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Somos demasiado bons para estes jogos

Ainda antes do início do jogo, comecei a pensar no que poderia escrever neste artigo. Sem Cristiano Ronaldo e Pepe, Varela e Neto assumiram os lugares, Josué estreou-se a titular no lugar de Ruben Micael e Fábio Coentrão regressou ao lugar que lhe pertence. Não seria difícil acertar naquilo que foi o desenrolar dos primeiros 30 minutos de jogo, até à expulsão de Joachim, jogador luxemburguês. Oportunidades de golo desperdiçadas com a trave à mistura, passes falhados e sem nexo e um futebol desgarrado, como vem sendo habitual nos últimos jogos da Selecção. A expulsão fragilizou ainda mais o Luxemburgo, a quem a bola parece sempre ser um objecto estranho que por ali anda. Varela disfarçou mais uma exibição fraca (como, Paulo Bento, como?) e inaugurou o marcador após um bom passe de João Moutinho. Poucos minutos depois, em nova combinação com João Moutinho, Nani fez o segundo e deu alguma cor a um jogo sem ideias. Boa resposta do jogador do Mónaco após o mau jogo frente a Israel: sim, o João Moutinho fez um mau jogo.

A segunda parte nada trouxe de novo. Mais 45 minutos de um longo bocejo aqui e ali interrompidos pelo atrevido Luxemburgo, que com dez elementos conseguia chegar à baliza de Rui Patrício a seu bel-prazer. Hélder Postiga acabou por fixar o resultado final após um ressalto na grande área, aos 80 minutos. Resultado final porque Hugo Almeida decidiu rechear ainda mais a sua conta de golos-inexplicavelmente-falhados-à-frente-da-baliza-deserta.

Nani fez o melhor golo do jogo após passe genial de Moutinho / Fonte: Renascença
Nani fez o melhor golo do jogo após passe genial de Moutinho / Fonte: Renascença

Os níveis de concentração e de atitude de Portugal deixaram, uma vez mais, muito a desejar. Parece que nos consideramos bons demais para enfrentar selecções amadoras. Para quem nunca ganhou qualquer título em toda a história, revela-se, jogo após jogo, uma atitude arrogante e sem razão de ser.

Esta Selecção portuguesa parece aqueles autocarros apinhados de gente: há sempre lugar para mais um e devagar, devagarinho lá chegam ao seu destino. Há sempre espaço para Paulo Bento nos surpreender nas convocatórias, com a chamada de jogadores completamente desfasados da realidade da Selecção ou sem qualidade para sequer a integrar. Só para José Fonte, Manuel Fernandes ou Vaz Tê é que o autocarro está mesmo cheio. Mas continua tudo Sereno, ninguém levanta ondas e a coisa vai Rolando. Até há espaço para dois guarda-redes no banco deixarem Cédric e Nélson Oliveira na bancada.

Estamos no play-off e nada de novo aqui, visto que se trata de um cenário recorrente desde Scolari. Vamos lá agora quebrar tradições tão portuguesas, deixar tudo para a última é o nosso nome do meio! Portugal colheu aquilo que semeou em toda a fase de apuramento, quando não teve vontade de correr um pouco mais e mostrar que merecia (já) estar no Brasil. Quem empata com a Irlanda do Norte em casa (em rugby seria um feito) e repete a proeza duas vezes(!) com Israel, tem de se dar por contente com esta segunda “vida”.

 

Ola John e Rodrigo: Se não dá, não dá

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Glóbulos Vermelhos

Esta é uma história com pontos de convergência e de afastamento. Uma espécie de sensação sombria, uma comichão na nuca em reflexo de desapontamento. Há coisas que não se explicam, desaparecimentos de futuros, aparentemente glórias do presente em que actuaram, craques da bola – pensemos em nomes como Quaresma, Sahin, Drenthe, Freddy Adu, Keirrison, Giovani dos Santos, Downing, já para não falar daqueles clássicos do futebol português – são fenómenos recorrentes. E desde já quero afirmar que não é por esse caminho pelo qual me vou debruçar. Mas antes pela estranheza de dois casos bem actuais no Benfica. Um custou quase 10 milhões, outro custou cerca de 6. Falo de Ola John e de Rodrigo.

