Terminado o Mundial de Hóquei em Angola, as atenções viram-se para a América do Sul. Na Colômbia, é a vez dos mais jovens mostrarem as suas qualidades. É tempo de se disputar o Mundial de sub-20.
Portugal volta a marcar presença no Mundial e procura conquistar um título que não vence desde 2003. Nos últimos três anos viu a Espanha tirar-lhe essa possibilidade na final.
Portugal não teve dificuldades frente a Angola / Fonte: colombiahockeysp2013.com/
A prova tem sido positiva para os jovens portugueses. A passagem foi facilmente assegurada com goleadas frente à Africa do Sul, por 17-1, frente a Angola, por 7-2, e frente a Israel, por 10-0. Resultados que não surpreendem face à diferença de qualidade entre as selecções. Mas os testes a doer começam agora. Portugal vai defrontar a selecção da casa, Colômbia, que ficou em 2º no seu grupo, tendo perdido pela margem mínima contra a Espanha.
A expectativa para este Mundial é, naturalmente, alta. Portugal é sempre um dos favoritos à conquista desta competição e o exemplo disso são as 3 presenças nas ultimas 3 edições.
O Mundial não tem sido abundante em surpresas. As selecções mais fortes têm ganho com bastante facilidade, com resultados bastante desnivelados. A verdadeira competição começa agora. Com apenas os mais fortes em prova, começa agora a verdadeira luta para estes jovens atletas que sonham alcançar o estrelato. E para muitos, começa aqui.
7.30h da manhã e eu já não aguentava estar na cama: era o meu primeiro dia de surf. Foi há cinco anos atrás, mas parece que foi ontem. Lembro-me daquele nervosinho, mas, ao mesmo tempo, de um frenesim que me fez levantar tão cedo. Já só tinha de esperar mais quatro horas para pôr finalmente o pezinho dentro de água, mas a inquietação era tanta que acabei por acordar a minha mãe para me preparar o almoço e levar logo para a praia… Como é óbvio, a minha mãe virou-se para o outro lado e continuou a dormir.
Finalmente, finalmente: dez e meia. Tinha acabado de chegar à praia e o mar estava “flat“, mas estava tão desesperado por ir surfar que nem sequer me importei que as ondas tivessem 30 cm…vá, 35. Vesti o fato e, como eu era tão magro, com 14 anos tinha de vestir o tamanho 12; parecia um esqueleto dentro de uma veste preta, que me ficava, ainda assim, um pouco larga. Só faltava a prancha e, como o mar estava muito pequeno, tive de levar uma prancha com quase o dobro da minha altura (há 5 anos). E, assim, lá fui eu pela areia, arrastando aquele monstruoso pedaço de plástico com espuma por dentro e com aquele fato todo ressequido que fazia com que quase não me mexesse… Mas aquele cheiro a maresia, o calor que se fazia sentir dentro do fato de surf, o ambiente entre amigos e principalmente aquela sensação de “dropar” a onda fizeram com que nunca mais deixasse de praticar este magnífico desporto.
Deixando agora de falar da minha experiência e virando-me para o mundo profissional de surf, acabou na passada sexta-feira o Quiksilver Pro France, 8ª etapa do circuito mundial de surf.
Fonte: aspworldtour.com/
Filipe Toledo (nº 15 no ranking ASP), o jovem brasileiro de apenas 18 anos, destacou-se por ter derrotado o 11x campeão mundial, Kelly Slater (Nº 2 no ranking ASP), de 41 anos, nos quartos-de-final da prova e por ter dado um verdadeiro “show” de aéreos durante toda a competição, deixando todo o publico na praia atónito.
Mas o principal destaque vai mesmo para o Mick Fanning (nº 1 no ranking ASP), que venceu a final com um total de 16.66 em 20 pontos possíveis. O surfista australiano de 32 anos continua no topo da tabela, querendo repetir a proeza de se tornar campeão mundial como aconteceu em 2007 e 2009.
Gabriel Medina (nº 14 no ranking ASP), muito idolatrado pelo público, saiu vencido da final mas, ainda assim, acabou a bateria com um total de 15.00 pontos em 20 possíveis.
Esta semana realiza-se o Rip Curl Pro Portugal, 9ª e penúltima etapa do circuito, e que promete muita ação entre o top 34 mundial.
Cartaz do Rip Curl Portugal Fonte: live.ripcurl.com
Esta etapa é, para muitos surfistas, a melhor da Europa, devido à consistência e perfeição a que a onda de super tubos nos tem habituado desde que Portugal recebeu pela primeira vez uma etapa do World Tour Championship.
Quem olha para o campeonato espanhol repara que o Barcelona não está sozinho na liderança do campeonato. Quem olha para a tabela de marcadores repara que nem Messi, nem Cristiano Ronaldo são os líderes. Surpresa? Só para quem não anda atento ao futebol espanhol. O Atlético de Madrid tem tido um início de temporada muito bom e Diego Costa leva esta equipa aos lugares mais altos do campeonato espanhol, sendo o melhor marcador da Liga.
