Morreu um génio. O futebol português nunca mais será o mesmo sem Eusébio. Espera-se uma grande homenagem à figura de Eusébio no próximo jogo na Luz. Por coincidência das coincidências, o jogo opõe as duas maiores equipas de Portugal: Porto e Benfica. Parte de mim gostaria de ver o Benfica prestar uma homenagem a Eusébio com uma vitória. Porém, não faz parte das ambições azuis e brancas dar uma “carta branca” no jogo de dia 12. Independentemente da morte de Eusébio, o Porto necessita da vitória e vai jogar para vencer.
Perante um público choroso em luto, o que espero, acima da vitória, é respeito. Não vejo melhor homenagem possível ao ”Pantera Negra” do que um embate entre Porto e Benfica. Se há, em Portugal, equipas capazes de produzir um jogo ao nível da figura de Eusébio são, sem dúvida, as equipas supramencionadas.
A chegada de claque é sempre um momento crítico em clássicos / Fonte: SD
Tenho, no entanto, uma preocupação. Não sou contra claques. Acho que são uma forma saudável de mostrar carinho e afecto para com um emblema. Os maiores exemplos de claques, embora não o sejam na génese do termo, são as claques do Liverpool de Inglaterra e dos escoceses do Celtic. Em Portugal, as claques funcionam de forma diferente. O carinho e o afecto sofrem uma transformação para se tornarem fanatismo. Não interessa qual for a razão, o fanatismo nunca é positivo. A rivalidade entre Benfica e Porto é antiga e representa também confronto entre as duas grandes cidades.
Como nos tem mostrado a história, as romarias das claques ao recinto dos rivais são sinónimo de problemas, pancadaria e feridos. A falta de respeito entre claques também é notória. Na cobertura da morte de Eusébio, Toni, antiga glória do Benfica, mostrou preocupação face à claque do Porto. Em declarações sentidas, o treinador afirmou que espera que, quando for feita a homenagem a Eusébio, haja silêncio e respeito pela lenda não do Benfica, mas sim de Portugal.
É esperada casa cheia no primeiro jogo na Luz após a morte de Eusébio / Fonte: Desportugal
Toni expõe, de facto, um sério problema. Espero, e faço disto um apelo a todos os amantes de futebol que desejem ir ao estádio no próximo dia 12, que, independentemente da cor da camisola, se dignem fazer silêncio e prestem uma homenagem merecida àquele que é provavelmente o melhor jogador português de sempre. Durante o jogo e depois dele puxem pela vossa equipa, entoem os vossos cânticos, mostrem quem vocês são e quem defendem. Mas antes mostrem respeito por um dos grandes.
No relvado, a minha ambição é igual. Como já referi, o resultado é importante. No entanto, dia 12 não é um jogo da 15º jornada da Liga Portuguesa. É um jogo de homenagem a Eusébio. Um jogo de homenagem a quem a merece.
Neste meu primeiro artigo do ano, decidi escrever-vos sobre o histórico Nottingham Forest, uma equipa que marcou o final da década de 1970, em toda a Europa. Porém, esta decisão não advém da falta de tópicos sobre o que escrever: o Manchester United continua a desapontar, o próprio City não conseguiu levar de vencido o Blackburn, ou mesmo sobre o dérbi londrino Arsenal – Tottenham.
O Nottingham Forest aspira a um regresso ao escalão principal, a relembrar os tempos de Brian Clough, que levou a equipa à sua época dourada, com um bis europeu em 1979 e 1980. Na verdade, a época tem corrido bem e ocupam a 5ª posição do Championship.
Jornada da FA Cup / Fonte: chelseabrasil.com
Mas vamos, agora, ao que realmente interessa. Nesta jornada da FA Cup (Taça Inglesa), o Nottingham não só venceu o West Ham United como o goleou por uns esclarecedores 5-0. A rotação da equipa não pode ser de todo desculpa para os hammers.
A equipa da casa viria a marcar muito cedo na partida, aos 12 minutos, por Abdoun, através de uma grande penalidade ganha por Paterson, que viria a ser a figura do encontro. Já na segunda parte, Paterson viria a fazer um hat-trick, em apenas 14 minutos. A estocada final no West Ham viria a ser dada por Reid, depois de um contra-ataque organizado por Abdoun.
