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Big Four atingem Meias-finais

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cab futsal

A expressão que eu utilizo no título costuma aplicar-se no ténis, quando temos pela frente os quatro expoentes máximos da atual geração. Neste caso, penso que se enquadra muito bem no Euro 2014, pois as quatro grandes referências da modalidade, a nível europeu, estão classificadas para a fase final da competição, que reúne os quatro semifinalistas ainda com hipóteses de vencer o troféu mais desejado.

Terminados, hoje, os jogos referentes aos quartos de final, é justo dizer que as quatro equipas mais fortes do continente europeu estão nas meias-finais do Euro 2014. Já antes do torneio começar, eram vistas como os pesos-pesados da competição, sendo natural ver Portugal, Itália, Espanha e Rússia a lutar pelo título.

Dado que a análise do jogo entre Portugal e Ucrânia já foi feita, ontem, vou apresentar a minha visão sobre os outros três jogos:

Rússia 6-0 Roménia – O jogo mais desnivelado desta fase, no qual a Rússia se mostrou uma equipa demolidora e com fome de golos. A vitória não sofre qualquer contestação, sendo que, ao intervalo, o resultado já registava 4-0 para a equipa russa. Mais uma vez, a referência ofensiva Eder Lima mostrou o seu instinto matador, ao apontar um hat-trick, estando confortavelmente na liderança dos melhores marcadores, com sete golos. De resto, uma exibição sólida da equipa, com o guarda-redes a mostrar muita segurança, sempre que chamado a intervir. Agora, resta à Rússia preparar o encontro frente à congénere espanhola, num encontro explosivo e onde o espetáculo está garantido. Por outro lado, a Roménia mostrou-se impotente para travar o poderio do seu adversário, não apagando, no entanto, a boa imagem deixada na fase de grupos.

                         Eder Lima, um dos grandes destaques do Euro Fonte: Uefa.com
Eder Lima, um dos grandes destaques do Euro
Fonte: Uefa.com

Itália 2-1 Croácia – O nosso próximo adversário, nas meias-finais, teve de suar bastante para vencer a sempre complicada equipa croata. Curiosamente, o jogo ficou resolvido aos nove minutos, quando a formação transalpina desfez o 1-1 que persistia no jogo, por intermédio de Fortino. Antes, a Itália abriu o marcador no minuto inicial (Romano), tendo a Croácia empatado aos quatro minutos (Jelovcic). Até ao fim, a formação balcânica tentou, pelo menos, empatar e levar o jogo a prolongamento, mas, desta vez, não teve sucesso. De notar que esta equipa tinha conseguido, nos dois jogos anteriores, empatar perto do fim, dando a ideia de quão aguerrida e lutadora é. Fica na retina a prestação lutadora da Itália, que tem pela frente a equipa portuguesa. Neste capítulo particular, a Itália tem sido a nossa “besta negra”, tendo-nos eliminado no último Europeu e no último Mundial, ambas as ocasiões nos quartos de final. Esperemos que, para além da fase da competição ser diferente, o desfecho também o seja.

 

Imagem que demonstra a intensidade do jogo Fonte: Uefa.com
Imagem que demonstra a intensidade do jogo
Fonte: Uefa.com

 

Espanha 4-0 Eslovénia – Mais um resultado teoricamente expectável. A tetracampeã em título avançou para as meias-finais, perante uma Eslovénia que se apurou, surpreendentemente, para esta fase. Apesar de tudo, mostrou todo o seu valor, e lutou com os seus recursos para tentar travar o poderio espanhol, amplamente conhecido. Ao intervalo, o marcador registava 2-0, e a equipa centro-europeia tentou sempre inverter o rumo dos acontecimentos, mas esbarrou no guarda-redes Rafa, que se mostrou muito competente em todas as ações de jogo. Já no fim da segunda metade, o espanhol Aicardo bisou e dobrou a vantagem da sua equipa, fixando o resultado num 4-0 algo enganador. Creio que a Eslovénia merecia, no mínimo, um golo de honra. Fica, no entanto, a excelente prestação desta equipa, que venceu pela primeira vez na sua história um jogo referente a um campeonato europeu, e logo diante da Itália.

 

Meias-Finais:

Portugal vs Itália (17h)
Espanha vs Rússia (19h30)

 

Creio que não há muito a dizer em relação a estes dois fabulosos jogos, que serão disputados no dia 6. Os quatro gigantes do futsal europeu vão lutar pelos dois bilhetes disponíveis para a grande final, disputada no Palácio dos Desportos de Antuérpia, dia 8 de fevereiro. Sendo assim, vamos todos apoiar Portugal, e esperar que os nossos heróis possam repetir a façanha de 2010, isto é, atingir o jogo mais desejado.

