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Artur Augusto: O ‘Batatinha’ que trocou o Benfica pelo Porto

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a minha eternidade

Na temporada desportiva de 1916, Artur Augusto, futebolista de enorme valia e proveitosa polivalência, despontava para o futebol português, modalidade e país onde marcaria uma era.

As suas aptidões técnicas eram primorosas; possuidor de uma visão de jogo certeira e de características multifacetadas, este jogador podia actuar em várias posições no sistema táctico. Estas valências permitiram-lhe um decisivo contributo para a excelente temporada de estreia no Benfica, clube onde arrecadou o ceptro de campeão de Lisboa, recuperando o título citadino que perdera para o Sporting no ano anterior.

Artur Augusto começou a despontar para o mundo do futebol na região de Benfica, de onde era natural, tendo sido no Club Internacional de Futebol (CIF) que recebeu e apreendeu os fundamentos do jogo, que lhe permitiram evoluir para um exímio praticante. Para esse aprimoramento técnico-táctico, muito contribuíram os ensinamentos do “mestre” Augusto Sabbo, um profundo conhecedor do jogo. O enfraquecimento do CIF devido ao recrutamento militar para a Grande Guerra, onde vários dos seus quadros estiveram presentes, fez com que este brilhante jogador repensasse a sua continuidade no clube, tendo então aceitado um convite do Benfica, mudando-se, juntamente com outro seu colega de equipa, Carlos Sobral, para os “vermelhos” na temporada de 1915/1916.

As conquistas de Artur Augusto de águia ao peito foram vastas, destacando-se o tricampeonato de Lisboa, entre 1916 e 1918. Na temporada de 1917/18, emparelhava com o seu irmão, Alberto, numa ala esquerda terrífica para os oponentes adversários – estes dois jogadores ganharam nomeada como “Os Batatinhas”.

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Imagem de Artur Augusto a propósito da sua 1ª internacionalização
Fonte: dragaopentacampeao2.blogspot.com

Em 1920, Artur Augusto toma uma decisão que gerou muita celeuma na época: decide mudar-se para a cidade invicta e representar o Futebol Clube do Porto. Foi, mais uma vez, muito bem sucedido, sagrando-se campeão de Portugal em 1922, na primeira edição da prova, numa final frente ao Sporting, onde laborou como defesa esquerdo. Nesse período, havia já abandonado a sua posição de raiz (extremo), esbatendo também a sua propensão de velocista (embora mantendo intactos os apurados recursos técnicos), e passou a actuar em zonas mais recuadas (meio campo ou defesa). Menos explosivo mas mais calejado, estratega e coordenador, era uma extensão do treinador em campo, contribuindo com indicações no terreno de jogo para as movimentações e posicionamentos da equipa. Com este papel superlativo, o lisboeta foi inegavelmente preponderante nas competentíssimas prestações da equipa nortenha que levaram à primeira grande glória nacional.

Antes ainda da obtenção do primeiro título, este campeão alcançou uma outra grande honra – foi o primeiro jogador internacional portista a representar a selecção das quinas. Actuou, no seu jogo inaugural, no ano de 1921, frente à congénere espanhola, onde os portugueses foram derrotados por 1-2.

A tal já enorme feito, acresce o facto de ter sido o primeiro seleccionado de uma equipa não lisboeta para a selecção, onde, nesse referido jogo, festejou o primeiro golo de sempre pela principal representação nacional, marcado pelo seu irmão Alberto. Depois de sair do Futebol Clube do Porto enveredou por uma carreira de treinador, passando por clubes como o Carcavelinhos e o Atlético, área onde mostrou também grandes capacidades.

Foto de capa: Página de Facebook ‘F. C. Do Porto – Histórias e Memórias’
(Na imagem, Artur Augusto é o 5º a contar da direita)

Top10 – Melhores claques do mundo

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Top 10 melhores Claques

[tps_title]10º Benfica (No Name Boys)[/tps_title]

benfica
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

O inferno da Luz é conhecido um pouco por toda a Europa. Adeptos incansáveis, loucos e diferentes fazem tremer e surpreendem as equipas adversárias. Os No Name Boys são a das claques mais conhecida, a par dos Diabos Vermelhos, e os responsáveis por tornarem o Estádio da Luz num dos Estádios mais difíceis da Europa.

