dos jogadores nos primeiros 25/30 minutos. Um jogo de baixa rotação à espera do golo, mas este não aparece sem que alguém faça por isso e quando foi preciso o herói entrar Aboubakar assumiu o protagonismo.

Não esteve sozinho o avançado camaronês, o jogo reclamava mais protagonistas, que apareceram na figura de André André, Layún, Maxi e, principalmente, Brahimi. O extremo argelino parece uma enguia que rodopia no meio dos adversários, às vezes perde a noção do colectivo mas o que é certo é que se lhe sai bem o bailado faz muito perigo.

A bola circulou sempre à volta da defensiva dos israelitas, que pareciam frágeis. No entanto, a inércia portista era evidente, daí que houve oportunidades repartidas para ambas as equipas pois os Dragões também estavam macios na recuperação e no corte. Exemplo disso são os lances aos 13’, 16’ e 23’, em que os visitantes podiam ter inaugurado o marcador não fossem os centrais da casa e a fraca pontaria do Maccabi.

Do Porto apenas uns cantos e a ameaça sempre presente de que o golo poderia vir a qualquer altura… bastava que alguém acelerasse. Aos 37’ Layún acelerou e cruzou para um bom golo de Aboubakar, de cabeça – estava inaugurado o marcador e descansavam os adeptos, que após 30 minutos de enredo já estavam a ficar sem paciência. Aos 41’ Aboubakar arrastou meia defensiva consigo e isolou Brahimi que com categoria aumentou a vantagem para 2-0. O Porto atacava com poucos homens e mesmo assim em poucos passes o extremo esquerdo aparecia isolado na cara do guardião forasteiro.

Rúben Neves é o capitão mais novo de sempre da história da Liga dos Campeões Fonte: FC Porto
Rúben Neves é o capitão mais novo de sempre da história da Liga dos Campeões
Fonte: FC Porto

O Maccabi, adversário frágil, só conseguia criar perigo através da velocidade dos extremos e quando se aventurava no ataque consentia sempre o contra-ataque! O jogo podia ter acabado aqui pois a segunda parte trouxe pouca história.

No segundo tempo continuaram as dificuldades de posicionamento de Imbula (continua a precisar de “lições” de posicionamento) e uma certa inércia portista e o treinador basco só esperou 10 minutos para tirar o franco-belga e também Corona, que esteve mal nesta partida. Entraram Danilo, para a posição de médio defensivo (subia Rúben Neves no terreno), e Tello, para extremo direito, embora tivesse havido trocas de posição entre extremos ao longo da partida.

Os primeiros 15 minutos foram controlados pelo Porto mas a entrada de Rikan fez acordar os israelitas e, logo a seguir, os portugueses, já que depois de dois lances perigosos aos 64’ e 65’ do Maccabi o Porto enviou uma bola ao poste (67’) e no canto subsequente Martins Indi tem uma grande perdida na pequena área.

A segunda parte prosseguiu sem sobressaltos, sempre com a ideia de que o terceiro podia surgir num lance qualquer, até porque havia bons apontamentos dos protagonistas já nomeados e também com o esforço do “por vezes trapalhão” Tello.

Aos 84’ entrou Herrera para segurar o meio-campo e ainda houve tempo para uma defesa de Casillas aos 87’. Também era noite de bater recorde para o espanhol, uma vez que somou o seu 51ª jogo na liga milionária sem sofrer golos.

Foi com naturalidade e sem grandes sobressaltos que o Porto fez 7 pontos na fase de grupos. A equipa pareceu desconcentrada (talvez devido à paragem) mas fez o que lhe competia. Resta agora descansar e preparar o jogo difícil de Domingo frente ao Sporting de Braga.

A leste nada de novo, o Chelsea empatou frente ao Dínamo e veio confirmar que neste grupo vai haver luta até ao fim. A vitória no próximo jogo põe o Porto com um pé nos oitavos embora não garanta a passagem.

A Figura:

Aboubakar – Mereceu pelo que batalhou, pelo golo e pelo passe para golo. Fica uma menção honrosa também a Brahimi e Maxi, que mereciam a distinção.

O Fora-de-Jogo:

Corona – Inconsequente e trapalhão, procurou a finta e os caminhos mais dificeis. Entregou-se ao jogo mas estava desconcentrado.