A estrela da partida, Jamie Paterson, vinha até este jogo a ter dificuldade em impor-se na equipa, não marcando qualquer golo em 16 partidas, conseguindo apenas em quatro jogos a totalidade de minutos dos encontros. Foi, sem dúvida, uma aposta feliz de Billy Davies.
Jamie Paterson, figura do encontro / Fonte: imguol.com
Já do lado do West Ham, a falta de experiência não pode ser desculpa, visto que jogaram bastantes titulares na equipa de Sam Allardyce. Depois desta paupérrima exibição, fala-se mesmo no despedimento do treinador inglês. Os Hammers ocupam o 19º lugar na Premier League e este jogo pode mesmo ter sido a gota da água para o experiente manager.
Quanto ao histórico Nottingham, só resta esperar um regresso à Premier League e que, passo a passo, conquistem o seu espaço na melhor liga do mundo. É um clube com quase 150 anos de história e, definitivamente, não tem intenção de fracassar.
Mais uma semana que passa. Mais dezenas de jogos. Mais histórias para serem contadas. Depois de engolir a azia que senti após o jogo entre os Golden State Warriors e os Miami Heat (vitória da equipa da Califórnia), decidi escrever sobre os jogadores mais indefensáveis da liga.
Para quem gosta da NBA, há jogadores que por vezes podem meter algum “asco” pela qualidade apresentada. Há atletas que por mais pressão que tenham em cima, por mais longe que estejam do cesto, por mais impossíveis que pareçam as suas missões ofensivas, têm sempre algum toque de magia que faz com que os seus lançamentos encontrem o destino.
Por onde começar se não pelo detentor do recorde de maior número de triplos numa época, Stephen Curry, que por acaso marcou mais de 30 pontos contra os bicampeões. Curry tem demonstrado que é o base que mais medo mete quando se aproxima do garrafão. O jogador dos Golden State Warriors é mortífero a longa distância e se um defesa se antecipar e tentar defender essa opção ofensiva, quase sempre em vão, o base opta ou por passar para alguém livre, ou por utilizar a sua velocidade e habilidade para atacar o cesto. Contra os Miami Heat, Curry fez 8 triplos e muitos deles quase impossíveis. Bem, com qualquer outro atleta seriam mesmo impossíveis, mas com Curry é algo que já é expectável.
De seguida, falo de outro base. James Harden, o barbudo que joga nos Houston Rockets, é outro jogador que se apresenta como uma constante ameaça a todas as formações defensivas. Este não faz tantas assistências como o anterior, porém marca mais. Assustadoramente bom a lançar de triplo, Harden é um atleta com uma gigante capacidade de explosão e de afundar. Jogador bastante forte no um para um, Harden, mesmo quando lança mal, é capaz de fazer jogos fenomenais. Exemplo disso foi o jogo em que apenas acertou duas vezes em nove lançamentos de campo, mas mesmo assim acabou com mais de 20 pontos. Escusado será dizer que Harden é um jogador fenomenal e quase indefensável.
Os próximos jogadores são absolutamente soberbos e a prova disso é que estão constantemente entre os melhores marcadores da liga. Comecemos pelo que ganhou esse título no ano passado. Carmelo Anthony está a fazer um início de época muito abaixo do comum. Aliás, a equipa dos Knicks é que o está a fazer. Melo, como é conhecido pelos fãs, faz regularmente “duplos-duplos” e marca uma quantidade ridícula de pontos. A sua qualidade ofensiva está a ser ofuscada pela péssima performance da equipa de Nova Iorque, mas mesmo assim, Anthony é actualmente o segundo melhor marcador da liga. Este tem um dos lançamentos mais puros da NBA e tem um jogo de pés fenomenal. Não garante grandes afundanços nem grandes rodopios. Basicamente, Carmelo Anthony garante pontos.
