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Fanning, o justo campeão…?

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cab Surf

Na rubrica de hoje não vou estar para aqui a falar de notas ou de nomes mais técnicos. Vou fazer um pequeno apanhado do que se passou no Hawai, uma vez que este acolheu, nos últimos 30 dias, o Vans Triple Crown.

As ondas entravam na costa havaiana com cerca de três metros, e faziam um tubo tão perfeito e largo que muitos surfistas entravam lá dentro completamente esticados e de braços abertos. Já um amigo meu dizia: “oi, o meu carro cabia lá dentro”.

Com os dois únicos candidatos ao título mundial, Mick Fanning e Kelly Slater, ainda em prova, tudo estava em aberto. Por um lado, Slater tinha a vantagem de estar nos quartos finais, enquanto Fanning ainda precisava de passar o round 5 para chegar aos quartos; mas, ao mesmo tempo, Fanning apenas precisava de chegar às meias-finais para somar os pontos necessários para se tornar campeão do mundo. Deste modo, mesmo que Kelly Slater ganhasse a prova era impossível ser campeão mundial. Mas pronto, vamos voltar então ao round 5.

Round 5 a decorrer e Mick entrava dentro de água contra CJ Hobgood, um perito em tubos. O mar não ajudava mas, com algum esforço, Mick Fanning conseguiu bater CJ, passando assim aos quartos-de-final. E pronto, mais uma vitória, e iríamos ver Fanning a pegar no grande, pesado e prestigioso troféu.

Os quartos-de-final só começaram passados três dias, e agora sim, entravam umas bombas com três metros ou mais.

Fanning a encaixar nu tubo perfeito Surftotal.com
Fanning a encaixar nu tubo perfeito
Fonte: Surftotal.com

Mick Fanning foi o primeiro a entrar dentro de água, contra Yadin Nicol, mas o que muitos não sabem é que Fanning fez de propósito para competir nos quartos-de-final contra Yadin. Como é que isso é possível? Eu explico. No round 4, Mick Fanning tinha pela frente John John Florence e Nat Young. Com a bateria a chegar ao fim, Mick Fanning encontrava-se na segunda posição e, uma vez que neste round ninguém é eliminado, o surfista australiano até estava tranquilo, uma vez que ainda iria competir no round 5. Mas Fanning começou a pensar e reparou em que, se ficasse em segundo lugar, iria enfrentar o difícil Julian Wilson, e, caso ganhasse, iria debater-se contra John John Florence no derradeiro heat (quartos-de-final). Esse seria o caminho mais difícil, pois John John surfou a onda de Pipeline toda a sua vida, uma vez que esta mora mesmo em frente àquela assustadora onda. Portanto, se Mick ficasse em 2º lugar, iria pelo caminho mais árduo e improvável para ser campeão, enquanto que, se ficasse no 3º posto, apanharia CJ Hobgood no round 5 e Yadin Nicole nos quartos-de-final – um caminho bem mais fácil. Não ponho a hipótese de ele passar o heat em primeiro, porque naquela altura já era impossível passar à frente de John John. Entao Mick jogou com a cabeça e não com as “skills” e apanhou propositadamente uma onda em que não tinha prioridade, o que fez com que ficasse sem metade da pontuação da sua melhor onda. Assim passou para 3º lugar no heat.
Agora sim, voltemos aos quartos-de-final.

Com Yadin Nicole a dominar a bateria, o público na praia já não acreditava que Mick Fanning pudesse ganhar, mas, a 1.30 minutos do fim, Fanning apanha umas das maiores ondas do heat, e manda um tubo super perfeito, conseguindo assim a nota para ganhar. Deste modo, Mick Fanning tornou-se campeão Mundial pela terceira vez.

Mas o campeonato continuava, pois ainda só ia nos quartos-de-final. Kelly Slater não conseguiu tornar-se campeão mundial, mas, ainda assim, descarregou toda a sua raiva nas ondas e ganhou o Pipe Masters. Mas quem é que Slater enfrentou na final? Pois, foi John John Florence, o miúdo tão temido por Fanning. Por isso, será que a vitória do australiano foi justa? Kelly limpou tudo e todos e deu um grande espetáculo a todo o público. O que é facto é que não se pode ver apenas o que foi feito nesta prova, mas sim ao longo de todo ano.

O Meu Grande Amor

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Núcleo Semanal
Amores há muitos. Tenho a certeza de que todos amam o seu, e nós até podemos amar outros, mas Grande Amor, o Grande Amor, só há um. Porém, é perigoso. Creio que os grandes amores são muito mais fáceis de perder que os pequenos amores. Os grandes amores cegam. Passamos a ver coisas distorcidas, completamente pintadas da cor do nosso Grande Amor. Não há mais nenhuma – é aquela cor e pronto. A melhor, a única, a tal.