O Atlético já tinha ameaçado na época passada, em que andou várias jornadas a lutar pelo 1.º lugar com o Barcelona e mais tarde lutou pelo 2.º lugar com o Real Madrid. Agora volta a aparecer de novo, a querer afirmar-se e acabar com a monótona luta a 2 pelo título espanhol. O conjunto rojo y blanco perdeu a sua maior estrela, Falcao, mas conseguiu, a preço de saldo, David Villa. Esta época perdeu a Supertaça de Espanha sem ter perdido nenhum jogo frente ao Barcelona e já venceu no Santiago Bernabéu o Real Madrid.
Diego Simeone / Fonte: i.dailymail.co.uk
Os Colchoneros são liderados nesta rota para o sucesso por Diego Simeone. O argentino foi visto com desconfiança, mas conseguiu continuar a senda vitoriosa deixada por Quique Flores. O Atlético tinha conquistado, nos últimos anos, uma Liga Europa e uma Supertaça Europeia e Diego Simeone tem continuado a caminhada para o topo. Logo na época de estreia venceu a Liga Europa, repetindo o triunfo alcançado por Quique Flores, 2 anos antes. No início da época seguinte, o treinador não poderia ter desejado melhor começo, com uma goleada, na Supertaça Europeia, ao Chelsea, por 4-1. E para terminar uma época onde chegou a ombrear com o Barcelona, Diego Simeone não podia ter pedido final melhor. Em pleno Santiago Bernabéu, frente ao seu eterno rival, Real Madrid, o Atlético levantou a Copa Del Rey. Diego Simeone vai mostrando trabalho e fazendo cada vez mais história no clube espanhol. Um treinador a seguir.
Diego Costa / Fonte: premierleaguebrasil.com.br
Outra das grandes figuras do bom início de temporada do Atlético é Diego Costa. O avançado, que já jogou em Penafiel e em Braga, é o melhor marcador da liga, com 10 golos, superando Cristiano Ronaldo e Messi e já se fala na sua chamada para a selecção espanhola. Tapado por Aguero, Forlan e mais recentemente por Falcao, Diego Costa aproveita e bem a sua oportunidade para vingar no Atlético, tendo já feito esquecer o avançado colombiano.
Mas Diego Costa não é a única estrela. Os espanhóis têm na baliza um dos mais promissores guarda-redes do mundo, Thibaut Courtois, e contam na defesa com o experiente Diego Godín e com Miranda como pilares da defesa. No meio campo, Arda Turan lidera o meio-campo. Na frente, a fazer companhia ao avançado brasileiro, temos David Villa, uma das estrelas da selecção espanhola.
Os colchoneros vieram para ficar e querem ser uma das sensações da Europa. Tanto na Liga como na Champions, o conjunto de Diego Simeone pode vir a fazer uma gracinha.
A última partida para o campeonato, em Arouca, marcou o previsível regresso do FC Porto às vitórias e a estreia a titular de uma das mais promissoras contratações do último defeso: Héctor Herrera, médio de 23 anos, ex-Pachuca. Depois de alguns jogos a rodar na equipa B e de parcos minutos de utilização nas jornadas inaugurais do campeonato (em Setúbal) e da fase de grupos da Liga dos Campeões (em Viena), o internacional mexicano entrou na equipa para o lugar de Steven Defour, assinando uma exibição muito positiva.
Desde o início da época, salvo uma ou outra excepção, o trio do meio-campo tem sido composto por Fernando, Lucho e Defour. Os dois primeiros são dos melhores médios que vi passar pelo FC Porto e pela nossa Liga. Ambos levam mais de seis anos de casa e são referências incontornáveis na equipa. Já o belga, na sua terceira época em Portugal, acabou por herdar, sem surpresa, o lugar que outrora era ocupado por João Moutinho. Uma herança pesadíssima, portanto. Substituir um pêndulo como o português não é tarefa fácil.
Hector Herrera / Fonte: O Jogo
Nos últimos dois anos, Defour provou ter um grande compromisso com o grupo. Quase sempre na sombra dos titulares, foi fazendo uso da sua polivalência (jogou como trinco, como box-to-box e como extremo) para demostrar o seu valor e revelou-se sempre um jogador muito útil. O facto de ter conquistado o seu espaço na poderosa selecção belga reforçou o seu estatuto. Com efeito, era natural que, à partida para 2013/14, fosse ele a assumir o lugar deixado em aberto no miolo. Porém, a prestação de Herrera na última jornada veio acicatar sobremaneira a disputa pelo lugar. Defour tem, agora, de novo, um concorrente de peso.
No meu último artigo, referi a urgência que havia em voltar a inverter o triângulo do meio-campo, regressando ao esquema habitual, com um médio defensivo e dois “oitos”. Contra as minhas expectativas, Paulo Fonseca acabou por ceder às necessidades do colectivo e abdicou, finalmente, da sua ideia inicial de jogar com um “duplo pivot”: voltou a permitir ao “Polvo” estender, sozinho e confortável, os seus tentáculos à frente dos centrais e devolveu a Lucho um precioso parceiro na construção do jogo ofensivo.
Como já percebemos, Herrera jogou numa posição ligeiramente diferente da que Defour tem ocupado desde o início da temporada. É, por isso, difícil confrontar as respectivas prestações: nunca saberemos o que Defour teria crescido no último jogo se tivesse actuado mais adiantado, nem qual seria a resposta de Herrera se confinado a um menor raio de acção na rectaguarda do meio-campo. De todo em todo, é tentador comparar o que um e outro podem oferecer à equipa.
