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Venda: Bênção ou Maldição

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sl benfica cabeçalho 1Há várias maneiras de descrever uma venda no que diz respeito aos clubes. Pode ser vista como uma necessidade directamente relacionada com questões financeiras – vejam o caso de André Silva no FC Porto -, uma inevitabilidade na medida em que um clube pura e simplesmente bate uma cláusula ou só porque sim, porque um clube precisava de reforçar um sector e foi ao mercado à procura de uma solução viável. No caso do Benfica é um misto de tudo.

Portanto, até ver, o Benfica viu Ederson e Lindelof irem para Manchester. O brasileiro foi tirar Bravo da baliza do City – bem precisam – e Lindelof foi fazer companhia a Baily no centro da defesa de Mourinho. Duas baixas de peso, visto que ainda não se sabe se o Benfica vai buscar um guarda-redes novo ou se Rui Vitória volta a apostar em Júlio César, e muitas questões se colocam na defesa. Luisão e Jardel? Luisão e Lisandro? Jardel e Lisandro? Alguém novo?

Não se sabe. E para que conste ainda pode piorar caso Nélson Semedo, Grimaldo e Mitroglou, apesar da existência de Seferovic, sejam os próximos. Tudo isto pode ser barulheira de tartaruga aflita se nos lembrarmos de que o Benfica às ordens de Vitória já foi capaz de nos surpreender jogando com aquilo que tinha à mão, mas não deixa de ser assustador pensar que a qualidade “daquilo que tínhamos à mão” era tanta e está a ir embora.

Nem quero sequer pensar no cenário em que Pizzi também faz as malas e se muda para algum lado. Manter uma equipa com esta capacidade competitiva, já com estas duas saídas registadas, vai ser complicado, quanto mais ter de reconstruir uma defesa e remodelar parte do meio-campo e do ataque. Parece uma missão impossível e o Benfica não tem nenhum Tom Cruise, que se saiba, nos quadros.

Fonte: SL Benfica
Fonte: SL Benfica

Como o título desta crónica sugere, uma venda, ou várias, pode ter dois tipos de conotação, mas, na realidade, quando o negócio é bem feito, tem sempre as duas. É de facto uma bênção, sobretudo, financeira. Estes 70 milhões provenientes das vendas de Ederson e Lindelof dão sempre jeito. Seja para ajudar com eventuais dívidas, melhorar o passivo ou ir às compras. O futebol é um negócio, por isso é bom que haja dinheiro para manter a máquina a funcionar.

Contudo, também pode ser uma maldição. Perder jogadores deste gabarito, mesmo por um preço justo, pode sair caro a médio prazo. Podem não ser encontrados substitutos à altura, o dinheiro pode ser mal investido em jogadores cujo desempenho não justifica o gasto, ou as dimensões do negócio podem não ser as melhores (Bernardo Silva e timings).

O mercado de transferências é uma altura de alegrias e tristezas. No entanto, se tudo correr como nos últimos tempos, levamos umas coças na prova do Emirates em Londres, perdemos 5-3 com o Sion, mas em Maio vamos ao Marquês.

Foto de Capa: SL Benfica

 

O estranho caso de Roger Federer

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Cabeçalho modalidadesRoger Federer regressou ontem à competição no ATP250 de Estugarda e no primeiro encontro após mais de dois meses de pausa – o último encontro oficial do suíço foi na final do Masters 1000 de Miami, onde venceu Rafael Nadal. Desta vez, no primeiro encontro disputado sob relva, o suíço teve pela frente um Tommy Haas que, aos 39 anos, já pode (e deve) ser considerado um histórico do circuito profissional. Não existia um encontro com uma soma de idades tão elevada (74) desde que Luis Ayala (com 49 anos) defrontou Ricardo Cano (30 anos), em 1982. Desta vez foi mesmo o mais velho a levar a melhor dentro das quatro linhas, surpreendendo a comunidade do ténis internacional, que esperava, certamente, um regresso mais pujante de Federer àquela que é a sua superfície favorita.