Foto de Capa: FC Porto

Bruno, obviamente demite-te!

porta

23 de Março de 2013: um dia marcado pela infâmia e pelo horror. Milhões de portugueses (catorze, talvez) irão recordar este dia para o resto das suas vidas, porque neste dia tudo mudou para grande parte deste povo à beira-mar plantado com a eleição de Bruno de Carvalho como Presidente do Sporting Clube de Portugal.

O que parecia um sonho mau em 2011 confirmou-se um pesadelo volvidos dois anos; desta vez sem a presença do herói paladino Godinho Lopes, sem a esperança da credível nobreza leonina de Soares Franco, “Nobre” Guedes ou Bettencourts, o clube por qual 14 milhões de adeptos simpatizavam tornava-se num grande e grave problema. Que futuro iria ter o Sporting?

Mais de uma dezena de milhões de simpatizantes ficaria desgostosa com o resultado das eleições no clube de Alvalade e afinal de contas não seria para menos; para grande parte deles, o Sporting Clube de Portugal tinha deixado de ser o maior rival há décadas, passando a ser visto como um mero bombo da festa pessoal que foi criada (em parte com mérito) durante os últimos seis anos. O Sporting não fazia mal a ninguém, ficava em sétimo lugar no campeonato e perdia derbies atrás de derbies frente ao clube da Luz; por isso até ficava bem a um benfiquista dizer: “Eu até simpatizo com o Sporting, mas…”. Tudo isto para agora vir um tal de Bruno de Carvalho a querer romper com normas estabelecidas e afirmar que queria um Sporting diferente, vencedor, e acabar com quase vinte anos de vassalagem e mediocridade? Com que autoridade?

Mas – porra, Bruno! – quem és tu para vires estragar um futebol português tão harmonioso e livre de conflito?

Por que raio és tu um presidente que, apesar de ter tido (ou talvez não) negócios menos bons fora do futebol, nunca esteve preso 20 meses? Vai lá assaltar um camião, por favor, assim quem te vir até pensa que a tua idoneidade pode ser posta em causa. Ou então sê gerente da Cimovenda, da Ediverca, da Fipar, e leva cada uma destas à falência, ou sê sócio de alguém que já faleceu…

Por falar em sócio, porque não és sócio dos clubes rivais? Só demonstraria a tua paixão pelo jogo e pelo futebol nacional no seu todo.

Porque não falas em cafés, leites e fruta ao telefone com o Pedro Proença?

Onde estão as promessas de três centenas de milhares de sócios, do maior clube do mundo, das Champions ou da espinha dorsal da selecção?

Que porcaria de presidente és tu, Bruno, que se preocupa com passivos e com dívidas? Se ouviste tão bem como eu o Senhor Pedro Guerra, paga o valor da Supertaça ao Jesus – não ligues é ao ordenado em falta que o antigo clube lhe deve – e paga as dívidas que tens ao pobre Godinho Lopes; não vás pelo caminho do Benfica e devas dinheiros a fantasmas como o Brasa F.C.

Os conselhos do respeitoso Pedro Guerra não deveriam ser descartados Fonte: TVI
Os conselhos do respeitoso Pedro Guerra não deveriam ser descartados
Fonte: TVI

Por que raio não fazes umas chamadas para o teu amigo Vítor Pereira e escolhes uns árbitros para uns jogos da Taça? E que tal falar com o José Eduardo e oferecer uns vales de refeição para a Casa XXI? Acho que só te faria bem..

Que raio de moral tens tu, Bruno, para achares que podes chegar aqui e pedir sorteios nas arbitragens, em vez de serem os do costume a nomear? Mais, quem pensas que és para pôr em causa a competência dos árbitros portugueses e pedires o vídeo-árbitro? Põe os olhos nos Paixões, Motas, Benquerenças ou Capelas desta vida (peço desculpa a todos os muitos árbitros que podiam ser nomeados, mas não queria encher este texto com muitos nomes), e orgulha-te de teres estes senhores nos relvados portugueses todas as semanas.

Porque tens a mania de explicar tudo aos sócios, de emitir comunicados e de fazer as coisas às claras? Que piada tem isso? Põe os olhos nos outros, Bruno; a piada está em fazer as coisas sem dizer nada à CMVM ou aos sócios, o bom está em vender jogadores em modo “empréstimo”, e todos pelo mesmo valor simbólico: um euro por adepto. Ou então, vender o mesmo jogador mais do que uma vez a clubes diferentes.

Deixa de ser incendiário, e delega essas funções para os adeptos. Não legalizes as claques, não te preocupes com pirotecnia atirada para adeptos dos clubes rivais, por assobios a simularem verylights ou por tarjas a relembrar um assassínio no Jamor.