Sporting 3-0 Vit. Setúbal: Tardou mas não falhou

escolhi
Diz-se que a justiça tarda mas não falha e que no futebol nem sempre há justiça. Hoje, em Alvalade, houve justiça mas tardou em aparecer. Tanto quanto a pontaria e discernimento de Slimani. Marco Silva apostou num desenho táctico diferente – pelo menos no processo ofensivo, visto que no defensivo o 4x4x2 tem sido o habitual -, apostando em dois avançados (Montero e Slimani) em simultâneo, talvez à espera de um Setúbal muito retraído, e acabou por ver resultados concretos logo a partir dos primeiros minutos. Até perto da meia-hora de jogo, o relvado parecia inclinado: só se jogava a metade e sempre em vertigem até à zona da baliza dos sadinos.

Carlos Mané manteve a titularidade depois do jogo com o Maribor e foi, a par de Montero, o principal desequilibrador leonino na primeira parte. A par de Cédric, na direita, o jovem extremo encontrou por várias vezes espaço no seu flanco e só por muito demérito de Slimani o Sporting não se adiantou cedo no marcador. O homem a menos no centro do terreno não se fez notar porque Montero ocupou convenientemente os espaços entre as linhas do meio-campo e da defesa e foi quase sempre ele a gerar a linha de passe livre aos seus colegas. Um, dois, três passes fantásticos; uma, duas, três oportunidades que o Sporting desperdiçava. Se pensarmos nas bolas aos postes do Setúbal, foram também três e duas logo neste primeiro terço do encontro. Mas a bola não entrou, excepto num lance em que Maurício estava adiantado e por isso em fora-de-jogo. 0-0 ao intervalo, alguma ansiedade pelos oito pontos de atraso que não podiam crescer nesta jornada.

Depois do intervalo – de quinze minutos apenas, desta vez – a toada do jogo não se alterou. A formação de Domingos Paciência continuava sem fazer um único remate, o Sporting sem encontrar os espaços de que dispôs na primeira meia-hora de jogo e Marco Silva foi obrigado a mexer: saíram Adrien e Mané (bom jogo, rapaz!) para entrarem João Mário e Carrillo. Pouco depois, Jefferson tirou um cruzamento fantástico para uma finalização pouco ortodoxa mas eficaz de Slimani, que desbloqueou finalmente o resultado. Ainda com adeptos a festejar o golo de Slimani, Fredy Montero marcou um golão de fora da área para matar de vez o jogo. Os dois avançados que entraram de início a fazer os dois golos que dariam a Marco Silva os três (preciosos) pontos. Será para repetir este onze?

Daí até ao final houve poucos momentos de registo. Capel, que entrou para o lugar de Montero, falhou escandalosamente de baliza aberta; Slimani acabou por bisar, depois de mais um cruzamento milimétrico, desta feita de Carrillo. Para a história, 3-0. Para o treinador leonino, algumas dores de cabeça ofensivas num jogo em que a defesa de Alvalade nem sequer foi testada.

A Figura

Montero – O avançado colombiano hoje começou ao lado de Slimani, e por isso com mais liberdade para jogar como gosta, e aproveitou da melhor forma: um golo, uma bola ao poste, muitos grandes lances e a confirmação da subida de confiança. Que falta fez ela, Fredy!

O Fora de Jogo

Domingos Paciência – Apesar da boa substituição na primeira parte – algo raro nos treinadores, que revela coragem, esta capacidade de mexer cedo no jogo -, a sua equipa nunca foi capaz de aproveitar a maior lacuna do Sporting, que é como se sabe a sua defesa. Esperava-se mais do Vitória.

Medíocre sempre é melhor que fraco

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opinioesnaomarcamgolos

Já tivemos o pior Porto o ano passado e este ano temos um Porto medíocre. Melhorámos, especialmente por causa da entrada de jogadores de grande qualidade, mas nem tudo mudou.

Paulo Fonseca e Julen Lopetegui têm uma coisa em comum: rotatividade. Com Lopetegui, é uma questão de sistema, é expectável que mude; já com Paulo Fonseca, parecia ser mais uma dúvida, dando sempre a sensação de insegurança. Até agora temos visto essa rotatividade dentro de campo, mas nunca com grandes invenções. As permutações entre Quaresma, Brahimi, Tello e Adrian são constantes, e o mesmo acontece entre Óliver, Rúben Neves, Herrera e Quintero. Nunca há grandes queixas dos adeptos sobre o trio de ataque ou de meio campo, porque em boa verdade eles têm funcionado de forma satisfatória quase sempre. Com Paulo Fonseca, parecia quase nunca funcionar, fruto da tal rotatividade ou vice-versa. É como a eterna questão “Qual o primeiro? O ovo ou a galinha?”. Mas, lá está, a qualidade dos executantes era outra.