Quanto ao encontro, não se pode dizer que tenha sido sempre bem jogado – longe disso – nem tão pouco espetacular. O atual 5.º classificado no ranking ATP entrou em court com uma postura mais leve e tranquila do que o habitual e manteve-a durante as quase duas horas de encontro, esboçando até alguns sorrisos para a bancada no decorrer do encontro. No entanto, o primeiro set não fazia prever o desfecho final, pois o hepta-campeão de Wimbledon conseguiu aproveitar o estranho nervosismo que apresentou Tommy Haas, nervosismo esse que o levou a um número demasiado elevado de erros não forçados, facilitando a vida ao suíço sem que este tivesse de se aplicar verdadeiramente. Na segunda partida, os erros persistiram parte a parte e o set desembocou num tie-break onde Roger Federer teve match-point por duas ocasiões, pelo que Tommy Haas foi mais forte e aproveitou o set-point que teve a seu favor quando o marcador registava 9-8 para o alemão. No set decisivo Federer não foi capaz de puxar dos galões, mantendo-se num ritmo de “jogging” que o levou a ceder o seu serviço aos 2-2 e a não mais recuperar dessa desvantagem, tendo Tommy Haas conseguido manter um ritmo que, não tendo sido muito elevado, acabou por se revelar suficiente e eficaz para as condições do encontro de ontem.

Fonte: ATP World Tour
Fonte: ATP World Tour

Roger Federer perdeu assim o seu segundo encontro na temporada de 2017, curiosamente o segundo frente a jogadores fora do top 100 mundial – Tommy Haas ocupa atualmente a 302.ª posição na hierarquia mundial. Recorde-se que já em Março, no Dubai, Roger Federer havia sido derrotado por um inspirado Evgeny Donskoy (116.º) em três partidas também. Este registo não deixa de surpreender o mundo do ténis, que conhece Roger Federer pela sua regularidade e pela qualidade que tem vindo a apresentar ao longo de toda a sua carreira, o que faz dele, muito provavelmente, o melhor tenista de sempre. No entanto, tendo em conta a pausa de dois meses que fez no seu calendário para descansar o físico (que ano após ano se vai desgastando, apesar de o campeoníssimo helvético não o fazer parecer), esta derrota deve ser encarada sem pânico, tal como Federer reconhece. “Cometi alguns erros cruciais e não estive tão bem como queria nos momentos importantes. Dá-me mais tempo para preparar Halle. Como otimista é assim que vejo esta derrota.”, disse Federer tranquilamente aos jornalistas.

O suíço irá permanecer em terras germânicas, seguindo agora para Halle, onde irá fazer os últimos preparativos para atacar o seu 8.º título em Wimbledon, sendo por isso previsível que se apresente mais competitivo em campo a partir de segunda-feira. Será Federer capaz de recuperar o seu ténis a tempo do seu Grand Slam favorito?

Foto de Capa: ATP World Tour

Danny e o seu Zenit(e): “Obrigado, lenda!”

Cabeçalho Futebol Internacional

“Zénite”, em linguagem astronómica, significa o ponto mais alto, o ápice, o auge, entre outras sinonímias. Quiseram, nesta ordem de coisas, os desígnios dos caminhos cruzados do futebol que Danny encontrasse, literalmente, no Zenit o seu zénite.

Daniel Miguel Alves Gomes nasceu na Venezuela, mais propriamente na capital, Caracas. Muito novo veio para a Madeira e aí começou a dar os primeiros toques e fez toda a formação. Mais tarde, passa pelo Sporting de 2002 a 2005.

Em 2005, numa altura em que o Dínamo Moscovo fez vários investimentos em Portugal, Danny foi incluído nesse movimento, transferindo-se para o emblema moscovita, onde foi, inclusivamente, premiado como o melhor jogador do clube nesse primeiro ano.

Daí até 2008, que é a data inicial que nos interessa para este artigo, faz uma viagem de mais de 700 quilómetros até ao noroeste russo, numa transferência com valor a fixar-se nos 30 milhões de euros.

Se havia pressão para o luso-venezuelano em virtude dos números que o fizeram assinar pelo clube da segunda maior cidade da Rússia, essa foi logo aliviada no primeiro jogo. E que palco! Stade Louis II. Vitória por 2-1 sobre o Manchester United de Ronaldo, a 29 de agosto de 2008. Danny marcou um golo e foi o melhor em campo nessa Supertaça Europeia.

No sempre necessário parecer da estatística, o internacional português fez 247 jogos e 67 golos pelo, já podemos dizê-lo, “seu” Futebol Clube Zenit.

