[tps_title]3º Cristiano Lucarelli[/tps_title]
Quantas vezes se vêem jogadores de equipas pequenas a sagrarem-se os melhores marcadores de um campeonato, à frente de estrelas planetárias? Poucas, e cada vez menos. Mas aconteceu com Cristiano Lucarelli, avançado do Livorno, em 2004/2005, ano em que marcou 24 golos e ficou a um da Bota de Ouro Europeia. Alto, poderoso, oportuno e com bom jogo de cabeça, era um oásis de talento numa equipa modesta. Cheguei a enfrentar o “suplício” de assistir a jogos da sua equipa só para o ver jogar. E Lucarelli não desiludia.
Anti-fascista assumido, festejou um golo pelos sub-21 de Itália mostrando uma t-shirt de Che Guevara e, pese embora os seus números notáveis, depois desse episódio só voltou a vestir a camisola da selecção aos 30 anos. Fundador de um jornal na sua comunidade, Lucarelli preferiu continuar no seu Livorno a assinar um contrato milionário com um “tubarão” europeu. “Há jogadores que pagam um milhão de euros por um Ferrari ou um iate. Eu comprei uma camisola do Livorno”. Um exemplo dentro e fora de campo, e uma prova de como o futebol e as grandes causas não têm de andar separados.