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Quem é que é o sucessor de Carrillo?

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Não se fala de outra coisa no mundo do futebol em Portugal nos últimos dias e as capas dos principais jornais desportivos fazem referência a este assunto diariamente. O extremo peruano ainda não mostrou interesse em renovar o seu vínculo contratual com os leões, e os dirigentes leoninos já o afastaram da equipa principal, o que levou a que, no encontro frente ao LokomotivCarrillo não tenha sequer sido convocado, contribuindo para o aumento da polémica em torno deste tema.

A novela ‘renovação de Carrillo’ já se vem estendendo há alguns meses, mas agora o assunto intensificou-se, ainda para mais com o interesse de Benfica e FC Porto em adquirirem o atleta já no mercado de transferências de Janeiro. Os dirigentes leoninos colocaram mão no assunto, deixaram o jogador de fora do jogo da Liga Europa, e enquanto não renovar contrato não joga mais com a camisola verde e branca.

A ausência do extremo peruano é uma dor de cabeça para JJ
Fonte: Facebook Oficial do Sporting Clube de Portugal

Mas agora, não é disso que estamos aqui a tratar. Afinal, quem é que JJ tem para suceder ao extremo internacional peruano?!

As alternativas são escassas; três, para ser mais específico: Carlos Mané, Gelson Martins e Bryan Ruiz são as cartas que o técnico tem à sua disposição.

Comecemos por Mané. É um jovem já com provas dadas na equipa principal dos leões e tem tudo para se tornar num grande jogador. Com a provável saída de Carrillo, o extremo português tem o seu lugar no onze de JJ ainda mais vincado.

Na sua terceira época no plantel principal, Mané será a aposta mais natural
Fonte: Facebook Oficial do Sporting Clube de Portugal

Bryan Ruiz também é hipótese para substituir o peruano, no entanto, a posição natural do costa riquenho é a posição ‘10’. Jorge Jesus pode colocá-lo a jogar numa das extremas (se bem que a sua preferencial seja a esquerda). Poderia ter sido uma boa alternativa no jogo frente ao Lokomotiv; colocar Carlos Mané na direita, e Bryan Ruiz na esquerda.

Ruiz tem sido opção regular, mas continua sem convencer
Fonte: Facebook Oficial do Sporting Clube de Portugal

Gelson Martins tem muito potencial, não digo que não, mas ainda tem de crescer muito como jogador. Ainda é muito ‘virgem’, precisa de minutos e, acima de tudo, experiência neste tipo de competições de grande nível. Foi um erro ter colocado um jovem que ainda nem meia dúzia de jogos fez pela equipa principal a jogar de início, com toda a pressão que envolve um jogo da Liga Europa.

A nova pérola leonina tem-se afirmado na equipa principal
Fonte: Facebook Oficial do Sporting Clube de Portugal

Em suma, na minha opinião a melhor alternativa a Carrillo, no caso de este se ir embora, passará por colocar Ruiz a jogar na posição de extremo, pelo menos até abrir o mercado de Inverno. E, depois, ir ao mercado reforçar-se com um extremo que tenha provas dadas, para lutar logo pelo seu lugar no onze de Jorge Jesus.

Mas uma coisa é certa: se Carrillo não quer renovar, que não jogue mais com o leão ao peito!

Fonte da foto de capa: Fonte: Facebook Oficial do Sporting Clube de Portugal

Pau Gasol, O Rei da NBA

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Cada dinastia tem, em média, direito a dois ou três reis – só em Espanha, existem tronos e reis para todos os gostos. No pavilhão, rodeado por torreões com cestos, governa Pau Gasol, um catalão que necessita, apenas, de uma bola laranja para derrubar Impérios inteiros. Durante todo o último mês, este gigante carregou sobre a Europa do basquetebol – num campeonato disputado em quatro países (Letónia, Croácia, Alemanha e França), devido à instabilidade na Ucrânia. A “fúria” derrubou turcos, germânicos, tomou a Bastilha e, vencidas as grandes batalhas, recuperou o “seu” trono, numa final de consagração, perante uma esforçada Lituânia.

Foi o terceiro título europeu da Espanha (2009, 2011 e 2015), talvez o mais difícil – e que, a certa altura, chegou mesmo a parecer improvável. O exército “rojo” apresentou-se privado de jogadores como os “norte-americanos” Marc Gasol, Ricky Rubio e José Calderón e Juan Carlos Navarro, do Barcelona; na fase de grupos, somou duas derrotas (com a Sérvia e a Itália) e chegou com (muitas) dificuldades aos oitavos-de-final, após uma apertada vitória (por 77-76) sobre a Alemanha.

Pau Gasol liderou a “fúria” espanhola
Pau Gasol liderou a “fúria” espanhola

No entanto, nunca um jogador terá sido tão decisivo como Pau Gasol, o destruidor de sonhos: como o da França, campeã em título, a quem marcou 40 (!) pontos, na meia-final da prova, cruelmente disputada em território gaulês – a certeza de o basquetebol ser um jogo colectivo saiu, dessa vez, algo combalida. No final, o balanço é esclarecedor: Gasol fixou médias de 25,6 pontos, 8,4 ressaltos e 2,3 desarmes de lançamento; a eleição de melhor jogador do campeonato foi unânime. O poste dos Chicago Bulls – e que bem lhe fica aquele encarnado – atinge, aos 35 anos, a sua plenitude enquanto atleta e basquetebolista.

Terminada a final de Lille, com o placard a marcar 80-63 para a Espanha, Sua Majestade levantou os braços para o público e, ao som dos (muitos) assobios franceses, festejou o regresso ao trono do basquetebol europeu – curiosamente, ao mesmo tempo, o seu súbdito Filipe II aplaudia nas bancadas.