Quando vivemos o Grande Amor por muito tempo, a proximidade é tanta que acabamos por não olhar para o que está à nossa frente. Habituamo-nos a ter o Grande Amor connosco e a tê-lo como parte da nossa vida. Está ali, sempre ali, tão perto, e assim continuará a estar. “Hoje talvez não tenha de ver o meu Grande Amor – afinal, ainda cá estará amanhã, à espera que eu o ame. Hoje estou cansado do trabalho, das aulas, dos problemas. Amanhã eu demonstro o quanto amo o meu Grande Amor.”

E enquanto se deixa para amanhã, o Grande Amor pode perder-se. Pode danificar-se, partir-se, quebrar-se. Pode sofrer golpes tão profundos que mais nenhum amante irá conseguir juntar os pedaços e amá-lo da mesma forma que outrora havia sido amado.

Foi isto que nos aconteceu: saltámos reuniões, perdemos militância, deixámos para amanhã. Permitimos que outros interferissem naquilo que ninguém deveria interferir, que alguém estragasse o que ninguém poderia estragar. Que usasse o Grande Amor como se fosse seu. E quase nos esquecemos que é nosso.

Hoje, posso dizer, está salvo. O Sporting, o amor de milhões, está salvo. Faltas agora tu. O meu Grande Amor.

Do Céu ao Inferno num ápice

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brasileirao

Desilusão, desilusão

Danço eu, dança você
Na dança da solidão…

Como em tudo na vida, há sempre altos e baixos. Os clubes não fogem a essa regra. Momentos bons são fáceis de serem falados. Mas abordemos os maus: pois é com os erros que se aprende, para fazer do futuro um lugar melhor.

Desde 2010, nada parecia parar o Fluminense no comando do Futebol Brasileiro. Venceu dois campeonatos em três (2010 e 2012) e aparentava ter uma solidez financeira pouco comum para o Brasil; e também pouco corriqueira nos clubes do Rio de Janeiro. O contrato com a Unimed – a maior cooperativa de serviços médicos no mundo – tinha dado os seus frutos. Bons jogadores, boa rotatividade e, sobretudo, salários razoáveis e regulares. Tudo bem. “Tudo jóia” para os tricolores!

Porém, no final de 2012, já depois da consagração de campeão, alguma coisa aparentava mudar para os lados das Laranjeiras, o bairro do Fluminense Football Clube. Já não se sentia aquela força e segurança de outrora. O campeonato começou tímido. E depois ficou francamente mal. Tanto que do objetivo Libertadores se passou para o objetivo manutenção na Série A. Às tantas o Fluzão já havia perdido identidade. Os jogos eram fracos. As oportunidades de descolar dos lugares baixeiros eram perdidas de forma infantil. E aos trancos e barrancos foi ficando, foi ficando… ficando no lodo. Só na última jornada teve a infeliz notícia do rebaixamento de divisão, acompanhando o seu rival Vasco da Gama a uma visita nada agradável ao segundo escalão nacional de futebol. Se a campanha do Vasco da Gama não deixa de ser traumática por se tratar de um colosso, pelo menos já era esperada. Como fomos referindo e resumindo: crise diretiva, crise financeira e monetária. Sobretudo isto. Com reflexos na prestação da equipe em campo. Só que com o Fluminense pouco ou nada fazia prever esta performance.

Desilusão para o Fluminense / Fonte: oquartozagueiro.blogspot.pt
Desilusão para o Fluminense / Fonte: oquartozagueiro.blogspot.pt

Agora é tarde para lamentações. Não adianta chorar sobre leite derramado. É preciso reflexão no seio das gentes do tricolor carioca. A única coisa que salvou, para já, o Fluminense de tal descalabro é a perda de pontos por parte da Portuguesa e/ou do Flamengo por utilização indevida de jogadores castigados. O Supremo Tribunal de Justiça Desportiva condenou a Lusa com perda de quatro pontos. O mesmo pode suceder ao Flamengo mais para a frente, mas não terá qualquer repercussão no que toca à descida de divisão dos rubro-negros cariocas. Porém, os paulistas ainda podem protestar em segunda instância na mesma entidade. Caso isso aconteça, estaremos aqui para debater essas e outras questões.

No desespero é sempre bom agarrar-se ao pouco que se tem. Poderá ser uma ajuda. Mas o que quer que aconteça, nada poderá apagar o fracasso de um clube tetracampeão do Brasil.

Quaresma e Anderson, a fazer lembrar Lucho e… Janko?