Por fim, que desplante tens tu de roubar o treinador que o Presidente encarnado quis por nas Arábias? Até me apetecia chamar-te um nome injurioso agora, mas vou-me conter. Então o Benfica queria acabar um ciclo, mandar Jesus para fora de Portugal e tu contrarias essa decisão? Agora é bem feito que toda a justiça, imparcialidade e clareza que existe em Portugal se vire contra ti. Espera lá pelos processos, pelas notícias falsas, pelo mau clima que existe no balneário e pela saída de Carrillo, maior ídolo dos adeptos e melhor jogador verde e branco desde Peyroteu ou Yazalde. Tudo isto é karma, sabes isso?

Como um colega meu de profissão escreveu, passas “grande parte do dia a delinear estratégias para atacar o Benfica”. Se quiseres eu dou-te uma ajuda, mas não digas que vais daqui: coloca pessoas influentes nos lugares certos das organizações competentes; quando precisares de favores de outros clubes, empresta talentos sul-americanos a essas instituições. Usa os jornais para criar notícias falsas, usa argumentos como o envio de SMS ou Football Leaks para “destabilizar” os rivais, e faz isto de preferência antes de jogos importantes, sejam eles para Supertaças ou apuramentos europeus. Coloca pessoas em tribunal – ainda que tenhas contratado treinadores ao Braga em moldes idênticos – só porque sim; não tentes fazer como fizeste com o Marco Silva: essa coisa de acordos amigáveis é para parvos e o que é bom é assobiar para o lado. Pronto, acho que tens aqui já umas quantas dicas úteis.

Um criança moçambicana, de Nampula, em Junho de 2011 Fonte: Foto de Vítor Miguel Gonçalves
Um criança moçambicana, de Nampula, em Junho de 2011
Fonte: Vítor Miguel Gonçalves

Mais de dois anos passaram desde este período negro da história do futebol português, mas os medos e o terror ainda assolam as mentes de milhões; cada vez mais este demónio causa uma urticária imensa na freguesia de São Domingos de Benfica e um pouco por todo o mundo, porque, para quem fala na baixa de Malabo, esquecendo-se a reunião do angelical LFV em Dezembro de 2014 com o beato presidente Teadoro Mbasogo, não deve ter visto certamente a festa de arromba do Benfica campeão que aconteceu em Marissol, cidade do Estado de São Paulo, com milhares de adeptos benfiquistas envolvidos, não obstante a ligação entre o maior clube da cidade, o Brasa F.C. Lta. e o clube de São Domingos de Benfica.

Um pequeno aparte: engraçado é que, para todos aqueles que falam das festas em cidades como Newark ou Díli, eu prefiro os prazeres de saber que posso andar pelas ruas de terra batida de Nampula e encontrar jovens com camisolas do meu Sporting e até casas pintadas com as cores e símbolo do clube, daqueles adeptos do dia a dia e não só das vitórias, jovens com dez anos que nunca viram um jogo do Sporting ao vivo mas que se orgulham das camisolas que vestem a dizer Ronaldo, Figo ou Nani.

Domingo há derby; vamos ver quantas notícias sobre o Sporting aparecem nestes dias. Mas nunca te esqueças, Bruno: a culpa é tua…

Liga Inglesa: Há dias em que vale a pena sair de casa

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cab premier league liga inglesa

Há dias em que vale a pena sair de casa. Aqueles em que tudo parece estar alinhado para que o dia, a noite ou ambos nos agraciem com boas surpresas, em que nos sentimos no topo do mundo, contagiando quem nos rodeia a desfrutar do momento que atravessamos.

As dificuldades e os entraves à felicidade não deixam de existir mas passam a ser, apenas e só, oportunidades de nos superarmos, motivos para nos sentirmos orgulhosos no final do dia, porque, independentemente do que façamos, tudo correrá magicamente bem – deadlines cumpridas, projectos aprovados, aquela lasanha que sai, finalmente, bem, ou o simples reconhecimento social … e amoroso (nem que seja só por aquele dia, a rapariga/rapaz que queremos/temos, faz exactamente aquilo que andávamos à procura que fizesse – seja um olhar, uma mensagem ou uma foto indiscrecta/gesto carinhoso… só para nós).

Sentimo-nos bem connosco, e nada nos parece travar. Sentimo-nos perfeitamente capazes de entrar num campo de futebol, alinhar num jogo da Premier League e ser o herói da partida, marcando quatro golos na baliza contrária e salvar um na própria.