Rasteira de Paulo Baptista, tropeção colectivo…

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O Sexto Violino

21 de Agosto de 2011: o então Presidente do Sporting põe em causa a arbitragem portuguesa e Paulo Baptista boicota o Beira-Mar-Sporting como represália. 3 de Fevereiro de 2014: o mesmo Paulo Baptista deixa passar um penálti claro na área da Académica a favor do clube de Alvalade. Coincidência? Quem acredita em contos de fadas dirá que sim, os Sportinguistas sabem que não. Acresce a isto que o Sporting-Académica se disputou menos de 24 horas depois de o Benfica ter sido brindado por Bruno Paixão com um penálti no período de descontos, que só não deu a vitória ao clube da Luz por incompetência de Cardozo.

Estas diferenças de tratamento não são de agora. Umas vezes o beneficiado maior é o Porto e outras o Benfica, mas o Sporting mantém-se de pedra e cal como o grande mais maltratado pelas arbitragens. O curioso é que, se se fizesse um inquérito a adeptos portugueses acerca de quais os clubes com maior poder no futebol nacional, estou convencido de que a grande maioria responderia sem grandes hesitações que essas equipas são o Porto e o Benfica. Por que razão se há-de negar, então, que essa influência também se estende às arbitragens? Apesar de esta conclusão ser óbvia, qualquer Sportinguista que se queixe de uma decisão de um árbitro é considerado lunático, acusado de disfarçar as insuficiências da sua equipa com desculpas esfarrapadas, etc. Não costumo fazê-lo, mas desta vez vou tomar a liberdade de falar por todos nós: sabemos melhor do que ninguém que a nossa equipa tem falhas e que está longe de ser perfeita. Mas a verdade é que, mesmo com um plantel “de tostões” e constituído maioritariamente por jogadores da formação, foi preciso anular um golo limpo ao Slimani para tirarem o Sporting do 1º lugar. No domingo, um penálti evidente contra a Académica passou em claro, situação que dificilmente aconteceria no Dragão ou na Luz. E, ao contrário do que muitos querem fazer passar, os Sportinguistas têm todos os motivos do mundo para desconfiarem dos Paulos Baptistas desta vida. Não é por acaso que, nos dois últimos campeonatos em que os árbitros dos jogos foram decididos por sorteio e não por nomeação, o vencedor foi o Sporting. Hoje em dia, a arbitragem, com o seu líder Vítor Pereira à cabeça, opõe-se vigorosamente à proposta de Bruno de Carvalho de fazer regressar o sorteio.

Contudo, independentemente de tudo isto, o Sporting podia e devia ter feito mais para ganhar em casa a uma Académica inofensiva, que tinha sido goleada na primeira volta e na qual apenas sobressaíram o guardião Ricardo (exibição fantástica), um voluntarioso Makelele e pouco mais. Não quero que pareça que caio em cima de Leonardo Jardim à primeira oportunidade, mas defendo que a dupla de extremos foi mal escolhida. Até percebo a titularidade de Wilson Eduardo (o golo em Penafiel podia funcionar como tónico), embora a sua substituição tenha pecado por tardia. Já a titularidade de Mané pareceu-me bastante precipitada, mesmo tendo em conta a gradual afirmação do luso-guineense. Mas colocar ambos simultaneamente no onze foi imprudente, porque nenhum é ainda referência no ataque do Sporting. Mesmo tendo em conta as suas limitações (quem não as tem?), Diego Capel tem de ser sempre titular.

William esteve algo preso na primeira parte, Adrien confirmou que o seu momento de forma já foi mais fulgurante e André Martins continua a não ter um papel bem definido. Não é 10 mas também não é 8, não é extremo mas cai muitas vezes para a direita (sem no entanto criar desequilíbrios), não tem tido grandes rasgos de criatividade nem municia o avançado. Parece-me ser aqui que reside o principal problema do Sporting neste momento, pelo que só posso desejar que Shikabala consiga colmatar esta lacuna. Montero já esteve melhor do que em jogos anteriores mas continua sem marcar, e o infeliz Slimani teve o golo nos pés (e na cabeça) pelo menos duas vezes.

Na próxima jornada há derby com o Benfica. Se este empate com a Académica tem algum lado menos negativo, é com certeza o facto de os Sportinguistas continuarem plenamente conscientes de que o objectivo não é o título. Por outro lado, fica a amargura de saber que a hipótese de ir à Luz na liderança não é agora mais do que uma miragem. Em caso de vitória encarnada, o atraso passará a ser de 5 pontos. Com ou sem razões de queixa da arbitragem, a verdade é que uma equipa que quer vencer o campeonato não pode tropeçar tanto em casa, e estes resultados vêm lembrar-nos de que o Sporting ainda não está no ponto. Espera-se por isso que, com cabeça e sem precipitações, o clube possa continuar a crescer de forma sustentada.

Tenham cuidado, ele é perigoso…

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lanternavermelha

O Benfica joga com o Sporting, Domingo. Cardozo vai marcar.

Falem do penálti, critiquem-no, embirrem com ele e chamem-lhe nomes. Digam que é tosco, que só tem um pé, que é lento, que é fraco. Se acham justo fazer tal juízo do paraguaio, então força. Completamente descabido, para mim. Benfiquista que não dá valor a Cardozo… nem sei.

É a terceira contratação mais cara de sempre do nosso glorioso – 9,15 milhões de euros, com mais 2,5 milhões a serem pagos recentemente para garantir a totalidade do passe -, apenas atrás do fantástico Simão (13 M) e, mais recentemente ainda, de Salvio (13,5 M). É a terceira mais cara e, para mim, já deu lucro.

É fácil falar porque falhou um penálti no último jogo. Também me doeu. É fácil argumentar que a sua taxa de conversão de grandes penalidades não é a melhor e que por isso deveria ser outro a bater os castigos máximos. Mas é assim tão simples?

Cardozo é o marcador de serviço de bolas paradas dos encarnados – para o treinador e mesmo para os colegas. Tirar-lhe esse papel nos castigos máximos é descredibilizar o jogador. Tirar-lhe confiança. Não digo a confiança, mas confiança. É dizer “o problema não és tu, sou eu”. Enfim, acho que não é assim tão simples. Nem justo. Quem manda é o senhor Jorge (será?) mas acho que do alto da sua genialidade e visão teocentrista do futebol  – aplica-se pelo grau de parentesco que tem ao senhor lá de cima –  deve reflectir bem antes de fazer algo. Mais, acho que os adeptos deviam pensar bem na mais-valia de Cardozo antes de qualquer ofensa a Tacuara.

No Domingo, mais um para juntar à conta? Fonte: enclavado.blogspot.com
No Domingo, mais um para juntar à conta?
Fonte: enclavado.blogspot.com

É um jogador que garante uma média – retirada de repente da minha cabeça – de cerca de 20 golos por época, que falha por vezes golos fáceis, mas que é sempre capaz de golos difíceis e importantes. Um jogador que não tem pé direito mas que tem um pé esquerdo que vale por quatro – quatro menos um…pois -, que joga mal de cabeça, mas que marca livres como poucos em Portugal. Um jogador que não é rápido mas que tem um pontapé quase criminoso, que não tem estilo mas que tem o faro do golo, que não tem um jogo brilhante mas que decide.

Não sou fã do estilo de jogo de Cardozo. Reconheço que não é apelativo. Como tal percebo perfeitamente quem também não é fã, mas não posso deixar de lhe dar valor e de lhe agradecer por todas as alegrias que já me deu. Não tem pinta? Faz golos. É desengonçado? Faz golos. Acho que já se percebeu a ideia. O que é que se quer de um avançado? Bem me parecia.

Cardozo é uma máquina que durante algum tempo não foi muito amada pelos adeptos. É um jogador que vale por si só, que decide, que dá pontos, vitórias. Sempre foi assim. Mas agora com a agravante de ser bem amado pela massa associativa, de ser respeitado pelos colegas, temido pelos adversários, de ter peso no balneário e de, apenas pela sua presença em campo, dinamizar o futebol encarnado. Não é para todos.

Ainda querem tirar-lhe os pontapés da marca dos onze metros? Não queiram. O penálti que aplaudirem quando ele falhar vai ser retribuído em pontapés certeiros a 100km/h minutos depois. Acreditem.

Cardozo, que falhes muitos pontapés da marca dos onze metros, mas que continues a marcar golos aos pontapés durante as competições e hat-tricks à equipa que joga no Campo Grande.

Para Domingo não vale a pena fazer previsões quanto ao resultado. É impossível. Mas Cardozo vai marcar…

Joguem à bola!

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dragaoaopeito

Acham que é assim que vão ser campeões? Acham que é com esta atitude que em Maio vão festejar no Dragão após o jogo contra o Benfica? Acham que os adeptos que tudo fazem por vocês merecem ver futebol desta qualidade vergonhosa?

O treinador é mau, muito mau, porventura dos piorzinhos que já lá esteve. Pessoalmente, tenho de recorrer a nomes como Víctor Fernandez ou Octávio Machado para me lembrar de um treinador tão mal amado pelos adeptos. Mesmo excluindo as opções altamente hediondas que já pôs em prática ao longo destes longos e penosos meses, o pior mesmo é aquela atitude apática de quem não faz a menor ideia do que é que está ali a fazer.

O plantel é curto, curtíssimo. O Porto chegou a ter por duas semanas um 11 ideal, mas a saída de Lucho obrigava a ajustes que nunca chegaram a acontecer. Saiu um capitão, titular indiscutível e peça essencial no meio-campo portista e quem entrou para o seu lugar? Defour? O belga que queria sair e que tanto criticou o futebol português?

É impossível ser optimista com uma equipa que joga pessimamente mal, que comete erros infantis, que não sabe ter nem cabeça nem coração para tentar obter um resultado positivo. “Confiança cega” é a expressão do desespero de Paulo Fonseca, é confiar que por milagre lá apareça um golo no fim do jogo para dar a volta a questão, é confiar que demérito de Benfica e Sporting sejam suficientes para tornar este Porto campeão.

Há que saber admitir os erros...  Fonte: TVI 24
Há que saber admitir os erros…
Fonte: TVI 24

Até gestão da SAD começa a ser uma afronta. Pondo de lado o ridículo caso Izmailov e a contínua cultura do “deixa andar” de Pinto da Costa, que prefere manter a sua palavra a despedir um treinador que ao estádio apenas leva lenços brancos, equaciona-se ainda vender a o único jogador que tem vindo a dar tudo por este clube, de seu nome Fernando Reges.

Não se queixem da equipa adversária perder tempo em campo, não se queixem das arbitragens, queixem-se de vocês mesmos e do esforço que não fazem para suar a camisola que usam, que para vocês é grátis, mas que muitos suam para a comprar. Joguem à bola!

 

O regresso de Ox, uma aposta desnecessária e a queda anunciada

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Na semana em que o Arsenal contratou Kim Källstrom, Alex Oxlade-Chamberlain acabou com todas as dúvidas que pudessem restar de que a aquisição do sueco era perfeitamente dispensável. O jovem inglês, que esteve fora dos relvados durante vários meses, regressou em grande estilo à equipa – a actuar no meio campo – e marcou os dois golos da vitória sobre o Crystal Palace. A excelente exibição de The Ox veio dar razão a Wènger, que afirmou que era na zona central que o jogador poderia render mais. Estou plenamente de acordo.

Ainda agora chegou e já se lesionou com gravidade: Kim Källstrom mudou-se para o Emirates por empréstimo do Spartak de Moscovo, mas não poderá dar o seu contributo à equipa nos próximos dois/três meses. De qualquer modo, parece-me que, apesar da experiência, pouco acrescentaria ao conjunto londrino. Não é superior a nenhum médio às ordens de Wènger, já não consegue disfarçar a falta de velocidade e é bastante limitado tecnicamente. A vaga de lesões que tem afectado o plantel não é razão suficiente para a contratação do sueco, até porque apenas Ramsey terá um período de paragem mais alargado. Arteta, Rosicky, Flamini, Wilshere, que estará apto em breve, e Alex Oxlade-Chamberlain são soluções de sobra para os dois lugares de meio campo.

Contratado ao Southampton por 17 milhões de euros, este pode ser o momento para a afirmação definitiva de Oxlade-Chamberlain. Apesar de ser frequentemente utilizado como extremo, não tenho dúvidas de que é na zona central que o seu futebol pode atingir um nível de excelência. Tem todas as condições – físicas e técnicas – para se tornar num médio muito completo: é rápido, intenso e forte fisicamente, tem uma óptima visão de jogo, consegue desequilibrar através do passe ou de acções individuais e aparece bem em zonas de finalização; é igualmente competente nas tarefas defensivas (pressão e desarme) e, aos 20 anos, demonstra uma maturidade assinalável. The Ox será um reforço muito importante para Wènger e tem até ao final da época para conquistar um lugar nos convocados da Inglaterra para o Mundial 2014. Se der sequência à fantástica exibição que realizou diante do Crystal Palace, é bem provável que o consiga. No entanto, caso isso não aconteça, tem tempo e talento para ganhar o seu espaço na selecção logo após a competição, seja a médio ou a extremo.

Ao contrário do que se perspectivava no início da época, o Arsenal está em posição de lutar pelo título. Contudo, apesar de os londrinos estarem no primeiro lugar da Premier League, dificilmente conseguirão superar a concorrência de Chelsea e Manchester City. O terceiro lugar já seria bastante satisfatório para a equipa de Wènger, que, para não variar, voltou a demonstrar uma incapacidade gritante na abordagem ao mercado. Os gunners, para além de não terem fechado a contratação de Draxler, não conseguiram encontrar uma alternativa credível para Giroud. O único reforço acabou mesmo por ser Källstrom, que, por ironia do destino, se lesionou logo à chegada (se era para ir buscar um médio ao campeonato russo, M’Vila teria sido uma aposta bem mais interessante). O plantel, que tem sido bastante afectado por lesões, continua a ser bastante inferior ao dos rivais, e Özil, depois de uma fase inicial prometedora, tem vindo a cair de produção semana após semana. Por todos estes motivos, a época do Arsenal, que tem um calendário muito complicado até ao final do campeonato, pode (e deve) resultar em mais uma mão cheia de nada.

Super Bowl XLVIII – Uma tareia das antigas

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cab NFL

3:38 da manhã, hora portuguesa. Um velho amigo pergunta-me: então, como ficou o jogo da Super Bowl? Confesso que hesitei em dar-lhe uma resposta automática. Depois de ter assistido à finalíssima da liga de futebol americano, durante as últimas horas, não sabia exactamente o que dizer do jogo. Como resumir numa resposta breve aquilo que foi a Super Bowl XLVIII? Encolhi os ombros, e confesso que não fui o mínimo original na minha resposta: “foi uma grandessíssima malha, foi o que foi!”.

E foi mesmo, não há grande volta a dar. Os Seahawks venceram a primeira Super Bowl da sua história, ao deixarem os Broncos sem qualquer tipo de argumentos, no Met Life Stadium, casa dos New York Jets. O resultado final foi de 43 – 8, que espelha na perfeição a superioridade da equipa de Seattle.

Entrada… com o pé esquerdo.
Ora então, vamos lá começar a Sup… SAFETY, Seahawks! Os mais distraídos provavelmente nem sequer a viram, mas bastaram escassos segundos para os Seahawks mostrarem que não estavam para brincadeiras. Falha de comunicação do ataque dos Broncos, Peyton Manning não apanha o snap e a defesa dos Seahawks corre desenfreadamente para fazer os primeiros pontos da noite, naquele que acabaria por ser um claro presságio da péssima noite que a equipa de Denver teria pela frente.

Seattle Seahawks conseguem o safety na primeira jogada da partida. Fonte: Usatoday.com
Seattle Seahawks conseguem o safety na primeira jogada da partida
Fonte: Usatoday.com

Com um início de jogo muito aquém do esperado, os Denver Broncos esperavam, agora, que o veterano Peyton Manning mostrasse as suas verdadeiras cores e liderasse a equipa da forma triunfante com que bateu inúmeros recordes durante a fase regular deste ano. Só que, infelizmente para os adeptos de Denver, passou-se exactamente o oposto. A defesa dos Seahawks continuou imparável e interceptou, por duas vezes, os passes do veterano de 37 anos, por intermédio de Kam Chancellor e Malcolm Smith, com Cliff Avril ao barulho em ambas as jogadas. Ao intervalo, o placard anunciava 22 pontos para os Seahawks… zero para os Broncos. Em Denver, ninguém acreditava no que via. Era mau de mais para ser verdade.

Segunda parte… e mais do mesmo.
Recuperar de uma margem de 22 pontos era uma tarefa que se adivinhava herculana, mas muitos eram aqueles que acreditavam numa reviravolta estrondosa dos Broncos, com Manning e companhia a fazerem uma segunda parte de luxo. Mas o difícil e pouco provável rapidamente se transformou em quase impossível. Logo a abrir a segunda parte, Percy Harvin recebe o kick off de Matt Prater e corre 87 jardas para mais um touchdown da equipa comandada por Pete Carrol. Volvidos mais alguns minutos, Jermaine Kearse recebe um passe do Quarterback Russell Wilson, arma-se em verdadeira máquina de pinball humana ao passar por quatro (!!) defesas dos Broncos e nova explosão de euforia por parte dos adeptos dos Seahawks. A três minutos do fim do terceiro período de tempo, 36 – 0, para desespero da defesa de Denver.

Jermaine Kearse, numa jogada para ver e rever Fonte: Online.wsj.com
Jermaine Kearse, numa jogada para ver e rever
Fonte: Online.wsj.com

Demaryius Thomas foi o responsável pelo único touchdown dos Broncos, seguido de uma conversão de dois pontos por Wes Welker. Mas era já tarde de mais. Doug Baldwin certificou-se disso mesmo, ao dar a machadada final nos sonhos dos adeptos esperançosos (e algo irrealistas, diga-se) dos Broncos, que já gritavam “comeback time!”.

Herói azul, bobo laranja.

Findado o jogo, a festa foi azul. E que festa! Seattle não tinha uma equipa a ganhar um campeonato profissional desde 1976, com os Seattle SuperSonics, na NBA. Muitos duvidaram da capacidade dos Seahawks em voar alto, no início da temporada. A grande exibição na Super Bowl calou todos esses críticos, ao ter secado por completo uma lenda viva da modalidade, que muitos já anteviam como grande vencedor e MVP certo. No final do encontro, o sempre controverso Richard Sherman referiu que, para ele, a verdadeira Super Bowl foi a final da NFC, que opôs Seahawks aos San Francisco 49ers, e que estas eram as duas melhores equipas de toda a NFL. Enquanto adepto dos 49ers, sou obrigado a concordar, até porque Colin Kaepernick e companhia deram muito mais luta aos Seahawks do que os Denver Broncos. Porém, a grande “malha” que levaram na Super Bowl não apaga a excelente campanha que os Broncos fizeram esta temporada… ainda que muitos tendam a esquecer-se disso mesmo.

 

Má prestação dos Broncos alvo de gozo por todas as redes sociais.
Má prestação dos Broncos alvo de gozo por todas as redes sociais
Fonte: Facebook.com/MEMES.of.the.NFL

Há dias bons e dias maus. A Super Bowl XLVIII foi um misto de ambos. Tudo correu de feição aos Seahawks, enquanto aos Broncos não lhes saia absolutamente nada. Sofreram pontos em momentos cruciais do jogo e, no ataque, foram dominados por uma defesa que, em dias normais, é excelente, mas que, na Super Bowl, foi um absoluto titã. O resultado traduz esta realidade, e muitos até dizem que os Broncos tiveram sorte em não levar mais. Aos Seahawks até deu para pôr a jogar o Quarterback suplente. E, quando isso acontece, é muito mau sinal para a equipa adversária…

Não há volta a dar: a Super Bowl XLVIII foi, basicamente, uma valente tareia das antigas.

Malcolm Smith foi considerado o MVP do jogo, depois de ter feito uma intercepção crucial, que transformou em touchdown a favor dos Seahawks. Fonte: Superesportes.com.br
Malcolm Smith foi considerado o MVP do jogo, depois de ter feito uma intercepção crucial, que transformou em touchdown a favor dos Seahawks
Fonte: Superesportes.com.br

Acredita, Portugal!

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cab futsal

A Seleção das Quinas venceu, ontem à tarde, a Ucrânia, por 2-1, carimbando assim o passaporte para as meias-finais do UEFA Futsal Euro 2014.

Portugal apresentou-se para este jogo com algumas debilidades, visto que o seu goleador nato, Joel Queiroz, e o seu experientíssimo ala Pedro Costa não puderam jogar, devido a problemas físicos. Pedro Carry e Ricardo Fernandes, caso tivessem visto o cartão amarelo, não poderiam jogar na meia-final, tornando-se assim mais uma condicionante para a Seleção portuguesa. Felizmente, isso não aconteceu, e teremos estes dois jogadores a ajudar a Seleção em busca da final. Espero que Joel Queiroz e Pedro Costa estejam disponíveis para o jogo de quinta-feira, porque são, sem dúvida alguma, uma mais-valia.

Ambas as equipas entraram em campo com vontade e confesso que a seleção ucraniana me impressionou positivamente. Apresentou-se como uma equipa difícil, organizada e perigosa nos remates de meia distância.

Cardinal inaugurou o marcador aos três minutos, através de um bom trabalho que resultou num remate que só parou nas redes da baliza ucraniana. Recordo que esta equipa não sofreu qualquer golo na fase de grupos, mostrando a sua qualidade defensiva. Portugal apresentava-se organizado, mas o golo pareceu ter desorganizado a equipa lusitana, culminando na perda desnecessária de bolas. Faltou pautar o jogo para controlar a ascensão da Ucrânia.

Portugal, a níveis qualitativos, é claramente superior a esta seleção da Ucrânia, mas não é só a qualidade individual que importa e o coletivo do adversário funcionou muito bem.

Aos 12 minutos, o número oito, Valenko, aproveitou uma perda de bola em zona proibida, empatando a partida.

Jorge Braz pediu o primeiro desconto de tempo, a quatro minutos do final da primeira parte, o que resultou numa melhoria defensiva e, posteriormente, numa melhoria do jogo.

A primeira parte foi equilibrada, tendo a Ucrânia condicionado Portugal. Foi uma primeira metade muito complicada, em que o adversário jogou de forma cautelosa, equilibrada, estando muito bem defensivamente.

Ricardinho brilhou no jogo de ontemFonte: Uefa.pt
Ricardinho brilhou no jogo de ontem
Fonte: Uefa.pt

Aos 23 minutos, Cardinal bisa na partida, num golo resultante de um colocadíssimo remate junto ao poste, com a assistência do mágico Ricardinho. Nos restantes minutos da partida, Portugal dispôs de algumas ocasiões para marcar e um golo terminaria com as esperanças da Ucrânia.

Ao ver-se na frente, Portugal jogou melhor, mas rapidamente decresceu, permitindo o subir de nível da equipa ucraniana, o que causou perigo, assustando o guardião nacional.

O jogo terminou e Portugal qualificou-se para a próxima fase da competição. Foi um jogo bem disputado e equilibrado, principalmente no que diz respeito à defesa, em que Portugal foi superior. Contudo, concluo também que Portugal poderia ter-se aplicado mais para não gerar tanto sofrimento aos adeptos e aos próprios jogadores.

Destaco as magníficas exibições de Fernando Cardinal e do pequeno “gigante” Ricardinho. Ricardinho tem-nos habituado a exibições de altíssimo nível e hoje não foi exceção, tendo contribuído e muito para o êxito de Portugal. Jogador rapidíssimo, implacável no um para um, com um excelente remate com ambos os pés e um poder de passe magistral. Estes dois golos de Cardinal foram muito importantes, tanto para a Seleção como para o jogador, que respondeu a todos os seus críticos dizendo “presente!”. Os guarda-redes, João Benedito e André Sousa, mantiveram um bom nível, como é habitual.

Cardinal, o autor dos dois golos portugueses Fonte: A Bola
Cardinal, o autor dos dois golos portugueses
Fonte: A Bola

Neste jogo, foi visível uma faceta de sofrimento mas também entreajuda entre todos os jogadores, algo que até agora não tinha sido visto, resultando numa motivadora e importante vitória. Portugal mostrou que merece estar no grupo das quatro melhores seleções da Europa.

Portugal terá agora de defrontar o vencedor do Itália-Croácia. Prevê-se a vitória transalpina, não se antevendo, no entanto, quaisquer facilidades diante uma aguerrida seleção croata. Tenho a certeza de que Portugal vai ultrapassar as derrotas passadas com a Itália e transformar este jogo numa partida sorridente que levará à tão ambicionada final.

Vender é bom, manter é melhor…

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portosentido

Ainda bem que Mangala e Fernando não saíram! Este foi o primeiro pensamento que me veio à cabeça aquando do fecho do mercado. As opiniões sobre a venda de Mangala e Fernando divergem. Enquanto algumas pessoas vêm o negócio dos dois jogadores como algo excelente face ao encaixe financeiro significativo, outras tantas – eu incluído – não o vêm com tanto excitação.

Fernando tem sido um dos titulares indiscutíveis de Paulo Fonseca. Na verdade, não há outra forma de ser. O médio luso-brasileiro é o pilar de segurança do meio-campo e das manobras ofensivas e defensivas. A alcunha de “Polvo” assenta-lhe como uma luva e esta época Fernando voltou a mostrar o porque de ser tão cobiçado. Ao longo do tempo em que vestiu um dragão ao peito, foi notável a mudança do estilo de jogo de Fernando. No início da carreira (no Porto entenda-se), o médio era exclusivamente trinco. No que toca a recuperar a bola ninguém, no plantel do Porto, se saía melhor. No resto, Fernando era demasiado contido e limitado. A sua acção no ataque era nula e deixava demasiadas vezes a equipa desprotegida. Agora, o trinco tornou-se um médio mais completo, que integra melhor as acções ofensivas e mantém a rentabilidade enquanto recuperador de bolas.

Nesta época, Fernando tem sido o médio mais constante e seguro dos habituais titulares. Como já disse, o pilar de segurança do meio-campo. Caso a transferência para o Manchester City fosse consumada seria, como foi Lucho, um grande rombo nas aspirações ao título por parte do Porto, até porque as alternativas não me parecem prontas para preencher o lugar do “Polvo”. Defour ou Herrera, as duas principais alternativas, não se encontram preparados.

nando
O “Polvo” em acção
Fonte: misticadodragao.blogspot.com

O caso do francês é diferente. Quando vi Elaquim Mangala, ex-Standard Liége, chegar ao Porto, fiquei algo céptico. Os primeiros jogos do central não me convenceram e cheguei a pensar que poderia até ser um flop. Então, tudo mudou…

Num curto espaço de tempo, Mangala tem demonstrado, na minha opinião, que é o activo mais valioso (a par de Jackson) do plantel do Porto. O central francês é extremamente rápido e forte. É imponente no jogo aéreo e não compromete quando joga com os pés. O francês é capaz, como já mostrou no Porto, de avançar no terreno e, até certo ponto, de iniciar o processo de ataque. Na defesa do Porto é rei e senhor. No sector central é sempre Mangala e mais um, seja Otamendi ou Maicon. Perante este trio, Diego Reyes ainda tem muito para evoluir… Se o Porto perdesse Mangala, ia perder meia defesa. Apesar de Maicon e Otamendi serem dois centrais muito competentes e capazes, não chegam à qualidade de Mangala.

Ficam os jogadores, afastam-se as libras inglesas. O hipotético negócio dos dois jogadores renderia por volta de 56 milhões de euros. Qualquer clube em Portugal não se pode dar ao luxo de ignorar uma proposta deste calibre. Porém, se combinarmos as cláusulas de rescisão de Fernando e Mangala, a soma perfaz um total acima da hipotética proposta da equipa de Manchester. Não tenho a menor dúvida de que este duo portista possui qualidade mais do que suficiente para alinhar numa equipa como o Manchester City, nem que o tempo de Fernando e Mangala com dragões ao peito se aproxime do fim. Tenho ainda a certeza de que Pinto da Costa não irá deixar dois activos valiosos saírem mesmo que dêem um retorno financeiro massivo. A minha única preocupação nesta situação é o contrato de Fernando. O luso-brasileiro termina contrato esta época e isso pode influenciar o mercado no que toca à potencial contratação do médio. A proposta era boa, sim. Mas sem duas peças fundamentais a já complicada conquista do título seria uma tarefa equiparável aos 13 trabalhos de Hércules…

Bola na Rede na Feel FM!

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Depois de 10 programas em podcast, o Bola na Rede regressa às rádios. A partir da novíssima 8ª temporada do nosso programa radiofónico, o BnR vai passar a ser transmitido na Feel FM. Esta rádio online, fundada em janeiro deste ano, tem residência em Almeirim (região do Ribatejo) e privilegia o teor de programação generalista. Apesar de ser uma estação que concede maior atenção à informação do concelho de Almeirim, também aposta em programas de autor de âmbito nacional e é aqui que o Bola na Rede se insere.

Depois de 6 temporadas na ESCS FM, o nosso programa expande-se para outra estação, sem, claro, perder a sua identidade. Em termos de conteúdos, o Bola na Rede manterá a sua liberdade habitual, tendo, como é hábito, as rubricas “A Jornada”, “Figura da Semana”, “Fora-de-Jogo da Semana” e a “Zona de Apostas”.

A nível de convidados, prometemos que as novidades continuarão. Estejam, portanto, muito atentos a esta nova temporada.

A Maldição

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O que terão em comum jogadores como Ricardo Sá Pinto, Ivaylo Iordanov, Leandro Machado, Delfim, Marius Niculae, Marat Izmaylov, Valeri Bojinov e Jeffrén? Uns melhores, outros piores; uns certamente mais marcantes do que outros; uns mais significativos para o emblema leonino, outros com passagens fugazes por Alvalade. Porém, duas coisas ligam de forma factual estes oito atletas: problemas físicos/disciplinares e o jersey utilizado.

Desde a saída de Luís Figo de Alvalade, a camisola 7 do Sporting tornou-se, de uma forma impressionante, um claro sinónimo de azar. Esta superstição levou, inclusivamente, vários atletas a trocarem de numeração: casos de Iordanov, que trocou o malfadado “7” pelo número 9; de Delfim, que passou a envergar o 6; do romeno Niculae, que adoptou o 9; e, por fim, de Sá Pinto e Izmaylov, que abraçaram com alívio a camisola 10, depois de grandes azares vividos com o “número malvado”.

Mas que problemas terão sido estes? Fará sentido ter medo de um simples número (que popularmente até se associa à sorte), ter medo de uma simples camisola? Decerto não poderá ser apenas um número a causar tanto estrago. A verdade é que Sá Pinto, após o regresso a Alvalade, depois de uma passagem pela Real Sociedad, foi atormentado por lesões constantes e afastamentos longuíssimos, sem conseguir voltar a impor o seu futebol de leão ao peito. Já Iordanov, um símbolo leonino, o primeiro capitão estrangeiro do Sporting, teve, porventura, o maior azar de todos estes atletas enumerados: o abandono da carreira devido a doença, mais especificamente esclerose múltipla. Para além de sucessivas lesões, também Delfim se viu obrigado a terminar a carreira devido a problemas graves na coluna.

O simpático e acarinhado jogador romeno, que chegou ao Sporting em 2001, Marius Niculae, começou muito bem o seu percurso em Alvalade, criando um triângulo atacante perfeito com Jardel e João Pinto, até se lesionar com gravidade nos ligamentos internos do joelho. Niculae ainda se manteve durante vários anos no Sporting, mas o certo é que nunca mais foi o mesmo jogador que vimos chegar, numa época bastante feliz para todos os sportinguistas. Marat Izmaylov foi um poço de problemas e continuou a sê-lo no Dragão: lesões, indisciplina, falta de vontade de treinar, falta de vontade de jogar, um homem que parece não gostar do que faz, da profissão que tem, um atleta triste, de sorriso inexistente. A solução para o russo, e a minha opinião vale o que vale, seria abandonar a carreira e fazer algo de que realmente goste.

Leandro Machado e Bojinov apareceram e desapareceram rapidamente do Sporting: Leandro gostava demasiado das distracções que a noite lisboeta oferecia, e, apesar da qualidade inegável, o seu empenho não acompanhava o potencial que tinha; já o búlgaro Bojinov, para além da falta de qualidade (que só Luís Duque e Carlos Freitas não viram), teve o azar de “roubar” a bola a um Matías Fernández, que iria bater uma grande penalidade e falhá-la de forma impressionante – edificou o seu azar.

Bojinov e Carlos Freitas na apresentação do jogador  Fonte: Blog “Ti Amo Sporting”
Bojinov e Carlos Freitas na apresentação do jogador
Fonte: Blog “Ti Amo Sporting”

Até ao fecho do mercado de Inverno, que ocorreu no passado dia 31, o último número 7 do Sporting foi o hispano-venezuelano Jeffrén Suárez. O ex-Barça estava “encostado” na equipa B sem jogar, depois de duas épocas na equipa principal sem qualquer brio e com variadas lesões graves – problemas que já o atormentavam em Espanha. Porém, no mesmo dia 31, surgiu um atleta que ignorou toda esta nuvem em volta de uma camisola que há quase 20 anos traz azares sucessivos a quem a enverga. Destemido, o “faraó” Shikabala não hesitou em  herdar o “7” de Jeffrén e planeia acabar com esta maldição. Apesar de toda esta vontade do egípcio (até ameaçou acabar a carreira se o negócio entre Zamalek e Sporting não se concretizasse), os factos não jogam a seu favor: segundo alguns portugueses que já trabalharam no futebol egípcio, o jogador tem historial de problemas disciplinares, e, segundo Leonardo Jardim, não apresenta neste momento uma boa forma física.

 

Shikabala e Bruno de Carvalho selam o acordo   Fonte: Maisfutebol
Shikabala e Bruno de Carvalho selam o acordo
Fonte: Maisfutebol

 

Será a “rebeldia” de Shikabala o mote para a maldição do “7” continuar? Poderá, por outro lado, voltar a tornar o jersey “7” uma camisola lendária, marcando golos como os que têm circulado na web nos últimos dias? Será que, depois do Bola de Ouro Luís Figo, só o regresso do nosso outro Bola de Ouro poderá acabar com toda esta maldição? Será que existe alguma maldição? Serão os factos das duas últimas décadas suficientes para falarmos de maldição? Acreditar ou não: a decisão é sua.