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atodososdesportistas

Ora viva, meus caros (des)Portistas. Esta semana escrevo sobre um assunto que certamente interessa a todos: os ecos de mercado. E, com eles, existem dois nomes que se dizem praticamente certos já para Janeiro: Ricardo Quaresma, que já rescindiu com o Al Ahli, e Anderson, jogador que disse publicamente aceitar baixar o elevado salário para regressar à casa que o lançou no mundo do futebol. Seria o retorno de dois meninos que sempre tiveram o carinho dos adeptos. Seria uma forma de “apaziguar” o ambiente entre massa associativa e equipa técnica. E isso faz-me lembrar a primeira época de Vítor Pereira, em cuja reabertura do mercado o Porto assegurou o regresso de Lucho González e a chegada de um tão aclamado “pinheiro” de área, que era um Janko meio… Manco!

A confirmar-se a entrada destas duas caras, o que Porto podemos esperar? Um Porto mais esclarecido. Um Porto que mesmo teimando em não mudar o duplo pivô defensivo (o que me parece inevitável) terá uma consistência muito maior. Vejamos.

Anderson é um jogador que se “estragou” no Manchester United. Tinha tudo para ser o melhor 10 da Europa e o Sr. Ferguson quis adaptá-lo a médio de transição. Neste Porto, é isso mesmo que faz falta! O fabuloso 10 é agora um muito bom médio de transição, posição que no 2+1 do meio campo portista se sente cada vez mais não existir. Josué só consegue jogar em posições mais adiantadas e a sair das alas para “rasgar” no meio; quanto a Herrera, ainda não se percebeu bem onde se sente mais confortável; Defour decide bem mas é muito lento; e Lucho tem o seu lugar cativo no vértice ofensivo, pois a idade já não permite as correrias de outrora. Anderson encaixa que nem uma luva no esquema. Fernando destrói, Anderson leva a bola (como fazia Moutinho) e Lucho ou os alas decidem.

Anderson / Fonte: photos1.blogger.com
Anderson / Fonte: photos1.blogger.com

No que diz respeito a Quaresma, e mesmo sendo uma incógnita a sua condição física e mental (está há alguns anos arredado dos grandes palcos europeus), será sempre o nosso mágico, aquele que num minuto decide um jogo com uma trivela, uma finta impossível um golo, quando ninguém pensa ser já possível. É o extremo que nós não temos! No passado tivemos Drulovic, Sektioui, Hulk, James e demais jogadores com características explosivas. Este ano falta-nos essa peça no xadrez. Varela é competente, não falha nos momentos chave, mas não é aquele extremo em quem possamos confiar o último lance do jogo ou de quem possamos esperar que “carregue” a equipa às costas. Será Quaresma.

Há, depois, a questão de saber como jogará o Porto caso se confirmem estas duas aquisições. Numa curta resposta acaba-se com a conversa: jogará como o treinador sempre idealizou mas como nunca conseguiu por falta de “mão-de-obra”!

Sendo assim, hipoteticamente falando, teremos um “onze base” perto deste: Helton; Danilo, Mangala, Otamendi/Maicon e Alex Sandro; Fernando, Anderson e Lucho; Quaresma, Varela/Josué e Jackson, contando que Paulo Fonseca não abdicará do seu esquema 1-4-(2+1)-3. Ganha forma, ganha conteúdo, ganha opções! Podemos mudar a forma de jogar simplesmente com a troca entre Varela ou Lucho por Josué, por exemplo. Foi graças à entrada de Lucho há dois anos atrás (sim, também por imenso demérito do Benfica de Jesus) que conseguimos ascender à liderança. Espero não chegar a Janeiro em 2º ou 3º, muito menos espero vir a ter 6 pontos de desvantagem em relação a Benfica ou Sporting, mas a verdade é que precisamos mesmo de um extremo e um médio de transição realmente bons! Chega de “mini-Messis” e “mini-Moutinhos”. Queremos, dentro do financeiramente possível, um Messi e um Moutinho! E esses dois seriam Quaresma e Anderson.

Contudo, sei que não podemos esperar que estes dois façam milagres e achar que por virem já somos campeões. Não, longe disso! Apenas seria uma enorme alegria ter dois filhos pródigos de regresso a casa e certamente veríamos mais qualidade no nosso futebol!

Queremos voltar a ver o nosso ADN em campo, aquele que passou de treinador em treinador: o futebol rápido, curto, de pé para pé, em que, de repente, um mágico vai à linha e mete no avançado ou “rasga” para dentro e dá… GOLO!

Isto é poesia, e nós estamos habituados aos melhores poetas!

Será que o virar do ano será também o virar de um ciclo de exibições menos conseguidas? Esperemos que sim!