À quarta jornada qualificámo-nos para os “oitavos” da Champions e à quinta assegurámos o lugar cimeiro, sempre com rotatividade. Mas não consigo deixar de questionar até que ponto é que Lopetegui irá manter esse princípio de rotação numa altura de “mata-mata”. É que os “oitavos” são outra competição à parte. Não se fazem contas, não se fazem amigos, não se tem prémio de compensação, nem tampouco se leva a bola para casa! Dali para a frente é preciso saber muito bem o que se está a fazer. Paulo Fonseca foi trocando de jogadores e correu mal; apesar das já mencionadas diferenças, acredito que com Lopetegui termine da mesma forma. Só um onze consistente pode dar… consistência! Na rica Europa têm de jogar os melhores, porque para laboratório temos sempre as pobrezinhas competições domésticas. Pessoalmente, gostaria de ver o Ricardo Pereira com oportunidade para jogar, assim como Aboubakar, mas pelo menos fico a saber que, até dentro da rotatividade, há limites.

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto

Este Sábado é diferente

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coraçãoencarnado

E lá chegou o tão esperado Sábado, de mãos dadas com o “Coração Encarnado”. Mas este dia é diferente dos outros, quase não me apetece escrever. Se não fosse por vocês, juro que não escrevia. Não, não é por ter dois exames para a semana que não me apetece escrever, e também não é por ser sábado: é porque estou fora da Europa.

Até me custa dizer isto. Sei que muitos de vocês já esqueceram ou ultrapassaram e admiro-vos por isso. Mas eu não consigo. Mesmo. As noites ficam mais escuras e a minha almofada continua fria… Dou voltas e mais voltas e não consigo aceitar que a Europa não nos pertença. Nós, o clube com mais sócios do mundo (só para deitar mais achas para a fogueira) estamos fora da competição dos melhores. É verdade que esta realidade não tem sido diferente da dos últimos anos, mas pelo menos sempre havia a Liga Europa para nos alegrar a Quinta-Feira. Agora nada. E eu, que todos os anos acredito que vamos lá estar… Só de ouvir aquele hino da Liga dos Campeões com o cachecol ao pescoço fico logo com arrepios. O sonho morreu, e foi o Jesus que mo tirou.

Vamos lá analisar isto então: apesar de concordar que o plantel é mais fraco que no ano passado, não aceito isso como desculpa para esta eliminação na quinta jornada (volto a repetir, quinta jornada!). Tenho ouvido por aí que o grupo “isto” e “aquilo”: pois, na minha opinião este grupo era complicado, visto que não existia nenhum “tubarão”, mas este Benfica tinha todas as condições para o passar (sim, discordo de todos vocês que dizem que o Zenit é uma equipa forte). Ui, por falar em Zenit: dois jogos, zero pontos. Isto é inaceitável. É verdade que o jogo na Luz correu mal, mas foi por nossa responsabilidade (aquele início de jogo não cabe na cabeça de ninguém). Mais, aquela exibição na Alemanha com o Leverkusen traz-me pesadelos infinitos. Porque é que temos de ser assim humilhados lá fora?!

Jorge Jesus em destaque na última partida dos encarnados Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Jorge Jesus em destaque na última partida dos encarnados
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

E agora, para mim, a principal razão desta desgraça fora de portas: Jorge Jesus. Penso que este ano não há desculpa para esta miséria de exibições que foi o Benfica europeu. Apesar de todas as limitações que este plantel tem, também Jesus foi limitado no plano europeu: não soube dar vida àquele meio-campo e teve cinco jogos para o perceber. A verdade é que, no plano táctico, o meu treinador tem mostrado pouca capacidade de se adaptar às condições da competição/adversários. E, uma vez que falamos de um erro que se tem prolongado ao longo das épocas, não encontro justificação para ele. Aquela partida na Rússia pedia uma primeira-parte muito mais intensa, um golo quando fomos superiores e um treinador diferente. No próximo ano, sei que vou voltar a acreditar que vamos ter sucesso na Europa, em especial na Liga dos Campeões. Apesar de tudo, espero muito que cá estejas para me dar essa alegria, Jorge. Mas, por favor, aprende com os erros e pensa naquilo que tens feito – às vezes acho mesmo que precisas de parar, enquadrar-te no ambiente que te envolve e pensar (aquela substituição nem no FM te dava os três pontos).