No fundo, ser o Georginio Wijnaldum de 18 de Outubro de 2015. O holandês, recentemente contratado pelo Newcastle, que não vinha a fazer uma época extraordinária, à semelhança (e em consequência) da sua própria equipa, assinou uma exibição soberba na tarde do último domingo e, nem que fosse pelos números acima mencionados, mereceu, com toda a justiça, o prémio de homem de jogo na goleada do Newcastle sobre o Norwich (6-2).

Porém, ao contrário do que acontece um pouco com todos nós, não parece ser obra do acaso esta exibição. É certo que arranha patamares de excelência que muito poucos conseguem alcançar, mas há um aspecto que pode ter muita influência no desempenho do holandês – o encosto à linha.

Wijnaldum viveu noite histórica Fonte: Newcastle United
Wijnaldum viveu noite histórica
Fonte: Newcastle United

À semelhança do que aconteceu no jogo contra o Chelsea, que o Newcastle empatou a dois golos, Wijnaldum partiu do lado direito do meio-campo, ao invés do centro do terreno. Deixou de jogar de dentro para fora, e, quando em posse, alterava “a diagonal” de progressão para zonas mais “críticas” do terreno do jogo, apoiado pelo regresso de Colback ao centro do terreno, que lhe guardava as costas para eventuais desposicionamentos, por Sissoko, que lhe deu dois golos e encheu o campo, e pelo irrequieto Ayoze Pérez, que jogou mais “colado” a Mitrovic, no eixo do ataque e baralhou marcações entre a defesa do Norwich.

Uma simples mudança foi suficiente para poder inverter o rumo de várias vidas: a do Newcastle, virgem de vitórias na Premier League e com um registo ofensivo envergonhado (5 golos) até então; a de Steve McClaren, que tem agora uma ideia do alinhamento óptimo da sua equipa;  e claro, a de Wijnaldum, que tem, agora, uma oportunidade de ouro para, finalmente, sair do espectro de esperança e se afirmar, em pleno, como certeza no panorama europeu de futebol.

Um dia bom, daqueles em que vale a pena sair de casa, pode fazer maravilhas pela vida de uma pessoa. Basta agarrá-lo.

Foto de Capa: Newcastle United

Mundial Rugby’2015: Meia Surpresa, Três Confirmações, Quatro Equipas e Dois Lugares

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cab Rugby

Depois de África do Sul, País de Gales, Nova Zelândia, França, Irlanda, Argentina, Austrália e Escócia assegurarem um lugar nas oito melhores equipas do mundo, os quartos-de-final do Campeonato do Mundo de Rugby 2015 trouxeram ainda mais emoção e espectáculo a terras de sua Majestade.

No primeiro jogo a oito, a África do Sul discutia uma vaga nas meias-finais com o País de Gales e a partida teve emoção até ao último minuto, com a vitória a poder recair em qualquer uma das equipas. Tal como se esperava, Springboks e Highlanders protagonizaram um jogo de intensidade elevada e muito contacto físico. O primeiro tempo teve duas partes bem distintas: nos primeiros vinte minutos os sul africanos nem sequer entraram na área de 22 metros de Gales, com os galeses a atacar mais, enquanto os primeiros defendiam bem e respondiam em contra-ataque; a partir dos vinte minutos de jogo existiram menos oportunidades, mais jogo ao pé e mais bolas ganhas pelas duas defesas.

Os Highlanders saíram para o intervalo a vencer por um ponto (13-12) com tudo em aberto para a etapa complementar. Na segunda parte os Springboks destacaram a sua superioridade no jogo pelo chão, os galeses tentaram equilibrar mas nunca foram realmente eficazes, e seria mesmo no jogo pelo chão, após uma formação ordenada, que chegaria o ensaio da vitória: Duane Vermeulen saiu com a bola pelo lado fechado, passou no contacto a Fourie du Preez e o capitão dos sul africanos não desperdiçou e marcou aquele que seria o ensaio da vitória – fixando o resultado final em 23-19. O País de Gales já não viria a ter tempo nem oportunidade para alterar o rumo da partida, vendo a sua indisciplina punida pela melhor equipa em campo.