Até à próxima, saudações (des)Portistas.

[box type=”info”] Este texto não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico[/box]

Balanço final

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A Liga Europa terminou e com ela a participação das equipas portuguesas presentes na fase de grupos. Este ano, Portugal fez representar-se nesta fase por dois estreantes, Estoril e Paços de Ferreira, e por um regressado, Vitória SC. Nenhum conseguiu passar a fase de grupos e podemos dizer que a última jornada resume um pouco o que foi a campanha de cada um.

Rui Miguel foi o autor do único golo pacense na Liga Europa http://pt.uefa.com
Rui Miguel foi o autor do único golo pacense na Liga Europa
Fonte: UEFA.com

Paços de Ferreira – O Paços de Ferreira calhou num grupo difícil. Fiorentina e Dnipro eram os favoritos à passagem do grupo, sendo muito mais fortes do que Paços e Pandurii. Aos castores restava deixarem uma boa imagem na Liga Europa. O último jogo, um empate a 0-0 no terreno do Pandurii, resume a campanha europeia do Paços de Ferreira: um Paços de Ferreira fraco, sem ideias, que foi dominado pelo adversário, o Pandurii, que está à altura da maioria das equipas portuguesas, à imagem dos outros jogos. Apesar de ter acabado em 3º lugar, os números mostram como foi a participação pacense. Com apenas 3 pontos e um golo marcado, o Paços tem como ponto positivo o facto de não ter acabado em último lugar. Para esta fraca campanha muito contribuiu o complicado início de época. Um calendário onde jogou com Zenit, SC Braga, Benfica, Porto, e que abalou e muito a confiança da equipa. A juntar a isto, um treinador sem experiência, desde cedo sem o apoio dos adeptos e um plantel quase novo. Se a missão já era difícil, ainda mais ficou. Ao Paços pedia-se mais a nível exibicional, principalmente nos jogos com o Pandurii.

Estoril – Outro estreante, o Estoril tinha um grupo um pouco mais acessível, com Sevilha, Freiburg e Slovan Liberec. A boa forma que o Estoril mostrava dentro de campo fazia prever que seria possível lutar pela próxima fase. No final, os canarinhos acabaram com 3 pontos e em último lugar, mas saíram de cabeça erguida. O que falhou? A pouca experiência a este nível e algum azar. O Estoril teve jogos onde fez boas exibições mas pecou na finalização, sendo o jogo em casa com o Freiburg (jogo decisivo para a qualificação) o maior exemplo disso, tantas foram as oportunidades falhadas. Ficou a faltar uma vitória, mas fica a certeza de que os canarinhos têm condições para voltar e fazer melhor.

O conjunto treinado por Rui Vitória esteve próximo de passar a fase de grupos http://cdn.controlinveste.pt
O conjunto treinado por Rui Vitória esteve próximo de passar a fase de grupos
Fonte: controlinveste.pt

Vitória SC – O Vitória foi a equipa que mais prometeu nesta Liga Europa. Depois de um bom arranque (uma goleada ao Rijeka e um empate em Lyon), o Vitória parecia bem encaminhado para o apuramento. Mas o duplo confronto com o Bétis comprometeu a qualificação. Em Sevilha, os minhotos realizaram uma boa exibição mas perderam, num jogo onde Rui Vitória pode queixar-se de um penalty não assinalado, quando estava 0-0. Em Guimarães, um golo dos espanhóis no último minuto deitou por terra as aspirações dos vimaranenses, que, no jogo a seguir, no terreno do Rijeka, empataram e confirmaram o adeus à Liga Europa. No último jogo, o Vitória esteve a ganhar ao Lyon, mas perdeu por 2-1. Um jogo que mostra como foi a aventura europeia: os vimaranenses tiveram na mão tudo para serem bem-sucedidos mas, por imaturidade e ainda pouca experiência a este nível, falharam.

Nenhuma das três equipas conseguiu passar, mas conseguiram ganhar experiência e obter alguns bons resultados. Que seja um “até já” à Liga Europa, pois ficou provado que, com mais experiência europeia, estas equipas poderiam fazer mais.

A vez das flechas

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De acordo com o nosso exercício mental de percorrer as posições dos atletas em campo, só nos faltava uma colocação: o ala. Rápidos como setas disparadas por arcos, estes são – regra geral – os jogadores mais céleres na quadra.

Voluntariosos e altruístas, os extremos (outro nome possível para a posição) jogam mais nas pontas. Podem ajudar o base noutro tipo de tarefas, quer defensivas quer ofensivas, mas também podem ter um papel mais proativo no ataque, desempenhando a vez de marcadores de cestos importantes: duplos e triplos. Autênticos ratinhos atómicos, pede-se sabedoria na hora da decisão e a não precipitação em lances de velocidade corrida, pois o espaço é pequeno e ao mínimo erro a bola pode passar para mãos alheias, sempre indesejáveis na procura da vitória.

