[tps_title]4º Lilian Thuram[/tps_title]
Um lateral muito bom e um central de topo. Poucos jogadores já consagrados numa determinada posição derivam para outra e ainda conseguem fazer melhor. Mas Thuram fê-lo. Discreto, inteligente e uma autêntica parede, o francês melhorou com a idade e tornou-se quase intransponível. Foi Campeão do Mundo em 1998 (dois golos à Croácia, os únicos que marcou na selecção, e Bola de Bronze do torneio), mas o Mundial de 2006 que fez foi quase perfeito.
Numa geração que conta com Maldini, Nesta e Cannavaro, será sempre discutível se Thuram era o melhor. Mas é o meu preferido, também pela atitude fora de campo. Numa era em que os futebolistas vivem muitas vezes na futilidade, Thuram destaca-se pelas visões políticas progressistas: opôs-se a Sarkozy, apoiou o casamento gay e transformou-se num activista anti-racista, tendo já inclusive vindo falar à Fundação Gulbenkian.
Numa entrevista da altura da sua vinda a Portugal explicou que ia muitas vezes falar a escolas e, a propósito dos Descobrimentos e do racismo latente na sociedade ocidental, disse qualquer coisa como isto (cito de cor): “Se eu chegasse aqui à vossa sala e, depois de abrir a porta, dissesse que vos descobri a todos, vocês concordavam? Passa-se o mesmo com os Descobrimentos. Aquilo que nos contam é a História dos vencedores”. Faz falta mais gente com este espírito crítico no futebol.