Chega de conversa aborrecida. O que é que a noite de quarta-feira mudou? Bem, para além do óbvio não mudou nada. Prometo que para a semana já não me vou lembrar do que aconteceu e quase aposto que o meu sorriso de líder vai cá estar. Vamos ultrapassar o sucedido, abraçarmo-nos como se estivéssemos no estádio a ver um golo do Talisca, e puxar aqueles rapazes para cima (bem sei que a frase não faz muito sentido, até porque eles mais para cima já não podem ir). Que a liderança continue pela Luz. Que todos nós nos mantenhamos juntos. Que o sorriso de líder continue bem presente. Que vocês continuem a ler os meus textos. Que no fim do ano o meu sorriso de líder tenha o tamanho dos 235 mil sócios. E que o bi-campeonato seja nosso. É tudo o que quero.

Aproveito para me despedir e para desejar que amanhã sejamos capazes de trazer os três pontos. Não parem de gritar e mais importante que tudo: não parem de acreditar. Hoje vou dormir descansado, porque amanhã joga O Maior de Portugal e do Mundo. Que bom que é ver-te a jogar, Benfica, não pares de me encantar nunca.

Um caloroso abraço, e que o “Coração Encarnado” vos aqueça o corpo.

Troika junta-se para tomar conta do Portugal Open

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cab ténis

Benno Van Veggel, Jorge Mendes e a U-COM constituem a troika que vai tomar conta do Portugal Open a partir de 2015, pelo que tem dado conta a imprensa portuguesa. A notícia é positiva, mas não altera que eu pense que o fim da Lagos Sport marca uma “mudança de regime” no ténis nacional.

Felizmente o Portugal Open vai manter-se em território português, fruto da ligação de um empresário holandês, juntamente com a Polaris Sport, uma das empresas do super-agente Jorge Mendes, e da U-COM, uma empresa de comuncação que trabalha em estreita ligação com o circuito ATP.

Esta é uma fase em que qualquer opinião pode resultar em “barrete”, isto porque as areias movediças em que se move a data do Portugal Open e a licença de realização do torneio nos obrigam a ser prudentes nas opiniões emitidas acerca deste tema.

Ainda assim, e como escrevi no Ténis Portugal, a minha opinião sobre o fim do Portugal Open mantém-se igual: a de que marca o fim de uma era do ténis nacional, uma era (bem) liderada por João Lagos, e que é a oportunidade ideal para repensar a forma de promoção do ténis nacional, com um conceito que permita ao ténis nacional crescer autonomamente a uma grande prova internacional.

Sendo assim, e porque o melhor é opinar depois de ser conhecida uma posição oficial por parte dos novos “detentores” do Portugal Open, aproveito para resumir aquilo que nos últimos dias tem vindo a público acerca do evento internacional de ténis em Portugal.

Facto – O Portugal Open vai continuar em Portugal. A vontade do ATP cumpriu-se e a licença para a realização do evento em Portugal vai mesmo manter-se no país, graças ao empresário Benno Van Veggel.

Facto – Benno Van Veggel é alguém ligado ao ténis em Portugal, tendo jogado no CIF e estando actualmente ligado ao Lisboa Racket Center, que recebeu recentemente os melhores jogadores de padel do mundo. Já venceu titulos, inclusivé pelo Benfica, e foi disputado para jogar a primeira divisão do nacional de clubes.

Facto – Van Veggel encabeça um grupo empresarial que tem investido e que mostra saúde financeira, para além de estar já ligado a um dos clubes de topo de Lisboa e de estar também ligado à U-COM, uma empresa com a vertente de organização de eventos que trabalha em estreita ligação com o circuito ATP.

Boato – Jorge Mendes pode estar “metido ao barulho”. Aliás, o envolvimento do super-agente através da Polaris Sport, que agencia João Sousa, Frederico Silva e Maria João Koehler, é praticamente certo; só não se conhecem ainda os moldes. Há quem diga que Jorge Mendes poderá ter um papel meramente comercial, de angariação de patrocínios.