Ala, um velocípede desportos.colorir.com
Ala, um velocípede
desportos.colorir.com

Como num concurso de tiro com arco na Idade Medieval; os alas são assim mesmo. Com uma velocidade Furiosa (onde é que já ouvi este nome antes?), são lestos na direção dos pontos. Também tal e qual como na Idade Média, a que muitos historiadores insistem em chamar Idade das Trevas, são guerreiros incansáveis, de armadura, escudo e sica.

Dizem que o período compreendido entre a queda do Império Romano do Ocidente, no século V, e o início da Idade Moderna (século XV) foi uma noite de dez séculos. Não creio. Aliás, nem partilho da ideia. Se houve a (dura) Inquisição, os três males – “da fome, da peste e da guerra, Livrai-nos, Senhor!” – e tantas outras coisas, também houve uma luz nesta noite escura. Inspirou Tolkien com a sua Terra Média. Havia as Romarias e Confrarias, Cantigas de Amigo e Trovadores, mas… muito mais importante foi a musa para este artigo que tive o prazer de escrever para vós. Vivam os alas!

“Nunca diria que não à Selecção”

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Fernando Santos esteve, ontem, na Escola Superior de Comunicação Social para uma entrevista ao programa “Bola na Rede”, onde abordou vários temas em destaque relacionados com a sua carreira.

O actual selecionador grego reforçou as responsabilidades de treinar uma equipa no Mundial, dizendo mesmo que “a selecção grega leva atrás de si um país, uma bandeira e tem de ter noção dessa responsabilidade”. O objectivo será passar à fase seguinte num grupo que considera “aberto”, onde todos têm chances. A sua aposta para vencedor do Mundial é o Brasil, devido, não só à qualidade dos jogadores, mas também ao factor casa. Ainda assim, a final de sonho seria entre Portugal e a Grécia. Quanto à selecção portuguesa, Fernando Santos, quando questionado sobre a possibilidade de treinar Portugal, afirmou que “nunca diria que não à selecção”, mas que não espera pelo convite e deseja o maior dos sucessos para Paulo Bento e Portugal, selecção, que, para o técnico, está numa segunda linha de favoritos à conquista do Mundial.

Fernando Santos à conversa com o Bola na Rede
Fernando Santos à conversa com o Bola na Rede

A passagem pelos três grandes também foi recordada. Do FC Porto, guarda a memória de um clube organizado, com a melhor estrutura e relembra o fatídico jogo com o Bayern de Munique em 1999 para a Liga dos Campeões. Do Sporting, recorda o “fantástico” grupo de trabalho e o polémico jogo com o Boavista, sobre o qual afirma que “se tivesse ganho, provavelmente teria sido campeão e talvez não estivesse agora na Grécia, mas sim ainda no Sporting”. No Benfica, a grande questão foi o motivo da sua saída à primeira jornada do campeonato em 2007/2008, depois de, na época anterior, ter lutado até ao fim pelo título. Fernando Santos sente que saiu do Benfica quando afirmou “que a saída do Simão era um pesadelo”, tendo-se na altura sentindo bastante magoado com Luís Filipe Vieira.

A conversa focou-se também na sua experiência no campeonato grego, sendo que AEK e PAOK deixaram uma marca especial no seu coração. O adversário do Benfica na Liga Europa (PAOK) é, para Fernando Santos, “a única equipa que consegue fazer frente ao Olympiakos na Grécia” e tem “o pior estádio para se jogar” devido à sua grande massa adepta. O eleito treinador da década na Grécia não se considera idolatrado pelos gregos, mas sim muito respeitado por todos.

Para concluir, Fernando Santos diz que tem saudades de treinar um clube, dos treinos diários, e que tem o desejo de voltar a ser campeão. Em Portugal? “ Porque não?” respondeu.

A entrevista estará disponível hoje, na íntegra, no nosso site
A entrevista estará disponível hoje, na íntegra, no nosso site

A entrevista conduzida por Mário Cagica Oliveira e comentada por Daniel Cachola (SLB), Francisco Manuel Reis (FCP) e Rui Miguel Pereira (SCP) estará disponível ainda hoje no site do Bola na Rede.