Anunciada a decisão de o clube não renovar o contrato de Danny, o jogador agradeceu tudo o que o emblema petersburguês lhe deu; já o clube destacou a perseverança do avançado, que, ao serviço do clube, foi operado três vezes ao joelho direito, como foi o caso da rotura de ligamentos cruzados que sofreu há um ano e que o fez parar nove meses, ficando impossibilitado de participar no Euro 2016.

 

Danny jogou 9 anos ao serviço do FC Zenit. Fez 247 jogos, marcou 67 golos e ascendeu ao estatuto de “lenda” para o clube e para os adeptos Fonte: Zenit
Danny jogou nove anos ao serviço do FC Zenit. Fez 247 jogos, marcou 67 golos e ascendeu ao estatuto de “lenda” para o clube e para os adeptos
Fonte: Zenit

Em termos dourados, o capitão conquistou a Supertaça Europeia, em 2008, e, domesticamente, a Liga Russa (2010, 2012 e 2015), a Taça (2010 e 2016) e a Supertaça (2011 e 2016).

No simbolismo numerológico, o número 9 significa completude, o completar de um ciclo. Assim é. Assim foi com Danny.

Amanhã realizar-se-á, às 15 horas russas, uma homenagem oficial de despedida ao capitão. No sítio oficial, o FC Zenit escreveu “Obrigado, lenda!”, anunciando o evento.

Depois da despedida cheia de legado do internacional português Tiago, do Atlético de Madrid, no Estádio Vicente Calderón, é agora, semanas depois, a vez de outro português se despedir dos adeptos de um clube no qual ascendeu ao estatuto de lenda. Afinal de contas, os adeptos são a maior família que um futebolista pode conquistar.

Danny despediu-se da família Zenit e da sua casa, o Estádio Petrovsky.

 Foto de Capa: Instagram de Danny

Olheiro BnR – Tiago Maia

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olheiro bnrNão é só nos escalões profissionais que encontramos jogadores com talento. No Campeonato de Portugal Prio, muitas vezes encontramos jogadores que se destacam mais que os outros e que mostram que, claramente, merecem voos mais altos. Estou convicto de que o guarda-redes Tiago Maia, que nesta época representou o Sport Clube Praiense, é um desses casos.

Este guarda-redes internacional pelas camadas jovens foi titular da selecção sub-19 no Europeu da categoria em 2010 e no ano seguinte faria parte da célebre “Geração Coragem”, que foi vice-campeã mundial de sub-20 no mundial disputado na Colômbia, competição em que Tiago Maia seria suplente de Mika.

Formado no FC Porto, desvinculou-se do clube azul e branco em 2011 e daí para a frente a sua carreira nunca mais assentou. Após uma época no CD Santa Clara em que não jogou, acabaria por ficar desempregado, ficando uma época inteira a treinar sozinho. Após um ano de sacrifícios, abriram-se as portas do SC Espinho, onde relançou a carreira e regressou ao futebol profissional, mais precisamente ao SC Olhanense.

No entanto, realizaria apenas 24 jogos em duas épocas no emblema algarvio, estando tapado por outros guarda-redes como Moreira. Seria já nesta época que o guarda-redes formado no FC Porto mostraria as qualidades que fizeram dele um dos guarda-redes mais promissores da sua geração. Ao serviço dos açorianos do SC Praiense, o guarda-redes de 24 anos foi uma das figuras de proa de uma equipa com um projecto para subir aos escalões profissionais, projecto esse que esteve quase a concretizar-se neste ano.

Tiago Maia foi uma das figuras de proa do SC Praiense. Fonte: Página Oficial de Tiago Maia
Tiago Maia foi uma das figuras de proa do SC Praiense.
Fonte: Página Oficial de Tiago Maia

E o que é facto é que foi raro o jogo em que não vimos o guardião natural de Gondomar a fazer uma daquelas defesas para a fotografia. Nesta edição do CPP, Tiago Maia destacou-se como um guarda-redes bastante concentrado e uma forte presença entre os postes, possuindo reflexos apurados, e é muito difícil de bater no 1 vs 1. Também é um guarda-redes hábil a jogar com os pés e é dono de um forte pontapé que pode levar perigo à área contrária. Foi do seu pé direito que saiu a assistência para o grande golo de Filipe Andrade no jogo contra o Sporting para a Taça de Portugal.