Defour é um futebolista inteligente, que ocupa muito bem os espaços e gere muito bem os ritmos. É, fundamentalmente, um jogador de equilíbrios. Esse é o seu grande trunfo. Com algum tempo e trabalho, Herrera – tão intenso e agressivo quanto Defour – dá toda a ideia de vir a conseguir dar esses equilíbrios ao conjunto portista, assim que se entrosar com os colegas, até porque apresenta outra disponibilidade física: é mais veloz, mais poderoso no choque e, ao contrário do flamengo, capaz de se superiorizar no jogo aéreo.
Steven Defour / Fonte: A Bola
A grande diferença entre os dois reside, essencialmente, na capacidade de desequilibrar. Não sei se tem a ver com a “personalidade futebolística” de um e de outro ou com o papel distinto que desempenharam em campo até agora, mas o mexicano parece ser bastante mais afoito e vertical nas suas acções ofensivas. Com a bola no pé, procura quase sempre encontrar linhas de passe à frente (ao contrário de Defour, que contemporiza e não se aventura), tem mais facilidade em progredir com o esférico controlado e receia menos o um para um. Sem bola, desmarca-se para zonas mais adiantadas do relvado (e não para o lado ou para trás, como Defour) e procura movimentos de ruptura. Face a estes comportamentos dentro de campo, podemos concluir que Herrera empresta muito mais profundidade à equipa: com e sem bola, tem a constante preocupação de levar a equipa para a frente e encontrar brechas entre as linhas defensivas opostas. Resumindo, Herrera tem muito mais poder para desequilibrar porque arrisca mais. E era exactamente isto que o meio-campo azul e branco precisava!
Quintero e Josué, médios mais criativos, são as outras alternativas para jogar ao lado de Lucho. Embora sejam originários de zonas centrais do terreno, a escassez de extremos de classe indiscutível no plantel tem-nos empurrado frequentemente para as alas. Dependendo da estratégia de jogo e do adversário, podem, ainda assim, vir a ser decisivos jogando no meio. E terão, por certo, oportunidades para isso. Na verdade, as parelhas que se podem construir à frente de Fernando – entre Lucho, Herrera, Defour, Quintero e Josué – são imensas e quase todas elas podem resultar. Todavia, da mesma forma que Defour tem algumas limitações a atacar, Josué e, principalmente, Quintero têm limitações a defender. Herrera parece ser o virtuoso meio-termo entre todos.
Lucho, como capitão, jogará a maior parte dos jogos. Só que os anos passam e as pernas já lhe vão pesando, pelo que se impõe uma gestão de esforço que abrirá espaço aos outros. Para lhe fazer companhia, o ideal será, por norma, ter um jogador que consiga simultaneamente equilibrar e desequilibrar, defender e atacar: o verdadeiro box-to-box. Nesse sentido, depois de o ter visto em acção, não tenho grandes dúvidas de que Herrera é esse jogador e de que o mexicano virá a assumir grande importância na equipa a curto prazo. Correndo o risco de estar a fazer juízos precipitados, parece-me claro que, em Arouca, El Zorro se revelou o parceiro ideal para El Comandante, apresentando-se como a solução para uma boa parte dos problemas do actual FC Porto.
Continuamos pela Conferência Oeste e hoje andamos pela Northwest Division. Esta divisão é constituída pelas seguintes equipas: Denver Nuggets, Minnesota Timberwolves, Portland Trail Blazzers, Oklahoma City Thunder e Utah Jazz. Aqui, a luta parece confinada aos Thunder das superstars norte-americanas Kevin Durant e Russel Westbrook, sendo os Nuggets a única equipa capaz de se juntar a Oklahoma nos playoffs.
Denver Nuggets: A grande novidade na The Mile High City é saída do veterano treinador George Karl devido a problemas de saúde, colmatada pela entrada do jovem treinador Brian Shaw. A saída de Iguodala para Golden State foi emendada com o reforço de 4 atletas que garantem mais qualidade ao plantel dos Nuggets. Nate Robinson promete formar uma dupla supersónica com Ty Lawson, capaz de dar muitas alegrias aos seus adeptos. O destaque vai ainda para a confirmação de Kenneth Faried como um dos melhores Power Forwards da NBA. O coletivo irá sobrepor-se à falta de superstars e Denver irá conquistar um dos lugares do Oeste para os playoffs.
Principais Entradas: Nate Robinson (Chicago), Darrell Arthur (Memphis), Randy Foye (Utah) e JJ Hickson (Portland)
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Minnesota Timberwolves: Até agora, a principal contratação dos Timberwolves é mesmo a renovação com o poste sérvio Nikola Pekovic, que viu o seu contrato renovado por 5 anos e com um chorudo salário de 47 milhões de dólares. Apesar de ter jogadores com muita habilidade como o All-Star Kevin Love e o talentoso base espanhol Ricky Rubio, a forte concorrência a Oeste deverá desfazer todas as aspirações da equipa de Minnesota em alcançar uma posição no top 8 da conferência. Veremos como se comporta este franchising que ainda parece procurar uma nova estratégia depois da saída há já alguns anos da sua franchise star, Kevin Garnett.