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PAOK. É essa a sigla pela qual responde o Panthessalonikeios Athlitikos Omilos Konstantinoupoliton. Não deixando que o supracitado e deliciosamente pronunciável nome nos distraia, é esse o adversário que será servido ao Benfica como appetizer nesta nova caminhada, de faca e garfo, pela Liga Europa. Falta saber se seremos capazes de, em semelhança ao ano passado, chamar “petisco” a todos os emblemas que pela frente nos forem aparecendo. Se dúvidas há, é porque as recentes exibições caseiras vão até agora sabendo a pouco – ou a fuckin’ shit, se formos o Gordon Ramsay e estivermos a falar dos confrontos contra Arouca e Olhanense.

Vale a pena reflectir sobre o que tem falhado? Ou é chover sobre o molhado? Cagar o babete com ainda mais lágrimas e ranho? Já não há serviço de limpeza que nos safe. Nem equipa de desratização que nos valha em tamanho desacerto. Porque quando os tachos, as frigideiras, as facas, os aventais e os serviços de mesa não mudam e o restaurante continua a servir “merdinha”…das duas, uma: ou vem a ASAE e dá a machadada final ou o dono tem o bom senso de não fazer mais ninguém passar a noite junto à sanita. Ou ainda, se quiserem incluir a instituição Sport Lisboa e Benfica na metáfora em causa, inventa-se uma terceira via que se limita a fechar os olhos a toda a matéria fecal que se vai produzindo, reproduzindo e arrastando em campo. Como se, mais tarde ou mais cedo, milhões de fine dinners (aka adeptos encarnados espalhados pelo mundo fora) não deixassem de molhar o pão na sua sopinha quando as águias jogam. Trocando por miúdos: esperem a contínua descida de venda de bilhetes tanto em casa como fora e, com ou sem truques de bastidores – ver o artigo do Francisco Vaz de Miranda –, esperem também que a Benfica TV perca terreno para a anteriormente odiada Sport TV. Neste momento? Neste momento eu até mais rápido via o Clube Desportivo Palhavã a dar tareia no Sporting na final da Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa…na RTP Memória…em 1917! É que este Benfica é tão mau que deu toda uma outra dimensão e força à expressão “muda mas é para a bola”. Façam antes outra coisa: mudem mesmo. Por inteiro.

Enzo Pérez, um dos poucos com direito a sofrer / Fonte: emjogo.blogs.sapo.pt
Enzo Pérez, um dos poucos com direito a sofrer
Fonte: emjogo.blogs.sapo.pt

A gestão deste meu clube é pior do que a de qualquer restaurante que tenha passado pelo “Kitchen Nightmares”. Valha-nos a Bolsa. Mas a Bolsa não controla um passivo que se arranja e desarranja com a entrada de 22 jogadores em Agosto. Deve ser do calor. E quem saiu para equilibrar as contas? Essa é a melhor parte: Hugo Vieira – o “talento indispensável” que durou época e meia e jogou meia-dúzia de jogos –, Luisinho – coitado que nem teve tempo de conhecer o estádio por inteiro –, Rodrigo Mora – ainda cá andava este?! –, Roderick Miranda – só mesmo para o Kelvin dormir ainda mais contente todas as noites aos pés do Pinto da Costa –, Shaffer – nem comento –, Nolito – és tão inteligente, mister… – e Miguel Vítor, entre outros. Vou optar por nem tecer mais considerações porque para benfiquista desiludido e com temor, meio conjunto de maus jogadores basta.

Aproveitemos então a referência a Miguel Vítor e falemos daquele que será o adversário dos encarnados na Europa: os gregos que habitam em Salónica, na Toumba – nome do seu estádio. Gregos esses que hoje contam com o nosso antigo defesa centro. Defesa esse que, em 27 jogos disputados em todas as competições, entrou num total de 20. E fez ainda 5 golos. Um pouco à frente do português anda normalmente o inesquecível Kostas Katsouranis, que fez 23 jogos e apontou dois tentos. Ora, a primeira pergunta é simples: daqui a umas boas semanas voltamos a cortar os nossos próprios dedos na deslocação à Grécia ou seremos finalmente capazes de pôr a cereja no topo do (sensaborão) bolo? A segunda é preocupante: papamos ou não papamos um clube que não tem sequer hipóteses de ser campeão no seu país? A terceira pode levar à loucura: levamos ou não levamos de/na bandeja uma formação que tem como titulares dois antigos jogadores que o Benfica não teve propriamente grande dificuldade em ver partir?

Sentem-se. A comida está servida.

É época natalícia no Dragão

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A uma semana do Natal, presentes são pensados, idealizados e comprados; no Porto começam a ser dados os primeiros passos para um bom Natal em família.