Primeiro que tudo: parece-me evidente que qualquer pessoa admite que são dois exemplos de muita qualidade, quer técnico-táctica, quer de potencial futuro. Não falamos de coxos, claramente não. O holandês impressionou qualquer um naquela eliminatória de apuramento para a Champions, com a sua explosão na finta e cruzamentos teleguiados. Mesmo para quem já tivesse visto jogos anteriores do Twente, ou dos sub-21 da Holanda, percebia-se a olho nu que se tratava de um miúdo com fome de bola e que, decerto, daria o salto para outro campeonato. Um agitador portanto. E foi assim que chegou à Luz. Com vontade de ouvir os adeptos gritarem por si, com rasgos de génio e, quase sempre, exibições constantes. Com o acumular de jogos, percebeu-se que Ola é um jogador que nem sempre entra bem, que precisa de tempo em campo para que a sua movimentação saia mais fluída, mas nem assim deixou de jogar relativamente bem, já não era o puto convicto e aguerrido, mas acrescentava qualidade, a bola na cabeça do ponta-de-lança, ora a linha ora o meio como habitats naturais. Veja-se hoje o jogador que existe. Não corre absolutamente nada, chega à linha e devolve a bola para o lateral, não tem atitude, chega a ter menos que o soneca Geovanni. É um claro exemplo, não só de insolência, pense-se no que ganha e nas oportunidades que tem tido em relação a outros jogadores do plantel A e B, até dos juniores, e, isto é que é mais estranho, medo. Não tem a coragem que nos habituou de agarrar a bola e partir para cima da defesa, não tem a velocidade com a bola no pé, não tem quase nenhum factor, actualmente, que o façam jogar constantemente pelo Benfica.

Já (te) vimos melhor, Rodrigo? Fonte: spiny-norman.blogspot.com
Já (te) vimos melhor, Rodrigo?
Fonte: spiny-norman.blogspot.com

Rodrigo é detentor de um pé-esquerdo fantástico, de uma finta curta invejável e de um enorme toque de bola. Joga em qualquer posição do ataque, talvez menos a 10, e por norma, executava-o com muita qualidade, ou pelo menos esforço. E nisso não sou injusto, Rodrigo, apesar de nunca mais ter sido o jogador que era desde aquela lesão do atrasado mental Bruno Alves, não deixa de ter atitude, de querer mostrar ao Jesus que lhe deve dar mais uma oportunidade. E diga-se, se corre e se mata em jogos, deve fazê-lo também nos treinos. Mas quem se recorda do brilhantismo com que, depois daquela época de empréstimo no Bolton, se afirmou na Luz com golos e assistências, toques deliciosos e alegria no jogo. Hoje, o avançado espanhol não passa de mais um exemplo de jogador esforçado, aparentemente pouco dotado, e que oferece muito pouco ao jogo do glorioso. E aquele empate em Old Trafford a 2 bolas? Não me vou esquecer de como se matou a incomodar gigantes como Ferdinand, Vidic e Evra. A questão é que, no caso dele, a atitude não pode chegar nem justificar consecutivas oportunidades para tão pouco aproveitamento. Nélson Oliveira teve muito poucas e parece que vai continuar a ter, Rodrigo Mora idem, Nolito foi de vela e é senhor do Celta. E isso parece-me injusto.

São, pois claro, dois casos diferentes. Mas com uma conclusão mais ou menos idêntica: não duvido que se devem tornar dois jogadores de muita classe – se assim o quiserem e não tiverem muitas lesões – mas, tal como o seu treinador, são casos de insucesso actual no nosso Benfica. Quando não dá, não dá. Há mais quem queira, há mais quem faça. E o Benfica bem precisa.

Renovar ou não renovar, eis a questão

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portosentido

Em Hamlet, escrito por William Shakespeare, é o próprio Hamlet que segurando uma caveira pronuncia a célebre frase “To be or not to be, that is the question”, Em português, Ser ou não ser, eis a questão. No Porto, Jackson Martinez faz o papel de Hamlet e a caveira transformou-se num contrato com o F.C.Porto.

Tanto Jackson Martinez como o seu empresário, Luís Manso afirmam que o desejo é renovar com os azuis e brancos. Manso disse ainda que Jackson está focado no Porto e que não há intenção do avançado colombiano mudar o emblema que representa. Os factos são claros. O contrato de Cha Cha Cha Martinez liga o jogador ao Porto até 2016 com uma cláusula de rescisão fixada em 40 Milhões de Euros. Tanto o avançado e o agente como os dirigentes do Porto confirmam que é um objectivo comum manter Jackson no Porto. Jackson Martinez é, actualmente, dos activos mais, senão o mais, valiosos do plantel portista. Em caso de renovação, o contrato de Jackson, de que o Porto detém todos os direitos, vai passar a ter uma cláusula de rescisão de 60 Milhões de Euros. Mais 20 Milhões do que actualmente estão estipulados.