Fotos: Facebook Oficial de Pau Gasol

Sporting 1-0 Nacional: Com Slimani, quem precisa do veneno da cobra?

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Na ressaca de uma derrota caseira pouco expectável frente ao Lokomotiv, o Sporting apresentou-se em Alvalade para o jogo frente ao Nacional da Madeira disposto a continuar na liderança da Liga NOS. De novo sem o André Carrillo nos convocados, Jesus voltou a apostar em Gelson Martins no onze titular; Slimani também voltou ao onze, assim como Naldo, num sinal claro de que este jogo era de vital importância para Jorge Jesus e seus discípulos.

O início da partida trouxe Slimani a tentar agitar as águas de forma célere, mas com o passar dos primeiros quinze minutos o jogo acabou por entrar num registo mais morno. Gelson conseguiu aqui e ali chamar a atenção do público presente, público esse que tanto anseia por ver na jovem pérola leonina o substituto natural do extremo peruano. Do lado oposto, Ruiz parecia ser a peça menos em foco dos leões, com algumas decisões lentas e faltas de entendimento com a linha avançada.

À passagem da meia hora de jogo, Nuno Sequeira foi expulso por acumulação de amarelos, após falta sobre Islam Slimani, ficando algumas dúvidas sobre a severidade com que o árbitro Fábio Veríssimo puniu o defesa do Nacional da Madeira. Apesar de ter aumentado o perigo perto da baliza dos madeirenses, os leões voltaram a ter dificuldades num capítulo essencial do jogo, a finalização, sendo assim natural o nulo com que se chegou ao intervalo, mas não sem antes de Slimani ter visto a cartolina amarela, após protestos.

Slimani e Teo foram de novo aposta na frente de ataque
Fonte: Facebook do Sporting Clube de Portugal

Uma primeira parte que veio, um pouco contra as primeiras impressões da partida, mostrar as fragilidades que o Sporting tem no que toca a criar situações claras de golo. Muita posse, algum caudal ofensivo de relevo, mas poucas oportunidades para fazer golo.

Foi sobre este mesmo registo que se iniciou o segundo tempo. Slimani, sempre ele, chegou a ter por duas vezes a hipótese de alvejar a baliza do Nacional, mas em ambas as situações a concretização não foi a ideal. A primeira mexida de Jorge Jesus, com a entrada de Montero para a saída do compatriota Gutiérrez , fez mexer o jogo leonino, conseguindo “el avioncito” entender-se de forma mais concisa com Slimani; mas o Sporting começava a dar sinais de intranquilidade, contra um Nacional reduzido a dez elementos e cada vez mais preocupado em defender o resultado que lhe garantia um ponto, começando a jogar com o relógio e com o nervosismo leonino.

O jogo foi se desenrolando até aos derradeiros minutos, com um Sporting instalado no meio campo contrário, com muita posse de bola mas raramente incomodando Rui Silva, que continuava a perder muito tempo nas reposições de bola. O golo leonino acabou por surgir numa jogada de entendimento entre dois jogadores lançados por Jorge Jesus na segunda parte; Mané assiste Fredy Montero com um pormenor digno de relevo e o avançado “cafetero” atira para o solitário tento da partida.

Esta foi a primeira vitória do Sporting de JJ sem golos sofridos para o campeonato, um registo que já não acontecia desde a conquista da Supertaça de Portugal frente ao rival Benfica. O Sporting continua a ser uma equipa em construção e em crescimento, mas com um claro défice na concretização. Este jogo demonstrou também a importância que Super Sli tem na equipa verde e branca. O argelino é a principal referência no ataque, servindo também de um apoio para tabelas para os seus colegas.

A Figura:

Curva Sul – Na primeira noite de Outono, que trouxe consigo o frio, os adeptos leoninos demonstraram a lealdade habitual, com a presença de trinta mil pessoas nas bancadas. Bastante bom para um jogo realizado às 21 horas de uma segunda feira.

O Fora de jogo:

Bryan Ruiz – O costa-riquenho continua sem deslumbrar em Alvalade. Um jogo a passada lenta, com demora nos processos e repetidas faltas de comunicação. A precisar de descanso após dois anos com poucas férias.

Belenenses 2–0 Moreirense: marcar cedo para depois gerir

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Calor abrasador no Restelo para receber duas equipas que ainda procuravam a primeira vitória na presente edição do campeonato. Ao trazer um motivador empate da Polónia na estreia na fase de grupos da Liga Europa, o Belenenses podia, pois, encarar o encontro de hoje com optimismo. Procurando um golo cedo para desatar o jogo, foi o Belenenses que partiu para cima do Moreirense logo nos primeiros minutos. Mesmo com a equipa de Miguel Leal a apresentar bons argumentos ofensivos – a ausência de Rafael Martins é uma grande baixa neste Moreirense – para contrariar o teórico favoritismo da equipa do Restelo, foi a equipa de Sá Pinto a inaugurar o marcador. Nem dez minutos se tinham passado quando um bom cruzamento rente à relva de Carlos Martins encontrou Luís Leal solto na área, que não teve dificuldades em encostar para as redes de Stefanovic.