Começando pela Liga

O Porto não fez um excelente jogo contra o Rio Ave nem está num patamar exibicional brutal, de todo; aquilo que critico mais nos adeptos de outros clubes é a ânsia de começar a achar que as equipas “digivoluiram” de um momento para o outro, e isso não faço. O Porto está fraco ainda, continua a depender em demasia de Danilo e Alex Sandro (os grandes desequilibradores desta equipa), mas pelo menos um outrora peão na equipa B começa a assumir-se no plantel principal do Porto – Carlos Eduardo, um falso 10, que provou numa excelente 2ª parte com o Braga ser uma opção para esta equipa.

O triângulo inverteu? É a pergunta cuja resposta todos os adeptos querem saber. Nunca antes no futebol português se falou tanto de tal figura geométrica; de repente, todos passámos a ser analistas técnico-tácticos de futebol, argumentando factos geométricos para explicar o insucesso do actual Futebol Clube do Porto. Aparentemente sim, inverteu (de 2-1 para 1-2). Fernando foi pivot defensivo e Lucho e Carlos Eduardo os médios interiores, com este segundo a assumir um papel de um falso 10, aparecendo no centro e nas alas com uma polivalência e técnica impressionantes, prometendo muito para esta equipa.

De realçar a ausência na convocatória de Quintero (sendo convocado para o jogo da B contra o Atlético), um elemento que neste “novo” sistema de jogo de Paulo Fonseca poderia lutar pelo lugar com Carlos Eduardo, neste momento assumidamente titular no Futebol Clube de Porto. Realço também a excelente entrada de Kelvin em campo, tendo tido uma entrada gradual no plantel (começou na B, tem sido convocado ultimamente e jogou cerca de 20 minutos contra o Rio Ave) e assumindo-se cada vez mais como uma hipótese (à frente de Ricardo, por exemplo, mas ainda atrás de Licá, que continua a merecer a confiança do treinador – presumo que deva treinar bem e esforçadamente…).

Jackson Martinez tem sido o grande artilheiro do Porto Fonte:Maisfutebol.iol.pt
Jackson Martinez tem sido o grande artilheiro do Porto
Fonte:Maisfutebol.iol.pt

Liga Europa

Entre vários pequenos tubarões da Europa, acaba por calhar ao Porto uma equipa acessível, de seu nome Eintracht Frankfurt. Esta equipa alemã é a actual 15ª classificada da Bundesliga, muito longe do valor das principais equipas alemãs (este ano já perdeu fora por 6-1 com Hertha de Berlim para a Bundesliga e por 4-1 com o Maccabi Tel Aviv), tendo até ao momento oito derrotas, cinco empates e apenas três vitórias na principal liga de futebol alemã.

A primeira mão joga-se no Dragão e talvez seja essa a única desvantagem para este Porto, que é, a meu ver, a par de Benfica, Juventus, Nápoles e Tottenham, um dos favoritos para sair de Turim com o troféu. De salientar ainda que, ao passar estes dezasseisavos de final, o Porto irá apanhar o vencedor do jogo entre Nápoles e Swansea City, sendo que para muitos a equipa italiana é a grande favorita a vencer a Liga Europa (não esquecer que Nápoles fez doze pontos na fase de grupos da Champions e mesmo assim não passou) e a grande fava que poderia calhar às equipas portuguesas.

 

A passagem de ano não chega depois do Natal

Depois do Natal há Sporting-Porto, todos sabemos. Eu sou um apologista de que esta competição está claramente a mais no panorama nacional de futebol, daí querer uma equipa constituída por jogadores menos regulares no Porto contra um Sporting que aparenta ser grande mas que está a competir unicamente em duas frentes.

Não vai acontecer, mas gostava de ver finalmente Ghilas a jogar mais de 10 minutos, Kelvin a ter uma oportunidade clara de mostrar o seu valor, de ver Quintero a poder finalmente provar o seu talento, e até, quem sabe, de ver Reyes a marcar Montero.

Para a semana irei falar dos presentes que o Porto irá receber, assim como dos presentes que vai (ou devia) vender ou emprestar a outros clubes. Até lá, esperar que no fim-de-semana se cante no estádio do Dragão “A todos um bom Natal”, com uma boa exibição para adeptos que não estão de todo habituados a derrotas nem empates – se possível com triângulo 1-2 com Fernando, Lucho e Carlos Eduardo, e com Kelvin em vez de Licá.

Notas Soltas

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1. Hart e Casillas são suplentes em vésperas do Mundial 2014.
Quem diria. Depois de, na última época, Mourinho ter abdicado do titular da selecção espanhola, nesta temporada foi Pellegrini a prescindir do dono da baliza inglesa. Contudo, parece-me que há uma grande diferença. Diego López é um guarda-redes à altura do Real Madrid, mas tenho sérias dúvidas de que Pantilimon – muito limitado, como se viu no jogo com o Arsenal – seja o guardião de que o City precisa. A grande questão é saber o que farão Hodgson e Del Bosque. Não creio que, a tão pouco tempo do Mundial, alterem as respectivas opções.