Incerteza – O torneio feminino. O ATP demonstrou interesse em manter o evento em Portugal, mas quanto ao torneio feminino, que João Lagos tinha posto de parte já há umas semanas, nada se sabe para já.

Este é para já o ponto de situação acerca do Portugal Open, mas é importante ressalvar que até ao momento nenhum dos sucessores de João Lagos falou publicamente sobre o assunto.

Dráguia : Salvar o futebol português

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serefalaraporto

Estamos hoje perante uma nova era no futebol Português. Depois de anos e anos em que, na Liga Portuguesa, perdurou uma péssima gestão, corrupção e promessas não cumpridas por parte do vilão Mário Figueiredo (actual presidente da Liga que procurou destruir o futebol Português), uma nova esperança surgiu! Os agentes especiais e líderes Jorge Nuno Pinto da Costa (do Reino do Dragão) e Luís Filipe Vieira (do Reino das Águias) finalmente decidiram colaborar na luta contra os bandidos que tentam acabar com a modalidade. Estes últimos conquistaram muitos colaboradores (os presidentes das equipas profissionais de futebol portuguesas), mas foram incapazes de conquistar um antigo aliado que teima em tornar-se vilão: Bruno de Carvalho!

Durante os vários encontros dos agentes especiais nos quais se delineou o plano que iria destronar Mário Figueiredo, um nome aparentou ter sido consensual para guiar o destino da modalidade: Godinho Lopes. O antigo presidente leonino procurou manter boas relações com o Reino do Dragão e com o Reino das Águias aquando da sua liderança, tendo inclusive facilitado a vinda de um dos melhores guerreiros do Dragão dos últimos anos: João Moutinho.

Bruno de Carvalho é o inimigo de Aguias e Dragões
Bruno de Carvalho é o inimigo de Aguias e Dragões
Fonte: sporting.pt

Todavia, Bruno de Carvalho, actual líder do Reino do Leão, não parece ter aceite que o seu tão criticado antepassado, Godinho Lopes, vá liderar o destino das Ligas de Futebol Portuguesas. Assim, lançou mais uma ameaça de guerra aos poderosos agentes especiais, e não aparentou estar disposto a içar uma bandeira branca. “O Leão é o mais poderoso e derrota qualquer um”, alega o seu líder.

No campo de batalha a luta já está frenética: no Reino longínquo de Doyen – um fiel parceiro dos três grandes Reinos -, o líder do Leão cortou as relações e tentou conquistar o financeiramente poderoso Reino. Pinto da Costa e Luís Filipe Viera contra-atacaram com o intuito de defender o seu fiel Parceiro estratégico! Alegando boas e sérias relações, como provam a estadia actual de Brahimi, Casemiro e Ola John em Doyen, nunca houve mau entendimento nem traições. A parceria é essencial para ambas as partes!

Desta vez, Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira não se ficaram pelos “mind-games” e estão mesmo no campo de batalha enfrentando o novo Vilão. Doyen é um parceiro demasiado precioso e necessário para alcançar os objectivos que os dois Reinos se propõem. O seu fim podia originar um grande enfraquecimento dos dois reinos e a incapacidade de recrutar a mais forte mão-de-obra. Sem os melhores guerreiros e trabalhadores, o Dragão e a Águia tornam-se presas fáceis nas guerras pelas grandes riquezas internacionais.

Godinho Lopes e o destino da modalidade dependem dos dois agentes especiais; o Reino do Dragão e o Reino da Águia dependem da ajuda dos materiais preciosos de Doyen. A luta promete ser acesa e complicada. Conseguirá esta aliança criada para salvar o futebol português vencer?

Foto de capa: Página de Facebook do Benfica

Vitória de Guimarães: Conquistadores confortáveis no grupo da frente

futebol nacional cabeçalho

À entrada para esta época, o Vitória era um dos crónicos candidatos a andar na primeira metade da tabela, lutando pelo acesso às provas europeias da próxima temporada. A estrutura mantém-se, esta é a quarta época em que Rui Vitória está à frente do clube e o presidente Júlio Mendes também se manteve em funções, afastando os rumores de uma possível candidatura à Liga de Clubes.