O golo do cabo-verdiano mexeu com o Moreirense e a equipa visitante tomou as rédeas do jogo até ao intervalo. Ora por Iuri Medeiros – o extremo emprestado pelo Sporting oferece boa mobilidade ao ataque -, ora por Ramón Cardozo, o conjunto de Miguel Leal assustou Ventura por diversas vezes. Ainda assim, era o Moreirense a jogar e o Belenenses a marcar: a meio da primeira parte, um excelente envolvimento ofensivo dos azuis do Restelo culminou no segundo golo, apontado por Miguel Rosa. Mais uma assistência para Carlos Martins e o Belenenses colocava-se confortável no jogo. O resultado ao intervalo poderia ter sido ainda mais pesado para a equipa de Moreira de Cónegos, pois o penálti falhado por Carlos Martins (falta de Danielson sobre Luís Leal) praticamente sentenciaria de imediato a partida. Ao intervalo era mais feliz a equipa mais eficaz e não aquela que explanava o melhor futebol no relvado do Restelo.

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Pouca gente no Restelo para assistir à primeira vitória do Belenenses no campeonato

Com uma confortável almofada no marcador, ao Belenenses apenas cabia gerir a vantagem alcançada nos primeiros 45 minutos. Soube fazê-lo de forma tranquila, já que o Moreirense não foi capaz de manter a toada ofensiva que demonstrara na primeira parte e várias vezes se deixou cair na armadilha do fora-de-jogo. Ventura foi quase um mero espectador durante toda a recta final do encontro. A quebra da energia eléctrica, que interrompeu o encontro durante cerca de 20 minutos, fez esmorecer ainda mais a pouca dinâmica que ambas as equipas trouxeram dos balneários. Vitória justa do Belenenses, que deu uma resposta positiva à goleada sofrida na última jornada no Estádio da Luz, já depois do bom resultado europeu na Polónia. Ainda assim, melhor o resultado propriamente dito do que a exibição, visto que a madrugadora vantagem permitiu à equipa da casa instalar-se a seu bel prazer no encontro. Os reforços Luís Leal e Kuca dão bastante mobilidade e criatividade no sector ofensivo do conjunto de Sá Pinto e fazem deste Belenenses um candidato aos lugares europeus nesta época.

A Figura:

Carlos Martins – Apesar de ter saído aos 60 minutos, dando lugar a Sturgeon, o médio português fez as duas assistências para os golos da vitória. Mesmo om o desperdício um castigo máximo, a dinâmica ofensiva que imprimiu resultou em várias boas combinações com o trio da frente: Kuca, Miguel Rosa e Luís Leal.

O Fora de jogo:

Moreirense – Apesar da boa imagem deixada na primeira parte, a classificação nao mente: 0 vitórias em 5 jornadas são o espelho de uma equipa que ainda se está a encontrar e se viu hoje privada daquele que é o seu melhor jogador: Rafael Martins. Ao Bola na Rede, Miguel Leal disse que a equipa está algo intranquila por jogar bem mas não obter bons resultados, mas refere que a falta de conhecimento entre os jogadores é um dos motivos para a ausência de triunfos. Ainda assim, o técnico deixou uma mensagem de confiança, afirmando que, assim que estiver mais entrosada, esta equipa conseguirá aliar as boas exibições aos bons resultados.

Artigo de André Conde e Francisco Vaz de Miranda

SD Eibar – Os Bravos Guerreiros de Ipurua

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O meu interesse pelo SD Eibar surgiu há sensivelmente treze anos, quando um dos melhores jogadores russos dos últimos 25 anos se juntou à equipa Basca após uma saída algo conturbada do Sporting de Gijón. Igor Lediakhov, conhecido em Espanha como El Mago de Sochi, teve uma carreira extremamente bem conseguida ao serviço da formação asturiana, chegando mesmo a capitanear a equipa numa ou noutra ocasião mas, por motivos alegadamente de ordem financeira, saiu pela porta pequena do El Molinon e colocou o Sporting de Gijón em tribunal por uma alegada dívida de uns quantos milhares de Euros.

Embora tenha despertado a minha total atenção, a carreira de Igor Lediakhov no SD Eibar foi curta, durando apenas uma temporada. O renegado génio russo contava já com 34 anos quando chegou à formação basca e a sua passagem por Ipurua foi indubitavelmente modesta e com poucos motivos de destaque, tirando talvez o facto de ter sido expulso com um duplo amarelo no seu jogo de estreia no Estádio Municipal de Ipurua.

Igor Lediakhov - O talentoso número 10 russo que me fez olhar para o SD Eibar com outro interesse Fonte: ss.sport-express.ru
Igor Lediakhov – O talentoso número 10 russo que me fez olhar para o SD Eibar com outro interesse
Fonte: ss.sport-express.ru

Dessa equipa do SD Eibar pouco ou muito pouco há a destacar. A formação basca estava afundada na 2.ª divisão espanhola desde a temporada 1988-89 e, apesar de por lá terem passado jogadores como Xabi Alonso, como o talentoso avançado uruguaio Federico Magallanes ou como o lendário defesa direito basco Aitor López Rekarte, o SD Eibar nunca conseguiu carimbar a sua presença na divisão de elite do futebol espanhol, até que, na temporada passada, pela mão de Gaizka Garitano, atingiu tal majestoso feito pela primeira vez em 75 anos de história.

A aguerrida formação basca deu boa conta de si na fase inicial da temporada passada, mas o elevado nível de exigência da Liga BBVA foi, porventura, demasiado pesado para uma equipa lutadora e sem a experiência dos grandes palcos. O SD Eibar terminou a época em 18.º lugar, estando por isso sujeito a uma penosa descida de divisão, que iria certamente encarcerar o clube basco na Liga Adelante por mais alguns anos. Contudo, a estrelinha da sorte acompanhou os Armeros, uma vez que motivos de ordem financeira ditaram que o Elche FC, que havia terminado em 13.º lugar, acabasse despromovido na secretaria, permitindo ao conjunto basco regressar ao convívio dos grandes sem que nada tivesse feito para isso.