2. Giuseppe Rossi, “o renascido”.
Regressado de lesão (esteve de fora durante toda a época passada), o avançado italiano da Fiorentina está a realizar uma temporada excepcional, sendo neste momento o melhor marcador da Serie A, com 13 golos apontados. É um jogador extremamente astuto na desmarcação, com um excelente sentido de baliza e uma tremenda eficácia na finalização, sobretudo com o seu pé esquerdo. Está a voltar ao nível que exibiu no Villarreal e, com apenas 26 anos, tem ainda muito para dar.

Rossi não pára de facturar / Fonte: liberofootball.co.uk
Rossi não pára de facturar / Fonte: liberofootball.co.uk

3. Bayern passeia na Bundesliga.
Nada que surpreenda, tendo em conta a evidente superioridade em relação aos restantes adversários. Ainda antes do Natal, os bávaros têm o título praticamente na mão. A equipa de Guardiola tem uma confortável vantagem de 7 pontos para o segundo classificado, o Bayer Leverkusen, que sofreu uma inesperada derrota na recepção ao Ein.Frankfurt. O Dortmund tem desiludido e está a 12 pontos do líder. À partida, a tarefa do Borussia na luta pelo título já era extremamente complicada, mas agora é quase impossível. Apesar das contratações de Mkhitaryan e Aubameyang, o plantel que Klopp tem à disposição – que tem sido bastante afectado por lesões – não chega para ombrear com o Bayern, sobretudo por falta de qualidade no banco.

4. Finalmente, James!
O colombiano começa a justificar o valor de 45 milhões de euros investidos pelo Mónaco na sua contratação. “El Bandido” está claramente em subida de forma, somando boas exibições e aproveitando a ausência de Falcao para se assumir como a principal referência da equipa. Na última jornada foi o melhor em campo na vitória do emblema do Principado no terreno do Guingamp (0-2), assistindo para os golos de Martial – jovem avançado de apenas 18 anos – e Kurzawa. Quem está longe daquilo que pode render é João Moutinho. Na sua primeira experiência no estrangeiro, o médio português ainda não conseguiu atingir a regularidade exibicional que o caracterizava.

James está finalmente a mostrar o seu futebol / Fonte: zimbio.com
James está finalmente a mostrar o seu futebol / Fonte: zimbio.com

5. Davy Klaassen e Lucas Piazón.
Os dois jogadores têm sido as principais figuras de uma Eredivisie recheada de talentos. O médio holandês do Ajax, de apenas 20 anos, nem começou a época como titular, mas rapidamente ganhou o seu espaço na equipa orientada por Frank de Boer. É, neste momento, o melhor marcador dos lanceiros, com o excelente registo de 7 golos em 9 jogos. Para além da capacidade de aparecer em zonas de finalização, o jovem que tem vindo a actuar como interior direito tem surpreendido pela qualidade técnica e por um poder de decisão muito acima da média. Ainda com uma margem de progressão enorme, Klaassen pode ser mais um craque a sair da escola de formação do Ajax. No surpreendente líder do campeonato holandês, o Chelsea B… perdão, o Vitesse, vai brilhando Lucas Piazón. Emprestado pelos blues (como Atsu, Van Aanholt, Cuevas e Hutchinson), o brasileiro está a aproveitar da melhor maneira a oportunidade, contribuindo com golos – já são 10 – e muitas assistências. Embora seja um médio ofensivo de origem (também pode actuar como segundo avançado), tem jogado descaído sobre a ala esquerda, destacando-se pela qualidade no transporte de bola e pela facilidade de remate. Dono de um potencial enorme, veremos se conseguirá conquistar um lugar no plantel londrino para a próxima temporada.

6. Dois laterais-esquerdos em grande forma: Ricardo Rodríguez e Alberto Moreno.
Numa posição em que as opções de qualidades não abundam, os jogadores de Wolfsburgo e Sevilha, respectivamente, são valores seguros para o futuro. Aos 21 anos, o suíço apresenta uma maturidade impressionante. É um lateral moderno e muito completo: competente defensivamente, dá muita profundidade ao flanco e mostra inteligência no capítulo da decisão; para além disso, é exímio na cobrança de bolas paradas. O espanhol, de 20 anos, está a confirmar as boas indicações que deixou no último Europeu de Sub-21. É mais forte em termos ofensivos (dá bastante apoio ao extremo), mas raramente compromete a nível defensivo. A curto prazo, ambos deverão estar nos grandes palcos do futebol europeu.