Temos sido abençoados por poder assistir a estes dois fenómenos a jogar. Sem dúvida, os melhores do mundo. São também os mais indefensáveis da liga. Fonte: sportsinreview.com
Os dois jogadores mais indefensáveis da liga são também os dois melhores. Kevin Durant dos Oklahoma City Thunder foi o melhor marcador durante três anos consecutivos (e está a caminho de o ser outra vez). Com Durant não há volta a dar – ele vai marcar pontos, como é que ele o vai fazer é que é a grande questão. Possuidor de um grande alcance nos seus lançamentos e de uma enorme aptidão para afundanços poderosíssimos, a maior estrela da equipa de Oklahoma faz o que quer quando tem a bola na mão. Durant tem mostrado que, sozinho, consegue levar a equipa às costas. Agora, o que o torna tão indefensável? O jogador possuidor de braços compridíssimos tem um lançamento bastante elevado, o que faz com que os defesas não o defendam tão bem e quando o conseguem, fazem falta. Ou se tem um jogador com capacidade paranormal a cobrir “Durantula”, ou basicamente tem de se esperar que o treinador o tire para descansar, para que se possam ter hipóteses.
Por fim, tem de se falar, obviamente, de LeBron James. Melhor jogador da NBA por quatro vezes não consecutivas, quando LeBron começa a ir em direcção ao cesto, não há quase ninguém que o consiga parar. Feito locomotiva, James leva os jogadores que tiver de levar à sua frente. Com um físico assustador, a maior estrela da liga tem uma habilidade que engana bastante. Liderou a equipa de Miami em assistências, pontos e ressaltos, feito poucas vezes conseguido na história da liga. Com um lançamento de meia distância muito bom e um de triplo interessante, LeBron James prova por que é o melhor jogador da liga.
Em suma, destes jogadores só se podem esperar dezenas de pontos diariamente. E basicamente, as equipas adversárias só têm “sorte” quando estes atletas fazem jogos menos conseguidos.
Depois da vitória tranquila no Dragão frente ao Atlético para a Taça de Portugal, chega um dos jogos mais importantes para a temporada azul e branca. Dia 12 de Janeiro, pelas 16 horas, quando Benfica e FC Porto começarem a disputar o clássico da 15ª jornada, serão muitas as respostas dadas no relvado da Luz.
Com a presença nos quartos-de-final da Taça de Portugal, uma perspetiva de apuramento para as meias-finais da Taça da Liga e a liderança do campeonato, podia-se pensar que o FC Porto chegava ao Estádio da Luz na confiança máxima para enfrentar a equipa de Jorge Jesus. Apesar de no mundo do futebol serem os resultados a ditar o destino de treinadores, jogadores e dirigentes, no FC Porto essa é uma premissa nem sempre aplicável. A inconstância exibicional no Dragão ao longo da primeira metade da época, a que se junta a péssima prestação em Alvalade para a Taça da Liga, faz os portistas questionar-se sobre que equipa vão encontrar na Luz.
Não é menos verdade que a uma semana do clássico, e ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, ainda não se sabe bem qual será o onze de Paulo Fonseca: jogará Otamendi ou Maicon? Carlos Eduardo ou Defour? Licá, Kelvin ou até Quaresma? São muitas as dúvidas que por esta altura inquietam Fonseca e os adeptos portistas. É sabido que portistas e encarnados não estão a passar pela melhor das fases, mas também é de senso comum que é nestes jogos que as verdadeiras equipas se revelam. Quer FC Porto quer Benfica vêm de goleadas e exibições consistentes, mas a fraca resistência de Atlético e Gil Vicente fazem do próximo clássico um jogo imperdível.
A Luz pode vir a ser o palco do regresso de Quaresma / Fonte: Desportugal
No que aos portistas diz respeito, penso que posso afirmar que o jogo na Luz será o mais importante da curta carreira de Paulo Fonseca enquanto treinador. Em termos práticos, este será o seu primeiro clássico “a sério” disputado fora de portas enquanto técnico portista. Frente ao rival de sempre, os adeptos portistas duvidam da real capacidade deste Porto de repetir o que tem feito nas últimas deslocações à Luz. Controlando, dominando e ganhando, os portistas têm saído por cima das últimas deslocações ao terreno do maior rival. Contudo, algo parece indiscutível: mais do que um clássico, mais do que três pontos, o jogo do próximo domingo é uma prova de afirmação da equipa portista. No clássico da Luz, a dúvida passa por perceber que FC Porto é que vamos encontrar: se um FC Porto dominador, como nas últimas exibições em casa, ou uma equipa temerária, como vimos na Liga dos Campeões.