No mundo do futebol nada se pode dar por certo até estar certo. Caso mais recente foi a contratação de William, que rumou a Stanford Bridge em vez de White Hart Lane. Isto é, embora haja o compromisso, falado, de que há interesse de ambas as partes numa renovação, são muitos os rumores que apontam Jackson a outro grande emblema europeu. O mais recente é o colosso Real Madrid. Por terras espanholas Jackson faz capas de jornais e é apontado como o “novo número 9” da equipa de Madrid. Desde a saída de Gonzalo Higuain para o Nápoles que o Real Madrid se encontra no mercado à procura de um novo ponta-de-lança para fazer concorrência a Benzema. Falou-se em Falcao (AS Mónaco) que se dizia “insatisfeito” com o projecto do Mónaco, Luis Suárez (Liverpool), jogador mal-amado e contestado em Inglaterra, Robert Lewandowski (Borussia Dortmund), jogador que tem, consistentemente, aumentado de valor devido à sua qualidade e boas exibições. A estes colossos da grande área junta-se… Jackson Martinez.

Jackson Martínez / Fonte: http://cdn.controlinveste.pt/
Jackson Martínez / Fonte: http://cdn.controlinveste.pt/

O Porto de Paulo Fonseca é mais forte com com Jackson. O avançado colombiano é uma peça fundamental da forma de jogar do Porto. Com a sua grande mobilidade, que lhe permite surgir em qualquer parte da área para fazer o golo, e a grande capacidade de finalização (tanto de cabeça como com os pés), Jackson é um jogador que faz a diferença e que não pode ser deixado de parte. Mas Jackson Martinez nasceu para estar só. O colombiano é um jogador que joga sozinho na área, sem companheiro. As tentativas de Paulo Fonseca em colocar um homem ao lado de Jackson foram ,sempre, mal executadas.

No entanto, negócios com valores, tanto de 40 como 60 milhões, é algo que o clube azul e branco não pode deixar passar. Pinto da Costa é conhecido por fazer grandes negócios com grandes retornos financeiros para o Porto. Pois, como portista que sou, que o nosso presidente se despache a renovar. O comboio Cha Cha Cha está na estação do Porto mas aproxima-se a partida para uma outra estação. Há apenas uma hipótese: Jackson renova, fica até ao final do ano e, só então, sai pela cláusula de rescisão estipulada no contrato. É audaz, sim. Mas o Porto também sabe fazer negócios audazes.

Bairrismo Sofisticado

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Se vamos falar da Bundesliga, podemos até nem começar pelo Bayern de Munique de Pep Guardiola. Os 3,31 golos marcados por jogo permitem considerar o campeonato alemão o melhor do Mundo. A Taxa de Ocupação assusta o adepto português e os índices de competitividade não se reflectem apenas nos 17 cartões vermelhos já exibidos. Calma! Não precisam de ir para o Münster Arkaden agredir árbitros.

Para além dos estádios a rebentar pelas costuras, dos resultados imprevisíveis e dos autênticos 90 minutos de jogo jogado, existe uma orgânica em torno de um espectáculo que mantém o equílibrio já há vários anos.

O factor económico é, indubitavelmente, o motor da Bundesliga: as grandes assistências são motivadas por preços razoavelmente acessíveis, ao cidadão alemão. Ainda assim, a influência demográfica terá naturalmente algum peso nas bancadas, não apenas por haver alemães à brava: na Alemanha existem várias cidades com mais habitantes do que Lisboa e – todas elas equipadas com as melhores infra-estruturas – são terreno fértil para germinar o espírito bairrista. Sim, um bairrismo sofisticado! Não se pode ignorar a história germânica nem o impacto que teve (e que continuará a ter) no desenvolvimento natural das cidades, dos grupos sociais e de outros conceitos de Max Weber, dos quais agora não me recordo. As razões históricas sustentam a paixão pelo nosso bairro, pela cidade em que se vive e esse sentimento é fortalecido pelas longas distâncias entre cidades, uma vez que um cidadão de Dortmund está a 600 km de Munique; distância perpetuada na injecção de pertença que se dá aos recéns-nascidos de Stuttgart e o mesmo acontece em Nürnberg. Por isso, o teu nome é Schweinsteiger, nasceste na Baviera e agora defende o teu bairro.

Westfalenstadion / Fonte: http://i.dailymail.co.uk
Westfalenstadion / Fonte: http://i.dailymail.co.uk

E se este modelo de reprodução social não chega, surge uma indústria televisiva alienada às receitas de bilheteira, a venda de merchandising abraçada ao patrocínio de Multinacionais. A Bundesliga é fortemente caracterizada pela publicidade enquanto fonte de rendimento para os clubes. Deutsche Telekom, Gazprom, Volkwagen, Emirates, Mercedes são algumas das marcas que escalam montanhas de dinheiro para colocar o nome ou numa camisola ou num estádio, exceptuando casos de compra directa, como a Allianz, ou até de fundação, como a Bayer.