Após o último jogo da temporada passada, onde o SD Eibar venceu de forma contundente o Córdoba CF, vitória que, na prática, não foi suficiente para manter a equipa na Liga BBVA, o seu treinador, Gaizka Garitano, que tanto tinha dado à formação basca em apenas três anos como treinador principal, decidiu que era tempo de pôr fim ao forte vínculo que existia entre ambos e apresentou a sua demissão. Foi já sem treinador que o SD Eibar ficou a saber que se manteria no primeiro escalão do futebol espanhol e a direcção do clube entendeu trazer, para substituir Garitano, um homem que conhecia bem os cantos à casa e que conta já com um currículo interessante como treinador, de seu nome José Luis Mendilibar. Aos 54 anos de idade, o treinador, natural de Zaldívar, no País Basco, teve uma experiência extremamente negativa na temporada passada ao serviço do Levante UD, sendo despedido ao fim de apenas oito jornadas, durante as quais o clube da Comunidade Valenciana apenas venceu um jogo.

José Luis Mendilibar - O novo homem forte do SD Eibar Fonte: As.com
José Luis Mendilibar – O novo homem forte do SD Eibar
Fonte: As.com

O Ipurua não é desconhecido de Mendilibar, uma vez que o treinador basco teve já uma passagem (de certa forma bem sucedida) pelo SD Eibar. Na temporada de 2004-05, após trabalhar para o modesto Lanzarote UD, Mendilibar chega à formação basca e, nessa mesma época, coloca o SD Eibar às portas da primeira divisão, já que terminou o campeonato em 4.º lugar.

O mundo do futebol dá muitas e longas voltas e, mais de uma década depois, Mendilibar está de volta a uma equipa que bem conhece, tendo desta vez como objectivo principal manter os Armeros na Liga BBVA. À semelhança do que sucedeu na temporada transacta, a nova campanha do SD Eibar começou com um bom nível e, no final da primeira ronda, a formação basca era líder da Liga BBVA na companhia de Barcelona, Celta de Vigo, Atlético Madrid e Espanyol. Mendilibar reagiu a esse momento histórico de forma curiosa e considerou mesmo o facto de ser líder como algo anedótico: “Lo importante es la victoria, el liderato es anecdótico, sirve para saber que hay que guardar los periódicos para recordarlo pero nada más”.

Após dois triunfos consecutivos frente ao Granada CF e ao Athletic Club, o SD Eibar ficou muito perto de fazer o pleno ao fim de três jogos, mas um falhanço clamoroso nos últimos minutos de jogo em La Rosaleda frente ao Málaga CF fizeram o emblema basco perder os dois primeiros pontos da temporada. No passado Sábado, perante os seus fervorosos adeptos, os Armeros não foram capazes de levar de vencida o poderoso Atlético Madrid. A equipa de Diego Simeone foi, ainda assim, obrigada a puxar dos galões para derrotar a formação basca, que tentou, por diversas ocasiões, através de um futebol rápido mas bem sustentado, incomodar a baliza de Oblak.

Ser derrotado pelos Colchoneros não envergonha ninguém, e o que fica na retina para já é o jogo do passado dia 30 de Agosto, onde os homens de Mendilibar venceram os seus vizinhos e rivais do Athletic Club. O antigo avançado do Real Murcia e do Barcelona B, Saúl Berjón, foi possivelmente o homem em maior destaque naquele fim de tarde no Ipurua, marcando o primeiro golo da sua equipa e contribuindo com uma assistência para o segundo do jogo, da autoria de Adrián González.

O novo SD Eibar de Mendilibar conta, obviamente, esta temporada com um plantel mais “rico”, em termos de qualidade, do que aquele que Gaizka Garitano teve à sua disposição na temporada passada. O avançado Sergi Enrich, proveniente do Numancia, o jovem internacional Sub-21 italiano Simone Verdi, que chegou este Verão por empréstimo do AC Milan, Adrián González, um antigo internacional jovem espanhol proveniente do Elche CF, o talentoso avançado Borja Baston, que pertence aos quadros do Atlético de Madrid mas que esteve em grande nível na temporada passada ao serviço do Real Zagaroza, e o internacional bósnio Izet Hajrovic, que chegou por empréstimo do Werder Bremen, conferem à equipa outra solidez, qualidade e experiência, algo que lhe faltou em momentos decisivos durante a época passada.

Sergi Enrich - Um dos nomes em destaque deste novo SD Eibar Fonte: diariovasco.com
Sergi Enrich – Um dos nomes em destaque deste novo SD Eibar
Fonte: diariovasco.com

O SD Eibar é um daqueles clubes que ainda nos fazem gostar do futebol puro e de todas aquelas idiossincrasias do desporto rei. O emblema basco é uma equipa que “honra al fútbol”, como escrevia o El País há mais de uma década após uma resistência estóica perante um Real Madrid galático, com Ronaldo, Figo e Zidane, num jogo a contar para a Copa del Rey.

 Foto de Capa: Spheasports

FC Porto 1-0 Benfica: Quem sai aos seus, nunca desilude

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No futebol como na vida, nem sempre a sorte protege os audazes. Felizmente para o FC Porto, nesta noite, no clássico, isso não aconteceu. Mas vamos por partes: FC Porto e Benfica entravam no Estádio do Dragão em alta depois de bons resultados na Liga dos Campeões. O ponto que os separava era praticamente insuficiente para se criar qualquer tipo de favoritismo prévio. No lado portista, Lopetegui fez 3 alterações relativamente ao onze que havia começado o encontro em Kiev: retirou Bruno Martins Indi, Herrera e Danilo Pereira para colocar Marcano, Imbula e Corona. Rui Vitória acabou por, tal como se esperava, dar mais consistência ao miolo: retirou Talisca da posição 8 e colocou André Almeida para a luta tática que aconteceria no meio campo.