Os fantasmas à volta da equipa portista continuam bem vivos, e só uma equipa a puxar dos galões pode retirar as dúvidas que ainda a envolvem. Com ou sem Quaresma, com ou sem o duplo pivô, o dia 12 de Janeiro representa uma autêntica “prova dos 9” para a equipa e para o treinador. Por isso mesmo, a Luz será palco de um jogo onde veremos afinal de contas o que vale esta equipa pois, tal como dizia Goethe, “diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”. Cabe ao FC Porto a resposta.
O Benfica fechou 2013 em primeiro lugar a 2 pontos do 2º classificado, o Sporting Clube de Portugal. Pontos esses que foram recuperados nesta 17º jornada, em 2014, mas já lá vamos. Primeiro quero dar uma vista de olhos no que se passou de interessante no ano que passou. Em 2013 o Sporting venceu o campeonato, sem espinhas, ao Benfica por 3-1 em jogos na final do play-off. E digo sem espinhas porque mais justo do que o que foi é impossível. O Sporting praticava o melhor futsal em Portugal e na final, ou nas finais, como preferirem, deu uma liçãozinha ao rival da 2ª Circular de como jogar futsal. O que é que se passou a seguir? Remodelação total na equipa do Benfica: venderam e dispensaram metade dos jogadores, ou mais de metade, mesmo, foram buscar jovens de valor e construíram uma equipa relativamente competitiva. Nunca me passou pela cabeça que fechassem o ano de 2013, já na época actual, em primeiro lugar no campeonato. Quando chega uma batelada de jogadores novos como chegou, sem automatismos, sem estarem habituados ao esquema de jogo da equipa e à forma de jogar dos colegas, é de louvar que estejamos (pois é, estou a falar do meu Benfica, posso usar os verbos na 1ª pessoa do plural) lá para cima no campeonato.
Já o Sporting venceu o campeonato na época anterior, como já foi referido, e, como tal, teve acesso à Uefa Futsal Cup deste ano. Toda a gente esperava grandes coisas do Sporting na competição, visto que jogava bom futsal e os jogos da fase de grupos eram em Portugal. Infelizmente as coisas não correram lá muito bem para os lados de Alvalade a acabaram por ser afastados da competição pelo Araz do Davi, ex-jogador do Benfica e Sporting, que deve ter agradecido ao pai, ao filho e ao espírito santo a exibição muito apagada de Divanei no jogo decisivo do grupo. Divanei que, a meu ver, é dos melhores jogadores da equipa e nesse jogo em particular fez tudo mal. Fez passes errados, falhou golos certos, defendeu mal, enfim, uma exibição desinspirada de um jogador que num dia bom teria dado certamente a vitória e a passagem ao Sporting.
A falta de inspiração de Divanei contribuiu para a eliminação da UEFA Futsal Cup / Fonte: UEFA
Ora, deixando o drama dos leões de Alvalade de parte, passemos para o drama desta semana: o drama dos Leões de Porto Salvo. O Sporting recebeu e bateu os Leões por 6-5. Independentemente de acharmos que a vitória foi justa ou não, devemos sim questionar a sua legalidade. Foi um jogo intenso, alimentado pelo facto de o Benfica ter empatado em casa com o Rio Ave, o que fazia com que o Sporting tivesse oportunidade de igualar o rival na liderança. O que se passou foi simples: o jogo acabou (a buzina tocou) e o Sporting marcou um golo.
Adeptos sportinguistas inundaram os tópicos de discussão com argumentos como: “o árbitro ainda não tinha apitado” e “o árbitro não ouviu a buzina”. Mas o que é certo é que a buzina já tinha tocado, o tempo já se tinha esgotado, o facto do árbitro apitar um segundo ou dois depois não tem que influenciar seja o que for. Ou seja, ganharam com um golo depois do tempo acabar, sendo que no futsal o tempo pára quando a bola está fora, logo, os 20 minutos da segunda parte já tinham decorrido. Não há razões que expliquem o atrofio dos árbitros do encontro. Mas eles gostam, eles gostam de atrofiar e o que é certo é que já não estamos (Benfica) isolados na frente. Temos os chatos do costume à procura dum deslize nosso, o que não é nada engraçado.
