4. AS Mónaco 5-5 Real Madrid CF, Quartos-de-final de 2003/04
Em cada 100 pessoas, 99 diriam que o Real ia passar esta eliminatória. Era o tempo dos galáticos Zidane, Ronaldo, Figo, Beckham. Era a busca incessante pela 10ª, dois anos depois de se ter conquistado a 9ª. Se havia equipa favorita a vencer a Champions, era o Real. Não interessava o adversário que apanhasse. Esse seria sempre colocado em segundo plano. As pessoas ligavam a televisão para ver o Real, e não “os outros”.
“Os outros”, porém, tinham como estudar o Real, ainda que isso lhes pudesse de valer de pouco como ficou confirmado na primeira mão desta eliminatória. “Os outros” até começaram a vencer, com um golo de Schilacci.
Mas os galáticos deram a volta. Ronaldo, Figo, Helguera e Zidane sentenciariam, pensou-se a eliminatória. Com 4-1, “os outros” não conseguiriam virar a eliminatória. Viriam a reduizr, é certo, a sete minutos do fim. Morientes marcou numa casa onde outrora estivera do outro lado e fez o 4-2, mas mesmo assim, era impossível acontecer uma catástrofe na casa dos “outros”.
O Real Madrid começou a ganhar e tudo. Raúl inaugurou o marcador. Era impossível ver o Real sofrer três golos. Era. Deixou de ser. Com uma alma gigantesta, os “outros” ganharam nome, passaram a chamar-se “AS Monaco” e partiram para uma reviravolta épica, começada e terminada em Giuly.
O pequenino genial do principado, depois de empatar a 1 golo o jogo da 2ª mão, com um disparo do meio da rua, foi mais longe e, na segunda parte, depois de Morientes ter “molhado a sopa” com mais um cabeceamento mortífero, consumou a reviravolta. 3-1. Estava feito o impossível.
Os gigantes galáticos, de tão perturbados, não se levantaram mais. O AS Mónaco só parou na final, perdida (0-3) para o enorme FC Porto de Mourinho.