Este é, porventura, um dos clássicos que se revelou mais um “jogo de espelhos”. Com duas partes tão distintas, é difícil encontrar um ponto de equilíbrio nas exibições dos dois conjuntos. O primeiro tempo foi quase todo encarnado: com uma postura intensa, dinâmica e dominadora, o Benfica dos primeiros quarenta e cinco minutos foi uma excelente surpresa. Com Nélson Semedo e Eliseu a secarem por completo Brahimi e Corona, o FC Porto foi um completo deserto de ideias durante o primeiro tempo. A falta de ligação entre os setores foi uma evidência e a tomada de decisões foi quase sempre errada. Rúben Neves e André André eram os únicos elementos esclarecidos num FC Porto que entrou apático, insuficiente e sem capacidade de se sobrepor ao adversário. Um adversário que, apesar de só ter criado em perigo em dois cantos – para duas belas defesas de Casillas a cabeceamentos de Mitroglou – foi sempre mais afoito e pragmático durante esse período. Sem deslumbrar, o Benfica ia tendo bola e sobretudo ia controlando os espaços perante um FC Porto completamente desligado, sem garra, intensidade e atitude nos duelos.

Porém, o panorama mudou completamente na segunda parte. Neste verdadeiro “jogo de espelhos”, parece que os balneários provocaram uma verdadeira metamorfose na equipa portista. Quem olhara para a primeira parte e a comparava com a segunda, ficava com a sensação de que os jogadores e a equipa não eram os mesmos. Tal como deveria ter acontecido desde o início, até por jogar em casa; o segundo tempo trouxe um FC Porto muito mais pressionante e agressivo taticamente. Neste aspeto, a subida de rendimento do meio campo foi aspeto fundamental para a crescente exibição da equipa. Imbula subiu no terreno e, com André André mais perto de Aboubakar, os portistas foram criando mais perigo e aproximando-se mais vezes da baliza de Júlio César. Durante este período, e tal como acontecera com o Benfica na primeira parte, também o FC Porto teve dois lances para fazer o golo e com os mesmos protagonistas: no primeiro, André cruzou de forma perfeita para Aboubakar cabecear ao poste; no segundo, o ex-médio do Vitória Guimarães fez um passe teleguiado para Aboubakar permitir a defesa da noite ao guarda redes brasileiro.

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Rui Vitória esteve mal nas substituições
Fonte: Facebook SL Benfica

No duelo dos bancos, Lopetegui ganhou aos pontos a Rui Vitória: com as entradas de Danilo e Varela para os lugares de Rúben Neves e Corona, o FC Porto ganhou maior sobriedade nas transições e mais consistência no momento defensivo. Imagem diferente viu-se do lado encarnado, com Rui Vitória a retirar Jonas do terreno para colocar Talisca. O Benfica ficou menos perigoso, recuou ainda mais as suas linhas e foi cada vez mais confiando no destino de que o empate já seria um bom resultado tendo em conta as incidências e a segunda parte benfiquista.

Todavia, e depois de ter feito uma exibição de encher o olho, o minuto 86 foi o momento chave do jogo. Num dos lances mais bonitos do clássico, Varela assistiu de bandeira para André André finalizar com êxito perante um imponente Júlio César. É certo que, com tão pouco tempo para terminar o jogo, aquele seria o momento do jogo. Numa jogada coletiva – das poucas que teve no clássico – o FC Porto concluiu da melhor maneira uma segunda parte de qualidade e onde não deu hipóteses ao adversário. Agora, resta perguntar é o porquê da equipa não ter demonstrado na primeira parte a imagem da segunda. Perante este Benfica, Lopetegui não podia ter demorado tanto tempo a mudar as peças e a colocar o FC Porto a explorar os pontos fracos do adversário. Felizmente para os portistas, no jogo desta noite, a sorte protegeu os audazes. E isto porque, mais do que tudo, não havia outro que merecesse mais marcar e ganhar este clássico. Falo de André André, que fez um jogo de outro mundo e que provou que quem sai aos seus, nunca desilude.

 

Figura do Jogo: André André – A exibição do internacional português merece todos os elogios. Do primeiro ao último minuto, o médio portista encheu o campo, ganhou quase todos os duelos do meio campo e acabou a dar a vitória ao FC Porto. Depois das boas exibições de Arouca e Kiev, André continua a ser uma das revelações da época.

Fora de Jogo: Primeira parte do FC Porto – Demorar quase 40 minutos para fazer um remate à baliza é suficiente para demonstrar a inoperância portista no primeiro tempo. A equipa foi sempre amorfa, pouco intensa e por isso acabou por ver o Benfica jogar durante a primeira parte. No clássico desta noite, a equipa ainda foi a tempo de emendar a mão mas, noutras ocasiões, isso pode não bastar.

FC Porto 1-0 Benfica: Vitória física e táctica

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O clássico, o jogo do ano, o jogo mais quente. O Dragão foi palco do jogo que faz o país parar. Um jogo de reencontros. Um jogo que é um teste a um Benfica que parece estar a subir de rendimento. Um jogo onde Lopetegui defronta a sua pedra no sapato, o único clube a quem não conseguiu ganhar a época passada. Rui Vitória surpreendeu com a entrada de André Almeida para o meio-campo, substituindo Talisca.