O capitão sul africano deu a vitória aos Springboks e assegurou a passagem às meias-finais Fonte: Rugby World Cup
O capitão sul africano deu a vitória aos Springboks e assegurou a passagem às meias-finais
Fonte: Rugby World Cup

No segundo jogo de sábado, os All Blacks vestiram o fato de gala e confirmaram as expectativas criadas em volta do Nova Zelândia – França ao derrotar, de forma claríssima, Les Bleus. A resistência francesa só durou até aos 23 minutos, quando os neo-zelandeses dispararam no marcador e jamais pararam – ao intervalo a Nova Zelândia vencia por 29-13 e via a sua superioridade totalmente instituída. À entrada para o segundo tempo os franceses tentaram reagir mas, ao invés de verem o seu esforço confirmado no marcador, viam os neo-zelandeses avolumarem a sua vantagem e Julian Savea a dar show: três ensaios daquele que se diz ser o novo Jonah Lomu e a vitória All Black era incontestável, com uma diferença de 49 pontos – que poderia ser ainda mais numerosa! – e o resultado final fixado em 62-13.

Os franceses não conseguiram domar Julian Savea que rubricou mais uma grande exibição com a camisola All Black Fonte: Rugby World Cup
Os franceses não conseguiram domar Julian Savea que rubricou mais uma grande exibição com a camisola All Black
Fonte: Rugby World Cup

Domingo era a vez dos Pumas derrotarem a Irlanda e escreverem mais uma página de glória no rugby argentino. Vamos por partes, oito anos volvidos a Argentina voltava aos quartos-de-final de um Mundial e apanharia pela frente uma Irlanda desfalcada, na luta por um lugar nas meias-finais do Campeonato do Mundo. E cedo os Pumas mostraram ao que vinham: os homens de Daniel Hourcade entraram no jogo a todo o gás, mas à irreverência colocada em campo aliaram a inteligência e souberam ser pacientes na hora de abater a muralha irlandesa. A meio da primeira parte a Argentina já vencia por 20-3, mas a Irlanda não baixou os braços e conseguiu mesmo anular parte dessa superioridade, ficando apenas a três pontos de alcançar os argentinos (23-20).

Mas os minutos decorriam e a raça da selecção argentina teimava em sobrepor-se e após uma penalidade desperdiçada por Ian Madigan, que tinha em mãos – nos pés, aliás! – o empate, os Pumas despertaram e transformaram a sua superioridade em pontos, conquistando a maior vitória de sempre frente aos Highlanders – 43-20 – e, mais importante ainda, um lugar nas meias-finais do Campeonato do Mundo.

Nicolás Sanchéz e os seus preciosos pontapés foram as figuras do jogo Fonte: Rugby World Cup
Nicolás Sanchéz e os seus preciosos pontapés foram as figuras do jogo
Fonte: Rugby World Cup

O último jogo dos quartos-de-final opôs, uma vez mais, Europa e Oceânia. E se inicialmente se pensava que a Austrália teria a tarefa facilitada frente à Escócia, o jogo apenas foi resolvido – pasme-se! – quando faltavam quarenta segundos para o final da partida… Mas já lá iremos. A Austrália entrou melhor em jogo, concretizando o seu primeiro ensaio logo aos oito minutos. O ensaio dos Wallabies não intimidou os escoceses que correram atrás do prejuízo: os comandados de Vern Cotter impressionavam sobretudo pela pressão imposta, obrigando os australianos a cometer vários erros individuais e colectivos. Foi desta forma que chegaram à vantagem, chegando ao intervalo a liderar a partida por um ponto.

Na etapa complementar o equilíbrio continuou a pautar o jogo, a Austrália chegou a adiantar-se no marcador… mas pouco. A resiliência escocesa foi nota presente a cada minuto que passava e, a seis minutos dos oitenta, Mark Bennett marcou o terceiro ensaio para os britânicos, colocando o marcador num 34-32 favorável à Escócia. Mas nos últimos quarenta segundos – quarenta segundos! – da partida que garantia o último passe de acesso às meias-finais, uma falta escocesa colocava nos pés de Bernard Foley a responsabilidade de levar os Wallabies até à próxima fase. O Iceman fez jus ao seu cognome desportivo e marcou encontro com os Pumas nas meias-finais!

Foi com uma penalidade nos últimos quarenta segundos de jogo que Bernard Foley apurou os Wallabies para as meias-finais Fonte: Rugby World Cup
Foi com uma penalidade nos últimos quarenta segundos de jogo que Bernard Foley apurou os Wallabies para as meias-finais
Fonte: Rugby World Cup

No próximo fim-de-semana a África do Sul defronta a Nova Zelândia e a Argentina encara a Austrália por um lugar na final do Campeonato do Mundo – em dois jogos que prometem, uma vez mais, grande emoção e níveis de intensidade impróprios para cardíacos!