Relativamente ao produto propriamente dito, isto é, a qualidade futebolística, esta tem evoluído ao longo dos tempos. Muito embora elogíe a macro-ciência do campeonato, consigo inclusive identificar erros vitais na gestão desportiva de alguns clubes alemães, que cegam ao olhar de frente para um Bayern: muitas contratações falhadas, jogadores desperdiçados e salários milionários que contradizem o culto pela racionalidade germânica. Porém, este handicap tem sido trabalhado através da aposta constante nos talentos nacionais que, antes dos 20 anos, já estão a ser projectados nas equipas principais, tendo a oportunidade de ser – uma vez mais – lançados na equipa nacional, que funciona paralelamente à performance dos clubes. Aliás, a selecção alemã só beneficia os clubes, valorizando potenciais jogadores e, portanto, atraindo colossos europeus.

Algumas equipas são ainda alimentadas com muitos jogadores estrangeiros no plantel, mas verifica-se a tendência descontínua para contratar no mercado externo ou – pelo menos – jogadores já ultrapassados e que auferem salários astronómicos. É claro que a equipa de Guardiola é um caso à parte e é um assunto que costuma gerar conversa entre mim e o meu avô, mas ficará para a próxima.

Um reencontro moroso: Indian Open

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cab Snooker

Sabia que o bilhar já foi mais popular na Índia do que em Inglaterra? Pois é verdade. Há quem defenda que o bilhar era um jogo muito conhecido e o mais jogado entre o Exército Britânico quando este estava na Índia Britânica, no séc. XIX. A partir daí começaram a surgir variantes, chegando hoje àquilo a que chamamos snooker. Quase século e meio depois, este “romance” entre a Índia e este desporto volta a ter história.

Pela primeira vez, Nova Deli é palco de um evento para o ranking mundial. O Indian Open iniciou-se ontem, segunda-feira, e decorrerá até dia 18 de Outubro. Tem como prize Money um total de £300,000 (ronda os 353 000€), dos quais £50,000 (mais de 58 000€) vão para o vencedor.
Durante os dias 11 e 12 de Agosto, 128 jogadores estiveram nas qualificações em Doncaster Dome, South Yorkshire, Inglaterra, de onde se apuraram 64 para a fase final, no hotel Le Méridien, em Nova Deli. (siga o link para ver os jogadores apurados: http://livescores.worldsnookerdata.com/RoundList/Tournament/13539)

Com o início de uma maior deslocalização dos torneios, é dada a oportunidade a todos os fãs de snooker de estarem mais perto dos melhores jogadores do mundo e de assistirem a um verdadeiro cenário de sonho. Uma decisão acertada, a meu ver, visto que a Índia é o segundo país com mais população, contando com mais de 1.21 bilhões de habitantes. Recordo que a maioria dos torneios tem lugar no Reino Unido e na China.

Os jogadores indianos Pankaj Advani (nº 70 no ranking mundial) e Aditya Mehta (nº 72) ficaram qualificados para este evento; não poderiam estar mais entusiasmados por jogar em casa e por ter como adversários nomes como Mark Selby, Stuart Bingham, Ding Junhui, Neil Robertson e John Higgins. Ter um torneio desta magnitude no seu país é um verdadeiro incentivo a todos os jogadores e um “gatilho” para os mais novos e inexperientes. Advani disse mesmo que “o cricket será sempre o número um na Índia (…), mas nós estamos agora à espera de construir uma cultura de snooker”.

Aditya Mehta no Indian Open https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/1380009_10151614824997062_1867351867_n.jpg
Aditya Mehta no Indian Open

A Billiards and Snooker Federation of India (BSFI) assinou um contracto de três anos com o World Snooker para sediar o campeonato na Índia.

Portugueses pela Europa

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cab Volei

Primeira Guerra Mundial: os militares americanos trazem à Europa pela primeira vez o voleibol. O que é menos conhecido pela grande maioria dos portugueses é que uma parte importante dessa divulgação do desporto, ainda numa fase primária, foi feita através de Portugal ou dos Açores e das bases militares americanas de apoio à 1ª Guerra Mundial.

Este facto, tão desconhecido numa realidade geral, reflete-se no fator de desconhecimento da modalidade e da repercussão que esta tem nos dias de hoje também.

O destaque da Federação Portuguesa de Voleibol esta semana dá-se com Alexandre Ferreira e a sua estreia pelo Diatec Trentino, o campeão italiano e tetracampeão mundial de clubes (competição anual organizada pela Federação Internacional).
Integrando o seis inicial da Supertaça Italiana 2013, o internacional português pontuou 8 vezes e cativou o público italiano, que se mostrou surpreendido. A imprensa italiana refere o mesmo.