Quanto ao futuro, esse ainda é uma incógnita. Tiago Maia mostrou claramente que tem qualidade para os escalões profissionais e acredito que regresse aos mesmos já na próxima época. Tiago Maia tem trabalhado de forma incansável em busca dos seus sonhos, e acredito seriamente que será um daqueles casos de jogadores que deram um passo atrás para dar dois à frente.

Foto de Capa: Tiago Maia – Página Oficial

Teremos um novo representante na Europa!

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Cabeçalho modalidadesNo passado fim-de-semana ficaram definidos os finalistas do play-off  no nosso principal escalão sénior. E, ao contrário do que eu vinha vaticinando em artigos anteriores, não teremos um encontro entre os eternos rivais de Lisboa, porque um deles, o Sporting Clube de Portugal, cumpriu a sua parte, mas o Sport Lisboa e Benfica não acompanha os leões na final, indo no seu lugar o Sporting Clube de Braga, com todo o mérito, diga-se. Já não é a primeira vez que o Benfica se deixa surpreender nestas fases prévias, tendo perdido nesta mesma fase com a Associação Desportiva do Fundão na época 2013/2014, quando o treinador dos beirões era o atual timoneiro dos encarnados, Joel Rocha.

Nesta próxima janela de transferências, a abordagem das águias ao mercado de Verão tem de ser bem mais efetiva, com algumas contratações de jogadores com experiência e internacionais pelos seus países, algo que tem de ser conjugado com uma aposta sustentada na formação. Bem sei que é algo que envolve enormes custos, mas é a única maneira de colocar o SLB num nível próximo do que o seu eterno rival tem neste momento. Porque, convenhamos, neste momento o SCP tem, de longe, o melhor plantel e o mais equilibrado em Portugal.

Um dos grandes obreiros desta presença histórica na final, o treinador Paulo Tavares Fonte: SC Braga
Um dos grandes obreiros desta presença histórica na final, o treinador Paulo Tavares
Fonte: SC Braga

Apesar dos resultados positivos esta época nos confrontos entre águias e leões, penso que, caso o emblema encarnado tivesse chegado à final do campeonato, teria sido derrotado pelo rival. Só que a eliminação tem custos ainda mais graves que em anos anteriores. Neste ano, os dois finalistas apuram-se para a UEFA Futsal Cup, ao invés de apenas ir o campeão nacional (a única exceção até este ano foi a época 2010/11, quando o Benfica era o campeão europeu em título e pôde ir um segundo representante nacional, neste caso o Sporting CP).

Assim sendo, na próxima temporada iremos ser representados por um habitué nestas andanças e por um estreante absoluto, o conjunto orientado por Paulo Tavares, que está na final com todo o mérito e vai ser um oponente complicado para o Sporting, que vai ter de se apresentar na máxima força para poder ser campeão nacional.

A partir do próximo fim-de-semana poderemos assistir às finais, e desta feita vou assistir como mero espetador, pois os meus dois principais clubes não estão presentes. Tenho uma ligeira inclinação pela equipa de Braga, em função da cor do equipamento e da simpatia e da admiração pelo que o clube arsenalista fez há relativamente pouco tempo no futebol de 11. Mas, neste momento, espero que sejam jogos muito bem disputados e que no fim ganhe a melhor equipa.

Foto de Capa: SC Braga

Portugal 26 vs Alemanha 29: O Futuro vai ser sorridente

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Cabeçalho modalidadesHoje jogou-se no Pavilhão Municipal de Gondomar a penúltima jornada da qualificação para o Campeonato Europeu 2018 na Croácia. Este jogo colocou frente a frente Portugal e a atual campeã europeia, a Alemanha. Se Portugal conseguisse conquistar algum ponto seria importantíssimo para ajudar a garantir a qualificação.

A missão era quase impossível, mas essa palavra não é usada no andebol e a seleção de todos nós entrou em campo determinada a não dar o jogo de “mão beijada” à claramente favorita Alemanha. E esta missão só não foi concretizada por muito, muito, pouco… No inicio da primeira parte a Alemanha colocou-se na frente do marcador, tendo estado a vencer 9-5, mas Portugal aproveitou a primeira exclusão da partida para chegar à frente do marcador, indo para o intervalo a vencer 16-15.