Em relação ao plantel, o técnico soube colmatar algumas perdas importantes, como Paulo Oliveira, que agora é titular indiscutível em Alvalade, Marco Matias, que foi para o Nacional, um dos capitães, Leonel Olímpio, que foi jogar para o Sheriff, da Moldávia, ou o possante avançado Moussa Maazou, que se transferiu para o Marítimo. Chegaram valores desconhecidos para a maioria do público como Bruno Gaspar, vindo do Benfica B,  João Afonso, que se destacou pelo Benfica e Castelo Branco no play-off de promoção à 2ªLiga frente aos “bês” do Vitória, Bouba Saré, que, apesar dos seus 24 anos, já tem 4 títulos em campeonatos de outros países no palmarés, além de jogadores que têm sido muito importantes e vieram da equipa B, como Bernard, Hernâni ou Alex.

Esta equipa B tem tido um papel importantíssimo no fornecimento de jogadores à equipa principal, e a promoção no Campeonato Nacional de Seniores da temporada passada permitiu que alguns elementos se destacassem, como são excelentes exemplos disso estes três jovens que mencionei, todos eles habitualmente titulares nesta época.

O Vitória iniciou a temporada muito bem, com três triunfos folgados nas três primeiras jornadas (Gil Vicente fora, Penafiel em casa e Belenenses fora), seguindo-se dois empates no Estádio D.Afonso Henriques, frente ao FC Porto e ao Paços de Ferreira, outra equipa que está a fazer uma excelente campanha e que, neste campeonato, apenas perdeu frente a “águias” e “dragões”.

Porém, depois destes empates, veio um jogo horrível, selado com uma goleada sofrida frente ao Marítimo nos Barreiros (4-0). Depois deste encontro, Rui Vitória fez algumas mudanças cirúrgicas no onze habitual. Nii Plange, originalmente extremo, vinha sendo o lateral direito, mas a partir do encontro seguinte (vitória por 3-0 em casa frente ao Boavista), cedeu o seu lugar a Bruno Gaspar, que se tem cotado como uma das boas surpresas da nossa Liga. João Afonso já tinha assumido o lugar que foi inicialmente de Moreno, quando este se lesionou na segunda jornada. Mas creio que a mudança mais importante foi no meio-campo. André André e Bernard mantiveram-se, mas Cafú, titular nos seis jogos anteriores, perdeu o lugar para Bouba Saré. O jogador costa-marfinense tem características mais defensivas e permite que André André, uma das figuras da equipa, tenha mais liberdade para ações ofensivas, ao invés do que se passava quando era Cafú que figurava nas primeiras escolhas do técnico. A troca não se justifica tanto pela qualidade dos jogadores em si, mas sim pelo que cada um pode dar à equipa nos diferentes momentos do jogo.

Depois de derrotar o Boavista, o Moura para a Taça de Portugal e o Setúbal, no Bonfim, para a Liga, chegava mais um teste duro para os homens de Guimarães, a receção ao Sporting. Contudo, os vimaranenses manietaram completamente o conjunto de Alvalade e aplicaram uma vitória por números expressivos (3-0), confirmando-se assim como uma das equipas temíveis deste campeonato. A vitória arrancada a ferros no jogo seguinte, em Arouca, até deu a liderança por algumas horas aos vimaranenses (até o Benfica jogar e recuperar o primeiro lugar). Neste fim de semana, chegou uma derrota injusta, em casa, frente ao grande rival de Braga, e que significou logo o afastamento da Taça de Portugal.

Vitória já recebeu Sporting e FC Porto, mas continua sem perder em casa no campeonato. Fonte: Facebook Vitória SC
Vitória já recebeu Sporting e FC Porto, mas continua sem perder em casa no campeonato.
Fonte: Facebook Vitória SC

Que consequências terá este desaire para a caminhada vitoriosa da equipa? Penso que poucas. O treinador Rui Vitória já deu imensas provas da sua qualidade e de como também sabe mexer com o fator psicológico dos seus atletas, portanto, creio que esta derrota será ultrapassada nos jogos que se aproximam, sendo que os próximos dois serão embates frente  com equipas da mesma região (Moreirense em casa e a deslocação a Braga, tentando vingar o resultado negativo deste domingo).