Partiu o maior entre os maiores, símbolo do Sport Lisboa e Benfica, símbolo de Portugal, Deus negro do mundo. Os mitos e os heróis não deviam partir. Partem fisicamente, sim, mas no coração de quem ama o maravilhoso futebol, perduram para a eternidade. Eusébio deixa-nos 733 golos para sempre e tantos outros sonhos benfiquistas por ele tornados realidade. Uma estátua em vida mostra bem a grandeza do melhor futebolista português de sempre. Não escolhe países nem clubes, Eusébio é de todos nós. Do pé descalço em Moçambique ao topo do mundo. Dos 5-3 à Coreia a rejeitar marcar um livre directo pelo Beira-Mar num jogo frente ao Benfica porque sabia que seria golo.
De Eusébio guardamos o diabo no corpo, os golos em série, o amor pela baliza e pela bola de cabedal, a pequenez que sentimos ao estar perto ou falar de tal monstro. As palavras trazem-nos a amargura de nunca conseguirem expressar os sentimentos na sua plenitude. Tentamos e experimentamos, mas sentimo-nos sempre esmagados pela imponência de ver os vídeos de um Deus negro na busca apaixonada pelo golo. À equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica, peço apenas que saiba honrar a memória do nosso maior símbolo com a conquista do campeonato. Ao Benfica, obrigado por o ter homenageado em vida. Hoje partiu um pedaço do nosso país, mas morrer é só deixar de ser visto.
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Melhor era quase impossível. O Benfica começa o ano a golear, a impressionar e a deixar água na boca dos adeptos. Uma mão cheia de golos e uma exibição segura e autoritária conduziram as águias para os quartos-de-final da Taça de Portugal, numa partida que deixa antever uma boa exibição no clássico do próximo fim-de-semana.
O jogo de hoje, no Estádio da Luz, foi de sentido único e no novo relvado da Luz só uma equipa procurou vencer e convencer. Desde o início, o Benfica mostrou querer evitar facilitismos e não entrou em “rodriguinhos”. Aliás, logo aos três minutos de jogo foi o próprio Rodrigo a inaugurar o marcador, após uma bela jogada colectiva. Volvidos dezassete minutos de jogo, o sérvio Markovic tratou de aumentar a vantagem e nesse momento o jogo ficou praticamente resolvido a favor dos encarnados.
Rodrigo e Markovic foram dos melhores na goleada do Benfica Fonte: Maisfutebol
Uma entrada demolidora do Benfica deixou o Gil Vicente completamente rendido à superioridade encarnada e a partir daí as águias limitaram-se a controlar o jogo e a acelerar quando necessário.
Gaitán, Lima, Markovic e Rodrigo, os homens mais avançados de um onze de primeira linha do Benfica, mostravam-se plenos de confiança em todos os seus movimentos e iam coleccionando lances de elevada nota artística, revelando toda a sua qualidade técnica. Os dois primeiros golos saíram dos pés destes jogadores e o terceiro é também obra deste quarteto. Grande passe de Lima para Gaitán e o bis de Rodrigo, ainda antes do intervalo.
Com três golos de vantagem, o Benfica entrou para a segunda parte tranquilo e confiante e adoptou um estilo de jogo mais pausado, já pensando no jogo do próximo domingo, diante do Futebol Clube do Porto. Também as substituições efectuadas por Jorge Jesus tiveram em conta esse duelo. Matic, Enzo e Rodrigo foram poupados e, de entre os jogadores que entraram, foi o sérvio Djuricic quem se mostrou mais eficiente. Procurou a bola e combinações com os colegas e esteve em evidência nos lances do quarto e quinto golos do Benfica – golos esses que apareceram de forma natural, dado o fluxo atacante das águias. Maxi Pereira sofreu falta do guarda-redes gilista dentro da área e Lima converteu o castigo máximo. Pouco depois, o mesmo avançado bisou na partida e estabeleceu o resultado final.