No primeiro jogo All Blacks e Springboks irão protagonizar um duelo sempre escaldante, os primeiros chegam às meias-finais invictos, já os sul africanos sofreram (apenas) o memorável deslize frente ao Japão. Os neo-zelandeses têm apresentado um jogo mais seguro quando comparado com o desempenho sul africano, mas num duelo com tanta História a vitória pode cair para qualquer um dos lados.

Teoricamente, o duelo entre Pumas e Wallabies poderá ser visto como uma tarefa mais acessível do ponto de vista australiano, já no plano prático, e recordando a grande exibição dos argentinos e o sofrimento pelo qual a Austrália teve que passar para se apurar… Ficamos com a certeza de que tudo pode acontecer. O melhor mesmo é reservar o lugar em frente à televisão – ou, para os mais sortudos, no estádio – e não perder pitada do próximo capítulo!

Foto de Capa: Rugby World Cup

Rúben Neves – O mundo a/nos seus pés

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cabeçalho fc porto

Rúben Diogo da Silva Neves, o nome que ecoa pelos meandros do mundo do futebol. O teenager português de apenas 18 anos (idade de 2º ano de júnior), nascido em Mozelos – Santa Maria da Feira, tem no último mês despertado a cobiça dos maiores clubes do Europa, graças às suas excelentes exibições e ao nível de maturidade monstruoso que apresenta, apesar da sua modesta e tenra idade.

Caracterizado pelo seu treinador, Julen Lopetegui, como um “miúdo interessantíssimo”, rotulado por grande parte da massa associativa do FC Porto como o futuro capitão do clube, e internacionalmente denominado como o novo Andrea Pirlo, Rúben destaca-se essencialmente pelas suas fintas 360, à Zidane, pela sua dinâmica construção de jogo a partir da posição mais recuada do miolo, pela sua assertividade tanto a nível de passe curto como longo, pela sua fortíssima capacidade de variação flanqueadora, pela sua maturidade a prever lances de construção adversária e também pela facilidade que tem em armar potentes remates quando é necessário visar a baliza a uma maior distância.

A aposta de Lopetegui na época transata em Rúben apanhou de certa forma os adeptos azuis e brancos desprevenidos, já que era de desconfiar um menino de 17 anos assumir o meio campo portista. Mas o menino impressiona e oferece aos adeptos uma prestação notável na sua temporada como estreante. Veste a camisola principal dos dragões em 37 ocasiões, atuando 1789 minutos, marcando 1 golo e logo na sua estreia no Estádio do Dragão, frente ao Marítimo. A sua projeção como jogador de topo leva-o ao Europeu de Sub-21, de onde Portugal sai Vice-Campeão.

O ano desportivo de 2015/2016 avizinha-se brilhante para este “diamante em bruto”. Tem sido quase sempre opção inicial para o treinador espanhol, levantou a equipa portista da fase mais tremida do início de época. Com as entradas de Rúben, André e Corona, o FC Porto passa a praticar um futebol mais apoiado, veloz e objetivo, como tanto os nortenhos apreciam. Hoje os dragões são primeiros, tanto no campeonato, como no grupo da Champions. Na seleção nacional de sub-21, Rúben é o único totalista, do meio campo para a frente, dos promissores jovens lusos, tendo apontado inclusive um golo na campanha brilhante que desempenham até ao momento, para a qualificação para o Euro 2017. Não merece este prodígio um pouco mais, por tudo o que demonstra dentro das quatro linhas? Nem é preciso resposta…

A honra de ser capitão Fonte: Facebook de Ruben Neves
A honra de ser capitão
Fonte: Facebook de Rúben Neves

Rúben já conquistou Portugal inteiro (menos os responsáveis da seleção), com as suas preciosas habilidades. Mas também o futebol internacional já se rendeu ao youngster português. Nas mais recentes semanas somam-se interesses dos tubarões europeus – um por um, todos querem este craque. Primeiro o Chelsea de José Mourinho, que ficou rendido às qualidades do futebolista de 18 anos no jogo a contar para a Champions. Depois, de acordo com o Calciomercato, Real Madrid, Barcelona e também o milionário Manchester City estarão interessados em contratar o médio, de preferência já no próximo mercado de inverno.