Principais Entradas: Corey Brewer (Denver), Gorgui Dieng (Rookie), Kevin Martin (Oklahoma), Shabazz Muhammad (Rookie) e Ronny Turiaf (Clippers)
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Portland Trail Blazers: A jovem equipa de Portland reforçou-se bem, com as entradas de Thomas Robinson e Mo Williams, que prometem melhorar a rotação do banco dos Trail Blazzers. A equipa de LaMarcus Aldridge e do rookie do ano de 2012, Damian Lillard, com médias verdadeiramente fantásticas de 19 pontos, 3,1 ressaltos e 6,5 assistências por jogo, prometem entrar na luta pela última vaga dos playoffs e são uma das equipas que, na minha opinião, podem surpreender na toda-poderosa conferência Oeste. Nicolas Batum, Wesley Matthews e o jovem Meyer Leonard prometem melhorar os desempenhos obtidos na época passada e superar as 33 vitórias e 49 derrotas da época passada. Uma jovem equipa a seguir com atenção…
Principais Entradas: Robin Lopez (New Orleans), Thomas Robinson (Houston), Mo Williams (Utah), Dorell Wright (Philadelphia), Ronnie Brewer (Oklahoma)
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Oklahoma City Thunder: Os candidatos naturais à conquista da Northwest Division. A equipa de Oklahoma irá iniciar a temporada sem Russel Westbrook, que recupera da sua cirurgia ao joelho direito, mas Reggie Jackson tem demonstrado que está à altura e que será o substituto natural de Westbrook. A grande novidade ao nível da rotação dos Thunder deverá ser Jeremy Lamb, que, após uma desastrosa época de rookie, parece ter amadurecido e estar capaz de se assumir como o 6º jogador da rotação. Se não houver surpresas Oklahoma deverá atingir o top 3 da conferência Oeste e assumir-se como um dos candidatos ao título da NBA. Honestamente, penso que os Thunder estão demasiados dependentes de Kevin Durant e a escassez de soluções no banco de suplentes poderá ser crítica nos jogos a eliminar, com a fadiga acumulada numa exigente regular season de 82 jogos. O norte-americano Kevin Durant deverá ser novamente um dos candidatos a MVP da regular season e um dos melhores marcadores da prova. Em 2012 teve uma média de 28,1 pontos por jogo.
Principais Entradas: Steven Adams (Rookie), Ryan Gomes (Artland Dragons – Alemanha), Andre Roberson (Rookie)
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Utah Jazz: Em profunda reestruturação, a equipa de Salt Lake City perdeu os seus dois jogadores interiores (Al Jefferson para os Bobcats e Paul Millsap para Atlanta) e atacou o draft deste ano com a aquisição do jovem base Trey Burke, que conduziu Michigan à final da NCAA, e do poste francês Rudy Gobert. Uma das equipas com mais história na competição. Quem não se recorda dos grandes jogos dos Jazz de Karl Malone e de John Stockton contra os Bulls de Michael Jordan? Contudo, os Jazz parecem estar confinados a ver os jogos da decisão da Liga pela TV. Mas nem tudo é mau em Utah. A mais jovem equipa da NBA promete, a curto-médio prazo, tornar-se numa das equipas mais difíceis de bater. Comandados por Gordon Hayward e Derick Favors, prometem dar espetáculo, mas a falta de consistência ainda deverá ser o principal inimigo da equipa comandada por Tyrone Corbin.
Principais Entradas: Trey Burke (Rookie), Rudy Gobert (Rookie) e Brandon Rush (Golden State)
“No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era informe e vazia.” (Livro do Génesis, capítulo I). Vamos falar por parábolas. Ou metáforas. James Naismith (1861-1939), professor de Educação Física, natural do Canadá mas residente nos Estados Unidos, decide criar um jogo. Vai ser o simples humano que irá, apenas e só neste pequeno ensaio, representar o papel divino.
“Fiat Lux!*” E a luz fez-se: Naismith deu a conhecer a aurora. Depois de ser educado na Universidade de McGill, no vizinho do norte dos Estados Unidos da América, onde se formou em Medicina e Teologia, foi a vez de um raio luminoso atingir a ideia cintilante que pairava na cabeça do professor. James já integrava o corpo docente da Internacional YMCA Training School, em Springfield (não a dos Simpsons, que, para quem não sabe, fica no Oregon), Massachusetts, e teve-a no saudoso ano de 1891, durante a última década do velhinho século XIX; choques imperialistas se afloravam. E Naismith decidiu que, em vez da guerra, se deveria criar um desporto mais social, onde o contato físico fosse abolido e penalizado.
James A. Naismith, o criador do Basquetebol www.kshs.org
“Haja um firmamento entre as águas para as manter separadas umas das outras.” E Deus (ou Naismith?) fez a separação de águas e decidiu que o basquetebol desenrolar-se-ia num ginásio, para ser praticado independentemente das mudanças climáticas que viessem a ocorrer. Cesto e bola são os componentes básicos. Assim estava criado um dos desportos mais famosos e emocionantes do mundo.