O primeiro jogo no novo ano simbolizou o regresso às boas exibições e os adeptos (os poucos que estiveram presentes na Luz) puderam finalmente sentir uma porção do perfume de alguns jogadores. A quinta vitória consecutiva dos encarnados assumiu contornos formosos e autoritários, vislumbrando-se a classe e a fluidez que o jogo do Benfica pode ter nesta segunda metade da temporada.
O FC Porto tinha hoje a missão de se apurar para os quartos-de-final da Taça de Portugal. O adversário era o Atlético, uma das piores equipas da Segunda Liga, que em 2007 havia causado sensação com a eliminação dos azuis e brancos da competição. Desta vez, os lisboetas não conseguiram contrariar o favoritismo dos da casa e acabaram por sair vergados do Dragão: 6-0 foi o resultado final.
Só por curiosidade, para encontrar um resultado tão expressivo como este é necessário recuar até 2011/12, quando o FC Porto foi a Sintra derrotar o Pêro Pinheiro por 0-8, também na Taça de Portugal. Se nos reportarmos somente às partidas disputadas Dragão, então a viagem é ainda mais longa: o FC Porto já não marcava 6 golos no seu próprio estádio desde a 25ª jornada do campeonato de 2007/08, quando os dragões bateram o Estrela da Amadora por 6-0.
No jogo de hoje, Paulo Fonseca optou por jogar com Fabiano na baliza, adaptar Ricardo a lateral direito, lançar Reyes no eixo defensivo, dar mais uma oportunidade a Kelvin e conceder novamente a titularidade Josué e Defour. Destes, Kelvin, pelo golo que marcou e pela irreverência que demonstrou, e Ricardo, pela prestação muito positiva numa posição onde não está acostumado a jogar, merecem destaque pela positiva. De resto, a grande figura da partida terá sido Varela, pelo bis; Jackson esteve igualmente em bom plano, mas acabou por não chegar ao golo, sendo substituído por Ghilas a 20 minutos do fim.
Varela, que até envergou a braçadeira de capitão, bisou e foi a figura do encontro / Fonte: A Bola
O FC Porto encontrou uma equipa muitíssimo fechada atrás (se algumas trazem o autocarro, o Atlético pareceu ter trazido um camião TIR!), sem pretensão nenhuma de ter a bola e procurar criar ocasiões para marcar. Já numa fase bem adiantada da primeira parte, o FC Porto chegou a atingir os 80% de posse de bola – um dado estatístico muito útil para dar a ideia do que foi o jogo. Trocando a bola com paciência – e, muitas vezes, sem a velocidade e o critério que eram exigíveis face à qualidade técnica dos jogadores do FC Porto e à ausência de pressão dos jogadores do Atlético -, o FC Porto foi construindo algumas jogadas de perigo e acabou por chegar ao golo à passagem do minuto 24, por intermédio de Varela. Ainda antes do intervalo, Defour deu o melhor seguimento a um cruzamento de Kelvin e ampliou a vantagem.
Na segunda parte, mais do mesmo: um jogo de sentido único, que o FC Porto, sem grande esforço e longe de deslumbrar, dominou em toda a linha. A muralha defensiva dos visitantes ia abrindo cada vez mais brechas e, já depois de um auto-golo de Marinheiro logo à entrada do segundo tempo, o FC Porto chegou ao 4-0 por Varela, entretanto com braçadeira de capitão desde a saída de Lucho. O 5-0 chegou três minutos depois, num cabeceamento subtil de Otamendi na sequência de um livre lateral de Josué, e Kelvin, em cima dos 90 minutos, como é seu apanágio, fechou a contagem.
Embora o resultado espelhe a superioridade inequívoca e avassaladora do FC Porto frente a um adversário que, entre frangos e auto-golos, acabou por se revelar muitíssimo frágil e muito pouco competitivo (é bom recordar que o Atlético tem apenas 12 golos marcados em 23 jogos na Segunda Liga, ocupando a penúltima posição, e completou hoje o 8º jogo consecutivo sem conhecer o sabor da vitória), a verdade é que ajuda a camuflar mais uma exibição sem brilhantismo dos azuis e brancos.
O primeiro grande teste do ano será o próximo jogo, na Luz, no próximo fim-de-semana. Aí, sim, o FC Porto vai ter de mostrar toda a sua fibra e puxar dos galões para vencer e… convencer.