Alexandre Ferreira (fonte: http://www.fpvoleibol.pt/)
Alexandre Ferreira
Fonte: fpvoleibol.pt

Estamos a falar de uma competição mundial e de um jogador formado no país – só isto já é de louvar. Hoje em dia, creio que é mais que visível a importância dada à formação, facto que não me canso de repetir e que marca toda a diferença. As seleções portuguesas mostram-se interessadas na competição internacional, na performance dos seus atletas desde as camadas mais jovens e na sua inclusão nos maiores projetos do voleibol português, tomando, mais tarde, outros projetos fora do país como opção pessoal.

Portugal está cheio de bons exemplos do bom voleibol que se faz, e a internacionalização do nosso trabalho cada vez mais nos dá frutos.

Esta é uma lista da Federação Portuguesa dos portugueses atualmente a militar noutras formações europeias de algum renome:

Alexandre Ferreira – Diatec Trentino (A1, Itália)
Filipe Pinto – Itely Milano (A2, Itália)
Nuno Pinheiro – Tours VB (Pro A, França)
André Lopes – AS Cannes (Pro A, França)
Carlos Teixeira – Tourcoing VB Lille Métropole (Pro B, França)
Valdir Sequeira – SK Posojilnica Aich/Dob (SuperLiga da Áustria)
Tânia Duarte – Wiwa Hamburg (Regional Norte, Alemanha)
Keyla Ramos – Pays D’Aix Venelles (Regional, França)
Sofia Santos – Team South Wales (Inglaterra)
Quélia Monteiro – Polonia IMKA London (Inglaterra)

E ainda mais recentemente:
Marcel Gil – RWE Volleys Bottrop (Bundesliga1, Alemanha)
Idner Martins – Tyumen (Superliga da Rússia)
Rui Santos – Chênois Genève Volleyball I (Liga da Suíça)
Renata Guerreiro – Asul Lyon Volley (França)
Cláudia Rodrigues – Play Volley School (Malta)

Há Cristiano Ronaldo ou Pepe em Madrid, mas também é pertinente considerar relevante o percurso do voleibol no país, o progresso que vai alcançando e as fronteiras que vai ultrapassando.

Para já, vamos ficar de olhos postos na participação da Seleção Nacional de Seniores Masculinos na Poule J da 3.ª Ronda Europeia de Qualificação para o Campeonato do Mundo de 2014, que está agendada para Janeiro de 2014 e conta com adversários prendados, com historial de títulos europeus e bons rankings nos últimos anos.

É bola, mas não é a mesma coisa

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cab futsal

O Futsal é uma paixão. Para jogar não há melhor – e apresento depois umas pequenas justificações para isso -, e para ver também não. Talvez, e digo talvez porque, de facto, não estou decidido nesse ponto, seja tão bom ver um jogo de Futsal como um jogo de Futebol. Mas para jogar, não há comparações.

O Futsal é um desporto com muita história e muitas estórias, ao contrário do que muita gente pensa. Há quem diga que surgiu no Uruguai por volta dos anos 30, há quem defenda que surgiu no Brasil na década de 40… No fundo, pouco importa. Importante mesmo é que continue a nascer no coração de cada praticante, que se continue a difundir, a profissionalizar-se e a dar as emoções que dá.

Futsal é ataque contra ataque. E isto diz tudo: envolve táctica e técnica como poucos desportos e implica uma intensidade estrondosa por parte dos intervenientes. Basta um segundo para perder um jogo e é impressionante como uma equipa pode estar a perder por vários golos e ainda assim não desanimar. Porquê? Porque Futsal é ataque contra ataque e dois minutos num jogo dá para muita coisa, acreditem.

E isto é simplesmente mágico.

Fora clubismos, fora doenças (sim, doenças, porque há gente que não tem clube, é simplesmente doente, e tudo o que cai no fanatismo torna-se simplesmente deprimente), o Futsal é o desporto pelo qual me apaixonei.

É exigente; há jogadas ensaiadas para um canto, para um fora (lançamento lateral), para uma saída de bola do guarda-redes, para livres, para jogo corrido; há saídas de pressão (quando temos a bola e a equipa adversária se encontra a jogar em pressão alta); há uma panóplia de ensaios que teriam tudo para tornar o jogo mecanizado. E não tornam.