“No princípio” constava de nove jogadores; depois passou a sete; por fim, ficaram cinco. A estreia foi em Amsterdão, nas Olimpíadas de 1928, mas a título de apresentação – tal como nos jogos seguintes, quatro anos depois, em Los Angeles. Contudo, faz parte das modalidades olímpicas desde os Jogos de Berlim, em 1936; aí foi Jesse Owens quem brilhou. Hitler não o quis cumprimentar, a imprensa internacional denunciou. O karma tratou do assunto.
Os dois objetos mais importantes da modalidade desporto.sapo.pt
“Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança (…) Ele os criou homem e mulher.” Mas no basquetebol elas foram criadas mais tarde. Só em 1976, nos Jogos Olímpicos de Montreal, tiveram o direito de ver também esta modalidade inserida na competição mais importante do mundo.
De quando em vez voltaremos ao assunto dos primórdios do basquetebol, nomeadamente na evolução dos sistemas táticos, regras e modelos de jogo, para termos uma maior noção deste espetacular desporto. “E Deus viu que isto era bom.”
“Dumbo” foi a quarta longa-metragem de animação da Disney produzida em 1941. A parábola gira em torno de um elefante renegado e ridicularizado pelas suas orelhas de tamanho exagerado. A certa altura o bicho descobre que pode voar e a coisa acaba por se endireitar. Luís Filipe Vieira é um dumbo de orelhas tão grandes que além de não conseguir voar é surdo. É o nosso presidente, pois claro, aquele que reordenou as fileiras e pôs a carruagem a andar depois de desastrosas passagens pela poltrona maior do Benfica. Quanto a isso estamos de acordo. Quanto ao resto não há nada que bata certo.
Sou um benfiquista doente e incorro muitas vezes em gritos precipitados de revolta para com os jogadores e treinadores que nos representam, porque me custa a entender, em alguns casos, a aparente falta de vontade e atitude demonstrada dentro de campo. Mas, para mim, o grande problema não está aí. Há anos que fazemos opções erradas. O homem percebe mais de pneus do que de futebol. Retirou Rui Costa do cargo de director-desportivo sem ninguém perceber muito bem as razões, chutou treinadores que tiveram muito menos tempo que o actual, faz contratações estranhas, em que depois de adquirir o passe dos jogadores os envia para os Emirados Árabes Unidos, a troco de sabe lá o quê. Roberto foi do Benfica até este ano. Pizzi foi para o Espanhol. Conclusão: não deve pôr dinheiro ao bolso nem nada que se pareça. Além disso, veja-se as contratações. Algumas são boas e transformam-se em dinheiro, é verdade, as restantes são estrelas da equipa b ou correm a América do Sul e a Europa em clubes em que o progresso se vê à distância que vai não acontecer. Portugueses de valor não jogam: Miguel Rosa, André Gomes, Ivan Cavaleiro, João Cancelo, Luís Martins, tantos outros. Já para não falar dos exemplos de jogadores que foram contratados e nunca chegaram a vestir a camisola do glorioso em ocasiões oficiais. Carraça é um dirigente grunho, que desde que estava nas formações apresenta claros sinais de falta de inteligência. E a lista prosseguiria.
Jorge Jesus e Luís Filipe Vieira…em amena cavaqueira Fonte: Record
Que Jesus tem o seu ciclo terminado ninguém deve ter muitas dúvidas, os próprios jogadores parecem senti-lo. Mas não acho justo que se aponte o dedo a apenas um culpado, as suas opções tácticas nem sempre são perceptíveis, mas a gestão de Vieira é, mais do que qualquer coisa, algo que deveria levar todos os benfiquistas a reflectir. A lata com que se pronunciou sobre a arbitragem depois do jogo com o Belenenses é um motivo de vergonha para qualquer benfiquista crítico e sério. As transferências duvidosas devem permanecer na escuridão tal como estão todas as ilegalidades que Pinto da Costa faz pela invicta. A diferença é que este criou um monopólio e uma cultura vencedora – Vítor Pereira foi campeão lá – que assegura títulos e jogadores. Fernando não saiu, Jackson…vamos ver por quanto sairá, Ramires foi oferecido e esperemos por Garay. O Dumbo é mouco e recusar-se-á a levantar o rabo do seu lugar. Enquanto se gritar “Jesus para a Rua” e se evitar dizer o que tem que ser dito, o Benfica pode até num ou outro ano ganhar um título, mas não criará uma identidade própria, fixa e determinada que todos os adeptos deviam exigir. É triste, mas é assim.
Ao contrário do que acontece com tantas outras áreas da vida, o desporto caracteriza-se por ser vivido não através da razão mas sim com uma grande dose de emoção. Não faltam exemplos de pessoas habitualmente calmas e ponderadas que alteram radicalmente o seu comportamento quando a sua equipa favorita joga. E, se isto é verdade para o desporto em geral, mais verdadeiro se torna quando falamos de futebol, a modalidade que arrasta mais seguidores a nível planetário. Em jeito de apresentação e também como forma de tentar racionalizar o facto de, em criança, ter escolhido apoiar um determinado clube e não outro, neste meu primeiro texto escolhi fazer uma retrospectiva e falar um pouco da minha experiência pessoal e da minha relação com esse espectáculo apaixonante que é o futebol. Claro que uma decisão que se toma de forma inconsciente aos 4 ou 5 anos não pode ser explicada por completo e haverá muitos pormenores de que não me recordo, mas procurarei fazer o meu melhor.