Na segunda parte manteve-se o equilíbrio e Portugal jogou olhos nos olhos com a campeã europeia. Durante vários minutos o jogo esteve empatado, com grandes intervenções de quatro gigantes guarda-redes: Alfredo Quintana, Hugo Figueira, Andreas Wolff e Silvio Heinevetter. Nas bancadas cantava-se “É possível” e todos acreditavam na vitória de Portugal. No entanto, quando faltavam cerca de dez minutos, Daymaro Salina foi expulso e a Alemanha começou a ganhar vantagem no jogo, apresentando uma defesa coesa que impossibilitou a concretização de Portugal, com Heinevetter em grande forma e muito mais experiência na finalização, o que levou a que o resultado final fosse 26-29.

Fonte: XXX
Fonte: Federação Portuguesa de Andebol

Nada está perdido. Se Portugal apresentar a mesma qualidade de jogo no sábado, juntamente com um pouco mais de inspiração e concentração em termos ofensivos, certamente levará de vencida a Eslovénia e irá estar presente na Croácia em 2018.

Algo que é notório e que é de louvar é o grande trabalho da Federação que está a fazer com que Portugal volte aos grandes palcos do andebol mundial. Falhada a qualificação para o Mundial 2017 por uma “unha negra” (play-off com a Islândia), Portugal encontra-se novamente muito perto da qualificação num grupo complicado e defrontou os atuais campeões europeus olhos nos olhos. Mesmo que não se consiga alcançar a qualificação o projeto da Federação deve continuar, porque o Futuro vai ser muito risonho.

Foto de Capa: Facebook Oficial da Deutscher Handballbund

Fair Play financeiro, um entrave à competitividade?

Cabeçalho Futebol NacionalDevido à recente situação que teve como “figura” o Futebol Clube do Porto, voltou de novo a ouvir-se falar com frequência na expressão “fair play financeiro”. Neste caso específico, a UEFA irá vigiar de perto a gestão do clube, de modo a garantir que os resultados financeiros melhorem gradualmente nos próximos três anos, até se tornarem positivos. Uma espécie de “Troika” do futebol, portanto, que já interveio anteriormente em dezenas de casos, sendo os mais mediáticos os do Paris Saint Germain e Manchester City.

O FC Porto foi a última "vítima" do  controlo de Fair Play Financeiro imposto pela UEFA Fonte: somosporto.com.pt
O FC Porto foi a última “vítima” do controlo de Fair Play Financeiro imposto pela UEFA
Fonte: somosporto.com.pt

Com a transformação do futebol numa indústria na qual circulam milhões de euros, e o surgimento de cada vez mais de “magnatas” e grupos de investimento a desejar aplicar dinheiro nos clubes, a UEFA aprovou em 2010 um conjunto de regras as quais apelidou de “Fair play Financeiro”, como forma de travar esta tendência. Segundo esta instituição, o objectivo do cumprimento destas regras é “melhorar a saúde financeira global do futebol europeu de clubes”, obrigando estes a provar que não têm dívidas em atraso, e impedir que gastem valores mais elevados do que aqueles que recebem.

No entanto, será que estas regras contribuem mesmo para a saúde do futebol? Pegando no exemplo do futebol português, sabemos que as principais receitas dos clubes são os direitos das transmissões televisivas e os contratos com os patrocinadores. Nos clubes grandes, acrescem obviamente as receitas provenientes das quotas dos associados do clube, das assistências dos jogos e do “merchandising”, bem como as receitas obtidas pelas participações nas provas europeias (fundamentalmente na Liga dos Campeões). É por tudo isto, que estes são os que mais conseguem investir na construção dos seus planteis, pois a base de associados que possuem e a visibilidade que têm atraem mais patrocinadores e inflacionam os direitos televisivos, permitindo assim a entrada de mais dinheiro nos seus cofres do que os clubes ditos “menores”. Quanto aos pequenos, o baixo número de associados e o escasso número de adeptos nos estádios levam a um inferior investimento por parte de patrocinadores e a um menor valor recebido relativamente às transmissões televisivas.

Ott Tanak, o mais recente vencedor no WRC

Cabeçalho modalidadesOtt Tanak venceu e convenceu na Sardenha. O piloto da M-Sport finalmente conseguiu a sua primeira vitória. Tinha apostado no terceiro lugar para o estoniano, mas não vou mentir que fico muito satisfeito com a vitória, pois é um piloto que aprecio muito, sendo que este ano está a demonstrar uma consistência fantástica, tendo quatro pódios em sete ralis e nos três ralis que falhou o pódio dois deles terminou em quarto.