A passada terça-feira marcou o final do ano de 2013. Pelos quatro cantos do mundo, festejou-se, com poupa e circunstância, o interregno de mais um ano e o começo do subsequente. O champanhe foi rei numa noite em que se esquecem amarguras e em que se fazem preces para que o ano que se avizinha traga alegria e sucesso. Estes podem dirigir-se nas mais variadas direcções: laborais, amorosas, e, quiçá, desportivas.
Creio, neste sentido, que, no Réveillon, qualquer sportinguista que se preze não se esqueceu de desejar uma continuidade próspera para o seu clube. Após um 2013 repleto de emaranhados e instabilidades, o ano de 2014 será crucial para que se perceba claramente se o Sporting está, de facto, rejuvenescido. A resposta a esta incógnita não só terá de ser dada no relvado, como também na secretaria, que, ontem, recebeu notícias animadoras.
A agência financeira Bloomberg classificou o Sporting como o “Campeão Mundial da Bolsa” / Fonte: bloomerg.com
Efectivamente, 2014 começou da melhor forma possível para as hostes leoninas. A agência Bloomberg, líder no mercado de informações financeiras e negócios, concluiu que o valor das acções do Sporting foi o que mais subiu ao longo do ano, em todo o mundo, o que faz do clube de Alvalade o “Campeão Mundial da Bolsa”. Segundo a conceituada agência, a percentagem de valorização dos títulos bolseiros leoninos foi de cerca de 400%, acrescentando ao título atrás referido o de “Campeão Nacional da Bolsa”.
É certo que este é um título meramente simbólico, mas o reconhecimento alheio é sempre um motivo de regozijo. De facto, num ano em que o Sporting vivenciou situações caóticas e amplamente conhecidas, esta distinção demonstra como o caminho que vem a ser seguido por Bruno de Carvalho é o correcto. Para se ter uma ideia mais concreta da alteração ocorrida, as acções do Sporting, que no início do ano valiam 0.160 euros, fecharam 2013 num valor de 0.890 euros. O desempenho extraordinário da equipa, desde que a época actual começou, não pode, obviamente, ser desassociado deste crescimento.
O Sporting Clube de Portugal terá, no ano de 2014, duas grandes batalhas para vencer: o Campeonato Nacional e a sanidade financeira. Ambas se revestem de total importância e urge que não se resumam apenas a desejos. A nós, adeptos e sócios, recai o dever de ajudar o clube em ambas as lutas. Unamo-nos e conseguiremos!
Ontem, falei sobre as motas e sobre as possibilidades de um português vencer esta categoria no Dakar. Hoje, tal como disse no fim do primeiro artigo, vou falar sobre as restantes categorias em disputa na América do Sul.
Percurso de 2014 do Dakar Fonte: sulinformacao.pt
Começando pelas quads – única categoria sem portugueses –, o grande candidato é Marcos Patronelli. Este argentino ganhou em 2010 e 2013, e ficou em segundo na edição de 2012. Nos 41 concorrentes desta categoria, que se disputa desde 2009, existem mais alguns corredores com possibilidade de vitória, embora improvável, tal o conhecimento e experiência do argentino. O chileno Ignacio Casele, o polaco Rafal Sonic e o holandês Sebastian Husseini são os outros favoritos, mas com uma luta mais provável pelo pódio.
Passo agora para os camiões, desta vez sem Elisabete Jacinto, por estar presente a participar na África Eco Race (uma prova semelhante ao Dakar original).
Nikolaev, com o seu Kamaz, em 2013. Fonte: redbull.co.uk
Nesta categoria, é esperado que os russos dominem, quer por pilotos quer por camiões (Kamaz). Eduard Nikolaev é o grande candidato à vitória, depois de já ter vencido no ano passado. Ayrat Mardeev será – provavelmente – o único piloto que pode impedir o triunfo de Nikolaev. Andrey Karginov e Gerard de Rooy devem lutar entre si pelo último lugar do pódio, sendo que de Rooy é, destes quatro, o único não russo e o que não conduz um Kamaz. O holandês, vencedor de 2012, está ao volante de um Iveco.