Hernâni e André André têm sido as grandes figuras da equipa, que, é bom recordar, tem neste momento lesionados o habitual titular da baliza (Douglas) e os dois centrais que iniciaram o campeonato (Defendi e Moreno). Hernâni tem feito a cabeça em água aos laterais esquerdos que lhe aparecem pela frente e já apontou três golos na Liga. A velocidade é a sua principal arma, aliada a uma capacidade técnica também acima da média. Já André André, um dos capitães de equipa, é uma peça absolutamente fulcral no meio-campo vitoriano. Muito forte nas recuperações de bola e na pressão sobre os adversários, lê muito bem o jogo e coloca sempre muita garra e espírito de sacríficio dentro das quatro linhas, sendo também um dos preferidos da exigente massa associativa dos Conquistadores.

A estes dois nomes penso que também é justo acrescentar como elementos de destaque João Afonso e Bernard. O central até já foi falado para o Sporting (penso que seria uma excelente compra dos leões, que já lá foram buscar Paulo Oliveira neste verão), é forte no jogo aéreo e tem um bom sentido de posicionamento. Bernard ainda tem de continuar a crescer, mas a sua capacidade técnica e a facilidade que tem em transportar a bola para o ataque também já atraíram a atenção de clubes de maior nomeada.

O Vitória tem estado muito bem até agora e se não saírem elementos importantes em janeiro penso que tem todas as condições para garantir o acesso às competições europeias.

Foto de capa: Facebook do Vitória SC

O menino de ouro chegou à Baviera

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cab bundesliga liga alemaA mudança de Götze para o Bayern de Munique causou bastante polémica na Alemanha, como não poderia deixar de ser. Afinal, estávamos perante uma transferência que levou uma das principais figuras do Dortmund para o rival. Contudo, apesar da enorme expectativa que se gerou, o jovem alemão não teve uma primeira época muito feliz na Baviera (sem que se possa dizer que tenha sido negativa). Nunca foi um indiscutível na equipa e, quando jogou, raramente se exibiu ao nível que vinha demonstrando no Signal Iduna Park. O início desta temporada tem sido bem diferente; o médio ofensivo tem sido um dos melhores no conjunto de Guardiola e está finalmente a justificar os 40 milhões de euros investidos na sua contratação.

Götze surgiu completamente revigorado para a nova temporada, o que certamente estará relacionado com o facto de ter sido o autor do golo que deu o título mundial à Alemanha. O médio, que pareceu algo desmotivado no último ano, está bastante confiante e tem tido muito protagonismo no ataque da equipa bávara, sendo o actual melhor marcador da Bundesliga, com 7 golos. Mas resumir Götze à finalização é ignorar aquilo que tem de melhor: a técnica, a capacidade de decisão e a velocidade de execução, que vai aperfeiçoando na cada vez mais bem oleada máquina do Bayern (que evidentemente também beneficia do talento individual do jogador).

Götze em disputa com Granit Xhaka Fonte: Facebook do Bayern
Götze em disputa com Granit Xhaka
Fonte: Facebook do Bayern

A chegada de Lewandowski, que se afirmou com uma facilidade impressionante, foi um contributo importante para que o Golden Boy de 2011 estabilizasse o seu futebol no Bayern. O polaco é um jogador que Götze conhece na perfeição e o excelente entendimento que têm revelado não surpreende. A actuar nas costas do avançado ou descaído sobre o lado esquerdo, o alemão de 22 anos tem conseguido manter um elevado nível exibicional e está novamente a progredir no sentido de se assumir como um dos melhores do mundo. É certo que não teve um impacto imediato no Bayern, mas, com tanto talento, era uma questão de tempo até a relação com Guardiola se tornar proveitosa.

Foto de capa: Facebook do Bayern

Europa rendida a teus pés; Portugal, nem tanto…

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atodososdesportistas

Há uns tempos escrevi um texto sobre Hector Herrera, no qual falava do “paradigma” do jogador mexicano. Hoje escrevo sobre o Porto, mas baseado naquilo que foi esse mesmo meu texto: tal como Herrera joga a um nível de classe mundial na prova rainha da Europa, também o clube da Invicta o faz. Já a nível interno, nem o jogador azteca é o mesmo, nem o Porto consegue espelhar a qualidade que demonstra nos palcos da Champions.

Que temos o plantel (plantel, não equipa, note-se) mais forte de Portugal não existem dúvidas, e quem as tiver é porque de futebol pouco ou nada percebe. Então por que é que nos galvanizamos a nível externo e, num nível “mais baixo”, como é o campeonato português, somos uma equipa que se parece com aquele velhinho relógio de cuco, que às vezes funciona e sai da portinhola e outras fica “em casa” e deixa as horas passar…?