O Futsal é um desporto onde os chamados ‘grandes’ não desiludem, um jogo onde a nossa selecção é de facto uma potência, um jogo onde temos um Bola d’Ouro (Ricardinho – o mágico), um jogo que, pela velocidade, dinâmica e troca de bola, se torna, para mim, um desporto de eleição.

https://www.google.pt/search?q=futsal&espv=210&es_sm=93&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=vEdcUrnCMqrB7Aa-8ICYAw&ved=0CAkQ_AUoAQ&biw=1366&bih=643&dpr=1#facrc=_&imgdii=_&imgrc=0fey5azDQ_eNJM%3A%3B8e58qdu6Iz10wM%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.gepeffs.com.br%252Fwp-content%252Fuploads%252FEspanha-Portug-futsal1.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.gepeffs.com.br%252F2010%252F10%252F26%252Fartigo-sobre-a-distancia-e-a-intensidade-dos-deslocmentos-no-jogo-de-futsal%252F%3B400%3B333
O Futsal é um desporto que não desilude 

Só há uma coisa que me irrita, uma coisinha pequenina que me enerva no que toca ao Futsal: os falsos fãs. Aqueles que, se for preciso, até vão ver um jogo a um pavilhão, mas apostam constantemente na descredibilização da modalidade numa comparação incessante com o Futebol – situação que me faz saltar a veia da testa, que me iriça os pelos do braço, que me dá um nó na garganta. Porquê? Porque é injusto. Se é verdade que um jogador de Futsal se sente ‘perdido’ num campo de Futebol, também não é menos verdade que um jogador de Futebol não rende o mesmo num jogo de Futsal.

Parem com essas comparações. Não é verdade que os jogadores de Futsal, no fundo, queriam ser todos jogadores de Futebol. Não é verdade. Não é verdade que quem joga Futebol sabe jogar Futsal. Não é verdade, lamento. E, para que conste, muitos dos jogadores de Futebol começaram a jogar precisamente Futsal, algo que acontece principalmente no Brasil.

Em defesa dos jogadores de Futsal – sim, porque os de Futebol não precisam, uma vez que recebem muito mais, são muito mais conhecidos, acarinhados, apoiados, valorizados, entre muitas outras coisas -, eu digo que essa comparação é injusta. Como dizia, em defesa do Futsal e dos seus jogadores, o Futsal desenvolve muito mais a técnica de um jogador. Quem joga Futsal sabe dominar a bola no pé, em espaço curto, sair em finta curta, passar de forma precisa, decidir em pouco espaço (e tempo), rematar de forma fácil… E acreditem que tudo isto não é fácil. Futsal é ataque contra ataque.

Não quero desvalorizar o Futebol, os seus praticantes e apaixonados, até porque não iria conseguir fazê-lo. Quero apenas valorizar o Futsal, porque é um desporto que merece respeito. Um desporto com uma exigência cada vez mais elevada, onde um jogador ficar em campo toda a partida é praticamente impensável, dados o desgaste físico e a intensidade que o jogo impõe; um desporto que, tal como o Futebol, obriga a muita dedicação, muito trabalho e, obviamente, muita qualidade.

Se praticam ou já praticaram Futsal, continuem a fazê-lo. Se assistem ou já assistiram a partidas profissionais, continuem a fazê-lo. Se nunca o fizeram, tanto jogar como assistir, façam-no!

Ganham todos. Vocês, os intervenientes, os clubes, as audiências e, acima de tudo, o Futsal, o desporto.

Futebol é Futebol; feliz ou infelizmente, é rei. Mas sem misturas ou comparações, dêem uma oportunidade ao Futsal, não se vão arrepender…

Agradeçam ao Visconde

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Verde e Branco à Risca

Portugal jogou na sexta-feira. Empatou com Israel quando tinha, obrigatoriamente, de vencer para manter viva a esperança de evitar os play-offs. Porém, e postas de lado todas as críticas (ingratas) a Rui Patrício e à selecção nacional propriamente dita, certo é que temos estado sempre presentes nas fases finais das competições internacionais, e para lá caminhamos, de novo. Penso que qualquer português crê na vitória frente ao Luxemburgo e na consequente vitória no play-off de apuramento para o Mundial. Estou certo de que todos nós acreditamos que vamos estar presentes no Brasil para mostrar, novamente, o poderio da selecção das quinas nas fases finais de campeonatos europeus e mundiais. Mas… e se o Sporting nunca tivesse existido? Teríamos toda esta confiança na qualidade da nossa selecção? Confuso? Passo a explicar:

Comecemos pelo jogo de sexta-feira. Se o Sporting nunca tivesse existido, o nosso onze inicial (tendo por base a convocatória para este encontro) teria sido composto por: Anthony Lopes na baliza; na defesa com Pepe, Ricardo Costa a centrais, Sereno a lateral direito e Antunes a lateral esquerdo; no meio-campo teríamos Rúben Micael, Josué e Danny (provavelmente a “10”); no ataque contaríamos com Hugo Almeida, Nélson Oliveira e Éder. Teríamos empatado? Tenho muitas dúvidas. Teríamos vencido? Tenho mais dúvidas ainda. Mas porque é que Portugal alinharia com este onze inicial? Pela simples razão de que Rui Patrício, Beto, Cédric Soares, André Almeida (sim, pesquisem), Miguel Veloso, João Moutinho, Custódio, André Martins, Nani, Cristiano Ronaldo e Varela são produtos da formação do Sporting Clube de Portugal. Onze jogadores saídos da “cantera” de Alcochete! Poderão dizer-me que, não estando disponíveis estes jogadores que referi, seriam certamente chamados outros. Certo. Mas quem? William Carvalho? Adrien Silva? Bruma? Ricardo Quaresma? Wilson Eduardo? Pois é… as soluções naturais seriam também produto da Academia Sporting/Puma… Nada feito.

Cristiano Ronaldo e Nani / Fonte: Rádio Renascença Online
Cristiano Ronaldo e Nani / Fonte: Rádio Renascença Online

Olhemos agora para a convocatória de Portugal para o último campeonato europeu, no qual tivemos uma brilhante prestação, apenas travada por uma ingrata derrota frente a “nuestros hermanos”. Se o Sporting nunca tivesse existido, o nosso onze base no Euro 2012 seria composto por: Eduardo; João Pereira, Ricardo Costa, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Pepe, Raúl Meireles e Rúben Micael; Hélder Postiga, Hugo Almeida e Nélson Oliveira. Como? Simples: Rui Patrício, Beto, Miguel Veloso, Custódio, João Moutinho, Hugo Viana, Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma, Nani e Silvestre Varela são produtos da formação leonina. Pois bem, com um onze sem todos estes craques teríamos chegado às meias-finais? Teríamos sequer conseguido o apuramento para o Euro 2012? Tenho sérias dúvidas. Sim… poderão contra-argumentar afirmando que sem estes jogadores teriam sido convocadas outras opções, mas se são boas opções porque não fizeram parte da convocatória? Obviamente porque não possuem metade da qualidade futebolística que todos estes “meninos de Alcochete” detêm.

Poderão dizer-me que se o Sporting nunca tivesse existido, os outros dois grandes clubes de Portugal teriam formado outros grandes craques portugueses. Ok… então porque não o fazem?! Com toda a sinceridade, depois de Rui Costa não me lembro de nenhum super-jogador nacional (daqueles que levam o público a pagar bilhete para ir à bola) que tenha sido formado fora de Alvalade…

Poderão dizer-me que se o Sporting nunca tivesse existido, outros clubes iriam pegar em todos estes talentos que tenho referido ao longo do meu discurso. No que toca a alguns deles, estou convicto de que não jogariam futebol hoje em dia (caso de Miguel Veloso, dispensado do Benfica por ser demasiado “rechonchudo”, ou de Bruma, descoberto nos confins da Guiné-Bissau); quanto a outros rapazes, acredito que pudessem ser futebolistas nos dias de hoje – porém, com toda a certeza, sem metade da qualidade com que foram revestidos pela única, e mundialmente reconhecida, excelência da formação Sporting. Naturalmente, viveriam na sombra de um sérvio ou colombiano desta vida…

Não me deixam alternativa senão tornar a bater na mesma tecla: e se o Sporting nunca tivesse existido? E se os eternos “Cinco Violinos”, os craques Jordão, Futre, Figo ou Cristiano Ronaldo nunca tivessem existido? E se os dez/onze jogadores “made in Alcochete”, que habitualmente compõem a convocatória portuguesa, nunca tivessem sido formados como foram? Que Selecção Nacional teríamos? Quantos lugares abaixo estaríamos no ranking Fifa? Em quantas fases finais de competições internacionais teríamos estado presentes? Dá que pensar. Epá, olha… agradeçam ao Visconde.

José Fonte – Uma solução a ter em conta

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Visto que a má prestação da Seleção Nacional é um tema em voga, decidi escrever-vos sobre José Fonte. O defesa-central, que tem brilhado nas “terras de Sua Majestade” pelo Southampton, merece já a chamada à Seleção. Porém, Paulo Bento ateima em não o convocar.

A minha “revolta” perante esta situação resulta da boa forma em que se encontra Fonte. Um jogador que se tem destacado na melhor Liga do mundo, inclusive com um golo na segunda jornada, merece, sem qualquer dúvida, a chamada à seleção. Ainda para mais quando no banco de suplentes se encontra um jogador como Sereno, comparativamente bem mais fraco e “perdido” na liga turca. Mas esta história não acaba aqui, pois Rolando foi chamado a substituir Pepe (devido a lesão).