Se o Porto entrou mais forte, foi o Benfica a ter a primeira grande oportunidade, com um cabeceamento de Mitroglou e Casillas a brilhar. A primeira parte foi sempre uma luta mais a meio-campo. Um Porto pressionante a ter mais bola mas a esbarrar num Benfica inteligente, que soube fechar os caminhos para a baliza. O conjunto de Lopetegui chegava à área encarnada e não conseguia criar lances de perigo, apostando quase sempre em cruzamentos e remates inofensivos.

Do outro lado, um Benfica que vem a confirmar o que se tem dito. A equipa está a melhorar e teve na primeira parte (até aos últimos 10 minutos) um comportamento inteligente dentro de campo. Aproveitando a velocidade de Gonçalo Guedes e Mitroglou, o Benfica procurava sempre o contra-ataque e por duas vezes esteve perto do golo. Na primeira vez, Casillas voltou a brilhar, e, na segunda, Mitroglou esteve a centímetros do golo.

As melhores oportunidades pertenceram ao Benfica, frente a um Porto que se mostrou algo nervoso e só na recta final da primeira parte chegou com perigo à baliza de Julio César. Aboubakar foi o homem em destaque. Ao intervalo, o Benfica era a melhor equipa em campo, mas o empate aceitava-se num jogo mais de entrega do que espetacular.

Nelson Semedo está a evoluir como jogador  Fonte: Facebook do Benfica
Nelson Semedo está a evoluir como jogador
Fonte: Facebook do Benfica

Talvez por causa desse nervosismo, o Porto entrou melhor na segunda parte. Aboubakar deu o mote e atirou ao poste. O Porto aparecia diferente e disposto a mudar a história do jogo. O Benfica desde cedo começou a perder o meio-campo e a capacidade de sair em contra-ataque. Rui Vitória percebeu, tarde mas percebeu, que teria de reforçar o meio-campo se não queria ver o Porto a ser melhor equipa. Tirou Jonas para meter Talisca, quando muitos esperavam a saída de Gonçalo Guedes pelo brasileiro ou por Pizzi. O jovem benfiquista saiu um pouco mais tarde (bom jogo do miúdo) para a entrada de Pizzi, mas nesta altura o Benfica já tinha arrebentado fisicamente.

As substituições apareceram já tarde, quando o Benfica já não conseguia responder ao ritmo que o Porto impunha. Num jogo equilibrado, onde a mínima falha poderia ser fatal, esse foi o destino do Benfica. Num lance onde a defesa do Benfica falha, André André aparece sozinho e faz o golo que dá a vitória.

Explicar esta derrota é fácil. Ganhou a equipa que marcou no seu melhor momento. O Benfica teve a primeira parte toda para marcar, quando foi superior, mas ficou muito aquém do esperado na segunda, onde viu o Porto jogar. Culpas para Rui Vitória, que tardou em mexer no jogo. No entanto, saio deste jogo contente com a evolução desta equipa. Já se nota que há processos a ser assimilados, já não se vêem apenas 11 jogadores em campo sem saber o que fazer, mas sim uma equipa. Que a primeira parte sirva de exemplo para o que se quer deste Benfica.

A Figura:

Nelson Semedo – Já afirmei que o seu ponto fraco era a defender, mas hoje esteve muito bem nesse aspecto. A juntar a algumas subidas interessantes, o miúdo está a crescer enquanto jogador dia após dia. Não tenho dúvidas de que no final da época estará feito um jogador.

O Fora-de-jogo:

Substituições tardias – Só numa altura onde o Benfica já se arrastava em campo é que Rui Vitória decidiu mexer no jogo. As substituições deveriam ter sido efectuadas mais cedo, de modo a refrescar o meio-campo, e tirar Jonas primeiro também não foi a melhor opção.

Foto de capa: Facebook do FC Porto

Académica 0-2 Boavista: A moleza e uma sentença

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Parecia estar escrito que seria hoje o dia em que José Viterbo abandonaria a sua cadeira de sonho. É que o Boavista já fora o “carrasco” de Paulo Sérgio (depois de perder com os axadrezados, foi demitido) e as circunstâncias em que a Académica se encontrava (“são as que são”, disse José Eduardo Simões) faziam antever que algo iria mudar. Foi Viterbo quem tomou a iniciativa, ainda que aquilo que os jogadores têm feito esteja claramente abaixo daquilo que podem dar, e o jogo desta tarde foi evidência disso mesmo.

O calor dá moleza, mas não exagerem! A forma como a Académica (não) entrou em campo deixou transparecer um conjunto de jogadores que ainda associava o calor às férias e à falta de compromisso, algo que jamais pode acontecer entre profissionais de qualquer tipo, muito menos jogadores de futebol a jogar ao nível nacional mais alto. Assim se explica o golo madrugador do Boavista (ainda não estavam decorridos 30 segundos), “patrocinado” pela passividade de Ricardo Nascimento e Emídio Rafael, que permitiu a Zé Manuel fugir à marcação para inaugurar o marcador.

Um balde de água fria que não acordou os jogadores da Briosa. A equipa limitava-se a ver a tripla do ataque boavisteiro (Uchebo, Luisinho [“foi um jogo especial, passei dois dos melhores anos da minha vida em Coimbra”, disse em conferência de imprensa] e Zé Manuel) a criar perigo (Zé Manuel esteve por duas vezes perto do golo), rodando entre as três posições da frente de ataque de um 4x3x3 bem montado por Petit, que também impedia que alguns assomos de responsabilidade de vários jogadores da Académica se convertessem em situações de perigo – primeiro remate dos estudantes aos 43 minutos, por Ivanildo, de longe.