Tanak fez a sua primeira temporada regular no WRC em 2010, então no programa da Pirelli em que os pilotos conduziam o Mitshubishi EVO X e desde aí foi presença assídua no WRC tirando em 2013, ano em que não fez nenhum rali. Agora aos 29 anos venceu o seu primeiro rali, quando o ano passado na Polónia, precisamente o próximo rali esteve muito próximo de o fazer, mas um furo na penúltima especial deitou tudo a perder e teve de se contentar com o segundo lugar. Esta vitória tem ainda o condão de tornar o Fiesta WRC de 2017 o carro mais vencedor até agora (três em sete) e de ser a única equipa a já ter tido dois pilotos a vencer (Tanak e Sebastian Ogier). No entanto Ogier ficou apenas em quinto, uma resultado mau para o francês, mas que consegue manter a liderança do campeonato de forma confortável, destaque para Tanak que subiu a terceiro da classificação.

Kries Meeke borrou a pintura, mais uma vez, na Sardenha, quando liderava o rali. Mais um péssimo resultado que o faz passar de líder da Citroen a dispensado, pelo menos na Polónia, indo a equipa levar Andreas Mikkelsen no seu lugar. O piloto norueguês teve uma exibição muito discreta na ilha italiana sendo apenas oitavo. Apesar de ser a sua estreia no C3 WRC esperava mais, vamos a ver como se porta na Polónia.

Lappi foi quem mais me surpreendeu na Sardenha Fonte: Esapekka Lappi
Lappi foi quem mais me surpreendeu na Sardenha
Fonte: Esapekka Lappi

A Toyota esteve excelente na Sardenha, tenho colocado os seus três pilotos nos seis primeiros lugares, com Juho Hanninen a perder o quinto lugar na última especial, depois de mais um problema com o seu Yaris WRC. Jari-Matti Latvala foi segundo, numa muito boa exibição e Esapekka Lappi terminou em quarto, o que assumo me surpreendeu, não por não saber a qualidade do piloto, mas sim por ser o seu segundo rali com um WRC.

Por fim a Hyundai de Thierry Neuville, que terminou no lugar mais baixo do pódio. Este foi provavelmente o pior rali da temporada para os coreanos, apesar de terem conseguido mais um ponto que em Monte Carlo e Suécia. Só o belga chegou aos pontos, com Hayden Paddon a desistir quando chegou a liderar até um erro amador, como o próprio assumiu e Dani Sordo terminou em 12º.

Para a Polónia tenho muitas dúvidas na minha aposta. Será mais um rali de terra, como a grande maioria até agora. Vou apostar na vitória de Thierry Neuville, o segundo lugar de Sebastien Ogier e a fechar o pódio o vencedor da Sardenha, Ott Tanak.

Foto de Capa: Ott Tanak

Miguel Cardoso e a ambição de discutir todos os jogos

Cabeçalho Futebol NacionalApós uma época brilhante, o Rio Ave continua a ser notícia pelos melhores motivos.

Miguel Cardoso, 45 anos, foi o homem apresentado esta semana como o sucessor do treinador sensação da época passada, Luís Castro que se vinculou com o Grupo Desportivo de Chaves neste defeso. Durante o seu discurso de apresentação, Miguel Cardoso, mostrou-nos que um  7º classificado na Liga pode ambicionar a fazer mais e melhor. O objectivo é claro. Acabar na primeira metade da tabela classificativa, implementando valores como: «(…) disciplina, responsabilidade, excelência, comunicação, equipa e identidade.»

A confiança e o pragmatismo no discurso baseiam-se num currículo recheado de experiência. Treinadores como Paulo Fonseca, Domingos Paciência, Carlos Carvalhal fizeram com que Miguel Cardoso pudesse estar confortável no maior palco da sua carreira profissional. Trabalhar em clubes como o Sporting de Braga, Académica, Sporting, Deportivo da Corunha e claro, Shakhtar Donetsk (equipa B e A), mostram que a qualidade do treinador português não é como um arco-íris, que só aparece de vez em quando.