Nasci numa família de benfiquistas – situação que, em condições normais, me deixaria com o destino traçado. No entanto, uns anos antes de eu nascer, a minha mãe conheceu um sportinguista com quem acabou por casar, trazendo a democracia a uma família até então habituada a um regime de “clube único”. Não posso dizer que o meu pai alguma vez me tenha imposto o que quer que seja em termos clubísticos, mas claro que, possivelmente como forma de tornar as discussões futebolísticas em futuros jantares de família um pouco mais toleráveis para o seu lado, me tentou ganhar para a causa sportinguista. Mas não foi uma tarefa fácil – não porque eu estivesse decidido a ser do Benfica, mas sim porque do outro lado tinha tios e primos a fazerem pressão nesse sentido. Contudo, nunca senti nenhuma especial atracção por esse clube, ao contrário do que desde cedo começou a acontecer com o Sporting. O mundo de uma criança é apenas formado pelos locais e pelas pessoas que esta conhece pelo que, para mim, os outros clubes que não o Benfica eram tão desconhecidos e intrigantes como o eram os mares e oceanos para os navegadores portugueses do séc. XV. “Por que será que quase todos os que conheço são do Benfica? Não se pode ser de outro clube? Como é que será?”. Eram estas as perguntas que me ecoavam na cabeça. Também achava curioso o meu pai ser de outro clube, o único na família que não era do Benfica… Por que seria ele do Sporting? Seria diferente de ser do Benfica? Já começava a ter as minhas preferências mas, para não entrar em conflito com a minha mãe nem com o meu pai, a certa altura lembro-me de andar a dizer que o meu clube era o Campomaiorense. Isto não passou de uma fraca tentativa da minha parte de adiar o inadiável, já que, naquela época, o Campomaiorense equipava e tinha um símbolo praticamente igual ao do Sporting…
Também houve outros factores que me foram aproximando do clube de Alvalade, como por exemplo o facto de na altura morar perto do estádio e de ter tido como vizinhos no prédio do lado dois jogadores sportinguistas – primeiro o Fernando Nélson e depois o Vidigal. Da janela da sala avistava-se, ao longe, uma das torres de iluminação do estádio antigo e, nos dias de jogo, para além de a minha rua se encher de pessoas com cachecóis e camisolas verdes e brancas, sempre que havia golo do Sporting conseguia ouvir os gritos dos adeptos. Certo dia, tinha ido tratar de qualquer coisa com o meu pai e depois disso passámos nas imediações do estádio, numa altura em que decorria um jogo. Vejo o meu pai a dirigir-se a um dos porteiros e a perguntar: “Posso entrar com o miúdo?”. A simpática atitude do funcionário, talvez impossível nos dias que correm, fez-me sentir pela primeira vez o ambiente de um jogo de futebol ao vivo. Assisti, de graça, à última meia hora de um Sporting-Gil Vicente, que vi agora ter sido disputado no dia 23 de Dezembro de 1995 – tinha eu quatro anos…! Outra memória que tenho de uma das primeiras vezes que fui a Alvalade é a de estar a voltar do estádio com o meu pai e ele, habitualmente muito reservado, ir a cantar a Marcha do Sporting… Ver o meu pai deixar-se contagiar por uma alegria quase infantil, como só algo que mexe emocionalmente connosco é capaz de fazer, foi um episódio que me marcou e que me empurrou cada vez mais para perto do Sporting.
Pedro Barbosa / Fonte: conversasredondas.blogspot.com
À medida que ia consolidando a minha condição de sportinguista, os benfiquistas que me eram próximos faziam as últimas tentativas de me ganharem para o seu lado. Recordo que os anos 90 não foram um período fácil para os adeptos leoninos, e as férias e reuniões de família eram sempre ocasiões difíceis devido às habituais picardias futebolísticas que os miúdos fazem. Era costume dar-me com os meus primos e com amigos deles, todos mais velhos, e numa ocasião em particular senti-me de tal forma achincalhado que, na inocência dos meus 5 ou 6 anos de idade e sem qualquer capacidade de resposta, ponderei mudar para o Benfica apenas para não ter de passar por aquilo. Foi a única vez que a minha fidelidade ao Sporting foi abalada. Porém, nunca me consegui rever naquele clube e, em parte por isso e em parte também por relacionar os benfiquistas que conhecia com uma certa sobranceria (talvez devido ao modo como se dirigiam a mim, por não partilhar do gosto deles), fixei-me permanentemente no Sporting.
Os anos seguintes correram melhor: estive dos 6 aos 15 anos numa turma quase exclusivamente de sportinguistas, e foi nesse período que celebrei os campeonatos ganhos em 2000 e 2002. A incrível chegada de Schmeichel, então o melhor guarda-redes do mundo, a fantástica metamorfose de um certo avançado argentino de “velho” para “El Matador”, a elegância de jogadores como Duscher, De Franceschi, André Cruz ou Beto, a enorme eficácia de Niculae e Jardel, o brilhantismo de Quaresma e João Pinto, tudo isto me fez sentir um enorme orgulho no clube que, contra todas as probabilidades, escolhi para defender durante toda a vida. Nos jogos da escola tentava imitar o Pedro Barbosa, meu ídolo de sempre, cujo nome os meus colegas por vezes me gritavam das (raras) ocasiões em que eu produzia uma jogada tecnicamente empolgante.