Ao intervalo, a Académica parece ter despertado para a realidade. As férias tinham acabado, mas já se tinha dado uma parte de avanço. O Boavista mantinha a boa organização (excelente prestação da dupla Idris/Ruben Gabriel) e impedia que as intenções de criar perigo do adversário passassem disso mesmo. Aliás, o risco que José Viterbo correu ao colocar Hugo Seco (saiu Leandro) e Gonçalo Paciência (substituiu João Real, lesionado) apenas se traduziu num único remate, muito longe da baliza de Mika.

É certo que a Briosa conseguia penetrar o meio-campo contrário, mas esbarrava na boa organização axadrezada. A Académica tinha a bola nos pés, o Boavista o jogo nas mãos. E assim foi passando o segundo tempo, com poucas oportunidades de perigo mas com alguma vontade por parte da Briosa. Porém, as intenções, por si só, foram insuficientes para mudar o rumo da história de um início de época desastroso e de um jogo que parecia ter a sua sentença escrita à partida – oportunidades flagrantes na segunda parte apenas para o lado do Boavista. Uma deu golo, com Anderson Carvalho a responder da melhor maneira a um canto de mangas arregaçadas. A outra, com Zé Manuel isolado perante Trigueira, terminou com boa defesa do guardião.

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José Viterbo foi alvo da primeira chicotada psicológica da Liga
Fonte: Facebook da Académica

No clássico (Boavista tem 52 presenças na Liga, a Académica 63) mais pobre da jornada, imperou a equipa mais bem organizada. O Boavista voltou a marcar, dois jogos depois de não o conseguir (questionado sobre se já existia plena afinação dos processos ofensivos, Petit disse ao Bola na Rede que estes ainda estavam a ser trabalhados, e que as bolas que não entraram em Braga e no Bessa acabaram por entrar hoje).

A Briosa voltou a desiludir, e José Viterbo, “como bom academista que me considero”, disse, apresentou a demissão, aceite por José Eduardo Simões, que, num momento presenciado pelo Bola na Rede, abraçou, lavado em lágrimas, o agora antigo treinador da Briosa.

Um jogo, muita moleza e uma sentença.

Figura do jogo:

Petit – A forma como o Boavista se dispôs em campo tem o dedo do treinador. A solidariedade de todos os jogadores e a forma como se entregaram ao jogo parece ser o transfere, do banco para o campo, da personalidade do treinador.

Contou com um golo madrugador, é certo, mas a forma como dispôs o xadrez foi a chave para a vitória.

O Fora-de-jogo:

Leandro- Aos 9 minutos era amarelado, ao intervalo era substituído. Um dos jogadores dos quais mais se esperava desiludiu. Foi macio no “seu” meio-campo e não conseguiu penetrar o contrário, revelando-se uma das figuras da permissividade da Briosa.

Foto de capa: Facebook da Académica

GP de Singapura: Pausa na hegemonia dos Mercedes – Vettel ainda existe

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O Grande Prémio de Singapura traz consigo uma enorme legião de fãs; o facto de acontecer durante a noite provoca um boost na curiosidade dos aficionados da F1. E, sem surpresas, a prova asiática voltou a ser palco das qualificações e classificações mais atípicas do Mundial.

A Fórmula 1 é muitas vezes acusada de previsibilidade: determinada equipa ganha sempre, tal piloto é campeão logo no primeiro GP, falta competitividade e concorrência. Combato estas opiniões com diversas evidências do contrário, mas é sempre difícil convencer os críticos. Este fim-de-semana, em Singapura, serve de exemplo para todas essas mentes iluminadas que acreditam no aborrecimento deste desporto.

A maré alta da Mercedes não durou para sempre. Na qualificação, Hamilton conseguiu apenas o quinto posto, e o colega de equipa Rosberg não alcançou mais do que a sexta posição. Ambos os pilotos se queixaram de problemas no monoveículo, especialmente nos pneus: depois da polémica em Monza, que causou uma suspensão da classificação final até decisão do comité, a equipa das “flechas de prata” voltou a ter dificuldades em imprimir os seus objectivos nos Pirelli. Lewis Hamilton disse que “os pneus simplesmente não funcionaram. Escorregavam em todo o lado. Nunca tínhamos visto algo como isto”. Já Rosberg queixava-se da falta de aderência e sentia-se desapontado, seguindo a linha de Toto Wolff e Niki Lauda: os três diziam que a prova seria complicada e que um terceiro lugar era praticamente um milagre.

Por seu lado, Sebastian Vettel conseguiu a sua primeira pole na Ferrari, Ricciardo saiu em segundo, e Raikkonen e Kvyat completavam a segunda linha.

Quanto ao arranque, pouco a dizer. Os Mercedes conseguiram um início competitivo, Vettel segurou a liderança e Max Verstappen ficou parado no grid; o jovem holandês teve de sair do pit-lane com voltas de atraso. Os três da frente fugiram – Kvyat, Hamilton e Rosberg não conseguiam aproximar-se.

Mais uma vez, o safety-car voltou a ser decisivo. As duas entradas da velocidade controlada criaram as oportunidades para as duas paragens estratégicas, causando a constância visível na frente da classificação. A primeira foi devido a um acidente entre Massa e Hulkenberg: o toque foi inteiramente por culpa do alemão da Force India, que acabou por abandonar – perderá três posições na grelha do próximo Grande Prémio. O segundo carro entrou devido a um acontecimento absolutamente insólito; um espectador passeava, calmamente, na berma da pista. Estranho, inédito, surpreendente, mas, acima de tudo, muito perigoso.