O site francês mercato365 dá conta do interesse de Paris Saint-Germain, que levou os seus observadores a Penafiel, ver o jogo de Rúben frente à seleção de sub-21 da Hungria. O camisola 6 dos dragões tem sido alvo de assédio de várias potências internacionais, mas quem se destaca mais é o Liverpool FC de Jurgen Klopp. O novo treinador dos “reds” já se debruçou sobre alguns possíveis reforços e o médio do FC Porto é o um dos mais solicitados. Levando até o Daily Mirror a escrever que os reds terão feito recentemente uma “abordagem informal” junto dos representantes do jogador.

Rúben Neves, um dos talentos mais promissores do FC Porto, poderá sair no mercado de inverno pela quantia modesta de 40 milhões de euros e tem literalmente o mundo “a” e “nos” seus pés. Quem sabe se não se tornará o “teenager mais bem pago do Mundo”? É de esperar para ver.

Foto de Capa: Facebook de Rúben Neves

Alen Halilovic: O novo príncipe das Astúrias

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cab la liga espanha

…vamos a ver ese balón que le hega a Halilovic, busca el disparo, la rosca y el gol…gol,gol, gol, gol, gol…gol de Halilovic, yo no diría gol, diría golazo…” – (relato do jogo entre o RCD Espanyol e o Sporting de Gijón do passado dia 3 de Outubro)

Depois de David “El Guaje” Villa, o Sporting de Gijón conta esta temporada nas suas fileiras com um novo “miúdo” que, ao contrário do talentoso avançado de 33 anos, não nasceu em território espanhol, mas sim a muitos e muitos quilómetros de distância, na cidade croata de Dubrovnik. Alen Halilovic, de apenas 19 anos de idade, chegou no final de Agosto à cidade asturiana por empréstimo do FC Barcelona e não demorou muito a encantar os exigentes adeptos Rojiblancos, que por sua parte o apelidaram carinhosamente de “Guajilovic”. Não terão sido os adeptos, segundo Halilovic, que deram o mote para que se começasse o ouvir tal palavra nas bancadas do El Molinón, mas sim o preparador físico do clube, Gerardo Ruiz. O jogador confessou, numa entrevista recente, que nos primeiros momentos chegou mesmo a pensar que os adeptos não sabiam dizer o seu nome, mas logo percebeu que a palavra em questão se tratava de uma “versão croata” do original “Guaje”, que em asturiano significa miúdo.

Alen Halilovic despertou para o mundo do futebol nas escolas do GNK Dínamo Zagreb e foi nesse histórico emblema dos Balcãs que, aos 16 anos de idade, o jovem prodígio se estreou pela primeira equipa e logo no Dérbi Eterno, frente aos rivais de longa data, o Hajduk Split. O astro croata tornava-se assim no mais jovem jogador de sempre a estrear-se na primeira equipa do seu amado Dínamo, mas não esperou muito até quebrar novos recordes, uma vez que uma semana depois apontou um dos golos da sua equipa frente ao Slaven Belupo, tornando-se assim também no mais jovem jogador de todos os tempos a marcar na liga de futebol croata, assim destronando o feito do seu amigo e antigo companheiro de equipa Mateo Kovacic, que actualmente faz parte da equipa do Real Madrid CF.

Alen Halilovic ao lado do antigo presidente do GNK Dinamo Zagreb, Mirko Barisic Fonte: gol.dnevnik.hr
Alen Halilovic ao lado do antigo presidente do GNK Dinamo Zagreb, Mirko Barisic
Fonte: gol.dnevnik.hr

O enorme talento de Halilovic não passou despercebido aos olheiros dos grandes clubes europeus e, por esse motivo, não foi de estranhar a enorme especulação que foi criada em seu redor nas duas épocas em que integrou a equipa profissional do GNK Dinamo Zagreb. Em Março de 2014, após várias abordagens de clubes ingleses, Halilovic assinou um contrato válido por cinco anos com o clube que ainda recentemente admitiu ser a sua maior ambição, o FC Barcelona.

No Livro do Desassossego, Bernardo Soares (um dos heterónimos de Fernando Pessoa) dizia-nos que “de sonhar ninguém se cansa” e Halilovic não só não se cansou de sonhar, como fez ainda com que o sonho se tornasse realidade, quando, acompanhado do seu pai, Sejad Halilovic (também ele um antigo jogador de futebol), chegou a acordo com a direcção do FC Barcelona há aproximadamente um ano e meio.