José Fonte / Fonte: SportsMole
José Fonte / Fonte: SportsMole

Será que Paulo Bento inclui na sua pré-convocatória jogadores só para dar a ideia de que convoca com base no rendimento? Não é um caso novo, e o facto de Rúben Micael ou Custódio (que nem é titular no seu clube) serem constantemente convocados causa muitas dúvidas. Ainda pior, quando pelo menos 8 dos 11 titulares em Alvalade são agenciados por Jorge Mendes. Isto é algo que me causa algum transtorno.

Enfim, não estou aqui para falar sobre a influência de todos os intervenientes à volta do futebol, mas sim de José Fonte. Formado nas escolas do Sporting, não teve dificuldades em afirmar-se como jogador de topo. Foi contratado pelo Benfica, onde acabou por não vingar, uma vez que se trata de um clube em que a aposta em portugueses é nula, ou perto disso.

Recebida a proposta de Inglaterra, José Fonte não mais olhou para trás, acabando por se destacar no Crystal Palace e vendido aos Saints. Na época 2012/2013 atingiu um ponto alto na sua carreira, com a estreia na Premier League, assinando, à sétima jornada, dois golos frente ao Fulham, garantindo o empate à sua equipa.

Contudo, nem tudo foram rosas para José Fonte na sua época de estreia na Premier League. O Southampton foi criticado por ter uma das defesas mais batidas no campeonato e a mudança de treinador (Pochettino substituiu Adkins) a meio da época foi bastante questionada. Ainda assim esta “chicotada” foi benéfica para o clube, que garantiu o 14º lugar no final da época.

A nova época trouxe poucas mas sonantes caras novas para o plantel, dando a José Fonte um novo parceiro no eixo da defesa, o experiente Dejan Lovren. À sétima jornada, o Southampton leva já 14 pontos, a apenas 2 do 1º lugar, dando-lhes o estatuto de grande surpresa do campeonato, com a defesa menos batida.

Não são já razões suficientes para merecer a convocatória, mister Paulo Bento? A mim parece-me que sim. Todavia ainda lhe dou mais. Afinal, não só dá garantias na defesa, como contabiliza 720 minutos ao mais alto nível (esta época), tendo ainda características mortíferas nos lances de bola parada.

Paulo Bento, Selecionador Nacional / Fonte: Público
Paulo Bento, Selecionador Nacional / Fonte: Público

Parece-me, claramente, que José Fonte é neste momento uma aposta mais segura que Sereno, ou Rolando, ou mesmo Ricardo Costa. São já 29 anos, o que lhe confere experiência. Pela sua carreira, a falta de ambição não é um problema.

Quando é que vamos realmente convocar os jogadores pelo que fazem em campo? Vamos continuar a zelar por uma seleção sem ambição, garra e determinação? Não será isto o que tem caraterizado Portugal nos últimos 10 anos? Qualificações à última da hora e sempre à “rasquinha”?

Está na hora de mudar a mentalidade e a forma de funcionar das coisas. Está na hora de convocar José Fonte pelo que tem feito. Se não é contra Israel, ou contra o Luxemburgo, será contra quem?

O Futuro

cab hoquei

Hoje não é o meu dia habitual de escrever, mas a ocasião assim o manda. E escrevo com um grande sorriso. Portugal sagrou-se campeão no Mundial de sub-20, quebrando o enguiço que já durava desde 2003.

Da última vez que falei aqui da prova, Portugal tinha passado a fase de grupo com um registo de 3 vitórias em 3 jogos e com um ataque avassalador. Nos jogos a eliminar a tendência manteve-se. Portugal derrotou a selecção da casa, a Colômbia, por 5-3 e a França por 6-0, chegando à final por mérito próprio.

Aí, na final, defrontava outra grande potência do hóquei e a grande favorita à vitória, a Espanha. E numa exibição fantástica, Portugal não deu hipóteses aos nuestros hermanos vencendo por 4-1, com o golo espanhol a acontecer já na recta final, quando os portugueses já festejavam.

Ainda com a eliminação no Mundial de seniores na memória, e pela forma como foi, esta vitória vem deixar-nos esperançosos sobre o futuro da modalidade. A qualidade continua assegurada e estes jovens podem, um dia, defender e bem as cores de Portugal ao mais alto nível. Falta saber se vão deixar os rapazes fazer grandes coisas quando forem mais velhos ou se, como em outras ocasiões, o “azar” volta a bater à porta.