Infelizmente, depois de 2002, o Sporting entrou num período crítico em que as vitórias e as boas exibições passaram a ser a excepção e não a regra. Desde oportunidades únicas perdidas para sempre – como a derrota na final da Taça UEFA em 2005 – até momentos de vergonha que me fizeram pensar se alguma vez voltaria a ver o Sporting temível com o qual me identifico – de que é exemplo a hecatombe com o Bayern em 2009 ou o 7º lugar do ano passado – os desaires foram-se sucedendo e a esperança deu lugar ao desencanto, que teimou em persistir até praticamente ao momento em que escrevo. No entanto, durante todo esse tempo (exceptuando a última época, em que prometi não voltar ao estádio enquanto o Sporting não mudasse de rumo) não deixei de apoiar o clube e de ir aos jogos sempre que pude, à semelhança do que acontece com muitos sportinguistas. Não costumo ser uma pessoa particularmente optimista, e muito menos no que toca a futebol, mas ainda assim atrevo-me a dizer que o pior já passou. O Sporting encontra-se em plena mudança de ciclo e enfrenta uma batalha que, em primeiro lugar, tem de ser travada a nível interno. Só depois de arrumada a casa poderemos, tanto no futebol como nas modalidades, recuperar o tempo perdido e consolidar um estatuto que é nosso por direito: o de Maior Potência Desportiva Nacional.
Como não tenho SportTV em casa, os fins-de-semana são passados em casa do meu avô. Isto implica conversas de taberna condicionadas pelo respeito à minha avó, até porque ela fica incomodada quando os jogadores escarram para a relva.
Quando vejo o FC Porto sentado ao lado dele, para além do comando ficar guardado religiosamente no seu bolso, existem dois jogadores que não são poupados: Mangala e Hélton. «Lá vai ele partir uma perna» ou «Lá está ele a inventar com os pés» são as frases que vocês vão decorar quando Mangala e Hélton estão em grande plano.
Mas, óptica minha: o eterno Guarda-Redes e o Central – que poderá valer muitos milhões de euros – têm sido vítimas da performance colectiva.
Hélton é indubitavelmente um guarda-redes de topo e já muitos pontos assegurou ao FC Porto. Sim, também já fez perder alguns, como qualquer outro jogador que defende as redes da sua equipa e o histórico é um dado que nunca defendeu o profissional que calça as luvas, nem nunca o defenderá. Mas o brasileiro é mais do que um mero goleiro e continua a encaixar no sistema do FC Porto: Hélton funciona frequentemente como líbero da equipa e – como se verificou nos primeiros 45 minutos do jogo com os colchoneros – foi provavelmente um dos jogadores que mais passes efectuou, a par de Mangala e Otamendi. Hélton é extremamente útil pela habilidade que transporta nos seus pés, tendo em conta que é um elemento com o qual a defesa pode contar para fazer circular o esférico, com segurança, na pressão da equipa adversária. Uma saída em falso, um golo concedido. Um erro que se agiganta por influência directa no resultado, mas esta é a intemporal conversa sobre a relação papel-influência que os guarda-redes desempenham. Porém – e dando o braço a torcer ao meu avô -, Hélton inventa em algumas situações e, sendo naturalmente o último homem, torna-se preocupante.
Isto acontece – tal como no jogo contra o Estoril – porque Hélton goza de uma auto-confiança invejável: um guarda-redes tem que ser necessariamente excêntrico e concentrar toda a importância do jogo no seu ego, nas suas luvas e – no futebol moderno – também nos seus pés. O excesso de confiança de Hélton já fez perder alguns pontos (quem não se lembra da magnífica exibição do brasileiro em Stanford Bridge até sofrer um frango por entre as pernas?), mas um guarda-redes vive o momento com uma intensidade completamente diferente: precisa de ser egoísta quanto baste e, em simultâneo, não confiar totalmente no lance, isto é, em cada jogada – seja para socar, agarrar ou pontapear a bola -, o goleiro define um limiar importante, deambula entre o excesso e a escassez de confiança. O seu erro paga-se caro e custa imediatamente golos.
Hélton / Fonte: http://imgs.sapo.pt/
Hélton é o guarda-redes que conheço que alimenta todos os seus momentos com o ego e não o contrário, quer isto dizer, Hélton recusa a importância da primeira defesa do encontro para nutrir auto-confiança; ao invés, o guarda-redes do FC Porto explora o primeiro lance para provar que está vivo e, portanto, para que o jogo lhe corra bem terá que se mostrar. O brasileiro tem técnica com os pés e deve ter ensinado, inclusive, Fernando a dar uns toques, mas a sua alma deveria ficar nas luvas. A fotografia é fundamental para Hélton e qualquer adepto apaixonado por Futebol não o pode recriminar, porque espectáctulo paga-se e deve ser visto.