O sonho de Halilovic foi, no entanto, transformando-se a pouco a pouco num pesadelo com cerca de 30 capítulos ao serviço da equipa B do FC Barcelona durante a temporada passada, não demorando muito até que todo o seu talento e o investimento, ao que se sabe ainda que bastante modesto, que o emblema catalão fez nele começassem a ser postos em causa. A chegada do prodígio croata ao clube catalão coincidiu possivelmente com um dos anos mais negros da história da equipa, que acabou despromovida para as catacumbas da Segunda Division B espanhola após uma época verdadeiramente medíocre.

No seu ano de estreia no futebol espanhol, Halilovic não foi capaz de demonstrar tudo aquilo de que é capaz e algumas das suas atitudes aquando de substituições deixaram transparecer quer um certo vedetismo, quer uma mais do que justificada angústia que estava a viver naquele momento. Quatro golos em 30 jogos e um arrufo com o treinador Jordi Vinyals no jogo contra o AD Alcorcón foi a imagem deixada pelo jovem croata na temporada passada e tudo fazia indicar que nesta época Halilovic optasse por uma outra liga europeia, para poder prosseguir a sua carreira. Essa mudança só não aconteceu porque o Sporting de Gijón de  Abelardo Fernández surgiu na equação e após alguma ponderação e conversas entre este antigo central do FC Barcelona, o actual técnico do emblema catalão, Luis Enrique, Alen e o seu pai Sejad, foi possível considerar que uma mudança para o El Molinón possibilitaria ao jovem croata uma positiva oportunidade para evoluir.

No passado dia 21 de Agosto, Halilovic chega a acordo com o emblema asturiano para um empréstimo de uma temporada e, apenas oito dias mais tarde, tem a sua estreia na Liga BBVA no estádio Anoeta frente à Real Sociedad.

O dia em que Alen Halilovic se estreou pelo Sporting de Gijón frente à Real Sociedad Fonte: weloba.cat
O dia em que Alen Halilovic se estreou pelo Sporting de Gijón frente à Real Sociedad
Fonte: weloba.cat

Nas Astúrias, mora uma equipa que joga um futebol de elevada qualidade que em muito se deve ao notável trabalho que Abelardo Fernández tem vindo a desenvolver desde que assumiu o comando da equipa principal em 2014. Adepto do futebol de passe curto e da posse de bola efectiva, Abelardo criou uma equipa aguerrida, mas com um cunho futebolístico de bitola elevada, que na temporada passada conseguiu o segundo lugar na Liga Adelante, sendo dessa forma premiada com a subida de escalão.

O estilo de jogo do Sporting de Gijón serve na perfeição ao jovem Halilovic, que tem assumido as funções de um número 10 à moda antiga, assumindo-se como o organizador do jogo atacante da sua equipa. Halilovic precisou de aproximadamente um mês para mostrar tudo aquilo que é realmente capaz e aproveitou a visita da sua equipa ao Riazor para verdadeiramente abrir o livro. Um toque de calcanhar soberbo para Alberto Lora num dos golos de Antonio Sanabria, uma excelente assistência para o golo de Álex Menéndez, toques de bola de elevada qualidade, passes primorosos e uma entrega total foram o resultado dos 67 minutos que esteve em campo contra o Deportivo La Coruña e que foram suficientes para que a sua equipa saísse do Riazor com os três pontos.

Halilovic e Abelardo – Uma parceira de sucesso Fonte: asturias.eldesmarque.com
Halilovic e Abelardo – Uma parceira de sucesso
Fonte: asturias.eldesmarque.com

Algumas semanas mais tarde, perante o RCD Espanyol, Halilovic não deixou os créditos por mãos alheias e brindou mais uma vez os adeptos com uma excelente exibição e com um golo de se lhe tirar o chapéu, ajudando dessa forma o Sporting de Gijón a conseguir a sua segunda vitória da temporada. As suas excelentes exibições garantiram-lhe o prémio “Jugador Cinco Estrellas”, atribuído ao melhor jogador do mês da equipa asturiana por um dos seus patrocinadores após votação dos adeptos através da rede social Twitter.

Este é o Halilovic dos tempos do GNK Dínamo Zagreb, mais refinado, certamente, mas com um talento e espontaneidade muito acima da média, que, tendo em conta aquilo que se tem passado no FC Barcelona esta temporada, nos faz questionar se um jogador como este que Abelardo “redescobriu” não seria digno de ingressar nas fileiras do gigante catalão.

Foto de Capa: asturias.eldesmarque.com