E se a qualificação já havia sido problemática para a Mercedes, o GP revelou-se, também, muito difícil. Depois de ultrapassar Kvyat, Lewis Hamilton encontrava-se já na quarta posição, pronto para atacar o pódio. Eis se não quando o motor do Mercedes ficou sem potência e o piloto inglês perdeu diversas posições, chegando à 16.º. Depois de a equipa dizer que não encontrava nenhum problema eléctrico com o veículo, Hamilton abandonou; o campeão do mundo em título desistiu pela primeira vez na temporada, no dia em que poderia ter igualado o número de vitórias de Ayrton Senna.

Os três primeiros controlaram a corrida de início ao fim, Nico Rosberg seguiu-os de longe. Max Verstappen leva a nota mais positiva do GP: o prodígio da Toro Rosso subiu de último a oitavo em 47 voltas. Muito graças aos safety-cars, é verdade, mas o jovem piloto conseguiu as ultrapassagens mais arriscadas e espectaculares da noite. Enfrentará problemas “diplomáticos”, depois de ignorar a ordem da equipa para deixar o colega Carlos Sainz passar à frente. Rebelde. Temos piloto para os próximos anos.

Sebastian Vettel feliz com a vitória Fonte: Facebook Scuderia Ferrari
Sebastian Vettel feliz com a vitória
Fonte: Facebook Scuderia Ferrari

A grande nota negativa é, mais uma vez, da McLaren. Problemas mecânicos levaram ao quarto abandono duplo da época, quando ambos os pilotos estavam a rodar nos pontos. Também Felipe Massa foi o protagonista de um abandono inglório, depois de lutar contra problemas no motor do seu Williams.

Sebastian Vettel alcançou a sua quarta vitória em Singapura e tornou-se o terceiro piloto com mais vitórias na história da F1, atrás apenas de Michael Schumacher e Alain Prost. A Ferrari voltou aos pódios, a dobrar, e Ricciardo conquistou um valioso segundo lugar para a Red Bull. Segue-se o Grande Prémio de Suzuka, no Japão, no fim-de-semana de 25 a 27 de Setembro. Adivinho um regresso às vitórias da Mercedes mas, a partir de agora, com uma perseguição mais cerrada da Ferrari e da Red Bull.

Foto de capa: Facebook Scuderia Ferrari

FC Porto–Benfica: A ideia da força contra a força da ideia

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O clássico dos clássicos está aí à porta. Não, não é o Real – Barça que desperta a paixão de milhares de milhão. É o Porto – Benfica do nosso Portugal, das dezenas de milhões. O jogo que faz os portugueses esquecerem tudo o resto e não deixa ninguém indiferente. É um confronto de ideais e ideologias. As de Lopetegui e as de Rui. Vitória? Já andou mais longe, mas amanhã é o teste a doer. E para Julen também. Ninguém se esqueça que o Porto do espanhol ainda não venceu as águias.

Hoje em dia, chegamos ao Dragão e vemos uma matriz que, se não é inédita, não deve andar longe de tal, na equipa que lá habita. A ideia da posse de bola e ‘tiki-taka’ à FCP aliou-se, até ver, àquilo que gosto de chamar “ideia da força”. Já o referi em textos anteriores e adquire uma importância maior na antecâmara da receção ao maior rival. Ao futebol tecnicista que o “tricotado” exige, alia-se o músculo de um meio-campo de choque e combate: Danilo, Imbula e Herrera/André André. Esta será, decerto, o alinhamento que Lopetegui vai fazer subir ao relvado. E é a derradeira prova de fogo para a eficácia anunciada mas ainda não totalmente comprovada do trio.

No entanto, André André pode jogar na ala. O quê? Sim, já o fez na ponta final do jogo de Arouca e não deixou o crédito em mãos alheias. No entanto, colocar o ex-Vitória na ala pode significar algum receio da parte do timoneiro portista, algo que não é aceitável num jogo em casa perante o mais sério concorrente ao título nacional. Apostar em Corona ou Varela (embora prefira o mexicano) será a posição a tomar.

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Maxi será o jogador em foco do clássico
Fonte: Facebook FC Porto

Do lado do Benfica, finalmente começam a ver-se da tão preconizada “ideia de jogo”. Futebol de cariz ofensivo, mas com maior critério na posse de bola a meio-campo. Não é um modelo de jogo tão apelativo como o de Jorge Jesus? Com certeza que não, mas, se bem aplicado e traduzido em campo, será mais seguro.

Samaris tem-se assumido como o patrão do meio-campo e da equipa. Se na época passada o grego não me encheu as medidas, por esta altura parece um jogador mais completo e consciente daquilo que são as exigências de jogar no Benfica. É claro que a maior solidariedade do miolo vermelho acaba por beneficiar o médio que chegou do Olympiakos há uma temporada, dado que não é apanhado sozinho, em situação de contra-pé e costuma ter uma “muleta” a seu lado ou relativamente próxima, seja ela o outro médio-centro ou o extremo do 4-4-2 de Rui Vitória.

Na frente de ataque das ‘águias’, já não há Lima. Há Mitroglou, um jogador que faz lembrar Cardozo na postura e abordagem ao jogo. Mais leve que o paraguaio, parece igualmente “preguiçoso”, mas o instinto matador está lá e, até ao momento, tem bastado colocarem-lhe a bola à mercê, redonda. Jonas é indiscutível e Jiménez, não obstante os bons predicados que tem deixado quando entra, terá de esperar pela sua vez.

Os dados serão lançados pelos técnicos. O jogo já começou há muito cá fora e será interessante ver como encaixam os dois sistemas e modelos de jogo, tão distintos entre si. Um dos duelos de ideais mais interessantes dos últimos anos que, aliados ao fervor natural de jogo grande, podem proporcionar um espetáculo de nível elevadíssimo. Cá estaremos para ver. Venha ele.