Fonte: FK Shakhtar
Fonte: FK Shakhtar

Ser treinador do Rio Ave será uma excelente ferramenta para testar e provar que palavras como «Queremos uma equipa competitiva para discutir todos os jogos. (…) Se formos competitivos ao longo de uma época, provavelmente discutiremos coisas interessantes» não são apenas sons que saem da nossa boca, mas sim convicções tão intrínsecas ao ser humano que se personificam no trabalho e nos resultados.

Desta vez, não houve maldição do 3-1

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Cabeçalho modalidadesO salário mínimo português dava para pagar um bilhete para um dos piores lugares num pavilhão a rebentar pelas costuras (sem direito a cerveja). Esta segunda à noite, os Warriors voltaram a ser campeões da NBA, numa temporada em que perderam apenas um jogo nos playoffs, ao baterem os Cleveland Cavaliers por 129-120, no jogo 5 das finais. A peça que faltava era mesmo Kevin Durant, que foi claramente o jogador decisivo destas finais e que conquistou o seu primeiro título na sua segunda final (na primeira, os “seus” Thunder perderam com os Heat “de LeBron”). Como o tempo voa…

Primeiro período demasiado parado, com muitas faltas e lances-livres e os Cavaliers com um ligeiro domínio. Kevin Durant e Klay Thompson tiveram problemas de faltas bastante cedo e isso pode ter abrandado a equipa de Golden State, embora Kevin Love tenha dado de caras com o mesmo problema para os Cavs. Depois de um início mais forte dos Warriors, a turma de Cleveland passou rapidamente para a frente e assim se manteve até ao fim do primeiro quarto de jogo.

Depois de um longo “descanso” no banco, Kevin Durant voltou com vontade de dominar no segundo período. Os Cavaliers estenderam a sua vantagem para oito pontos, apenas para verem KD, Iggy, Dray e Steph construírem um daqueles parciais que não raras vezes vemos acontecerem na Oracle Arena e que fazem o pavilhão explodir. A vantagem de Golden State foi até aos 17 mas chegou ao intervalo nos onze, muito graças a um incrível lançamento de JR Smith, num período que foi, ainda assim, bastante negativo para os Cavs.

O MVP das finais, Kevin Durant festeja o seu primeiro título no ano de estreia em Golden State Fonte: SLAM Magazine
O MVP das finais, Kevin Durant festeja o seu primeiro título no ano de estreia em Golden State
Fonte: SLAM Magazine

E a verdade é que a esperança que JR Smith deu aos Cavaliers antes do intervalo se provou importante, com a equipa de Cleveland a vencer o terceiro período e a partirem para os doze minutos decisivos bem dentro do jogo, mesmo sem a vantagem na partida. Cinco pontos de diferença separavam as equipas antes do último período (mais uma vez graças a um grande lançamento de Smith, que esteve imparável da linha de 3), que decidiria se a época terminava ali ou se teríamos jogo 6 em Cleveland.

Essa dúvida seria rapidamente dissipada… Embora não se tendo distanciado por aí além no resultado, os Warriors controlaram facilmente o quarto período e venceram de forma justa, recuperando o título que lhes tinha fugido há um ano atrás. Kyrie Irving, LeBron James e o inesperado JR Smith tentaram, mas a equipa de Golden State, às costas de Kevin Durant e Stephen Curry, foi mesmo superior.

Depois do primeiro período equilibrado, o domínio foi dos Warriors e nunca mais deixou de o ser. Um ano depois de uma derrota complicada, com os Warriors a não conseguirem o título apesar de terem tido três jogos para o fazer, a equipa de Golden State só deixou a oportunidade de festejar o título uma vez, na única derrota nos playoffs, no jogo 4 em Cleveland. Regressados a casa, os novos campeões não permitiram que as dúvidas permanecessem e fecharam mesmo estas finais.

E assim se fecha mais uma temporada da NBA. As finais eram previsíveis e o campeão também, algo que não agradará ao adepto comum e que, sejamos sinceros, fez destes playoffs um dos menos interessantes dos últimos anos. Porém, Kevin Durant (e os Warriors por consequência) tiveram aquilo que queriam e ninguém os pode culpar por quererem ser melhores. E foram mesmo melhores. Com dezasseis vitórias e uma derrota apenas nos playoffs, os Golden State Warriors são, novamente, os campeões da NBA!

Foto de Capa: SLAM Magazine