Aqui, temos dois portugueses. Pedro Velosa vai estar no MAN número 553, conduzido pelo alemão Udo Kühn. Velosa é um copiloto experiente neste tipo de provas. No Renault com o número 555, vai José Martins, mecânico nascido na Covilhã. O piloto responsável por este camião é Michel Boucou.
Finalmente, os carros, categoria onde se espera uma luta animada pela vitória. Stéphane Peterhansel e Nasser Al-Attiyah são os grandes candidatos. O francês é o recordista de vitórias no Dakar, tendo ganhado por 11 vezes a prova, seis nas motos e cinco nos carros, tendo dois desses triunfos ocorrido nos dois últimos anos. Al-Attiyah também já venceu o Dakar, em 2011, na última vitória da Volkswagem antes do abandono da modalidade. O piloto do Catar é um verdadeiro desportista, já que, além do Dakar, faz ralis no WRC e no campeonato do Médio Oriente (onde é tricampeão) e já participou em cinco Jogos Olimpicos em Skeet masculino –uma prova de tiro – tendo ganhado a medalha de bronze em Londres. Ambos os pilotos vão estar ao volante de um MINI.
Carlos Sainz e Gilles de Villiers, também eles antigos vencedores do Dakar, em 2010 e 2009, respetivamente, são os grandes candidatos a discutir o último lugar do pódio e, quem sabe, fazer frente aos MINI. O espanhol participa com um Buggy, enquanto o sul africano participa com um Toyota. Sempre espetacular é Robby Gordon com o seu Hummer; o norte americano ficou em terceiro em 2009 e vai estrear este ano uma nova versão do carro. Outro piloto que pode surpreender é Nani Roma, também ele em MINI; ele é, aliás, um ex-vencedor, mas em motos, no ano de 2004. Outra novidade interessante para esta edição é a entrada da Ford, que, com o Ranger piltotado por Lucio Alvarez e por Chris Visser, pode ser uma surpresa bastante positiva.
O carro de Carlos Sousa Fonte: facebook.com/photo.php?fbid=610831828978223&set=pcb.610832185644854&type=1&theater
Focando agora nos portugueses presentes nesta categoria, o maior destaque tem de ir para Carlos Sousa, que vai ter na sua porta o número 306. Sousa é acompanhado por Miguel Ramalho e vão conduzir o Haval à melhor posição possível, sendo o top 10 o objetivo. Este é o terceiro ano da parceria luso-chinesa, sendo que Sousa ficou nos outros dois no sexto posto. Paulo Fiúza é o navegador de Orlando Terranova. O argentino conduz um MINI e espera alcançar os 10 primeiros lugares e, se possível, o pódio. Também como navegador de um piloto da MINI está Filipe Palmeiro. Este portalegrense tem como missão navegar o rookie, de apenas 23 anos, Martin Kaczmarski, vindo da Polónia. Completando os portugueses em prova temos a dupla Francisco Pita/Humberto Gonçalves. O objetivo deste par é o top 40; para tal, vão usar o Buggy SMG Gache.
Emidio Guerreio com os participantes do Dakar, bem como os da África Eco Race. Fonte: facebook.com/photo.php?fbid=680135382018103&set=pcb.680135825351392&type=1&theater
Gostaria ainda de destacar a presença de Albert Lloverá com o número 352. Tomei conhecimento deste piloto apenas em 2008, quando se deslocou a São Miguel para a disputa do SATA Rally Açores desse ano. O factor de destaque deste piloto é uma característica que o difere dos restantes: o andorrenho é paraplégico, depois de um acidente a fazer esqui, em 1985. Lloverá é ainda o atleta mais novo a participar nuns Jogos Olimpicos de inverno, com 17 anos, em Sarajevo, no ano de 1984. Desde o acidente que se dedica aos desportos motorizados, com destaque para os ralis. Esta vai ser a sua segunda participação no Dakar, depois da presença de 2007, do qual desistiu.
Não perca, a partir de amanhã, todos os desenvolvimentos de mais um Rally Dakar, esta que é uma das provas mais espetaculares e igualmente mediáticas. Resta-me desejar boa sorte a todos os concorrentes, com especial destaque aos portugueses.