Não acredito que Hélton tenha o seu lugar ameaçado, sobretudo pela tamanha importância que tem na equipa; de facto, agiliza a comunicação entre sectores e é veículo de interacção no próprio terreno, não poupando energia para enquadrar os colegas nas suas posições, corrigir marcações ou – até mesmo – para celebrar com a claque, assumindo-se como pivot entre a equipa e os adeptos. Hélton significa emoção e é, curiosamente, nos piores momentos do colectivo que decide acordar o Maradona que tem em si, na tentiva de provocar – ou talvez alertar – os colegas em campo; e, claro, porque tem necessidade de tornar batalhas campais em espectáculo.
Mangala, por sua vez, é um central com um potencial tremendo e voos altos lhe esperam. Sentar o fracês no banco significa perder dinheiro. Colocar Maicon em campo significa maior necessidade para recuperar a forma invejável das épocas anteriores. A meu ver, Mangala tem todas as condições para continuar a gladiar adversários com a braverua que transpira. Cada lance de Mangala é vivido – por qualquer adepto do FC Porto – com menos oxigénio no corpo do que com qualquer outro defesa, pela necessidade de travar a respiração enquanto aquela obra da natureza corre em direcção ao atacante: cartão vermelho ou um dos melhores cortes do fim-de-semana.
Mangala / Fonte: http://www.doyensports.com/
Imperial no jogo aéreo, Mangala dá golos e proíbe muitos outros. Um jogador que, no papel, habita no eixo mais descaído à esquerda da defesa portista, mas que se voluntaria para dobrar Otamendi e, muitas vezes, o próprio Danilo, tem que forçosamente ser titular. Durante um jogo do FC Porto, perco a conta aos cortes de Mangala mas, até mais importante, às movimentações que cobrem as lacunas dos colegas. É um verdadeiro tanque de guerra, pronto a recuperar qualquer bola que passe pela primeira parede: Fernando.
Os seus índices de agressividades são consquências naturais do seu fisíco: Mangala alia força à velocidade. É um jogador explosivo e utiliza músculo para chegar à frente, sendo que a sua elasticidade tem decidido muitos lances. Exige-se a um central bravura e uma agressividade controlada, mas – para tal – é importante que Mangala confie nos companheiros. A recente performance do FC Porto não permite que o jovem francês cresça nesse sentido, isto é, o sistema 4x2x3x1 convida Alex Sandro e Danilo a rasgar o meio-campo, desprotegendo a defesa; tendo a baliza mais exposta, creio que Mangala imprime a cada lance a necessidade máxima de distanciar bola e adversário. Em pouco tempo, estaremos a falar de um dos melhores defesas do mundo, mas terá que transformar a agressividade em inteligência.
Tem um poder de antecipação tão forte que, abraçado à sua aceleração, não necessita de ter um posicionamento exímio, isto porque está capacitado para chegar rápido ao lance e ocupar com facilidade o espaço. Ainda assim, é também uma especificidade a ser trabalhada. Varane terá em Mangala o seu melhor amigo, no eixo da defesa gaulesa.
Francesco Totti é um nome incontornável para todos os amantes de futebol. Para além do seu indiscutível talento, tem um carisma ao alcance de poucos. É uma figura de que é fácil gostar, mesmo tendo uma postura de bad boy, algo presunçosa, por vezes. E recordo uma afirmação do próprio: “só há um jogador a fazer coisas que eu nunca poderia fazer, que é Messi”. Tudo dito.
O mítico camisola 10 da AS Roma (é capitão desde os 21 anos) é um dos últimos one-club man. E, ao que parece, não está satisfeito com as 22 épocas que já leva ao serviço dos giallorossi. Apesar dos seus 38 anos, renovou pela “sua” Roma até 2016!
Lenda viva do Calcio – é o segundo melhor marcador de sempre, à frente de nomes como Del Piero, Inzaghi ou Batistuta -, Il Gladiatore, como é conhecido, é um dos melhores jogadores italianos da história e, aos 38 anos, vai mantendo as suas qualidades intactas.
Il Capitano / Fonte: forzaitalianfootball.com
Na última jornada da Série A, o avançado esteve em destaque na vitória por 3-0 sobre o Inter de Milão, em pleno Giuseppe Meazza. A excelente exibição que realizou, coroada com dois golos (um deles apontado de forma brilhante), permite ao emblema da capital manter-se invicto na liderança. Sem a capacidade física de outros tempos, Totti vale-se da experiência acumulada para fazer a diferença. A qualidade de passe e potência de remate que possui ainda fazem muitos estragos. Ainda assim, não é de esperar que o jogador de 38 anos consiga manter um rendimento regular ao longo de toda a temporada. É previsível que a estrela romana venha a ter quebras de forma. Mas há algo que importa não esquecer no futebol: a forma é temporária, a classe é permanente. E Totti até a andar tem classe.
PS – Olhando para a carreira de Totti, é evidente a falta de títulos. Venceu apenas uma Serie A. Quem sabe se a Roma não poderá causar uma surpresa. Por este início de campeonato, a equipa de Rudi Garcia promete. Mexeu-se muito bem no mercado, formou um conjunto muito competitivo – o trio de meio campo composto por De Rossi, Strootman e Pjanic é seguramente um dos melhores da Europa até ao momento –, tem uma defesa muito segura (apenas 1 golo sofrido) e jogadores capazes de decidir individualmente, como Gervinho e o jovem Ljajic. Contem com eles para lutar pelo título.