Muito tenho ouvido dizer que o Futebol Clube do Porto só passou porque calhou num grupo risível, fácil e até “patético”. Pois bem, relembro que, a priori, o grupo dos dragões era bem mais equilibrado do que, por exemplo, o das águias: Porto, a incógnita da super equipa em construção; Shakhtar Donetsk, um poderoso multimilionário europeu que nos tem habituado a algumas surpresas; Athletic Bilbao, equipa que, por mérito próprio, ganhou o estatuto de “não perder” em casa; e BATE, o outsider que complicou as contas aos espanhóis. Em condições normais, teríamos um Porto a vencer os três jogos caseiros e tentando pontuar na Bielorrússia e Ucrânia. Por sua vez, os espanhóis contavam fazer nove pontos em casa e tentar aninhar mais qualquer coisa fora. Por último, teríamos uma sempre “chata” equipa ucraniana a ir buscar pontinhos onde quer que lhe deixassem.

Tudo saiu ao contrário, a começar pela estratégia do Athletic: abriram o livro europeu com um empate em casa frente ao Shakhtar, seguido de dois desaires, na Bielorrússia e em Portugal (o primeiro não estava, de todo, nas contas da equipa basca). E foi esta a equação que falhou no grupo H: a desilusão que foram os espanhóis face à grande qualidade do seu plantel. Posto isto, espero que as pessoas deixem de tentar tapar com um pouquinho de areia o grande buraco que foi a qualidade demonstrada pelos comandados de Lopetegui nesta brilhante caminhada europeia, que culminou com o recorde de pontos e golos dos dragões numa fase de grupos da prova milionária (recorde-se que, actualmente, tem mesmo o melhor registo atacante – 15 golos – e está entre as três melhores defesas, com apenas três tentos encaixados).

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Equipa escalonada por Lopetegui na deslocação a Borisov
Fonte: fcportovideos.blogspot.com

Voltando ao primeiro parágrafo do meu texto, relembro o nome de Héctor Herrera: melhor em campo ontem na Bielorrússia, com um fantástico golo e duas assistências, uma delas de génio. Não é este Herrera que vejo a actuar internamente, tal como não vejo a consistência deste Porto. Parece que por vezes quer, por vezes não quer… Não tenho dúvidas de que se jogarmos cá dentro como jogamos lá fora arrumaremos a questão do campeonato o quanto antes (como o Benfica fez o ano passado, pela forma como jogava e encantava) e poderemos concentrar-nos em fazer uma “gracinha” na Europa. Lembram-se do Porto de José Mourinho? Também começou de forma turbulenta, passou a fase de grupos da Champions e depois… foi jogando, jogo a jogo.

Não quero com isto dizer que o Porto é candidato ao título da Champions ou o único candidato ao título em Portugal, de todo! Na prova milionária somos uns outsiders dentro do lote de 10/12 tubarões, que são, a priori, favoritos; em Portugal, a par do Benfica, somos os (eternos) candidatos – ainda não consigo ver um Sporting com a consistência necessária para andar lá em cima a lutar pelo grande galardão do futebol nacional.

De certa forma, esta passagem imaculada aos oitavos-de-final da Champions veio calar certas bocas que diziam que Lopetegui “não é treinador”, que “com aquela equipa até eu ganhava” ou até mesmo “o espanhol e a sua armada não chegam a Dezembro”. A essas pessoas só posso dizer o que vaticinei de início, depois de o conhecer: Lopetegui é a pessoa certa para o cargo e só sairá no dia em que acabar o contrato ou alguém “bater” a cláusula de rescisão do mesmo. Tem capacidade, qualidade e acima de tudo ideias claras daquilo que é o futebol que pretende ver praticado. Talvez só lhe falte um pouco de experiência de “equipa grande”, que certamente ganhará no grande clube que comanda.

Esperemos, agora e sem compromissos europeus de maior importância, que os pupilos do nosso timoneiro se concentrem a 100% no campeonato, aproveitando a instabilidade vivida pelo seu rival da Luz a nível da passagem aos oitavos da prova milionária e possam tirar partido de qualquer deslize no cimo da tabela (com todo o respeito pelo Vitória de Guimarães, clube que estimo muito por questões familiares, não considero o clube da Cidade Berço sequer um “pseudo-candidato”).

Vamos lá, Porto!

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto