Terminou o Campeonato da Europa em futsal, e a Seleção das Quinas conquistou um merecido quarto lugar.
É tempo, agora, de regressar às competições internas, e a 19ª jornada do Campeonato Nacional não poderia ter começado de melhor maneira, com a equipa verde e branca a dar espetáculo. O Sporting venceu a fraca equipa do Vila Verde por 10-1, cimentando, assim, o primeiro lugar no topo da classificação.
Aos três minutos da partida, o adversário viu Samuka ser expulso e Alex falhar uma grande penalidade, derivada da falta que o adversário cometeu. Rapidamente, o Sporting demonstrou ser favorito, apresentando um maravilhoso futsal. A equipa liderada por Nuno Dias foi para o intervalo a vencer por 6-0. Resultado impressionante, que prova o único sentido que o jogo apresentou na primeira parte.
Para a segunda metade, a equipa leonina apresentou-se mais descontraída, face ao resultado no marcador, mas, logo no primeiro minuto, marcou o 7-0. Daí em diante, o domínio leonino continuou e o resultado final fixou-se em 10-1. A equipa leonina precisou apenas de 20 minutos para “matar” o encontro, mostrando ser claramente superior. O último classificado nada conseguiu fazer para contrariar a superioridade qualitativa do Sporting.
Comemoração da equipa leonina, após marcar mais um golo. Fonte: Sporting.pt
O Braga visitou a equipa do Restelo e venceu por 6-3, mostrando, mais uma vez, estar na luta pelo primeiro lugar. Num campo sempre complicado, a equipa minhota foi superior, sendo uma justíssima vencedora. De realçar o espírito guerreiro e ambicioso desta equipa, e o belo trabalho desempenhado pelo seu treinador.
A equipa do Benfica venceu a boa formação do Dramático de Cascais por 4-2, num jogo bem conseguido por parte dos encarnados. O adversário, como é costume, lutou bastante, mas a superioridade benfiquista impôs-se. Com esta vitória, o Benfica alcança os 48 pontos, estando com os mesmos do que o Braga e a dois pontos do eterno rival, Sporting.
A 19ª jornada terminou e nada se alterou na frente do Campeonato. Queria destacar, claro, a vitória do Braga, que se assume claramente como um forte candidato ao título, a vitória sofrida dos Leões de Porto Salvo, que se encontram isolados na quarta posição, estando a fazer uma magnífica temporada, a vitória sofrida do Fundão e o bom resultado alcançado pelos axadrezados.
Resultados da 19ª jornada de Futsal Fonte: Record.pt
Com estes resultados, o Campeonato está claramente lançado, e estou ansioso pela próxima jornada. Assim, dá ainda mais gosto seguir esta extraordinária modalidade!
Quando entrou em campo, em Barcelos, o FC Porto sabia já que os seus maiores rivais haviam vencido as respectivas partidas – e se o jogo diante do Gil Vicente era já importante, esse dado redobrou-lhe a relevância. Paulo Fonseca repetiu o onze que vencera o Paços de Ferreira (Abdoulaye parece ter ganhado o lugar a Maicon) e a aposta trouxe um FC Porto seguro de si e com boas sensações.
Num relvado (se assim lhe podemos chamar) em condições deploráveis, o Dragão entrou a todo o vapor. Nos primeiros dez minutos, o lado esquerdo do ataque azul e branco esteve em evidência e as oportunidades foram-se sucedendo: primeiro Jackson com um cabeceamento, depois Quaresma a emendar (mal) um cruzamento de Alex Sandro, a seguir Josué com um remate de fora da área e um denominador comum: Varela na criação. O ‘Drogba da Caparica’ catapultou a equipa para uma entrada em campo digna de quem estava decidida a impor-se ao seu adversário e a marcar, desde cedo, o ritmo do jogo. Foi, pois, com naturalidade que o golo do FC Porto chegou: aos 17’, através de um excelente lance de Herrera (tirou um adversário do caminho e fez um cruzamento primoroso, desde a direita) concluído pelo ‘Herói de Lviv’, ao segundo poste, de cabeça, numa antecipação ao defesa direito gilista.
Se era expectável uma reacção da equipa da casa, tal não aconteceu. Com uma defesa subida e a pressionar mais à frente do que o que tem sido hábito, o FC Porto manteve a toada, dominando o encontro e continuando a criar oportunidades de golo: servido pelo mexicano, Josué tentou, de novo, a meia distância, e, dois minutos volvidos (aos 23’), haveria de ser Danilo (lançado por Quaresma) a enviar uma bola ao poste da baliza de Adriano Fachinni.
Se a estratégia do Gil Vicente passava por defender o melhor possível e sair em transições rápidas, a verdade é que a equipa de João de Deus – exceptuando 2/3 lances de bola parada – apenas por uma vez conseguiu levar perigo à baliza portista – aproveitando uma desatenção de Alex Sandro, Brito surgiu isolado diante de Hélton, mas o guardião portista fez a ‘mancha’ e Abdoulaye completou o alívio (31’). Escaldado por este lance, o FC Porto recuou um pouco e as oportunidades de golo que até então tinham surgido rarearam até ao intervalo – na verdade, apenas Jackson teve hipótese de facturar, num excelente trabalho dentro da área mas concluído pessimamente (41’).
O apito de Paulo Baptista para o intervalo chegou com a certeza de uns primeiros 25/30 minutos muito interessantes do FC Porto, com inúmeras oportunidades de golo criadas (o sector esquerdo do ataque portista entrou muito agressivo no jogo) e com as prestações individuais de Varela e Herrera a merecerem destaque. Mais do que isso, o FC Porto – ao contrário da grande maioria dos momentos desta época – teve sempre o jogo controlado e quase sempre dominado.
A segunda parte arrancou com um Gil mais agressivo na luta pela posse de bola, a demonstrar vontade de entrar no jogo e com Hugo Vieira a dispor de uma oportunidade, fruto de uma má abordagem de Abdoulaye, para empatar o encontro. Todavia, haveria de emergir novamente Silvestre Varela: o extremo portista, servido por Herrera, poderia ter feito o 0-2, algo que acabaria por lograr no minuto seguinte (53’), após uma grande jogada individual, iniciada ainda no meio-campo defensivo. Nesse momento, supunha-se que o FC Porto saberia congelar o jogo e a vantagem obtida… Puro engano! A defesa azul e branca relaxou e, após um cruzamento desde o lado esquerdo, Hugo Vieira aproveitou para devolver o Gil ao jogo. 1-2 aos 55’.
Estranhamente – tendo em conta o passado mais recente –, o FC Porto não ficou abalado e continuou sempre no controlo das operações. A isto não será alheio o facto de o Gil não ter demonstrado capacidade para criar um jogo ofensivo minimamente apoiado e estruturado que pudesse pôr em perigo a vantagem alcançada pelos Dragões. Ainda que longe do fulgor da primeira meia hora, o Dragão soube ser equilibrado, não se expondo e, com frequência, chegando à baliza gilista. Na realidade, esteve sempre mais perto de surgir o 1-3 do que o 2-2 – aos 69’ por Varela, novamente; aos 77’ por Herrera; e aos 81’ por Licá (que havia substituído Quaresma).
O jogo manteve-se numa toada morna, ‘entretido’, sempre com o meio-campo do FC Porto a dominar as operações – com o relvado cada vez mais deteriorado, foi importante a combatividade de Fernando, o pulmão de Herrera e a consistência de Josué. Até ao fim, nota apenas para a (tradicional) entrada de Ghilas aos 87’, substituindo Varela, e para a estreia de Mikel Agu com a camisola da equipa principal portista, rendendo Josué.
Em suma, uma vitória segura do tri-Campeão nacional diante de um adversário que não soube perceber que o perigo poderia surgir do jogo exterior da equipa portista e que não demonstrou argumentos para ombrear com o conjunto de Paulo Fonseca. O FC Porto sai de Barcelos com três pontos e com a convicção de que a atitude e o empenho postos em campo desde o apito inicial foram fundamentais para o sucesso – a equipa mostrou maior compromisso e espírito de vitória, materializados num jogo colectivo mais ligado e organizado do que tem sido hábito, e com um Varela a emanar inspiração por todos os poros.
Silvestre Varela. O ‘Drogba da Caparica’ foi o homem-chave na noite de Barcelos Fonte: Zerozero.pt
A Figura Silvestre Varela – Se os dois golos que valem três pontos fossem insuficientes para merecer este destaque, então ter-se-ia de invocar mais qualquer coisa. E Varela fê-lo: entrou no jogo a todo o gás, à esquerda e à direita, combinando, servindo, desequilibrando sempre em favor do FC Porto. Numa palavra, o catalisador do FC Porto desta noite.
O Fora-de-jogo Ricardo Quaresma – A exibição portista foi, no geral, agradável e competente. Sendo difícil destacar negativamente um elemento, a verdade é que o ‘Harry Potter’, hoje, não foi mágico: agarrando-se demasiado à bola (é impressionante o facto de raramente jogar ao primeiro toque), perdeu quase todos os lances individuais e poucas vezes decidiu bem e em prol da equipa.
Na passada semana, o Chelsea, de Mourinho, e o Liverpool, de Brendan Rodgers, brindaram o Manchester City e o Arsenal, respectivamente, com expressivas vitórias – 1-0 e 5-1. Digo expressiva a vitória do Chelsea sobre o City porque foi um jogo que a equipa londrina controlou, não do princípio ao fim, mas durante grande parte do jogo e com relativa tranquilidade, devido à táctica exemplarmente preparada pelo técnico português e, já agora, exemplarmente praticada pelos seus enormes jogadores.
Já em relação ao Liverpool, nada a dizer: aos 20 minutos, já lá moravam quatro, e os jogadores do Arsenal já se arrastavam em campo. Este fim-de-semana, recheado de bons jogos a contar para a FA Cup, foi a vez de Pellegrini e Wenger sorrirem no final do encontro, ao eliminarem as equipas que os haviam batido para o campeonato.
Em Manchester, o jogo não teve muita história. O meu texto de há uns tempos sobre esta equipa da cidade de Manchester fez todo o sentido aquando o jogo, visto que não deram qualquer hipótese. O Chelsea mal se viu, num jogo que quase teve apenas um sentido. Mourinho, por muito bom que seja, não consegue anular duas vezes consecutivas uma das melhores equipas da actualidade, e a jogar em casa então… Poderiam ter acabado o jogo com mais no saco.
Já em Londres, os Gunners conseguiram bater o Liverpool, vingando-se assim da pesada derrota que abalou as aspirações do clube para esta temporada. O 5-1 de Anfield ainda se notou nos jogadores e adeptos do Arsenal, que entraram um tanto ou quanto receosos no jogo e, não fosse o Sturridge a vacilar nas várias ocasiões que teve, no início do jogo, o resultado poderia ter sido semelhante ao de Anfield. No entanto, as bolas não entraram (muito graças a Fabianski, enorme!), e o Arsenal acabou por chegar aos golos através de Chamberlain e de Podolski, que, no decorrer desta semana, veio queixar-se aos órgãos de comunicação social, assumindo que não deveria ter saído do Bayern. Ainda assim, considero Fabianski o melhor em campo. Este 2-1 final muito se deve à estrondosa exibição do guarda-redes do clube londrino, e um pouco ao árbitro também, que cortou as asas ao Liverpool ao não assinalar um penálti, no final do jogo.
Jogadores do City festejam Fonte: Maisfutebol
Outra situação que assola a realidade do futebol inglês são os constantes “mind games” do técnico português José Mourinho, “mind games” esses que são tanto adorados como odiados e que fazem de Mourinho… Mourinho. As novas vítimas do “Happy One” são Manuel Pellegrini e Àrsene Wenger, técnicos dos principais candidatos ao título desta temporada. Têm sido massacrados pelas declarações do treinador do Chelsea por variadas razões: o primeiro porque tem, ao seu dispor, uma equipa de topo e, segundo Mou, deveria ganhar mais; o segundo porque não ganha nada há muito tempo, e se ele (Mourinho) ficasse tanto tempo sem ganhar desistiria da carreira de treinador. Se os “mind games” com Pellegrini começaram por causa dos jogos entre as duas equipas (o que me parece que assim o tenha sido), já com Wenger não foi o que se passou, foi inclusive o técnico francês a abrir a discussão, afirmando que Mourinho tinha medo de fracassar. Ora, picar Mourinho não me parece de todo a melhor decisão, a menos que queiramos peixeirada diária. Às tantas, quer ver se desvia as atenções da descida brutal de rendimento da sua equipa.
Depois de mais uma categórica vitória sobre o Sporting por 2-0, importava hoje perceber como reagiria o Benfica à ausência do seu coração, Enzo Pérez, castigado talvez pelo tráfico dos rins de Eric Dier…Com a já expectável entrada de Rúben Amorim para o lugar do argentino, o Benfica entrou quase a dormir na partida. Circulação de bola lentíssima, causada pela estranheza de não ter o motor de alta rotação Enzo, que era apenas disfarçada, a espaços, por um Gaitán numa forma estupenda. O Paços, ultra-defensivo – típico de Henrique Calisto -, pouco ou nenhum perigo criou junto de Oblak. Sinceramente, não me recordo de uma defesa digna desse nome por parte do esloveno nos últimos tempos. Claras melhorias no processo defensivo do Benfica, portanto. Se juntarmos a isto (mais) um relvado lastimável, o resultado ao intervalo não poderia ser outro que não o 0-0.
Para sair da Mata Real na mesma situação em que estava à entrada para esta jornada, a equipa de Jorge Jesus teria de fazer muito mais. E assim foi. Com o aumento considerável da pressão sobre o adversário e do ritmo de jogo, surgiu o golo inaugural aos 54 minutos: inteligente, Rodrigo a marcar um canto curto e, aproveitando o reposicionamento defensivo do Paços, Rúben Amorim vestiu-se de Enzo e colocou a bola redondinha em Garay, que cabeceou para o fundo da baliza. Na impossibilidade da nota artística em jogos destes, Jorge Jesus e os jogadores perceberam que havia que encontrar outras maneiras de chegar ao golo. Com o abismo de qualidade entre as duas equipas, bastou carregar ligeiramente no acelerador para as oportunidades de golo aparecerem. Aos 68, Markovic libertou-se da nulidade que vinha a ser até então e aproveitou mais uma excelente acção defensiva de Amorim – excelente jogo do português –, para embalar no seu típico slalom até fuzilar Degra para o 0-2. Resultado feito e gestão até ao final, perante um Paços que nem uma oportunidade de golo criou. Nos últimos 11 jogos, o Benfica sofreu um (!) golo. O que equivale a dizer que com Oblak na baliza o Benfica sofreu um único golo. Coincidências…
Um jogo que pareceu complicado ao intervalo depressa ficou resolvido com duas machadadas letais. O Benfica respira confiança e isso traduz-se em campo: mesmo em jogos duros como o de hoje, o discernimento e atitude de vitória nunca se perdem. Se raramente nos deslumbra com jogos de encher o olho, a verdade é que as vitórias vão aparecendo umas atrás das outras. De um Benfica morto, em Outubro, temos um Benfica com possibilidade de fazer uma época de sonho. Resta passar da teoria para a prática e um dia terá de ser. Venha o PAOK, jogo em que se espera uma gestão inteligente a pensar no V. Guimarães, próxima final rumo ao 33º.
Os festejos depois do primeiro golo Fonte: ofuraredes.blogspot.pt
A Figura
Rúben Amorim – Na ausência do actual melhor jogador do Benfica (Enzo Pérez), o português cumpriu muito bem o seu papel. De uma assistência e de uma recuperação de bola suas, nasceram os dois golos.
O Fora-de-Jogo
Rodrigo – Num campo pouco propício a “rodriguinhos”, o espanhol nunca encontrou o espaço de que precisa para fazer valer as suas inegáveis qualidades: arranque, mudanças de velocidade, procura no espaço.
No que diz respeito ao pelotão nacional, as principais equipas, ao longo deste mês de Fevereiro, foram procedendo à cerimónia da sua apresentação, tendo como pano de fundo um ano de 2013 muito agitado.
Este turbilhão deveu-se sobretudo à equipa Efapel-Glassdrive, que levou uma equipa recheada de potenciais líderes para a volta a Portugal em bicicleta do ano transato e que nunca encontrou o seu verdadeiro timoneiro. Começando pelo aparente líder, Rui Sousa, que parecia ser o homem-forte da equipa comandada por Carlos Pereira. No entanto, e relatando a etapa decisiva da Torre, não teve a ajuda devida por parte de Hernâni Broco, que se apresentava como o “gregário de luxo” da equipa de Gaia. Esta situação desagradável provocou a saída massiva de elementos desta mesma equipa, confirmada pela manutenção de apenas 3 atletas (Sérgio Sousa, Joni Brandão e Filipe Cardoso).
Procedendo agora a apresentação individual de cada uma das equipas:
OFM/Quinta da Lixa:
Elementos – Pedro Brás, Flávio Cipriano, Rui Barros, Gualter Carvalho, João Matias, Eduard Prades, Luis Fernandes, Mário Costa, Hélder Oliveira, Arkaitz Duran, Samuel Caldeira, Ricardo Vilela, Délio Fernandez, Nuno Ribeiro e Gustavo Veloso.
A equipa vencedora da Volta a Portugal 2013, na pele de Alejandro Marque, parte com ambições bastante legítimas de poder revalidar o seu título na mais importante prova velocipédica do nosso país. Não conta com o vencedor do ano passado, que enfrenta uma suspeita de consumo de substâncias proibidas nessa mesma competição, mas tem outros elementos que podem muito bem vir a conquistar a próxima edição. À cabeça surge Gustavo Veloso que irá provavelmente assumir esse estatuto, para eventualmente tentar melhorar a sua 2ª posição de 2013. Conta com elementos que podem vir a ser muito importantes na manobra da equipa, como os recém-contratados Arkaitz Duran, Nuno Ribeiro ou Ricardo Vilela ( ex-Efapel Glassdrive). Para além desses elementos, Délio Fernandez ou Mário Costa (irmão do campeão do mundo Rui Costa) podem ser também muito úteis aquando das etapas de média e alta montanha. Para outros objetivos, a equipa dispõe do sprinter Samuel Caldeira, que irá tentar garantir algumas vitórias importantes nas etapas planas para a equipa que é comandada por José Barros.
OFM/Quinta da Lixa Fonte: Record
Efapel-Glassdrive:
Elementos -Victor De La Parte; Sérgio Sousa; Ricardo Mestre; Rafael Silva; Jóni Brandão; João Silva; Hélder Ferreira; Garikoitz Bravo; Filipe Cardoso; Diego Rubio; Carlos Oyarzun; Bruno Silva
É claramente a equipa com mais mudanças de todas as que compõem o pelotão nacional. Com apenas 3 ciclistas que transitam de 2013 para 2014, a equipa conta com um reforço de peso que irá ser o líder na 76º edição da Volta a Portugal. Falo, claro, de Ricardo Mestre, vencedor desta competição em 2011 e que o ano passado andou pelo World Tour, representando a extinta equipa da Euskatel Euskadi. No seu auxílio terá sobretudo o campeão nacional de estrada Jóni Brandão ou o espanhol Victor De La Parte, que venceu em 2013 a Volta à Argélia e ficou em 4º lugar na Volta à Bulgária. Filipe Cardoso e Sérgio Sousa também se revelam como peças fundamentais na equipa de Carlos Pereira, que pretende esquecer o aziago ano de 2013 e melhorar o 3º lugar na Volta a Portugal.
Formação da Efapel para 2014 Fonte: Facebook da Efapel
LA/Antarte:
Elementos – António Carvalho, André Mourato, Daniel Freitas, Edgar Pinto, Hugo Sabido, Hugo Sancho, Luís Afonso, Márcio Barbosa, Pedro Paulinho, Vítor Gamito.
Para mim, uma das equipas mais interessantes do nosso plantel. Apresenta na sua composição muitos e bons homens da montanha, de onde se destacam Edgar Pinto (4º classificado na nossa volta em 2013), Hugo Sabido (2º classificado em 2012), Vitor Gamito, que regressa 10 anos depois ao ciclismo profissional, aos 43 anos (venceu a volta em 2000) e também Márcio Barbosa, o rei da montanha no ano passado. Os 2 primeiros elementos deverão discutir entre si a liderança na prova rainha, um pouco à imagem do que sucedeu no ano passado, contando com a experiência de Vitor Gamito e a irreverência de Márcio Barbosa para poder alcançar pelo menos o pódio na edição de 2014 da Volta a Portugal. Uma contratação importante é a de Daniel Freitas, sprinter de 23 anos, e que pretende potenciar todo o seu valor na formação de Mário Rocha, que possui um plantel recheado de bons valores.
Formação da LA para 2014 Fonte: jornalciclismo.com
Boavista:
Elementos – Rui Sousa, Vergílio Santos, Fábio Mansilhas, Gonçalo Amado, Carlos Carneiro, Ricardo Vale, César Fonte, Nuno Bico, Daniel Silva, Célio Sousa e Frederico Figueiredo.
Um dos principais ciclistas do pelotão nacional na atualidade, Rui Sousa, foi contratado pela equipa boavisteira. Imune às polémicas em torno da última Volta a Portugal, parte com ambições redobradas para a edição que se segue da prova, tendo a seu dispor um rol de trepadores que o irão ajudar bastante a lutar pelo seu grande objetivo. Os nomes mais sonantes são Vergílio Santos, que aos 37 anos (mesma idade de Rui Sousa) ainda se apresenta com capacidades de fazer mais uma excelente volta, Célio Sousa (10º classificado em 2013), Daniel Silva (6º classificado em 2013) e César Fonte, que também transita da equipa Efapel-Glassdrive. Esperemos então pelo desenrolar da época para ver se esta equipa consegue colocar na estrada todo o seu potencial valor, apresentando como diretor desportivo José Santos.
Apresentação do Boavista Fonte: Pedais.pt
Banco Bic/Carmin/Tavira:
Elementos – David Livramento, Bruno Sancho, Daniel Mestre, Henrique Casimiro, Manuel Cardoso, João Pereira, Valter Pereira, João Rodrigues, Rafael Reis, Amaro Antunes e Diogo Nunes
Consagrada como a mais antiga equipa do ciclismo mundial, a equipa de Tavira apresenta uma equipa relativamente parecida com a de 2013, destacando-se 3 entradas: o trepador Amaro Antunes, Rafael Reis e o sprinter Manuel Cardoso que se revela como a grande contratação da equipa algarvia, com o intuito de trazer mais experiência a um conjunto que passou por uma grande revolução iniciada em 2013. Desde então, é tida como a equipa cuja média de idades é a mais baixa de todo o pelotão. Para a principal prova, David Livramento perfila-se como o candidato maior a obter uma posição prestigiante numa equipa comandada pelo incontornável Vidal Fitas. É de esperar também que Manuel Cardoso possa oferecer bastantes vitórias à equipa, nomeadamente em discussões ao sprint num regresso a equipas nacionais.
Tavira versão 2014 Fonte: Ciclismodetavira.pt
Louletano:
Elementos – Sandro Pinto; Alvaro Duarte; Kristian Yustre; Micael Isidoro; Rui Vinhas; Vítor Valinho; Raúl Alarcón; Raúl García de Mateos e Eugeniu Cozonov.
Claramente a equipa mais modesta das 6 portuguesas, o Louletano Dunas Douradas tenta no ano de 2014 conquistar algumas vitórias nas competições mais importantes, que serão obtidas maioritariamente recorrendo a fugas. É também objetivo, no mínimo, igualar a façanha de 2013, quando Raul Alarcón venceu na 7ª etapa da Volta a Portugal numa etapa de Alta Montanha que terminou em Gouveia. Tem um conjunto de ciclistas interessante, de onde se destaca o já citado Raul Alarcón, Rui Vinhas ou os 2 colombianos contratados esta época (Alvaro Duarte e Kristian Yustre, que são vistos como atletas de portentoso futuro). Resta então ao diretor desportivo Jorge Piedade comandar esta equipa e tentar levá-la a produzir resultados importantes que justifiquem o prestígio do Louletano Desportos Clube.
Apresentação oficial da equipa de Loulé Fonte: Facebook do Louletano
O All-Star Weekend está a decorrer em New Orleans e os dois primeiros dias, como já é habitual, estão reservados para os concursos de técnica individual, o jogo das celebridades e o jogo entre os melhores rookies e sophemores.
Celebrity Game
O divertido jogo das Celebridades disputou-se, uma vez mais, e a equipa de Este, comandada pelo Secretário de Estado da Educação, Arne Ducan, venceu a equipa do Oeste, capitaneada pelo comediante Kevin Hart, por 60-56. Os fãs elegeram pela 3ªvez consecutiva Kevin Hart como o MVP do encontro, mas o verdadeiro MVP foi mesmo Arne Duncan com 17 pontos e 6 ressaltos.
Kevin Hart foi eleito o MVP do Celebrity Game Fonte: Bleacher Report
Rookies vs Sophemores
Este ano, o confronto era entre a Team Webber, dos Rookies (atletas de 1ºano) contra a Team Hill, dos Sophemores (atletas de 2ºano). O jogo ficou marcado pelos muitos pontos e lances espetaculares. No final, a Team Hill venceu por 142-136. Dos muitos pontos marcados na partida, acabou por ser Andre Drummond a levar para casa o prémio de MVP do encontro com uma impressionante marca de 30 pontos e 25 ressaltos!
Os Rookies e os Sophemores proporcionaram bons momentos de basquetebol aos fãs Fonte: @NBA Getty Images
Skills Challenge e Shootin Stars
Os dois primeiros eventos da noite de sábado abriam a noite para o que se esperava de grande emoção com o concurso de 3 pontos e o tão aguardado concurso de afundanços.
Os Shootin Stars onde cada equipa lança através de várias posições do campo e são compostas por um atual jogador da NBA, uma lenda da NBA e uma jogadora da WNBA, num confronto renhido entre a Team Bosh e a Team Durant, acabou por levou a melhor a equipa do jogador dos Miami Heat, juntamente com Dominique Wilkins e Swin Cash.
Os vencedores da Shootin Stars desde ano Fonte: @NBA Getty Images
Slam Dunk Contest, 3-Point Shootout
O concurso de 3 pontos deste ano foi marcado por uma mudança nas regras: este ano, em vez de em cada posto de lançamento haver uma “Money ball” que pontuava a dobrar, cada atleta escolhia um posto onde todos os seus lançamentos era com “Money balls” e foi aqui que o temível atirador italiano, Marco Belinelli, dos San Antonio Spurs, tirou vantagem desta nova regra e levou a melhor na final sobre Bradley Beal, dos Washington Wizards.
Marco Belinelli foi o grande vencedor dos lançamentos triplos Fonte: @NBA Getty Images
O evento mais esperado da noite acabou por ser marcado por alguma controvérsia, uma vez que as mudanças operadas pela NBA foram demasiado confusas, tanto para os fãs, como para os próprios jogadores do Oeste (Hamilton Barnes, Ben McLemore e Damian Lillard). Numa primeira fase, o Oeste foi derrotado pelo Este nas rondas freestyle, onde os três representantes do Este (Paul George, Terrence Ross e John Wall) combinando entre si com afundanços dignos de um espetáculo dos Harlem Globetrotters. No final, o júri constituído por Shaquille O’Neal, Julius Erving e Dominnique Wilkins, juntamente com os fãs, elegeram o base dos Washington Wizards, John Wall como o grande vencedor desta noite. Ficou bem patente que quando se muda demasiado os concursos, a aposta arriscada nem sempre resulta. E esta edição foi um excelente exemplo disso mesmo. Esperemos apenas que, para o ano, seja melhor!
O Portugal Open é o único torneio português que integra o circuito mundial ATP e WTA. O Sr.Ténis de Portugal tem sido o herói de todos os amantes de ténis em Portugal e espero que sinta isso da nossa parte.
O facto de já ter trazido a Portugal o melhor tenista de todos os tempos, Roger Federer, uma série de nº1 mundiais – Novak Djokovic é um dos últimos -, e uma série de vencedores de Grand Slam, dos quais o mais recente foi Stanislas Wawrinka, é uma divida impagável que o ténis português tem para consigo.
Não vou matar para já o Portugal Open. Primeiro, porque não quero ser acusado de ser o arauto da desgraça; segundo, porque gosto do nosso torneio; e terceiro, porque nada tenho contra ele (ou melhor, até tenho, mas são coisas menores face às felicidades que o mesmo já me deu). O Portugal Open é a única semana do ano em que o comum dos mortais português tem a oportunidade de ver os melhores tenistas em acção. De ver o ténis da televisão, ali, a poucos metros, como só o inigualável Centralito nos proporciona.
No entanto, caro João Lagos, caso este ano consiga levar avante o seu torneio, o nosso torneio, aqui ficam as minhas dicas para que daqui para a frente as coisas corram melhor. Infelizmente, tal como o Governo e a Federação, não tenho dinheiro para lhe dar, pelo que terei de me ficar apenas e só pelas ideias.
1 – Chega! Está na altura de o Portugal Open deixar de ser o desfile de vaidades que se tem visto. O ténis tem de ter glamour. Certo. Mas a verdade é que 70% dos que se passeiam pela tenda VIP nunca viram um encontro de ténis e provavelmente também não é durante o Portugal Open que vão ver, por estarem mais preocupados em provar os cocktails da Sponsors Village.
2 – Eles é que querem. Os tenistas é que têm de querer vir a Portugal. Todos nós sabemos que para ter um dos “big4” é necessário largar a nota, e que para ter um top10 é preciso uma série de regalias adicionais, mas o Portugal Open é dos torneios mais bem vistos no circuito, beneficia de uma localização excelente, de condições perfeitas para a preparação do Roland Garros, pelo que a Lagos Sport deve ter-se mais em conta. Não faz mal não ter um top10. Nós queremos ver é bom ténis e os portugueses a ter sucesso. (Certamente ainda se lembra de quando Frederico Gil lhe salvou um Estoril Open).
Roger Federer – Estoril Open 2010 Fonte: Miguel Dias
3 – Mais barato. Nós sabemos, é preciso dinheiro, mas não tem de ser o “povo a pagar”. Os bilhetes, principalmente para os primeiros dias, são demasiado caros. Quem gosta quer ir mais do que uma vez, e principalmente nos últimos anos viu-se muita gente a apostar tudo num dia. Ao baixar os preços terá certamente mais gente em mais dias.
4 – A Festa do Ténis. O Portugal Open tem de ser verdadeiramente a festa do ténis em Portugal. Não podem existir torneios nesses fins-de-semana/semana; tem de existir uma relação mais estreita com a FPT, para promoção de acções de formação; tem de existir uma integração qualquer entre o Portugal Open e o Campeonato Nacional em Portugal. O ténis em Portugal tem de se concentrar TODO nessa semana nos court’s, nos auditórios e nas salas do Jamor.
5 – Renovação. Quero acreditar que os melhores do ténis colaboram com o Portugal Open, mas desde os últimos anos para cá muitos outros têm surgido. Porque não uma limpeza de balneário? Porque não uma renovação de algumas posições dentro da estrutura, que venham trazer ideias frescas, sobretudo diferentes? Pegue-se no bom do passado e construa-se novo.
Mas quem sou eu para dar dicas ao João? Ninguém. A minha admiração e respeito por si é tão grande que dificilmente o faria cara-a-cara, mas acredite, provavelmente sem saber, muita coisa tem feito mal ao Portugal Open.
Quanto a este ano, que a sorte esteja do seu lado. Já merecia! Quanto a nós, quer acabe ou não, o nosso Estoril Open terá sempre um lugar nos nossos corações. O ano em que entrei lá e fiquei maravilhado com tanto tenista, tanto jogo, em que fiquei horas em pé para ver Roger Federer passar, não conseguir um autógrafo e voltar lá no dia seguinte para o conseguir. O Estoril Open que nos deixou colados à TV e emocionados, mais do que quando o Benfica foi campeão nesse mesmo dia.
Esses são os Estoril Opens que ficarão na nossa memória.
Jogou-se, esta noite (mais uma vez, a uma hora parva), em Alvalade, o embate entre Sporting e Olhão. Perante quase 30 mil pessoas, os regressos de William e Jefferson aumentavam a responsabilidade de vencer em casa. Pedia-se um início enérgico, pressão desde o primeiro minuto e, de preferência, um golo marcado cedo, para o jogo não “bloquear”, como já tem acontecido, nomeadamente, nos empates em casa contra Académica e Rio Ave.
A equipa entrou bem. Rápida, a fazer circular bem a bola, atrevida, a criar perigo pelas alas, através de Mané e Heldon. O golo acabaria por surgir (naturalmente), ainda no primeiro quarto de hora, através de uma jogada de génio de Montero, a servir Mané, que encostou bem dentro da pequena área.
A praticar um futebol apoiado, a pressionar alto, a não deixar jogar o Olhanense, o segundo golo acabaria por aparecer, perto da meia hora de jogo, inexplicavelmente anulado pelo fiscal de linha. Seria o regresso aos golos do Colombiano, que protagonizou uma excelente exibição, não só no trabalho de área, como também a empurrar a equipa para a frente, a descer para perto dos médios e distribuir nas alas, bem como na primeira fase de recuperação.
A primeira parte acabaria por terminar com o domínio claro do Sporting, ficando a sensação de um resultado mentiroso.
Apesar do golo mal anulado, Montero foi o melhor em campo. Fonte: Lusa
Na segunda parte, o ritmo baixou um pouco e o jogo ficou menos apelativo. No lado dos algarvios, entrou Pelé, que trouxe mais atrevimento aos visitantes e deixou menos bola aos Leões, o que acabou por manchar um pouco o jogo, comparando com a grande dinâmica que se vira na primeira parte. O Sporting ficou mais na expectativa, tentando explorar as saídas rápidas dos seus extremos, que acabaram por mostrar algum desgaste.
Leonardo Jardim viria a refrescar os corredores, com as entradas de Wilson e Carrillo, que vieram dar mais criatividade e emoção à equipa. Carrillo, melhor, conseguiu, por duas vezes, levantar o Estádio, com remates de bandeira; o segundo a ficou a um poste de distância do golo do Peruano.
O Olhanense ainda assustou, perto do fim, ameaçando evocar os fantasmas de épocas passadas, mas Rei Patrício, aniversariante da noite, teimou em assinar mais uma clean sheet. Parabéns e obrigado, capitão!
Destaques às exibições de Jefferson, Cédric, William (enorme, não só a defender, mas como primeiro elemento de construção), Adrien e Fredy (o melhor em campo). Quanto à “seca” de golos do 17… enquanto continuar a trabalhar assim, não estou minimamente preocupado, porque há muito mais gente capaz de fazer golos nesta equipa. Sinto a sua frustração e percebo a sua fome, mas os golos hão-de voltar. E, quando o primeiro (que decidirem não anular) estiver lá dentro… saiam da frente d’el Avioncito.
Hoje, não ganhámos pela diferença com a qual deveríamos ter vencido. Não estamos na frente do Campeonato. Já não temos uma média de quatro golos por jogo. Mas este Sporting ainda me faz feliz. Como disse o treinador do Olhanense, Giuseppe Galderisi, na flash interview… “You nou… Iznotizi…”
Missão cumprida. Objectivo alcançado. Próxima paragem: Vila do Conde.
Na melhor da fase da época do Sport Lisboa e Benfica, tudo parece estar nos conformes. A equipa está estável, segura e confiante e isso deve-se aos resultados e exibições que tem alcançado. O facto de ainda lutar pelo título nas quatros competições que disputa é o melhor prenúncio de que, no geral, as coisas têm estado a correr bem para o Benfica. Eu naturalmente tenho-me sentido satisfeito com este bom comportamento da equipa e hoje, ao folhear um dos principais jornais desportivos portugueses, esse sentimento de satisfação atingiu um nível superior. Deixei de estar satisfeito para ficar extremamente contente com a actualidade do meu clube.
Normalmente não sou uma pessoa pessimista, mas tinha a plena convicção de que, após o dérbi contra o Sporting, Ezequiel Garay iria abandonar o estádio da Luz. Pensava que o poderio financeiro dos russos iria levar, mais uma vez, a melhor e nos iria desfalcar o sector defensivo. Ora tal não foi a minha satisfação quando li, em letras grandes e imperativas, que o central argentino iria permanecer no Benfica, pelo menos, até ao final da época. Confesso que me senti tão bem como quando vi o golaço do Enzo Pérez, no sábado. Pelo menos rejubilei como tal.
Para mim, Garay é sem dúvida o melhor central a actuar no campeonato português nos últimos anos e um dos melhores da história do Benfica. Neste momento, coloco o argentino ao lado dos melhores centrais do mundo, como Piqué, Hummels ou Kompany, estes no topo da hierarquia. Estou certo de que aquilo que estou a dizer não vai soar a hipérbole para muitos apreciadores de futebol, dada a excelência e classe deste elegante defesa.
Desde que chegou ao Benfica, em 2011, El negro – uma das alcunhas do argentino – tem passeado classe nos relvados nacionais e europeus e são raras, mas mesmo muito raras, as vezes em se pode apontar o dedo à eficiência, segurança e entrega de Ezequiel Garay. Não me recordo de um erro que o argentino tenha cometido que comprometesse a equipa ou que tivesse influência directa no resultado. De facto, um jogo menos conseguido deste central é uma exibição, ainda assim, positiva e competente. E isso está apenas ao alcance dos melhores.
Garay é daqueles jogadores que conhece perfeitamente os seus limites e as suas capacidades, aquilo que sabe e não sabe fazer e por isso é que raramente falha. Joga simples, fácil e eficaz. Não inventa, não facilita. É um jogador sério, trabalhador, que nunca parece estar em apuros. A tranquilidade com que resolve cada lance, quase sempre da forma mais correcta e oportuna, é umas das suas maiores virtudes. Psicologicamente forte, Garay faz-se também valer da sua incrível compleição física, que o torna portentoso nos lances aéreos e de choque. Como se não bastasse, Garay é um central com excelentes recursos técnicos, dono de uma invulgar qualidade de passe e recepção. Dito isto, parece que falamos de um central perfeito. De facto, pouco lhe falta para o ser. Talvez fazer mais golos por época, ainda que esse não seja um atributo necessário na avaliação de um bom defesa-central.
Não é preciso ser um grande sábio do futebol para se perceber que Garay é uma peça fundamental no puzzle de Jorge Jesus. Ou para se ter a noção de que, se Garay saísse, o Benfica não iria conseguir colmatar tal ausência e que tal seria um rude golpe para a solidez defensiva da equipa. Para além disso, o argentino é muitas vezes um dos primeiros jogadores a construir jogo desde trás e os seus passes longos, quase sempre precisos, são uma das formas que a equipa tem para chegar à frente. Posto isto, perder Garay numa altura decisiva e exigente da época era das piores coisas que podia acontecer ao Benfica.
A verdade é que, pelos vistos, tal não vai acontecer e os encarnados vão continuar a poder contar com um central de topo no seu sector recuado, para gáudio de milhões de benfiquistas. Desta vez, há que dar os parabéns à direcção do Benfica que conseguiu resistir às investidas de vários clubes interessados no jogador, com o Zenit de São Petersburgo à cabeça. Para bem do Benfica e também do próprio jogador, ainda bem que Garay vai permanecer em Lisboa. Uma ida para a Rússia não seria nada proveitosa para o central nesta fase da época, a escassos meses do início do mundial do Brasil. Para se manter como titular da selecção argentina, era importante que o argentino continuasse a competir num campeonato, não muito, mas sempre dotado de alguma visibilidade internacional, para além da participação nas competições europeias.
Enzo não entra na discussão de amanhã contra o Paços Fonte: TVI 24
Felizmente com Garay no onze, o Benfica defronta amanhã, na Mata Real, o Paços de Ferreira. Para este jogo, Enzo Pérez é a principal ausência nos planos de Jorge Jesus que, para o lugar do argentino, deverá lançar Rúben Amorim. De resto, todo o plantel está operacional para buscar uma importante vitória, numa sempre difícil deslocação. É certo que este Paços não é o mesmo que surpreendeu o mundo do futebol na época transacta, mas, sob o comando de Henrique Calisto, assume-se como uma equipa organizada e perigosa no contra-ataque.
Já o Benfica atravessa o melhor momento da época e agora, mais do que nunca, não pode vacilar na manutenção do primeiro lugar, pelo que é fulcral ganhar o jogo de amanhã. O 4-4-2 utilizado nestes últimos encontros tem resultado na perfeição e, nessa medida, não há qualquer razão para modificar o sistema táctico a apresentar amanhã. Assim sendo, Rúben Amorim deverá ser a única novidade no onze de Jorge Jesus, que deve ter consciência de que a equipa não pode escorregar nesta jornada. Na realidade, se o Benfica voltar a apresentar o futebol que demonstrou no jogo contra o Sporting, é muito provável que traga mais três pontos de Paços de Ferreira.
No dia 23 de abril de 1917, na terra mineira de Belshiil, Escócia, somou-se ao mundo um rapaz que foi anunciado à sua mãe, pelo médico, como um futebolista. Acabava de nascer o mítico Matt Busby. As dificuldades e as asperezas da vida no referido lugar, e após as trágicas mortes de familiares diretos na Primeira Guerra Mundial, fizeram com que o pequeno Matt estivesse com um pé nos Estados Unidos da América, enquanto emigrante. No entanto, já começava a correr com uma bola nos pés. Um clube de Manchester, rival do seu United, o City, enquadrou-o na sua equipa. Era um central, um daqueles velhos centrais que se apostavam sozinhos, no meio de dois defesas laterais. Com o tempo, nasceu a cobiça de outros clubes. Foi pretendido. O Manchester United tentou-o, mas foi o Liverpool que o ganhou. Fez o resto da sua carreira lá. Chegou a internacional. A Segunda Guerra Mundial intrometeu-se na sua vida. Havia chegado, então, a hora de assumir outras funções.
A estátua em Old Traford Fonte: footyroom.com
Começou a treinar uma equipa do exército. Esta experiência fê-lo madurar. O Liverpool ofereceu-lhe a possibilidade de ser o assistente do gerente George Kay. No entanto, Matt Busby já formara uma ideia de gestão dos clubes de futebol. Não aceitou. O Manchester United, que já o tentara como jogador, aceitou a sua ideia. Em Old Traford, acabava de entrar o homem que transformou a figura do treinador, aquele que projetou o Manchester United para outra dimensão. Ocupou os jogadores em certas tarefas burocráticas, implicou-os na vida integral do clube. Os resultados não se fizeram esperar. Criou a figura de treinador-manager: comprava, vendia, treinava, ocupava-se de tudo o que concernia à equipa. Um dos seus selos está relacionado com o futebol base. Começou a alimentar a equipa com jogadores formados no clube: Bill Foulkes, Bobby Charlton ou Duncan Edwards são alguns exemplos.
O filme de James Srong mostra o que foi o dia de 6 de fevereiro de 1958. Munique encheu-se de dor e luto. Sir Matt Busby lutara para abrir o futebol inglês ao continente. Lutou dialeticamente contra vozes e poderes que reagiam mal à participação de clubes ingleses nas competições europeias. Finalmente, o Manchester United participava e caminhava na Taça da Europa, com êxito. No entanto, num malfadado dia, tal como o Torino de Valentino Mazzola, o avião estatela-se e provoca a morte de 23 pessoas, sendo oito delas jogadores. Matt Busby, como outros, ficou ferido. O choque foi tremendo. Temiam pela sua reação quando soubesse das mortes e da morte do seu capitão. No entanto, sobreviveu, mantendo a força necessária para reconstruir a sua obra: o Manchester United.
A Taça da Europa de Matt Busby Fonte: unitedrant.co.uk
Incorporou jogadores como Denis Law e, mais tarde, como George Best. O Manchester recuperou a grandeza. Os campeonatos, as taças e o restante voltaram a cair nas suas vitrinas. Durante a década dos anos 1960, esta equipa chegou a alinhar com três Bolas de Ouro: Bobby Charlton, George Best e Denis Law.
O ano de 1968 bateu à porta. Paris ardia com consignas utópicas. A Taça da Europa vivia uma final inédita: Manchester United – S. L. Benfica. O mítico Estádio de Wembley encheu-se. George Best resolveu o jogo, depois de Eusébio ter falhado o que nunca falhava. O Manchester United tornou-se o primeiro clube inglês a ganhar a Taça da Europa. Sir Matt Busby começava a preparar o seu adeus. No dia 4 de junho de 1969, despediu-se, ainda que, no ano seguinte, voltasse para salvar a sua equipa. Faleceu em 1994, deixando a sua áurea sobre o universo futebolístico. Para mim, forma, com o mítico Helénio Herrera e o atual José Mourinho, o grande triunvirato dos treinadores mundiais.